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TRABALHO SOBRE DEMENCIAS

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FACULDADE CIDADE DE JOÃO PINHEIRO – FCJP
CURSO DE FISIOTERAPIA
Kamila de Souza Lopes Silva
Pablo Leandro de Oliveira
Raissa Rodrigues Gonçalves
CLÍNICA NEUROLÓGICA
JOÃO PINHEIRO, MG
2018
Kamila de Souza Lopes Silva
Pablo Leandro de Oliveira
Raissa Rodrigues Gonçalves
DEMÊNCIAS
Trabalho apresentado à Faculdade Cidade de João Pinheiro – FCJP para fins avaliativos na disciplina Clinica Neurológica ministrada pelo Prof° Esp. Wemerson Pereira dos Santos.
JOÃO PINHEIRO, MG
2018
INTRODUÇÃO
O trabalho em questão tem como objetivo apresentar sobre demências a enfatizando os aspectos da fisiopatologia, etiologia, sinais, sintomas, diagnostico, incidência, prevalência, tratamentos terapêuticos e farmacológicos. A Demência é um termo designado para descrever os sintomas de um grupo alargado de doenças que causam um declínio progressivo no funcionamento da pessoa. É um termo abrangente que descreve a perda de memória, capacidade intelectual, raciocínio, competências sociais e alterações das reações emocionais normais onde atinge mais a faixa etária idosa.
A etiologia das demências podem vim de problemas endócrinos, metabólicos, cerebrovasculares, inflamatórios, infecciosos, estruturais ou neurodegenerativos e tendo como sinais e sintomas são perda de memória freqüente e progressiva, confusão, alterações da personalidade, apatia e isolamento e perda de capacidades para a execução das tarefas diárias. A Demência com corpos de Lewy causada pela degeneração e morte das células cerebrais, pois existem presença de estruturas esféricas anormais, que se desenvolvem dentro das células cerebrais. A demência frontotemporal é o nome dado a um grupo Demências em que existe a degeneração de um ou de ambos os lobos cerebrais frontal ou temporais. 
No diagnóstico os pacientes devem receber uma avaliação neurológica cuidadosa, no qual, inclui uma história detalhada, no qual, outros testes também são utilizado como testes auxiliares, testes laboratoriais básicos, testes sorológicos e os testes neuropsicológicos, ressonância magnética e a punção lombar para a análise do Liquido Cefalorraquidiano. 
O tratamento farmacológico atuara no controle dos sintomas comportamentais e retardando a progressão da doença. O tratamento fisioterapeutico vai maximizar o desempenho funcional dos pacientes e promover o mais alto grau de autonomia factível, empregando técnicas que visam a manter a força, o tônus e a elasticidade muscular.
FISIOPATOLOGIA
A demência é classificada como uma modificação da capacidade de pensar ou da função intelectual alterando funções da vida pessoal, ou seja, a deterioração adquirida das capacidades cognitivas. A demência pode se desenvolver em uma condição progressiva, porém existem demências estáticas ou que apresentem remissão, de um dia para outro ou mesmo de minuto a minuto. A memória é a capacidade cognitiva mais comumente perdida por causa da demência, mas outras partes também são afetadass como a habilidades mentais, linguagem, capacidade visuoespacial, cálculo, discernimento e solução de problemas, levando também aos déficits neuropsiquiátricos e sociais como resultado de depressão, apatia, alucinações, delírios, agitação, insônia e desinibição (ROWLAND et AL 2011, HAUSE et al 2015). 
As síndromes de demência resultam de distúrbios de redes neuronais específicas em grande escala. A localização e gravidade da perda sináptica e neuronal produzem as manifestações clínicas. O comportamento e o humor são modulados por vias noradrenérgicas, serotoninérgicas e dopaminérgicas, enquanto a sinalização colinérgica é fundamental para as funções de atenção e memória. As demências são classificadas em evolutivas – declínio progressivo por doenças neurodegenerativas, vascular ou infecciosa crônica; estáticas – demência vascular com fator de risco controlado, sequela de lesão cerebral aguda por trauma ou infecção; ou potencialmente reversíveis – como causada por deficiência de vitamina B12 ou hipotireoidismo. (ROWLAND et AL 2011, HAUSE et al 2015). 
