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Direito Empresarial

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FACULDADES INTEGRADAS BARROS MELO - AESO
BACHARELADO EM DIREITO
DIREITO EMPRESARIAL II
PROF. ME. ARTHUR MAGALHÃES
FICHA Nº 10
TEORIA GERAL DO DIREITO CAMBIÁRIO
PT.02
CONTINUAÇÃO – INSTITUTOS CREDITÍCIOS DE USO GERAL 
DO ENDOSSO
(Conceituação)
É de conhecimento comum que os títulos creditícios são concebidos para circular e toda sua estrutura jurídica é voltada para dar confiabilidade ao título quando ele se desprende de seu credor original. 
A circulação do título de crédito se dá por meio do instituto cambiário chamado endosso.
Trata-se da assinatura que apõe o proprietário do título (endossante) em seu verso ou anverso, transferindo-o para terceiro (endossatário). 
Com o endosso transmitem-se todos os direitos emergentes da letra. 
O endosso portanto, deverá se dar com a assinatura do endossante no próprio título, sendo nulo o endosso passado em documento apartado. 
O endosso portanto trata-se e instituto tipicamente cambial, por meio do qual ocorre a transferência do título do endossante (aquele que está a transferir a propriedade do título) ao endossatário (pessoa para quem o título é transferido e que a partir de então passa a ser seu proprietário. 
(Efeitos)
O Endosso tem dois efeitos principais:
a) Transfere todos os direitos emergentes do título, do endossante para o endossatário;
b) O endossante assume a responsabilidade solidária pelo pagamento do título.
Além do endosso puro e simples, é necessária também a tradição do título. 
(Modalidades de Endosso)
Endosso em Branco
Trata-se do endosso que é conferido com a simples assinatura do endossante no verso ou na face do título, sem que conste a designação da pessoa a quem se transfere o título. 
O endossatário não é previamente identificado. Falta ao título a designação da pessoa a quem se transfere o título. 
No entanto, o endossatário deverá ser identificado no momento da apresentação do título para pagamento. 
O título com endosso em branco é um título ao portador. 
Endosso em Preto 
Endosso em Preto ou Endosso Pleno, também chamado de Endosso Completo, é aquele no qual se verificam todos os elementos do endosso: 
Cláusula de transmissão (“pague-se a João Dias”)
Nome do endossatário (nome da pessoa a quem a letra é transferida) 
Assinatura do endossante ou mandatário com poderes especiais 
Assim sendo, no endosso em preto, o endossatário é previamente identificado. 
(Espécies de Endosso)
O endosso pode ser classificado em: 
a) Endosso Próprio
Sempre que tenha como função a efetiva transferência dos direitos emergentes do título de crédito, de modo que se presente a clausula de obrigação, fica o endossante também responsável pelo aceite e pagamento. 
b) Endosso Impróprio
Se constitui como endosso impróprio aquele onde não há a transferência dos direitos inerentes ao título, mas apenas o exercício do direito. 
São eles: 
Endosso-mandato
Também chamado de endosso-procuração é aquele pelo qual o endossante constitui o endossatário como seu procurador, que passa a ter poderes para a prática de todos os atos necessários para o efetivo recebimento da quantia estampada no título. 
Por certo, o crédito continuará a pertencer ao endossante que nomeia seu procurador para a cobrança do débito. 
Endosso-caução
Também chamado de endosso-penhor é a espécie de endosso por meio do qual o endossante transfere ao endossatário a letra apenas como forma de garantir outra obrigação. 
Tal endosso pode se apresentar pelas expressões: “endosso em garantia”, “valor em garantia” ou “endosso em penhor”. 
DO AVAL
Por certo, o pagamento do valor pecuniário estampado no título deverá ser efetuado por seu principal obrigado, que no caso da letra de câmbio é o emitente ou aceitante. 
Entretanto, outras pessoas também poderão vir a assumir a responsabilidade por seu adimplemento, em solidariedade ao devedor principal, de maneira a reforçar as garantias do efetivo recebimento do crédito. 
