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Processo Penal Aula 06

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DIREITO PROCESSUAL PENAL para o XXV EXAME DA OAB
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Renan Araujo Ð Aula 06	 	 	 	 	
	
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Hoje veremos as espŽcies de provas, alŽm da intercepta‹o das
comunica›es telef™nicas, matŽria muito importante!
Nesta aula temos muitos posicionamentos jurisprudenciais
importantes, portanto, aten‹o!
Bons estudos!
Prof. Renan Araujo
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DIREITO PROCESSUAL PENAL para o XXV EXAME DA OAB
Teoria e exerc’cios comentados
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1. DAS PROVAS EM ESPƒCIE
1.1. Exame de corpo de delito e per’cias em geral
O exame de corpo de delito nada mais Ž que a per’cia cuja finalidade
Ž comprovar a materialidade (existncia) das infra›es que deixam
vest’gios1. Nos termos do art. 158 do CPP:
Art. 158. Quando a infra‹o deixar vest’gios, ser‡ indispens‡vel o exame de
corpo de delito, direto ou indireto, n‹o podendo supri-lo a confiss‹o do
acusado.
O exame de corpo de delito pode ser direto, quando realizado pelo
perito diretamente sobre o vest’gio deixado, ou indireto, quando o
perito realizar o exame com base em informa›es veross’meis
fornecidas a ele2. Imagine um crime de estupro, no qual tenha sido
determinado o exame de corpo de delito mais de dois meses ap—s a
pr‡tica do crime.
CUIDADO! N‹o confundam exame de corpo de delito indireto com
prova testemunhal que supre o exame de corpo de delito. O art. 167
do CPP autoriza a comprova‹o do crime mediante prova testemunhal
quando os vest’gios n‹o mais existirem:
Art. 167. N‹o sendo poss’vel o exame de corpo de delito, por haverem
desaparecido os vest’gios, a prova testemunhal poder‡ suprir-lhe a falta.
No entanto, nesse caso, n‹o h‡ exame de corpo de delito indireto, mas
mera prova testemunhal.
No exame de corpo de delito indireto, h‡ um laudo, firmado por perito,
atestando a ocorrncia do delito, embora esse laudo n‹o tenha sido feito
com base no contato direto com os vest’gios do crime.3
Parte da Doutrina, na verdade, entende que o exame de corpo de
delito indireto n‹o Ž bem um exame, pois n‹o se est‡ a inspecionar ou
vistoriar qualquer coisa.
Este exame pode ocorrer tanto na fase investigat—ria quanto na fase
de instru‹o do processo criminal. Inclusive, o art. 184 do CPP determina
que a autoridade n‹o pode indeferir a realiza‹o de exame de corpo de
delito.
																																																													
1 NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execu‹o penal. 12.¼ edi‹o. Ed.
Forense. Rio de Janeiro, 2015, p.350
2 NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 350
3 PACELLI, Eugnio. Curso de processo penal. 16¼ edi‹o. Ed. Atlas. S‹o Paulo, 2012, p. 421
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O exame de corpo de delito Ž, em regra, obrigat—rio nos crimes que
deixam vest’gios. Entretanto, como vimos, o art. 167 do CPP autoriza
o suprimento deste exame pela prova testemunhal quando os
vest’gios tiverem desaparecido. A Doutrina critica isto, ao argumento
de que n‹o s— a prova testemunhal poderia suprir, mas qualquer outra
prova, como, por exemplo, a prova documental, sendo descabida a
diferencia‹o. Em raz‹o disso, a JURISPRUDæNCIA SE CONSOLIFICOU
NO SENTIDO DE QUE QUALQUER PROVA, E NÌO Sî A
TESTEMUNHAL, PODEM SUPRIR O EXAME NESSA HIPîTESE.
O exame de corpo de delito tambŽm est‡ dispensado no caso
de infra›es de menor potencial ofensivo (de competncia dos
Juizados Criminais), desde que a inicial acusat—ria venha acompanhada
de boletim mŽdico, ou prova equivalente, atestando o fato (art. 77, ¤ 1¡
da Lei 9.099/95).
Existem algumas formalidades na realiza‹o desta prova (previstas
entre o art. 159 e 166 do CPP), dentre elas, a necessidade de que ser
trate de UM PERITO OFICIAL, ou DOIS PERITOS NÌO OFICIAIS.
Assim, lembrem-se: Se for perito oficial, basta um. Caso n‹o seja
perito oficial, DEVEM SER DOIS (art. 159 e seu ¤ 1¡ do CPP). No caso
de peritos n‹o oficiais, estes dever‹o prestar compromisso (art. 159, ¤
2¡ do CPP). PorŽm, se a per’cia for complexa, que abranja mais de
uma ‡rea de conhecimento, poder‡ o Juiz designar MAIS de um
perito oficial (nesse caso, a parte tambŽm poder‡ indicar mais de um
assistente tŽcnico).
As partes, o ofendido e o assistente de acusa‹o podem formular
quesitos, indicar assistentes tŽcnicos e requerer esclarecimentos
aos peritos (art. 159, ¤¤ 3¡, 4¡ e 5¡ do CPP). Embora o CPP n‹o diga
expressamente que o assistente tŽcnico e o ofendido possam requerer
esclarecimentos ao perito, isto decorre da l—gica do art. 271 do CPP:
Art. 271. Ao assistente ser‡ permitido propor meios de prova, requerer
perguntas ˆs testemunhas, aditar o libelo e os articulados, participar do
debate oral e arrazoar os recursos interpostos pelo MinistŽrio Pœblico, ou por
ele pr—prio, nos casos dos arts. 584, ¤ 1o, e 598.
A Jurisprudncia e Doutrina majorit‡rias vm entendendo que estas
possibilidades citadas s‹o restritas ˆ fase judicial, atŽ pela reda‹o do
CPP, que fala em ÒacusadoÓ e n‹o em ÒindiciadoÓ.
O assistente tŽcnico s— comear‡ a atuar a partir de sua admiss‹o
pelo Juiz, que Ž obrigat—ria, salvo se houver —bices processuais
relevantes. A n‹o admiss‹o de assistente tŽcnico sem motivo relevante
pode ensejar a impetra‹o de Habeas Corpus.
CUIDADO! N‹o confundam o direito de formular quesitos (prŽvios ao
laudo), com o direito de solicitar esclarecimentos ao perito (posterior ao
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laudo), em raz‹o de dœvidas sobre o laudo apresentado.
O art. 159, ¤ 5¡, II do CPP, possibilita, ainda, que os assistentes
tŽcnicos sejam inquiridos em audincia, do que decorre a interpreta‹o de
que possam, tambŽm, ser alvo de pedidos de esclarecimentos quanto aos
laudos que apresentarem (os assistentes tŽcnicos podem apresentar seus
pr—prios laudos).
Do laudo pericial podem decorrer, portanto, as seguintes conclus›es:
¥ Peritos convergem em seu entendimento Ð Juiz pode concordar
com eles, fundamentando sua decis‹o no laudo. Juiz pode discordar
do laudo, fundamentando sua decis‹o em outros elementos de prova
constantes dos autos;
¥ Peritos divergem em suas conclus›es:
¥ Juiz nomeia terceiro perito, que concorda com um
deles Ð Juiz pode concordar ou n‹o com a conclus‹o do terceiro;
¥ Juiz nomeia terceiro, que discorda de ambos Ð Juiz pode
mandar realizar outro exame ou concordar com o laudo de qualquer
dos trs peritos (os dois primeiros ou o desempatador);
Mas, professor, o Juiz pode discordar do laudo? Pode sim. Esta
previs‹o est‡ contida no art. 182 do CPP:
Art. 182. O juiz n‹o ficar‡ adstrito ao laudo, podendo aceit‡-lo ou rejeit‡-lo,
no todo ou em parte.
A isso se d‡ o nome de sistema liberat—rio de aprecia‹o da
prova pericial. Esse sistema guarda estreita rela‹o com o j‡ estudado
sistema do livre convencimento motivado de aprecia‹o da prova,
previsto no art. 155 do CPP.4
Vou elencar, abaixo, algumas regrinhas para determinadas espŽcies
de per’cias:
ESPƒCIE DE
PERêCIA
REGRAMENTO DO CPP
AUTîPSIA ¥ Pelo menos seis horas ap—s o —bito
(salvo se pelos sinais da morte os peritos
entenderem que pode ser feita antes)
¥ No caso de morte violenta, basta o exame
externo do cad‡ver4 NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 368/369. Isso n‹o significa, porŽm, que o Juiz poder‡
deixar de acatar a conclus‹o pericial Òa seu bel prazerÓ, de forma arbitr‡ria. O Juiz dever‡
fundamentar, de acordo com as demais provas nos autos, por quais raz›es n‹o aceita as
conclus›es externadas pelos peritos.
