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GOVERNO COLLOR

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Seminário de economia brasileira Contemporânea
Aluno: Maria das Dores B. da Costa
Prof: Ana Maria C. Fontenelle
Semestre: 2018.2-
Economia Brasileira contemporânea
Os sucessivos e fracassados planos de combate à inflação:
Cruzado, Bresser, Arroz com feijão, Verão e Collor
Capítulo 9- Marcos Cordeiro Pires
A saga dos planos Heterodoxos: Economia Brasileira Contemporânea
Capítulo 17- Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr
 Política econômica anos anteriores
Problema: 1980- estrangulamento externo
O governo procurou gerar superávits comerciais, desvalorizando a moeda local; provocando a recessão interna para gerar excedentes exportáveis e diminuindo as importações.
Consequências dessa política
- Agravamento da crise fiscal e o surgimento de um espiral inflacionário jamais visto na história brasileira
1985- (Tranquedo Neves; posse de Sarney-nova república)
-Problema: Dívida externa, crise fiscal, e o desastroso processo inflacionário
Sem sucesso.
 
No governo de Fernando Collor de Melo, a economia brasileira continuaria estagnada por mais uma década.
Também não obtiveram êxodo
Política econômica anos anteriores
Entre 1985 e 1992, o país passou por inúmeros experimentos macroeconômicos cujos objetivos eram.
conter o processo inflacionário,
 enfrentar a crise fiscal do estado, 
dar uma solução duradoura para o problema da dívida externa 
e criar um novo ambiente institucional para a retomada do crescimento.
Os chamados “pacotes” econômicos
ora heterodoxos,
 ora ortodoxos, 
Ora a mistura de ambas as receitas econômicas; como os planos Cruzado, Bresser, Arroz com feijão, Verão e Collor
- Não conseguiram atingir nenhum desses objetivos.
A nova república e a questão da crise
Problemas econômicos após o fim da ditadura
-dívida externa 
-déficit público
- inflação
O governo foi mal sucedido em todas as frentes
1º, não conseguiu sustentar o problema da dívida de forma soberana e sustentável
2°, o déficit público fugiu do controle,
- seja pelos encargos do pagamento da dívida externa, 
-seja pelas as despesas decorrentes dos gastos adicionais impostos pela constituição de1988
- apesar de inúmeros planos econômicos adotados entre 1985 e 1990, a inflação não diminuiu.
Debates a respeito da inflação
De acordo com a explicação clássica ou monetarista para o fenômeno da inflação.
-era decorrente necessariamente do excesso de moeda em circulação, que ativa a demanda e provoca a elevação dos preços das mercadorias.
-A explicação para isso, estaria nos desequilíbrios orçamentários do estado, que gasta além de suas receitas, gerando desequilíbrios na estrutura econômica.
 solução 
 - dependeria necessariamente do controle dos gastos públicos e do controle da oferta de moeda,
-Restringindo o crédito- por meio da elevação na taxa de juros ou,
- Imobilização dos ativos bancários – ao se elevar o depósito compulsório que os bancos deveriam recolher ao banco central
Debates a respeito da inflação
Resultado dessa política
Forte contração da demanda e consequentemente dos índices de preços
-Mas apesar de o governo adotar a abordagem monetarista quando se analisam os indicadores econômicos no período, não encontram o efeito desejado sobre os índices inflacionários em 1979 e 1985- subia de maneira sistemática.
Em janeiro de 1979 para 4%
Em março de 1985 para 10%
Diante dessa ineficiência monetarista, o debate econômico da primeira metade da década de 80, resgatou uma interpretação estruturalista da inflação brasileira
Novo diagnostico- Inflação inercial 
Decorrente das expectativas geradas pelos agentes econômicos em virtude de uma memória inflacionária, alimentada pela correção monetária. Logo os agentes tenderiam a adotar estratégias defensivas, procurando se antecipar às perdas futuras do poder de compra, ao ajustar seus preços não só pela inflação passada. 
Esse fato acirrava o conflito distributivo e criava um espiral inflacionário, conforme salientou Bresser Pereira.
 Mecanismos pelos quais a inflação inercial se manifestaria- descritos por Bresser Pereira
As empresas vão substituindo indexadores; À medida que a inflação se acelerava, consequência do próprio processo de aceleração inflacionário.
- As empresas Inicialmente, elevam custos para corrigir seus preços
- Depois adotam a taxa de inflação do mês anterior quando esta é maior do que o aumento de seus custos
- Mais adiante usam como indexador a taxa de inflação de um setor relevante da economia quando essa taxa é superior à inflação média do mês anterior
- Finalmente passam a utilizar como indexador e portanto a entender como “inflação passada” a taxa de juros devidamente aumentada pela ação especulativa dos agentes.
 
