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UNIVERSIDADE CEUMA QUÉZIA SILVEIRA ANÁLISE SEMIÓTICA DA IMAGEM DE UMA POLTRONA Poltrona Java SÃO LUÍS – MA 2015 QUÉZIA SILVEIRA ANÁLISE SEMIÓTICA DA IMAGEM DE UMA POLTRONA Poltrona Java Trabalho para obtenção de nota do 1º bimestre do curso de Design bacharel da Universidade Ceuma. Profº Emílio Ribeiro SÃO LUÍS – MA 2015 RESUMO Este artigo propõe uma reflexão sobre aspectos culturais a partir de uma análise semiótica de mobiliário. A análise semiótica mostra-se como uma metodologia, um olhar que contribui na compreensão de significados amplos e múltiplos que o design comunica em sua materialidade. Tomou-se então a poltrona JAVA, criada por Carlos Motta. O estudo desenvolvido considerou a poltrona sob seus aspectos materiais e formais, que são possíveis de serem percebidos pela observação visual do objeto. Isso se deve à intenção de salientar o design do mobiliário, como campo de interação dos valores visuais da forma, que são aqui apresentados como signos ou elementos de significação. Palavras-chave: design, mobiliário, poltrona, semiótica. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.................................................................................................3 2. DESCRIÇÃO DO OBJETO..............................................................................4 2.1. Pernas e pés.................................................................................................4 2.2. Encosto e acento.........................................................................................5 3. A TEORIA SEMIÓTICA....................................................................................5 3.1. A tríade de Pierce.........................................................................................6 4. A SIGNIFICAÇÃO DA POLTRONA DE ACORDO COM A TEORIA...............7 5. REFERÊNCIAS.................................................................................................8 1 INTRODUÇÃO Dentre várias definições de signo, adotamos a de signo como algo que representa alguma coisa para alguém em determinada circunstância. O signo, então, está no lugar de algo, não é a própria coisa, mas como ela se faz presente para alguém em certo contexto. Além de expressar como objeto utilitário, uma poltrona representa conceitos como, ‘’descanso, conforto e poder’’, entre outros. A poltrona Java em estudo é a do Carlos Motta, sua arquitetura e design que desenvolve no atelier, seguem junto o mesmo conceito: a procura do óbvio, do simples, do respeitoso e longevo. A Java em estudo promove sensações e sentimentos como o conforto e satisfação para o consumidor ou usuário. Figura 1 Cadeira Java (Fonte: acervo do Carlos Motta) 2 DESCRIÇÃO DO OBJETO A imagem (figura 1) faz referência a uma poltrona, como peça de mobiliário, ela é composta pelos materiais: madeiras (Peroba rosa reutilizada, rediscovered peroba rosa), estrutura tubular metálica e estofado. O encosto, os pés e a estrutura que sustenta a poltrona foram feitos com madeira e estrutura tubular metálica. Os pés sustentam a poltrona e o encosto serve de apoio para a parte lombar do corpo. Possui estofado para maior conforto na hora do uso. Figura 2 Pernas e pés (Fonte: acervo do Carlos Motta) As pernas e pés da poltrona possuem uma estrutura tubular metálica, montada através de soldas de maneira básica, rústica, porém bastante técnica. Figura 3 Encosto e acento (Foto: acervo do Carlos Motta) O encosto e acento são sustentados pelas pernas e pés da poltrona, o estofamento é fixado no assento e no encosto através de pequenas taxas de latão. A estética é interessante e o conforto excelente. 3 A TEORIA SEMIÓTICA Segundo Santaella (1983), a teoria semiótica é indicada como sendo “a ciência que tem por objeto de investigação todas as linguagens possíveis”, cujo objetivo é o exame de modos de constituição de todo e qualquer fenômeno como campo de significação. Assim, a semiótica é proposta como ciência que estuda e busca explicar os signos Figura 4 (Google imagens) Dentre várias definições de signo, adotamos a de signo como algo que representa alguma coisa para alguém em determinada circunstância. O signo, então, está no lugar de algo, não é a própria coisa, mas como ela se faz presente para alguém em certo contexto. O signo é uma ocorrência fenomênica de qualquer natureza, que de algum modo se conecta com uma experiência anterior. Algo pode presentificar-se por meio de signos diversos, que sejam operacionalizados por diferentes estratégias. “Um signo pretende representar, em parte pelo menos, um Objeto que é, portanto, num certo sentido, a causa ou determinante do signo, mesmo se o signo representar seu Objeto falsamente. Mas dizer que ele representa seu Objeto implica que ele afete uma mente, de tal modo que, de certa maneira, determine naquela mente algo que é mediatamente devido ao Objeto. Essa determinação da qual a causa imediata ou determinante é o signo, e da qual a causa mediata é o Objeto, pode ser chamada o Interpretante”. (Santaella,1987:77). O signo é composto por uma tríade solidária de elementos (Figura 4) e apresenta, pelo menos, um representamen, um objeto e um interpretante. No caso da comunicação visual, por exemplo, o primeiro elemento ou representamen é aquilo que é percebido pela visão, como as palavras e as imagens deste artigo. O segundo elemento ou objeto do signo é aquilo que está ausente e é representado pelo signo. Por exemplo, a imagem apresentada anteriormente (Figura 1) representa especialmente a poltrona JAVA, os objetos mais específicos do signo. O terceiro elemento ou interpretante é a ideia que surge na mente do observador que percebe o signo. 4. A SIGNIFICAÇÃO DA POLTRONA DE ACORDO COM A TEORIA Considerando-se, portanto, a composição dos elementos visuais, como linhas e plano, observa-se que os traçados das linhas e do plano estabelecem retângulos, sendo assim mais estáticos. Os pés posteriores e o apoio do encosto estofado têm suas linhas inclinadas. Considerando a teoria peirceana, a fotografia de uma cadeira é um signo que representa um objeto especí- fico. Esse objeto, entretanto, representa a ideia de cadeira e, também, o conjunto de objetos que apresentam configurações semelhantes e servem de assento. Portanto, a ideia cadeira, todas as outras cadeiras, o ato de assentar e a ideia de descansar são igualmente representados por este signo e compõem parte da semiose possível, como decorrência da percepção de uma imagem de cadeira. Figura 5 (foto: arcevo Carlos Motta) REFERÊNCIAS Análise semiótica na compreensão de aspectos culturais do design, Projética Revista Científica de Design l Universidade Estadual de Londrina l V.2 l N.2 l Dezembro 2011. http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/projetica/article/viewFile/8847/9265 Info Escola, Semiótica: http://www.infoescola.com/filosofia/semiotica/ Estudos Semióticos, novembro 2011: http://www.fflch.usp.br/dl/semiotica/es/eSSe72/2011esse72_jmteixeira_lmmatos_rp erassi.pdf Carlos Motta, designer http://carlosmotta.com.br/
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