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¥ Os cad‡veres ser‹o sempre fotografados na
posi‹o em que forem encontrados, bem
como as les›es externas e vest’gios deixados
no local
¥ Para melhor esclarecer as les›es
encontradas, os peritos, quando poss’vel,
juntar‹o ao laudo do exame provas
fotogr‡ficas, esquemas ou desenhos,
devidamente rubricados
¥ Ser‹o arrecadados e autenticados todos os
objetos encontrados que possam ser œteis ˆ
identifica‹o do cad‡ver
LESÍES
CORPORAIS
¥ Caso o primeiro exame tenha sido
incompleto, ser‡ procedido a novo exame,
por determina‹o da autoridade policial ou
do Juiz
¥ O exame complementar pode ser
determinado de of’cio (sem requerimento de
ninguŽm) ou a requerimento do MP, do
ofendido, do acusado ou de seu defensor
¥ No exame complementar os peritos ter‹o em
m‹os auto de corpo de delito, para poderem
complement‡-lo ou retific‡-lo (caso contenha
erros)
¥ Se a finalidade for comprovar que se trata de
crime de les‹o corporal GRAVE (por deixar
a v’tima afastada de suas atividades
habituais por mais de 30 dias), dever‡ o
exame ser realizado logo ap—s o prazo de 30
dias
¥ A ausncia do exame complementar pode ser
suprida pela prova testemunhal
ANçLISE DE
DESTRUI‚ÌO DE
COISAS OU
ROMPIMENTO DE
OBSTçCULO
¥ Os peritos, alŽm de descrever os vest’gios,
indicar‹o com que instrumentos, por que
meios e em que Žpoca presumem ter
sido o fato praticado, podendo proceder-
se, quando necess‡rio, ˆ avalia‹o de coisas
destru’das, deterioradas ou que constituam
produto do crime
INCæNDIO Deve ser verificada (o):
¥ A causa e o lugar em que houver comeado
¥ O perigo que dele tiver resultado para a vida
ou para o patrim™nio alheio
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¥ A extens‹o do dano e o seu valor
¥ Demais circunst‰ncias que interessarem ˆ
elucida‹o do fato
RECONHECIMENTO
DE ESCRITOS
Devem ser observadas as seguintes regras
(literalidade do CPP):
¥ A pessoa a quem se atribua ou se possa
atribuir o escrito ser‡ intimada para o ato, se
for encontrada
¥ Para a compara‹o, poder‹o servir
quaisquer documentos que a dita pessoa
reconhecer ou j‡ tiverem sido judicialmente
reconhecidos como de seu punho, ou sobre
cuja autenticidade n‹o houver dœvida
¥ A autoridade, quando necess‡rio, requisitar‡,
para o exame, os documentos que existirem
em arquivos ou estabelecimentos pœblicos,
ou nestes realizar‡ a diligncia, se da’ n‹o
puderem ser retirados
¥ Quando n‹o houver escritos para a
compara‹o ou forem insuficientes os
exibidos, a autoridade mandar‡ que a pessoa
escreva o que lhe for ditado. Se estiver
ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta
œltima diligncia poder‡ ser feita por
precat—ria, em que se consignar‹o as
palavras que a pessoa ser‡ intimada a
escrever (CUIDADO! O acusado n‹o est‡
obrigado a fornecer os padr›es gr‡ficos
para a realiza‹o do exame, ou seja, n‹o
est‡ obrigado a escrever nada, pelo princ’pio
do nemo tenetur se detegere, ou seja,
ninguŽm pode ser obrigado a produzir prova
contra si pr—prio).
(FGV Ð 2017 Ð OAB Ð XXII EXAME DE ORDEM)
Fagner, irm‹o de Vitor, compareceu ˆ Delegacia e narrou que foi
v’tima de agress›es que lhe causaram les‹o corporal de natureza
leve. Afirmou Fagner, em sede policial, que Vitor desferiu um soco
em seu rosto, deixando a agress‹o vest’gios, mas esclareceu que
n‹o necessitou de atendimento mŽdico. Apesar de demonstrar
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interesse inequ’voco em ver seu irm‹o responsabilizado
criminalmente pelo ato praticado, n‹o assinou termo de
representa‹o formal, alŽm de n‹o realizar exame de corpo de
delito. Vitor foi denunciado pela pr‡tica do crime do Art. 129, ¤ 9o,
do C—digo Penal.
Durante a instru‹o, Fagner n‹o foi localizado para ser ouvido,
n‹o havendo outras testemunhas presenciais. Vitor, em seu
interrogat—rio, contudo, confirmou que desferiu um soco no rosto
de seu irm‹o. Em rela‹o aos documentos do processo, consta
apenas a Folha de Antecedentes Criminais do acusado.
Considerando apenas as informa›es narradas na hip—tese,
assinale a afirmativa correta.
A) O processo deve ser extinto sem julgamento do mŽrito, pois a
representa‹o do ofendido necessariamente deve ser expressa e
formal.
B) N‹o existe prova da materialidade, pois, quando a infra‹o
penal deixa vest’gios, o exame de corpo de delito Ž indispens‡vel,
n‹o podendo supri-lo a confiss‹o do acusado.
C) N‹o existe prova da materialidade, pois o C—digo de Processo
Penal apenas admite o exame de corpo de delito direto.
D) Existe prova da materialidade, pois o C—digo de Processo Penal
admite a figura do exame de corpo de delito indireto e este
ocorreu no caso concreto.
COMENTçRIOS: Primeiramente, o processo n‹o deve ser extinto, pois
houve representa‹o da v’tima, ainda que verbal. A representa‹o pode
ser feita de forma verbal ou escrita, nos termos do art. 39 do CPP.
Com rela‹o ˆ necessidade do exame de corpo de delito, o art. 158 do
CPP estabelece que nos crimes que deixam vest’gios, a realiza‹o do
exame de corpo de delito Ž indispens‡vel, n‹o podendo ser suprida pela
confiss‹o do acusado. Caso n‹o seja mais poss’vel a realiza‹o do exame,
Ž poss’vel a comprova‹o da materialidade do crime por meio de outras
provas, mas n‹o unicamente pela confiss‹o do acusado.
Ainda se poderia argumentar que se trata de infra‹o de menor potencial
ofensivo, logo, estaria dispensado o exame de corpo de delito, nos termos
do art. 77, ¤1¼ da Lei 9.099/95. Todavia, neste caso, a materialidade
deveria estar comprovada por boletim mŽdico ou prova equivalente, o
que n‹o havia.
Logo, a materialidade do delito n‹o foi devidamente comprovada.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
(FGV Ð 2010 Ð PC-AP Ð DELEGADO DE POLêCIA)
Relativamente ao tema prova, analise as afirmativas a seguir:
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I. Em caso de les›es corporais, se o primeiro exame pericial tiver
sido incompleto, proceder-se-‡ a exame complementar por
determina‹o da autoridade policial ou judici‡ria, de of’cio, ou a
requerimento do MinistŽrio Pœblico, do ofendido ou do acusado,
ou de seu defensor.
II. No exame para o reconhecimento de escritos, por compara‹o
de letra, quando n‹o houver escritos para a compara‹o ou forem
insuficientes os exibidos, a autoridade mandar‡ que a pessoa
escreva o que Ihe for ditado, n‹o podendo o indiciado recusar-se
sob pena de crime de desobedincia.
III. O juiz ficar‡ adstrito ao laudo, n‹o podendo aceit‡-lo ou
rejeit‡-lo apenas em parte.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somentea afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
COMENTçRIOS:
I Ð CORRETA: Esta Ž a reda‹o do art. 168 do CPP:
Art. 168. Em caso de les›es corporais, se o primeiro exame pericial
tiver sido incompleto, proceder-se-‡ a exame complementar por
determina‹o da autoridade policial ou judici‡ria, de of’cio, ou a requerimento
do MinistŽrio Pœblico, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.
II Ð ERRADA: A primeira parte est‡ correta, nos termos do art. 174, IV do
CPP. Contudo, a segunda parte est‡ errada, eis que o rŽu pode se negar a
fornecer os elementos gr‡ficos para a realiza‹o do exame, em
homenagem ao princ’pio de que ninguŽm ser‡ obrigado a produzir prova
contra si.
III Ð ERRADA: Item errado, pois o Juiz pode rejeitar o laudo, no todo ou
em parte, nos termos do art. 182 do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
(FGV Ð 2014 Ð TJ-RJ Ð TƒCNICO JUDICIçRIO)
Para um adequado exerc’cio da jurisdi‹o pelo Estado, os
auxiliares da Justia tm papel de fundamental relevo. Sobre esse
tema, o C—digo de Processo Penal prev que:
(A) as partes n‹o intervir‹o na nomea‹o do perito;
(B) somente o perito oficial est‡ sujeito ˆ disciplina judici‡ria;
(C) n‹o cabe condu‹o coercitiva do perito que deixar de
comparecer sem justa causa;
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(D) as causas de suspei‹o dos magistrados n‹o s‹o aplic‡veis
aos peritos;
(E) n‹o podem ser peritos os menores de 16 anos e os maiores de
70 anos.
COMENTçRIOS:
A) CORRETA: A nomea‹o do perito Ž atribui‹o do Juiz, que dever‡
escolher um profissional de sua confiana, n‹o havendo participa‹o das
partes, nos termos do art. 276 do CPP.
B) ERRADA: Tanto o perito oficial quanto o n‹o oficial est‹o sujeitos ˆ
disciplina judici‡ria, nos termos do art. 275 do CPP.
C) ERRADA: O Juiz poder‡ determinar a condu‹o coercitiva do perito,
nos termos do art. 278 do CPP.
D) ERRADA: Item errado, pois o art. 280 Ž expl’cito ao estender aos
peritos as causas de suspei‹o dos Ju’zes.
E) ERRADA: N‹o h‡ idade m‡xima para o desempenho do encargo, mas
n‹o poder‹o ser peritos os menores de 21 anos, nos termos do art. 279
do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
1.2. Interrogat—rio do rŽu
O interrogat—rio do rŽu (interrogat—rio na fase judicial) Ž o ato
mediante o qual o Juiz procede ˆ oitiva do acusado acerca do fato que lhe
Ž imputado. O interrogat—rio, modernamente, Ž considerado como UM
DIREITO SUBJETIVO DO ACUSADO5 (previsto, inclusive, no art. 5¡,
LXIII), pois se entende que faz parte do seu direito ˆ defesa pessoal
(subdivis‹o da ampla defesa, que conta, tambŽm com a defesa tŽcnica,
patrocinada por profissional habilitado).
Assim, atualmente, se entende que o interrogat—rio Ž meio de
prova e meio de defesa do rŽu.6
Existe varia‹o quanto ao momento em que ocorrer‡, a depender do
procedimento que seja adotado:
¥ Procedimento comum ordin‡rio e sum‡rio, rito da Lei
9.099/95 e procedimento relativo aos crimes de competncia
do Tribunal do Jœri Ð Ser‡ realizado ap—s a produ‹o da prova oral
na audincia.
																																																													
5 Negar este direito ao acusado Ž causa de nulidade absoluta. PACELLI, Eugnio. Op. cit., p. 392
6 Existem quatro posi›es doutrin‡rias a respeito: a) trata-se de meio de prova; b) trata-se de
meio de defesa; c) trata-se de meio de prova e meio de defesa; d) trata-se de meio de defesa e,
em segundo plano, meio de prova. A primeiro Ž corrente isolada. As demais possuem bons
adeptos. Contudo, prevalece a tese de que se trata de meio de prova e meio de defesa (embora a
corrente que sustente tratar-se apenas de meio de defesa tambŽm possua bons defensores).
NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 369/370
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¥ Procedimento previsto para os crimes da Lei de Drogas e
abuso de autoridade Ð Ser‡ realizado antes da instru‹o criminal.
