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Christopher K. e R. Lomas Sudario E O SEGUNDO MESSIAS Exot

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O SEGUNDO MESSIAS
Os Templários, O Sudário de Turim E O Grande Segredo da Maçonaria
Christopher Knight & Robert Lomas
Tradução: Fábio Rogério Pedra Cyrino
1997
À minha esposa e nossos três filhos.
	R.L.
À minha esposa Susan e nossas três filhas Kathryn, Lucy e Sophie.
	C.K.
Christopher Knight nasceu em 1950 e em 1971 concluiu seus estudos formando-se em publicidade e desenho gráfico. Ele sempre demonstrou um forte interesse no comportamento social e no sistema de crenças tendo por muitos anos atuado como analista de consumo envolvido no planejamento de novos produtos e suas estratégias de vendas. Em 1976 tornou-se Maçom e atualmente é presidente de uma agência de publicidade e marketing.
Dr. Robert Lomas nasceu em 1947 e graduou-se com honra em engenharia elétrica, iniciando-se após isso em pesquisas no campo de física dos estados sólidos. Mais tarde trabalhou no sistema de direcionamento para os mísseis Cruise e esteve envolvido no desenvolvimento de computadores pessoais mantendo sempre o seu interesse sobre história da ciência. Ele atualmente leciona no Centro de Administração da Universidade de Bradford. Em 1976 tornou-se Maçom e rapidamente tornou​-se um conceituado palestrante sobre a história da Maçonaria nas Lojas da região de West Yorkshire.
Seu primeiro livro foi o recordista de vendas A Chave de Hiram publicado em 1996 pela Century Books e publicado no Brasil em 2003 pela Editora Landmark.
Índice
Introdução
1. A Morte de uma Nação 
Uma Nova Luz sobre Velhas Crenças. 
Os Anos Perdidos.
 Conclusão
2. Os Segredos de Rosslyn 
 Os Nove Cavaleiros.
 Um Santuário Templário.
 Uma Linha de Conhecimento.
 Os Cavaleiros da Cruz Vermelha da Passagem da Babilônia. 
 Os Segredos das Pedras.
 Conclusão
3. A História Perdida da Maçonaria 
 Os Segredos da Maçonaria.
 O Poder e a Glória.
 Os Anos Primordiais.
 O Primeiro Grão-Mestre da Escócia. 
 Os Graus Ocultos.
 Conclusão
4. O Retorno dos Reis de Deus 
 Mil Anos de Escuridão. 
 O Motivo Revelado.
 A Hipótese dos Rex Deus. 
 O Tarô e os Templários. 
 Conclusão
5. O Santo Graal dos Templários 
 As Origens do Rei Arthur. 
 O Significado Oculto.
 O Surgimento do Santo Graal. 
 Conclusão
6. O Nascimento do Segundo Messias 
 As Últimas Cruzadas.
 Os Problemas de Filipe IV.
 A Batalha pelas Finanças da Igreja. 
 Um Papa Francês.
 O Último Grão-Mestre dos Templários.
 Conclusão
7. O Enigma Feito em Linho 
 A Fé é Cega.
 A História do Sudário.
 O que é o Sudário?
 Algumas Teorias de Origem. 
 Uma Imagem fora do Comum. 
 Reproduzindo a Face 
 A Evidência em Sangue. 
 Conclusão
8. O Sangue e as Chamas 
 A Santa Inquisição.
 O Interrogatório no Templo 
 A Confissão de Jacques de Molay. 
 A Negação Final.
 Conclusão
9. O Culto ao Segundo Messias 
 Um Tempo para Profecias.
 O Mundo Cristão em Necessidade 
 A Batalha pela Imagem Sagrada 
 Os Templários Sobrevivem. 
 Conclusão
10. O Grande Segredo da Maçonaria 
 Uma Religião para os Rex Deus 
 Os Rituais Perdidos 
 O Grande Segredo Reconstruído 
 Nossas Questões Respondidos 
 O Fim do Enigma do Sudário 
 A Topologia do Passado
Apêndice I:
A Linha de Tempo.
Apêndice II:
A Carta de Direitos de Transmissão de J. M. Larmenius.
Apêndice III:
O Processo Químico que Criou a Imagem do Sudário de Turim
O VINHO É FORTE.
UM REI É MAIS FORTE.
AS MULHERES SÃO AINDA MAIS FORTES.
MAS A VERDADE CONQUISTARÁ A TODOS.
- O LIVRO DE ESDRAS -
Agradecimentos
Os autores gostariam de agradecer às seguintes pessoas por sua ajuda e apoio durante a realização deste livro: Resp. Ir. Alan Atkins, Resp. Ir. John Barlow; Russell Barnes, Dr. Frank Bartells, Barão Saint Clair Bonde, Mark Booth, Robert Brydon, Reverendo Gerrard Crane, Reverenda Senhora Pam Crane, Greg Clark, Professor Philip Davies, Judy Fisken, Resp. Ir. Edgar Harborne, Jacques Huyghebaert, Resp. Ir. Arthur Issat, Reverendo Hugh Lawrence, Dr. Jack Miller, Dr. Alan Mills, Dr. Graham Phillips, Bárbara Pickard, Tessa Ransford, Liz Rowlinson, Dr. Neil Sellors, Ian Sinclair, Niven Sinclair, Robert Temple, Tony Thorne, Roy Vickery, Bridget de Villiers, John Wade, Dr. Tim Wallace-Murphy, a equipe da Capela de Rosslyn, os mantenedores da Capela de Rosslyn, a Biblioteca de Poesia Escocesa, o Museu Nacional de História Natural, a Grande Loja dos Maçons Antigos, Livres e Aceitos da Escócia.
Nós também gostaríamos especialmente de registrar nossos agradecimentos ao nosso agente Sr. Bill Hamilton da empresa A. M. Heath Ltda. por sua valiosa orientação e encorajamento durante a realização deste livro.
Introdução
Em nosso livro anterior, A Chave de Hiram, nós desvelamos as origens da Maçonaria que mostraram como os modernos rituais maçônicos foram desenvolvidos a partir daqueles utilizados pela Igreja de Jerusalém e mais tarde adotados pelos famosos cruzados da ordem dos Cavaleiros Templários. Estes monges guerreiros tiveram uma estranha trajetória que começou com a escavação durante nove anos nas ruínas do Templo de Herodes, logo após a Primeira Cruzada e terminou, aproximadamente duzentos anos mais tarde, com a prisão destes, acusados de heresia.
Nossas descobertas foram controversas, mas bem recebidas por muitos estudiosos da Bíblia, dos Templários e da Maçonaria, assim como, por diversos padres católicos.
Nos meses seguintes à publicação, nós encontramos centenas de Maçons por toda a Inglaterra, Escócia e País de Gales e recebemos diversos cumprimentos e congratulações por partes destes.
A notável exceção a esta recepção foi a da Grande Loja Unida da Inglaterra, que nem mesmo agradeceu o envio da cópia do livro que encaminhamos a eles. A impressão a ser considerada é a de que, como Maçons, nós havíamos cometido o pecado de conduzir pesquisas independentes além do ano dourado de 1717 (O ano de fundação da Grande Loja de Londres, em 24 de junho de 1717). Nós não transgredimos qualquer regra da Ordem, mas tomamos conhecimento de uma carta encaminhada pela Grande Loja às Grandes Lojas Provinciais da Inglaterra e de Gales, fornecendo uma curta e extremamente desonrosa explicação a respeito de nossas descobertas.
Mais tarde, o Venerável Mestre de uma famosa Loja maçônica compareceu a uma de nossas palestras com a intenção de obter evidências contra nós, mas ao final desta, este nos congratulou, adquirindo uma cópia de nosso livro e pedindo-nos para autografá-lo. Continuamos a receber cartas de pessoas de todo mundo, muitas delas nos fornecendo novas evidências. Alguns Maçons foram extremamente lisonjeiros: por sua vez, David Sinclair Bouschor, Past Grão-Mestre de Minessota, foi amável ao dizer:
A Chave de Hiram pode ter iniciado uma reforma no pensamento cristão e uma reconsideração dos fatos que temos cegamente aceitado e perpetuado por gerações. Este livro é obrigatório para os livres pensadores.
Outro norte-americano, um Doutor da Divindade, que tomamos a liberdade de não citar o nome, escreveu-nos dizendo:
Eu sou um Maçom do grau 32° do Rito Escocês, Venerável Mestre de minha Loja por três vezes, Artezata de um Capítulo Rosa-Cruz, membro da Ordem de Amaranth e um membro do Shrine, além de ter me ordenado ministro na Igreja Batista Reformada. Toda esta experiência e instrução não me prepararam para o material contido em seu livro. Se eu não estivesse pesquisando nossas antigas origens e tivesse a coragem de olhar além dos dogmas estabelecidos, talvez eu não tivesse terminado a leitura d'A Chave de Hiram, entretanto eu acredito que suas informações são totalmente aceitáveis. Este livro me levou a acreditar que talvez haja alguma verdade nas acusações levantadascontra a Maçonaria e que "somente os altos graus (superiores) conhecem a verdade".
Este último comentário foi particularmente fascinante, pois, como bem sabemos, existe somente um grau superior ao 32° grau a qual este cavalheiro pertence. Poderia haver um segredo tão grande que somente alguns Maçons conheceriam? Talvez, acreditamos, este grande segredo tenha sido perdido e agora necessitamos redescobri-los.
A situação era muito intrigante para ser ignorada. Nós sabemos com certeza que a Maçonaria havia desenvolvido seus rituais a partir daqueles usados pela Igreja de Jerusalém e pelos Cavaleiros Templários e parecia certamente que a Grande Loja Unida da Inglaterra tinha perdido contato com suas próprias origens ou estava deliberadamente ocultando algum fato muito importante - ​mesmo para os seus próprios oficiais. Sua determinação em prevenir discussões a respeito de qualquer assunto fora de sua doutrina oficial era de fato muito diferente da posição empregada por outras Grandes Lojas que nós conhecíamos, sendo que a partir disto que decidimos a continuidade de nossas pesquisas.
