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Apostila Introdução Economia

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO 
UNIDADE ACADÊMICA DE GARANHUNS 
Disciplina: Introdução à Economia 
Professor: Epaminondas Luiz Borges Filho 
Curso: Medicina Veterinária e Zootecnia 
 
Material de Orientação de Estudo para a Disciplina de 
Introdução à Economia 
 
MÓDULOS DA 1ª VA 
Módulo 1 – Introdução ao Estudo da Ciência Econômica 
Módulo 5 – Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado 
Módulo 6 – Produção e Custos: noções elementares 
 
A prova será individual, sem consulta e no horário da aula 
 
MÓDULOS DA 2ª VA 
Módulo 2 – O Sistema Econômico Capitalista e Medidas de Atividade Econômica 
Módulo 3 – Noções de Teoria Monetária, Crédito, Sistema Financeiro e Inflação 
Módulo 4 – Comércio Internacional 
 
A prova será individual, sem consulta e no horário da aula 
 
MÓDULOS DA 3ª VA 
Módulos: 1, 2, 3, 4, 5 e 6, ou seja, todo o conteúdo do semestre 
 
 
MÓDULOS DA VA FINAL 
Módulos: 1, 2, 3, 4, 5 e 6, ou seja, todo o conteúdo do semestre 
 
 
Observação: Os alunos poderão solicitar a mudança das datas das provas até 48 horas antes da data 
marcada inicialmente. O representante da turma deve entregar ao professor uma folha com o pedido 
da mudança da prova, com a nova data da prova e a assinatura de todos os alunos matriculados na 
disciplina concordando com a mudança. A ausência de uma assinatura inviabilizará a aplicação da 
prova em uma outra data. 
 2 
INTRODUÇÃO 
 
Seja em nosso cotidiano, seja nos jornais, rádio e televisão, nos deparamos com inúmeras 
questões, como: 
� aumento de preços; 
� período de crise econômica ou de crescimento; 
� desemprego; 
� setores que crescem mais do que outros; 
� diferenças salariais; 
� crises no balanço de pagamentos; 
� vulnerabilidade externa; 
� valorização ou desvalorização da taxa de câmbio; 
� dívida externa; 
� ociosidade em alguns setores de atividade; 
� diferenças de renda entre as várias regiões do país; 
� comportamento das taxas de juros; 
� déficit governamental; 
� elevação de impostos e tarifas públicas. 
 
Esses temas, já rotineiros em nosso dia-a-dia, são discutidos pelos cidadãos comuns, que, 
com altas doses de empirismo, têm opiniões formadas sobre as medidas que o Estado deve adotar. 
Um estudante de Agronomia, Medicina Veterinária ou Zootecnia ou de outra área pode vir a ocupar 
cargo de responsabilidade em uma empresa ou na própria administração pública e necessitará de 
conhecimentos teóricos mais sólidos para poder analisar os problemas econômicos que nos rodeiam 
diariamente. 
O objetivo do estudo da Ciência Econômica é analisar os problemas econômicos e formular 
soluções para resolvê-los, de forma a melhorar nossa qualidade de vida. 
 
“Economia é o estudo de como indivíduos e sociedade alocam seus 
recursos limitados para tentar satisfazer suas necessidades ilimitadas”. 
Ralph T. Byrns 
 
 
 
 
 3 
AO ALUNO 
Este material foi elaborado com a finalidade de servir como instrumento de referência para o 
acompanhamento das aulas e orientação de estudo. O material apresentado refere-se às 
transparências e aos tópicos que serão desenvolvidos pelo professor em sala de aula, ao longo da 
exposição desta disciplina. A completa compreensão dos tópicos que serão apresentados requer a 
resolução dos exercícios propostos. 
 
COMO ESTUDAR ECONOMIA 
O aluno deve acompanhar as aulas e rever a parte teórica em casa. Os conceitos não devem ser 
decorados e sim compreendidos, pois a aplicação dos postulados teóricos requer o entendimento e 
não apenas conceitos memorizados sem compreensão. Também é imprescindível fazer as listas de 
exercícios para a fixação do conteúdo. 
 
Lembre-se: 
Estudos superficiais às vésperas das provas, provavelmente, não serão bem sucedidos. 
 4 
 
ÍNDICE GERAL 
 
Módulo 01 – Introdução ao Estudo da Ciência Econômica ...................................................... 06 
Lista de questões do Módulo 01 .......................................................................... 18 
Módulo 05 – Demanda , Oferta e Equilíbrio de Mercado ........................................................ 21 
Lista de questões do Módulo 05 .......................................................................... 50 
Módulo 06 – Produção e Custos: noções elementares .............................................................. 60 
Lista de questões do Módulo 06 .......................................................................... 76 
Módulo 02 – O Sistema Econômico Capitalista e Medidas de Atividade Econômica ............. 79 
Lista de questões do Módulo 02 .......................................................................... 100 
Módulo 03 – Noções de Teoria Monetária, Crédito, Sistema Financeiro e Inflação ................ 106 
Lista de questões do Módulo 03 .......................................................................... 124 
Módulo 4 – Comércio Internacional ......................................................................................... 129 
Lista de questões do Módulo 03 .......................................................................... 138 
Bibliografia ............................................................................................................................... 141 
 
 
 
 
 
 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULOS DA 1ª VA 
Módulos 1, 5 e 6 
 
 6 
MÓDULO 01 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA CIÊNCIA ECONÔMICA 
 
1. INTRODUÇÃO 
A economia é considerada uma ciência social porque estuda a organização e o 
funcionamento das sociedades. Assim, pode-se dizer que a Ciência Econômica ocupa-se do 
comportamento humano, e estuda como as pessoas e as organizações na sociedade se empenham na 
produção, troca e consumo dos bens e serviços. 
 
2. PROBLEMAS ECONÔMICOS BÁSICOS 
A economia estuda a relação que os homens têm entre si na produção dos bens e serviços 
necessários à satisfação dos desejos e aspirações da sociedade. 
Na sociedade moderna, os desejos e necessidades são, em geral, mais amplos do que as 
disponibilidades de recursos de produção (ou fatores de produção). Esse fato ocorre porque o ser 
humano, pela sua própria natureza, nunca está satisfeito com que possui e sempre deseja mais. 
Portanto, as necessidades humanas são infinitas e ilimitadas. 
Por outro lado, os recursos produtivos que a sociedade conta para efetuar a fabricação de 
bens e serviços têm caráter finito ou limitado. 
Há, portanto, uma contradição: por um lado, os desejos e necessidades da sociedade são 
ilimitados; por outro lado, os recursos para executar a produção dos bens e serviços que devem 
atender esses desejos e necessidades são limitados. 
Isso nos leva a seguinte proposição: por mais rica que a sociedade seja, os fatores de 
produção serão sempre escassos para efetivar a fabricação de todos os bens e serviços que essa 
mesma sociedade deseja. Portanto, ela terá que efetuar escolhas sobre quais os bens e serviços 
deverão ser produzidos. Os trabalhadores assalariados procedem da mesma maneira, ou seja: eles 
contam com os salários de determinado valor e não podem consumir todos os bens e serviços que 
desejam, devendo escolher entre eles quais poderão adquirir com sua renda. 
Portanto, a escassez implica que a sociedade precisa encontrar meios de alocar recursos para 
a produção de bens e serviços, mesmo sabendo que parcelas das necessidades dos indivíduos não 
serão atendidas. A escassez é o elemento central que justifica a existência dos mercados. 
 
3. DIVISÕES DA ECONOMIA 
A Economia pode ser dividida em três áreas principais: i) Economia Descritiva; ii) Teoria 
Econômica e iii) Economia Aplicada. 
i) ECONOMIA DESCRITIVA: estuda fatos particularizados, sem lançar mão da análise 
teórica. Ela utiliza, basicamente, dados empíricos e análisecomparativa. 
 7 
ii) TEORIA ECONÔMICA: analisa, de forma, simplificada, o funcionamento de um 
sistema econômico, utilizando um conjunto de suposições e hipóteses acerca do mundo 
real, procurando obter as leis que o regulam. Ela se divide em microeconomia e 
macroeconomia. 
a) Microeconomia: trata do comportamento das firmas e dos indivíduos ou famílias, 
preocupando-se com a formação dos preços e o funcionamento do mercado de cada 
produto individual. 
b) Macroeconomia: diz respeito aos grandes agregados nacionais. Estuda o 
funcionamento do conjunto da Economia de um país, envolvendo o nível geral dos 
preços, formação da renda nacional, mudanças na taxa de desemprego, taxa de câmbio, 
balanço de pagamentos, etc. 
iii) ECONOMIA APLICADA: utiliza a estrutura geral de análise fornecida pela Teoria 
Econômica, para explicar as causas e o sentido das ocorrências relatadas pela Economia 
Descritiva. 
 
Teoria Econômica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. ALGUNS CONCEITOS BÁSICOS 
Para compreendermos a economia, é necessário o entendimento de alguns conceitos básicos, 
como a necessidade humana, o conceito de bens e serviços, fatores de produção, entre outros. 
 