Mas essa regra do interrogat—rio do rŽu, nos crimes da lei de
drogas, ocorrer antes da oitiva das testemunhas Ž considerada
constitucional pela jurisprudncia? Sim. O STJ entende que n‹o h‡
nenhuma ilegalidade, por haver previs‹o espec’fica na lei de drogas, o
que derroga a previs‹o geral contida no CPP7 (interrogat—rio ao final).
TambŽm se entende n‹o haver inconstitucionalidade (suposta viola‹o ao
contradit—rio).
O rŽu pode ser interrogado, ainda, nos Tribunais (nos termos do art.
616 do CPP).
O interrogat—rio do rŽu possui algumas caracter’sticas. S‹o elas:
1) Obrigatoriedade Ð Tratando-se de direito do rŽu, em raz‹o do
subprinc’pio da autodefesa, dever‡ ser aprazado seu interrogat—rio, na
forma da lei processual, sob pena de nulidade, nos termos do art. 564,
III, e do CPP.
Mas e se o rŽu, mesmo intimado, n‹o comparece ao
interrogat—rio? E se ele estiver foragido? H‡ nulidade? A quest‹o
n‹o Ž pac’fica, sendo divididos os entendimentos na Doutrina e na
Jurisprudncia. Entretanto, vem se formando o entendimento de que,
nestes casos, tendo o rŽu sido intimado para seu interrogat—rio,
caso n‹o comparea, estaria suprida a obrigatoriedade com a sua
mera intima‹o8, pois o exerc’cio de sua autodefesa seria facultativo (o
que seria obrigat—rio seria a apresenta‹o da defesa tŽcnica, pelo
profissional habilitado).
Quando o rŽu est‡ foragido e vem a ser preso, a Doutrina e a
Jurisprudncia vm entendendo que ele deve ser imediatamente ouvido,
sob pena de nulidade absoluta.
2) Ato personal’ssimo do rŽu - Somente o rŽu pode prestar seu
depoimento, n‹o podendo ser tomado seu interrogat—rio mediante
procura‹o.
																																																													
7 (...) I - A ordem dos atos processuais, para a apura‹o de crimes relacionados ao
tr‡fico de drogas, observa o regramento espec’fico estabelecido no art. 57 da Lei n.
11.343/2006 e n‹o o estatuto geral do C—digo de Processo Penal. ƒ leg’timo o
interrogat—rio do RŽu antes da ouvida das testemunhas de acusa‹o. Precedentes das
Turmas que comp›e a 3» Se‹o desta Corte.
II - Agravo Regimental improvido.
(AgRg no RHC 40.647/MG, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, QUINTA TURMA, julgado em
11/03/2014, DJe 18/03/2014)
8 H‡ quem sustente, ainda, que a possibilidade de condu‹o coercitiva do acusado (art. 260) s—
ser‡ poss’vel quando o Juiz tiver dœvida sobre a perfeita qualifica‹o do acusado. NUCCI,
Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 371
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E se o rŽu n‹o possuir condi›es de se submeter ao
interrogat—rio? Nesse caso, das duas uma: se ele se tornou inimput‡vel
ap—s cometer o crime, o processo deve ficar suspenso (nos termos do art.
152 do CPP). Se ele j‡ era inimput‡vel ˆ Žpoca do fato, o processo segue
com curador (art. 151 do CPP), n‹o sendo exig’vel o interrogat—rio
(Posi‹o adotada pelo STF).
3) Oralidade - Em regra, o interrogat—rio deve se dar mediante
formula‹o de perguntas e apresenta‹o de respostais orais. No entanto,
isso sofre mitiga‹o no caso de surdos, mudos, surdos-mudos e
estrangeiros.
O CPP regulamenta estas hip—teses nos arts. 192e 193. Vejamos:
Art. 192. O interrogat—rio do mudo, do surdo ou do surdo-mudo ser‡ feito
pela forma seguinte: (Reda‹o dada pela Lei n¼ 10.792, de 1¼.12.2003)
I - ao surdo ser‹o apresentadas por escrito as perguntas, que ele responder‡
oralmente; (Reda‹o dada pela Lei n¼ 10.792, de 1¼.12.2003)
II - ao mudo as perguntas ser‹o feitas oralmente, respondendo-as por
escrito; (Reda‹o dada pela Lei n¼ 10.792, de 1¼.12.2003)
III - ao surdo-mudo as perguntas ser‹o formuladas por escrito e do mesmo
modo dar‡ as respostas. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 10.792, de 1¼.12.2003)
Par‡grafo œnico. Caso o interrogando n‹o saiba ler ou escrever, intervir‡ no
ato, como intŽrprete e sob compromisso, pessoa habilitada a entend-lo.
(Reda‹o dada pela Lei n¼ 10.792, de 1¼.12.2003)
Art. 193. Quando o interrogando n‹o falar a l’ngua nacional, o interrogat—rio
ser‡ feito por meio de intŽrprete. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 10.792, de
1¼.12.2003)
4) Publicidade - O interrogat—rio, como todo e qualquer ato
processual, em regra Ž pœblico, atŽ por fora do que disp›e o art. 93, IX
da Constitui‹o da Repœblica. No entanto, em determinados casos,
pode o Juiz determinar a limita‹o da publicidade do ato. Essa
decis‹o pode ser a requerimento da parte, do MP ou, atŽ mesmo, de
of’cio.
O Juiz limitar‡ a publicidade do ato sempre que isso puder implicar
em preju’zo ao processo ou perturba‹o da ordem pœblica.
5) Individualidade - Se existirem dois ou mais rŽus, o CPP
determina que cada um seja ouvido individualmente (art. 191 do CPP),
n‹o podendo, inclusive, que um presencie o interrogat—rio do outro.
6) Faculdade de formula‹o de perguntas pela acusa‹o e
pela defesa - Antes do advento da Lei 10.792/03, que alterou o CPP, o
interrogat—rio era ato privativo do Juiz, pois s— a ele cabia fazer perguntas
ao rŽu.
Atualmente, com a nova reda‹o do art. 188 do CPP, o Juiz deve
permitir que, ap—s a realiza‹o de suas perguntas, cada parte (primeiro a
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acusa‹o, depois a defesa), formulem perguntas ao interrogando, caso
queiram.
AlŽm disso, a altera‹o promovida foi bastante salutar, eis que
modernamente, como disse, o interrogat—rio Ž meio de defesa do rŽu e,
assim, nada mais justo que permitir ao advogado da defesa interrogar o
acusado de forma a fazer constar nos autos alguma declara‹o sua que
repute pertinente!
Apesar das altera›es, o sistema presidencialista permanece. Mas o
que Ž o sistema presidencialista? Esse sistema significa que as
perguntas s‹o formuladas ao Juiz, que as direciona ao
interrogando, podendo, inclusive, indeferir as perguntas que forem
irrelevantes ou impertinentes, ou, ainda, aquelas que j‡ tenham
eventualmente sido respondidas.
CUIDADO! No julgamento dos processos do Jœri, as perguntas ser‹o
realizadas diretamente pela acusa‹o e pela defesa ao interrogando (art.
474, ¤ 1¡ do CPP). J‡ as perguntas feitas eventualmente pelos jurados
seguem o sistema presidencialista (art. 474, ¤ 2¡ do CPP).
7) Procedimento - O interrogat—rio do rŽu ser‡ realizado
obrigatoriamente na presena de seu advogado, sendo-lhe assegurado o
direito de entrevista prŽvia e reservada com este. Nos termos do CPP:
Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judici‡ria, no curso
do processo penal, ser‡ qualificado e interrogado na presena de seu
defensor, constitu’do ou nomeado. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 10.792, de
1¼.12.2003)
(...)
¤ 5o Em qualquer modalidade de interrogat—rio, o juiz garantir‡ ao rŽu o
direito de entrevista prŽvia e reservada com o seu defensor; se realizado por
videoconferncia, fica tambŽm garantido o acesso a canais telef™nicos
reservados para comunica‹o entre o defensor que esteja no pres’dio e o
advogado presente na sala de audincia do F—rum, e entre este e o preso.
(Inclu’do pela Lei n¼ 11.900, de 2009)
ATEN‚ÌO! Esta garantia (imprescindibilidade do advogado no
interrogat—rio) Ž restrita ao interrogat—rio judicial, n‹o sendo
aplic‡vel ao interrogat—rio em sede policial. Por dois motivos:
1) O ¤5¡ do art. 185 fala em ÒJuizÓ e ÒrŽuÓ. No interrogat—rio quem
preside o interrogat—rio Ž o Delegado, e n‹o h‡ rŽu, mas apenas
indiciado.
2) A presena do advogado Ž corol‡rio do contradit—rio e da ampla
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defesa, princ’pios que n‹o incidem, em regra, na investiga‹o policial.
CUIDADO! O STJ entende que se o interrogat—rio foi realizado antes
da entrada em vigor da Lei 12.792/03 (que passou a exigir a
presena do advogado no interrogat—rio judicial), a eventual ausncia
do defensor n‹o caracteriza nenhuma nulidade.9
Mas e se n‹o for assegurada ao rŽu a entrevista prŽvia com
seu defensor? A Doutrina se divide. Uns entendem que a nulidade Ž
relativa (s— se declarar‡ a nulidade caso seja comprovado o preju’zo),
outros entendem que se trata de nulidade absoluta (deve ser realizado
novamente).
No interrogat—rio o rŽu ter‡ direito, ainda, a ficar em silncio.
Este direito decorre do princ’pio de ’ndole constitucional do Nemo
tenetur se detegere. Por este princ’pio, ninguŽm Ž obrigado a produzir
prova contra si mesmo.10
Essa garantia deve ser informada ao acusado antes do seu
interrogat—rio, nos termos do art. 186 do CPP.
E se, por acaso, o Juiz n‹o informar o acusado de seu direito
de ficar calado? O STJ entende que se trata de nulidade relativa, ou
seja, deve ser comprovado o efetivo preju’zo que decorreu desta
irregularidade processual. Se n‹o houver preju’zo, n‹o ser‡ reconhecida a
nulidade.11
Essa garantia tambŽm se aplica no interrogat—rio em sede
policial!