Nós determinamos em nossa busca a solução de seis questões chaves que apresentamos a seguir:
1. Os rituais maçônicos foram deliberadamente alterados ou suprimidos? 
2. Existe um grande segredo da Maçonaria que foi perdido ou foi simplesmente escondido?
3. Quem está por trás da formação dos Cavaleiros Templários?
4. Por que os Templários decidiram escavar as ruínas do Templo de Herodes?
5. Quais eram as crenças que levaram à destruição dos Templários, através da acusação de heresia?
6. Podem os rituais mais antigos da Maçonaria lançar novas luzes sobre as origens do Cristianismo?
Nós sabíamos que as perguntas não seriam facilmente respondidas, mas à medida que nossas pesquisas progrediam, nós descobrimos a resposta de uma das mais importantes questões que nem sequer havíamos pensado em formular: qual é a origem definitiva do Sudário de Turim?
Nós havíamos previamente especulado que poderia ter existido uma conexão dos Templários com esta relíquia única, mas nós não estávamos preparados para a magnitude de seu papel na história e a importância do homem cuja imagem nele está retratada.
1
A Morte de uma Nação
Aquele que controla o passado controla o futuro. Aquele que controla o presente controla o passado.
George Orwell: 1984.
Uma Nova Luz sobre Velhas Crenças.
Costuma-se dizer que mais informação foi produzida nos últimos trinta anos que em todos os últimos cinco mil. Graças às modernas técnicas de investigação e ao advento dos poderosos bancos de dados e sistemas de buscas, todos nós podemos ter acesso a uma quantidade enorme de informações. Nós podemos agora entender muito mais sobre o mundo no qual vivemos, seu passado e seu futuro potencial do que jamais havíamos sonhado ter sido possível, mesmo há uma geração atrás.
Grande parte da população tem se acostumado com a idéia de uma avalanche de inovações sem-fim; todas as coisas, do creme dental aos motores de carros, tornam-se mais desenvolvidos ano a ano. A maioria de nós agora acredita que ser novo significa ser melhor, embora mesmo que novas coisas possam mudar de aparência, antigas idéias ainda permanecem e as "verdades" que foram postas em nossas mentes quando crianças permanecem inalteradas. Como nós sabemos que Colombo descobriu a América? Por que nós acreditamos que Jesus transformou água em vinho? Nós acreditamos que nós conhecemos as respostas de ambas as questões porque alguém nos contou que estas eram assim e nós nunca tivemos ocasião de alterar estas certezas culturalmente aceitas.
A História nada mais é do que um registro dos eventos passados, um mero catálogo das crenças preferidas expostas por pessoas com interesses específicos. Como George Orwell bem observou em seu romance 1984, a História é sempre escrita pelos vitoriosos e quem controla a escrita dos livros de História controla o passado. Sem dúvida alguma, a mais consistente e poderosa força no mundo ocidental nos últimos dois mil anos tem sido a Igreja Católica Romana e conseqüentemente a História tem freqüentemente o que ela deseja que esta seja.
A Igreja tem sido a provedora das 'verdades' culturais ocidentais, mas quanto mais evidências surgem, mais ela tem admitido que o papado não é tão infalível quanto uma vez ela proclamou. Por exemplo, Galileu foi sentenciado a viver aprisionado e sua obra foi queimada quando argumentou que a Terra movia​-se no espaço e somente em 1992 que uma comissão papal reconheceu o erro do Vaticano opor-se a ele. No século XIX, a teoria da evolução de Charles Darwin foi vorazmente atacada pela Igreja, mas em 1996 o Vaticano uma vez mais admitiu que estava errado.
Em tempos passados a Igreja proveu as respostas aos enigmas da vida quando não havia uma melhor solução, mas à medida que a ciência avançava as necessidades dos mitos diminuía. Entretanto, enquanto o Vaticano move-se devagar e cautelosamente quando repensa o papel da humanidade na criação, quando se refere à interpretação dos eventos descritos no Novo Testamento ele simplesmente não se move, apesar das consideráveis e novas evidências históricas.
Uma boa ilustração de este histórico poder ocorreu em Novembro de 1996 quando o Papa João Paulo II encontrou-se com o Arcebispo de Canterbury, o chefe da Igreja da Inglaterra. Neste encontro entre os dois líderes religiosos, o Papa sentiu ser necessário relembrar aos ingleses de sua absoluta superioridade ao reafirmar seu status histórico como o sucessor direto de São Pedro, no qual, como se costuma dizer, Cristo entronizou sua Igreja.
Esta reivindicação de poder baseada em uma herança direta do próprio Jesus Cristo, conhecida como 'Sucessão Apostólica', é baseada em uma versão Católica Romana da história que tem se tornado amplamente desacreditada na medida em que os modernos estudiosos reexaminam as circunstâncias da Igreja de Jerusalém. O peso da evidência agora fortemente indica que Jesus comandou uma facção inteiramente judaica e que não foi sucedido por Pedro, mas sim por seu irmão mais jovem, Tiago, o primeiro Bispo de Jerusalém.
O papel de Tiago, o irmão de Jesus, tem sempre sido visto como o de uma ameaça à Igreja Católica Romana e desde os tempos mais remotos a Igreja tem controlado a história a fim de remover qualquer informação a respeito desta figura sumamente importante. Ainda em 1996, o Papa João Paulo II emitiu uma declaração onde afirmava que Jesus era o filho único de Maria e que, por isso, Tiago não era seu irmão. O Pontífice realizou esta declaração estranha e completamente sem fundamento apesar das evidências bíblicas e das várias opiniões de estudiosos em contrário.
O peso da evidência que agora existe demonstra que mesmo que Pedro possa ter sido um líder do movimento cristão em Roma entre 42 e 67 d.C., ele certamente não era o líder da Igreja. O líder supremo de toda a Igreja naqueles dias era Tiago, o irmão de Jesus, o Bispo de Jerusalém. Nós sabemos que nenhum estudioso da Bíblia duvida deste fato e S.G.F.Brandon coloca-se mais claramente quando afirma:
... O fato da supremacia da Igreja de Jerusalém e seu caráter essencialmente judaico emergem claramente de sérias dúvidas e deste mesmo modo à única liderança de Tiago, o irmão do Senhor.
Tiago foi um refinado sucessor de seu irmão crucificado e apresentou-se como uma forte liderança para a comunidade que conhecemos por Igreja de Jerusalém e para os judeus da Diáspora (a dispersão pelo mundo greco-romano), assim como para as comunidades de Efésios, na Turquia, de Alexandria e da própria Roma.
Três anos após a morte de Jesus, Paulo, um judeu da Diáspora, natural da cidade do sudeste da Turquia, Tarsos, chegou em Israel. Devido à falsa história que é difundida atualmente, muitas pessoas acreditam que este homem chamava-se 'Saulo' enquanto perseguia os cristãos e que se converteu a 'Paulo' quando repentinamente tornou-se um cristão após ter ficado cego no caminho de Damasco.
A realidade é um poucodiferente. Para começar, não havia cristãos àquela época; a Igreja de Jerusalém era judaica e o culto chamado Cristianismo iniciou-se muitos anos após, a partir de uma concepção completamente romana. O homem que deu força a esta nova religião mudou seu nome do hebraico 'Saulo' para o romano 'Paulo' ao tornar-se um cidadão romano quando jovem, pois desejava um nome que soasse familiar ao seu nome original.
Foi-nos ensinado que Paulo era zeloso pela Lei Judaica e esta o levou a perseguir a Igreja de Jerusalém, considerando-a uma facção judaica que não era leal à Lei e, deste modo, deveria ser destruída. Ele mesmo admitia ter estado envolvido com o apedrejamento de Santo Estevão, o primeiro mártir cristão. Esta, entretanto, não pode ser vista como uma questão de sectarismo judaico, uma vez que a Igreja de Jerusalém liderada por Tiago era completamente judaica e não havia nenhuma sugestão nesta época de que Jesus não era nada além de um mártir judeu que havia morrido na tentativa de estabelecer uma nova regra para seu povo.
Em algum momento, Paulo tornou-se fascinado pela idéia da natureza sacrifical da morte de Jesus e opôs-se a Tiago por este não aceitar que seu irmão era um deus. Em sua Epístola aos Gálatas, ele encontra-se em grande aflição ao apontar que, durante seu período de conversão, ele encontrava-se completamente independente da Igreja de Jerusalém ou de qualquer outro agente humano e, deste modo, coloca suas pitorescas idéias sob a direta intervenção de Deus. Paulo diz:
Mas, quando aprouve àquele que me reservou desde o seio de minha mãe e me chamou por sua graça, para revelar seu Filho em minha pessoa, a fim de que o tornasse conhecido entre os gentios.
As idéias que Paulo gerou e que posteriormente os evangelistas construíram, vieram unicamente de sua imaginação. O estudioso cristão, S.G.F.Brandon escreveu:
A frase 'para revelar seu Filho em minha pessoa' é reconhecidamente curiosa, mas claramente possui um grande significado para os nossos entendimentos sobre a interpretação pessoal dos propósitos de Deus para Paulo... Quando cuidadosamente considerada como uma declaração de fato, as palavras realmente constituem uma tremenda, mesmo irracional aclamação para qualquer homem desenvolver, mais especialmente um homem com os antecedentes de Paulo. Elas significam literalmente que na pessoa de Paulo, Deus revelara seu Filho para o propósito de Paulo 'difundir o Seu evangelho' entre os Gentios... O que a declaração de Paulo implica é uma nova revelação de Seu Filho, para que fosse propiciada uma nova apreensão de Jesus que era, até o momento, desconhecida na Igreja... A posição que nós descobrimos então era a de que Paulo é o expoente de uma interpretação da fé cristã da qual ele mesmo julga como essencialmente diversa da interpretação que pode ser mais bem descrita como a tradicional ou a histórica.
Se a avaliação dada por Paulo e seus seguidores é uma distorção das verdadeiras crenças da Igreja de Jerusalém, a questão permanece: quais eram suas idéias originais?
