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HIDRÁULICA Prof. Antonio de Padua Gouvêa Pascini <número> ASSUNTOS ABORDADOS Princípios Básicos Evolução, propriedades dos fluídos Análise e homogeneidade dimensional Previsão de fórmulas. Hidrostática Pressões, pressões atmosférica, empuxos Leis de Pascal e Stevin Equilíbrio dos corpos flutuantes. Hidrodinâmica Teorema de Bernoulli, Orifícios, bocais e tubos curtos Vertedores triangulares, de paredes espessas e proporcionais Escoamento em tubulações, perda de carga. Estações Elevatórias Bombas e Linha de Recalque Golpe de Aríete, Transiente Hidráulico. BIBLIOGRAFIA BÁSICA AZEVEDO, Neto, José Maria – Manual de Hidráulica. 8ª ed. São Paulo: Edgard Blucher. FRANCO, B. Mecânica dos Fluídos - 2ª ed. São Paulo: Grupo Pearson, 2010. GRIBBIN, John E. Introdução a Hidráulica, Hidrologia e Gestão de Águas Pluviais: Cengage Learning, 2009. WHITE, M. Frank, Mecânica dos Fluídos – Fundamentos e Aplicações – Rio de Janeiro: Mcgraw Hill, 2007. CAPITULO I - CONCEITOS FUNDAMENTAIS 1.1. Mecânica dos Fluídos A mecânica dos fluidos trata do comportamento dos fluídos em repouso ou em movimento e das leis que regem este comportamento. Áreas de aplicação na Engenharia Ação de fluidos sobre superfícies submersas, ex.: barragens; Equilíbrio de corpos flutuantes, ex.: embarcações; Ação do vento sobre construções civis; Estudos de lubrificação, ex. máquinas e motores; Transportes de sólidos por via pneumática ou hidráulica; Cálculo de instalações hidráulicas, ex.: instalação de recalque; Cálculo de máquinas hidráulicas, ex.: bombas e turbinas; Instalações de vapor, ex.: caldeiras; Ação de fluidos sobre veículos – aerodinâmica. 1.2. Fluído Pode-se definir fluido como uma substância que se defor- ma continuamente, isto é, escoa, sob ação de uma força tangencial por menor que ela seja. Líquidos é aquela substância que adquire a forma do reci- piente que a contém possuindo volume definido e, é prati- camente, incompressível. Gás é a substância que ao preencher o recipiente não for- ma superfície livre e não tem volume definido, além de serem compressíveis. Força tangencial agindo sobre um fluído 1.2.1. Relações entre Massa e Volume de um Fluído Massa especifica : É a relação entre a massa de uma substância e o volume ocupado por ela. Gás Líquido m = massa do fluído V = volume do fluido unidade SI kg/m³ Peso Específico É a relação entre o peso de uma substância e o volume ocupado por ela. G = peso do fluido V = volume do fluido unidade SI N/m³ Peso Específico Relativo É a relação entre a peso específico de um fluido compara- do com o peso específico da água. É um número puro, adimensional. Massa Específica Relativa É a relação entre a massa específica de fluído com a mas- sa específica da água. 1.2.2. Propriedades dos Fluidos Viscosidade É a propriedade dos fluidos que caracteriza a resistência ao escoamento. A água escoa com mais facilidade que um óleo lubrificante. Sua importância esta relacionada a perda de energia duran te o escoamento do fluído (perda de carga). b) Coesão É uma pequena força de atração entre as moléculas do próprio líquido (atração eletroquímica). A formação da gota d’água é devida à coesão. Essa propriedade permite às moléculas de um fluido a resistirem a pequenos esforços de tensão. c) Adesão Adesão é a atração entre moléculas diferentes. Quando um líquido está em contato com um sólido, a atração exer- cida pelas moléculas do sólido pode ser maior que atração existente entre as moléculas do próprio líquido (coesão). d) Tensão Superficial e Capilaridade Na superfície de contato entre dois fluidos não micíveis, (fluidos que não se misturam, como por exemplo: água e óleo), forma-se uma película elástica capaz de resistir a pequenos esforços. A tensão superficial é a força de coesão necessária para formar a película. e) Capilaridade As propriedades de adesão, coesão e tensão superficial são responsáveis pelo fenômeno da CAPILARIDADE, que é a elevação (ou depressão) de um líquido dentro de um tubo de pequeno diâmetro. f) Compressibilidade É a propriedade dos fluídos de diminuírem seus volumes quando submetidos a pressões. Os líquidos são pouco compressiveis. g) Solubilidade dos Gases Os gases são solúveis nos líquidos. h) Pressão de Vapor ou Tensão de Vapor Pressão de vapor ou tensão de vapor corresponde ao va- lor da pressão na qual o líquido passa da fase líquida para a fase gasosa. Implicações: Mudança na temperatura de ebulição da água. Cavitação limita as alturas de sucção das bombas de Recalque. PRESSÃO É a força exercida por unidade de área. P = F / A Unidades de Pressão Sistema Internacional de unidades F = 1N A = 1 m² Pa Pressão Atmosférica É a força exercida pelo ar atmosférico sobre a superfície da terra. Unidade de Pressão Atmosférica 1 atm é igual à pressão que é exercida sobre sua base por uma coluna de mercúrio de 760 mm de Hg. Outras unidades utilizadas Kg/cm² Psi (pound square inch), libra por polegada quadrada. 