Ele cita um quinto, o qual os agentes econômicos poderiam se basear para corrigir seus próprios preços, ocorrendo no momento da passagem para um novo indexador da aceleração da inflação inercial, mais no momento em que isso ocorre não se pode mais falar de inflação inercial, mas em imperinflação, que se caracteriza pela espiral inflacionária e pela substituição da moeda local pelo dólar, que se transforma no indexador por excelência dos preços ainda denominados na moeda local (Bresser Pereira).
Solução segundo os monetaristas
 
Seria adotar uma política econômica que levasse ao rompimento círculo, sem cair no erro anterior de liquidar o processo de crescimento a pretexto de combater a inflação.
 
Outra corrente intelectual que também teorizava o problema da inflação inercial, cujos quadros mais destacados se encontravam na PUC-RJ, como Pérsio Arida e André Lara Resende
Escola do Rio de Janeiro
A inflação torna-se inercial quando os contratos têm cláusulas de indexação que restabelecem seu valor real após intervalos fixos de tempo. 
- inflação inercial 
é quando o reajuste nominal dos contratos em 100% da inflação verificada no período prévio não garante a meta de um valor real constante, isto porque dada a extensão do período recorrido entre dois reajustes das perdas devidas à inflação passada. A menos que a extensão do período seja mínima. 
Cláusulas de indexação de 100% são uma cobertura imperfeita contra a inflação.
 Para um período de indexação determinado, quanto mais curto for o período entre os reajustes, mais elevado será o valor real do contrato.
 A taxa de inflação e a extensão do período de indexação são duas dimensões cruciais dos contratos com cláusulas de 100% de indexação nos processos de inflação inercial (Arida de Resende, 1986, p. 17-18).
Outras diferentes interpretações de combate à inflação se manifestaram durante o governo Sarney
Economistas ortodoxos- Francisco Dornelles e Maílson da Nóbrega, mas forma influenciados por heterodoxos, como Dílson Funaro e Luís Carlos Bresser Pereira. 
Economistas heterodoxos da FGV-SP, da UFRJ e da PUC-RJ
Monetaristas- economistas vinculados à FGV-RJ e a USP.
Nova república-Ministro- Francisco Dornelles
O primeiro ministro da fazenda da nova república foi Francisco Dornelles, ex-chefe da RF, NO GOVERNO FIGUEIREDO, indicado pelo tio TRANQUEDO NEVES, e empossado no cargo pelo presidente em exercício, José Sarney.
Aliou-se desde o primeiro momento as visões ortodoxas, compatíveis com o FMI
Adotou política monetária restritiva, fiscal e salarial com vistas a controlar a inflação e cumprir com os compromissos externos do país
Resultados
Embora o Brasil tenha obtido consideráveis ganhos na balança comercial, particularmente em 1984 e 1985, a política de Dornelles ignorou a necessidade de manter investimentos expansivos (que contribuíram certamente para a reversão de 1986-1987).
Concentrou-se no objetivo de baixar a inflação, deixando em segundo plano as medidas de apoio ao crescimento do saldo comercial exterior.
- Ocasionando um forte desequilíbrio de preços, provocado pelos sacrifícios das empresas públicas na vigência da política contracionista, levou choques entre o MINISTÉRIO DA FAZENDA (Dornelles) e o secretário de Planejamento, João Sayad, isso desgastou a gestão.De um lado Dornelles não fizera um ajuste tão forte quanto esperava o FMI
Do outro, a direção do PMDB, partido majoritário à época, considerava suas medidas de contração, excessivas, tornando inviável sua permanência no governo.
A queda de Dornelles, em agosto de 1985, abriu caminho para uma fase de grande experimento da política econômica, cujo expoente foi o plano cruzado, lançado em 1986 por DÍLSON FUNARO.
DILSON FUNARO E O PLANO CRUZADO
A posse de DÍLSON FUNARO no ministério da fazenda, em agosto de 1985, significou a vitória “heterodoxa” na formação da política econômica do governo Sarney
Objetivos
Combater a inflação por meio do crescimento do mercado interno, para isso criou o plano cruzado, laçado em 28 de fevereiro de 1986, cujas principais medidas foram:
Introdução da nova moeda, o cruzado;
 
