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Profª. Esp. Kathiussy Goulart Sarmento 
CINEMÁTICA DO TRAUMA 
CINEMÁTICA DO TRAUMA 
 
CINEMÁTICA DO TRAUMA 
•  Estuda a transferência de energia de 
uma fonte externa, para o corpo de uma 
vítima. 
•  Cinemática do trauma é o processo de 
avaliação da cena do acidente, para 
determinar as lesões resultantes das 
forças e movimentos envolv idos 
(OLIVEIRA,2002). 
4	
  
–  LEI DA AÇÃO E REAÇÃO 
 
 Esta lei determina que a toda ação 
corresponde a uma reação, de mesma força, 
intensidade e sentido, na mesma direção. 
CINEMÁTICA DO TRAUMA 
 A maneira como o corpo troca energia com o 
agente da lesão determina as lesões potenciais que 
a vítima pode apresentar. A troca de energia está 
relacionada principalmente a dois fatores: 
•  1- Densidade: A quantidade de energia trocada depende 
da densidade da área atingida (medida em quantidade de 
matéria por volume). 
•  Os tecidos do corpo humanos têm diferentes densidades, 
fazendo com que uma mesma quantidade de energia produza 
resultados diferentes dependendo da área atingida. 
•  2- Superfície: A quantidade de energia trocada depende 
também da área de superfície de contato. A pressão exercida 
sobre uma superfície é inversamente proporcional a área. 
Portanto quanto menor a área, maior o efeito de troca. 
CINEMÁTICA DO TRAUMA 
EFEITO DE CAVITAÇÃO 
 
 
 Quando um objeto em movimento colide 
contra o corpo humano ou quando este é lançado 
contra um objeto parado ocorre uma transferência 
de energia (v. Leis da Física). Os tecidos humanos 
são deslocados violentamente para longe do local 
do impacto, criando uma cavidade. 
CAVITAÇÃO TEMPORÁRIA 
 Não é visualizada na 
avaliação da vítima. Surge 
no momento do impacto, 
mas a seguir os tecidos 
conservam sua elasticidade 
e retomam a sua condição 
inicial. 
 
CAVITAÇÃO DEFINITIVA 
 A deformidade é visível após 
o impacto. E causada por 
compressão, estiramento e 
ruptura dos tecidos. Um 
projétil de arma de fogo que 
a t inge o corpo humano 
provoca além da cavidade 
de f in i t i va , a temporár ia 
causada pela compressão dos 
tecidos ao redor da via de 
penetração. 
TIPOS DE ACIDENTES 
•  ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO 
•  ACIDENTE DE MOTOCICLETA 
•  ATROPELAMENTO 
•  QUEDA 
•  EXPLOSÕES 
COLISÃO AUTOMOBILÍSTICA 
 
•  A interação das forças que agem sobre a vítima 
dependem do tipo de colisão. 
1.  IMPACTO FRONTAL; 
2.  IMPACTO LATERAL; 
3.  IMPACTO TRASEIRO; 
4.  CAPOTAMENTO. 
IMPACTO FRONTAL 
IMPACTO FRONTAL 
•  O ocupante do veículo continua a se 
deslocar para frente até que alguma 
parte da cabine reduza sua velocidade 
ou ele seja ejetado para fora do veículo. 
MECANISMOS DAS LESÕES 
•  A vítima pode escorregar para baixo e as 
extremidades inferiores são ponto inicial de 
impacto. 
MECANISMOS DAS LESÕES 
•  O segundo componente é a rotação anterior 
(para frente) do tronco, contra a coluna da 
direção ou painel de instrumentos. 
MECANISMOS DAS LESÕES 
MECANISMOS DAS LESÕES 
•  A cabeça pode se tornar um míssil e o crânio 
pode chocar-se contra o pára-brisas. 
MECANISMOS DAS LESÕES 
MECANISMOS DAS LESÕES 
MECANISMOS DAS LESÕES 
•  Traumatismo cranioencefálico; trauma 
de face; lesões de coluna cervical; 
trauma de tórax; fratura de costelas; 
fratura de fêmur; luxação de joelho; e 
fratura ou luxação de tornozelo. 
LESÕES PROVÁVEIS 
IMPACTO LATERAL 
•  Imprimi ao ocupante do veículo uma aceleração que o 
afasta do ponto de impacto (aceleração oposta e 
desaceleração). 
MECANISMO DA LESÕES 
•  A natureza das lesões depende do lado 
d o i m p a c t o , p e l a p o s i ç ã o d o 
acompanhante e pela força de impacto. 
LESÕES PROVÁVEIS 
•  Fratura de arcos costais a E ou a D; 
lesão de baço e fígado dependendo do 
lado afetado; lesões de pelve E ou D; e 
lesões semelhantes às provocadas pelo 
impacto frontal. 
 IMPACTO TRASEIRO 
•  O veículo atingido, incluindo seus 
ocupantes é jogado para frente a 
medida que absorve energia. 
MECANISMO DA LESÕES 
•  O corpo acelera, a cabeça não acompanha e o pescoço 
é hiperextendido para trás (lesão por mecanismo de 
ch ico te ) . Pode haver impac to f ron ta l , po is 
frequentemente existe um segundo carro na frente do 
que sofreu o impacto inicial. 
LESÕES PROVÁVEIS 
•  Lesão cervical, trauma face e lesões 
semelhantes as do impacto frontal. 
CAPOTAMENTO 
CAPOTAMENTO 
•  A vítima choca-se contra qualquer parte 
do interior do veículo. Este tipo de colisão 
causa lesões graves e múltiplas pelos 
impactos de diferentes direções no 
momento do acidente. 
 