 
Teoria 
Microeconômica 
Teoria 
Macroeconômica 
Analisa o comportamento 
dos agentes econômicos 
individuais 
 
- Produtor 
- Consumidor 
- Setor 
- Uma firma 
Analisa o comportamento 
agregado dos agentes 
econômicos 
 
- Crescimento econômico 
- Emprego 
- Distribuição da renda 
- Inflação 
- Taxa de juros 
- Política monetária e fiscal 
- Etc. 
 8 
4.1. NECESSIDADE HUMANA 
Entende-se por necessidade humana a sensação da falta de alguma coisa unida ao desejo do 
satisfazê-la. As necessidades podem ser físicas, sociais, individuais, etc. 
Não podemos nos esquecer de que as necessidades do ser humano renovam-se dia a dia, 
exigindo da sociedade a produção contínua de bens com a finalidade de atendê-las. Além disso, a 
perspectiva de elevação do padrão de vida e a evolução tecnológica fazem com que “novas” 
necessidades apareçam, o que demonstra que as necessidades humanas são, realmente, ilimitadas. 
Essa necessidade ilimitada faz com que nem todas as necessidades humanas possam ser 
satisfeitas. E é esse fato que explica a existência da economia. Nesse sentido, cabe ao economista o 
estudo do modo de satisfazer, tanto quanto possível, tais necessidades. 
Segundo a pirâmide de Marslow, as necessidades obedecem a uma hierarquia: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As necessidades assumem formas que variam de uma pessoa para outra. A teoria de 
motivação de Maslow se baseia nas seguintes preposições: 
a) O comportamento humano pode ter mais de uma motivação. O comportamento motivado é uma 
espécie de canal pelo qual muitas necessidades podem ser satisfeitas isolada ou simultaneamente. 
b) Nenhum comportamento é casual, mas motivado; isto é, orientado para objetivos. 
c) As necessidades humanas estão dispostas em uma hierarquia de importância ou de premência: 
uma necessidade superior somente se manifesta quando a necessidade inferior (mais premente) foi 
satisfeita. Toda necessidade está relacionada com o estado de satisfação ou de insatisfação de outras 
necessidades. Uma vez satisfeitas suas necessidades básicas de alimento, vestiário e abrigo, o 
homem deseja amigos e torna-se sociável e grupal. Uma vez satisfeitas essas necessidades 
aquisitivas, deseja reconhecimento e respeito de seus amigos e realiza sua independência e 
 
 
 
Necessidades 
de 
auto-realização 
(desenvolvimento 
conquista) 
Necessidade de estima 
(auto-estima, reconheci-
mento, status) 
Necessidades Sociais 
(relacionamento, amor) 
Necessidade Segurança 
(defesa, proteção) 
 
Necessidades Fisiológicas 
(fome, sede) 
 9 
competência. E, satisfeitas essas necessidades de status e auto-estima, passa a buscar a realização de 
si mesmo, a liberdade e modos cada vez mais elevados de ajustamento e adaptação. 
d) A necessidade inferior (mais premente) monopoliza o comportamento do indivíduo e tende 
automaticamente a organizar a mobilização das diversas faculdades do organismo. Assim, as 
necessidades mais elevadas (menos prementes) tendem a ficar relegada a um plano secundário. 
Apenas quando satisfeitas as necessidades inferiores é que surgem gradativamente as necessidades 
mais elevadas. 
 
4.2. BENS E SERVIÇOS 
De modo geral, pode-se dizer que um Bem é tudo aquilo que permite satisfazer uma ou 
várias necessidades humanas. Os Bens são classificados segundo três critérios: a) caráter; b) 
natureza; e c) forma. Vejamos cada um deles. 
 
A) Segundo seu caráter 
• Livres (ou Bens Públicos ou Coletivos): são ilimitados ou muito abundantes e não são 
apropriáveis. Ex: ar, mares, rios. Em geral, são aquelas cuja quantidade é suficiente para satisfazer a 
todos. 
• Econômicos (ou Bens privados): são escassos, devido a sua procura, e são apropriáveis. Esse é o 
principal objeto de estudo da economia. Ex: minerais, petróleo, gado. Caracterizam-se pela 
utilidade, pela escassez e por serem transferíveis. 
 
B) Segundo sua natureza 
• De capital (ou Bens de Produção): são aqueles que permitem produzir outros bens, mas não se 
desgastam totalmente no processo produtivo. Além disso, não atendem diretamente às necessidades 
humanas. Ex: máquinas, computadores, equipamentos, instalações, edifícios etc. 
• De consumo: são destinados à satisfação direta das necessidades humanas. São classificados em: 
- Duradouros (ou duráveis): permitem um uso prolongado. Ex: eletrodomésticos, carro, etc. 
- Não-duradouros (ou não-duráveis ou perecíveis): acabam com o tempo. Ex. alimentos etc. 
 
C) Segundo sua função 
• Intermediários: devem sofrer novas transformações antes de se converterem em bens de consumo 
ou capital. Ex: cimento, madeira, polietileno, etc. 
• Finais: já sofreram as transformações necessárias para seu uso ou consumo. Ex: cadeira, camisa, 
lápis, etc. 
 
 10 
Os Serviços são aquelas atividades que, sem criar objetos materiais, se destinam direta ou 
indiretamente a satisfazer as necessidades humanas. 
Para a satisfação das necessidades humanas, é necessário produzir bens e serviços. Para isso, 
exige-se o emprego de recursos produtivos e de bens elaborados. 
 
4.3. RECURSOS OU FATORES DE PRODUÇÃO 
Os Fatores de Produção (também denominados Recursos Produtivos) são elementos 
utilizados no processo de fabricação dos mais variados tipos de mercadorias que, por sua vez, serão 
utilizadas para satisfazer as necessidades. 
 
Os Fatores de Produção podem ser classificados em três grandes grupos: Terra, Trabalho e 
Capital. 
1) Terra (ou Recursos Naturais): é o nome dado pelos economistas para designar os recursos 
naturais existentes, ou dádivas da natureza, tais como florestas, recursos minerais, recursos 
hídricos etc. Compreende não só o solo utilizado para fins agrícolas, mas também o solo 
utilizado na construção de estradas, casas etc. 
2) Trabalho: o fator trabalho refere-se às faculdades físicas e intelectuais dos seres humanos que 
intervêm no processo produtivo. O trabalho é o fator de produção básico. Os trabalhadores se 
servem das matérias-primas obtidas na natureza. Com a ajuda da maquinaria necessária, 
transformam-nas até convertê-las em matérias básicas, aptas a outros processos ou bens de 
consumo. 
3) Capital (ou Bens de Capital): enquanto os Bens de Consumo se orientam para a satisfação direta 
das necessidades humanas, os Bens de Capital (ou bens de investimento) não são concebidos 
para satisfazer diretamente às necessidades humanas, mas para serem utilizados na produção de 
outros bens. Dessa forma, os Bens de Capital irão satisfazer as necessidades futuras, quando 
forem utilizados para produçãode bens de consumo. Os Bens de Capital incluem todos os 
edifícios, todos os tipos de equipamentos e todos os estoques de materiais dos produtores, 
incluindo bens parciais ou completamente acabados, e que podem ser utilizados na produção de 
bens. Recebem essa denominação porque, nas economias capitalistas, o capital geralmente é de 
propriedade privada. 
 
4.4. AGENTES ECONÔMICOS 
Os agentes econômicos são pessoas de natureza física ou jurídica que, através de suas ações, 
contribuem para o funcionamento do sistema econômico. São eles: 
 
 11 
� Famílias: incluem todos os indivíduos e unidades familiares da economia que, no papel de 
“consumidores”, adquirem os mais diversos tipos de bens e serviços com o objetivo de atender 
as necessidades de consumo. Por outro lado, as famílias, na qualidade de “proprietárias” dos 
recursos produtivos, fornecem às empresas os Fatores de Produção – Terra, Trabalho e Capital. 
� Empresas: são unidades encarregadas de produzir e/ou comercializar bens e serviços. A 
produção é realizada através da combinação dos fatores produtivos adquiridos juntos às 
famílias. 
� Governo: inclui todas as organizações que, direta ou indiretamente, estão sob o controle do 
Estado, nas suas esferas federais, estaduais e municipais. Muitas vezes, o governo intervém no 
sistema econômico, atuando como empresário e produzindo bens e serviços através de suas 
empresas estatais. 
 
4.5. SETORES DA ATIVIDADE ECONÔMICA 
Os setores de produção são o conjunto de unidades de produção caracterizados pelo produto 
produzido e classificado conforme sua produção principal. No Brasil, temos o CNAE (Código 
Nacional de Atividade Econômica). 
 
� Setor Primário: abrange as produções obtidas dos recursos naturais, como as atividades 
agrícolas, pesqueiras, pecuárias e mineração. 
� Setor Secundário: atividades industriais que transformam matérias-primas em bens finais ou 
intermediários, tais como: veículos automotores, materiais de construção, produtos químicos e 
farmacêuticos, plásticos, aparelhos eletrodomésticos, tratores etc. 
� Setor Terciário (ou de serviços): reúne as atividades direcionadas a satisfazer as necessidades de 
serviços produtivos que não se transformam em algo material como o comércio, transporte, 
bancos, turismo, meios de comunicação, administração pública, etc. 
 
 
5. O PROBLEMA ECONÔMICO (ou TRÍADE DA ECONOMIA) 
O problema econômico por excelência é a escassez. Ele surge porque as necessidades 
humanas são virtualmente ilimitadas e os recursos econômicos, limitados, incluindo também os 
bens. 
Esse não é um problema tecnológico, e sim de disparidade entre os desejos humanos e os 
meios disponíveis para satisfazê-los. A escassez é um conceito relativo, pois existe o desejo de 
adquirir uma quantidade de bens e serviços maior do que a disponibilidade. 
 12 
O ditado popular “quanto mais se tem, mais se quer” parece refletir fielmente a atitude dos 
indivíduos em relação aos bens materiais. Assim, pois, o fato real que enfrenta a economia é que, 
em todas as sociedades, tanto nas ricas como nas pobres, os desejos dos indivíduos não podem ser 
completamente satisfeitos. 
Dessa forma, a escassez força toda sociedade a fazer escolhas na tentativa de resolver três 
questões econômicas básicas: 
- O que e quanto produzir? 
- Como produzir? 
- Para quem produzir? 
 
� O QUE E QUANTO PRODUZIR? (ENFOQUE ECONÔMICO) 
A decisão será tomada pelos produtores e consumidores. Isso significa quais os produtos que 
deverão ser produzidos (roupas, carros, TV, etc.) e em que quantidades deverão ser colocados à 
disposição dos consumidores; 
� COMO PRODUZIR? (ENFOQUE TECNOLÓGICO) 
A decisão será determinada pela competição entre os produtos, em busca de maior produtividade 
e redução dos custos, isto é, por quem serão produzidos os bens e serviços, com que recursos e de 
que maneira ou processo produtivo (técnica); 
� PARA QUEM PRODUZIR? (ENFOQUE SOCIAL) 
A decisão será determinada pela capacidade de aquisição dos bens produzidos, isto é, cada 
indivíduo irá adquirir a quantidade de bens e serviços conforme suas disponibilidade de recursos 
financeiros. Isto é, para quem se destinará a produção? Fatalmente, para os que têm renda. 
 
