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Importância do Brincar na Educação Infantil

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A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR E DAS BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL – JOGOS E BRINCADEIRAS
Maria Aparecida Domingues Schwab[1: Graduação em Lato Sensu Especialização em Educação Infantil, pela Faculdade de Educação São Luís de Jaboticabal/SP. E-mail do autor: maria-d-aparecida@hotmail.com Orientadora: Luciane Mialich Scadelai. ]
RESUMO
Este trabalho trata da ludicidade na Educação Infantil e apresenta resultados de uma pesquisa abrangente, cujo objetivo foi pesquisar sobre a importância de jogos e brincadeiras no processo de desenvolvimento das crianças, com o objetivo de desenvolver o conhecimento através de brincadeiras, jogos e brinquedos, auxiliando para levantar as contribuições da ludicidade no processo de ensino e aprendizagem. A pesquisa foi desenvolvida através de leituras de matérias pedagógicos, pesquisas e livros que tratam do assunto de maneira abrangente. O resultado desse estudo demonstrou que as escolas devem valorizar o lúdico e o tomar como necessário para a aprendizagem da criança. 
PALAVRAS-CHAVE: Ludicidade. Desenvolvimento. Brincadeiras. Jogos. Educação Infantil.
1 INTRODUÇÃO
A maioria das escolas de hoje acabam por preparar seus alunos para um mundo que já não existe. Ações como dar aulas deverão ser substituídas por orientar a aprendizagem do aluno na construção do seu próprio conhecer. É em virtude desta concepção sobre as implicâncias das formas pelas quais o conhecimento é construído que exploramos através de uma revisão na literatura acadêmica no campo da pedagogia, as possíveis relações que o brincar, o jogar e as atividades lúdicas possam desencadear, e sua contribuição no processo do conhecimento.
Ao usar o jogo e as brincadeiras no processo de educação infantil, o educador como mediador, transforma o conhecer, o descobrir, e o aprender numa atividade prazerosa para as suas crianças.
2 A IMPORTÂNCIA DA BRINCADEIRA NA EDUACAÇÃO INFANTIL
Brincar não deve significar perda de tempo como também não pode ser pensado como uma forma de ocupar e fazer com que o mesmo passe, trata-se de uma maneira de colocar a criança de frente com o objeto, mesmo que nem sempre a brincadeira envolva um objeto. 
A brincadeira faz parte do mundo em que criança vive. São nesses momentos que ela experimenta, organiza-se, regula-se, constrói normas para ela mesma e para o grupo com o qual divide esse momento tão importante para todos. Através disso, o brincar torna-se uma das formas de linguagem que a criança usa para entender e interagir consigo mesma, com os outros e o próprio mundo.
À medida que a criança vai crescendo e se desenvolvendo, as brincadeiras vão tomando dimensão mais amplas e socializadora, os integrantes da brincadeira se encontram, numa atividade comum e ao mesmo aprendem a coexistência, contudo lhes possibilita aprender, como lhe dar com respeito com o outro, bem como compartilhar e partilhar brinquedos, dividir tarefas e tudo aquilo que implica em atividades que são vivenciadas tanto coletivamente quanto individualmente no seu dia-a-dia. 
Brincar é um dos alimentos mais importantes para a criança durante a sua infância. Brincar permite que a criança desenvolva, desde pequena, durante os primeiros anos de vida, todo o potencial que tem. Por fim, acredita-se que é a brincadeira que faz a criança ser criança.
3 O LÚDICO E O APRENDIZADO
 A infância é a idade das brincadeiras e é também nessa idade que a criança descobre e aprende coisas novas, seja pelo contato com seus semelhantes, ou pelo domínio sobre o meio em que vive. Ainda sobre a riqueza da infância, é defendida por psicólogos e psicopedagogos a posição de que:
A partir de Winnicott e outros teóricos, buscou-se direcionar que o brincar e o desenhar são uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia do ser em desenvolvimento. A maneira como uma criança brinca ou desenha, reflete sua forma de pensar e sentir. (SALOMÃO; MARTINI; MARTINEZ, 2007).