Em nosso último livro, nós desenvolvemos um complexo, mas, assim esperamos, bem razoável argumento de que a Igreja de Jerusalém utilizava-se de cerimônias de 'ressurreição em vida' para iniciar pessoas em seus mais altos níveis dentro da comunidade. Nestas cerimônias o candidato representava uma morte simbólica e era envolto em um sudário antes de ser ressuscitado, exatamente como os Maçons hoje em dia. É conhecido através de documentos contemporâneos, incluindo os Manuscritos do Mar Morto, que era uma prática normal para os judeus naquele tempo chamar as pessoas de dentro da facção de 'os vivos' e os de fora de 'os mortos'.
Após estudar a terminologia usada pela população da Jerusalém do primeiro século, chegamos à conclusão de que não há absolutamente nenhuma razão para atribuir significados sobrenaturais às ações de Jesus Cristo. Seus supostos milagres, incluindo-se a 'ressurreição dos mortos', possa ter sido um simples desentendimento dos vários eventos mundanos realizados posteriormente por indivíduos que possuíam um ponto de vista diverso dos judeus. Outras frases mal-entendidas incluem termos como 'transformar água em vinho' que simplesmente significa elevar a população comum a uma posição mais alta na vida. Hoje, os Maçons ainda utilizavam um ritual de ressurreição estilizada para elevar o candidato de seu 'sepulcro' de modo a torná-lo um Mestre Maçom completo e preparado. Esta é realizada nas trevas, diante de Boaz e Jachin, os dois pilares orientais que se encontravam na entrada do Templo de Jerusalém.
Após Paulo estar convencido de que possuía uma nova interpretação da morte de Jesus (baseada em sua má interpretação da terminologia de Jerusalém), ele sabia que teria problemas com Tiago, o chefe da Igreja de Jerusalém. Seu embaraço quando da explicação de seu evangelho a Tiago é visível no segundo capítulo de sua Epístola aos Gálatas, quando diz:
Subi em virtude de uma revelação e apresentei o Evangelho, que prego entre os gentios...
Pelo contrário, viram que a mim fora confiada a evangelização dos gentios, como a Pedro tinha sido confiada a evangelização dos judeus.
Pois aquele que incentivou Pedro ao apostolado entre os circuncidados, incentivou também a mim para o dos gentios.
Tiago, Cefas e João, que são considerados as colunas, reconhecendo a graça que me foi dada, deram as mãos a mim e a Barnabé em sinal de pleno acordo: nós iríamos aos pagãos e eles aos circuncidados.
Alguns observadores cristãos têm declarado que o 'evangelho dos gentios' de Paulo era meramente um acordo geográfico, onde Paulo tomava para si a responsabilidade de pregação aos gentios fora da nação judaica, mas este é um argumento inconsistente. Em sua Segunda Epístola aos Coríntios, Paulo claramente alerta para aqueles que estão pregando 'um outro Jesus' e 'outro espírito', enquanto que ao mesmo tempo declara à sua audiência para não aceitar qualquer explicação diferente da sua. Enquanto estamos certos de que Tiago não aceitava o evangelho pregado por Paulo, alguns estudiosos do Novo Testamento têm demonstrado evidências de que alguns rabinos na Palestina realmente aceitavam que era necessário apresentar o Judaísmo de uma forma diferente que poderia ser apreciada por aqueles educados nas tradições da cultura greco-romana.
Poucas pessoas tomam a tarefa de ler as descobertas dos estudiosos bíblicos e deste modo eles permanecem abertos ao dogma padrão da Igreja Católica que sustenta a visão de Paulo como real, apesar desta não possuir base na Igreja de Jerusalém. Um desses estudiosos apresentou a seguinte situação:
O valor que pode ser atribuído à evidência cristã liga-se à razão do porquê desta literatura ter sido criada e as circunstâncias que deram origem ao seu nascimento. Inicialmente, entretanto, esta é suspeita, pois se ressente de provas que agora são sabidas serem impossíveis. Os Evangelhos demonstram uma crença ou afirmação que proclamam que Jesus era um ser semi-divino que nasceu violando as leis da natureza e que venceu a morte. Esta não era a crença dos seguidores originais de Jesus, nem dele mesmo em suas declarações.
As cartas de Paulo são os documentos mais antigos, cristãos ou não, a relatar as origens do Cristianismo que chegou aos nossos dias; ainda assim elas são as menos úteis no estabelecimento de fatos a respeito de Jesus... É significante que elas demonstram uma marcada falta de interesse a respeito do Jesus histórico e do fundador proverbial da fé.
Paulo inventou uma crença herética que é essencialmente não-judaica e a confronta com uma estrutura teológica que sempre colocou um abismo absoluto entre Deus e o homem, e o estranho evangelho de Paulo, criado para os gentios, é completamente sem paralelo em todos os registros do pensamento judaico. Se estivermos certos de que o Jesus dos ensinamentos de Paulo era completamente diferente daquele do de Tiago e da Igreja em Jerusalém, a questão que precisamos responder é: por que esta forma herética sobreviveu e averdadeira Igreja desapareceu?
Para procurar esta resposta é necessário revelar e entender a visão de Tiago, o irmão de Jesus, que era conhecido como 'o Justo'. É sabido através dos registros sobreviventes que os judeus da Igreja de Jerusalém possuíam uma considerável desconfiança em relação aos judeus da Diáspora e que possuíam pouco ou nenhum interesse na conversão dos gentios.
Tiago, o Justo, foi Bispo de Jerusalém e havia sido estabelecido como um sumo sacerdote oficial pelos Zelotes em direta oposição aos sumo sacerdotes saduceus e boetusianos pró-romanos.
É nos demonstrado no registro fornecido nos capítulos 66 e 70 dos Reconhecimentos Clementinos que Tiago realizou uma palestra pública no Templo a respeito da verdadeira doutrina de seu irmão Jesus, onde os famosos rabino Gamaliel e Caifás o questionavam. A eloqüência e a lógica de Tiago foram ganhando o total apoio da audiência convidada quando um inimigo (acreditado por muitos estudiosos como sendo Paulo) causou uma grande confusão que resultou no lançamento de Tiago escada a baixo e em sua morte.
Eusébio, um historiador da Igreja do terceiro século, fornece-nos um registro da morte de Tiago que provem uma versão muito mais compreensiva do que o breve relato registrado por Josephus. Tiago é descrito como um asceta de grande popularidade que possuí algumas curiosas práticas religiosas e que é detido no Templo por Ananias que convence o Sinédrio de que Tiago havia quebrado a Lei. Lá lhe é feita uma estranha questão que nenhum estudioso conseguiu entender:
Ó Justo, a quem todos nós somos obrigados a confiar, anuncia-nos o que é o portão da salvação. (Sha'ar há-yeshu'ah).
Esta faria perfeitamente sentido se Ananias tivesse ouvido os rumores a respeito do paradigma dos dois pilares gêmeos, que era tão importante para os Nazoreanos, estes os membros mais antigos da Igreja de Jerusalém, e desse modo pedisse a Tiago para explicá-lo. Os pilares gêmeos Boaz e Jachin eram aqueles que se encontravam lado a lado na entrada do 'Santo dos Santos' - o santuário interior do Templo de Yahweh - e representavam os messias monárquico e sacerdotal de Israel. A salvação para o povo judeu somente seria estabelecida quando ambos os pilares estivessem no lugar - o que seria requerido para remover a ocupação romana e o controle de suas marionetes, os Saduceus. 
Tiago não poderia explicar suas crenças a estes judeus inferiores e sendo assim, respondeu com uma declaração que aparentemente não fazia sentido para seus inquisidores. Eles então atiraram Tiago pela muralha do Templo, apedrejaram-no e finalmente executaram-no com um golpe de espada diante do Templo.
A liderança da Igreja de Jerusalém era mais monárquica que eclesiástica, pois logo após o assassinato de Tiago, em 62 d.C., um primo de Jesus, Simão, filho de Cleofás, tornou-se o novo líder da Igreja. Ele também foi mais tarde assassinado; executado pelos romanos como um pretendente ao trono de David. O fato de ter Jesus assumido a liderança completa após o assassínio de seu primo João Batista, seguido por ser irmão Tiago e então pelo próximo membro homem da família, tem conduzido muitos analistas a observar que a Igreja de Jerusalém era estruturada como uma monarquia hereditária. Exatamente como se poderia esperar da linhagem real de David.
Acredita-se que ambos Tiago e Paulo tiveram mortes violentas e alguns estudiosos têm sugerido que Paulo possa ter sido executado pelos Zelotes por sua participação no assassínio de Tiago. A questão que permanece é o porquê da prosperidade da religião de Paulo, enquanto que a de Tiago desapareceu.
Por que não há nenhuma evidência documental da sobrevivência da Igreja de Jerusalém?
Nós acreditamos que ela ainda sobrevive até os nossos dias atuais, mas, do mesmo modo que os Manuscritos do Mar Morto que foram encontrados em Qumran, os manuscritos da Igreja de Jerusalém foram escondidos para protegê-lo da contaminação dos gentios. Para entender o que aconteceu a estes importantes documentos nós devemos retornar a um terrível período da história judaica.
Os Anos Perdidos
Os cristãos hoje lêem a Bíblia em busca de inspiração nos ensinamentos de Jesus e de seus seguidores que procuravam estabelecer o reino dos céus na terra há aproximadamente dois mil anos. De acordo com a versão da Bíblia do Rei Jaime, todas as histórias contadas nos quatro Evangelhos concluem-se com a crucificação e a ressurreição no ano de 33 d.C., embora o ano de 36 d.C. seja a data mais aceita como provável. O Novo Testamento então passa para a narração contida no Livro dos Atos, em algum ponto em torno do ano de 62 d.C. Outros livros como os de Timóteo e as Epístolas de Pedro referem-se aos anos posteriores a 66 d.C., mas a partir desta data em diante, nada é mencionado até a Primeira Epístola de João, que é datada do ano de 90 d.C.
Embora os quatro evangelhos do Novo Testamento tratem exclusivamente do período da vida de Jesus, o mais antigo deles, o de Marcos, é amplamente aceito como tendo sido copilado de um outro desconhecido mais antigo, que apresentava uma variedade de tradições, durante o período compreendido entre os anos de 70 e 80 d.C. Embora ninguém saiba ao certo, acredita-se que Paulo tenha sido executado em Roma no ano de 65 d.C.
