Buscar

182 Recurso Inominado – JEC

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do Juizado Especial Cível da Comarca de Mogi das Cruzes, São Paulo.
Processo nº 0000000-00.0000.0.00.0000
Ação condenatória
L. R. G., já qualificado, por seu Advogado que esta subscreve (mandato incluso), com escritório na Rua Francisco Martins, nº 00, Centro, Mogi das Cruzes-SP, CEP 00000-000, onde recebe intimações (e-mail: gediel@gsa.com.br), nos autos do processo que lhe move U. T. S., vem à presença de Vossa Excelência, não se conformando, data venia, com a respeitável sentença de fls. 00, recorrer, com amparo no art. 41 da Lei nº 9.099, de 26.9.95, para o Egrégio Colégio Recursal deste Juizado, na conformidade das inclusas razões.
Requer, para tanto, seja o presente recurso regularmente recebido e processado.
Termos em que
p. deferimento.
Mogi das Cruzes, 00 de fevereiro de 0000.
Gediel Claudino de Araujo Júnior
OAB/SP 000.000
RAZÕES DO RECURSO
Processo nº 0000000-00.0000.0.00.0000
Juizado Especial Cível do Foro de Mogi das Cruzes
Ação de condenação em dinheiro
Recorrente: L. R. G.
Recorrido: U. T. S.
Colenda Turma
Eméritos Julgadores
Dos fatos:
Em 00 de novembro de 0000, o recorrido interpôs reclamação asseverando, em apertada síntese, que o recorrente lhe causara prejuízos no valor total de R$ 5.500,00 (cinco mil, quinhentos reais), em razão de acidente de trânsito, onde o carro do reclamante teria sido abalroado por trás pelo carro do recorrente.
Rejeitada a conciliação, procedeu-se a instrução, onde foram ouvidas duas testemunhas arroladas pelo reclamante. Sobreveio, então, a sentença de fls. 00, que entendendo estarem provados os fatos afirmados na reclamação, condenou o recorrente a pagar indenização no montante requerido, acrescido de juros de mora e correção monetária.
Em síntese, o necessário.
Preliminarmente:
“Da nulidade da sentença.”
O art. 38 da Lei nº 9.099/95 determina que a sentença proferida nos juizados especiais deve apresentar “breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência”. Tal preceito vem em socorro do princípio da simplicidade, da informalidade e da celeridade que orientam o procedimento no juizado de pequenas causas, todavia, não têm o condão de dispensar apresente o Magistrado, em detalhes, as razões que formaram seu convencimento, sob pena de se afrontar o direito do recorrente à ampla defesa (art. 5º, LV, CF).
A sentença, fls. 00, não chega nem mesmo a atender os termos da liberal e discutível norma apontada, visto que limitou-se a declarar que os “fatos narrados na reclamação foram confirmados pelas testemunhas ouvidas”, sem fazer menção, mesmo que sucinta, ao que disse cada testemunha. Não apresentou o Magistrado, como seria de rigor, as razões que levaram ao seu convencimento, não refutou os argumentos apresentados pelo recorrente, não mostrou a justeza da indenização requerida.
A informalidade do juizado especial não pode servir de desculpa para que os direitos do recorrente sejam atropelados e ignorados. A respeitável sentença, ora impugnada, não reúne, data venia, os mínimos requisitos para amparar um édito condenatório, estando maculada em sua formalidade, razão pela qual deve ser declarada nula.
Do mérito:
A defesa de mérito, se a tanto chegar-se, encontra-se irremediavelmente prejudicada, em razão da sentença não trazer as razões que levaram o Magistrado a decidir da forma como o fez. No entanto, considerando que uma manifestação sobre o pedido do recorrido se faz absolutamente necessária, passa-se, então, a fazer uma percuciente análise dos elementos que se encontram nos autos.
Em sua reclamação, o recorrido informa que estava trafegando pela Avenida Voluntários da Pátria, na altura do número 00, quando uma criança saiu da calçada e inadvertidamente cruzou a via pública, o que o forçou a uma freada brusca, sendo, então, colhido por trás pelo carro do recorrente, que, segundo afirmou, não guardava uma distância de segurança de seu veículo.
Nestas circunstâncias, pode parecer ao açodado observador que a culpa é claramente do recorrente, dado que, como argumentou na sentença o Magistrado, “a cautela era de ser exigida do requerido”. Todavia, há fatos que devem ser considerados: primeiro, nenhuma das testemunhas ouvidas em juízo confirmou ter visto uma criança cruzando a pista; segundo, a colisão deu-se logo após uma curva fechada, que tirava toda a visão do requerido; terceiro, o requerente não sinalizou adequadamente seu movimento.
Ao contrário do que afirmou o reclamante, este vinha em alta velocidade e pouco depois de passar do recorrente, abruptamente, quinou o carro para a esquerda freando o carro ao ver um amigo na calçada, que inclusive era uma das testemunhas.
Tendo agido de maneira não usual, isto é, parado seu carro na via de circulação, caberia ao requerente demonstrar que o fizera de forma adequada, respeitando os limites de segurança, o que, como se observa dos autos, não o fez.
Veja-se que neste caso a presunção de que quem bate atrás está errado deve ser afastada, dado que as circunstâncias estão a indicar que quem agiu de forma imprudente foi justamente o reclamante.
Do valor da indenização:
Caso este ilustre Colegiado afaste a preliminar e, no mérito, confirme a sentença, ignorando os elementos presentes nos autos, deve necessariamente diminuir o valor da indenização, que encontra-se desproporcional com prejuízos efetivamente sofridos pelo recorrido. Para tanto, bastaria o fato de o requerente ter apresentado apenas um orçamento.
Segundo o “jornal do carro”, cópia anexa, o valor de mercado do veículo do reclamante é de aproximadamente R$ 8.600,00 (oito mil, seiscentos reais), ou seja, o valor pedido representa mais de cinquenta por cento do valor do carro. Porém, conforme se vê das fotos juntadas aos autos, fls. 00, o dano foi tão somente no lado esquerdo da traseira do veículo. Pergunta-se, então, como explicar orçamento tão elevado?
Na verdade, não há como explicar, sendo o abuso evidente.
Destarte, confirmando-se a condenação, é de rigor determine-se a diminuição do valor imposto para apenas R$ 1.500,00 (um mil, quinhentos reais), visto que o único orçamento juntado aos autos encontra-se obviamente exagerado.
Ante o exposto, requer-se o provimento do presente recurso, com escopo de decretar-se a nulidade da r. sentença de fls. 00, determinando-se, então, seja efetuada nova audiência de instrução e nova sentença, ou, no mérito, a improcedência da reclamação, visto não ter ficado demonstrada a responsabilidade do recorrente pelo sinistro, ou, por fim, no improvável caso de a sentença ser confirmada, a diminuição do valor da condenação para o importe de R$ 1.500,00 (um mil, quinhentos reais).
Termos em que
p. deferimento.
Mogi das Cruzes, 00 de fevereiro de 0000.
Gediel Claudino de Araujo Júnior
OAB/SP 000.000

Outros materiais