Ao pensarmos o brincar, pensamos em diversão, faz de conta, agitação. A brincadeira faz parte de todas as fases da vida do ser humano, mas é na infância que ela é essencial, pois nesta fase ela não tem só o papel de distração, mas ela representa também aprendizagem. É evidente a importância e o papel do brincar, e devemos também manter presente a ideia de que esta atividade não se constitui como uma novidade, e sim um comportamento inerente a esta faixa etária, encontramos nesta reflexão um reforço deste posicionamento, quando os autores afirmam: “As crianças sempre brincaram, brincam ainda hoje, e continuarão a brincar”. (DALLABONA; MENDES, 2004).
 Geralmente dizemos que quando uma criança não brinca algo não está bem. Ao brincar ela dá vazão às suas angústias, suas emoções sua agressividade, sua criatividade, sua afetividade. 
	Através do brinquedo as crianças externam suas vivências familiares e suas emoções, construindo um espaço seu, onde sua individualidade seja garantida. Ao brincar, a criança deixa fluir suas fantasias, onde há espaço para a imaginação, para super-heróis, onde o faz de conta reproduz o que ela vive em seu cotidiano. Sobre as motivações do brincar encontramos que:
	
“Nenhuma criança brinca só para passar o tempo, sua escolha é motivada por processos íntimos, desejos, problemas, ansiedades. O que está acontecendo com a mente da criança determina suas atividades lúdicas; brincar é sua linguagem secreta, que devemos respeitar mesmo se não a entendemos.”. (Bettelheim, 1984)
Na educação infantil todo esse brincar pode e deve ser aproveitado, pois é através dessas atividades que as crianças desenvolvem uma afetividade com as pessoas e outras crianças que as rodeam, intensificando assim, o processo de aprendizagem e auxiliando o professor a facilitar o aprendizado infantil.
4 O BRINCAR EM RELAÇãO COM O APRENDIZADO
Desde o momento do nascimento a criança começa a aprender e esse aprendizado se perpetua a cada fase ou etapa do desenvolvimento infantil.
Na atividade lúdica a criança descobre as relações existentes entre os homens. Através das brincadeiras elas conseguem, pensar, planejar, avaliar e comparar, suas ações com as de outras crianças. Quando chegam a idade escolar já trazem consigo uma bagagem lúdica, onde criam, imaginam, agem. Cabe aos educadores então, estimular a aprendizagem através das brincadeiras e jogos.
	A aula tem o lúdico como um dos métodos para a aprendizagem, é uma aula que esta voltada aos interesses do aluno sem perder seu objetivo, jogos e brincadeiras, nos quais “a criança desenvolve-se de forma integrada nos aspectos cognitivo, afetivo, físico-motor, moral, linguístico e social.” (EMMEL; MALFITANO; OLIVEIRA, 2016). Ainda de acordo com os autores, este processo de desenvolvimento se organizará de acordo com a construção que a criança faz em sua relação com o meio físico e o meio social, processo capaz de levar a criança a tomar maior consciência do mundo ao seu redor.
 O lúdico estimula a criatividade e desenvolve sensações que determinam a vida de muitos seres humanos, através desta fase crianças desenvolvem atitudes, interesses, comportamentos e hábitos que serão determinantes para seu futuro dentro de uma sociedade, portanto é reconhecido como uma das atividades de maior significação – senão a mais significativa – pela sua capacidade pedagógica e socializante.
	Na infância é inerente o brincar, o jogar, o divertir-se. Ao usar a brincadeira e o jogo dentro das salas de aula, no aprendizado infantil, estaremos desenvolvendo algumas capacidades fundamentais nas crianças, tais como a memória, a atenção, a imaginação, o respeito, a capacidade de criar e de expressar. 
As brincadeiras constituem-se como lazer e ensinamento para a própria criança, porque é por meio delas que as crianças podem perceber situações, resolvê-las e aprender ao mesmo tempo. Portanto, a brincadeira sempre aparece de forma que exige comportamentos educativos e organizados, pois para a criança que brinca, existem certas decisões a tomare, com o as outras crianças, ela aprende a conviver em grupo, compreende o mundo que vive, construindo e compartilhando significados, assim como auxilia no desenvolvimento de atitudes para seu desempenho dentro da sociabilidade e autonomia.