Muitos cristãos quase que certamente nunca repararam nesta lacuna na cronologia cristã de aproximadamente dez a quinze anos entre os textos contemporâneos de Paulo e aqueles retrospectivos ao de Marcos e dos outros autores dos Evangelhos, ainda que estes anos perdidos sejam de uma importância sem paralelos.
O reino dos céus não chegou como a Igreja de Jerusalém esperava ​mas o reino dos infernos certamente sim.
Por volta de 65 d.C. muitas coisas erradas aconteciam com o país. A taxação por parte de Roma era excessiva, os oficiais eram incrivelmente corruptos e em Jerusalém dezoito mil homens perdiam seus empregos com a conclusão dos trabalhos do Templo. Descontentes - alguns patriotas, outros nada além de bandoleiros - coletavam seus próprios tributos sobre a população local no que poderia ser considerável como 'proteção por meio de extorsão'. A inquietação crescia quase que diariamente e o historiador Josephus conta-nos que embora ele possuísse uma pequena simpatia com o fanatismo político-religioso dos Zelotes e sua disposição em lançar sua nação em uma guerra sem esperanças contra Roma, ele acreditava que os romanos eram totalmente insensíveis à cultura judaica. Um dos exemplos mais inflamatórios dessa insensibilidade foi empreendido pelo imperador homicida Calígula que possuía uma estátua sua erigida dentro do Templo em Jerusalém. Naturalmente, este fato causou uma enorme ofensa aos judeus em toda parte e pode ter sido um fator que contribuiu no assassinato de Calígula logo após.
Não eram somente os romanos que tornavam a vida difícil; as famílias sacerdotais-chefes de Jerusalém também instigavam a violência contra todo aquele que não os agradassem. De acordo com Josephus, o início do fim ocorreu em Cesárea quando o procurador Gessius Florus deliberadamente estimulou a população judaica em uma insurreição na esperança de que seus próprios e recentes delitos não fossem notados em Roma devido a uma sucessiva desordem. As notícias de uma rebelião em larga escala em Cesárea rapidamente espalharam-se por todo o país e os Zelotes de Jerusalém atacaram os líderes judeus da cidade e as guarnições romanas, massacrando todos aqueles que poderiam cair em suas mãos. Mesmo os Samaritanos, que nunca foram muito próximos aos judeus, aliaram-se aos Zelotes quando a revolta intensificou-se.
As notícias da destruição das guarnições romanas em Jerusalém tiveram desastrosas conseqüências para os judeus de Cesárea, que era o quartel​-general do procurador. Enraivecidos pela perda de amigos e familiares em Jerusalém, os soldados romanos iniciaram um sistemático massacre de toda a população. Como é da natureza da guerra, este por sua vez revoltou os judeus que imediatamente atacaram as cidades dos gentios de Filadélfia,Sebonitis, Gerasa, Pella, Scytópolis, Gabara, Hippos, Kedesa, Ptolemais e Gaba, onde numerosos gentios pereceram como vítimas do fanatismo judaico.
Os judeus perceberam afinal que seu dia finalmente chegara e, enquanto não demonstravam haver uma organização central nesta época, a intensidade de seus ataques aos romanos e a todos os gentios era tal que a inteira nação parecia ter sido lançada irresistivelmente em um frenesi de religiosidade exultante. Josephus registra que o desejo pela batalha estendeu-se a Tiro, a Alexandria e a diversas cidades da Síria, incluindo Damasco.
À medida que líderes emergiam, eles tomavam conhecimento de que sua causa era sem esperança, uma vez que era apenas uma questão de tempo até que Roma enviasse seu poder total para sufocar a frágil província. Entretanto, os Zelotes não tomaram em armas por acreditarem que pudessem ser mais fortes que os romanos; sua motivação era a crença de que Deus proviria um milagre para salvar seu povo escolhido, do mesmo modo como Ele havia realizado antes quando os israelitas triunfaram sobre o poder dos egípcios. Tal era sua fé nos favores de Deus que novas moedas foram lançadas portando a inscrição: 'O primeiro ano da redenção de Israel'.
Os Zelotes eram inflexíveis, matando qualquer membro do clero que eles acreditavam estar em oposição a eles. Eles aprisionavam todos aqueles que não demonstravam força suficiente no apoio a sua causa.
O ataque esperado pelos romanos demorou a vir, mas quando chegou foi poderosamente desferido. Cestius Gallus entrou na Palestina com uma forte força de legionários e tropas auxiliares que encontraram pouca resistência dos judeus desorganizados à medida que marchavam em direção à Jerusalém. As tropas concentraram seu ataque na tentativa de romper as muralhas do Templo, quando, sem nenhuma razão aparente, ele ordenou a retirada de suas tropas antes do ataque final e moveu-se para a região norte da cidade. Os judeus, que esperavam os romanos sobre eles a qualquer hora, ficaram atônitos ao verem os seus inimigos mudarem de idéia diante da iminente vitória. Inicialmente eles pensaram que fosse um subterfúgio dentro da estratégia de batalha romana, mas quando eles perceberam que estes simplesmente tinham se retirado da batalha, os judeus rejubilaram-se.
Neste ponto faz-se necessário recorrer a um documento que deveria estar na mente de todo judeu que justamente defendia o Templo de Yahweh. 
Conhecido como A Ascensão de Moisés, este estranho documento possuí um tema apocalíptico e descreve eventos imaginários como a ocasião na qual o arcanjo Miguel escavava uma sepultura para Moisés e o demônio aparecia para reivindicar o corpo, o que foi prontamente recusado. Acreditava-se que o documento fora escrito anteriormente à crucificação, mas parece cobrir um período posterior, incluindo-se aí a Guerra Judaica. Também este se refere a uma misteriosa figura, conhecida pelo nome de 'Taxo' que exortou seus filhos a morrer a serem desleais para com sua fé e a partir de suas mortes nós passaríamos a esperar a intervenção de Deus na batalha para o estabelecimento de Seu reino. Muitos estudiosos têm identificado a figura de Taxo com a do Mestre da Retidão descrito nos Manuscritos do Mar Morto, que identificamos com Tiago, o Bispo de Jerusalém.
A Ascensão de Moisés determina que o reino de Deus será estabelecido através de uma grande destruição de homens e nações, mas o triunfo final trará o derradeiro fim ao reino de Satã. Uma passagem prediz:
E então o Seu reino aparecerá por toda Sua criação.
E então Satã não mais existirá.
E toda a dor partirá com ele...
Pois o Divino levantar-se-á de Seu trono real
E governará a partir de Sua Sagrada Morada.
A 'Sagrada Morada' de Yahweh somente pode se referir ao santuário interior do Templo, pelo qual os judeus estavam lutando defender. A passagem continua:
Com indignação e ira sobre o número de Seus filhos...
Pois o Altíssimo surgirá, o único Deus Eterno,
E surgirá para punir os Gentios,
E destruirá todos os seus ídolos,
E deste modo, Israel prosperará.
Este documento registra que aos judeus, ao lutarem sua batalha, fora requerido que se enterrassem todos os seus manuscritos e tesouros mais preciosos o mais próximo possível do Santo dos Santos, onde eles estariam sob a proteção segura de Deus. Nós estamos certos de que estes itens foram secretamente colocados embaixo do Templo, pois o 'Manuscrito de Cobre' (assim chamado devido ao metal onde este fora confeccionado) confirma que estas instruções foram seguidas.
Este registro em metal demonstra que pelo menos vinte e quatro manuscritos foram secretamente colocados sob o Templo, incluindo um outro manuscrito de cobre que contém as mesmas informações do manuscrito de Qumran - além de outras. Um total de sessenta e uma localizações codificadas é fornecido onde estes preciosos itens foram ocultos, sendo que o último registro diz:
No Poço, junto ao norte em um buraco aberto em direção ao norte, e enterrado em sua entrada: uma cópia deste documento com uma explicação e suas medidas, bem como um inventário de cada item, entre outras coisas.
John AlIegro, que cuidadosamente analisou o manuscrito, afirma sobre seu propósito:
O Manuscrito de Cobre e sua cópia (ou cópias) foram confeccionados para contar aos sobreviventes judeus da guerra, então em curso, onde este sagrado material encontrava-se enterrado, pois se qualquer um deles fossem encontrados, nunca fossem dessacralizados através de uso profano. Também serviria como um guia para a descoberta do tesouro, que fora necessário carregar durante a guerra.
A Igreja de Jerusalém havia decidido esconder seus documentos e consignar seus tesouros a guarda de Deus, durante a primavera do ano de 68 d.C., mas em Junho do mesmo ano, Qumran foi destruída pelos romanos. Os judeus tiveram tempo suficiente, antes deles chegarem, para cortar a maioria de seus manuscritos, de modo a prevenir que os gentios os lessem. Foi essa atitude que faz com que a reconstrução dos Manuscritos do Mar Morto seja tão difícil para os estudiosos modernos. Os mais sagrados dos manuscritos escaparam de tal tratamento, pois foram colocados sob o Templo para serem defendidos até o fim.
Os jubilantes defensores de Jerusalém acreditavam, quando os romanos retiraram-se, que o milagre da fuga dos egípcios havia se repetido e que Yahweh de algum modo misterioso tinha salvado Seu santuário sagrado dos inimigos de Seu povo. Certos da convicção de que a intervenção divina havia triunfado, os judeus perseguiram os romanos e Josephus registra que eles procuraram matar nada menos que seis mil soldados das colunas em retirada antes que a legião escapasse para além das fronteiras da Palestina.
Esta derrota, quando comparada com as perdas similares na Bretanha e na Armênia, seriamente minaram o prestígio imperial o que levou provavelmente os judeus a considerarem a guerra como ganha. Então, na primavera do ano de 67 d.C., um novo oponente conhecido por Vespasiano ingressou na Palestina com três legiões e um grande corpo de tropas auxiliares ocupando várias áreas provinciais da nação judaica antes de atacar a própria Jerusalém. Esta provou ser uma tarefa mais difícil do que esperada, uma vez que os judeus retiraram-se para as suas cidades fortificadas onde lutaram com uma coragem fanática que se igualava à disciplina e às ciências militares dos romanos. Eles infligiram aos romanos enormes perdas, mas inevitavelmente cidade após cidade caiu e os vingativos atacantes massacravam a população que sobrevivia às batalhas. Ao término de um ano, Gabara, Jotapata, Jafa, Tariquéia, Gischalá, Gamala e Jopa eram cidades fantasmas e os romanos possuíam total controle sobre a Galiléia, a Samaria e o litoral ocidental da Judéia. No ano seguinte, Vespasiano continuou com sua estratégia e as cidades de Antipatris, Lydda, Emaús, Jericó e Adida caíram, deixando as fortalezas de Herodium, Macário, Massada e Jerusalém ainda para serem ocupadas.