QUAIS, QUANTOS, COMO E PARA QUEM produzir não seriam problemas se os 
recursos utilizáveis fossem ilimitados. Todavia, na realidade existe o problema econômico: 
necessidades ilimitadas e recursos-técnicos limitados; portanto, a economia deve optar dentre os 
bens a serem produzidos e os processos técnicos capazes de transformar os recursos escassos em 
produção. 
Os problemas básicos da economia: O QUE, QUANTO, COMO e PARA QUEM – podem 
ser resolvidos pela concorrência dos mercados e pelo mecanismo dos preços. 
 
� QUAIS bens serão produzidos será decidido pela demanda dos consumidores no mercado. O 
dinheiro pago ao vendedor será redistribuído em forma de renda como salários, juros e 
dividendos. Assim, fecha-se o círculo. O consumidor sempre procurará maximizar sua utilidade 
ou satisfação. 
 13 
� QUANTO produzir será determinado pela atuação dos consumidores e dos produtores no 
mercado com os ajustamentos dados pelo sistema de preço. 
� COMO produzir é determinado pela concorrência entre os produtores. O método de fabricação 
eficiente ou mais barato deslocará o ineficiente ou mais caro, podendo assim o concorrente 
sobreviver no mercado produtor. O objetivo do produtor será sempre maximizar o lucro. Está 
relacionado ao conceito de eficiência produtiva. 
� PARA QUEM produzir será determinado pela oferta e procura no mercado de serviços. Está 
relacionado à renda (poder aquisitivo). A produção destina-se a quem tem renda para pagar e o 
preço é um instrumento de exclusão e limitador de público-alvo. 
 
Devido à escassez de recursos produtivos utilizados na produção de bens e serviços para 
satisfazer as necessidades dos indivíduos, os agentes econômicos (produtores, consumidores, 
tomadores de decisão de órgão do governo) precisam utilizá-los de forma mais racional e eficiente, 
visando obter melhores resultados, em termos de quantidade e qualidade. 
 
Necessidades 
humanas ilimitadas 
 x escassez escolha Como produzir 
Recursos produtivos 
escassos 
 
 
6. CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO 
Conforme vimos anteriormente, a economia é uma ciência ligada a problemas de escassez. 
Nesse sentido, a limitação de recursos capazes de produzir diferentes produtos impõe uma escolha. 
Suponha que haja certo número de indivíduos, certa técnica de produzir, certo número de 
fábricas e instrumentos de produção (fatores de produção). Considere, ainda, que eles sejam 
constantes. Portanto, cabe decidir (ou escolher): o que e quanto produzir? Como produzir? E para 
quem produzir? Como alocar os recursos de produção disponíveis entre as diferentes linhas de 
produção? 
Para fins de simplificação, discutiremos o dilema da opção e suas possíveis soluções ao 
nível de um empreendimento agrícola. Consideremos, inicialmente, uma fazenda com uma 
determinada extensão de terra, um conjunto de instalações, máquinas e equipamentos e um número 
fixo de trabalhadores. 
Como a análise simultânea de tais problemas é bastante complicada, vamos, para 
simplificar, supor que nessa fazenda só se produzam dois tipos de bens: milho e soja. 
O que e quanto produzir 
Para quem produzir 
 14 
Se o fazendeiro utilizar toda a terra para cultivar milho, não haverá área disponível para o 
plantio de soja. Por outro lado, se ele quiser se dedicar somente à cultura de soja, utilizando-se de 
toda a sua propriedade para este fim, não poderá plantar milho. 
Nesse caso, existem soluções alternativas intermediárias, com a utilização de parte das terras 
para o plantio de soja, ficando a fração restante paraa cultura de milho. A Tabela 1 apresenta, para 
esse exemplo, várias possibilidades de produção de soja e milho. 
 
Tabela 1: Possibilidades de produção de soja e milho em uma propriedade agrícola. 
Alternativa Soja (em quilos) Milho (em quilos) 
A 0 8.000 
B 1.000 7.500 
C 2.000 6.500 
D 3.000 5.000 
E 4.000 3.000 
F 5.000 0 
 
A seguir, encontra-se representada graficamente a escala de possibilidades de produção de 
milho e soja (Figura 1). O eixo das ordenadas (vertical) representa a quantidade de milho que a 
fazenda pode produzir. O eixo das abscissas (horizontal), por sua vez, representa a quantidade de 
soja que pode ser obtida. 
0
1.000
2.000
3.000
4.000
5.000
6.000
7.000
8.000
9.000
0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000
Soja (kg)
M
ilh
o
 
(K
g)
 
Figura 1 – Curva de Possibilidades de Produção 
A 
B 
C 
D 
E 
F 
Y 
Z 
 15 
 
A Curva ABCDEF indica todas as possibilidades de produção de milho e soja nessa 
economia hipotética. Qualquer ponto sobre a curva significa que a economia irá operar no pleno 
emprego, ou seja, à plena capacidade, utilizando todos os fatores de produção disponíveis. 
No ponto Y (ou em qualquer outro ponto interno à curva), quando a economia está 
produzindo 2.000 quilos de soja e 4.500 quilos de milho, dizemos que se está operando com 
capacidade ociosa ou com desemprego. Ou seja, os fatores de produção estão sendo subutilizados. 
O ponto Z apresenta uma combinação impossível de produção (4.800 quilos de soja e 7.500 
quilos de milho), uma vez que os fatores de produção e a tecnologia de que a economia dispõe 
seriam insuficientes para obter essas quantidades de bens. Esse ponto ultrapassa a capacidade de 
produção potencial ou de pleno emprego dessa economia. 
A Curva de Possibilidades de Produção (ou Fronteira de Possibilidades de Produção) nos 
mostra todas as combinações possíveis entre milho e soja que podem ser estabelecidas, quando 
todos os recursos disponíveis estão sendo utilizados, ou seja, quando está ocorrendo pleno emprego 
de recursos. Como podemos observar no gráfico, a produção de milho implica a produção menor de 
soja e vice-versa. 
A Curva de Possibilidade de Produção fornece um importante instrumental de análise para as 
alternativas de utilização dos recursos disponíveis. Ela demonstra todas as possíveis combinações 
que podem ser estabelecidas, quando os recursos produtivos estão sendo plenamente utilizados. 
A escolha de qual alternativa será utilizada dependerá fundamentalmente da demanda que a 
sociedade tem ou terá pelos bens a serem produzidos. Como os recursos produtivos são limitados 
(terra, força de trabalho, financeiro, capital físico – ex: maquinário – tecnologia, etc.), ao se optar 
por produzir mais unidades de um bem (milho), terá que haver redução na produção do outro bem 
(soja). 
 
7. CUSTO DE OPORTUNIDADE 
No exemplo anterior, se a fazenda estiver usando eficientemente seus recursos (o que indica 
uma situação de pleno emprego), um aumento na produção de soja somente ocorrerá mediante uma 
diminuição na produção de milho. Assim, o custo de um produto poderá ser expresso em termos da 
quantidade sacrificada do outro. 
A Tabela 2 apresenta o custo de oportunidade da produção de soja, ou seja, qual a 
quantidade de milho que deixa de ser produzida, ou sacrificada, para aumentar a produção de soja 
em 1.000 quilos. 
 
 
 16 
Tabela 2: Custo de Oportunidade em uma Fazenda 
Combinações de Produção Alternativas de 
Produção Soja (em quilos) Milho (em quilos) 
Custo de 
Oportunidade* 
A 0 8.000 
B 1.000 7.500 500 
C 2.000 6.500 1.000 
D 3.000 5.000 1.500 
E 4.000 3.000 2.000 
F 5.000 0 3.000 
* Quantidade de milho que não deve ser produzida para obter-se 1.000 quilos adicionais de 
soja 
 
O Custo de Oportunidade reflete as opções que a sociedade ou o produtor individual têm de 
renunciar à quantidade produzida de um determinado bem a fim de aumentar a produção do outro. 
Parte da produção de um bem é sacrificada. Na verdade, o custo de oportunidade nada mais é do 
que uma avaliação dos custos e benefícios, na qual é mensurado se os benefícios da obtenção de 
mais unidade de um Bem X (milho) compensam a perda que será ocasionada no Bem Y (soja). 
Um outro exemplo do Custo de Oportunidade é o “sacrifício” de um aluno estar estudando 
economia, em vez de estar trabalhando e recebendo um salário ou se divertindo. 
Observação importante: as condições para que ocorram custo de oportunidade são: recursos 
de produção limitados e pleno emprego dos recursos. 
 
8 – OS QUATRO PONTOS NOTÁVEIS DA ECONOMIA 
 
a) Pleno Desemprego: ocorre quando a demanda está muito abaixo da situação de pleno emprego e 
a economia não estaria produzindo nada. É um ponto improvável avaliado pelo ponto de vista da 
economia como um todo, pois a economia pode não estar utilizando a totalidade dos recursos 
produtivos, mas em hipótese alguma ela deixará de produzir alguma coisa; 
b) Capacidade Ociosa: significa que o nível de produção praticado está abaixo da real capacidade 
de produção da economia ou da firma. Neste ponto, não há custo de oportunidade, porque não há 
sacrifício algum para se produzir mais ambos os bens. Os recursos de produção não estão 
plenamente ocupados; 
c) Pleno Emprego (eficiência produtiva): quando a produção utiliza plenamente os recursos 
produtivos disponíveis. Situação em que todos os recursos disponíveis estão sendo plenamente 
utilizados, ou seja, não existe capacidade ociosa das atividades produtivas. È considerada a fronteira 
 17 
da produção, além da qual não se consegue produzir maiores quantidades de bens e serviços com os 
recursos disponíveis num dado período de tempo. Limite máximo da eficiência; 
d) Além do Pleno Emprego (expansão das fronteiras de produção): é um ponto inatingível quando 
a produção necessária para atingi-lo está acima da real capacidade de produção da economia, com 
os recursos e os fatores disponíveis, num dado período de tempo. Só irá ser atingido se ocorrerem 
investimentos, ou seja, quando mais tecnologia for introduzida no processo produtivo. Uma outra 
possibilidade é que, quando houver mais recursos financeiros para investir ou adquirir novos 
equipamentos, a capacidade de produção será alterada, ou seja, haverá a possibilidade de produzir 
bens num novo patamar de maximização. Há um deslocamento da curva para direita. Quanto maior 
a disponibilidade de recursos produtivos na economia, mais afastada da origem a curva estará. Tal 
ponto é atingido através de aumento na quantidade do fator capital, da força de trabalho, progresso 
tecnológico, dentre outros. 
 
CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O deslocamento da Curva de Possibilidade de Produção para a direita indica que o país está 
crescendo. Isso pode ocorrer fundamentalmente tanto em função do aumento da quantidade física 
de fatores de produção como em função de melhor aproveitamento dos recursos já existentes, o que 
pode ocorrer com o progresso tecnológico, maior eficiência produtiva e organizacional das 
empresas e melhoria no grau de qualificação da mão-de-obra. Desse modo, a expansão dos recursos 
de produção e os avanços tecnológicos, que caracterizam o crescimento econômico, mudam a curva 
de possibilidade de produção para cima e para a direita, permitindo que a economia obtenha 
maiores quantidades de todos os bens. 
Bem X 
Bem Y 
Capacidade 
ociosa 
Além do Pleno Emprego 
Pleno Emprego 
Pleno 
Desemprego 
 18 
LISTA DE QUESTÕES 
Módulo 1 - INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA CIÊNCIA ECONÔMICA 
 
QUESTÕES TEÓRICAS 
1 – Qual é o objeto de estudo da ciência econômica? 
2 – O que diferencia a micro e macroeconomia? 
3 – Quais são os agentes econômicos que são objetos da análise damicro e da macroeconomia? 
4 – Qual é o problema econômico de qualquer nação? 
5 – O que é a escassez e por que ela existe? 
6 – Qual a diferença entre escassez e pobreza? 
7 – Que tipo de necessidade se pode satisfazer primeiro? 
8 – O que são os bens de consumo e os bens de capital? 
9 – Os bens de capital satisfazem diretamente as necessidades humanas? Explique. 
10 – Quais os setores da atividade econômica que participam da geração da riqueza em uma nação? 
Enumere, para cada setor, os diferentes tipos de produção. 
11 – Quais são os três fatores produtivos tradicionais? Explique cada um deles. 
12 – Quais são as três questões fundamentais que uma nação tem que responder devido ao problema 
da escassez? A que se refere cada questão? 
13 – Que tipo de decisão uma economia está tomando quando tenta responder as três questões 
fundamentais? 
14 – Explique: como os problemas econômicos fundamentais (tríade) originam-se da escassez de 
recursos de produção? 
15 – O conceito de custo de oportunidade implica a necessidade de escolha? Explique. 
16 – O que mostra a curva de possibilidade de produção? Qual a sua importância para o sistema 
econômico? 
 
QUESTÕES PRÁTICAS 
17 – São diversos os tipos de bens. Eles podem ser classificados pela sua disponibilidade (bem livre 
ou econômico), pela sua forma de utilização (bem intermediário ou final) ou pelo seu uso (bem de 
consumo ou de capital). Como poderiam ser classificados os bens abaixo, de acordo com os três 
tipos de classificação apresentada? 
a) Um computador utilizado em um escritório de advocacia 
b) Um automóvel de passeio de uso exclusivo do proprietário 
c) Á água utilizada em um bloco residencial 
d) O edifício que abriga uma fábrica de calçados 
 19 
18 – Um presente de aniversário é um exemplo de bem livre? Explique. 
19 – “Um show dos Rolling Stones é um bem público quando realizado na praia de Copacabana e 
um bem privado quando realizado no Maracanã”. Diga se concorda ou não com a afirmativa e 
explique. 
20 – Em que consiste a diferença entre bem intermediário e bem final? Imagine uma fábrica da 
Peugeot em qualquer lugar do mundo e explique por que não se poderia classificar a maquinaria que 
monta o modelo 307, por exemplo, como bens intermediários. Explique também se o automóvel 
produzido por tal fábrica consistirá em um bem de capital, um bem de consumo, em ambos ou em 
nenhum deles. 
21 – Será que, no passado, existiu alguma nação que conseguiu resolver o problema da escassez? 
Atualmente, existe alguma nação que consegue resolver esse problema? E no futuro, será que 
alguma nação conseguirá resolver esta questão? Qual sua opinião? Justifique. 
22 – O custo de oportunidade de uma decisão ou de uma alternativa pode ser definido como “aquilo 
que é necessário sacrificar para adotá-la”. Nesse sentido, qual seria o custo de oportunidade (do 
ponto de vista de um aluno da UAG, matriculado em um curso diurno) das seguintes decisões ou 
situações: 
a) Aceitar um emprego que envolve trabalhar de 10 da manhã às 5 da tarde. 
b) Matricular-se em curso de inglês no horário noturno. 
c) Poupar 50 % de seu ordenado, bolsa ou mesada. 
23 – Suponha que Clériston ganhe R$300,00 por mês, e que seu consumo se restringe a livros e 
sanduíches. Os livros custam R$ 30,00 e os sanduíches, R$ 5,00. 
a) Represente, em um gráfico, a linha de possibilidades de consumo (LPC) de Clériston, 
indicando corretamente o que é medido em cada um dos eixos. 
b) Explique a hipótese do comportamento “maximizador”, e como ela garante que a 
combinação de livros e sanduíches que Clériston escolherá será representada por um ponto 
sobre sua LPC (e não por um ponto abaixo ou acima dessa linha). 
c) Qual o custo de oportunidade de 1 livro para Clériston? 
24 – Ocorrendo deslocamentos na CPP – Curvas de Possibilidade de Produção de um País, o que 
podemos afirmar se: 
a) o deslocamento for para direita 
b) o deslocamento for para esquerda. 
25 – Um ponto situado numa representação gráfica da Curva de Possibilidade de Produção à 
esquerda (abaixo) da linha, representa que tipo de uso dos fatores de produção existentes? 
 
 
 20 
QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA 
26 – O problema fundamental com o qual a Economia se preocupa é: 
a) A pobreza. 
b) O controle dos bens produzidos. 
c) A escassez. 
d) A taxação daqueles que recebem toda e qualquer espécie de renda. 
e) A estrutura de mercado de uma economia. 
27 – Os três problemas econômicos relativos a “o quê”, “como”, e “para quem” produzir existem: 
a) Apenas nas sociedades de planejamento centralizado. 
b) Apenas nas sociedades de “livre empresa” ou capitalistas, nas quais o problema da escolha é 
mais agudo. 
c) Em todas as sociedades, não importando seu grau de desenvolvimento ou sua forma de 
organização política. 
d) Apenas nas sociedades “subdesenvolvidas”, uma vez que desenvolvimento é, em grande parte, 
enfrentar esses três problemas. 
e) Todas as respostas anteriores estão corretas. 
28 – A “Curva de Possibilidades de Produção” é utilizada nos manuais de economia para ilustrar 
um dos problemas fundamentais do sistema econômico: por um lado, os recursos são limitados 
(escassez) e não podem satisfazer a todas as necessidades ou desejos; por outro, é necessário 
realizar escolhas. Essa curva, quando construída para dois bens, mostra: 
a) Os desejos dos indivíduos perante a produção total desses dois bens. 
b) A quantidade total produzida desses dois bens em função do emprego total da mão-de-obra. 
c) A quantidade disponível desses dois bens em função das necessidades dos indivíduos dessa 
sociedade. 
d) Quanto se pode produzir dos bens com as quantidades de trabalho, capital e terra existentes e 
com determinada tecnologia. 
e) A impossibilidade de atender às necessidades dessa sociedade, visto que os recursos são 
escassos. 
29 – Em uma economia de mercado, os problemas do “o quê”, “quanto”, “como” e “para quem” 
deve ser produzido são resolvidos: 
a) Pelos representantes do povo, eleitos por meio do voto. 
b) Pelos preços dos serviços econômicos. 
c) Pelo mecanismo de preços. 
d) Pelos preços dos recursos econômicos. 
e) Pela quantidade dos fatores produtivos. 
 21 
MÓDULO 05 - DEMANDA, OFERTA E EQUILÍBRIO DE MERCADO 
 
1. INTRODUÇÃO 
A microeconomia, ou teoria dos preços, analisa a formação de preços no mercado, ou seja, 
como a empresa e o consumidor interagem e decidem qual vai ser o preço e a quantidade de 
determinado bem ou serviço em mercados específicos. O princípio básico é que, por um lado, as 
famílias escolhem o que comprar visando maximizar a utilidade, e, por outro lado, as empresas 
decidem o que produzir visando maximizar os lucros. 
A combinação das quantidades de fatores de produção, bens e/ou serviços que os 
consumidores estariam dispostos a adquirir são geralmente infinitas e ilimitadas, enquanto as 
quantidades desses elementos que os empresários teriam condições de vender se traduzem sempre 
em uma oferta finita e limitada, em face da escassez dos recursos produtivos. A oferta finita e 
limitada impõe a determinação de um denominador comum, que nada mais será do que o preço. 
A determinação deste preço, que dependerá muito da estrutura econômica e mercadológica 
envolvida, é uma tarefa a que se propõe a microeconomia ao estudar a questão, tanto no âmbito dos 
fatores de produção como no caso dos bens e/ou serviços. 
Em suma, estudar microeconomia é compreender qualitativamente o modo pelo qual a 
quantidade e o preço de mercado são determinados e de como eles variam ao longo do tempo. 
Portanto, para entender microeconomia, é preciso compreender o estudo do comportamento das 
curvas da Oferta e da Demanda. 
As curvas de oferta e demanda nos informam a quantidade que deverá ser produzida pelas 
empresas e a quantidade que será demandada pelos consumidores em função dos preços. 
 
 
2.A HIPÓTESE COETERIS PARIBUS 
Para analisar um mercado específico, a microeconomia se vale da hipótese de que tudo o 
mais permanece constante (em latim, coeteris paribus). Assim, Coeteris paribus é uma hipótese 
segundo a qual todas as demais condições que possam influenciar no relacionamento entre duas 
variáveis, funcionalmente dependentes, sejam mantidas constantes (tudo o mais constante). 
 
