Buscar

TEORIA DA NORMA JURÍDICA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

TEORIA DA NORMA JURÍDICA.
1- QUE TIPOS DE NORMAS EXISTEM E O QUAL O PONTO EM COMUM ENTRE
ELAS?
Resposta: Além das normas jurídicas, pode-se citar as normas religiosas, que regulam o homem com sua divindade, as normas pessoais, que regulam o homem consigo mesmo. O ser humano pertence a vários grupos, havendo normas específicas para cada um. O elemento característico comum consiste no fato de serem proposições com finalidade de influenciar o comportamento dos indivíduos ou dos grupos.
2- QUAIS OS CRITÉRIOS DE VALORAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS E SEUS
RESPECTIVOS PROBLEMAS PRINCIPAIS?
Resposta: As normas podem ser valoradas quanto à justiça, à validade e à eficácia. No tocante à norma justa, há o problema deontológico do direito. Realiza-se um juízo de valor para verificar o contraste com o mundo ideal e mundo real da norma, o que “dever ser” com o que “é”. Quanto à validade, o problema está na existência da norma, adotado pelos filósofos como problema ontológico do direito. Ele resolve-se por meio de um juízo de fato. Realizam-se três operações: se a norma foi emanada por autoridade competente; se não foi ab-rogada; e se não é incompatível com outras normas, superiores ou de mesma hierarquia. Já a eficácia da norma, o problema consiste se a norma é ou não seguida pelas pessoas, problema fenomenológico do direito.
3- DIFERENCIE PROPOSIÇÃO E ENUNCIADO E DIGA O QUE ISSO INTERESSA AO JURISTA.
Resposta: Proposição consiste num conjunto de palavras que possuem um significado. Já o enunciado consiste na forma gramatical e linguística em que o significado é expresso. Nesse sentido, a mesma proposição poderá ser escrita de diversos enunciados e um mesmo enunciado poderá conter diversas proposições. O jurista, na sua atividade interpretativa, busca o significado da norma, isto é, sua proposição.
4- O QUE CARACTERIZA UMA PROPOSIÇÃO PRESCRITIVA?
Resposta: A proposição prescritiva, própria da linguagem jurídica, caracteriza-se pela função de modificar o comportamento do destinatário da norma de forma direta; pela aceitação do destinatário a sua execução, isto é, dispensa a crença do destinatário no seu conteúdo, somente se exige que ele aceite a sua execução; e pela valoração quanto a justiça e injustiça, validade e invalidade.
5- E AS PROPOSIÇÕES DESCRITIVAS?
Resposta : As proposições descritivas, próprias linguagem científica, tem a função de passar informação, notícias, transmitir o saber. Depende da crença do destinatário e seu juízo de valor consiste na falsidade ou verdade.
6- HÁ POSSIBILIDADE DE REDUZIR AS PROPOSIÇÕES PRESCRITIVAS EM
DESCRITIVAS?
Resposta: Bobbio entende não ser possível em reduzir uma proposição prescritiva em descritiva. A redução consistiria em transformar uma proposição prescritiva “Faça X” em uma proposição descritiva “Ou você faz X, ou lhe acontece Y”. Tal redução exigiria que toda proposição prescritiva sempre houvesse uma sanção, caso fosse descumprida. Como se sabe, há norma sem sanção, que é cumprida não por temor, mas sim por respeito. A impossibilidade, também se encontra na consequência da redução. Seria uma consequência desagradável” ao destinatário, expressão de um termo valorativo e não descritivo. Por fim, a impossibilidade da redução encontra-se na consequência atribuída em caso de execução, que não consiste em efeito naturalístico, típico das proposições descritivas, e sim imposta por pelo mesmo agente que impôs a ação.
7- E COMO SE CARACTERIZAM AS PROPOSIÇÕES EXPRESSIVAS? AS
PROPOSIÇÕES PRESCRITIVAS PODEM SER REDUZIDAS EM PROPOSIÇÕES
EXPRESSIVAS?
Resposta: As proposições expressivas são próprias da linguagem poética e evocam sentimento e levam o outro a participar de certa situação sentimental. Bobbio entende pela possibilidade da redução de uma proposição prescritiva em expressiva. A redução consistiria em transformar a proposição prescritiva “ Faça X”, na proposição expressiva “ Eu quero que você faça X”. A redução ainda revelaria uma proposição prescritiva, pois a funcionalidade dessa expressão se mantém em determinar uma ação, e não de realização por sentimento do destinatário. O comando é independente do sentimento de quem a realiza. Além disso, a vontade do legislador se separa da norma, já que a lei perdura no tempo, permanecendo a função de comando, pouco importando a vontade de origem de quem a elaborou.