Inesperadamente, aguerra interrompeu-se neste ponto quando Vespasiano fora proclamado imperador e uma vez mais os judeus viram esta mudança na sorte como um ato da intervenção divina. Entretanto, alguns dias antes da Páscoa, durante a primavera do ano de 70 d.C., Tito, o filho do imperador, reuniu suas forças fora das muralhas de Jerusalém para os preparativos do ataque final. Seu exército era mais forte do que qualquer um que os judeus já tivessem visto, com quatro legiões e um grande número de auxiliares.
O cerco que se seguiu tem sido descrito como um dos mais terríveis da História. Os comandantes unificados dos judeus, João de Gischalá e Simão Ben Gorias, conduziram suas forças com grande habilidade, assim como Tito e seus homens. A cidade não poderia ser tomada em um simples ataque, pois esta era dividida em três locações defensivas separadas, conhecidas como a Fortaleza Antônia, o Palácio de Herodes e o próprio Templo. Isto significava que uma vez que as muralhas fossem rompidas, as lutas continuariam em espaços restritos, que era um tipo de conflito que proporcionaria mais às táticas de guerrilha dos judeus do que as formações de batalha romanas. Inevitavelmente, os judeus foram recuando até que somente o Templo permanecesse intocado, sendo a personificação de tudo o que os judeus desejavam. Eles acreditavam que o pátio exterior do Templo de fato pudesse ser destruído sob os pés dos gentios, mas que seu santuário nunca poderia ser tocado, pois Yahweh nunca permitiria a dessacralização de Sua Sagrada Morada por parte de pagãos.
Nós podemos perceber algo da expectativa dos judeus, à medida que defendiam sua cidade sagrada, a partir de passagens contidas no Segundo Livro Apócrifo de Esdras, que foi escrito um pouco antes da queda do Templo. As palavras nos demonstram uma visão da esperada intervenção messiânica:
E todos eles foram colocados juntos; a rajada de fogo, a brisa flamejante e a grande tempestade; e caíram com violência sobre a multidão que estava preparada para lutar e queimaram a todos, e que foi tão repentino que de multidão inumerável nada foi percebido, a não ser pó e o odor de fumaça: quando isto eu vi, cobri-me de temor. Ouvi, vós que sois o Meu amado – disseste o Senhor: contemplai; os dias de atribulação chegaram, mas Eu o libertarei dos mesmos.
Sabendo em seus corações que a intervenção de Yahweh estava próxima, eles perceberam que a ação de ter encaminhado seus mais preciosos manuscritos e seus tesouros para dentro do Templo era a vontade de Deus. Os maiores segredos dos judeus seriam salvos pelo próprio Yahweh em pessoa, assim que Ele surgisse para golpear os Seus inimigos diante dos dois pilares gêmeos na entrada de Sua sagrada câmara.
Mas Yahweh estava dormindo.
Após uma batalha que durou centro e trinta e nove dias, os pagãos violentaram o Templo e corromperam seu santuário interior. Eles incendiaram a casa de Yahweh, mas ainda assim Ele não respondeu aos clamores de Seu povo, e Seu messias não surgiu, como muitos esperavam, para destruir os ímpios invasores com o sopro sagrado de seus pulmões.
A imagem do Templo em chamas levou os judeus remanescentes a desanimarem, sendo rapidamente massacrados pela ferocidade dos legionários. A cidade lançava-se em ruínas, seus habitantes mortos. Os romanos então prosseguiram para destruir as três fortalezas remanescentes de Herodium, Macário e Massada. A população de Massada resistiu ainda por três anos até que toda a esperança tivesse desaparecido e então cometessem suicídio em massa.
Entretanto, mesmo após o Templo ter sido completamente destruído, Josephus conta-nos que o labirinto subterrâneo de túneis proveu esconderijos para alguns dos guerreiros judeus:
Este Simão (bar Giora), durante o cerco de Jerusalém, ocupou a cidade alta; mas enquanto o exército romano ingressava além das muralhas e saqueava toda a cidade, ele, acompanhado por seus mais fiéis amigos, entre eles alguns cortadores de pedra, trazendo as ferramentas necessárias para seu ofício e provisões suficientes para muitos dias, lançou-se acompanhado por seus partidários dentro das passagens secretas. Por tanto quanto as antigas escavações prolongavam-se eles prosseguiram; mas quando eles encontraram terra sólida, eles começaram a escavar, esperando serem capazes de prosseguir adiante, emergindo em segurança e deste modo escapar. Mas a experiência da tarefa provou-se ser esta esperança ilusória; os mineradores avançaram vagarosamente e com dificuldade e as provisões, embora centenas, foram rapidamente consumidas. Por causa disto, Simão, imaginando que pudesse dialogar com os romanos, criando espanto, vestiu-se com túnicas brancas e enfeitando-se com um manto púrpuro, surgiu do solo no exato ponto onde o Templo costumava estar. Os espectadores primeiramente ficaram assombrados e permaneceram imóveis; posteriormente, eles se aproximaram e inquiriram sobre quem era ele. Este Simão recusou-se a dizê-lo a não ser a um general. Concordando com isto, eles prontamente correram para atendê-lo e, Terentius Rufus, que havia sido deixado no comando da força, apareceu. Ele, após ouvir de Simão toda a verdade, aprisionou-o e informou a César do modo de sua captura... Seu surgimento do subterrâneo levou, além disso, à descoberta durante aqueles dias de um grande número de outros rebeldes nas passagens subterrâneas. No retorno de César à Cesárea, Simão foi trazido até ele agrilhoado, e este ordenou que o prisioneiro fosse mantido para o triunfo que ele estava preparando para ser celebrado em Roma.
Esta história interessa-nos por numerosas razões. Ela certamente fornece uma vívida impressão da escala dos labirintos que ainda devem existir sob as ruínas do Templo e leva-nos a perguntar o que esses guerreiros estavam fazendo com túnicas brancas e mantos púrpuras em circunstâncias que os levaram a ingressar nestas câmaras subterrâneas para escapar da morte iminente.
A única explicação para a presença de túnicas brancas é que estes últimos combatentes sobreviventes eram Essênios que sempre se vestiam de branco e que nós os associamos aos Nazoreanos e à Igreja de Jerusalém. O uso do branco era considerado como um símbolo de ter passado pelo processo de ressurreição. O fato de eles possuírem um manto púrpuro com eles é de considerável interesse, pois tal paramento somente poderia indicar uma conexão real e pareceria sugerir que o rei dos judeus, na forma de Simão, filho de Cleofás, tinha sido envolvido na defesa do Templo. Se ele esteve, certamente escapou, pois é conhecido o registro de que fora crucificado em uma data posterior pelos romanos.
Quando a guerra terminou, a nação dos judeus simplesmente deixou de existir e somente uma fé permaneceu: uma fé que tinha perdido a morada de Deus e sua raison d'être. O Judaísmo encontrou um novo elo de união no estudo da Lei e na veneração da sinagoga; o livro talmúdico tomou o lugar do Templo e, por sua vez, tornou-se o símbolo vivo do espírito da raça de Israel. Os judeus sobreviventes, a maioria deles da Diáspora (muitos sendo gentios convertidos), reinventaram-se através de uma versão altamente diluída de sua fé, uma vez que os judeus radicais haviam desaparecido.
Entre os anos de 66 e 70 d.C., uma enorme parcela da população da Palestina foi passada a fio da espada. De acordo com os cálculos realizados a partir dos diversos relatos de Josephus, aproximadamente 1.350.000 homens, mulheres e crianças foram massacradas - já o Novo Testamento falha ao fornecer mesmo uma breve menção do genocídio infligido sobre o povo que é o coração da história dos cristãos, muitos dos quais devem ter sido testemunhas oculares do batismo, dos sermões e da crucificação de Jesus!
Por quê?
Porque os cristãos gentios da Diáspora tendo sido ensinados pelas estranhas interpretações de Paulo sobre a vida e morte de Jesus, não tinham mais ninguém para corrigir suas interpretações errôneas. Eles rejeitavam a circuncisão e logo em seguida deixariam de pensar em si mesmos como uma facção judaica. Tendo absorvido a história do 'povo escolhidode Deus' como sua herança, eles voltaram suas costas para a nação dos judeus, mesmo falsamente mantendo-os responsáveis pelo assassinato de seu próprio messias pertencente à casa de David.
Os únicos registros detalhados da Guerra dos Judeus são aqueles de Josephus, um homem que começou na guerra como um líder militar judeu e terminou-a lutando do outro lado como um soldado romano. Nenhum registro da guerra sob o ponto de vista da Igreja de Jerusalém é sabido já ter existido; de fato, todos os seus registros desapareceram. Muitos estudiosos cristãos têm considerado como altamente significativo que a Igreja dos gentios instantaneamente perdesse todo o conhecimento de seus antepassados em Jerusalém:
O fato de que a tradição cristã não tenha preservado nenhum registro do destino da Igreja Mãe de Jerusalém, a não ser aquelas, obviamente imprecisas, fornecidas por Eusébio e Epifânio, deve certamente significar que o que fosse conhecido das passagens daquela famosa Igreja, nada fosse encontrado que pudesse ser convenientemente utilizado no crescente gosto pela hagiografia (veneração dos santos). Tal silêncio, haja vista a antiga e única autoridade, bem como o prestígio da Igreja de Jerusalém, é significativo, e, quando visto no contexto do conhecimento que nós temos descoberto da natureza e da imagem da Cristandade judaica, a conclusão que surge de modo razoável e necessário é que a Igreja de Jerusalém caiu junto com a nação judaica na catástrofe do ano 70 d.C..