 
3. DEMANDA 
A demanda ou procura pode ser definida como a quantidade de determinado bem ou 
serviço que os consumidores desejam adquirir, num dado período de tempo. 
 22 
Na teoria da demanda, o comportamento do consumidor pode ser analisado de acordo com 
as: 
a) preferências do consumidor: as pessoas podem preferir uma mercadoria à outra; 
b) restrições orçamentárias: os consumidores têm renda limitada, o que restringe as quantidades de 
mercadorias que podem adquirir. 
De uma maneira geral, os consumidores analisam em conjunto as preferências e as restrições 
orçamentárias visando maximizar sua satisfação. Como exemplo, poderíamos imaginar uma pessoa 
em um restaurante. Diversos são os fatores que vão influenciar na sua escolha. O cliente, recebendo 
o cardápio, olha as opções de prato e os preços. A escolha do prato, na maioria das vezes, vai levar 
em consideração o gosto do cliente e o preço dos outros pratos. 
A reação típica dos consumidores aos preços pode ser explicada por três razões. A primeira 
é que os preços constituem uma espécie de obstáculo para os consumidores: quanto mais alto o 
preço, menor será o número de consumidores dispostos e aptos a adquirir o bem e ou serviço. Por 
outro lado, os preços mais baixos representam um obstáculo menor, aumentando, 
conseqüentemente, as quantidades procuradas pelos consumidores. 
A segunda razão é o efeito substituição: quando o preço de um determinado produto 
aumenta, permanecendo invariáveis os preços de seus sucedâneos, os consumidores tendem a 
substituí-lo, reduzindo as quantidades procuradas. 
Por fim, a terceira razão tem a ver com o conceito de utilidade marginal – que é a 
satisfação adicional (na margem) obtida pelo consumo de mais uma unidade do bem. A utilidade 
marginal é decrescente, porque o consumidor vai perdendo a capacidade de percepção da utilidade 
proporcionada por mais uma unidade do bem, chegando à saturação. 
O chamado paradoxo da água e do diamante ilustra a importância do conceito de utilidade 
marginal. Por que a água, mais necessária, é tão barata, e o diamante, supérfluo, tem preço tão 
elevado? Ocorre que a água tem baixa utilidade marginal (é abundante), enquanto o diamante, por 
ser escasso, tem grande utilidade marginal. 
A demanda de um bem ou serviço pode ser afetada por muitos fatores, como por exemplo: 
� Preço do bem � Fatores climáticos e sazonais 
� Renda � Propaganda 
� Preço dos outros bens � Facilidades de crédito 
� Riqueza (patrimônio) � Expectativas sobre o futuro 
� Hábitos, gostos, preferências dos consumidores 
 
 
 
 23 
3.1. RELAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DEMANDADA E PREÇO DO (PRÓPRIO) 
BEM: Lei Geral da Demanda 
 
Há uma relação inversamente proporcional entre a quantidade procurada e o preço do bem, 
coeteris paribus. É a chamada lei geral da demanda. 
Princípio da demanda: em geral, quanto menor o preço de um bem ou serviço, maior sua 
procura. 
Essa relação quantidade demandada/ preço do bem pode ser representada por uma escala de 
procura (Tabela 1). 
 
Tabela 1. Escala de Procura 
Preços Unitários 
($) 
Quantidades Demandadas 
(unidades-ano) 
2,00 18.000 
2,50 16.000 
3,00 14.000 
3,50 12.000 
4,00 10.000 
4,50 8.000 
5,00 6.000 
5,50 4.000 
6,00 2.000 
 
Outra forma de apresentar essas diversas alternativas é pela curva de procura (Figura 1). 
Para tanto, traçamos um gráfico com dois eixos, colocando no eixo vertical os vários preços (P), e 
no horizontal as quantidades demandadas ou transacionadas. Assim: 
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
5,5
6
6,5
2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000 18000
Quantidades Demandadas (unidades-ano)
Pr
eç
o 
Un
itá
rio
 
($)
 
Figura 1 – Curva típica da demanda 
 24 
A curva da demanda inclina-se de cima para baixo, no sentido da esquerda para a direita, 
refletindo o fato de que a quantidade procurada de determinado produto varia inversamente com 
relação a seu preço, coeteris paribus. 
Matematicamente, a relação entre a quantidade demandada e o preço de um bem ou serviço 
pode ser expressa pela chamada função de demanda ou equação de demanda. Dx = f(Px), ou seja, a 
quantidade demandada é função do preço, e todas as demais condicionantes permanecem 
constantes. 
Efetivamente, a procura de uma mercadoria não é influenciada apenas por seu preço. Existe 
uma série de outras variáveis que também afetam a procura. Para a maioria dos produtos, a procura 
será também afetada pela renda dos consumidores, pelo preço dos bens substitutos (ou 
concorrentes), pelo preço dos bens complementares e pelas preferências ou hábitos dos 
consumidores. 
 
� Bem de Giffen: é o bem cuja demanda diminui quando seu preço cai. Geralmente é um bem 
inferior com grande peso nos gastos dos consumidores. Ex: passagem de ônibus. 
Essa classe de bens recebe esse nome em homenagem a Sir Robert Giffen, que foi citado no 
século XIX por Alfred Marshall como o criador da idéia. Giffen imaginou uma família muito pobre, 
que sua renda fosse de 100 unidades monetárias e era suficiente apenas para consumir arroz durante 
o mês. Uma queda no preço do arroz faz com que esta família não consuma mais arroz, pois eles já 
estavam saturados deste produto e darão preferência a outro produto. Sendo assim, a demanda é 
diretamente proporcional ao preço, e não inversamente, como na maioria dos casos. 
 
 
3.2. RELAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DEMANDADA E A RENDA DO 
CONSUMIDOR 
 
A demanda é em função da renda, tudo o mais permanecendo constante. Matematicamente: 
Dx = f (R). 
Se aumentar a renda de um consumidor, este normalmente desejará gastar mais e demandará 
maior quantidade de bens. Entretanto, esse aumento da demanda não acontece para todos os bens. 
Precisamente, esse fato nos permite estabelecer a distinção entre os bens normais e bens inferiores: 
 
� Bem normal: é aquele cuja quantidade demandada aumenta quando aumenta a renda; 
 25 
� Bem inferior: é aquele cuja quantidade demandada diminui quando aumenta a renda. Os bens 
inferiores, geralmente, são bens para os quais há alternativas de maior qualidade. Ex. carne de 
segunda, roupas de baixa qualidade, transporte coletivo, etc. 
 
Dentre os bens normais, cabe distinguir os bens de luxo e os bens de primeira necessidade. 
� Bem de primeira necessidade: é aquele quando, ao aumentar a renda, a quantidade 
demanda do bem aumenta em menor proporção. Ex. açúcar, arroz, pão. Nesses exemplos, o 
consumo está saciado, por isso não ocorre um aumento do consumo; 
� Bem de luxo: é aquele quando, ao aumentar a renda, a quantidade demanda do bem 
aumenta em maior proporção. Ex. celulares, televisão, computadores, etc. 
 
 
3.3. RELAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DEMANDADA DE UM BEM E PREÇOS DE 
OUTROS BENS 
 
A quantidade demandada de um bem depende das variações dos preços dos bens 
relacionados a ele. Essa relação entre a quantidade demandada de um bem ou serviço com os preços 
de outros bens dá origem a dois conceitos importantes: bens substitutos e bens complementares. 
Matematicamente, Dx = f (Ps, Pc), tudo o mais permanecendo constante. Ps é o preço dos 
bens substitutos e Pc o preço dos bens complementares. Para esta função, não há uma relação geral: 
o aumento do preço do bem X poderá aumentar ou reduzir a demanda do bem Y. A reação depende 
do tipo de relação existente entre os dois bens. 
 
� Bens substitutos ou concorrentes (ou aindasucedâneos): trata-se de dois bens que, se ocorrer um 
aumento (ou redução) no preço de um deles, vai ocasionar um aumento (ou redução) na 
quantidade demandada do outro, mantendo constante o nível de satisfação. O consumo de um 
pode substituir o consumo do outro, pois ambos atenderão a mesma necessidade do indivíduo. 
Esses bens são rivais no consumo, isto é, possuem características ou finalidades semelhantes. 
Ex. transporte rodoviário e avião, manteiga e margarina, refrigerante e suco de frutas, carne de 
frango e carne bovina, adubos químicos e adubos orgânicos, etc. 
� Bens complementares: são bens que, quando houver aumento (ou redução) do preço de um 
deles (bem X), vai ocasionar uma queda (ou aumento) na quantidade demandada do bem Y. 
São aqueles que, em geral, são consumidos conjuntamente, quando a satisfação ou a utilidade 
do uso ou consumo de um bem pode ser ampliada pelo uso ou consumo de outro bem. Ex: preço 
 26 
dos aparelhos de DVD e quantidade de DVD; sapatos e cadarços; quantidade de automóvel e 
preço da gasolina. 
 
 
3.4. RELAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DEMANDADA E OS HÁBITOS DO 
CONSUMIDOR 
 
A demanda é em função do gosto do consumidor, tudo o mais permanecendo constante. 
Matematicamente, Dx = f (G). 
Os hábitos ou gostos também experimentam alterações que podem ocasionar deslocamentos 
na curva de demanda. As preferências dos consumidores podem ser alteradas simplesmente porque 
os gostos se modificaram com o decorrer do tempo ou devido a campanhas publicitárias. Podemos 
ter, por exemplo, campanhas que estimulam o consumo (beba mais leite) ou reduzam o consumo 
(fumo é prejudicial à saúde). 
Além das variáveis anteriores, que se aplicam ao estudo da procura pela maior parte dos 
bens, alguns produtos são afetados por fatores mais específicos, como efeitos sazonais e a 
localização do consumidor, ou fatores mais gerais, como as condições de crédito, as perspectivas da 
economia, o congelamentos ou tabelamento de preços e os salários. 
 
 
4. OFERTA 
 
Define-se oferta como a quantidade de um bem ou serviço que os produtores desejam 
vender por unidade de tempo. A oferta representa os planos dos produtores ou vendedores, em 
função dos preços de mercado. Considera-se que os produtores são racionais, no sentido de que 
estão produzindo com o lucro máximo, dentro das restrições de custos de produção. 
Como no caso da demanda, a oferta é dada por uma série de possibilidades alternativas, 
correlacionando as duas variáveis consideradas, preços e quantidades. O comportamento típico dos 
produtores é o de aumentarem as quantidades ofertadas, caso os preços aumentem, reduzindo-as em 
caso de reduções de preços incompatíveis com os custos de produção. Para quem realiza a oferta, 
preços mais altos não são obstáculos: ao contrário, são estímulos. 
Princípio da oferta: em geral, quanto maior o preço de um bem ou serviço, maior sua oferta. 
Podemos representar a relação quantidade ofertada/ preço do bem por uma escala de oferta 
(Tabela 2) ou também pela curva de oferta (Figura 2). 
 