O ¤ œnico do art. 186 estabelece, ainda, que o exerc’cio do direito ao
silncio n‹o poder‡ ser interpretado em preju’zo ˆ defesa:
Art. 186 (...)
Par‡grafo œnico. O silncio, que n‹o importar‡ em confiss‹o, n‹o poder‡ ser
interpretado em preju’zo da defesa. (Inclu’do pela Lei n¼ 10.792, de
1¼.12.2003)
PorŽm, o legislador esqueceu-se de revogar expressamente o art.
198 do CPP, que se encontra TACITAMENTE REVOGADO:
Art. 198. O silncio do acusado n‹o importar‡ confiss‹o, mas poder‡
constituir elemento para a forma‹o do convencimento do juiz.
ATEN‚ÌO! Lembrem-se: o silncio Ž direito do acusado e n‹o pode
ser utilizado pelo Juiz para fundamentar eventual condena‹o!
																																																													
9 (HC 186.918/DF, Rel. Ministro SEBASTIÌO REIS JòNIOR, SEXTA TURMA, julgado em
07/02/2013, DJe 22/02/2013)
10 Art. 5¼ (...)
LXIII - o preso ser‡ informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
assegurada a assistncia da fam’lia e de advogado;
11 HC 66298
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Se o rŽu estiver preso, o interrogat—rio ser‡ feito em sala pr—pria,
onde estiver recolhido, nos termos do art. 185, ¤ 1¡ do CPP. AQUI
TAMBƒM ƒ NECESSçRIA A PRESEN‚A DO DEFENSOR (ADVOGADO
OU DEFENSOR PòBLICO).
8) O interrogat—rio por meio de Videoconferncia - A Lei
11.900/09, alterando a reda‹o do ¤ 2¡ do art. 185 do CPP, abriu a
possibilidade de realiza‹o do interrogat—rio (e oitiva de
testemunhas) do rŽu mediante o recurso tecnol—gico da
videoconferncia.
Essa possibilidade s— existe no caso de se tratar de rŽu preso e
somente poder‡ ser realizadaEXCEPCIONALMENTE.
A realiza‹o de interrogat—rio por videoconferncia deve assegurar,
no que for compat’vel, todas as garantias do interrogat—rio presencial, s—
podendo ser realizada quando o Juiz n‹o puder comparecer ao local onde
o preso se encontra, e para atender ˆs finalidades previstas no ¤ 2¡ do
art. 185 do CPP:
¤ 2o Excepcionalmente, o juiz, por decis‹o fundamentada, de of’cio ou a
requerimento das partes, poder‡ realizar o interrogat—rio do rŽu preso por
sistema de videoconferncia ou outro recurso tecnol—gico de transmiss‹o de
sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necess‡ria para
atender a uma das seguintes finalidades: (Reda‹o dada pela Lei n¼ 11.900,
de 2009)
I - prevenir risco ˆ segurana pœblica, quando exista fundada suspeita de que
o preso integre organiza‹o criminosa ou de que, por outra raz‹o, possa fugir
durante o deslocamento; (Inclu’do pela Lei n¼ 11.900, de 2009)
II - viabilizar a participa‹o do rŽu no referido ato processual, quando haja
relevante dificuldade para seu comparecimento em ju’zo, por enfermidade ou
outra circunst‰ncia pessoal; (Inclu’do pela Lei n¼ 11.900, de 2009)
III - impedir a influncia do rŽu no ‰nimo de testemunha ou da v’tima, desde
que n‹o seja poss’vel colher o depoimento destas por videoconferncia, nos
termos do art. 217 deste C—digo; (Inclu’do pela Lei n¼ 11.900, de 2009)
IV - responder ˆ grav’ssima quest‹o de ordem pœblica. (Inclu’do pela Lei n¼
11.900, de 2009)
A constitucionalidade do interrogat—rio por videoconferncia foi
questionada pela comunidade jur’dica, mas ainda n‹o se teve um
posicionamento firmado. Muitos Doutrinadores (ERRADAMENTE) afirmam
que o STF entendeu inconstitucional o interrogat—rio por videoconferncia.
ISTO ESTç ERRADO.
O STF entendeu, apenas, que o interrogat—rio por videoconferncia ƒ
INCONSTITUCIONAL QUANDO PREVISTO EM LEGISLA‚ÌO
ESTADUAL, por violar a prerrogativa da Uni‹o de legislar sobre direito
processual, nos termos do art. 22, I da Constitui‹o. Entretanto, acerca
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da Lei 11.900/09, que alterou o CPP, n‹o houve pronunciamento do STF
nesse sentido.14
Apenas um œltimo registro: No interrogat—rio por
videoconferncia, para que seja assegurado o direito do acusado de ter o
advogado presente, deve haver um advogado junto ao preso e outro
junto ao Juiz. 15
(FGV - 2015 - OAB - XVIII EXAME DE ORDEM)
O MinistŽrio Pœblico ofereceu denœncia em face de Cristiano, Luiz
e Leonel pela pr‡tica do crime de associaão para o tr‡fico. Na
audincia designada para realizaão dos interrogat—rios, Cristiano,
preso em outra unidade da Federaç‹o, foi interrogado atravŽs de
videoconferncia. Luiz foi interrogado na presença f’sica do
magistrado e respondeu ˆs perguntas realizadas. J‡ Leonel optou
por permanecer em silncio.
Sobre o interrogat—rio, considerando as informaç›es narradas,
assinale a afirmativa correta.
A) O interrogat—rio judicial, notadamente ap—s o advento da Lei
no 10.792/2003, deve ser interpretado apenas como meio de
prova e n‹o tambŽm como ato de defesa dos acusados.
B) Luiz, ainda que n‹o impute crime a terceiro, n‹o poder‡ mentir
sobre os fatos a ele imputados, apesar de poder permanecer em
silncio.
C) A defesa tŽcnica de Cristiano n‹o poder‡, em hip—tese alguma,
formular perguntas para o corrŽu Luiz.
D) O interrogat—rio por v’deoconferência de Cristiano pode ser
considerado v‡lido se fundamentado, pelo magistrado, no risco
concreto de fuga durante o deslocamento.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Segundo a Doutrina majorit‡ria, o interrogat—rio Ž meio de
prova e meio de defesa.
B) ERRADA: O rŽu n‹o est‡ obrigado a falar a verdade em seu
interrogat—rio, como corol‡rio do princ’pio do nemo tenetur se detegere.
C) ERRADA: Item errado, pois nada a impede que a defesa de um dos
acusados formule perguntas ao corrŽu. Ali‡s, o entendimento
jurisprudencial Ž no sentido de que deve ser facultado ˆ defesa de cada
																																																													
14 NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 374/376
15 ¤ 5o Em qualquer modalidade de interrogat—rio, o juiz garantir‡ ao rŽu o direito de entrevista
prŽvia e reservada com o seu defensor; se realizado por videoconferncia, fica tambŽm garantido
o acesso a canais telef™nicos reservados para comunica‹o entre o defensor que esteja no pres’dio
e o advogado presente na sala de audincia do F—rum, e entre este e o preso. (Inclu’do pela Lei n¼
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rŽu a formula‹o de perguntas aos demais corrŽus, de forma a garantir o
pleno exerc’cio do direito de defesa.
D) CORRETA: Item correto. O interrogat—rio por videoconferncia deve
ser considerado medida de exce‹o, somente autorizado em hip—teses
restritas, nos termos do art. 185, ¤2¼ do CPP. Dentre estas hip—teses est‡
a possibilidade de fuga do acusado durante o deslocamento, nos termos
do art. 185, ¤2¼, I do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
(FGV Ð 2014 Ð OAB Ð XV EXAME DE ORDEM)
Matheus foi denunciado pela pr‡tica dos crimes de tr‡fico de
drogas (Art. 33, caput, da Lei n¼ 11.343/2006) e associa‹o para
o tr‡fico (Art. 35, caput da Lei n¼ 11.343/2006), em concurso
material. Quando da realiza‹o da audincia de instru‹o e
julgamento, o advogado de defesa pleiteou que o rŽu fosse
interrogado ap—s a oitiva das testemunhas de acusa‹o e de
defesa, como determina o C—digo de Processo Penal (Art. 400 do
CPP, com reda‹o dada pela Lei n¼ 11.719/2008), o que seria
mais benŽfico ˆ defesa. O juiz singular indeferiu a invers‹o do
interrogat—rio, sob a alega‹o de que a norma aplic‡vel ˆ espŽcie
seria a Lei n¼ 11.343/2006, a qual prev, em seu Art. 57, que o
rŽu dever‡ ser ouvido no in’cio da instru‹o.
Nesse caso,
a) o juiz n‹o agiu corretamente, pois o interrogat—rio do acusado,
de acordo com o C—digo de Processo Penal, Ž o œltimo ato a ser
realizado
b) o juiz agiu corretamente, eis que o interrogat—rio, em raz‹o do
princ’pio da especialidade, deve ser o primeiro ato da instru‹o
nas a›es penais instauradas para a persecu‹o dos crimes
previstos na Lei de Drogas.
c) o juiz n‹o agiu corretamente, pois Ž cab’vel a invers‹o do
interrogat—rio, devendo ser automaticamente reconhecida a
nulidade em raz‹o da ado‹o de procedimento incorreto
d) o juiz agiu corretamente, j‡ que, independentemente do
procedimento adotado, n‹o h‡ uma ordem a ser seguida em
rela‹o ao momento da realiza‹o do interrogat—rio do acusado.
COMENTçRIOS: Neste caso o juiz agiu corretamente, pois o
interrogat—rio, nas a›es penais instauradas para a persecu‹o dos
crimes previstos na Lei de Drogas, deve ser o primeiro ato da instru‹o,
em raz‹o do princ’pio da especialidade, nos termos do art. 57 da Lei de
Drogas. Isso, inclusive, n‹o ofende o princ’pio da ampla defesa e do
contradit—rio, segundo entendimento do STJ e do STF.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
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1.3. Confiss‹o
A confiss‹o Ž um meio de prova atravŽs do qual o acusado reconhece
a pr‡tica do fato que lhe Ž imputado.
Para a validade da confiss‹o, Ž necess‡rio que ela preencha
requisitos intr’nsecos (ligados ao conteœdo da confiss‹o) e
extr’nsecos (ou formais, ligadosˆ forma de sua realiza‹o).
