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revisao processo civil I- atos processuais

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Comunicação dos atos processuais
Conceito: Transmissão de informações sobre os atos do processo às pessoas sobre cujas esferas de direito serão impostos seus efeitos.
Faz valer o princípio do contraditório – informação 
Espécies:
Citação: Ato mediante o qual se transmite ao demandado a ciência da propositura da demanda, tornando-o parte no processo. Art. 238, CPC. Ato necessário para a validade do processo (art. 239, CPC). Condição de eficácia do processo em relação ao réu.
Dupla função: 
Convocar o sujeito a juízo;
Cientificar-lhe do teor da demanda formulada;
Obs1: Art. 239, §1º - instrumentalidade das formas (atos inequívocos: declaração de estar ciente, retirada dos autos, resposta).
Exceções: Indeferimento da petição inicial, improcedência liminar do pedido e medidas de urgência (inaudita altera parte). 
Obs.: O processo já existe desde a propositura da demanda, mas sem a citação do réu seriam ineficazes quaisquer atos desfavoráveis a ele. 
Intimação: Ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do processo, geralmente para que faça ou deixe de fazer alguma coisa. 
Obs.: O CPC não prevê notificação, embora cite esta forma de comunicação em alguns momentos, o que parece ser um resquício dos códigos passados (o de 39). Algumas leis específicas preveem notificação, com a do MS. A doutrina entende que emprega o vocábulo notificação quando deveria ser citação. 
Meios de intimação:
Pelo advogado (art. 269, §1º, CPC);
 Por meio eletrônico (art. 270, CPC): preferência;
Por publicação no órgão oficial (art. 272, CPC): quando for inviável a intimação eletrônica; 
Requisitos formais: norma da parte, do advogado ou da sociedade. Art. 272, §3º e 4º.
Retirada dos autos do cartório (carga) (§6º do art. 272, CPC): Comparecimento espontâneo ao processo, mesmo daqueles que possuem prerrogativa de intimação pessoal (advogados públicos, defensores e MP);
Pelo correio (art. 273, II e 274 do CPC): se nenhuma das outras formas for possível no caso concreto. Cabe às partes e aos advogados indicarem nos autos seus endereços e manterem tais informações atualizadas, devendo informar eventual mudança de endereço. O intimado deve assinar a carta de recebimento para que o ato seja considerado realizado;
Pelo escrivão ou chefe de secretaria (art. 274, CPC): em razão do comparecimento das partes, representantes legais, advogado e demais sujeitos do processo ao cartório;
Por oficial de justiça (art. 275, CPC), inclusive por hora certa (art. 275, §2º); Subsidiária, quando frustrada a realização por meio eletrônico ou por correio.
Por edital (art. 275, §2º).
Obs.: Intimação por telefone – não é considerado meio idôneo de intimação. Há decisão pela admissibilidade nos juizados.
Responsável pela intimação
Cartório Judicial;
Advogado (faculdade para agilizar o processo - §1º do art. 269);
Cartas: Forma processual de um juízo pedir auxílio a outro juízo para a prática de um ato processual para o qual o juízo em que tramita o processo não tem competência para praticá-lo.
Espécies:
De ordem: para o Tribunal – de segundo grau e de superposição – delegar atividade jurisdicional para o primeiro grau de jurisdição (para juízo a ele vinculado).
Obs.: Competência estadual por delegação, quando inexistente vara federal na localidade. Nesta hipótese, pode o TRF delegar para o juízo estadual. Art. 237, p.u.
Carta rogatória: serve para um juízo nacional requerer a juízo estrangeiro a prática de ato processual. Pode ser ativa ou passiva. A passiva depende, para sua efetivação, do exequatur do STJ. A ativa é enviada por meio do Ministério das Relações Exteriores. 
Carta precatória: juízo de primeiro grau pede auxilio de outro juízo do mesmo grau jurisdicional para a prática de ato a ser praticado no local sobre o qual o juízo deprecado tem competência. 
Carta arbitral: Meio pelo qual o árbitro pede auxílio do juízo para a efetivação de alguma decisão proferida no processo arbitral. 
Requisitos formais da carta de ordem, rogatória (ativa) e precatória: 
Indicação dos juízes de origem e de cumprimento do ato;
Inteiro teor da petição, do despacho judicial e do instrumento do mandato conferido ao advogado, sendo dispensável a petição se o ato for determinado de ofício pelo juízo;
Menção do ato processual que lhe constitui o objeto;
Encerramento com a assinatura do juiz.
Prazo para cumprimento – art. 261, CPC – Deve ser fixado pelo juízo que expedir a carta, atentando às peculiaridades do ato. 
Caráter itinerante – art. 262, caput – Possibilidade de redirecionamento da carta. 
Obs.: No caso da carta rogatória, essa possibilidade aplica-se apenas à passiva. 
Recusa ao cumprimento: apenas em razão de vícios formais.
Ausência dos requisitos legais; (levando em conta o princípio da instrumentalidade das formas)
Falta de competência do juízo em razão da matéria ou hierarquia; Podendo haver a remessa ao juízo competente
Dúvida quanto a sua autenticidade.
Devolução: Em 10 dias, tendo como termo inicial a efetivação do ato processual. 
VÍCIOS DOS ATOS PROCESSUAIS
Introdução: Ao não seguir a forma prevista em lei para o ato processual, tem-se um ato viciado, defeituoso. A inobservância da forma pode gerar ineficácia, nulidade ou inexistência do ato processual. 
Obs.: Vício ≠ nulidade. O primeiro é o defeito e o segundo é a possível consequência deste defeito. Nem todo ato defeituoso será atingido com a nulidade, em razão do princípio da instrumentalidade das formas. Para que seja nulo, é imprescindível a declaração judicial. 
Classificação
Mera irregularidade: menor gravidade entre todas as imperfeições possíveis. Não tem aptidão para produzir qualquer prejuízo às partes. 
Exemplos: rasuras, utilização de palavras língua estrangeira (em desobediência ao art. 192 do CPC), lançamento de cotas marginares ou interlineares (art. 202, CPC).
Nulidades relativas: inobservância de forma que tenha como objetivo proteger os interesses das partes. 
Deve ser alegado pela parte interessada, desde que esta não tenha dado causa;
Deve causar prejuízo à parte interessada (art. 282, §2º);
Prazo para argui-la é o primeiro momento que a parte possui para se manifestar no processo. 
Exemplo: falta de intimação para manifestação sobre documento juntado pela parte contrária; falta de inquirição de determinada testemunha (não pode arguir isto a parte que tenha indicado o endereço equivocado da testemunha, dando causa à falta de intimação).
Nulidades absolutas: Desrespeito a forma do ato busca preservar interesses públicos (acima do interesse das partes). Pode ser decretada a qualquer tempo pelo juiz, independentemente de manifestação das partes.
Todas as nulidades são convalidadas com o trânsito em julgado, sendo que as absolutas podem se transformar em vícios de rescindibilidade. Também pode ser saneada em razão do princípio da instrumentalidade das formas. 
Inexistência jurídica: Mais grave dos defeitos, não se convalidando jamais, mesmo após o trânsito em julgado, não se submetendo sequer ao prazo de ação rescisória. 
Efeito expansivo da decretação da nulidade: Art. 281 do CPC. A nulidade atinge os atos posteriores àquele declarado nulo, quando entre eles existir uma relação de subordinação.
Confinamento das nulidades: Referente aos atos complexos, não atingindo a nulidade as partes do ato que sejam independentes.

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