 27 
Tabela 2. Escala de oferta 
Preços Unitários ($) Quantidades Ofertadas (unidades-ano) 
2,0 6.000 
2,5 7.000 
3,0 8.000 
3,5 9.000 
4,0 10.000 
4,5 11.000 
5,0 12.000 
5,5 13.000 
6,0 14.000 
 
0
1
2
3
4
5
6
7
6.000 7.000 8.000 9.000 10.000 11.000 12.000 13.000 14.000
 Quantidades ofertadas
(mil unidades ano)
Pr
eç
o 
($)
 
Figura 2. Curva típica de oferta 
 
Conforme podemos perceber na Figura 2, a conformação gráfica da curva de oferta é oposta 
à da procura. Colocando-se as quantidades ofertadas no eixo horizontal e os preços no eixo vertical, 
a curva resultante será ascendente, da esquerda para a direita. Assim, para preços mais altos, 
maiores serão as quantidades ofertadas. 
Matematicamente, a função ou equação da oferta é dada pela expressão: QO = f (P). Em que: 
QO = quantidade ofertada de um bem ou serviço, num dado período e P = preço do bem ou serviço. 
A relação direta entre a quantidade ofertada de um bem e o preço desse bem se deve ao fato 
de que um aumento no preço de mercado estimula as empresas a elevar a produção. Dessa forma, 
novas empresas poderão ser atraídas, aumentando a quantidade ofertada do produto. 
 
 28 
Além do preço do bem, a oferta de um bem ou serviço é afetada por muitos fatores, como: 
� Preço dos fatores de produção � Objetivos da empresa 
� Preços dos outros bens � Concorrência 
� Alterações tecnológicas 
 
 
4.1. RELAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE OFERTADA E O CUSTO DE PRODUÇÃO 
 
A oferta de um bem depende dos preços dos fatores de produção. De fato, o preço de 
fatores, como insumos, salário e da tecnologia empregada, determina o custo de produção. Nesse 
sentido, havendo um aumento do preço do fator de produção, isso aumentaria o custo e 
desestimularia a produção, ou seja, vai ocorrer uma retração da oferta. 
Dessa forma, os bens que, para serem produzidos, empregam grandes quantidades deste 
fator sofrerão aumentos significativos, enquanto aqueles que empregam pouco sofrerão menos. Ex: 
o preço da terra para o agricultor tem significativa importância para o produtor, enquanto que outros 
setores que utilizam menos esse fator sofrerão um impacto menor. 
 
 
4.2. RELAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE OFERTADA E ALTERAÇÕES 
TECNOLÓGICAS 
 
A relação entre a oferta e o nível de conhecimento tecnológico é diretamente proporcional. 
Em outras palavras, melhorias tecnológicas promovem melhorias de produtividade no uso dos 
fatores de produção, e, portanto, podem propiciar uma redução de custos e um aumento da oferta. 
 
 
5 – EQUILIBRIO DE MERCADO 
O preço em uma economia de mercado é determinado tanto pela oferta quanto pela procura. 
A situação de equilíbrio ocorrerá quando os interesses dos produtores coincidirem com os dos 
consumidores. Tais interesses serão revelados por uma escala de preços sobre a qual os produtores e 
os consumidores farão suas avaliações de compras e vendas. Dessa forma, a ação simultânea da 
oferta de bens e serviços e da demanda por esses bens e serviços irá determinar um preço e uma 
quantidade de equilíbrio numa economia de mercado. 
O equilíbrio de mercado é atingido quando, a determinado preço, todos os consumidores 
dispostos a comprar, bem como todos os produtores dispostos a vender, atingem seu objetivo. 
 29 
A Tabela 3 representa a oferta e a demanda de um bem X. 
 
Tabela 3. Oferta de demanda de um bem X 
Quantidades (unidades-ano) Preços 
Unitários 
($) Demandadas Ofertadas 
Relações 
Estabelecidas 
2,00 18.000 6.000 QD > QO 
2,50 16.000 7.000 QD > QO 
3,00 14.000 8.000 QD > QO 
3,50 12.000 9.000 QD > QO 
4,00 11.000 9.500 QD > QO 
4,50 10.000 10.000 Equilíbrio 
5,00 6.000 12.000 QD < QO 
5,50 4.000 13.000 QD < QO 
6,00 2.000 14.000 QD < QO 
 
A posição de equilíbrio é dada pela intersecção das curvas de demanda e oferta (Figura 3). 
No ponto de intersecção, define-se o ponto de equilíbrio. 
 
Figura 3. Equilíbrio de mercado 
 
Se a quantidade ofertada se encontrar abaixo daquela de equilíbrio E, teremos uma situação 
de escassez do produto (QO < QD). Haverá uma competição entre os consumidores, pois as 
quantidades procuradas serão maiores que as ofertadas. Assim, formaram-se filas, o que forçará a 
elevação dos preços, até atingir-se o equilíbrio, quando as filas cessarão. 
 30 
Analogamente, se a quantidade ofertada se encontrar acima do ponto de equilíbrio E, haverá 
um excesso ou excedente de produção (QO > QD), um acúmulo de estoques não programado do 
produto, o que provocará uma competição entre os produtores, conduzindo a uma redução de 
preços, até que se atinja o ponto de equilíbrio. 
A situação de equilíbrio é o único preço que harmoniza os interesses conflitantes dos 
produtores e dos consumidores.Ele sincroniza, igualando-as, as capacidades e as disposições de 
procura e de oferta, livremente manifestadas no mercado. 
 
 
6. DESLOCAMENTO DAS CURVAS DE DEMANDA E OFERTA 
 
Os deslocamentos das curvas de procura e da oferta, a não ser que sejam simultâneos no 
tempo e rigorosamente proporcionais, modificam os preços em equilíbrio, jogando-os para mais ou 
para menos. Em resposta a deslocamentos para mais ou para menos das curvas de procura e de 
oferta, ocorrem quatro hipóteses de movimento dos preços. 
 
� A procura se expande e a oferta permanece inalterada: como exemplo, poderíamos citar os 
movimentos dos preços durante a semana santa e de flores no dia de finados. Nos meses que 
antecedem estas datas, os frigoríficos de peixes armazenam estoques maiores e os floricultores 
aumentam o plantio. Ainda assim, percebem-se variações nos preços, em relação aos períodos 
de procura “normal”. 
 
 
� A procura se retrai e a oferta permanece inalterada: nos estádios de futebol, bandeiras, 
bonés e camisetas com as cores e o logotipo do time perdedor são vendidos por preços mais 
baixos após os jogos. A demanda, por esses produtos, se retrai tanto e joga os preços tão para 
baixo que os vendedores guardam os estoques para o próximo jogo. 
D0 D1 O 
E 
E’ 
$ 
QT 
Expansão da procura, mantendo-se inalterada 
a oferta: aumentarão, ao mesmo tempo, as 
quantidades transacionadas e os preços. 
P($)= 
QT = 
 31 
 
 
� Movimentos de preços resultantes de aumento da oferta: o exemplo clássico é o da oferta 
de produtos agrícolas perecíveis em épocas de safra, como morangos, goiaba, mangas, entre 
outros. O aumento da oferta desses produtos na época da safra não é acompanhado na mesma 
magnitude pela demanda. O excesso de oferta, aliado ao fato de serem produtos perecíveis, faz 
com que os produtos sejam vendidos a preços menores. 
 
� A procura permanece inalterada e a oferta se retrai: após o período de secas, que 
inevitavelmente afeta as pastagens, a oferta de boi gordo diminui, elevando as cotações do 
produto. As cotações só não chegam a pontos mais altos em função do confinamento de 
animais e da estocagem antecipada de carnes nos frigoríficos. Apesar desses procedimentos, os 
movimentos de alta ocorrem praticamente todos os anos. 
 
 
 
O0 D O1 
E 
E’ 
$ 
QT 
Redução da oferta, mantendo-se inalterada a 
procura: menores quantidades serão 
transacionadas a preços mais altos. 
P($)= 
QT = 
O0 D O1 
E 
E’ 
$ 
QT 
Expansão da oferta, mantendo-se inalterada a 
procura: maiores quantidades serão 
transacionadas a preços mais baixos. 
P($)= 
QT = 
D0 D1 O 
E 
E’ 
$ 
QT 
Redução da procura, mantendo-se inalterada a 
oferta: cairão as quantidades transacionadas e 
os preços também. 
P($)= 
QT = 
 32 
7. CONCEITO DE ELASTICIDADE 
Cada produto tem uma sensibilidade específica com relação as variáveis dos preços e da 
renda. Essa sensibilidade ou reação pode ser medida por meio do conceito de elasticidade. 
Genericamente, a elasticidade reflete o grau de reação ou sensibilidade de uma variável quando 
ocorrem alterações em outra variável, coeteris paribus. 
A elasticidade é um conceito econômico que pode ser objeto de cálculo a partir de dados do 
mundo real, permitindo-se, desse modo, o confronto das proposições da teoria econômica com os 
dados da realidade. 
 
7.1. ELASTICIADE-PREÇO DA DEMANDA 
 
Para determinados produtos, uma pequena alteração no preço pode provocar alterações 
bastante acentuadas nas quantidades procuradas. Para outros, pode ocorrer exatamente o inverso, ou 
seja, alterações muito acentuadas nos preços não são capazes de provocar grandes modificações nas 
quantidades procuradas. E há casos em que as variações preços-quantidades são rigorosamente 
proporcionais. 
Para calcular a elasticidade da demanda (Ep), pode-se utilizar a seguinte expressão: 
Variação percentual ∆Q x 100 
Elasticidade da = da quantidade demandada Q________ 
 demanda Variação percentual ∆P x 100 
do preço P 
 
A seguir, aplicaremos essa fórmula para calcular a elasticidade da demanda de três empresas 
que vendem chicletes. 
 