Os requisitos intr’nsecos s‹o, basicamente, a verossimilhana
das alega›es do rŽu aos fatos, a clareza do rŽu na exposi‹o dos
motivos, a coincidncia com o que apontam os demais meios de
prova, etc.
Os requisitos extr’nsecos, ou formais, s‹o a pessoalidade (n‹o
se pode ser feita por procurador), o car‡ter expresso (n‹o se
admite confiss‹o t‡cita no Processo Penal, devendo ser manifestada e
reduzida a termo), o oferecimento perante o Juiz COMPETENTE, a
espontaneidade (n‹o pode ser realizada sob coa‹o) e a capacidade
do acusado para confessar (deve estar no pleno gozo das faculdades
mentais).
Por adotarmos o princ’pio do livre convencimento motivado, e
n‹o o da prova tarifada, a confiss‹o n‹o possui valor absoluto16,
devendo ser valorada pelo Juiz da maneira que reputar pertinente.17
Como disse a vocs, o silncio do acusado n‹o importa em confiss‹o
(da’ o seu car‡ter expresso), e NÌO IMPORTA EM PREJUêZO Ë
DEFESA, estando revogado tacitamente o art. 198 do CPP.
A confiss‹o pode ser classificada em:
¥ Quanto ao momento Ð Pode ser extrajudicial, se prestada fora de
Ju’zo, ou Judicial, se prestada em Ju’zo. A primeira, por n‹o ter sido
realizada sob o crivo do contradit—rio, possui pouco valor probante.
¥ Quanto ˆ natureza Ð Pode ser real, que Ž aquela efetivamente
realizada pelo rŽu, perante a autoridade, ou ficta, que Ž aquela que
n‹o foi realizada pelo rŽu, sendo presumida pela Lei em raz‹o de
alguma atitude sua (deixar de se defender, por exemplo). Esta œltima
n‹o Ž poss’vel no processo penal, sendo admiss’vel, no entanto, no
processo civil.
¥ Quanto ˆ forma Ð Pode ser escrita, quando o rŽu a realiza mediante
escritos (cartas, bilhetes ou qualquer outro), ou oral, que Ž a mais
tradicional, realizada verbalmente perante o Juiz da causa;
¥ Quanto ao conteœdo Ð Pode ser simples, quando o rŽu se limita a
reconhecer o fato que lhe Ž imputado, ou qualificada, que Ž aquela
na qual o rŽu reconhece o fato, mas alega t-lo praticado sob
16 NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 393
17 Art. 197. O valor da confiss‹o se aferir‡ pelos critŽrios adotados para os outros elementos de
prova, e para a sua aprecia‹o o juiz dever‡ confront‡-la com as demais provas do processo,
verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou concord‰ncia.
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determinadas circunst‰ncias que excluem o crime ou o isentam de
pena. EXEMPLO: Imagine que o rŽu reconhea o crime de homic’dio,
mas alegue que o praticou em leg’tima defesa.18
A confiss‹o Ž, ainda, retrat‡vel e divis’vel, nos termos do art. 200
do CPP.
Retrat‡vel porque o rŽu pode, a qualquer momento, voltar atr‡s e
retirar a confiss‹o. Entretanto, a confiss‹o retratada n‹o perde o seu
valor automaticamente, podendo o Juiz considerar sem valor algum a
retrata‹o e considerar como digna de valor a confiss‹o.
Divis’vel porque o Juiz pode considerar v‡lida a confiss‹o em
rela‹o a apenas algumas de suas partes, e falsa em rela‹o a outras.
Ø O STF entende que se o rŽu se retrata em Ju’zo da confiss‹o feita
em sede policial, n‹o ser‡ aplicada a atenuante prevista no art. 65,
III, d do CP (confiss‹o), salvo se, mesmo diante da retrata‹o,
a confiss‹o em sede policial foi levada em considera‹o para
a sua condena‹o.
Ø A dela‹o premiada Ž o benef’cio concedido ao infrator que
denunciar outros envolvidos no crime. Est‡ prevista em diversas
leis especiais, como a Lei dos crimes contra o sistema financeiro
(Lei 7.429/92) e na lei dos crimes contra a ordem tribut‡ria (Lei
8.137/90).
A jurisprudncia entendia que a confiss‹o qualificada n‹o gerava a
aplica‹o da atenuante genŽrica do art. 65, III, d do CP. Contudo,
atualmente este entendimento mudou. O STJ passou a entender que
mesmo a confiss‹o qualificada gera a atenuante de pena prevista
no CP.19
1.4. Oitiva do ofendido
18 NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 390
19 2. A invoca‹o de causa excludente de ilicitude ou de culpabilidade n‹o obsta
reconhecimento da incidncia da atenuante da confiss‹o espont‰nea de que cuida o art.
65, inciso III, al’nea d, do C—digo Penal. Precedentes.
(...)
(HC 283.620/RS, Rel. Ministro MARCO AURƒLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em
20/02/2014, DJe 27/02/2014)
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A oitiva do ofendido permite ao magistrado ter contato efetivo com a
pessoa que mais sofreu as consequncias do delito, de forma a
possibilitar o mais preciso alcance de sua extens‹o.
A primeira coisa que devemos saber Ž que o ofendido NÌO ƒ
TESTEMUNHA20, pois testemunha Ž um terceiro que n‹o participa do
fato. O ofendido participa do fato, na qualidade de sujeito passivo.
O ofendido, caso seja determinada sua oitiva, DEVE comparecer e
responder ˆs perguntas, podendo ser conduzido coercitivamente21
(mediante fora policial). Isso decorre do art. 201 do CPP, que diz que o
ofendido SERç (cogncia, obriga‹o) ouvido:
Art. 201. Sempre que poss’vel, o ofendido ser‡ qualificado e perguntado
sobre as circunst‰ncias da infra‹o, quem seja ou presuma ser o seu autor,
as provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas declara›es.
(Reda‹o dada pela Lei n¼ 11.690, de 2008)
¤ 1o Se, intimado para esse fi, deixar de comparecer sem motivo justo, o
ofendido poder‡ ser conduzido ˆ presena da autoridade. (Inclu’do pela Lei
n¼ 11.690, de 2008)
CUIDADO! Se o ofendido mentir em seu depoimento, n‹o responder‡
pelo crime de falso testemunho22 (art. 342 do CP), pois n‹o Ž
testemunha, podendo, entretanto, responder pelo crime de denuncia‹o
caluniosa, a depender do caso (STJ - AgRg no REsp 1125145/RJ)
A v’tima tem direito ao silncio? Prevalece que sim23, mas Ž
controvertido.24
A Lei 11.690/08 acrescentou diversos par‡grafos ao art. 201 (¤¤ 2¡
ao 6¡), de forma que agora Ž dever do Juiz comunicar o ofendido de
diversos atos processuais, notadamente aqueles que importem na
decreta‹o da pris‹o e da liberdade do acusado, de forma a manter o
ofendido a par do que ocorre no processo. Esta regulamenta‹o
independe de o ofendido estar ou n‹o na qualidade de assistente
de acusa‹o!
1.5. Da prova testemunhal
20 PACELLI, Eugnio. Op. cit., p. 425. No mesmo sentido: NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p.
401
21 NUCCI sustenta, porŽm, que o ofendido, apesar de poder ser conduzido coercitivamente, n‹o
poder‡ responder pelo delito de desobedincia caso deixe de comparecer espontaneamente
em Ju’zo. NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 404/405
22 NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 404
23 NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 404
24 Sustentando que a v’tima n‹o tem direito ao silncio, Eugnio Pacelli. PACELLI, Eugnio. Op.
cit., p. 425
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A prova testemunhal, embora n‹o possua muito valor no processo
civil (onde geralmente reina a prova documental), possui GRANDE
VALOR na esfera processual penal, pois geralmente os crimes n‹o est‹o
documentados.
Existem algumas classifica›es quantos ˆs ÒespŽciesÓ de
testemunhas. Vamos a elas:
¥ Testemunha referida Ð ƒ aquela que, embora n‹o tenha sido
arrolada por nenhuma das partes, foi citada por outra testemunha em
seu depoimento e, posteriormente, foi determinada a sua inquiri‹o
pelo Juiz. NÌO SE CONSIDERA ESTA CATEGORIA PARA A
CONTAGEM DO NòMERO MçXIMO DE TESTEMUNHASQUE A
PARTE PODE ARROLAR.
¥ Testemunha judicial Ð ƒ aquela que Ž inquirida pelo Juiz sem ter
sido arrolada por qualquer das partes. Est‡ prevista no art. 209 do
CPP.
¥ Testemunha pr—pria Ð ƒ aquela que presta depoimento sobre o fato
objeto da a‹o penal, podendo ser direta (quando presenciou o fato)
ou indireta (quando apenas ouviu dizer sobre os fatos).
¥ Testemunha impr—pria (ou instrumental) Ð ƒ aquela que n‹o
dep›e sobre o fato objeto da a‹o penal, mas sobre outros fatos que
nela possuem influncia. ƒ o caso, por exemplo, da testemunha que
presenciou a apresenta‹o do preso em flagrante (art. 304, ¤ 2¡ do
CPP).25
¥ Testemunha compromissada Ð Ž aquela que est‡ sob
compromisso, nos termos do art. 203 do CPP.
¥ Testemunha n‹o compromissada (ou informante) Ð Previstas no
art. 208 do CPP, Ž aquela que est‡ dispensada do compromisso de
dizer a verdade, em raz‹o da presun‹o de que suas declara›es s‹o
suspeitas. S‹o os menores de 14 anos, doentes mentais e parentes
do acusado (art. 206 do CPP). ESTE TIPO DE TESTEMUNHA
TAMBƒM NÌO ENTRA NO CïMPUTO DO LIMITE MçXIMO DE
TESTEMUNHA QUE A PARTE PODE ARROLAR.
O nœmero de testemunhas que cada parte pode arrolar varia de
procedimento para procedimento, sendo regra geral (do procedimento
comum ordin‡rio) o limite m‡ximo de oito testemunhas (art. 401, ¤ 1¡ do
CPP). No rito sum‡rio ser‹o apenas cinco (art. 532 do CPP).