Deste modo em tão curto espaço de tempo, esta florescente Igreja Cristã Judaica, com a reverenda companhia dos discípulos e testemunhas de Jerusalém e seus membros vigorosos nos distritos do país, foi tão fatalmente massacrada pela destruição da guerra que esta desapareceu quase completamente da vida da Igreja Católica.
Acreditamos que há uma referência à queda de Jerusalém no Novo Testamento que usualmente permanece irreconhecível. O Livro das Revelações contém impenetráveis visões apocalípticas que parecem ser uma lembrança da destruição de Jerusalém. Ele foi escrito por um judeu desconhecido convertido ao Cristianismo aproximadamente quarenta anos após a queda do Templo e descreve a criação da Nova Jerusalém. No capítulo vinte, o autor visionário descreve como estes mártires que haviam morrido defendendo Jerusalém da besta (os romanos) estariam junto a Cristo por mil anos a partir do tempo que eles fossem ressuscitados. Ao término do primeiro milênio, conta-nos ele, que o reinado de Cristo e de sua 'amada cidade' seria atacada por nações ímpias, lideradas por Gog e Magog.
Jerusalém foi arrasada pelos romanos em 70 d.C.; mil anos e alguns meses após, os turcos seljúcidas chegaram e devastaram a cidade.
Nós acreditamos que este acurado desempenho de profecia é apenas uma estranha coincidência, mas, como demonstraremos, os governantes da Europa medieval certamente a levaram muito a sério.
Conclusão
O papel de Tiago, o irmão de Jesus, foi deliberadamente apagado pela Igreja Católica Romana e a importância de Pedro e Paulo foi enfatizada para assegurar que os papas romanos fossem vistos como tendo uma linha direta de autoridade oriunda diretamente do próprio Cristo.
Paulo chegou em Jerusalém e proclamou que ele havia experimentado uma mensagem especial de Deus que lhe dava um único evangelho que era completamente diferente daquele pregado por Tiago e outros que tinham conhecido Jesus pessoalmente. Ele então viajou para fora de Israel e da Judéia para converter os gentios para sua versão 'revelada' dos eventos que incluíam ocorrências sobrenaturais. Paulo nunca foi aceito pela Igreja de Jerusalém. Ele não compreendia a teologia judaica deles e concentrou-se em um culto voltado para os cidadãos romanos.
Paulo não compreendia o uso da 'ressurreição em vida' utilizada pela Igreja de Jerusalém e, deste modo, ele e seus seguidores paulinos erroneamente acreditavam que Jesus fazia com que os mortos retornassem à vida.
Após o assassinato de Tiago, os judeus ingressaram em uma guerra contra Roma que resultou na destruição do Templo e de uma grande proporção da nação judaica, incluindo quase todos aqueles que eram ligados à Igreja de Jerusalém. Nesta época, por sua vez, Paulo também estava morto e uma nova safra de cristãos gentios estava livre para desenvolver um culto que pouco tinha em comum com os ensinamentos de seus fundadores.
Antes que o Templo fosse destruído, os mais preciosos manuscritos e tesouros da Igreja de Jerusalém foram enterrados embaixo das ruínas do Templo de Herodes. A verdade a respeito de Jesus e de seus rituais secretos permaneceram adormecidas, mas não estavam perdidas: os Templários eventualmente descobriram os segredos perdidos.
Nossa próxima tarefa é considerar como os eventos do ano de 70 d.C. em Jerusalém poderia ser conectados à Maçonaria. Para tal, nós precisamos procurar mais apuradamente em Rosslyn, a reconstrução medieval do Templo de Jerusalém construída pelos descendentes dos Cavaleiros Templários.
2
Os Segredos de Rosslyn
Os Nove Cavaleiros
A pequena vila de Roslin localiza-se a aproximadamente quinze quilômetros ao sul de Edimburgo através da estrada para Penicuik. Ela é famosa por três razões: uma fazenda estatal experimental que tem produzido pares de ovelhas geneticamente clonados; as ruínas de um castelo que foi destruído pelo Exército dos Roundheads quando a Guerra Civil Inglesa espalhou-se até a Escócia; e uma não muito usual capela medieval. A Capela de Rosslyn foi iniciada em 1440 e tem demonstrado ser o mais antigo monumento que possui claras conexões com a Maçonaria moderna, os Cavaleiros Templários e a Jerusalém do primeiro século.
Para compreender Rosslyn nós temos que compreender os Cavaleiros Templários que eram, sem dúvida, a mais famosa ordem de guerreiros cristãos surgida no período medieval ou em qualquer outro. Estes monges guerreiros possuíam uma improvável concepção, uma existência controversa e um legado espetacular; todas essas características asseguraram que eles encontrassem seu lugar dentro de mais de uma lenda. Fatos extraordinários a respeito das façanhas dos Templários têm produzido todo tipo de românticos e de charlatões séculos a fora e, devido a isto, diversos estudiosos conceituados tornam-se imediatamente cépticos a qualquer teoria que mencione pelo nome.
Do mesmo modo que é completamente verdadeiro que muito de absurdo tem sido escrito a respeito dos Templários, seria absurdo admitir que eles eram apenas uma ordem comum que apenas surgiu para captar a imaginação de um número sem fim de tipos esotéricos. No mínimo, os Templários seriam qualquer coisa, menos comuns.
De acordo com avaliações aceitas, esta bem sucedida e enorme ordem surgiu quase que por acidente em 1118, logo após a morte do primeiro rei cristão de Jerusalém, Balduíno I, e a sucessão por seu primo, Balduíno lI. Costuma​-se dizer que este novo rei foi procurado por nove Cavaleiros franceses que aparentemente informou-o que eles desejavam ser voluntários como uma audaciosa força de defesa para proteger os peregrinos dos bandidos e assassinos que havia nas estradas da Terra Santa. A história registra que o recém empossado rei imediatamente alojou-os no sítio do Templo de Salomão e pagou o seu sustento por nove anos completos. Em 1128, apesar do fato do grupo nunca ter se afastado do Monte do Templo, eles foram elevados à categoria de Ordem Santa pelo Papa por seus valorosos serviços na proteção dos peregrinos por toda uma década. Foi neste ponto preciso, que eles formalmente adotaram o nome de Ordem dos Pobres Soldados de Cristo e do Templo de Salomão, ou simplesmente, 'os Cavaleiros Templários'. Este minúsculo grupo de homens medievais foi repentinamente posicionado como o exército de defesa oficial da Igreja Romana na Terra Santa. As hostes sarracenas devem ter se divertido muito com isto!
As coisas mudaram rapidamente. Dentro de poucos anos, o bando de maltrapilhos que havia acampado nas ruínas do Templo dos judeus, miraculosamente transformou-seem uma esplendorosa, fabulosa e saudável Ordem que se tornaria os banqueiros dos reis da Europa.
Nós realmente acreditamos que os registros dos livros de História sobre o surgimento dos Cavaleiros Templários eram muito simplórios e, deste modo, precisávamos descobrir o que realmente ocorreu na segunda década após a Primeira Cruzada.
Em nosso último livro, chegamos à conclusão de que os Templários não haviam protegido nenhum peregrino, pois eles gastaram todo o seu tempo escavando embaixo do Templo arruinado, a procura de algo, possivelmente o tesouro de Salomão. De fato, outros chegaram a conclusões similares antes de nós:
​A verdadeira tarefa dos nove Cavaleiros era empreender buscas na área, de modo a obter certas relíquias e manuscritos que contivessem a essência da tradição secreta do Judaísmo e do antigo Egito, alguns dos quais provavelmente remontassem à época de Moisés.
* O Exército dos Roundheads era a força militar dos partidários puritanos de Sir Oliver Cromwell, lorde protetor da Grã Bretanha e Irlanda, quando da Revolução que depôs a casa real dos Stuart do trono inglês, em 1649. Cromwell instituiu uma república, baseada nos conceitos reformadores da Igreja Puritana da Inglaterra, permanecendo no governo da Grã Bretanha até o ano de 1658. (N. T.)
Em 1894, quase oitocentos anos após os Templários terem iniciado a escavação sob as ruínas do Templo de Jerusalém, seus túneis secretos foram novamente sondados, nesta época por um contingente do exército britânico liderado pelo tenente Charles Wilson, membro dos Engenheiros Reais. Eles nada descobriram dos tesouros escondidos pela Igreja de Jerusalém, mas nos túneis cavados séculos antes, eles encontraram parte de uma espada templária, uma espora, restos de uma lança e uma pequena cruz templária, Todos esses artefatos estão agora em poder de Robert Brydon, um arquivista templário na Escócia, cujo avô fora amigo de um certo Capitão Parker que tomou parte nesta e em outras expedições que escavaram abaixo do sítio do Templo de Herodes. Em uma correspondência escrita ao avô de Robert Brydon em 1912, Parker relata a descoberta de uma câmara secreta abaixo do Monte do Templo com uma passagem que ligava à Mesquita de Omar. Ao surgirem dentro da mesquita, o oficial do exército britânico teve que fugir dos irados sacerdotes e fiéis para não morrer.
Não há dúvida de que os Templários de fato realizaram escavações maiores em Jerusalém e a única questão que nós precisávamos considerar era: o que os levou a empreenderem tal enorme projeto e o que precisamente eles descobriram? Quando estávamos escrevendo nosso último livro, embora estivéssemos certos em saber o que eles tinham descoberto, nós apenas podíamos especular que a motivação para toda esta aventura deveria ter sido uma caça ao tesouro oportunista.
Nós novamente consideramos o mútuo juramento de aliança que os nove Cavaleiros estabeleceram no início de sua escavação, dez anos antes que eles se estabelecessem como a Ordem dos Cavaleiros Templários. Diversos livros sobre os Templários usualmente estabelecem que o compromisso era uma promessa de 'castidade, obediência e pobreza' - que soa mais como um voto para monges do que para um pequeno grupo independente de Cavaleiros. Entretanto, quando o juramento é analisado em sua origem latina, este é traduzido por 'castidade, obediência e manutenção de toda propriedade em comum'.
Existe uma clara diferença entre jurar nada possuir e jurar compartilhar toda a prosperidade em comum - e prosperidade é o que eles obtiveram em pouquíssimo tempo!