Caso 01 – Elasticidade da demanda na Empresa RSP 
Preço unitário dos 
chicletes ($) 
(P) 
Quantidade demanda 
(milhares de 
unidades) 
(Q) 
Variação percentual 
da quantidade 
demandada 
(∆Q/Q x100) 
Variação percentual 
do preço 
(∆P/P x100) 
Elasticidade da 
demanda 
(Ep) 
5 100 
3 180 
80/100 x 100 
= 80 
2/5 x 100 
= 40 
80/40 = 2 
 
 
 
 
 
 33 
Caso 02 – Elasticidade da demanda na Empresa PNT 
Preço unitário dos 
chicletes ($) 
(P) 
Quantidade demanda 
(milhares de 
unidades) 
(Q) 
Variação percentual 
da quantidade 
demandada 
(∆Q/Q x100) 
Variação percentual 
do preço 
(∆P/P x100) 
Elasticidade da 
demanda 
(Ep) 
5 100 
4 110 
10/100 x 100 
= 10 
1/5 x 100 
= 20 
10/20 = 0,5 
 
 
Caso 03 – Elasticidade da demanda na Empresa ZBP 
Preço unitário dos 
chicletes ($) 
(P) 
Quantidade demanda 
(milhares de 
unidades) 
(Q) 
Variação percentual 
da quantidade 
demandada 
(∆Q/Q x100) 
Variação percentual 
do preço 
(∆P/P x100) 
Elasticidade da 
demanda 
(Ep) 
3 15 
2 20 
5/15 x 100 
= 33,3 
1/3 x 100 
= 33,3 
33,3/ 33,3 = 1 
 
 
 
 
7.1.1. TIPOLOGIA DAS ELASTICIDADES DA DEMANDA 
 
Demanda Elástica: a variação da quantidade demandada supera a variação do preço. [Ep] > 1. 
Os consumidores desse produto têm grande reação ou resposta, nas quantidades, a eventuais 
variações de preços. Em caso de aumento de preços, ocorre uma diminuição do consumo. Por outro 
lado, quando há diminuição do preço de mercado, o consumo aumenta. 
Exemplo do Caso 1: [Ep] = 2 
Nesse caso, uma queda de 40% nos preços, a quantidade demandada aumenta em 80%. 
 
Demanda Inelástica: a expansão relativa das quantidades procuradas é menos do que proporcional 
á redução relativa dos preços. [Ep] < 1. 
Exemplo do Caso 2: [Ep] = 0,5 
Nesse exemplo, a redução de 20% nos preços, provoca um aumento de apenas 10% nas quantidades 
procuradas. Os consumidores desse produto reagem pouco às variações dos preços, isto é, possuem 
baixa sensibilidade ao que acontece com os preços de mercado. 
 
 34 
Demanda de Elasticidade unitária: a expansão relativa das quantidades procuradas é 
rigorosamente proporcional à redução relativa dos preços. [Ep] = 1. 
Exemplo do Caso 3: [Ep] = 1,0 
A redução de 33% nos preços, nesse exemplo, provoca um aumento de exatamente 33% nas 
quantidades procuradas. 
 
Casos extremos: 
Demanda perfeitamente inelástica: 
sua elasticidade é zero, quando, ao variar o 
preço, a demanda não mostrar nenhuma resposta 
na quantidade demandada. 
 
 
Demanda perfeitamente elástica ou infinita: 
ocorre quando os compradores não estão 
dispostos a pagar mais que um determinado 
preço, qualquer que seja o bem. 
 
 
 
 
Quadro 1. Significado e valor do coeficiente dos diferentes conceitos de elasticidade preço da 
demanda 
Conceitos Significado Valor do Coeficiente 
Demanda Elástica As quantidades procuradas são relativamente sensíveis a 
alteração nos preços 
[Ep] > 1 
Demanda de Elasticidade 
Unitária 
As variações nas quantidades procuradas são rigorosamente 
proporcionais às variações nos preços 
[Ep] = 1 
Demanda Inelástica As quantidades procuradas são relativamente insensíveis a 
alteração nos preços 
[Ep] < 1 
 
 
 
$ 
QT 
Demanda 
perfeitamente 
elásitica 
$ 
QT 
Demanda 
perfeitamente 
inelásitica 
 35 
7.1.2.FATORES QUE INFLUENCIAM O GRAU DE ELASTICIDADE-PREÇO DA 
DEMANDA 
 
Afinal, o que faz com que alguns bens tenham demanda elástica ou inelástica, isto é, que 
fatores explicam os valores obtidos para a elasticidade-preço da demanda? 
Os principais fatores que influenciam a elasticidade-preço da procura são: 
� Essencialidade do bem; � Periodicidade de aquisição; 
� Disponibilidade de bens substitutos; � Importância no orçamento. 
 
� Essencialidade do bem: refere-se ao grau de necessidade do produto, em contraposição a sua 
caracterização como supérfluo. Os produtos de maior essenciabilidade tendem a ter 
coeficientes de elaticidade-preço baixos, isto é, inferiores a um, portanto, demanda inelástica. 
Em casos de alta essenciabilidade, apresentam coeficiente bastante próximo de zero. Como 
exemplo, poderíamos citar o gás de cozinha e a gasolina. Ainda que os preços aumentem, os 
consumidores não podem prescindir deles. 
 
� Disponibilidade de bens substitutos: quanto maior o número de produtos que se substituem 
mutuamente, maiores os coeficientes de elasticidade-preço. Por outro lado, não havendo 
substitutos, a curva de procura tende a ser mais inelástica. Os casos clássicos são o sal de 
cozinha e a manteiga. O sal é de baixa elasticidade não só por sua essenciabilidade, como 
também porque não tem substituto. Já a manteiga apresenta um alto coeficiente de elasticidade, 
pois tem vários substitutos, mais ou menos perfeitos, como a margarina e a geléia. 
 
� Periodicidade de aquisição: o intervalo de tempo entre uma e outra aquisição do produto 
também é apontado como fator determinante da elasticidade-preço da procura. Grandes 
intervalos de tempo podem “apagar” da memória os preços de referência. Os exemplos 
clássicos são as especiarias de uso doméstico, como o cravo da índia, a canela em casca e a 
noz-moscada. Variações nos preços desses produtos tendem a não serem percebidas pelos 
consumidores, reproduzindo-se em baixa variação das quantidades procuradas. Para outros 
produtos, como automóveis novos e computadores, a periodicidade é de tal amplitude que os 
produtos se modificam entre uma aquisição e outra, reduzindo a sensibilidade a preços. 
 
� Importância no orçamento: a importância dos gastos com o produto em relação ao 
orçamento total do consumidor tende a influenciar a elasticidade-preço da procura, nas 
seguintes direções: a) produto com baixa importância no orçamento, apresenta baixa 
 36 
elasticidade, tornando a procura inelástica, ou seja, com coeficientes inferiores a um; b) 
produto com alta importância no orçamento, alta elasticidade-preço, tornando a procura 
elástica, com coeficientes superiores a um. Por exemplo, a elasticidade-preço da demanda de 
carne tende a ser mais elevada que a de fósforos, já que o consumidor gasta uma parcela maior 
de seu orçamento com carne do que com fósforos. Já o sal de cozinha aparece de novo como 
produto de baixa elasticidade-preço devido à baixa importância no orçamento. 
 
 
7.1.3. RELAÇÃO ENTRE A RECEITA TOTAL DO PRODUTOR E O GRAU DE 
ELASTITICIDADE 
 
A receita total do produtor, que equivale ao gasto total dos consumidores, para uma dada 
mercadoria é igual à quantidade vendida vezes seu preço unitário de venda. 
RT = P x Q 
Em que: 
RT = receita total; P = preço Q= quantidade vendida. 
 
Dada uma variação no preço do produto, o que acontecerá com a receita total do produtor? 
Tal resposta dependerá da reação dos consumidores, isto é, do grau de elasticidade-preço da 
demanda. Dessa forma, podem ocorrer três possibilidades: 
� demanda elástica: a redução no preço do bem tenderá a aumentar a receita total, pois o 
aumento percentual na quantidade vendida será maior do que a redução percentual do preço, 
pois trata-se de um mercado em que os consumidores têm demanda bastante sensível aos 
preços. Da mesma forma, um aumento de preço provocará redução da receita total; 
� demanda inelástica: o raciocínio é inverso – aumento de preço provoca aumento da receita 
total, e redução de preço provoca diminuição da receita total; 
� demanda elástica unitária: aumento ou redução no preço não afetam a receita total, já que o 
percentual de variação no preço corresponde a igual percentual da variação na quantidade (em 
sentido contrário). 
 
O Quadro 2, a seguir, apresenta uma síntese das variações esperadas na receita total em 
decorrência das diferentes elasticidades-preço da demanda. 
 
 
 
 37 
Quadro 2. Variações esperadas na receita total em face das diferentes elasticidades-preço da 
demanda. 
 
Elasticidade-Preço Quando o preço de mercado sobe Quando o preço de mercado cai 
Elástica RT cai RT sobe 
Inelástica RT sobe RT cai 
Unitária RT inalterada RT inalterada 
 
Isso explica, por exemplo, o que ocorre com mercados agrícolas. Via de regra, a demanda 
por alimentos é inelástica, dada a sua essencialidade. Ou seja, a variação da quantidade demandada 
é menor do que a variação de preço. Assim, se a produção for reduzida, ela será compensada por 
uma variação de preços proporcionalmente mais elevada, o que representará um aumento de seu 
faturamento. Isso explica por que, muitas vezes, o produtor agrícola prefere até destruir parte de sua 
produção para manter os preços. 
Evidentemente, essa possibilidade tem um limite, pois se poderia imaginar que, sempre que 
a demanda é inelástica, é vantajoso aumentar os preços dos produtos de forma indefinida. 
Entretanto, vimos que um dos fatores que determinam o valor da elasticidade-preço é o peso do 
bem no orçamento do consumidor. Então, quando se eleva o preço de mercado, o gasto com o bem 
aumenta, e o consumidor passa a ser cada vez mais sensível às variações de preços desse produto, 
tornando a demanda cada vez mais elástica. 
A Tabela 4 apresenta estimativa da elasticidade-preço da procura (Ep) para alguns produtos 
no Brasil e nos Estados Unidos. 
 