1lb = 0,454 kg 1pol = 2,54 cm RELAÇÕES ENTRE UNIDADES DE PRESSÃO 1 mmHg = 133 N/m² 1atm = 1,01 x 105 N/m² 1 atm = 1 kgf/cm² 1 kgf/cm² = 14,2 lb/pol² 1 Pa = 1N/m² 1kgf/cm² = 105 N/m² 1 atm = 1,01325 × 105 Pa (Pascal) 1 atm = 1013,25 hPa (Hectopascal) 1 atm = 1,033 kgf/cm² (Quilograma-força por centímetro quadrado) 1 atm = 1,01325 bar 1 atm = 14,6959487755 psi (libra por polegada quadrada) 1 atm = 760 mmHg (milímetro de mercúrio) 1 atm = 29,92126 polHg (polegada de mercúrio) 1 atm = 10,1797339656 mca (metro de coluna de água - mH20) ESCOAMENTO EM ENCANAMENTOS E CONDUTOS DEFINIÇÕES Encanamento Constituído por um ou vários tubos destinados ao transporte de fluídos (líquidos e gases). Adutoras, oleodutos, gasodutos etc. Condutos São dispositivos de forma geométrica definida destinados ao transporte de líquidos. Cursos d’agua, canais, galerias, aquedutos livres etc. Muitas vezes estas palavras são tomadas co sinônimo. Conduto Forçado Chamamos de conduto forçado ao conduto no qual o líquido escoa sob pressão diferente da pressão atmosférica. A canalização funciona sempre totalmente cheia e o conduto é sempre fechado. Conduto Livre São condutos que apresentam em qualquer ponto da sua super fície livre pressão igual a pressão atmosférica. Os condutos livres operam sempre por gravidade. Linhas e Tubos de Corrente De um líquido são linhas orientadas segundo a velocidade do lí- quido e possuem a propriedade de não serem atravessadas por Partículas do fluído. REGIMES DE ESCOAMENTO Tipos de Regimes de Escoamento Regime Laminar ou Lamelar As trajetórias das partículas em movimento são bem definidas e não se cruzam. Regime Turbulento Se caracteriza pelo movimento desordenado das partículas. Número de Reynolds É um número adimensional utilizado na caracterização do regime de escoamento a que um líquido está submetido. R número de Reynolds V velocidade de escoamento do fluído (m/s) D diâmetro da canalização (m) viscosidade cinemática (m²/s). Se R < 2000 o escoamento é laminar Se 2000 < R < 4000 zona de limite entre laminar e turbulento Se R > 4000 o escoamento será turbulento PERDA DE CARGA Definição É a perda de energia que ocorre quando um fluído escoa através de uma canalização. Esta perda é devida ao atrito interno existente entre as partícu- las constituindes do fluído (viscosidade) e ao atrito do fluído con tra as paredes da canalização na qual ele escoa. Classificação das Perdas de Carga Perda de carga ao longo da tubulação; Perda de carga locais, localizadas ou acidentais (conexões) Perdas de Carga ao longo das Canalizações Fatores Intervenientes Resistência ao escoamento Diretamente proporcional ao comprimento da canalização; Inversamente proporcional a uma potência do diâmetro; Função de uma potência da velocidade; Variável com a natureza das paredes dos tubos; Independe da posição do tubo; Independe da pressão interna sob a qual o líquido escoa. Fórmula de Darcy e Weisbach ou fórmula universal de perda de carga hf – perda de carga (m) f – Coeficiente de atrito (tabelado) L – comprimento da tubulação (m) V – velocidade média (m/s) D – diâmetro da canalização (m) g – aceleração da gravidade (m) Natureza das Paredes dos Tubos: Rugosidade Fatores de Influência Material empregado na fabricação dos tubos; Processo na fabricação dos tubos; Comprimento dos tubos e número de juntas; Estado de conservação das paredes dos tubos; Tipo de revestimento dos tubos; Emprego de medidas protetoras durante o funcionamento. Agentes prejudiciais Oxidação seguido por corrosão; Deposição progressiva de substâncias contidas nas águas, cau- sando – incrustações - diminuindo a seção de vazão. Diagrama de Rouse e Moody
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