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PATOLOGIA GERAL Prof. Poty Ribeiro Tubino Definição PATOLOGIA É o estudo dos mecanismos de doenças e esclarecimento de suas causas, evolução e efeito. Patós : doença, sofrimento Logos: estudo Divisão da Patologia GERAL: estuda os mecanismos gerais de doenças células tecidos órgãos ESPECÍFICA ou SISTÊMICA: estuda as enfermidades que afetam determinados sistemas Ex: Sistema respiratório Aspectos Básicos da Patologia CAUSA ou ETIOLOGIA: 1.1- Genética ou Primária: o indivíduo já nasce com determinada doença Ex: Síndrome de Down 1.2- Adquirida ou Secundária: é quando a doença é adquirida ao longo da vida Ex: Tuberculose Patogênese É a instalação da causa ou etiologia até a manifestação dos sinais e sintomas clínicos É o mecanismo pelo qual se origina a doença. A etiopatologia compreende o conjunto de fatores que favorecem o aparecimento da doença: Alterações moleculares Alterações bioquímicas Alterações metabólicas Alterações fisiológicas Alterações Estruturais Macroscópicas Microscópicas “Toda vez que ocorre uma alteração isso se reflete na morfologia celular” Patologia Curso da Enfermidade (fator cronológico) AGUDA: início rápido, curta duraçã0 Ex: Resfriado CRÔNICA: evolução da enfermidade, longa duração Ex: Tuberculose Curso da Enfermidade (Topografia) LOCAL: bem delimitada, isolada Ex: Rinite alérgica DISSEMINADA: dispersa em inúmeros e pequenos focos Ex: Sarampo SISTÊMICA: acomete os sistemas do organismo Ex: Tuberculose, HIV GENERALIZADA: é difundida por todo o organismo Ex: Infecção microbiana generalizada (Septicemia) Lesão Celular A célula Membrana plasmática Citoplasma Núcleo Organelas citoplasmáticas Mitocôndrias REL e RER Aparelho de Golgi Lisossomas e Peroxissomas Causas de lesão celular Agentes físicos Agentes químicos Agentes biológicos Mecanismos auto-imune Alterações genéticas Deficiências nutricionais Algumas considerações importantes Resposta à lesão depende do tipo, intensidade e duração do estímulo. Conseqüências da lesão depende do tipo, estado e adaptabilidade da célula. O comprometimento de algum sistema celular produz efeitos secundários generalizados. Primeiro há alteração bioquímica e depois morfológica Algumas considerações importantes Alguns sistemas celulares são afetados: Membrana plasmática (Ca, ATP e fosfolipídeos) Respiração aeróbica Síntese de proteína Aparelho genético da célula Mecanismos bioquímicos gerais Depleção de ATP(gerado com ou sem O2) Radicais livres Ca intracelular e perda de sua homeostase Defeitos da permeabilidade da membrana Lesão mitocondrial irreversível Respiração celular Glicólise Quebra da glicose até chegar a duas moléculas de piruvato. Ciclo de Krebs Piruvato é oxidado a CO2 e acetil que ligar-se-á a Coenzima-A (Acetil-CoA). A acetil-CoA entrará no ciclo que produzirá NADH e FADH2. Respiração celular Fosforilação oxidativa Cadeia de transporte de elétrons que acontece na membrana interna da mitocôndria. Há vários aceptores de elétrons, sendo o último o O2. No final há produção de CO2 e H2O, transformação do NADH e FADH2 em NAD+ e FADH, respectivamente. Forma-se ATP neste transporte. Mecanismos bioquímicos gerais Lesão mitocondrial irreversível Aumento do Ca++ citosólico Degradação de fosfolipídeos Fosfolipase A2, via da esfingomielina (ácidos graxos livres e ceramídeo) Transição de permeabilidade mitocondrial (poro não-seletivo) Extravasamento do Citocromo c para o citosol. Tipos de lesão celular Isquemia/hipóxia Radicais livres Química Lesão celular reversível Diminuição da atividade da bomba de Na+ Aumento da taxa da glicólise anaeróbica Redução da síntese protéica Morfologicamente: Bolhas na superfície celular Figuras de mielina Tumefação de organelas e de toda a célula Lesão celular irreversível Tumefação intensa das mitocôndrias Densidades amorfas, grandes e floculentas na matriz mitocondrial Influxo maciço de Ca++ Perda de