Tabela 4 – Estimativa da Ep para alguns produtos no Brasil e nos Estados Unidos 
Produto Brasil EUA 
Açúcar 0,13 - 
Arroz 0,10 - 
Banana 0,41 - 
Café em pó 0,08 0,21 
Carne Bovina 0,94 0,50 
Carne Suína 2,21 0,46 
Farinha de trigo 0,70 0,15 
Feijão 0,16 - 
Leite 0,14 0,31 
Ovos 1,20 0,30 
Refeição restaurante 2,27 - 
Tomate 3,04 - 
Fonte: Nogueira e Brandt (apud Mendes, 1989) e Marques e Aguiar (1993) 
 
 
 38 
7.2. ELASTICIDADE-RENDA DA DEMANDA 
O coeficiente de elasticidade-renda da demanda (ER) mede a variação percentual da 
quantidade da mercadoria comprada resultante de uma variação percentual na renda do consumidor, 
coeteris paribus. 
ER = variação percentual na quantidade demandada 
variação percentual na renda do consumidor 
 
� Se a elasticidade-renda da demanda (ER) é negativa, o bem é inferior, ou seja, aumentos de 
renda levam a quedas no consumo desse bem, coeteris paribus. 
� Se a elasticidade-renda da demanda (ER) é positiva, mas menor do que 1, o bem é normal, 
isto é, aumentos de renda levam a aumentos no consumo. 
� Se a elasticidade-renda da demanda (ER) é positiva e maior que 1, o bem é superior ou de 
luxo, ou seja, aumentos na renda dos consumidores levam a um aumento mais que proporcional 
no consumo do bem. Por exemplo: ER = 1,5 – um aumento na renda do consumidor de, 
digamos, 10% levará a um aumento do consumo desse bem de 15%, coeteris paribus. 
 
A Tabela 5, a seguir, apresenta o resultado de estimativas de elasticidade-renda para alguns 
produtos selecionados no Brasil e nos Estados Unidos. É claro que, devido a diferenças estruturais 
entre os dois países, há um comportamento diferente entre eles, da mesma forma que haveria uma 
significativa diferença entre uma pesquisa realizada em duas regiões do país, em função das 
diferenças sociais, econômicas e culturais. 
Ao observar a Tabela 5, verifica-se que farinha de mandioca e farinha de milho apresentamcoeficientes negativos, indicando que são bens inferiores. Esse dado indica que são produtos 
consumidos em função de uma restrição de recursos, relativamente ao consumo de produtos 
similares supostamente de maior qualidade. Para os americanos, em média, o peixe, a margarina e o 
feijão são considerados bens inferiores. O grupo das carnes apresenta comportamento de bens 
normais, exceto a carne de frango, que é classificada como bem de luxo. Bem de luxo é aquele em 
que um aumento da renda ocasiona um impacto significativo na demanda. 
Para o Brasil, os alimentos apresentam um elasticidade renda de 0,30, enquanto que, para os 
Estados Unidos, a elasticidade renda é de 0,15. Esses dados confirmam a expectativa de que, caso 
ocorra um processo de aumento de renda real ou que haja efetivamente uma melhor distribuição de 
renda no Brasil, logo haveria um impacto significativo na demanda por esse tipo de bem de 
consumo. 
 
 
 
 39 
Tabela 5 – Estimativas de Elasticidades-renda (ER) para produtos selecionados no Brasil e nos 
Estados Unidos 
 
Elasticidade-renda 
Produtos 
Brasil EUA 
Açúcar 0,04 - 
Arroz 0,6 - 
Banana 0,33 - 
Bens duráveis 1,20 2,20 
Café 0,45 - 
Carne de frango 1,14 - 
Carne bovina 0,99 0,47 
Carne suína 0,79 0,15 
Farinha de mandioca - 0,33 - 
Farinha de milho - 0,14 - 
Farinha de trigo 0,32 0,35 
Feijão 0,20 - 0,49 
Fumo 0,60 1,02 
Laranja 0,56 0,26 
Leite 0,58 0,16 
Maça - 0,14 
Manteiga - - 0,42 
Mandioca - 0,60 - 
Margarina - 0,2 
Ovos 1,00 0,16 
Peixe 0,40 - 0,04 
Queijo - 0,45 
Restaurantes - 1,48 
Roupas - 2,01 
Alimentos 0,30 0,15 
Não alimentos - 1,22 
Fonte: IBE/FGV; Thomas, Strauss e Barbosa (1991) 
 
De uma maneira geral, produtos mais sofisticados, como eletrônicos e automóveis, 
apresentam elasticidade-renda da demanda superior à dos produtos eletrônicos básicos, como 
alimentos, que têm um limite fisiológico a seu consumo. Ou seja, se houver um aumento da renda 
dos consumidores, eles não vão consumir muito mais arroz, feijão, açúcar do que já consomem, mas 
certamente gastarão em bens de consumo duráveis, como TV, automóvel, micro-computador. 
 
 
8. ELASTICIDADE-PREÇO DA OFERTA 
 
O mesmo raciocínio utilizado para a demanda também se aplica à oferta. Uma curva típica 
de oferta mostra que uma alteração para mais no nível dos preços provoca uma alteração também 
para mais nas quantidades ofertadas. Porém, não há razão para supor que, para quaisquer bens e 
 40 
serviços, as quantidades ofertadas sejam igualmente sensíveis às variações nos preços. Na realidade, 
também no caso da oferta, há diferentes graus possíveis de sensibilidade dos produtores aos preços, 
conduzindo a diferentes coeficientes de elasticidade-preço. 
Esses diferentes graus de sensibilidade podem ser quantificados através do conceito formal 
de elasticidade-preço da oferta. 
 
Epo = Variação percentual da quantidade ofertada 
Variação percentual do preço do bem 
 
� Oferta Elástica: a expansão relativa das quantidades ofertadas é mais do que proporcional à 
expansão relativa dos preços. [Epo] >1 
 
� Oferta de elasticidade unitária: a expansão relativa das quantidades ofertadas é rigorosamente 
proporcional à expansão relativa dos preços. [Epo] = 1 
 
� Oferta Inelástica: a expansão relativa das quantidades ofertadas é menos do que proporcional à 
expansão relativa dos preços. [Epo] < 1 
 
 
Quadro 4. Significado e valor do coeficiente dos diferentes conceitos de elasticidade preço da oferta 
 
Conceitos Significado Valor do Coeficiente 
Oferta Elástica As quantidades ofertadas são relativamente sensíveis à 
alteração nos preços 
Epo > [1] 
Oferta de Elasticidade 
Unitária 
As variações nas quantidades ofertadas são rigorosamente 
proporcionais às variações nos preços 
Epo = 1 
Oferta Inelástica As quantidades ofertadas são relativamente insensíveis à 
alteração nos preços 
Epo < 1 
 
As elasticidades da oferta são menos difundidas que as da demanda. A elasticidade-preço 
da oferta é usada mais freqüentemente para os produtos agrícolas. 
 
8.1. PRINCIPAIS FATORES DETERMINANTES DA ELASTICIDADE-PREÇO DA 
OFERTA 
 
Os principais fatores determinantes da elasticidade-preço da oferta são: 
� A disponibilidade de fatores de produção. 
� Defasagens de resposta (fator tempo exigido pelo processo produtivo). 
 41 
 
� Disponibilidade de fatores: embora os produtores possam sensibilizar-se com as variações para 
mais nos preços dos produtos, dispondo-se a produzir mais, eles podem encontrar diferentes 
graus de dificuldade para expandir a produção, em função da disponibilidade dos fatores 
produtivos, naturais, humanos e de capital. Ocorrendo flexibilidade na oferta de fatores, ou 
então ociosidade, as quantidades ofertadas podem ser aumentadas, no caso de estimulação via 
preços. Mas em situações de pleno emprego ou de oferta inflexível a capacidade de oferta torna-
se inelástica, por mais que os produtores se encontrem estimulados. 
Um dos casos clássicos é o da oferta de água mineral: a vazão da nascente é determinada 
e quantitativamente limitada. Isso pode configurar até casos de anelasticidade da oferta. A 
geração de energia por hidroelétricas é outro exemplo clássico. Embora as usinas possam 
regular a produção para mais ou para menos, as tarifas são menos relevantes que a 
disponibilidade de água nos reservatórios. 
 
� Defasagens de resposta: o fator tempo é outro relevante determinante da elasticidade de oferta. 
Independentemente da disponibilidade ou não de recursos, há determinados produtos que 
exigem grandes intervalos de tempo para serem produzidos, definindo curvas de oferta 
inelásticas. Entre a sinalização dos preços mais altos e a defasagem de tempo para a produção, 
podem ocorrer intervalos tão longos que impeçam a pronta resposta dos produtores. Exemplo: 
produtos agrícolas, como o café, a laranja, os bovinos de corte, entre outros. 
 
9. ESTRUTURAS DE MERCADO 
 
Vimos nos tópicos anteriores quais são variáveis que afetam a demanda e a oferta de bens e 
serviços, e como são determinados os preços, supondo que, sem interferências, o mercado 
automaticamente encontra seu equilíbrio. Implicitamente, estava sendo suposta uma estrutura 
específica de mercado: a de concorrência perfeita. Discutiremos, nesse tópico, mais detalhadamente 
essa e outras formas de mercado. 
As várias formas ou estruturas de mercado dependem fundamentalmente de três 
características: 
1) Número de empresas e de compradores que compõem esse mercado; 
2) Tipo do produto (se as firmas fabricam produtos idênticos ou diferenciados); 
3) Se existem ou não barreiras ao acesso de novas empresas nesse mercado. 
 
 42 
As quatro principais estruturas referenciais de mercado são a Concorrência Perfeita, o 
Monopólio, o Oligopólio e a Concorrência Monopolística. 
 
9.1. CONCORRÊNCIA PERFEITA 
 
A concorrência pura ou concorrência perfeita é um tipo de mercado em que há um grande 
número de vendedores (empresas). Portanto, uma empresa isoladamente, por ser insignificante, não 
afeta os níveis de oferta do mercado e, conseqüentemente, o preço de equilíbrio. Nesse sentido, as 
empresas são apenas tomadoras de preço. 
Nesse tipo de mercado, devem prevalecer as seguintes premissas: 
� Mercado atomizado: composto de elevado número de empresas e compradores. Dessa forma, 
a decisão individual de cada um deles exercerá pouca influência sobre o mercado global. 
Assim, se um produtor individual decide aumentar ou reduzir a quantidade produzida, essa 
decisão não influi sobre o preço de mercado do bem que produz; 
� Homogeneidade dos produtos: não existe diferenciação entre produtos ofertados pelas 
empresas concorrentes; 
� Transparência do mercado: requer que todos os participantes tenham plenas informações do 
mercado, como lucros, preços,

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