8- COMO A PRESCRIÇÃO SE DISTINGUE QUANTO AO SUJEITO PASSIVO E ATIVO?
Resposta: Os imperativos são autônomos, quando quem estabelece a norma é o mesmo que a executa, e heterônomos, quando quem estabelece e executa a norma são pessoas distintas. Kant utiliza essa diferenciação para distinguir a moral do direito. Para ele, a moral é um imperativo autônomo, por ser um comando que o homem racional dá a si mesmo, não o recebe de nenhuma autoridade e sim da própria razão. O direito consiste em imperativo heterônomo, pois emana de algo externo ao homem, que o adere. Entretanto, Bobbio discorda da utilização da distinção de imperativos autônomos de heterônomos para diferenciar direito e moral. Para este autor, a moral religiosa encontra-se em prescrições emanadas da bíblia. Reconhece, também, a existência de imperativos autônomos no direito, tais como os contratos e tratados internacionais, que são executados pelas mesmas partes que o confeccionaram. Num Estado Democrático, o poder emana do povo, sendo as leis feitas pelo povo e por ele obedecidas, o que caracteriza o imperativo autônomo. O imperativo heterônomo estaria no regime autocrático.
9- COMO AS PRESCRIÇÕES SE DISTINGUE QUANTO À FORMA?
Resposta: As proposições prescritivas caracterizam-se em imperativos categóricos, que prescrevem ações boas em si mesmas, que não possuem condições para serem realizadas, e imperativos hipotéticos, que consistem em uma ação boa para alcançar um fim, apenas realizadas condicionalmente para alcançar esse fim. Kant utiliza essa distinção para separar direito e moral. Os imperativos categóricos seria a moral, chamados de normas éticas, por Kant. O direito estaria nos imperativos hipotéticos, que Kant divide em normas técnicas e normas pragmáticas. Bobbio discorda com Kant e entende que não dá para usar essa distinção para definir direito e moral. Entende Bobbio que há imperativos categóricos, definidos nos moldes de normas técnicas, que são prescrições descritivas, pois os resultados decorrentes da ação são naturais a ela.
10- DIFERENCIE COMANDOS DE CONSELHOS.
Resposta: Os comandos são comportamentos previstos pelo imperativo, são obrigatórios. Tem direito, impõe-se pela vontade de quem emite, o destinatário é obrigado a segui-lo, é dado no interesse de quem comanda e a responsabilidade é daquele que comanda.
Os conselhos são modos mais brandos, menos vinculantes, de interferir no comportamento alheio. Não pretende o direito, determina a vontade alheia em razão de seu conteúdo, o destinatário não é obrigado, é dado no interesse de quem aconselha, a responsabilidade é do aconselhado.
Os comandos e conselhos podem ser utilizados para distinguir direito e moral. O
direito obriga, sendo um conselho, e a moral aconselha.
11- NO QUE OS IMPERATIVOS SE RELACIONAM COM O DIREITO?
Resposta: As proposições do ordenamento jurídico são prescrições, chamadas pela doutrina antiga de teoria imperativista ou da norma jurídica como comando. A característica imperativista da norma jurídica é inegável, porém, o problema encontra-se no fato de ser todas as normas jurídicas imperativos e que tipos de imperativos o direito se refere. Bobbio refere a três requisitos da norma jurídica: o imperativismo, o estatismo (só é norma jurídica a que se origina do Estado) e o coatividade (só se considera norma jurídica quando existe coação); havendo doutrinador que aceita apenas a primeira teoria (August Thon), que aceita as duas primeiras ( Del Vecchio), e que admite as três teorias ( Carnelutti).
12- QUAL A DISTINÇÃO ENTRE IMPERATIVOS NEGATIVOS E POSITIVOS E
QUAL DELES REFERE-SE AO ORDENAMENTO JURÍDICO?
Resposta: Os imperativos positivos determinam uma ação, um fazer, enquanto os imperativosnegativos determinam uma não ação, um não fazer. No ordenamento jurídico há tanto os imperativos positivos quanto os imperativos negativos. Os jusnaturalistas distinguem essas duas espécies de imperativos, afirmando que os imperativos positivos referem-se a moral, enquanto os imperativos positivos referem-se ao direito. Tal distinção tem como base a função do Estado de abster-se de fazer o mal. Porém, a função do Estado não consiste apenas na abstenção, mas também na promoção (exemplificar com os direitos de primeira e segunda geração).
13- A NORMA JURÍDICA É UM COMANDO OU IMPERATIVO IMPESSOAL?
