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1 Material de Consulta – Capítulo 1 Curso: Automação Industrial Disciplina: Fibra Óptica e Eletrônica Básica Professor: André Godoi Data: 07/03/2012 Turma: A Semestre: 1º de 2012 Período: P1 Cap. 1 – Introdução à Fibra Óptica Quando a luz passa de um meio para outro, como do ar para a água, ela sofre uma determinada refração, que provoca um desvio em sua trajetória. Quando um destes meios é um cilindro de vidro, dependendo do ângulo de incidência da luz sobre uma das extremidades do cilindro, podem ocorrer dois fenômenos: se o raio luminoso atinge a extremidade com uma inclinação muito grande, ao atravessar o meio de vidro sofre um desvio de trajetória e escapa ao primeiro contato com a parede oposta; contudo, se incide de uma posição próxima à do eixo do cilindro, ao atravessar o meio de vidro sofre também uma refração, mas não atravessa as paredes do cilindro - ao contrário, reflete-se nela, atinge a parede oposta e, assim, em ziguezagues sucessivos, vai sair pela outra extremidade do cilindro, experimentando apenas uma pequena redução em sua intensidade inicial. Esse fenômeno, utilizado em diversos fins, desde os puramente decorativos até os rigidamente científicos, é denominado reflexão interna total. Substituindo-se o cilindro por um tubo muito delgado, feito de material bastante refrativo (vidro óptico, por exemplo), é possível conduzir-se a luz de uma extremidade a outra do tubo, mesmo que este se apresente com curvaturas. Para evitar atenuação da luminosidade durante o trajeto de condução foram desenvolvidas as fibras ópticas, compostas de um núcleo cilíndrico de vidro altamente refrativo, capeado com uma camada de vidro menos refrangente. Seu diâmetro mínimo, que pode variar de 0,01 até 0,15 milímetro, proporciona à fibra extrema flexibilidade. Fig. 1 – Indicação da trajetória da luz. Histórico da Tecnologia da Fibra 200 - Heron da Alexandria estudou a reflexão. Os primeiros vidros (babilônios, egípcios e fenícios) não eram transparentes. Eram feitos simplesmente derretendo a areia do mar. Os vidros transparentes apareceram na idade média. (100 ac). Vidros de qualidade óptica somente apareceram após o surgimento dos famosos cristais venezianos, na Renascença. Jaspion Strikeout Jaspion HighLight Jaspion HighLight Jaspion Strikeout Jaspion UnderLine Jaspion UnderLine Jaspion Squiggly Jaspion Replace Jaspion Replace Jaspion Squiggly Jaspion Replace Jaspion Replace Edited by Foxit ReadernullCopyright(C) by Foxit Software Company,2005-2008nullFor Evaluation Only.null 2 Os princípios da fibra óptica são conhecidos desde a antiguidade e foram utilizados em prismas e fontes iluminadas. 1621 - Willebrod Snell descobriu que quando a luz atravessa dois meios, sua direção muda (refração). 1678 - Christian Huygens modela a luz como onda. 1792: Claude Chappe inventou um sistema de transmissão mecânica para longas distâncias. 1800 - Sir William Herchel descobriu a parte infravermelha do espectro. 1801 - Ritter descobre a parte ultravioleta do espectro. 1830 - Telégrafo com código Morse (digital) com repetidores chegava a 1000 km (B=10 bps). 1866 - Primeira transmissão transatlântica de telégrafo. 1870 - John Tyndal mostrou à Royal Society que a luz se curva para acompanhar um esguicho d’água. 1876 - Invenção do telefone analógico por Graham Bell que existe até hoje (o telefone). 1880 - Photophone de Graham Bell. Século XX: O mundo se enreda de redes telefônicas analógicas. 1926 - John Logie Baird patenteia uma TV a cores primitiva que utilizava bastões de vidro para transportar luz. 1930-40 - Alguns guias de luz foram desenvolvidos de Perplex para iluminar cirurgias. 1950 - Pesquisadores começam a sugerir o uso de uma casca em volta da fibra para guiar a luz. Os primeiros "fibrescopes" (tipo um guia de luz cirúrgico) foram desenvolvidos, mas o custo ainda é proibitivo. 1964 - Kao especulou que se a perda da fibra for somente 20 dB/km, seria possível, pelo menos teoricamente, transmitir sinais a longa distância com repetidores. 