Congelamento de preços e salários por tempo indeterminado;
 
 
Conversão pela média dos últimos seis meses, com abono de 8% , 10% para o salário mínimo, com posterior congelamento;
 
Instituição de gatilho salarial, que seria, que seria acionado toda vez que a inflação atingisse 20%;
 
 
DILSON FUNARO E O PLANO CRUZADO
Objetivos
Taxa cambial fixada ao nível de 27 de fevereiro, descartando a necessidade de uma maxidesvalorização; 
Substituição da ORTNs (Obrigação do tesouro nacional), com seu valor congelado durante 12 meses;   
Proibição de reajustes monetários em prazo inferior a um ano, estendida para todos os ativos financeiros pós-fixados, transformando os juros reais desses títulos em juros nominais; 
Exceção para a caderneta de poupança, que teria correção monetária trimestral 
Instituição da tablita para os contatos prefixados 
 
Obs1- TABLITA -tabela utilizada para deflacionar os valores de prestações e contratos, uma vez que estes já embutiam a inflação futura projetada. 
Obs2- CONTATOS PREFIXADOS-desvalorização diária de 0,45%, correspondente à média diária de inflação entre dezembro de 1985 e fevereiro de 1986;
 
Política monetária de acomodação ao aumento de demanda por moeda (queda da velocidade-renda da moeda em função da estabilização), utilizando-se a taxa de juros como variável de ajustes do grau de liquidez da economia
 
Ajuste fiscal baseado na reforma fiscal de dezembro de 1985 (aumento de IR sobre ganhos de capital das operações financeiras).
DILSON FUNARO E O PLANO CRUZADO
A ruptura do processo inflacionário, por meio do congelamento de preços teve o apoio da população
As tabelas de preços produzidas pela superintendência nacional de abastecimento (SUNAB) estavam sempre à mão dos consumidores, foi a época dos” fiscais do Sarney” 
Consequências- escassez de alimentos nas prateleiras dos supermercados, quando apareciam os preços estavam majorados
Devido a,
Explosão do consumo; por causa dos reajuste nos salários, aplicados antes do congelamento
 A diminuição nominal nos rendimentos da poupança fez investidores optar por gastar seu dinheiro em vez de receber juros “aparentemente” baixos.
O congelamento levou muitos setores a ficar com os preços defasados, o que gerou desabastecimento ou maquilagem dos produtos. 
Outros setores mesmo sem o argumento da defasagem de preços, também trataram de maquiar os produtos, ante a possibilidade de aumentar seus lucros em função da maior demanda.
Plano cruzado
Para resolver os problemas 
No mesmo ano,
 o Ministério da Fazenda adotou política restritiva sem mexer no congelamento com objetivo de frear as pressões inflacionárias, “era o cruzadinho”, cujo alvo era conter o consumo da classe média.
O conjunto de medidas criava empréstimos compulsórios sobre gasolina, álcool, automóveis e viagens internacionais.
 - na compra de automóveis- criou um ágio de 25% 
- aumentou o preço da gasolina
- conter as viagens internacionais que pesavam nas transações correntes
Plano cruzado
Visava atacar dois problemas
Refrear a demanda- com redução da renda disponível, conforme desejavam os economistas
Angariar recursos para apoiar novos investimentos públicos, que era a vontade do presidente José Sarney 
O pacote previa a retirada de 150 bilhões de cruzeiros do consumo, Sarney diminuiu essa pretensão para 40 bilhões de cruzeiros. 
Criou-se, com esses recursos 
- O fundo nacional de desenvolvimento(FND), que financiaria um plano de metas de investimentos públicos
Para os economistas da época, o cruzadinho era tímido demais para deter o consumo, de fato não conseguiu fechar o vazamento no grande dique que era o plano cruzado. 
E diante da iminência do pleito político eleitoral, evitavam tomar medidas que representassem maiores sacrifícios para a população, já que o plano cruzado era o principal cabo eleitoral do governo para as eleições gerais, diante dos ataques e Leonel Brizola.
Estatísticas plano cruzado I 
PIB
Motivo do crescimento do PIB
Consequência
Cresce 7,5% em 1986
Consumo das famílias
-Piora da situação fiscal
- o desequilíbrio externo retornou de foram aguda quando foi implementado o plano, as reservas eram de pouco mais de US$ 10 bilhões
Depois das eleições foi lançado o plano cruzado II 
Objetivos 
Controlar os déficits públicos por meio do aumento das tarifas públicas e dos impostos indiretos
Inflação
Governo
Conclusão
Dezembro 1987
atingi 7%a.m
Dispara o gatilho de reajuste salarial
 