O nœmero de testemunhas ser‡ definido para cada fato. Assim,
se o rŽu Ž acusado de trs fatos diferentes, e est‡ sendo julgado pelo
procedimento comum ordin‡rio, poder‡ arrolar atŽ 24 testemunhas (3 x 8
= 24).
25 TambŽm chamada de FEDATçRIA. NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 408
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AlŽm disso, esse Ž o nœmero para cada rŽu.26
EXEMPLO: Imagine que, no exemplo anterior, sejam cinco rŽus
acusados dos mesmos trs fatos. Cada um deles poder‡ arrolar 24
testemunhas (08 para cada fato), de forma que poder’amos ter 120
testemunhas no total (5 x 24 = 120). Sem contar as testemunhas de
acusa‹o!
O art. 202 do CPP Ž claro, curto e preciso ao declarar que:
Art. 202. Toda pessoa poder‡ ser testemunha.
Assim, o surdo, o inimput‡vel, o doente mental, etc. Evidentemente,
o valor de cada testemunho ser‡ atribu’do pelo Juiz, conforme cada
circunst‰ncia.
Mas, professor, os menores de 14 anos, por exemplo, n‹o s‹o
apenas informantes? Como podem ser testemunhas? A Doutrina
diferencia testemunhas e informantes, de acordo com o fato de estarem
ou n‹o compromissadas. No entanto, o CPP trata ambos como
testemunhas, chamando as primeiras de testemunhas
compromissadas, e as segundas testemunhas n‹o
compromissadas.
Professor, a testemunha n‹o compromissada, ent‹o, pode
faltar com a verdade? Embora possa parecer que sim, o STJ possui
decis›es entendendo que mesmo a testemunha n‹o compromissada
n‹o pode faltar com a verdade, sob pena de falso testemunho. O que
a diferencia da testemunha compromissada Ž o menor valor que ser‡
dado ao seu depoimento (HC 192659/ES).
O art. 208 traz o rol das pessoas dispensadas de prestar
compromisso:
Art. 208. N‹o se deferir‡ o compromisso a que alude o art. 203 aos doentes e
deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem ˆs pessoas a
que se refere o art. 206.
CUIDADO! A testemunha n‹o est‡ obrigada a dizer a verdade em
rela‹o a fatos que possam incrimin‡-las (n‹o respondendo pelo crime de
falso testemunho), mesmo estando compromissada.
EXEMPLO: Imagine que o Juiz pergunta a uma testemunha ocular o que
ela fazia no local do crime. Agora imagine que esta testemunha estivesse
cometendo um crime (furto, por exemplo). Nesse caso, n‹o estar‡
obrigada a dizer a verdade, em raz‹o do Nemo tenetur se detegere.
26 Importante frisar que o corrŽu n‹o poder‡ depor como testemunha. NUCCI, Guilherme de
Souza. Op. Cit., p. 410
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A prova testemunhal possui algumas caracter’sticas, que devemos
estudar. S‹o elas:
1) Oralidade Ð A prova testemunhal Ž, em regra, oral. Entretanto, Ž
poss’vel ˆ testemunha a consulta a breves apontamentos escritos (art.
204 do CPP). Algumas pessoas, no entanto, podem optar por oferecer
depoimento oral ou escrito. S‹o elas:
¤ 1o O Presidente e o Vice-Presidente da Repœblica, os presidentes do
Senado Federal, da C‰mara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal
poder‹o optar pela presta‹o de depoimento por escrito, caso em que as
perguntas, formuladas pelas partes e deferidas pelo juiz, Ihes ser‹o
transmitidas por of’cio. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 6.416, de 24.5.1977)
Da mesma forma, os mudos, surdos e surdos-mudos podem
depor de forma escrita. Nos termos do art. 223, ¤ œnico do CPP:
Par‡grafo œnico. Tratando-se de mudo, surdo ou surdo-mudo, proceder-se-‡
na conformidade do art. 192.
2) Objetividade Ð A testemunha deve depor objetivamente sobre o
fato, n‹o lhe sendo permitido tecer considera›es pessoais sobre os fatos,
nos termos do art. 213 do CPP.
3) Individualidade (incomunicabilidade) Ð As testemunhas ser‹o
ouvidas individualmente, n‹o podendo uma ouvir o depoimento da
outra. Nos termos do art. 210 do CPP:
Art. 210. As testemunhas ser‹o inquiridas cada uma de per si, de modo que
umas n‹o saibam nem ouam os depoimentos das outras, devendo o juiz
adverti-las das penas cominadas ao falso testemunho. (Reda‹o dada pela
Lei n¼ 11.690, de 2008)
4) Obrigatoriedade de comparecimento Ð A testemunha,
devidamente intimada, deve comparecer, sob pena de poder ser
conduzida ˆ fora:
Art. 218. Se, regularmente intimada, a testemunha deixar de comparecer
sem motivo justificado, o juiz poder‡ requisitar ˆ autoridade policial a sua
apresenta‹o ou determinar seja conduzida por oficial de justia, que poder‡
solicitar o aux’lio da fora pœblica.
Art. 219. O juiz poder‡ aplicar ˆ testemunha faltosa a multa prevista no art.
453, sem preju’zo do processo penal por crime de desobedincia, e conden‡-
la ao pagamento das custas da diligncia. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 6.416,
de 24.5.1977)
Esta regra, entretanto, possui exce›es:
¥ Pessoas que n‹o estejam em condi›es f’sicas de se dirigir atŽ
o Ju’zo. Art. 220 do CPP:
Art. 220. As pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou por velhice, de
comparecer para depor, ser‹o inquiridas onde estiverem.
¥ Pessoas que, por prerrogativa de FUN‚ÌO, podem optar por
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serem ouvidas em outros locais29 Ð Est‹o previstas no art. 221 do
CPP:
Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da Repœblica, os senadores e
deputados federais, os ministros de Estado, os governadores de Estados e
Territ—rios, os secret‡rios de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos
Munic’pios, os deputados ˆs AssemblŽias Legislativas Estaduais, os membros
do Poder Judici‡rio, os ministros e ju’zes dos Tribunais de Contas da Uni‹o,
dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal Mar’timo ser‹o
inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz.
(Reda‹o dada pela Lei n¼ 3.653, de 4.11.1959)
5) Obrigatoriedade da PRESTA‚ÌO DO DEPOIMENTO Ð
AlŽm de comparecer, deve a testemunha Òabrir o bicoÓ, depondo sobre os
fatos que tenha conhecimento. N‹o h‡, portanto, direito ao silncio.Nos
termos do art. 206 do CPP:
Art. 206. A testemunha n‹o poder‡ eximir-se da obriga‹o de depor.
Poder‹o, entretanto, recusar-se a faz-lo o ascendente ou descendente, o
afim em linha reta, o c™njuge, ainda que desquitado, o irm‹o e o pai, a m‹e,
ou o filho adotivo do acusado, salvo quando n‹o for poss’vel, por outro modo,
obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunst‰ncias.
Como se extrai da pr—pria reda‹o do artigo, esta regra possui
exce›es, sendo facultado o depoimento das pessoas ali enumeradas.
Mas, professor, e se o Juiz verificar que uma das testemunhas
praticou falso testemunho? Dever‡ o Juiz, nesse caso, encaminhar
c—pia do depoimento ao MP ou ˆ autoridade policial, nos termos do art.
211 do CPP.30
E se o depoimento foi prestado mediante carta precat—ria?
Residindo a testemunha em local fora da competncia territorial do Juiz
do processo, ser‡ ouvida, mediante carta precat—ria, pelo Juiz do local em
que reside. Se prestar depoimento falso, ser‡ julgada pelo Juiz do
local em que prestou depoimento, e n‹o pelo Juiz do local onde
tramita o processo (Entendimento majorit‡rio da Jurisprudncia).
O Juiz pode determinar, ainda, que o rŽu seja retirado da sala onde a
testemunha ir‡ depor, se verificar que a sua presena pode constranger a
testemunha, sempre fundamentando sua decis‹o. Nos termos do art. 217
do CPP:
Art. 217. Se o juiz verificar que a presena do rŽu poder‡ causar humilha‹o,
temor, ou sŽrio constrangimento ˆ testemunha ou ao ofendido, de modo que
prejudique a verdade do depoimento, far‡ a inquiri‹o por videoconferncia
e, somente na impossibilidade dessa forma, determinar‡ a retirada do rŽu,
																																																													
29 O STF entende que se estas pessoas n‹o indicarem dia e hora para serem ouvidas ou, de forma
injustificada, deixarem de comparecer no dia e hora agendados, deve ser considerada ÒperdidaÓ a
prerrogativa no caso concreto.
30 Art. 211. Se o juiz, ao pronunciar sentena final, reconhecer que alguma testemunha fez
afirma‹o falsa, calou ou negou a verdade, remeter‡ c—pia do depoimento ˆ autoridade policial
para a instaura‹o de inquŽrito.
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prosseguindo na inquiri‹o, com a presena do seu defensor. (Reda‹o
dada pela Lei n¼ 11.690, de 2008)
Par‡grafo œnico. A ado‹o de qualquer das medidas previstas no caput deste
artigo dever‡ constar do termo, assim como os motivos que a determinaram.
(Inclu’do pela Lei n¼ 11.690, de 2008)
Percebam, portanto, que o rŽu pode atŽ ser retirado da sala onde
testemunha presta depoimento, mas O ATO NUNCA PODERç SER
REALIZADO SEM A PRESEN‚A DO SEU DEFENSOR.
Aberta a audincia, o Juiz ouvir‡ primeiro as testemunhas de
acusa‹o, facultando ˆs partes (primeiro a acusa‹o e depois a defesa)
formular perguntas. Ap—s, ouvir‡ as testemunhas de defesa,
adotando igual procedimento.
E se n‹o for respeitada esta ordem? Doutrina e jurisprudncia
majorit‡rias entendem que se trata de NULIDADE RELATIVA, devendo
ser demonstrado o preju’zo efetivo que adveio desta irregularidade.
Embora esta ordem seja a regra, existem exce›es:
¥ Testemunhas ouvidas mediante carta precat—ria ou rogat—ria-
S‹o as testemunhas que residem em localidade diversa daquela em
que o Juiz Ž competente, ou, no caso da carta rogat—ria, em outro
pa’s. Nos termos do art. 222 e 222-A do CPP:
Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdi‹o do juiz ser‡ inquirida
pelo juiz do lugar de sua residncia, expedindo-se, para esse fim, carta
precat—ria, com prazo razo‡vel, intimadas as partes.