20 dB/km: sobra apenas 1% da luz após 1 km de viagem. Objetivos: menor custo e melhores para o transporte da luz. 1968 - As fibras da época tinham uma perda de 1000 dB/km. The Post Office patrocina projetos para obter vidros de menor perda. Com 1000dB/km torna-se inviável a transmissão. 1970 - Corning Glass produziu alguns metros de fibra óptica com perdas de 20 db/km. 1976 - Bell Laboratories instalou um link telefônico em Atlanta de 1 km e provou ser praticamente possível a fibra óptica para telefonia, misturando com técnicas convencionais de transmissão. 1978 - Começa em vários pontos do mundo a fabricação de fibras ópticas com perdas menores do que 1,5 dB/km para as mais diversas aplicações. Processo de Fabricação Vimos no vídeo durante a aula que o processo de fabricação da fibra consiste em fundir dois tubos de vidro cristal ocos, um de espessura grossa e outro mais fino, ambos perfeitamente lisos e limpos com ácido, em um torno mecânico, aplicando chamas de fogo de 2000ºC na junção dos tubos permitindo a fusão entre eles. 3 Dois tubos de diferentes espessuras serão unidos. Removendo as impurezas dos tubos. 4 Unindo os tubos utilizando maçaricos de oxigênio. Depois da união dos dois tubos, injeta-se gases especiais no interior deles. Gases com silício e germânio, dois elementos químicos abundantes na natureza. E então, enquanto os dois tubos giram num torno, um forno móvel horizontal se desloca ao longo dos dois tubos aquecendo-os para que esses gases sofram uma reação química criando um pó branco que será depositado no interior dos tubos, formando o núcleo da fibra, onde a luz será conduzida. Torno girando os tubos e o aquecedor horizontal móvel. Esses dois tubos com a parede interna preenchida de gases chama-se pré-forma. O operador da máquina remove do torno a pré-forma (tubo mais espesso) cortando-o com a ajuda de um maçarico. 5 Separando os tubos, ficando com o mais espesso. Essa pré-forma vai então para uma máquina vertical que aquecerá novamente essa pré-forma com os 2000ºC, mas como a pré-forma está na vertical, com a ação da gravidade, ela começa a derreter formando um fio de mel de vidro derretido. Então, outra máquina computadorizada puxa esse fio de mel de vidro derretido, porém já resfriado, controlando a tração para que a fibra saia com micrometros de espessura e em seguida, bobinando os carretéis. A fibra está pronta para ser inserida em cabos de plástico para a sua proteção e posteriormente, sua instalação. 6 Bobinamento da fibra. Fabricação de fibras de plástico A fabricação de fibras de plástico é feita por extração. As fibras ópticas obtidas com este método têm características ópticas bem inferiores às de sílica, mas possuem resistência mecânica (esforços mecânicos) bem maiores que as fibras de sílica. Têm grandes aplicações em iluminação e transmissão de informações a curtas distâncias e situações que oferecem grandes esforços mecânicos às fibras. Medidas em fibras ópticas Para a caracterização das fibras ópticas são efetuadas medições que verificam as características de transmissão das fibras, a saber: Atenuação espectral: que é a perda devido à freqüência da luz do feixe de luz; Atenuação de inserção: que é a perda quando se coloca emendas na fibra; Largura de banda: que é a perda causada pela velocidade de transmissão dos bits. Abertura numérica: que é a perda devido ao ângulo do feixe no interior da fibra. Perfil de índice de refração: que é a perda devido à qualidade de reflexão do feixe pelo interior da fibra.Telecomunicações O uso de fibras ópticas gerou uma série de modificações nos conceitos de projeto e fabricação de cabos ópticos para telecomunicações. Nos cabos de condutores metálicos as propriedades de transmissão eram definidas pelo condutor, construção do cabo e materiais isolantes. Estes cabos eram pouco afetados nas suas características pelas trações e torções exercidas sobre os cabos durante a fabricação e instalação. Já nos cabos ópticos, a situação é diferente porque as características de transmissão dependem apenas da fibra óptica e sua fragilidade é notória. No projeto de cabos ópticos são observados os seguintes itens: Número de fibras; 7 Aplicação; Minimização