Nós, entretanto, permanecemos intrigados pela natureza muito religiosa deste mútuo juramento. Outros observadores têm comentado sobre isto, pois sabem com certeza que os Templários, de fato, se tornaram uma ordem de monges guerreiros, mas como estes nove Cavaleiros saberiam o que ocorreria dez anos mais tarde? Muitas questões precisavam ser respondidas:
1. Por que eles precisavam abraçar a 'castidade' em uma época em que os padres católicos romanos não o faziam?
2. Por que um pequeno grupo de homens completamente independente precisou realizar um juramento de obediência e a quem eles estavam planejando serem obedientes?
3. Se eles eram meros caçadores de tesouros, por que eles pretenderiam compartilhar toda a propriedade em comum quando o método usual seria o de dividir o espólio?
Para responder apropriadamente a estas questões, nós precisaríamos conhecer um pouco mais a respeito das circunstâncias deste pequeno grupo de cavaleiros que se reunira em Jerusalém em 1118. Nós certamente sentimos que algo estava errado aqui e nosso principal temor era que a verdade pudesse ter se perdido ao longo dos séculos e que nós nunca esclareceríamos as motivações destes homens.
Nós sentíamos que a conclusão razoável a respeito da segunda questão sobre a necessidade de 'obediência' fortemente sugeria que outras pessoas deveriam estar envolvidas e que deveria haver um plano mais elaborado do que uma simples caça ao tesouro. Os três votos quando colocados juntos serviam mais aos padres do que aos Cavaleiros. Nós relembramos rapidamente do estilo de vida dos homens da comunidade dos Essênios descritos nos Manuscritos do Mar Morto: uma existência ascética que igualmente aplicava-se aos líderes da Igreja original de Jerusalém que originalmente havia enterrado os manuscritos e os tesouros que os Templários descobriram.
A partir de nossas pesquisas prévias, nós acreditamos que os manuscritos removidos pelos Templários agora residem abaixo da Capela de Rosslyn na Escócia.
Um Santuário Templário
A Capela de Rosslyn está protegida por uma pequena estrada lateral passando por entre duas excelentes estalagens que somente pode ser notada por aqueles que se aventuram pela vila de Roslin. É difícil ver muito da edificação à primeira vista, uma vez que ela está obstruída por árvores e altos muros ao longo do lado norte, mas que estranhamente proporciona uma rápida visão da parede ocidental com suas duas bases de colunas no ponto mais alto.
A entrada é realizada através de uma pequena cabana, onde lembranças podem ser compradas e onde é servido chá com biscoitos. Assim que se cruza a porta dos fundos da cabana, o esplendor desta curiosa e única capelinha é imediatamente óbvio e leva-se nada menos que alguns minutos para se perceber que esta é nada menos que um texto medieval escrito em pedra.
A proeza artística de William St Clair não é semelhante a nada que nós já tenhamos visto anteriormente e nunca havíamos nos encantado tanto com a aura gerada no interior e exterior celestialmente esculpidos. Como uma obra arquitetônica, ela não é particularmente graciosa, nem as suas dimensões físicas impressionam, mas mesmo assim instintivamente sente-se que este é um lugar muito especial.
Nós nada encontramos de cristão nesta assim chamada 'capela', uma observação que tem sido realizada por muitos observadores conhecidos por nós, desde então. Há uma estátua de Maria com um menino Jesus, um batistério com fonte, alguns vitrais com alegorias cristãs, mas tudo isto são intrusões vitorianas ocorridas quando a capela foi consagrada pela primeira vez. Estes atos de 'vandalismo' foram muito significativos, mas mal concebidos, uma vez que eles não puderam retirar a magnificência anterior da celestial edificação originariamente esculpida.
Esta construção cuidadosamente planejada não foi somente construída sem um batistério, ela não possuía nenhum espaço para um altar em seu lado oriental e uma mesa de madeira hoje em dia serve para esse propósito no centro de um simples salão. A História registra que não foi consagrada até que a Rainha Victoria a visitasse e sugerisse que a mesma fosse transformada em uma igreja.
Construída entre os anos de 1440 e 1490, a estrutura é coberta por uma combinação de motivos celtas e templários que são instantaneamente reconhecidos pelos modernos Maçons. Preparados com um detalhado senso das antigas origens da Maçonaria, nós começamos a perceber que existempistas precisas e secretas impressas na construção da edificação que estabelecem uma ligação sem qualquer dúvida entre o Templo de Herodes e esta maravilha medieval.
Há apenas dois salões: um salão principal e uma cripta que é acessada via uma escadaria no lado oriental. O salão possui quatorze pilares, doze dos quais são iguais, mas os localizados no sudeste e no nordeste são únicos, ambos esplendorosamente esculpidos com diferentes desenhos. Freqüentemente tem sido dito que estes pilares representam aqueles que existiam no átrio interior do Templo de Jerusalém chamados de Boaz e Jachin, que são hoje em dia muito importantes para os Maçons.
Um exame mais atento revela-nos que a parede ocidental e a totalidade do piso foram projetados como uma cópia das ruínas do Templo de Salomão e a superestrutura acima do pavimento térreo e além da parede ocidental era uma interpretação da visão sobre a Jerusalém Celeste feita pelo profeta Ezequiel.
Os pilares principais - Boaz e Jachin - são posicionados precisamente do mesmo modo que aqueles existentes em Jerusalém. Nós sabíamos que o ritual do grau maçônico conhecido como Santo Real Arco descreve a escavação das ruínas do Templo de Salomão e claramente estabelece que deveriam haver dois esplendorosos pilares no lado oriental e mais doze de concepção idêntica ​exatamente como encontramos em Rosslyn.
Nós, então percebemos, que o layout dos pilares formava um perfeito tríplice Tau (três formas de 'T' unidos), exatamente como o descrito no ritual maçônico. Além do mais, de acordo com o grau do Santo Real Arco, também deveria haver um 'Selo de Salomão' (idêntico à Estrela de David) fixado ao tríplice Tau e uma inspeção mais acurada revelou que toda a geometria da edificação era de fato construída em torno desse desenho.
Quando construiu Rosslyn, William St Clair inseriu estas pistas e colocou o significado da decodificação deles dentro dos então rituais secretos do grau do Santo Real Arco. Através do ritual maçônico, ele explicou anos mais tarde o que ele estava tentando dizer:
O tríplice Tau significa, entre outros significados ocultos, Templum Hierosolyma​ - o Templo de Jerusalém. Ele também significa Clavis ad Thesaurum - uma chave para um tesouro - e Theca ubi res pretiosa deponitur - Um lugar onde algo precioso está oculto - ou Res ipsa pretiosa - A própria coisa preciosa.
Esta era uma profunda confirmação de nossa tese de que Rosslyn era uma reconstrução do Templo de Herodes. Nós imediatamente imaginamos se este ritual da Maçonaria continha essas palavras para o único propósito de revelar o significado de Rosslyn ou se Rosslyn havia sido projetada neste formato para confrontar-se com os conhecimentos mais antigos? Nesse momento isto não importava, pois estava claro para nós que William St Clair era o homem que tinha estado envolvido com ambos. A definição maçônica do 'Selo de Salomão' segue a seguir:
A Jóia de Companheiro do Real Arco é um triângulo duplo, muitas vezes chamado de Selo de Salomão, inscrito em um círculo de ouro; na base há um rolo de pergaminho onde constam as seguintes palavras Nil nisi clavis deest - Nada é desejada a não ser a chave - e no círculo aparece escrito, Si tatlia jungere possis sit tibi scire posse - Se vós pudestes compreender estas coisas, vós conhecestes o suficiente.
William St Clair havia cuidadosamente escondido esta escrita secreta dentro dos rituais da Maçonaria, que devem ter existido anteriormente a 1440. Neste ponto, nós sabíamos que era certo que o arquiteto deste 'Templo de Yahweh' escocês tinha inserido as suas próprias definições para estes antigos símbolos para que alguém em um futuro distante pudesse 'virar a chave' e descobrir os segredos de Rosslyn.
Os nove Cavaleiros originais que cavaram abaixo dos escombros do Templo de Herodes cuidadosamente mapearam as fundações abaixo do solo, mas eles não possuíam nenhuma condição de saber como a principal superestrutura se parecia, exceto pela seção da parede ocidental que ainda existia de pé aquele tempo. As principais paredes de Rosslyn equiparavam-se exatamente com a linha de paredes do Templo de Herodes descobertos pela expedição do exército britânico liderada pelo tenente Wilson e pelo tenente Warren, membros dos Engenheiros Reais.
Plano de Rosslyn
Wilson iniciou um levantamento de toda a cidade de Jerusalém para a padronização do Levantamento de Artilharia em 1865 e, em Fevereiro de 1867, o tenente Warren chegou para empreender uma escavação dentro das galerias abaixo da área do Templo. Um dos diversos diagramas produzidos por Warren Ilustra o grau de dificuldade que eles encararam e ajuda a explicar o porquê dos Cavaleiros Templários terem levado nove anos para conduzir suas escavações.
A maior parte da edificação de Rosslyn foi projetada como uma interpretação da visão de Ezequiel da Jerusalém reconstruída ou 'celeste' com suas muitas torres e pináculos. Uma das partes da edificação que é claramente diferente é a parede ocidental que foi construída em proporções maiores. A explicação oficial para esta escala maior é a de que a própria 'capela' seria somente uma capela lateral de uma igreja colegiada muito maior. Os atuais guardiões de Rosslyn admitem que esta explicação é uma suposição, uma vez que não existem evidências de que esta fosse a intenção de William St Clair. Certamente, qualquer parede que permanecesse sozinha poderia ser parte de uma edificação que tenha sido praticamente demolida. Neste caso há uma terceira opção: de que a parede seja uma réplica de uma edificação praticamente demolida, deste modo, nunca haveria uma outra parte - nem atual, nem pretendida.
Inicialmente, parecia ser assim, embora fosse impossível encerrar de modo conclusivo o debate.
Após a publicação de nosso livro anterior, nós estivemos em contato com um grande número de pessoas, muitas das quais possuíam informações para nós ou estavam em posição de oferecer assistência. Entre estas pessoas encontrava-se Edgar Harborne que é um conceituado Maçom, sendo um Past Grande Mestre de Cerimônias Assistente da Grande Loja Unida da Inglaterra.