A etiologia das demências podem se classificar como endócrinos, metabólicos, cerebrovasculares, inflamatórios, infecciosos, estruturais ou neurodegenerativos. Os principais sintomas e sinais são: comprometimento de orientação no tempo ou no espaço, comprometimento de memória recente, fazer a mesma pergunta várias vezes, esquecimento, problemas para encontrar palavras, perda de habilidade de conversação, perda de interesse ou incapacidade para desempenhar passatempos ou tarefas diárias. O principal fator de risco para a demência é a idade avançada, porém algumas pessoas centenárias exibem função de memória intacta e não têm qualquer evidência de demência clinicamente significativa, ou seja, é provável que a demência seja uma conseqüência inevitável (ROWLAND et AL 2011, HAUSE et al 2015, CHAVES et al 2008).
DEMÊNCIA FRONTOTEMPORAL
A Demência Frontotemporal (DFT) manifesta-se principalmente no período pré-senil, entre 45 e 65 anos de idade sendo igual em proporção em mulheres e homens. A história familiar de demência é observada em metade dos casos, sugerindo importante papel de fatores genéticos no desenvolvimento da Demência Frontotemporal. A DFT caracteriza-se por significativa alteração da personalidade e do comportamento, com relativa preservação das funções cognitivas praxia, gnosia e memória, no qual, as habilidades vísuo-espaciais também se encontram intactas. A linguagem é progressivamente afetada, podendo ocorrer dificuldades na compreensão e na expressão verbal, com redução da fluência ou mesmo mutismo (SALGADO et al 2005).
A divisão funcional do lobo frontal em três áreas distintas – orbital, medial e dorso-lateral que compõem circuitos paralelos e segregados com estruturas subcorticais, possibilita uma abordagem explicativa dos sintomas. Ao exame neurológico, os pacientes com DFT podem exibir também reflexos primitivos, como preensão palmar e sucção, que constituem sinais de frontalização. Mais raramente, podem apresentar sinais de doença do neurônio motor (esclerose lateral amiotrófica), que incluem fraqueza muscular, amiotrofia e fasciculações. Os exames de neuroimagem tendem a mostrar atrofia dos lobos fronto-temporais. Entretanto, nas fases iniciais da DFT, essas alterações estruturais podem não ser evidentes (SALGADO et al 2005).
DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY 
A Demência com corpos de Lewy (DCL) caracteriza-se pela presença de inclusões citoplasmáticas neuronais eosinofílicas arrendondadas denominadas corpos de Lewy, que se distribuem difusamente no córtex cerebral e também nos núcleos monoaminérgicos do tronco encefálico, onde tem relação com a doença de Parkinson (DP) que é definida patologicamente pela presença de corpos de Lewy em neurônios remanescentes da substância negra mesencefálica, (TEIXEIRA et al 2005). 
A DCL é uma demência, que por definição exige a presença de declínio cognitivo suficiente para interferir no funcionamento sócio-ocupacional do indivíduo, marcada pela presença de parkinsonismo espontâneo, alucinações visuais recorrentes e flutuação das funções cognitivas. Rigidez e bradicinesia são os sinais parkinsonianos mais freqüentes, sendo incomum a ocorrência de tremor de repouso. Apresentam uma distribuição preferencialmente axial, o que interfere sobremaneira na capacidade de deambulação do paciente (TEIXEIRA et al 2005). 