	No método tradicional de ensino, as crianças eram alfabetizadas ao apropriarem-se do alfabeto, isto é, primeiro dominavam o aprendizado das vogais, depois das consoantes, juntavam as consoantes com as vogais e em pouco tempo liam palavras simples e escreviam palavras soltas. Sem dúvida, aprendiam a ler e a escrever.
	Hoje sabemos que a palavra alfabetização tem uma conotação um pouco mais ampla, e não se encerra com o saber ler e escrever. É um processo que precisa ser aperfeiçoado e complementado por outros conhecimentos. Não pode e não deve ser desvinculado do cotidiano da criança, pois o processo de alfabetização depende de vários fatores, como a percepção que o aprendiz possui das relações com os pais, colegas, funcionários do ambiente escolar e professores, enfim, depende de inúmeras situações e fatores que devem ser levados em conta para que o processo de alfabetização se consolide. Podemos vislumbrar a abrangência dos fatores através da constatação de que, “tanto a aprendizagem quanto o desenvolvimento humano são construídos e influenciados por um contexto histórico, social e cultural”. (Cordazzo; VIEIRA, 2007).
	Como o processo de alfabetização pode se efetuar sem levar em conta o lúdico que faz parte integrante da vida social e cultural das crianças? O lúdico facilita a aprendizagem; ajuda no desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental; prepara para um estado interior fértil; facilita o processo de socialização, comunicação, construção do conhecimento, propicia uma aprendizagem espontânea e natural; estimula a crítica e a criatividade.
	Ao trabalhar com o lúdico na Educação Infantil, deve-se levar em conta ainda, a faixa etária do educando, tendo em vista que o interesse de uma criança de 2-3 anos é diferente ao de uma criança de 4-6 anos de idade. 
Enquanto os primeiros precisam manipular materiais de várias formas, cores e tamanho para desenvolverem criatividade e imaginação. Estão na fase da descoberta do próprio corpo, do reconhecimento do mundo que os cerca, da afetividade de pessoas de seu convívio e a partir desta descoberta devem ser estimulados a descobrir o ambiente onde estão inseridos.
	As crianças de 4-6 anos são por natureza ativas, gostam de novidades, novas conquistas e descobertas, seus interesses são trocados rapidamente, isto é, perdem o interesse por determinado brinquedo ou situação, fazendo com que seu orientador encontre novas atividades que o estimule a movimentar-se e buscar novas atrações que incentive o lúdico, com brincadeiras e jogos, com isso, precisam ser estimulados desde o início a seguir algumas regras necessárias no processo de alfabetização no ambiente escolar, para que seu desenvolvimento seja agradável e satisfatório considerando o bom comportamento com as pessoas de seu convívio. 
Logo abaixo temos uma demonstração de Senra (2003), ilustrando em um quadro as brincadeiras pertinentes as diversas faixas etárias das crianças:
Quadro 1 – Faixa etária e brincadeiras respectivas 
	FAIXA ETÁRIA
	ATIVIDADE PRINCIPAL
	BRINQUEDOS SUGERIDOS
	
0 A 18 meses
	Manipular ojetos (atividade oral ou manual)
Explorar (apertar botões e mover alavancas)
Encaixar objetos
Compreender situações
	Chocalhos, brinquedos para martelar e empilhar, brinquedos, flutuantes, blocos com ilustrações, brinquedos com guizo interno.
Móbiles, brinquedos de puxar e empurrar, quadro colorido e sonoro de engrenagens com botões e manivelas.
Copos e caixas que se encaixam umas nas outras, blocos e argolas para empilhar.
Livros de rima, ilustrações e estribilhos, brinquedos musicais e com guizo. Telefone de brinquedo.
	
18 a 36 meses
	Dirigir veículos
Manipular objetos
Organizar cenários para as brincadeiras
Imitar outros seres ou pessoas
Solucionar problemas
Representar objetos
Construir objetos/relacionar objetos semelhantes
	Cavalinho de pau, triciclos, carrinho de mão, carrinho de boneca.
Objetos para caixa de areia (baldes, pás, formas, etc.), blocos de formas e tamanhos diferentes, bolas.
Caixa de areia, água, mobiliário e utensílios proporcionais ao tamanho da criança.
Fantasias, animais de pelúcia, fantoches.
Quebra-cabeças simples, jogos de construção com peças grandes.
Argila e massa de modelar, giz-de-cera grande, quadro-negro e tinta para pintar com os dedos, instrumentos musicais.