EJEÇÃO 
•  As lesões decorrentes pela ejeção de 
dentro do veículo em si podem ser 
maiores do que aquelas devido ao 
impacto com o solo. 
EJEÇÃO 
EJEÇÃO 
ACIDENTES DE MOTOCICLETA 
•  IMPACTO FRONTAL/EJEÇÃO 
•  IMPACTO LATERAL/EJEÇÃO 
•  DERRAPADA LATERAL 
 
IMPACTO FRONTAL/EJEÇÃO 
•  A motocicleta colide com 
u m o b j e t o s ó l i d o 
i n t e r r o m p e n d o s e u 
movimento para frente, 
porém o motoc ic l i s ta 
continua em movimento e 
é projetado para frente 
sobre o guidão. Se os pés 
permanecem nos pedais 
as pernas batem no guidão 
e a vítima sofre fratura 
bilateral de fêmur . 
35	
  
IMPACTO LATERAL/EJEÇÃO 
 Neste tipo de colisão é normal que a 
perna do motociclista fique prensada 
entre o objeto com o qual colidiu e a 
própria moto. 
DERRAPADA LATERAL 
 Ocorre quando o motociclista ao pressentir 
a colisão vira a moto lateralmente no 
chão, onde a moto e a vítima continuam 
em movimento até parar. 
ATROPELAMENTOS 
 Exis tem d i ferenças associadas 
principalmente com a faixa etária da vítima 
(altura) e com o comportamento assumido 
na hora do acidente. O adulto tenta se 
desviar e o impacto normalmente é lateral, 
enquanto a criança vira-se de frente e o 
impacto é frontal. 
ATROPELAMENTOS 
1ª FASE: 
•  Impacto com o pára-choque dianteiro: 
 
 Fratura em pelve, joelhos e pernas, no 
adulto; nas crianças é mais comum 
lesões em tórax, abdome e pelve. 
 
2ª FASE 
•  Impacto com o capo e pára-brisas: 
 
Lesões de cabeça e tronco. 
 
 
ATROPELAMENTOS 
3ª FASE 
•  Impacto com o solo: 
 
 Lesões na cabeça e coluna; podem ocorrer 
também lesões viscerais. 
OBS: Pode haver uma quarta fase que é o 
segundo atropelamento da vítima. 
ATROPELAMENTOS 
ATROPELAMENTOS 
CINEMÁTICA EM OUTROS 
EVENTOS 
QUEDA 
EXPLOSÕES 
TRAUMAS PENETRANTES 
44	
  
QUEDAS 
 Representam a 1ª causa de traumatismo 
não fatal nos Estados Unidos e 2ª causa de 
lesões de medula e cérebro. A cinemática é 
semelhante da provocada por acidentes com 
veículos automotor (desaceleração). 
 Devemos sempre observar a altura da 
queda, superfície sobre a qual a vítima está 
caída, se possível determinar qual a primeira 
parte do corpo que tocou o solo. 
ALTURA 
Quanto maior a altura, 
maior a chance de 
lesões, visto que a 
velocidade em que a 
vítima atinge o 
anteparo é 
proporcionalmente 
maior e 
consequentemente a 
desaceleração. 
 
·∙	
  
45	
  
COMPRESSIBILIDADE DO SOLO 
•  Q u a n t o m a i o r a 
compressibilidade, maior a 
capacidade de deformação, 
aumentando a distância de 
p a r a d a , d i m i n u i n d o a 
desaceleração. 
•  Isto pode ser exemplificado 
quando se compara uma 
superfície de concreto e uma 
de espuma. 
 
 
PRIMEIRO IMPACTO DO CORPO 
COM O SOLO 
•  Quando ocorre o primeiro impacto nos pés, 
ocorre uma fratura bilateral dos calcâneos. 
•  Após, as pernas absorvem o impacto, levanto 
a fraturas de joelho,ossos longos e quadril. 
•  A seguir o corpo é flexionado, causando 
fraturas por compressão da coluna lombar e 
torácica. 
•  Já quando a vítima bate primeiramente as 
mãos resulta em fratura bilateral do rádio. 
•  Nos casos em que a cabeça recebe o 
primeiro impacto ocorre lesões de crânio e 
coluna cervical. 
 