O aval portanto cuida da situação ao qual um terceiro se obriga ao cumprimento da obrigação cambiária, reforçando as chances de pagamento do título. 
O aval é uma obrigação cambiária autônoma pela qual determinada pessoa incondicionalmente a adimplir totalmente a obrigação cambial. 
A pessoa que, pelo aval, passa a assumir a responsabilidade pelo pagamento do título, juntamente com os demais coobrigados, chama-se avalista. 
Por outro lado, diz-se avalizado aquela pessoa em relação a quem o aval é passado. 
O avalista portanto, garante a obrigação cambiária assumida pelo avalizado. 
(Aval x Fiança)
Aval 
Sempre está vinculado a um título de crédito. É obrigação autônoma.
Basta a assinatura do avalista aposta no título, seguida ou não da expressão “por aval”, “bom para aval”.
Fiança 
É contrato assessório a um contrato principal, sendo totalmente dependente. 
Requer contrato próprio anexado ao contrato principal, com todas as estipulações inerentes à obrigação do fiador. 
(Quanto ao momento em que o aval pode ser passado)
a) Aval Antecipado
Trata-se do aval dado antes do aceite do título. 
b) Aval Póstumo
Trata-se do aval dado após o vencimento do título. 
(Do Aval Simultâneo) 
São os avais dados em conjunto, por duas ou mais pessoas em uma mesma obrigação cambiária. Ambos respondem solidariamente pelo pagamento do título. 
DO PROTESTO
(Considerações gerais)
O protesto tem como função a prova necessária da recusa do pagamento ou aceite de uma letra, possibilitando dessa forma, que o credor venha a insurgir-se contra os obrigados de regresso. 
Trata-se de um ato formal e solene, por meio do qual se comprova publicamente que um determinado título de crédito não foi aceito pelo sacado ou não foi pago pelo devedor principal.
O Protesto é portanto um ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em título creditício. 
Por certo, a letra de câmbio que não foi aceita pelo sacado tem seu vencimento antecipado. Se é assim, para que se portador tenha condições de cobrar a dívida, antes do vencimento, seja em face do emitente, seja em face dos codevedores, será necessário que seja apresentada uma prova consistente da recusa do aceite. 
Tal prova se identifica através do protesto por falta de aceite. 
O protesto portanto, comprova o inadimplemento do devedor principal, de modo a permitir que os codevedores (endossante/avalista) possam arcar com o valor do título.
Convém informar também que a existência de um protesto em face de um devedor torna pública sua inadimplência, circunstância tal que pode prejudica-lo em operações comerciais futuras. 
(Lugar e prazo para o protesto)
O protesto deve ser tirado no lugar indicado na letra para o aceite ou para o pagamento. 
Em caso de protesto por falta de aceite, impõe-se seja providenciado antes do vencimento da obrigação e após o decurso do prazo legal para o aceite ou a devolução. 
Por razões de cautela, prega a doutrina pelo protesto no primeiro dia útil após recusa do aceite ou vencimento da obrigação. 
(Cláusula sem protesto) 
É permitida a inclusão no título da menção “sem protesto” ou “sem despesas”, que dispensará o protesto para que se exercite o direito de ação. 
Se tal cláusula for inserida no título pelo sacador, produz os efeitos em relação a todos os obrigados pela letra. 
Entretanto, se for inserta pelo endossante ou avalista, somente produzirá efeitos em relação a esse endossante ou avalista. 
(Sustação e cancelamento do protesto)
Cancelamento
Pago o título protestado, cabe o cancelamento do apontamento de protesto, eliminando-se a inscrição do nome do obrigado do cadastro do Tabelião de Protesto de Títulos. 
Nesse sentido, o cancelamento do registro do protesto será solicitado diretamente ao tabelião competente, por qualquer interessado, mediante a exibição do título protestado.
Sustação
Admite-se também a viabilidade de uma Ação judicial de Pedido de Sustação de Protesto que será movida pelo sujeito apontado como devedor e que se voltarápara apontar a inexigibilidade da dívida. 
Tal ação se volta para impedir que o pagamento seja realizado novamente ou ainda em virtudes de vícios que legitimam o não pagamento. 
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