de atenuação por curvaturas; Características de transmissão estável dentro da maior gama de temperatura possível; Resistência à tração, curvatura, vibração, compressão adequadas; Degradação com o tempo (envelhecimento); Facilidade de manuseio, instalação, confecção de emendas, etc. Durante a fabricação e instalação não se deve aplicar tensões excessivas sobre a fibra, pois a mesma tem ruptura teórica a 1800 kgf/mm. Na prática costuma-se não exceder 250 g de tensão para fibras de 125 mm de casca. O revestimento da fibra óptica deve ser deslizante (auto-lubrificante). Assim sendo, quando o revestimento primário for o silicone aplica-se uma camada de nylon. Construção de cabos ópticos A construção de cabos ópticos é efetuada através de várias etapas de reunião de vários elementos, aplicação de capas, enchimentos, encordoamentos em equipamentos especiais. Neste processo efetua-se a cordoalha das fibras em torno de elementos de apoio e tração. Para garantir-se uma probabilidade de longa vida para o cabo, é necessário não submeter a fibra a tensões elevadas. Para isso, são utilizados, durante a construção, elementos tensores e tubos os quais absorvem as solicitações mecânicas aplicadas no cabo. Esses elementos são muito importantes na construção do cabo assegurando estabilidade dimensional do mesmo. Instalação de Cabos Cabos ópticos requerem cuidados especiais para instalação, pois as fibras são materiais frágeis e quebradiços. Deve-se observar que: O cabo não deve sofrer curvaturas acentuadas, o que pode provocar quebra das fibras em seu interior; O cabo não deve ser estirado ou sofrer trações através das fibras ou elementos de enchimento adjacentes a elas, mas sim pelos elementos de tração ou aço existentes no cabo; A velocidade de estiramento não deve ser muito elevada para permitir uma paralização imediata se necessário; Não se deve exceder a máxima tensão de estiramento especificada para o cabo. Esta deve ser monitorada, através de uma célula de carga, durante todo o estiramento; O cabo deve ser limpo e lubrificado a fim de diminuir o atrito de tracionamento; Deve-se puxar o cabo com um “destorcedor” para permitir uma acomodação natural do cabo no interior do duto ou canalização. Emendas Existem dois tipos básicos de emendas que podem ser efetuadas: Emenda por fusão; Emenda mecânica. Emenda por fusão Neste tipo de emenda a fibra é introduzida numa máquina, chamada máquina de fusão, limpa e clivada, para após o alinhamento apropriado, ser submetida à um arco voltáico que eleva a temperatura nas faces das fibras, o que provoca o derretimento das fibras e a sua soldagem. O arco 8 voltáico é obtido a partir de uma diferença de potencial aplicada sobre dois eletrodos de metal. Após a fusão a fibra é revestida por resinas que tem a função de oferecer resistência mecânica à emenda, protegendo-a contra quebras e fraturas. Após a proteção a fibra emendada é acomodada em recipientes chamados caixa de emendas. As caixas de emendas podem ser de vários tipos de acordo com a aplicação e o número de fibras. Umas são pressurizáveis ou impermeáveis, outras resistentes ao sol, para instalação aérea. A clivagem é o processo de corte da ponta da fibra óptica. É efetuada a partir de um pequeno ferimento na casca da fibra óptica (risco) e a fibra é tracionada e curvada sob o risco, assim o ferimento se propaga pela estrutura cristalina da fibra. A qualidade de uma clivagem deve ser observada com microscópio. Emenda mecânica Este tipo de emenda é baseado no alinhamento das fibras através de estruturas mecânicas. São dispositivos dotados de travas para que a fibra não se mova no interior da emenda e contém líquidos entre as fibras , chamados líquidos casadores de índice e refração, que tem a função de diminuir as perdas de Fresnel (reflexão). Neste tipo de emenda as fibras também devem ser limpas e clivadas. Este tipo de emenda é recomendado para aqueles que têm um número reduzido de emendas a realizar, pois o custo desses dispositivos é relativamente barato, além de serem reaproveitáveis. Conectores Os conectores utilizam acoplamentos frontais ou lenticulares. Os