DIAGNÓSTICO
Para o diagnóstico os pacientes devem receber uma avaliação neurológica cuidadosa, no qual, inclui uma história detalhada, delineando a evolução temporal de anormalidades sentinela ou sinal, a gravidade e como uma alteração qualquer que afeta a função e dando atenção a sinais e sintomas. O exame deve incluir um exame sistêmico geral e um detalhado exame neurológico geral e do estado mental, onde existem testes específicos como testes auxiliares,testes laboratoriais básicos , testes sorológicos e os testes neuropsicológicos que auxiliaram na confirmação. A ressonância magnética permite a avaliação da patologia vascular cerebral e a descoberta potencial de um tumor cerebral, abscesso ou hidrocefalia. E também para diagnostico a punção lombar para a análise do Liquido Cefalorraquidiano que é uma opção para se afastar etiologias infecciosas ou inflamatórias de demência, pelo uso de biomarcadores proteicos. Os biomarcadores estão sendo cada vez mais desenvolvidos para fornecer índices substitutos de gravidade e de evolução da demência. Isso pode acarretar melhoras no processo diagnóstico e permitir uma avaliação melhor das alterações durante terapias de investigação visando a afetar os sintomas da doença ou modificar o processo mórbido (ROWLAND et AL 2011).
INCIDÊNCIA E PREVALÊNCIA 
Os casos de demências são mais frequentes na população idosa, com prevalência que dobra a cada cinco anos aproximadamente, a partir dos 65 anos.Pela primeira vez na história da humanidade, as pessoas com 60 anos ou mais excederão as crianças menores de 14 anos, proporcionalmente, na devida ordem, a 22,1% e 19,6% da população mundial. O número de demênciados, decorreu em um contingente de cerca de 1.069 mil idosos brasileiros em 2010. Mantendo-se constantes as taxas de prevalência ao longo desta década, pode-se esperar encontrar 1.633 mil idosos nessa condição em 2020 (PARMERA et al 2015; Burlá et. al. 2012).
	A perspectiva para o Brasil, é de em 2025, estar entre os 6o primeiros países do mundo em número de idosos. Segundo a OMS á medida que a população mundial envelhece, a tendência é que o número de pessoas diagnosticadas com demência triplique, de 50 milhões para 152 milhões até 2050 (LOPES et al, 2002; OMS 2017).
	É possível notar que a prevalência de demência subiu nas idades mais avançadas, mas não com a mesma frequência do que nas faixas etárias mais "jovens". Isto ficou bem claro na Europa, quando se observou que, na faixa acima de 95 anos, a prevalência foi bem próxima à da faixa etária anterior, porém voltando a se elevar mais enfatizado na faixa acima dos 100 anos. Na América do Norte ocorreu inversão desta tendência, com a prevalência decrescendo na faixa acima dos 100 anos (LOPES, et al 2002).
	A  Tabela 2 mostra as taxas médias e o intervalo de confiança de 95% da prevalência mundial de demência e o acréscimo destas taxas de prevalência.
	A doença de Alzheimer (DA) foi mais prevalente do que a demência vascular (DV) em todas as regiões pesquisadas, destacando-se o estudo sul-americano (Brasil), que demonstrou um resultado 2 a 3 vezes mais elevado do que as outras regiões. Uma considerável inversão desta relação aconteceu em 30% dos estudos asiáticos, com a prevalência de DV relatada em dois estudos, como 2 vezes maior do que a de DA. O efeito da idade sobre estes dois diagnósticos etiológicos também pôde ser observado ao se verificar que houve acréscimo importante da relação DA/DV nas pessoas acima de 100 anos (LOPES, et al 2002).
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TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
A demência frontotemporal não apresenta ainda tratamento específico, mas apresenta tratamentos para o controle dos sintomas comportamentais constituem a maioria das abordagens terapêuticas. Retardar a progressão da doença é destinado com tratamentos neuroprotetores. Outros agentes a serem utilizados são inibidores da acetilcolinesterase, antagonistas do receptor de n-metil-daspartato (NMDA), psicoestimulantes e antipsicóticos (donepezila,galantamina e rivastigmina) (BONETTI, 2017). 