Edgar é também um estatístico e integrava uma sociedade de pesquisa na Universidade de Cambridge, onde era patrocinado pelo Ministro da Defesa para analisar a rendição e os pontos cruciais dos campos de batalha. Ele foi capaz de confirmar que nossa tese a respeito da morte de Seqenenre Tao, o rei da décima sétima dinastia do Antigo Egito, era altamente plausível devido aos ferimentos que não eram totalmente típicos daqueles encontrados em antigas batalhas.
Edgar foi perspicaz ao visitar Rosslyn em companhia de seu bom amigo Dr. Jack Millar que é um diretor de estudos de uma famosa universidade. Felizmente para nós, Jack é um geólogo de considerável fama, com aproximadamente duzentas publicações acadêmicas em seu nome.
No inicio de Agosto de 1996, Edgar e Jack voaram à Edimburgo onde nós nos encontramos, em uma sexta-feira à tarde, e imediatamente nos dirigimos para Rosslyn para uma avaliação do terreno como precursora de uma investigação de solo mais profunda. Lá, nós nos encontramos com Stuart Beattie, o diretor de projeto de Rosslyn, que gentilmente nos abriu o edifício. Edgar e Jack passaram algumas horas absortos pela beleza e complexidade da obra de arte,e então nos retiramos para o hotel para discutir nosso plano de ação para o dia seguinte. Ambos os homens estavam muito excitados e todos nós conversamos muito sobre o que havíamos visto. Entretanto, Jack esperou até o café da manhã do dia seguinte para nos contar que ele havia notado algo sobre a parede ocidental que ele acreditava que acharíamos interessante. Quando nós retornamos a Rosslyn ele nos explicou.	.
'Este debate sobre se a parede ocidental é uma réplica de uma ruína ou uma seção inacabada de uma edificação muito maior...', disse Jack, apontando para o lado do noroeste. 'Bem, há somente uma única possibilidade - e eu posso assegurar-lhes que vocês estão corretos. Aquela parede ocidental é um disparate'.Nós ouvimos atentamente as razões que poderiam provar os nossos argumentos. 'Há duas razões do porquê de eu poder assegurar que isto é um disparate. Inicialmente, enquanto aqueles suportes possuem uma integridade visual, os mesmos não possuem nenhuma integridade estrutural; a cantaria não está presa completamente à seção central principal. Qualquer tentativa de construir além teria resultado em um colapso estrutural... E o povo que construiu esta 'capela' não era tolo. Eles simplesmente nunca pretenderam ir além'. Nós olhamos para onde Jack estava apontando e pudemos ver que ele estava absolutamente certo.
Ele continuou: 'Ainda mais, venham até aqui e dêem uma olhada nas pedras de canto'. Jack andou até o canto e nós o seguimos, de modo que todos estivéssemos diante das desiguais paredes arruinadas que possuíam pedras projetando-se na direção do ocidente. 'Se os construtores tivessem interrompido o trabalho por causa da falta de dinheiro ou apenas para completarem posteriormente, eles teriam deixado um trabalho de cantaria perfeitamente esquadrinhado, mas estas pedras tinham sido deliberadamente trabalhadas para aparentar estarem danificadas - exatamente como uma ruína. Estas pedras não foram expostas às intempéries como aquela... Elas foram cortadas para parecerem com uma parede arruinada'.
A explicação de Jack foi brilhantemente simples.
No início daquele ano, nós havíamos trazido o Professor Philip Davies, do Departamento de Estudos Bíblicos da Universidade de Sheffield e o Dr. Neil Sellors, um colega de Chris, até a Escócia onde fomos convidados do Barão St Clair Bonde, um descendente direto de William St Clair e um dos mantenedores da Capela de Rosslyn. 
Nós nos dirigimos à inacreditavelmente bela moradia do Barão em Fife onde nós fomos muito bem recebidos por ele e por sua esposa sueca, Christina, e aonde nos foi apresentada uma esplêndida refeição sueca onde nos foi apresentado um outro dos mantenedores, Andrew Russell e sua esposa Trish.
Na manhã seguinte, nós todos fomos visitar Rosslyn onde o Professor Davies havia arranjado um encontro com seu velho amigo o Professor Graham Auld, o Reitor da Divindade da Universidade de Edimburgo. Os dois pesquisadores bíblicos estudaram a edificação por dentro e por fora e então se dirigiram ao longo do vale para vê-Ia de uma certa distância. Ambos os homens conheciam muito bem Jerusalém e de fato concluíram que a construção era um notável remanescente do estilo herodiano.
Olhando a partir do exterior da parede norte, Philip repetiu suas impressões: 'Este não se parece com qualquer lugar de veneração cristã. A impressão esmagadora é a de que foi construída para abrigar algum grande segredo medieval'.
Pondo junto à evidência desses conceituados acadêmicos das universidades de Cambridge, Sheffield e Edimburgo, parece que nós havíamos provado nosso argumento de que Rosslyn foi projetada como uma réplica do Templo de Herodes.
O Barão St Clair apontou que mais de cinqüenta por cento do grande número de figuras esculpidas na edificação estão portando rolos de pergaminhos ou livros e um pequeno friso é arrematado com uma cena que parece mostrar algo como rolos de pergaminhos sendo colocados em caixas de madeira com uma sentinela colocada e portando uma chave encimada com um esquadro. O esquadro é uma peça fundamental do simbolismo maçônico. Esta e outras evidências a partir das esculturas convenceram-nos de que os manuscritos dos Nazoreanos que nós já sabíamos terem sido removidos debaixo do Templo de Herodes pelos Cavaleiros Templários estavam aqui em Rosslyn.
Uma Linha de Conhecimento
Sempre nos impressionou, como uma forte curiosidade, que o nome da 'capela' é escrita como Rosslyn, enquanto que o da vila em torno desta é escrita como Roslin. Ao pesquisarmos sobre esta diferença, foi-nos dito que se passou a escrever o nome com um duplo 's' e com 'y' somente a partir da década de 1950 como uma forma de tornar o lugar um pouco mais celta.
Nós sabemos que os lugares com nomes celtas sempre possuem um significado, mesmo sendo estes muito cumpridos, como a vila gaulesa de Llanfairpwllgwyngethgogerwyllyndrobwllllantisiliogogogoch, e que contém uma completa descrição do lugar. (esta última significa: A Igreja de Santa Maria próxima ao rápido moinho d'água ao lado da côncava aveleira branca oposta à caverna vermelha de São Sílio). Entretanto, ficamos curiosos sobre o significado gaélico de 'Roslin' que freqüentemente tem sido explicada como uma queda d'água ou promotório, apesar desta não descrever o local nem agora e nem em qualquer época passada. As palavras comuns em gaélicos para promontório são roinn, rubha, maoil ou ceanntire e para queda d'água são eas ou leum-uisge. Um significado adicional para Ross, ocorrendo apenas em nomes de origem irlandesa, é promontório de madeira, que somente se o nome possuísse conexões irlandesas (ou se os pesquisadores anteriores tivessem usado um dicionário gaélico-irlandês por engano) se poderia formá-lo usando-se esta definição.
Com fluência em gaélico, Robert sabia que o som fonético 'Roslin' poderia ser escrito como 'Rhos Llyn' que significa 'lago acima do pântano'. Sem ser surpreendente, entretanto, estas palavras oriundas de Gales não descrevem o lugar de forma melhor que as irlandesas e, deste modo, procuramos as duas sílabas em um dicionário gaélico-escocês que nos forneceu a seguinte definição:
Ros: um substantivo que significa conhecimento.
Linn: um substantivo que significa geração.
Parece que em gaélico, Roslinn poderia ser traduzido por conhecimento das gerações.
Nós estamos certos de que confiar em dicionários sempre resulta em traduções curiosas e sendo assim, decidimos recorrer a alguém que realmente conhecesse a língua gaélica (corretamente conhecida por gaélica e nunca como gaulesa).
Durante uma visita à Grande Loja da Escócia em 1996, nós fomos apresentados à Tessa Ransford, a diretora da Biblioteca de Poesia Escocesa em Edimburgo. Nós ficamos extremamente lisonjeados em descobrir que ela, uma notável poetisa escocesa, havia escrito um poema para louvar o nosso livro anterior. Um dos propósitos principais da Biblioteca é tornar acessível ao público a poesia da Escócia em qualquer língua que tenha sido escrita; isto significa que Tessa, que é casada com uma pessoa fluente em gaélico, reunia-se regularmente com um grande número de pessoas que possuíam um conhecimento detalhado da língua.
Nós contatamos Tessa e perguntamos se ela poderia verificar se a nossa interpretação do nome Roslin estava correta e ela gentilmente concordou em discuti-Ia com especialistas nesta língua. Alguns dias mais tarde, ela nos procurou dizendo-nos que a nossa tradução não havia considerado uma significante pista contida na palavra 'Ros' que mais corretamente carrega um significado que a faz ser mais especificamente ser 'antigo conhecimento'; deste modo, a tradução que ela confirmava era mais precisamente: antigo conhecimento passado ao longo das gerações.
Tessa e seus colegas estavam realmente excitados e nós estarrecidos com esta ainda mais poderosa interpretação que aparentava encaixar-se perfeitamente com o propósito de Rosslyn ser considerada como um santuário de antigos manuscritos.
A próxima questão era: quando a palavra 'Roslin' ou 'Roslinn' (uma vez que não havia uma padronização da escrita naqueles dias) foi usada inicialmente? Nós sabíamos que ela era anterior à construção da 'capela' de William St Clair, o que poderia indicar que os manuscritos removidos debaixo do Templo de Herodes haviam sido mantidos no castelo antes da 'capela' ter sido construída.
Através de uma breve investigação, nós rapidamente descobrimos que a história dos St Clair, na Escócia, iniciara com um cavaleiro chamado William St Clair que popularmente era conhecido como William, o Gracioso. William era natural da Normandia e sua família era conhecida oponente do Rei Guilherme I, o normando que conquistou a Inglaterra em 1066. William St Clair considerava que ele possuía um bom

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