requisitos dos conectores são: Montagem simples; Forma construtiva estável; Pequenas atenuações; Proteção das faces das fibras. Os fatores que influenciam na qualidade de um conector são: Alinhamento; Montagem. Características de transmissão das fibras existem conectores: Para fibra única; Para várias fibras (múltiplo). Com relação à forma que se realiza o alinhamento, podemos ter vários tipos de estruturas sendo que os mais comuns são os circulares e os tipo v-groove. Os tipos circulares são recomendados para conexões duradouras enquanto que os v-groove para situações provisórias de conexões de fibras nuas (sem revestimento). Atenuação na Transmissão A atenuação ou perda de transmissão pode ser definida como a diminuição da intensidade de energia de um sinal ao propagar-se através de um meio de transmissão. Nas fibras ópticas, a atenuação varia de acordo com o comprimento de onda da luz utilizada. Essa atenuação é a soma de 9 várias perdas ligadas ao material que é empregado na fabricação das fibras e à estrutura do guia de onda. Os mecanismos que provocam atenuação são: absorção, espalhamento e deformações mecânicas e dispersão. a. Absorção b. Espalhamento c. Deformações Mecânicas d. Dispersão a. Absorção Os tipos básicos de absorção são: Absorção material; Absorção do ion OH-. A absorção material é o mecanismo de atenuação que exprime a dissipação de parte da energia transmitida numa fibra óptica em forma de calor. Neste tipo de absorção temos fatores extrínsecos e intrínsecos à própria fibra. Como fatores intrínsecos, temos a absorção do ultravioleta, a qual cresce exponencialmente no sentido do ultravioleta, e a absorção do infravermelho, provocada pela sua vibração e rotação dos átomos em torno da sua posição de equilíbrio, a qual cresce exponencialmente no sentido do infravermelho. Como fatores extrínsecos, temos a absorção devido aos íons metálicos porventura presentes na fibra (Mn, Ni, Cr, U, Co, Fe e Cu) os quais, devido ao seu tamanho, provocam picos de absorção em determinados comprimentos de onda exigindo grande purificação dos materiais que compõem a estrutura da fibra óptica. A absorção do OH- (hidroxila) provoca atenuação fundamentalmente no comprimento de onda de 2700 nm e em sobre tons (harmônicos) em torno de 950 nm, 1240 nm e 1380 nm na faixa de baixa atenuação da fibra. Esse íon é comumente chamado de água e é incorporado ao núcleo durante o processo de produção. É muito difícil de ser eliminado. b. Espalhamento É o mecanismo de atenuação que exprime o desvio de parte da energia luminosa guiada pelos vários modos de propagação em várias direções. Existem vários tipos de espalhamento (Rayleigh, Mie, Raman estimulado, Brillouin estimulado) sendo o mais importante e significativo o espalhamento de Rayleigh.Esse espalhamento é devido à não homogeneidade microscópica (de flutuações térmicas, flutuações de composição, variação de pressão, pequenas bolhas, variação no perfil de índice de refração, etc). Esse espalhamento está sempre presente na fibra óptica e determina o limite mínimo de atenuação nas fibras de sílica na região de baixa atenuação. c. Deformações Mecânicas As deformações são chamadas de microcurvatura e macrocurvatura, as quais ocorrem ao longo da fibra devido à aplicação de esforços sobre a mesma durante a confecção e instalação do cabo. As macrocurvaturas são perdas pontuais (localizadas) de luz por irradiação, ou seja, os modos de alta ordem (ângulo de incidência próximo ao ângulo crítico) 10 não apresentam condições de reflexão interna total devido a curvaturas de raio finito da fibra óptica. As microcurvaturas aparecem quando a fibra é submetida a pressão transversal de maneira a comprimí-la contra uma superfície levemente rugosa. Essas microcurvaturas extraem parte da energia luminosa do núcleo devido aos modos de alta ordem tornarem-se não guiados. Existem três comprimentos de onda tipicamente utilizados para transmissão em fibras ópticas: 850 nm com atenuação típica de 3 dB/km; 1300 nm com atenuação típica de 0,8 dB/km; 1550 nm com atenuação típica de 0,2 dB/km. d. Por Dispersão É uma característica de