Na prática estava liquidado o plano
Em janeiro de 1987, a inflação chegou a 17%
observa o congelamento de preços fracassando
Em fevereiro termina o congelamento de preços,
AsOTNsforam corrigidas e a indexação retornou com ajuste mensal de salários
Além disso o aumento do consumo interno e das importações levou à crise do balanço de pagamentos
As reservas caíram pouco mais de 6 bilhões de dólares
O superávit da balança comercial declinou de aproximadamente 13 bilhões de dólares, em 1984-1985, para cerca de 8 bilhões de dólares em 1986
 
Resultados
Plano cruzado
Conclusões do plano cruzado
 
Os ganhos na balança comercial que em 1984 e 1985 deram uma folga ao Brasil, e possibilitavam poder de barganha nas negociações com os credores externos. No entanto em 1986, com a citada deterioração, o país foi compelido a novas concessões e, por escassez de divisas, a declarar moratória unilateral, em fevereiro de 1987.
 
A moratória permitiu o Brasil ganhar alguns meses para recompor sua posição como devedor eterno, sem que no pleito interno, o ministro Funaro lograsse apoio para estabelecer uma estratégica macroeconômica capaz de viabilizar a sua proposta de crescimento econômico. O governo não possuía um projeto de longo prazo, após o fracasso do plano cruzado, por conta disso, Funaro termina por renunciar, em abril de 1987, abrindo vaga para Luiz Carlos Bresser Pereira.
 
Plano Bresser
Foi um plano heterodoxo de emergência.
 Nele não estavam inclusos nem medidas de desindexação da economia, nem uma reforma monetária. Não se usou uma ancora nominal, como era esperado, a inflação começou novamente a crescer vagarosamente 
 
A gestão de Bresser Pereira
-A entrada de Bresser ao cargo de ministro da fazenda decorreu dos problemas advindos do mau gerenciamento da rolagem da dívida externa e do fracassado combate a inflação durante a gestão de Funaro.
-Do fracasso do cruzado.
- E era uma resposta aos banqueiros credores devido à moratória decretada mês antes.
Plano Bresser
Queria uma reaproximação com o FMI e o clube de Paris, para o qual o novo ministro elaborou;
- Um plano macroeconômico; combinou elementos ortodoxos e heterodoxos
- Duas desvalorizações do cruzado, que implicaram um impacto no câmbio de 16.3%. A ideia era estimular as exportações, realinhar os preços relativos e pagar os juros da dívida externa.
Plano Bresser
OBJETIVOS 
- deter o processo inflacionário e evitar a hiperinflação, enquanto buscava apoio internacional para a renegociação da dívida,
- promover um choque deflacionário com o termino do gatilho salarial e a contenção do déficit público.
Plano Bresser
- MEDIDAS ADOTADAS EM JULHO DE 1987
- Congelamento de preços portrês meses, com aumento prévio de vários preços públicos;
- Desvalorização cambial de 9,5%, sem congelamento de câmbio;
- Fim do gatilho e congelamento do salário por três meses, com o resíduo inflacionário sendo pago a partir de setembro 
- Criação da unidade de referência de preços(URP), constituída pela média geométrica da taxa de inflação dos três meses anteriores, para corrigir os salários a partir de setembro;
- Alugueis congelados no nível de junho, sem compensação;
- Contratos pós-fixados mantidos e tablita para os prefixados (desvalorização de 15% ao mês). 
- PM e PF contracionista, com taxas reais de juros positivas.
Plano Bresser
RESULTADOS
Internos
- No curto prazo obteve resultados positivos, enquanto durou o congelamento de preços; As políticas cambiais combinadas com contração do consumo doméstico, permitiram ao país recuperar a balança comercial, mas quando os preços foram descongelados, a inflação disparou, os agentes começaram a reajustar seus preços, e os trabalhadores passaram a exigir reposição salarial.
Plano Bresser
Resultados
Externo
Apresentou uma proposta de renegociação da dívida na qual;
- Converteria créditos em títulos de longo prazo
- dava parcela do deságio resultante em favor do Brasil. 
Pelo acordo de 06 de novembro de 1987, os credores recusaram a proposta mas obtiveram a retomada dos pagamentos de juros. 
Iniciou-se o gradual reenquadramento do Brasil às regras dos credores externos 
 