Resposta: Bobbio entende que os imperativos são comandos, não havendo distinção entre as duas expressões. Porém, Olivercrona formulou uma teoria para distinguir comandos e imperativos, tendo em vista a ausência de pessoalidade nos imperativos da norma jurídica. Para este autor, o comando exige a pessoalidade do emissor da norma, bem como destinatário certo, o que não ocorreria na norma jurídica. A norma jurídica seria um imperativo impessoal, já que não se identifica a figura o emissor, daquele que elaborou a norma, e o destinatário e geral, e não particularmente uma pessoa individualmente. Bobbio discorda, pois, além de não vislumbrar a diferença entre comando e imperativos, entende haver normas jurídicas pessoais, tais como a sentença ou um decreto do prefeito.
14- NO QUE SE DIFERENCIAM A TEORIAS EXCLUSIVA E MISTA DA NORMA
JURÍDICA E COMO ISSO REFLETE NAS NORMAS IMPERATIVAS E
PERMISSIVAS?
Resposta: A teoria exclusiva entende que as normas são imperativas, isto é, composta de proposições prescritivas que determinam ou influenciam o comportamento de alguém, enquanto a teoria mista entende que as normas jurídicas não são apenas imperativas. Bobbio traz, como teoria mista, o entendimento de que, paralelamente as normas imperativas, existem normas permissivas. Fichte elaborou a tese oposta a teoria exclusiva imperativista, que consiste no fato de que o direito, em sua essência, é composto apenas de normas permissivas, sendo as normas imperativas, para ele comandos, seriam normas morais. Bobbio discorda, pois o direito possui duas facetas, direito e dever, o direito só permite uma vez que, ao mesmo tempo comanda. As normas permissivas, para Bobbio, seria uma exceção ao que é comandado.
15- O QUE SERIAM REGRAS FINAIS? BOBBIO ADMITE ESSE TIPO DE
NORMA JURÍDICA?
Resposta: As regras finais, segundo Brunetti, não limitam a liberdade de agir do destinatário da norma, determinam um dever livre, que significa a possibilidade de não fazer o que ela prescreve, sem violá-la. Bobbio não as considera como fora das normas imperativas, pois, uma vez que tomada a decisão de agir como prescreve a norma definida como regra final de acordo com Brunetti deve agir conforme a norma. O exemplo disso está a norma que determina que prescreve a forma de testamento. Não sou obrigado a fazê-lo, porém, se o fizer, será de acordo com o prescrito na norma.
16- QUAIS AS DUAS TEORIAS NEGATIVISTAS TRAZIDAS POR NOBERTO
BOBBIO?
Resposta: Bobbio traz a doutrina de Kelsen, que defende ser a norma jurídica como juízo hipotético, e a doutrina de Giuliano, que define as normas jurídicas como juízos de valor. Essas duas teorias buscam negar a teoria imperativista, negam que as normas jurídicas sejam imperativos. Kelsen entende os comandos são exclusivos da moral. Entende que a norma jurídica é um juízo hipotético, havendo um nexo de condição (ilícito) e consequência (sanção). Já Giuliano entende que as normas jurídicas são a valoração de certos fatos, isto é, qualificam certos fatos como jurídicos, unem a certos fatos certas consequências, denominadas de consequências jurídicas. Bobbio discorda com essas teorias, pois todas acabam resultando em uma prescrição.
17- POR QUE RAVÁ ENTENDE QUE A NORMA JURÍDICA É UMA NORMA TÉCNICA?
Resposta: Ravà entende que as normas jurídicas são imperativos hipotéticos, e por isso, normas técnicas. Seus principais argumentos são que as normas jurídicas impõem uma obrigação e um direito subjetivo, são coercíveis e ações não boas em sim mesmas, sendo este seu caráter técnico. Considera o ordenamento jurídico como meio para atingir a paz social, sendo assim uma técnica, as normas que o compõe são normas técnicas.
18- NO QUE CONSISTE A SANÇÃO? ELA É EXCLUSIVAMENTE DA NORMA
JURÍDICA? HÁ NORMAS JURÍDICAS SEM SANÇÃO?
Resposta: A sanção é a resposta à violação da norma. Enquanto não ocorrência da determinação de uma norma científica, caracterizada por ser uma proposição descritiva, acarreta na alteração da lei, a violação de uma consequência de uma norma que seja uma proposição prescritiva acarreta na sanção, como forma de salvar a norma. Há sanção de normas morais, que são internalizadas. Há sanções de normas sociais, que não são institucionalizadas. Já as normas jurídicas são externas e institucionalizadas. Há normas não sancionadas no ordenamento jurídico, porém, tais normas não desnaturam a ideia básica de que a sanção faz parte da norma jurídica. Bobbio diz que as normas não sancionadas estão nas normas superiores, as quais possuem função de produzir o direito.

Outros materiais