transmissão que exprime o alargamento dos pulsos transmitidos. Este alargamento determina a largura de banda da fibra óptica, dada em MHz/km, e está relacionada com a capacidade de transmissão de informação das fibras. Os mecanismos básicos de dispersão são: modal e cromática. a. Dispersão Modal Este tipo de dispersão só existe em fibras do tipo multimodo (degrau e gradual) e é provocada basicamente pelos vários caminhos possíveis de propagação (modos) que a luz pode ter no núcleo. Numa fibra degrau, todos os modos viajam com a mesma velocidade, pois o índice de refração é constante em todo o núcleo. Logo, os modos de alta ordem (que percorrem caminho mais longo) demorarão mais tempo para sair da fibra do que os modos de baixa ordem. A dispersão modal inexiste em fibras monomodo, pois apenas um modo será guiado. b. Dispersão Cromática Esse tipo de dispersão depende do comprimento de onda e divide-se em dois tipos: dispersão material e dispersão de guia de onda. i. Dispersão Material Como o índice de refração depende do comprimento de onda e como as fontes luminosas existentes não são ideais, ou seja, possuem uma certa largura espectral finita (Dl), temos que cada comprimento de onda enxerga um valor diferente de índice de refração num determinado ponto, logo cada comprimento de onda viaja no núcleo com velocidade diferente, provocando uma diferença de tempo de percurso, causando a dispersão do impulso luminoso. ii. Dispersão de guia de onda Esse tipo de dispersão é provocado por variações nas dimensões do núcleo e variações no perfil de índice de refração ao longo da fibra óptica e depende também do comprimento de onda da luz. Essa dispersão só é percebida em fibras monomodo que tem dispersão material reduzida (Dl pequeno em torno de 1300 nm) e é da ordem de alguns ps/(nm.km). Fontes Ópticas 11 Para sistemas ópticos, encontramos dois tipos de fontes ópticas que são frequentemente utilizadas: LED e LASER. Cada um destes dois tipos de fontes oferecem certas vantagens e desvantagens, e diferenciam-se entre se sob diversos aspectos: Potência luminosa: os lasers oferecem maior potência óptica se comparados com os leds. o LED : (-7 a -14dBm); o LASER : (1dBm); Largura espectral: os lasers têm largura espectral menor que os leds, o que proporciona menor dispersão material. Tipos e velocidades de modulação: os lasers têm velocidade maior que os leds, mas necessitam de circuitos complexos para manter uma boa linearidade. Acoplamento com a fibra óptica: o feixe de luz emitido pelo laser é mais concentrado que o emitido pelo led, permitindo uma eficiência de acoplamento maior. Variações com temperatura: os lasers são mais sensíveis que os leds à temperatura. Vida útil e degradação: os leds têm vida útil maior que os lasers (aproximadamente 10 vezes mais), além de ter degradação bem definida. Custos: os lasers são mais caros que os leds, pois a dificuldade de fabricação é maior. Ruídos: os lasers apresentam menos ruídos que os leds. Ambos podem ser fabricados do mesmo material, de acordo com o comprimento de onda desejado: o AlGaAs (arseneto de alumínio e gálio) para 850 nm. o InGaAsP (arseneto fosfeto de índio e gálio) para 1300 e 1550 nm. Exercícios: 1) Explique com suas palavras, como a fibra consegue condicionar a luz. 2) Qual a diferença entre fibra mono-modo e multi-modo? 3) Na fibra multi-modo, existem outras duas categorias. Quais são? 4) Indique algumas aplicações da fibra. 5) Cite vantagens da fibra. 6) Cite desvantagens da fibra. 7) Explique com suas palavras, como é fabricada a fibra. 8) Explique como é feito uma fusão. Continuação: 9) Explique os tipos de atenuação que a fibra sofre numa transmissão. 10) Quais são os tipos fontes ópticas. Faça uma tabela comparativa entre essas fontes. 