O ministro fixava-se em três pontos, que poderiam trazer alívio para o problema da dívida
A – fechar acordo de longo prazo que incluísse a securitização da dívida de médio e longo prazo;
B- incluir no acordo clausulas capazes de prevenir a posição brasileira em face de uma ulterior deterioração internacional;
C- fechar acordo primeiro com bancos credores, depois com o FMI. 
Plano Bresser
Conclusão
A gestão Bresser na fazenda enfatizou as chamadas “tecnicalidades do processo da dívida”, adotando complexas rotinas para encaminhar as diferentes faces de negociação e tentando expressar nisso um amadurecimento da parte brasileira perante a experiência externa. No entanto, internamente, o ministro carecia do apoio político necessário à reativação de suas propostas, sendo frequentemente hostilizado e até desprestigiado pelos cartéis controlados por multinacionais. Sem apresentar resultados concretos e diante de novo descontrole inflacionário, o ministro Bresser renunciou em dezembro de 1987.
PLANO “ARROZ COM FEIJÃO”, A IMPERINFLAÇÃO- Ministro da Fazenda- NAÍLSON DA NOBREGA-1988
Era baseada no manuseio ortodoxo das políticas monetária e fiscal que levou a aumento dos juros e da inflação. 
- Em princípio, o ministro evitou o “pacote” que se desenhava necessário, daí o nome dado ao programa “arroz com feijão”, pois costumava lidar com os problemas conforme se apresentassem dentro da lógica monetarista.  
Do ponto vista da dívida externa, os pagamentos foram retomados, e o governo assinou um acordo de reescalonamento da dívida de 60 bilhões de dólares por 20 anos. 
Interno
- Um patamar inflacionário de 15% ao mês
- déficit público de 8% do PIB para 1988.
Foram considerados parâmetros satisfatórios para a condução da política econômica
Mas, o congelamento do saldo dos empréstimos ao setor público no nível de dezembro de 1987 limitava o déficit,
Porquê
Em abril e maio de 1988, foi aplicado um corte nos salários do funcionalismo, sob a forma de suspenção dos reajustes,
Porém, se as medidas de controle do déficit público resultaram na sua redução, os superávits na balança comercial exigiram emissões de cruzados, para cobrir os ganhos em moeda externa. A conversão de parte da dívida externa em capital de risco demandou também emissões monetárias que alimentavam o fluxo inflacionário. Dada a necessidade de correção de preços pelo setor público a taxa de inflação mensal avançou de um patamar de 17% para cerca de 20%.
PLANO “ARROZ COM FEIJÃO”, A IMPERINFLAÇÃO- Ministro da Fazenda- NAÍLSON DA NOBREGA-1988
Medidas tomadas para combater a inflação
- Adiamento do reajuste dos preços administrados,
- Retomada dos reajustes, diante da queda da taxa de inflação,
 Essa inconsistência ficou evidente com o retorno da taxa de inflação de 24% em setembro para 27% em outubro.
Esso mostrou a ineficiência do procedimento arroz com feijão para lidar com a crise econômica.
 - Os trabalhadores acusaram o empresariado e o governo de não repassarem a suposta queda administrada da inflação, foi acordado um limite máximo de 25% para o reajuste de preços em janeiro, que permitia adiar temporariamente o quadro de hiperinflação. 
UM NOVO “PACOTE”- PLANO VERÃO 
Para resolver o problema inflacionário, o governo faz uma reforma monetária que ficou conhecida como plano verão
-Medidas adotadas
- Substituindo o cruzado pelo o cruzado novo
- Um cruzado novo correspondia a mil cruzados
- Adotou-se um programa de estabilização (um misto heterodoxo com ortodoxo)
- Suspenção e extinção da URP(hetrodoxo)
- Elevação dos juros reais e corte de despesas públicas (ortodoxo)
Não se adotaram novos mecanismos de indexação
- Foi eliminada a correção salarial referente a janeiro
- salários convertidos para novos cruzados pela média dos últimos doze meses
- futura livre negociação para reajustes de salários
- congelamento de preços por tempo indeterminado, desde 15 de janeiro de 1989
- deslocamento da base do IPC para 15 de janeiro de 1989
- cotação do dólar norte americano fixado em cruzado novo (equivalia a uma desvalorização de 18% do cruzado extinto)
- alugueis residências convertidos para valores médios
- extinção da OTN (indexados para contratos pós-fixados) etc,
- adoção de uma nova tablita para expurgar a inflação futura que consideraria o diferencial inflacionário mais o diferencial das taxas de juros reais pré e pós planos, com menor repasse das expectativas inflacionária.
PLANO VERÃO 
-Medidas adotadas
PF-POLÍTICA FISCAL
-reforma administrativa
-extinção de 5 ministérios
-demissão de funcionários públicos
-programa de privatização
-rigidez no orçamento do tesouro
 POLÍTICA MONETARIA
- aumento da taxa de juros de curto prazo
- limitação de credito
- suspenção dos leilões mensais de suspenção da dívida externa em capital de risco
- suspensão de ré empréstimos dos depósitos dos bancos credores no banco central
- limitação das importações e da política cambial
O plano fracassou rapidamente: o ajuste fiscal não foi prontamente ativo, e os custos do diferencial das contas públicas apontaram para um déficit operacional da ordem de 6% a 7% do PIB.
 