	36 meses a 6 anos
	Criar cenários para brincar e ambientes
Movimentar-se no espaço
Compreender os meios de comunicação
	Fantasias, fantoches e teatrinhos.
Telefone e relógio de brinquedo.
Casinha de brinquedos e brinquedos para brincar de casinha. Homenzinhos (soldados, heróis, etc.). Garagem, posto de gasolina e carrinhos.
Fazendinha, autorama e ferrorama simples. Lego.
Triciclos maiores, equipamentos de ginástica para play-ground.
Discos e toca-discos, livros para colorir, cadernos de desenho, livros de história.
Fonte: (SENRA, 2003).
	Como preconiza o construtivismo, o sociointeracionismo, porque afinal ou aluno e professor estão mobilizados e engajados no processo, ou não há ensino possível. O homem informa-se, ninguém ensina a quem não quer aprender, pois “a verdadeira aprendizagem é sempre significativa.” (BARRETO, 1998).
5 BRINQUEDO PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL
Todo os tipos de brinquedo trazem consigo uma relação com a aprendizagem. Quando uma criança faz seu próprio brinquedo, aprende com todo o seu trabalho a transformar matérias-primas vindas da natureza em objetos novos, ou seja, novo brinquedo. 
Diferentemente do jogo, o brinquedo propõe uma relação íntima com a criança e uma possibilidade de criatividade quanto ao seu uso, ou seja, não existe um sistema de regra que organiza sua utilização fazendo com que a criança utilize sua imaginação para desenvolver brincadeiras que proporcionem seu prazer. A partir desse momento, o brinquedo pode gerar um sentimento mais próximo onde em algumas situações o amigo não consegue construir tornando com isso o melhor amigo que fala, ouve e sente, pois, a criança vive num mundo de imaginação onde seus brinquedos imaginários acabam ganhando vida e ao mesmo tempo sentimentos. 
Kishimoto (2003) relata que com a utilização do brinquedo/jogo educativo, com fins pedagógicos, remete-nos para a importância desse instrumento para situações de ensino-aprendizagem e de desenvolvimento infantil. Se considerarmos que a criança aprende de modo intuitivo, em processos interativos envolvendo o ser humano inteiro com suas cognições, afetividade, corpo e interações sociais, o brinquedo desempenha um papel de grande relevância para desenvolvê-la. 
Pode-se considerar que os jogos, brinquedos e brincadeiras são e serão elementos fundamentais para a educação infantil, pois é por meio do ato de brincar que o brinquedo pode caracterizar a presença das demais crianças.
6 OS JOGOS EM RELAÇÃO COM O APRENDIZADO
Segundo Huizinga (2001), o jogo para criança não é igual ao jogo dos adultos, pois é preciso pensar que para a criança trata-se de um momento em que, em geral, ocorre aprendizagem e, em geral, para o adulto, é recreação. O jogo também favorece a autoestima dos alunos, pois a brincadeira faz a criança adquirir mais confiança e isso vai fazer diferença na aprendizagem. As diversas brincadeiras e jogos, faz-de-conta, jogos simbólicos, sensório motores, intelectuais, individuais, coletivos, dentre outros mostram as multiplicidades das categorias de jogos.
Kishimoto (1993, p. 15) afirma: 
Os jogos têm diversas origens e culturas que são transmitidas pelos diferentes jogos e formas de jogar. Este tem função de construir e desenvolver uma convivência entre as crianças estabelecendo regras, critérios e sentidos,possibilitando assim, um convívio mais social e democracia, porque “enquanto manifestação espontânea da cultura popular, os jogos tradicionais têm a função de perpetuar a cultura infantil e desenvolver formas de convivência social.
Deparamo-nos com o tempo em que não há mais lugar para o professor que informa e o aluno que recebe o que há é uma interação em busca da construção do conhecimento.
	Neste processo onde o professor é um mediador e o aluno um pesquisador, as atividades lúdicas provocam profundas transformações, os jogos e as brincadeiras são experiências prazerosas, tornando o processo de aprendizagem também prazeroso.
	Os jogos, hoje tão presentes na vida das crianças, exercitam a habilidade mental, estimula os diversos sentidos ao mesmo tempo, sem se tornar enfadonho ou cansativo.