proteínas, coenzimas, enzimas ácidos ribonucléicos e de metabólitos que reconstituem o ATP Lesão de membranas lisossômicas Lesão celular irreversível Ativação de RNases, DNases, proteases, fosfatases,, glicosidases e catepsinas. Extravazamento de enzimas celulares para o espaço extracelular (CK e LDH no coração). Entrada de macromoléculas extracelulares para a célula. A célula morta é substituída por figuras de mielina que são fagocitadas ou degradadas em ácidos graxos. Mecanismos de lesão irreversível As lesões da membrana se dão por: Disfunção mitocondrial – fosfolipases Perda dos fosfolipideos da membrana Anormalidades citoesqueléticas-proteases Espécies de oxigênio reativo Produtos de degradação de lipídeos São os ácidos graxos livres, acilcarnitina e lisofosfolipídeos Mecanismos de lesão irreversível Produtos de degradação de lipídeos Possuem efeito detergente ou se inserem na membrana Perda dos aminoácidos intracelulares A perda da glicina protege contra lesão estrutural e dos efeitos do Ca++ O2 (-) ATP(-) Glicólise (+) Lactato (+) Fosfatos inorg.(+) pH(-) Condensação da cromatina Desprendimento dos ribossomos Síntese protéica(-) Bomba de Na+/K+(-) Ca++ e Na+ (+) Efluxo de K+ Tumefação generalizada Figuras de mielina (fosfolipideos) Lesão da membrana (plasmática, mitocondrial) e do citoesqueleto Ativação de enzimas lisossômicas Saída de enzimas Influxo de Ca++ Ativação de fosfolipases, proteases, ATPases e endonucleases Ácidos graxos(+) Fosfolipideos da membrana (-) Lesão por Reperfusão Radicais livres Ca++ Neutrófilos (produzem radicais livres) Choque osmótico na célula Lesão por radicais livres São moléculas que apresentam um elétron não-emparelhado em sua órbita externa. Podem ser formados por: Absorção de energia radiante Metabolismo de drogas Reações de oxi-redução no metabolismo Metais de transição – ferro e cobre. H2O2 + Fe++ = OH* + OH- + Fe+++ Óxido nítrico gerado por macrófagos, neurônios e outras células. Lesão por radicais livres Os principais deles são as espécies reativas de O2 Na respiração celular o O2 é reduzido a água ganhando 4 e-. Fases intermediárias: superóxido - O2. e hidroxila - OH. O O2 também produz substâncias reativas que não são radicais – água oxigenada. Reagem com lipídeos, proteínas e ácidos nucleicos. Lesão por radicais livres OH. + lipídeos = peróxidos que após propagação haverá lesão de membrana. OH. + DNA = inibição da replicação. OH. + proteínas = lesão da membrana. Lesão por radicais livres São inativados por: ácido ascórbico, vitaminas lipossolúveis A e E, catalase, superóxido-dismutase e glutationa-peroxidase, ferro, cobre Lesão química Pode ocorrer por: Lesão direta combinando-se com alguma organela ou molécula Lesão indireta por metabólitos reativos seja por ligação covalente ou formando radicais livres. O citocromo P-450 costuma modificar a droga. Lesão química O CCl4: É transformado em CCl3* pelo P-450 Reage com os ácidos graxos dos fosfolipideos da membrana Degradação rápida do RE Diminuição da síntese protéica (apoproteína) Aumento de triglicerídeos - esteatose Lesão química Lesão mitocondrial Tumefação por aumento de permeabilidade Influxo de Ca++ Morte celular Morfologia da lesão reversível Tumefação celular Degeneração gordurosa Tumefação celular Microscopicamente é difícil de ver O órgão torna-se túrgido, pálido e aumenta de peso Pode ser visto pequenos vacúolos intracitoplasmáticos – degeneração hidrópica Alterações ultraestruturais Tumefação celular Alterações ultraestruturais Formação de bolhas na MP Apagamento e distorção das microvilosidades Figuras mielínicas Alterações mitocondriais ( densidades amorfas e tumefação) Dilatação do RER Desagregação de elementos fibrilares e granulares no núcleo Degeneração hialina, acúmulo de proteínas 39 Bibliografia Robbins Bogliolo Montenegro Campbell (Bioquímica) Arquivos Brasileiros de Cardiologia 66(4):239, 1996
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