PLANO VERÃO 
RESULTADOS
- Volta a negociação das indexações
- Não havendo quem acreditasse no plano, verificou-se a aceleração da inflação, de 9.7%, em fevereiro, para 10%, em março. Além disso ocorreu uma corrida ao consumo que anulou a esperança de recessão a que o plano pretendia induzir.
 
 
MEDIDAS CORRETIVAS
- O governo procedeu com a minidesvalorização do cruzado novo, sem uma regra preestabelecida, e a reajustes salariais parciais da ordem de 21,6%, em face das prévias variações do INPC e da URP, e dos acordos obtidos com as greves de março (greve geral de 14 de março de 1988).
PLANO VERÃO 
Resultados pós medidas corretivas
Balança comercial: Alcançou saldo positivo no 1°trimester de 20,3 bilhões de dólares, acumulado para período de março de 1988 a março de 1989.
Em Abril criou-se um novo indicador , a BTN, em substituição à extinta OTN, que só poderia ser aplicada em novos contratos com prazo mínimo de 90 dias.
Posteriormente, ao liberar os reajustes salariais mensamente, com base na taxa de inflação do mês precedente, e ao iniciar uma política de taxas de juros decrescentes, com aumento da expansão monetária (maio de 1988 a maio de 1989, igual a 1000%), o governo abdicou, na prática, da possibilidade de controlar a conjuntura. Sem forças políticas para novas experimentações, sob um quadro da crescente disputa eleitoral, o governo Sarney assistiu à chegada da hiperinflação.Características do governo SARNEY
Um grande descontrole das contas públicas, com aumento nos déficits operacionais e crescimento do endividamento interno, a prazos mais curtos, com giro diário, e cuja necessidade de rolagem flexibilizava a taxa de juros. Isso levava a adoção de uma política monetária, que visava a sustentação de taxas de juros reais elevadas, endogeneizando a oferta monetária e rompendo a possibilidade de controle da política monetária. 
- Verificava-se a ausência de qualquer mecanismo de política econômica, pois tanto a política fiscal como a monetária tornaram-se prisioneiras da rolagem da dívida interna.
O plano Collor I, FICOU CONHECIDO COMO “Plano Brasil Novo”
Foi lançado em meio a um longo feriado bancário, decretado em 14 de março de 1990.
 Combinava confisco de depósito à vista e de aplicações financeiras com prefixação da correção de preços e salários, câmbio flutuante, tributação ampliada sobre aplicações financeiras e a chamada “reforma administrativa”, que implicou o fechamento de inúmeros órgãos públicos e a “disponibilidade” de uma grande quantidade de funcionários.
Aprofundou as diretrizes tomadas no fim do governo Sarney e adotou as premissas das organizações multilaterais(FMI, Bird, federal Reserve etc), o chamado conselho de Washinton.
O plano Collor I, ficou conhecido como “Plano Brasil Novo”
MEDIDAS 
80% dos depósitos aplicados no overnight, em contas-correntes e contas de poupança que excedessem a 50.000,00 mil cruzeiros foram congelados por 18 meses, sendo remunerados durante o bloqueio pela taxa de inflação mais juros de 6% ao ano: era o chamado “confisco”;
O cruzado novo foi substituído pelo cruzeiro pela cotação de 1x1;
Foi instituído um imposto extraordinário sobre as operações financeiras(IOF), incidentes sobre o estoque de ativos financeiros, transações com ouro e ações e sobre as retiradas das contas de poupança;
Os preços e salários foram congelados; possíveis reajuste só poderiam ocorrer por determinação governamental com base na inflação projetada;
Eliminação de subsídios e incentivos fiscais;
Indexação de impostos (sobre a renda e produtos industrializados), obrigando seu ajuste de acordo com a inflação no dia posterior a realização da transação; em princípio, utilizava-se a variação dos Bônus do Tesouro Nacional (BTN); posteriormente foi instituída a Ufir (unidade fiscal de referencia);
Combate à sonegação fiscal por intermédio da obrigação de nominação de cheques com valores superiores a 100 cruzeiros e eliminação dos fundos de investimentos em renda fixa “ao portador”;
Tarifação: as tarifas dos serviços públicos (combustíveis, eletricidade, telefonia, serviços postais etc.) foram reajustados antes do congelamento;
Liberação do câmbio;
Abertura econômica;
Reforma administrativa: extinção de diversos órgãos governamentais e a colocação “em disponibilidade” de aproximadamente 360 mil funcionários públicos;
Privatização de empresas estatais.
O plano Collor I, ficou conhecido como “Plano Brasil Novo”
Essas drásticas medidas foram justificadas, pelo governo, em face da situação da hiperinflação vivida pelo país. Apesar de ser apresentado como mais um choque “heterodoxo”, por conta do congelamento de preços e salários, que visava debelar a inflação “inercial”, a essência daquelas políticas foi mais uma vez monetaristas, já que o descontrole dos gastos públicos e o volume expressivo da dívida do estado foram apontados como a causa principal do processo inflacionário.
-  medidas monetaristas adotadas
- contração da base monetária
- A mudança da moeda
- O bloqueio de ativos financeiros da classe média 
- A reforma administrativa
- E o início do processo de privatização
Coincidiram com a terapia preconizada pelo “Congresso de washinton”.
A abertura econômica seria outra peça-chave no contexto daquelas políticas. Apesar de se imaginar que a contração da demanda seria garantida por intermédio da política monetária, o Governo ao liberar as importações, permitiam um choque de oferta, forçando os produtores locais a não reajustar o preço de suas mercadorias, diferentemente do que ocorreram em experiências anteriores.
 