O tratamento dos pacientes com demências com corpos de Lewy representa um desafio e limita-se ao controle dos sintomas. Como os medicamentos podem ser pouco tolerados, é importante fornecer uma orientação aos pacientes e cuidadores acerca dos riscos, dos benefícios e das limitações do tratamento. Embora se possam utilizar esquemas de tratamento comuns para vários sintomas das demências com corpos de Lewy, o tratamento do parkinsonismo e da psicose varia sutilmente entre a DCL e a DDP (ROWLAND et AL 2011).
TRATAMENTO TERAPÊUTICO
O tratamento de fisioterapia tem, como principal objetivo, maximizar o desempenho funcional dos pacientes e promover o mais alto grau de autonomia factível, empregando técnicas que visam a manter a força, o tônus e a elasticidade muscular de uma pessoa idosa, além de exercícios capazes de promover maior destreza e melhora das atividades de vida diária e ampliando a qualidade de vida dessa pessoa. A atuação da fisioterapia teve os seguintes objetivos: exercícios para incrementar a adaptação vestibular e interação vestibulovisual, exercícios para incrementar a estabilização, da postura estática e dinâmica, estabilização do campo visual (substituição sensorial),treinamento de coordenação e equilíbrio. (BONETTI, 2017). 
CONCLUSÃO
Dado exposto vemos as gravidades que as demências acarretam na vida do ser humano, onde ocorre perda da função cerebral levando a problemas cognitivos, de memória, raciocínio e afetando, também, a linguagem, o comportamento e alterando a própria personalidade. A Fisioterapia tem um papel muito importante na promoção da qualidade de vida de pacientes demenciados, promovendo maior facilidade e melhora das atividades de vida diária. 
REFERÊNCIAS 
ROWLAND, L. PPEDLEY. T. A. Tratado de Neurologia. 12° Ed. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro/ 2011. Pp 112-114.
HAUSE. S. L; JOSEPHSON. S. A. Neurologia Clínica de Harrison. 3°ed. Artmed. Porto Alegre/ 2015. Pp 242- 258.
CHAVES, M. L. F; FINKELSZTEJN, A; STEFANI, M. A. Rotinas em Neurologia e Neurocirurgia. Artmed. Porto Alegre/2008. Pp 260-280
TEIXEIRA, A. L; SALGADO, J. V. Demência fronto-temporal: aspectos clínicos e terapêuticos. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/rprs/v28n1/v28n1a09.pdf> Acessado em 20 de novembro de 2018.
TEIXEIRA, A. L; CARDOSO, F. Demência com corpos de Lewy: abordagem clínica e terapêutica. Rev Neurociencias. Disponível em: ttp://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2005/RN%2013%2001/Pages%20from%20RN%2013%2001-5.pdf. Acessado em 20 de novembro de 2018.
PARMERA,J. B.; NITRINI, R. Demências: da investigação ao diagnóstico. Revista de Medicina. São Paulo 2015. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/revistadc/article/download/108748/107177/> acessado em 18 de novembro de 2018.
LOPES, M. A; BOTTINO, C. M. C. Prevalência De Demência Em Diversas Regiões Do Mundo. São paulo 2002, disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0004-282x2002000100012> acessado em 18 de novembro de 2018.
BURLÁ, c. Panorama prospectivo das demências no brasil: um enfoque demográfico. Outubro 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s1413-81232013001000019> acessado em 18 de novembro de 2018.
BONETTI, T. Demência frontotemporal: o que precisamos saber?. Disponível em <http://www.cejbf.org.br/admin/wp-content/uploads/BONETTI-T.-Dem%C3%AAncia-Frontotemporal-o-que-precisamos-saber-uma-revis%C3%A3o-sistem%C3%A1tica.pdf> acessado em 18 de novembro de 2018.

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