¤ 1o A expedi‹o da precat—ria n‹o suspender‡ a instru‹o criminal.
¤ 2o Findo o prazo marcado, poder‡ realizar-se o julgamento, mas, a todo
tempo, a precat—ria, uma vez devolvida, ser‡ junta aos autos.
¤ 3o Na hip—tese prevista no caput deste artigo, a oitiva de testemunha
poder‡ ser realizada por meio de videoconferncia ou outro recurso
tecnol—gico de transmiss‹o de sons e imagens em tempo real, permitida a
presena do defensor e podendo ser realizada, inclusive, durante a
realiza‹o da audincia de instru‹o e julgamento. (Inclu’do pela Lei n¼
11.900, de 2009)
Art. 222-A. As cartas rogat—rias s— ser‹o expedidas se demonstrada
previamente a sua imprescindibilidade, arcando a parte requerente com os
custos de envio. (Inclu’do pela Lei n¼ 11.900, de 2009)
Mas Ž necess‡ria a presena do rŽu no local em que as
testemunhas est‹o sendo ouvidas, quando isso se der por carta
precat—ria? N‹o, pois isso seria invi‡vel (essa Ž a posi‹o do STF).
Imaginem um rŽu processado em Natal que, s— para ÒavacalharÓ o
processo, arrolasse testemunhas que residem no Acre, Porto Alegre,
Bras’lia, Florian—polis, etc.
¥ Testemunhas que estejam Ònas œltimasÓ, ou precisem se
ausentar, e haja necessidade de serem ouvidas desde logo, sob
pena de perecimento da prova. Nos termos do art. 225 do CPP:
Art. 225. Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por
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enfermidade ou por velhice, inspirar receio de que ao tempo da instru‹o
criminal j‡ n‹o exista, o juiz poder‡, de of’cio ou a requerimento de qualquer
das partes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento.
Com rela‹o ˆ formula‹o de perguntas pelas partes, enquanto no
interrogat—rio do rŽu se adotou o sistema presidencialista (As
perguntas se dirigem ao Juiz, que as repassa para o rŽu), aqui o CPP
determina que as partes formulem perguntas diretamente ˆs
testemunhas, podendo Juiz n‹o as admitir (dar aquela ÒcortadaÓ)
quando a pergunta for irrelevante, impertinente, repetida ou puder induzir
resposta. Nos termos do art. 212 do CP:
Art. 212. As perguntas ser‹o formuladas pelas partes diretamente ˆ
testemunha, n‹o admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a
resposta, n‹o tiverem rela‹o com a causa ou importarem na
repeti‹o de outra j‡ respondida. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 11.690, de
2008)
Por fim, existem algumas regrinhas espec’ficas quanto depoimento
do militar, do funcion‡rio pœblico e do preso.
¥ O militar dever‡ ser ouvido mediante requisi‹o ˆ sua
autoridade superior, nos termos do art. 221, ¤ 2¡ do CPP;
¥ O funcion‡rio pœblico ser‡ intimado (notificado)
pessoalmente, como as demais testemunhas, mas deve ser
requisitado, tambŽm, ao chefe da reparti‹o (para que o
servio n‹o fique prejudicado);
¥ O preso ser‡ intimado (notificado) tambŽm
pessoalmente, mas ser‡ expedida, tambŽm, requisi‹o ao
diretor do estabelecimento prisional.
(FGV Ð 2017 Ð OAB Ð XXIV EXAME DE ORDEM)
Durante instru‹o probat—ria em que se imputava a Jo‹o a pr‡tica
de um crime de peculato, foram intimados para depor, em
audincia de instru‹o e julgamento, os policiais civis que
participaram das investiga›es, a ex-esposa de Jo‹o, que tinha
conhecimento dos fatos, e o padre para o qual Jo‹o contava o que
considerava seus pecados, inclusive sobre os desvios de dinheiro
pœblico.
Preocupados, todos os intimados para depoimento foram ˆ
audincia, acompanhados de seus advogados, demonstrando
interesse em n‹o prestar declara›es.
Considerando apenas as informa›es narradas, assinale a
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afirmativa correta.A) Apenas o advogado da ex-esposa de Jo‹o poder‡ requerer que
sua cliente seja eximida do dever de depor, devendo os demais
prestar declara›es.
B) Todos os advogados poder‹o requerer que seus clientes sejam
eximidos do dever de depor.
C) Apenas o advogado do padre poder‡ buscar que ele n‹o preste
declara›es, j‡ que proibido, por of’cio, de depor, devendo os
demais prestar declara›es.
D) Apenas os advogados da ex-esposa de Jo‹o e do padre
poder‹o requerer que seus clientes n‹o sejam ouvidos na
condi‹o de testemunhas.
COMENTçRIOS: Neste caso, a ex-esposa n‹o Ž obrigada a depor, na
forma do art. 206, e o padre Ž PROIBIDO de depor, na forma do art. 207
do CP:
Art. 206. A testemunha n‹o poder‡ eximir-se da obriga‹o de
depor. Poder‹o, entretanto, recusar-se a faz-lo o ascendente
ou descendente, o afim em linha reta, o c™njuge, ainda que
desquitado, o irm‹o e o pai, a m‹e, ou o filho adotivo do
acusado, salvo quando n‹o for poss’vel, por outro modo, obter-
se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunst‰ncias.
Art. 207. S‹o proibidas de depor as pessoas que, em raz‹o de
fun‹o, ministŽrio, of’cio ou profiss‹o, devam guardar segredo,
salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o
seu testemunho.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
(FGV - 2016 - OAB - XIX EXAME DE ORDEM)
Thales foi denunciado pela pr‡tica de um crime de apropriac ̧‹o
indŽbita. Para oitiva da v’tima Marcos, residente em cidade
diversa do ju’zo competente, foi expedida carta precat—ria, sendo
todas as partes intimadas dessa expedic ̧‹o. Antes do retorno, foi
realizada audiência de instruc ̧‹o e julgamento, mas apenas foram
ouvidas as testemunhas de acusac ̧‹o Jo‹o e JosŽ, que
apresentaram vers›es absolutamente discrepantes sobre
circunstâncias relevantes, sendo que ambas afirmaram que
estavam no local dos fatos. HŽlio, padre que escutou a confiss‹o
de Thales e tinha conhecimento sobre a dinâmica delitiva, em
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raz‹o de seu dever de guardar segredo, n‹o foi intimado. Com a
concordância das partes, a audiência de continuac ̧‹o para oitiva
das testemunhas de defesa e interrogat—rio foi remarcada.
Considerando apenas as informac ̧›es narradas, assinale a
afirmativa correta.
A) O depoimento de Jo‹o foi inv‡lido, j‡ que a oitiva do ofendido
deve ser realizada antes das demais testemunhas e a expedic ̧‹o
de carta precat—ria suspende a instruc ̧‹o criminal.
B) O juiz poder‡ fazer a contradita, diante das contradiç›es sobre
circunstâncias relevantes nos depoimentos das testemunhas.
C) HŽlio est‡ proibido de depor sem autorizaç‹o da parte
interessada, salvo quando n‹o for poss’vel, por outro modo, obter
a prova do fato.
D) O advogado do acusado n‹o precisa ser intimado pessoalmente
da data designada para audie ̂ncia a ser realizada no ju’zo
deprecado.
COMENTçRIOS:
a) ERRADA: Em regra, de fato, o ofendido deve ser ouvido antes das
testemunhas. Contudo, em se tratando de ofendido que ser‡ ouvido
mediante carta precat—ria n‹o h‡ nulidade no fato de vir a ser ouvido
ap—s a oitiva das testemunhas, pois a expedi‹o de carta precat—ria n‹o
suspende a instru‹o criminal, nos termos do art. 222, ¤1¼ do CPP.
b) ERRADA: Neste caso caber‡ a acarea‹o, nos termos do art. 229 do
CPP. A contradita n‹o se presta a tal finalidade, sendo um mero
instrumento de que disp›em as partes para IMPUGNAR a testemunha,
antes de iniciado o depoimento, alegando circunst‰ncias que prejudiquem
sua necess‡ria imparcialidade, nos termos do art. 214 do CPP.
c) ERRADA: O padre est‡ proibido de depor sem autoriza‹o da parte
interessada, pois tem o dever de guardar sigilo, em raz‹o de seu
ministŽrio, nos termos do art. 207 do CPP. O erro da quest‹o, contudo,
reside no fato de que a afirmativa diz que o padre poder‡ ser obrigado a
depor (mesmo sem autoriza‹o da parte interessada) quando isso for
indispens‡vel para a obten‹o da prova do fato, o que est‡ errado.
d) CORRETA: Item correto, pois nos termos do enunciado n¼ 273 da
sœmula de jurisprudncia do STJ, uma vez intimada a defesa acerca da
expedi‹o da precat—ria, Ž absolutamente desnecess‡ria a intima‹o da
defesa para cincia da data da audincia designada no Ju’zo deprecado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.
(FGV Ð 2013 Ð MPE-MS Ð ANALISTA Ð DIREITO)
Analise as afirmativas a seguir.
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I. Desde a reforma do C—digo de Processo Penal realizada pela Lei
11.690 de 2008, as perguntas ˆs testemunhas devem ser
formuladas diretamente pelas partes. Contudo, de acordo com a
jurisprudncia majorit‡ria dos Tribunais Superiores, se o
magistrado iniciar as perguntas haver‡ apenas nulidade relativa.
II. Conferindo efetividade ao princ’pio de que ninguŽm Ž obrigado
a produzir prova contra si e ao direito ao silncio, o Superior
Tribunal de Justia decidiu que o condutor de ve’culo automotor
n‹o Ž obrigado a se submeter ao teste do baf™metro e que tal
recusa n‹o pode implicar consequncias penais.