12 Conceitos sobre a Luz Sobre a velocidade da propagação da luz Ao incidir sobre um determinado meio a luz tende a se propagar através dele. A velocidade com que a luz se propaga depende, no entanto, do meio material. Assim, a luz se propaga na água a uma velocidade menor do que aquela com a qual ela se propaga no ar. Pode-se afirmar, e com propriedade, que a velocidade de propagação da luz através de um meio é uma característica do mesmo. A velocidade máxima de propagação da luz ocorre num meio do qual extraímos toda a matéria. Tal meio é o que denominamos de vácuo. Por exemplo, podemos considerar o meio entre a Terra e o Sol, ou entre a Terra e as estrelas como sendo o vácuo. Assim, a luz emitida pelas estrelas (dentre as quais incluímos o Sol) se propaga no vácuo chegando até nós e essa velocidade de propagação é a maior possível. Princípios Básicos 1. A propagação retilínea da luz Uma característica importante da luz é que ao se propagar no vácuo ele o faz em linha reta. Podemos, assim, enunciar o Princípio da Propagação Retilínea da Luz: A luz se propaga em linha reta nos meios homogêneos como o vácuo. Assim, a luz incidente sobre uma lente, apesar de seguir direções diferentes, como na figura abaixo, em cada direção e em cada meio se propaga em linha reta. A razão para a propagação retilínea é que como a luz é composta por fótons, a tendência dessas partículas ao se moverem no vácuo, sem colisões, tendem a se manterem num movimento retilíneo e uniforme. Sabemos, da mecânica, que se sobre uma partícula não atuarem forças, a sua tendência é a de se manter com velocidade constante em uma trajetória retilínea. No vácuo ou em meios rarefeitos como o ar, ou até mesmo na água, a tendência da luz é se propagar em linha reta. O fato de que a luz se propaga em linha reta já era conhecido, pelo menos, desde os tempos dos gregos. Já fazia parte dos princípios da "óptica" de Euclides, cerca de 300 anos antes de Cristo. 13 2. Princípio da independência dos raios Admitimos que os fótons não interagem entre si. Isto é, os fótons, ao se aproximarem ou ao se cruzarem não são influenciados por outros fótons. Os fótons são, portanto, independentes entre si. Segue daí que os raios luminosos são independentes. 3. Princípio da reversibilidade da luz Finalmente, salientamos que se a trajetória dos fótons (e portanto, da luz) for percorrida num certo sentido, o sentido oposto é também possível. Por exemplo,se a luz seguir uma série de segmentos de reta ao longo dos segmentos AB, BC, CD da figura ( ), então o percurso ao longo dos segmentos DC, CB e BA é igualmente possível. Isso quer dizer que se um raio de luz seguir uma trajetória num certo sentido e se esse raio for refletido passando por uma parte da trajetória, ele fará a trajetória inteira. Essa é base do princípio da reversibilidade da luz. Qualquer sentido de trajetória de um raio luminoso é possível. No cotidiano A luz do Sol atravessa o ar e bate nos objetos, flores, pássaros, etc.. Cada material interage de uma forma tal que uma parte da luz incidente é absorvida e outra parte refletida. A luz refletida chega aos nossos olhos e vemos as forma e as cores diferentes. Observe a luz entrando num quarto escuro através de uma fresta. Enxergamos as partículas de poeira flutuando no ar, que refletem a luz. Mas nitidamente vemos que o feixe de luz se propaga em linha reta. Hoje em dia, em conferências e seminários, é comum o uso de canetas a luz laser para mostrar algum detalhe específico num painel. As fontes de luz laser são construídas de modo que há uma direção de emissão de luz. Já o Sol emite luz e calor para todos os lados. 14 A câmara escura de orifício O princípio da propagação retilínea da luz pode ser bem entendido a partir de um arranjo muito simples - trata-se da câmara escura de orifício. Na sua versão mais simples, podemos considerar uma caixa completamente fechada na qual fazemos um pequeno orifício. Uma vela colocada em frente ao orifício da caixa produzirá uma imagem semelhante ao objeto (a vela) porém, invertida. O tamanho de imagem (i) e o tamanho do objeto (o) são relacionados com as distâncias do objeto (d) ao orifício e a distância da imagem ao orifício (d') através da relação. Observe-se que a relação acima segue da semelhança entre os triângulos OA'B e . Tais relações decorrem da propagação retilínea, assim como a inversão da imagem. Use uma caixa de papelão e substitua o fundo da caixa por um papel manteiga ou papel vegetal. No lado oposto ao fundo, retire uma rodela do papelão e cole sobre o furo uma rodela de cartolina preta. No centro da cartolina faça um furo com uma agulha. Eclipses Use um abajur sem a cúpula, um globo terrestre e uma bolinha de ping-pong. A cúpula será o Sol e a bolinha de ping-pong a Lua e o globo será a Terra. Você pode mostrar o eclipse do Sol colocando uma bola de ping-pong entre o abajur e o globo de modo que se forme uma sombra em algum lugar da "Terra". 