“Os jogos educacionais computadorizados são softwares que apresentam conteúdo e atividades práticas com objetivos educacionais mais baseados no lazer e diversão. Nesses jogos a abordagem pedagógica adotada utiliza a exploração livre e o lúdico, e como consequência estimula o aprendiz. Os jogos digitais auxiliam na construção da autoconfiança e podem incrementar a motivação no contexto da aprendizagem. A atividade de jogar é uma alternativa de realização pessoal que possibilita a expressão de sentimentos, de emoção e propicia a aprendizagem de comportamentos adequados e adaptativos.”. (FALKEMBACH, 2013)
		Ao usar o jogo no processo ensino e aprendizagem o aluno é estimulado a aprender e a interagir em grupo, liberar as emoções e construir conhecimentos. Os jogos proporcionam o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração. Para Rodrigues (2001), “O jogo é uma atividade rica e de grande efeito que responde às necessidades lúdicas, intelectuais e afetivas, estimulando a vida social e representando, assim, importante contribuição na aprendizagem.”
“Portanto, por meio dos recursos oferecidos pelas tecnologias digitais é possível planejar, desenvolver e implementar jogos educacionais, integrando profissionais da área técnica com os da área pedagógica para criar jogos digitais que podem oferecer um serviço complexo de significados, centrado na ludicidade, subsidiando a construção do conhecimento do aluno conforme seu ritmo, de forma agradável, agregando entretenimento, informação e preparando-o para ser um cidadã na Sociedade da Informação e do Conhecimento. Porém, é possível ao professor sem maiores conhecimento de programação criar jogos didáticos por meio de softwares de autoria que trabalham de forma aprazível conteúdos de sua área de atuação.” (FALKEMBACH, 2013).
Os jogos precisam ser bem aplicados para que não percam seus objetivos que são entre outros a tomada de decisões e avaliações dos significados e conceitos difíceis de serem compreendidos, participação de forma ativa, socialização, estímulo do trabalho em equipe, motivar, despertar a criatividade, o senso crítico, a competição sadia, fixar os conteúdos e o prazer em aprender. 
A utilização de softwares de jogos é uma alternativa lúdica, como mencionado acima, de extremo potencial para aumentar a possibilidade do aprendizado e a integração do sujeito com a atividade de aprender, pois o jogo educativo “capta a atenção dos sentidos do utilizador, sobretudo da visão e da audição e, ao exigir interação física e intelectual do sujeito, torna-se apelativo para o público-alvo”. (CARVALHO, 2005).
Para tal o jogo, deve ser bem projetado, ser atrativo, agradável e fácil de usar. O aluno deve entender com facilidade o seu funcionamento.
	Existem diversos tipos de jogos educativos, tais como:
- Jogos de estratégia – que focam na sabedoria e habilidade do usuário.
- Jogos de ação – auxiliam no desenvolvimento psicomotor da criança, estimula os reflexos a coordenação motora e a rapidez de pensamento. Ex: Doom 
- Jogos lógicos – desafiam a mente. Ex.: jogos que exigem resoluções matemáticas
- Jogos de aventura – Estimulam o controle do ambiente a ser descoberto. Ex.: RPG
- Jogos interativos – jogos interativos na web
- Jogos treino e prática – jogos que revisam conteúdos vistos em aula, estimulando a memorização e repetição como o vocabulário.
- Jogos de simulação – simulam o mundo real, criando modelos dinâmicos e simplificados, permitindo assim a exploração de situações fictícias. Ex.: Estudos de desastres ecológicos
- Jogos de Adivinhar – São jogos de construção que estimulam o pensamento. Ex.: Jogo da Forca.
- Jogos de Passa-Tempo – são jogos que estimulam a construção, e como exemplo podemos citar os jogos de colorir imagens para imprimir e expô-las depois.
- Jogos de aprender – são jogos para aplicação de conhecimentos ou atividades didáticas digitais, que podem ser individuais ou em grupo.