Estatísticas, em virtude da adoção do plano Collor- I
Dívida interna
Motivos
Resultados na economia
Efeitos de curto prazo
 
Reduziu
Cortes nos gastos públicos e aumento da receita fiscal
Superávit operacional de 1,2% do PIB em 1990
Para o qual foi necessário gerar um superávit primáriode 4,5% do PIB
 
Precariedade dos ajustes, os efeitos foram passageiros, o superávit primário reduziu-se a metade em 1991
Ao lançar o plano Collor I, o presidente havia dito que o “tigre da inflação seria liquidado com apenas um tiro”, tentando atrair o apoio da população para um novo “pacote”
Histórico da inflação
Caiu 4,35% no PIB
 
durante o segundo semestre de 1990 voltou a o processo inflacionário
A variação no IPCA em dezembro de 1990, foi da ordem de 18,45% no PIB, o que perfazia um total de 927,4% ao ano.
- PLANO COLLOR II(1991)
Diante disso foi adotado outro plano de estabilização- PLANO COLLOR II(1991)
Mais uma vez, lançava-se mão tanto do congelamento de preços e salários com da unificação das datas-bases de reajustes salariais, além de novas medidas de contração monetária e fiscal
Medidas
Congelamento de preços e salários, os posteriores reajustes poderiam ser renegociados livremente;
Substituição do overnight pelo Fundo de Aplicações Financeiras, lastreado em papeis públicos, remunerados de acordo com a variação da taxa referencial(TR);
Racionalização dos gatos públicos: O ministério da Economia centralizaria as decisões de gastos e investimentos de toda a máquina pública;
Redução das despesas em todos os níveis da administração pública federal da ordem de 10%;
Controle das estatais: foi criado, no âmbito do Ministério da Economia, o comitê de controle das empresas estatais
Estímulo à competitividade industrial por intermédio do Programa de Fomento e Competividade Industrial.
Resultados do Plano Collor-II
1990 A 1991
PIB
Motivos
Variação no IPCA no ano de 1991
 
FORTE RECESSÃO
Cai quase 10%
Aumento no desemprego e queda nos salários reais e da massa salarial
 