15 Você pode ainda mostrar o eclipse da Lua, colocando a bola de ping-pong na sombra do globo. Você notou que eclipse da Lua ocorre perto da lua cheia Fase da Lua Use a mesma montagem anterior para ilustrar as fases da Lua. A Lua sempre mostra a mesma face para a Terra. Coloque a bola de ping-pong entre o abajur e o globo e faça o movimento de rotação da Lua em torno da Terra deixando sempre a mesma face voltada para a Terra. Princípios básicos da Refração O conceito de frente de onda é bastante intuitivo e pode ser definido como o lugar geométrico de todos os pontos que a radiação atinge, a partir da fonte, no mesmo intervalo de tempo. São facilmente visíveis no clássico exemplo do impacto de um pequeno objeto na superfície de um líquido em repouso. Nesse caso, as frentes de onda são circulares. Aqui considera-se que a luz é uma onda plana, isto é, as frentes de onda são planas e perpendiculares à direção de propagação. 16 Sejam, conforme abaixo, dois meios de substâncias diferentes (exemplo: ar e água), com superfície de contato plana, pelos quais a luz se propaga. Um raio de luz plana atravessa esses meios. Pode-se verificar experimentalmente que uma parte do raio incidente é refletida pela superfície de contato e outra parte é refratada, isto é, passa para o outro meio, mas com direção diferente. Em relação à reta normal à superfície de contato, θ1 é o ângulo de incidência. θ1' é o ângulo de reflexão. θ2 é o ângulo de refração. E as relações básicas que determinam os dois fenômenos podem ser facilmente observadas de forma experimental: Na reflexão, ocorre a igualdade de ângulos: θ1 = θ1' Na refração, ocorre a proporção de senos: 2211 .. sennsenn Ou 21 2 1 n sen sen Onde a constante n21 é denominada índice de refração do meio 2 em relação ao meio 1. Pode-se verificar, também de forma experimental, que o índice de refração é igual à relação das velocidades da luz nos meios: 2 1 21 v vn Portanto, no exemplo da Figura 01, a velocidade no meio 1 deve ser maior que a velocidade no meio 2 porque θ1 > θ2. 17 Na prática, os índices de refração são dados em relação ao vácuo, onde a velocidade da luz é a constante física c (aproximadamente sm /10.3 8 ). Assim, v cn Esse parâmetro é denominado índice absoluto de refração. E o índice entre dois meios pode ser dado pelos seus valores absolutos: 1 2 2 1 2 1 21 n n n c n c v vn Tabela com índices de refração absoluto de alguns materiais. Material n Material n Água a 25ºC 1,33 Glicerina 1,473 Álcool etílico a 20ºC 1,36 Poliestireno 1,59 Ar 1,00029 Quartzo 1,46 Diamante 2,417 Vidro óptico tipo crown 1,50 − 1,62 Gelo 1,31 Vidro óptico tipo flint 1,57 − 1,75 Das fórmulas anteriores, pode-se facilmente concluir que o índice de refração do vácuo é igual a 1. Conforme tabela, o valor para o ar é bastante próximo de 1 e é assim considerado quando não há grandes exigências de precisão. Entretanto, o índice de refração varia com o comprimento de onda (isto é, a cor) da luz incidente. Os valores da tabela anterior são médios para o espectro visível. O gráfico acima dá uma idéia da variação do índice de refração do quartzo em relação ao comprimento de onda da luz. Quanto menor o comprimento de onda (à direita do gráfico), menor o índice de refração. E sabemos que quanto menor o comprimento de onda, maior a freqüência da 18 onda. Então quanto maior a freqüência da onda, menor o índice de refração. Quanto menor o índice refração mais próxima a velocidade da luz através do quartzo (o gráfico é da pedra quartzo). Em outras palavras, quando a luz aumenta a sua freqüência, o quartzo não distorce a luz que atravessa por ele.
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