	Para que haja êxito na construção do conhecimento através dos jogos, é necessário que os professores ou educadores tenham total conhecimento dos recursos digitais a serem usados, planejando, organizando e orientar as atividades pedagógicas de ensino. Nesta tríade organizada por Caravalho (2005), podemos visualizar a importância da familiaridade do utilizador com o software e suas funcionalidades e conteúdo de forma gráfica:
FIGURA 1 – FATORES PARA QUE OCORRA APRENDIZAGEM COM O SOFTWARE EDUCATIVO MULTIMÉDIA
Fonte: Carvalho (2005, p. 4).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo deste trabalho, buscou-se realizar pesquisa relevantes à prática das brincadeiras e jogos lúdicos na Educação Infantil. Considera-se que a pesquisa realizada propiciou entendimento à pesquisadora quanto à relevância de se empregar atividades lúdicas em sala de aula de Educação Infantil.
A educação hoje é muito desafiadora, tanto para o educador, quanto para o educando, independente da faixa etária do aluno. Quando falamos em educando, falamos em alunos, em crianças, em seres humanos, cada um com suas especificidades. Cabe ao educador orientar a aprendizagem do aluno levando em conta todas essas diferenças.
Assim através da exploração dos significados dos jogos e do brincar como atividade lúdica pode-se concluir que a criança brinca aprendendo e aprende brincando. Quando brinca ela desenvolve suas habilidades motoras, estimula seus sentidos de audição e visão, socializa-se e interage com seus sentimentos e com o mundo social e cultural em que vive, construindo assim seus conhecimentos. 
Por fim, resta dizer que as brincadeiras e jogos, desenvolvem muito o lúdico, e permitem novas maneiras de a criança se desenvolver, associado a fatores como: capacitação dos professores e demais profissionais envolvidos, infraestrutura, pode-se obter uma educação de qualidade, capaz de ir ao encontro dos interesses muito importantes à criança, pois as atividades lúdicas fazem parte do processo de aprendizagem e de desenvolvimento de cada criança que exerce sua função dentro da sociedade na qual todos pertencemos e fomos crianças um dia.
REFERÊNCIAS
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BRASIL, Manual Didático de Jogos para a Alfabetização. Pernambuco: Editora Universitária, 2009.
BARRETO, S. J. Psicomotricidade: educação e reeducação. Blumenau: Odorizzi, 1998.
BETTELHEIM, B. Uma vida para seu filho. São Paulo: Artmed, 1984
CARVALHO, A. A. A. Como olhar criticamente o software educativo multimédia. Cadernos SACAUSEF – Sistema de Avaliação, Certificação e Apoio à Utilização de Software para a Educação e a Formação - Utilização e Avaliação de Software Educativo, Número 1, Ministério da Educação, 69-82, 85-86, 2005.
Cordazzo S. T. D.; VIEIRA, M. L. A brincadeira e suas implicações nos processos de aprendizagem e desenvolvimento. Estud. Pesqui. Psicol, 2007.
DALLABONA, S. R.; MENDES, S. M. S. O lúdico na educação infantil: Jogar, brincar, uma forma de educar. Revista de divulgação técnico-científica do ICPG, v. 1, n. 4. p. 107- 112, 2004.
EMMEL, M. L. G.; MALFITANO, A. P. S.; OLIVEIRA, A. A. E. Brinquedoteca:um espaço experimental para o desenvolvimento infantil. Revista de Estudos Universitários. v.26, n°2. Sorocaba, SP, p.141-156, Dez. 2000.
FALKEMBACH, G. A. M. O lúdico e os jogos educacionais. Rio Grande do Sul: Centro Interdisciplinar de Novas Tecnologias na Educação - UFRGS, 2013. p. 1-8.
RODRIGUES, M. O desenvolvimento do pré-escolar e o jogo. Ed Vozes, 2001. Petrópolis, RJ.
SALOMÃO, H. A. de S.; MARTINI, M.; MARTINEZ, A. P. A importância do lúdico na Educação Infantil: enfocando a brincadeira e as situações de ensino não direcionado. In: Psicologia.com.pt. Disponível em < www.psicologia.com.pt/artigos/textos/A0358.pdf>. Acesso em: 20 de Jan. 2018.
SENRA, N. O Papel do brincar no desenvolvimento infantil. UCAM – Universidade Cândito Mendes, Projeto a vez do mestre. Rio de Janeiro, 2003.
VYGOTSKY, L. S. O papel do brinquedo no desenvolvimento. In: A formação social da mente. Martins Fontes. São Paulo, 1989
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