III. De acordo com o C—digo de Processo Penal, entendendo
conveniente, o juiz poder‡ ouvir as pessoas referidas pelas
testemunhas, ainda que n‹o constassem originalmente do rol
indicado pelas partes.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
COMENTçRIOS:
I Ð CORRETA: De fato, esta Ž a regra, nos termos do art. 212 do CPP:
Art. 212. As perguntas ser‹o formuladas pelas partes diretamente ˆ
testemunha, n‹o admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta,
n‹o tiverem rela‹o com a causa ou importarem na repeti‹o de outra j‡
respondida. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 11.690, de 2008)
Par‡grafo œnico. Sobre os pontos n‹o esclarecidos, o juiz poder‡
complementar a inquiri‹o. (Inclu’do pela Lei n¼ 11.690, de 2008)
Os Tribunais superiores possuem entendimento solidificado no sentido de
que nulidades desta natureza somente ser‹o reconhecidas se forem
arguidas e gerarem preju’zo para a parte (pas de nullitŽ sans grief),
sendo, portanto, nulidades relativas.
II Ð CORRETA: Trata-se de entendimento que materializa o princ’pio do
nemo tenetur se detegere, n‹o havendo possibilidade de preju’zo ao rŽu
por se negar a produzir prova contra si.
III Ð CORRETA: Esta Ž a previs‹o contida no art. 209 e seu ¤1¼ do CPP:
Art. 209. O juiz, quando julgar necess‡rio, poder‡ ouvir outras testemunhas,
alŽm das indicadas pelas partes.
¤ 1o Se ao juiz parecer conveniente, ser‹o ouvidas as pessoas a que as
testemunhas se referirem.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.
(FGV Ð 2012 Ð PC-MA Ð DELEGADO DE POLêCIA)
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Com rela‹o ao cap’tulo da prova, assinale a afirmativa incorreta.
a) Admite-se a prova pericial, apesar de o juiz n‹o ficar adstrito
ao laudo, podendo aceit‡-lo ou rejeit‡-lo, no todo ou em parte.
b) De acordo com o Art. 212, do CPP, as perguntas ser‹o
formuladas pelas partes diretamente ˆs testemunhas, podendo ojuiz complementar a inquiri‹o formulando perguntas sobre
pontos n‹o esclarecidos.
c) Havendo mais de um rŽu, cada um deles dever‡ ser interrogado
separadamente, podendo a defesa e a acusa‹o formular
perguntas ao final.
d) Apesar de a lei processual penal dispor que o assistente de
acusa‹o pode propor meios de prova (Art. 271), em regra n‹o
poder‡ arrolar testemunhas, eis que somente pode o assistente
ser admitido ap—s o oferecimento e recebimento da denœncia com
o rol respectivo.
e) Por fora do princ’pio constitucional da ampla defesa, a
testemunha dever‡ ser ouvida em ju’zo na presena do acusado e
da defesa tŽcnica, n‹o se admitindo exce‹o a esta regra.
COMENTçRIOS:
A) CORRETA: Previs‹o do art. 182 do CPP.
B) CORRETA: Item correto, pois Ž o que consta no art. 212, ¤ œnico do
CPP.
C) CORRETA: Item correto, pois estas s‹o as previs›es dos arts. 188 e
191 do CPP.
D) CORRETA: Item correto pois, de fato, embora o assistente possa
propor meios de prova, quando de seu ingresso no processo j‡ ter‡
havido preclus‹o temporal para que a acusa‹o arrole testemunhas, eis
que o momento oportuno, em regra, Ž o do oferecimento da denœncia.
E) ERRADA: Item errado, pois Ž poss’vel que o Juiz determine a retirada
do acusado da sala de audincias, para n‹o prejudicar o depoimento da
testemunha, nos termos do art. 217 do CPP:
Art. 217. Se o juiz verificar que a presena do rŽu poder‡ causar
humilha‹o, temor, ou sŽrio constrangimento ˆ testemunha ou ao ofendido,
de modo que prejudique a verdade do depoimento, far‡ a inquiri‹o por
videoconferncia e, somente na impossibilidade dessa forma, determinar‡ a
retirada do rŽu, prosseguindo na inquiri‹o, com a presena do seu
defensor. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 11.690, de 2008)
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA ƒ A LETRA E.
(FGV Ð 2014 Ð DPE-DF Ð ANALISTA)
Tradicionalmente, testemunha Ž definida como o sujeito, diverso
das partes e estranho ao caso penal, que Ž chamado a ju’zo por
iniciativa das partes (ou, excepcionalmente, por ordem direta do
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juiz), a fim de render, sob a forma oral, uma declara‹o que tenha
por objeto a reconstru‹o hist—rica ou a representa‹o narrada
dos fatos relevantes para o julgamento, ocorridos anteriormente e
por ele sentido ou percebido por meio dos seus pr—prios sentidos,
de visu vel auditu (COMOGLIO, Luigi Paolo. Le prove civili. 3» ed.
Torino: UTET, 2010, pp. 573-574). Sobre a prova testemunhal, Ž
correto afirmar que:
a) ap—s a reforma de 2008, a falta de qualquer das testemunhas
n‹o ser‡ motivo para o adiamento da sess‹o do Tribunal do Jœri,
ainda que haja a cl‡usula de imprescindibilidade.
b) o n‹o comparecimento ou a n‹o indica‹o de dia, hora e local
para inquiri‹o pela autoridade que goza de tal prerrogativa n‹o
acarreta a perda da prerrogativa, impondo-se a renova‹o do ato.
c) diante do envolvimento com o fato apurado, os policiais que
participaram das diligncias ou da pris‹o em flagrante devem ser
ouvidos como informantes, dispensado o compromisso legal.
d) Procurador do Trabalho que participa de fora tarefa na qual
s‹o identificados il’citos penais n‹o pode figurar como
testemunha, pois integra o MinistŽrio Pœblico, que Ž parte na a‹o
penal.
e) nos delitos materiais, de conduta e resultado, desde que
desaparecidos os vest’gios, a prova testemunhal pode suprir o
auto de corpo de delito.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Sendo considerada imprescind’vel a testemunha faltosa, o
ato dever‡ ser adiado, nos termos do art. 411, ¤7¼ do CPP.
B) ERRADA: Item errado, pois o STF j‡ entendeu que, neste caso, deve
ser considerada como ÒperdidaÓ a prerrogativa:
Ò(...) Passados mais de trinta dias sem que a autoridade que goza da
prerrogativa prevista no caput do art. 221 do C—digo de Processo
Penal tenha indicado dia, hora e local para a sua inquiri‹o ou,
simplesmente, n‹o tenha comparecido na data, hora e local por ela
mesma indicados, como se d‡ na hip—tese, imp›e-se a perda dessa
especial prerrogativa, sob pena de admitir-se que a autoridade arrolada
como testemunha possa, na pr‡tica, frustrar a sua oitiva, indefinidamente e
sem justa causa. Quest‹o de ordem resolvida no sentido de declarar a perda
da prerrogativa prevista no caput do art. 221 do C—digo de Processo Penal,
em rela‹o ao parlamentar arrolado como testemunha que, sem justa causa,
n‹o atendeu ao chamado da justia, por mais de trinta dias. (QUEST. ORD.
EM AP N. 421-SP) Ð INFORMATIVO 614 DO STF.Ó
C) ERRADA: O depoimento dos policiais, neste caso, Ž prova IDïNEA,
como a de qualquer outra testemunha, pois n‹o se pode presumir que
tenham se tornado ÒinimigosÓ do acusado, conforme entendimento do
STJ:
Ò(...) 3. Os depoimentos dos policiais que efetuaram a pris‹o em
flagrante constituem prova id™nea, como a de qualquer outra
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testemunha que n‹o esteja impedida ou suspeita, notadamente quando
prestados em ju’zo sob o crivo do contradit—rio, aliado ao fato de estarem em
conson‰ncia com o conjunto probat—rio dos autos.
4. Agravo regimental a que se nega provimento.
(AgRg no AREsp 338.041/DF, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEXTA TURMA,
julgado em 03/09/2013, DJe 16/09/2013)Ó
D) ERRADA: O fato de o Procurador do Trabalho ter participado da Fora
Tarefa, bem como o simples fato de ser membro do MP, n‹o o impede de
testemunhar no processo criminal, eis que em sua atividade n‹o atuou na
esfera criminal, n‹o tendo contribu’do para a forma‹o da opinio delicti.
Vejamos o entendimento do STF:
EMENTA Habeas corpus. Processual penal. Procurador do Trabalho arrolado
como testemunha de acusa‹o. Alega‹o de incompatibilidade. N‹o
ocorrncia. Ausncia de participa‹o na investiga‹o criminal. Atua‹o
circunscrita ˆ fiscaliza‹o trabalhista. Constrangimento ilegal inexistente.
Ordem denegada. 1. N‹o se cuida, na espŽcie, de pretens‹o de
inquiri‹o, como testemunha, de membro do MinistŽrio Pœblico
encarregado da persecu‹o penal - circunst‰ncia essa que a
jurisprudncia, inclusive desta Suprema Corte, j‡ esclareceu ser
incompat’vel com a de acusador -, mas de Procurador do Trabalho
que, no ‰mbito de suas atribui›es administrativas e civis, participou
da fora tarefa em que as irregularidades imputadas aos pacientes
foram constatadas, sem qualquer ingerncia ou atua‹o na forma‹o
da opinio delicti, assim como sem qualquer atribui‹o ou capacidade
postulat—ria (CPP, art. 257, I) ou de custos legis (CPP, art. 257, II)
na a‹o penal instaurada, n‹o podendo ser aqui considerado parte na
a‹o penal, o que obstaria o seu depoimento. 2. Equipara-se a hip—tese
ˆ inquiri‹o de agente policial presente ˆs diligncias e investiga›es, a qual,
em sede processual penal, Ž tranquilamente admitida. Precedentes. 3. Ordem
denegada.
(HC 112586, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em
22/05/2012, PROCESSO ELETRïNICO DJe-164 DIVULG 20-08-2012 PUBLIC
21-08-2012)
E) CORRETA: Item correto, pois esta Ž a previs‹o do art. 167 do CPP:
Art. 167. N‹o sendo poss’vel o exame de corpo de delito, por haverem
desaparecido os vest’gios, a prova testemunhal poder‡ suprir-lhe a falta.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.
(FGV Ð 2010 Ð OAB Ð EXAME DE ORDEM UNIFICADO)
Em processo sujeito ao rito ordin‡rio, ao apresentar resposta
escrita, o advogado requer a absolvi‹o sum‡ria de seu cliente e
n‹o prop›e provas. O juiz, rejeitando o requerimento de

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