 
375%, apresentando índices mensais superioresa 20%
 
O fracasso do plano Collor levou à demissão, em 8 de maio de 1991, da ministra ZÉLIA CARDOSO DE MELLO.
Em 10 de maio de 1991, o ex-embaixador do Brasil em Washington, MARCÍLIO MARQUES MOREIRA, assume o ministério da economia (adotadas políticas ortodoxas).
Destaques do governo Collor
Abertura do país ao capital estrangeiro
Securitização das exportações no exterior
Redução da carga fiscal sobre a remessa de lucros
Emissão no exterior de debêntures conversíveis em ações por parte das empresas sediadas no país;
Eliminação da restrição a remessas royalties e a assistência técnica entre a filial e matiz
Concessão de registros de reinvestimento de lucros provenientes de receitas financeiras
Equalização das taxas de câmbio utilizadas na transferência de lucros e no cálculo do processo do registro de seu reinvestimento no país. 
O resultado dessas medidas foi um aporte de recursos de US$ 19,750 bilhões entre 1990 e fevereiro de 1992 .
Desempenho da economia Brasileira (1985 a 1992
Índice nacional de preços ao consumidor no longo prazo-INPC(1980-1992,% anual)
 
Devido ao congelamento de preços, alcança taxas anuais de inflação superiores a 1000%
1985 a 1992
Inflação mensal- INPC no curto prazo (1985-1992) 
 devido aos congelamentos de preços; quando congela, os preços se comprimem, no momento que que descongela, inflação volta com mais força(efeito mola).
Congelamentos
Fevereiro e novembro de 1986
Março e maio de 1989 
Junho e setembro 1989
Abril e junho de 1990
Variação %no PIB (1985 1992)
 
Mostra a ineficácia das políticas recessivas durante os planos Bresser, Verão e Collor, Surtiram efeito sob o produto , sem surtir nenhum efeito sobre a inflação.
Formação Bruta de capital fixo (19885 1992)
Redução de investimentospúblicos e privados, decorrentes das flutuações sazonais.
-Ganhos de crescimento obtidos nos anos de 1986 a 1989, foram anulados nos anos seguintes.
Nível de emprego na indústria (1985 1992)
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E CONCORRENCIA EXTERNA
Expansão de 1985 a 1987
Estagnação 1987 a 1990
Taxa de desemprego (%1985 1992)
1985- 1989 à taxa média foi de 6,72%
1990- 1992 subia para 8,08%
Atingindo um pico de alta em maio e junho de 1992 de 10,2%, como reflexo das políticas recessivas de Marcílio Marques Moreira e também do início da crise política no governo seguinte(FHC).
Rendimentos médios –real- assalariados trabalho principal-1985-1992-média1985
Impacto do cruzado –aumento do poder de compra. Nos meses seguintes apresentam media declinante. Somente no segundo semestre de 1989, quando os reajustes salariais tornaram-se mensais, foi possível refrear o movimento da baixa. 
Balanço de pagamentos exportações importações balança comercial e transações correntes(1985-1992-em US$ milhões).
-balança comercial-Políticas de construção e superávits comerciais que continuou a maior parte do período, exceto no plano cruzado que exportações diminuíram e importações aumentaram
Transações correntes- em 1986 os déficits nas transações correntes atingiram seu maior patamar, levando a situação do país a inadimplência verificada em 1987, mas as políticas recessivas impostas na gestão e Bresser pereira e Maílson da Nóbrega, aliados a desvalorização cambial permitiram o país apresentar um saldo positivo nas transações correntes em 1988 e 1989.
E sob o impacto do plano Collor, volta a presentar saldos negativos em 1990 a 1991, diante das contrações das exportações.
 
Dívida externa(em US$ milhões)
Volume cresceu 30%-1985-1992- Principalmente devido a rolagem dos juros por meio de aportes patrocinado pelo FMI e pelos bancos credores.
Reservas internacionais-liquidez internacional (em US$ milhões)
Em 1986, a maior baixa foi devido ao impacto do cruzado.
Em 1991 a 1992- foi devido a renegociação da dívida externa, o fato que colocou o país de volta ao mercado financeiro internacional.
-abertura dos bancos estrangeiros
Adesão dos bancos brasileiros ao acordo de Brasília. 
Questões 
1-Explique a lógica e a natureza do “enfoque monetário do Balanço de Pagamentos” proposto e recomendado pelo FMI nos anos 1980, bem como as causas e consequências de sua adoção na economia brasileira?
 
2 -Os planos de estabilização econômica das décadas de 1980 e 1990 compreenderam medidas ortodoxas e heterodoxas. Discuta os planos Cruzado, Collor e Real, explique a estratégia e avalie os resultados de cada um.? 
Bibliografia
Marcos Cordeiro Pires; Os sucessivos e fracassados planos de combate à inflação: Cruzado, Bresser, Arroz com Feijão, Verão e Collor
Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr;Economia Brasileira Contemporânea

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