47	
  
EXPLOSÕES 
•  Neste tipo de evento diferentes tipos de lesões 
podem ocorrer nas fases: 
•  Primária – resultam do efeito direto da onda de 
pressão da explosão. As lesões mais comuns 
são lesões torácicas e abdominais além de 
queimaduras. 
•  Secundária – ocorrem quando a vítima e 
projetada contra um obstáculo. 
•  Terciária – resultam de objetos projetadas pela 
explosão e que atingem a vítima. 
EXPLOSÕES 
TRAUMAS PENETRANTES 
•  Baixa energia 
•  Média energia 
•  Alta energia 
BAIXA ENERGIA – FAB 
•  Causam lesões somente pela sua superfície 
c o r t a n t e , g e r a n d o p o u c a s l e s õ e s 
secundárias. 
•  O sexo do agressor é um dado para se 
predizer este trajeto. Geralmente os 
agressores produzem lesões acima da lesão 
de entrada e as agressoras abaixo. 
•  Posição da vítima e do agressor, o tipo de 
arma utilizada e a movimentação do objeto 
dentro do corpo da vítima. 
 
FERIMENTO POR ARMA BRANCA 
•  Ferimentos no abdome superior podem 
atingir tórax, e ferimentos no tórax, abaixo 
do quarto espaço intercostal (próximo do 
mamilo), podem penetrar no abdome. 
•  FIXAR LÂMINAS. 
53	
  
MÉDIA ENERGIA – FAF 
•  A extensão e gravidade das feridas causadas 
por arma de fogo são proporcionais à 
quantidade de energia cinética do projétil 
dissipada no corpo da vítima. 
FATORES QUE CONTRIBUEM PARA 
O DANO TECIDUAL 
•  Tamanho do projétil; 
•  Deformidade do projétil; — balas de “nariz macio” 
achatam-se na ocasião do impacto, comprometendo 
maior superfície. 
•  Projétil com jaqueta — a jaqueta se expande e amplia a 
superfície do projétil. 
•  Giro — o giro do projétil amplia seu poder de destruição. 
•  Desvio — o projét i l pode osci lar vert ical e 
horizontalmente ao redor do seu eixo, ampliando seu 
poder de destruição. 
•  Distância do tiro — quanto mais próximo o disparo, 
maior a lesão produzida. 
•  Fragmentação do projétil — aumenta a área de 
dissipação da energia cinética, maior cavitação, 
maiores danos. 
•  Densidade dos tecidos atingidos — o dano produzido é 
proporcional à densidade do tecido. Órgãos altamente 
densos, como ossos e tendões, sofrem mais danos do 
que os menos densos. 
 
FATORES QUE CONTRIBUEM PARA 
O DANO TECIDUAL 
FERIDA DE ENTRADA 
•  Geralmente óbvia, pode não ser identificada se a vítima 
não for completamente despida e examinada. Apresenta 
bordas trituradas e com orla de detritos deixada projétil   
FERIDA DE SAÍDA 
•  Nem sempre existe (se o projétil não abandonar o 
corpo) e pode ser múltipla para um único projétil, devido à 
sua fragmentação ou à de ossos. Geralmente a ferida de 
saída é mais larga do que a de entrada e apresenta 
bordos lacerados. 
LESÕES ORGÂNICAS 
•  COMPRESSÃO; 
•  DESACELERAÇÃO; 
•  POR MEIOS DE CONTENÇÃO. 
 POR COMPRESSÃO 
•  As lesões por compressão ocorrem 
quando a parte anterior do tronco deixa de 
deslocar-se para frente, enquanto a parte 
posterior continua seu movimento. As 
vísceras são aprisionadas entre a parede 
tóraco-abdominal posterior e a coluna 
vertebral. 
POR DESACELERAÇÃO 
•  Ocorrem quando a parte responsável pela 
estabilização do órgão, por exemplo, 
pedículo renal, cessa seu deslocamento 
ao mesmo tempo que a parte móvel do 
corpo, como, por exemplo, o rim, continua 
se deslocando para frente. 
 
 LESÕES DEVIDAS AOS MEIOS 
 DE CONTENSÃO 
•  O uso de Air-Bag pode reduzir significativamente as 
lesões no impacto frontal. No entanto ocorrendo 
outro impacto, ou nos impactos laterais ou na 
traseira do veiculo não costumam fornecer qualquer 
beneficio e não devem substituir o cinto de 
segurança. 
IMPACTO 
•  Que tipo de impacto ocorreu - frontal, lateral, 
traseiro, capotamento ou ejeção? 
•  Qual a velocidade em que ocorreu o acidente? 
•  Estava a vítima usando dispositivos contensores ? 
•  Onde supostamente estão as lesões mais 
graves ? 
•  Que forças estão envolvidas ? 
•  Qual o caminho seguido pela energia ? 
•  Quais órgãos podem ter sido lesados neste 
caminho ? 
•  A vítima é uma criança ou um adulto ? 
QUEDA 
•  Qual a altura ? 
•  Qual a distância de parada ? 
•  Que parte do corpo foi primeiramente 
atingido ? 
EXPLOSÕES 
•  Qual a distância entre a explosão e o 
paciente ? 
•  Quais as lesões primárias, secundárias e 
terciárias à explosão podem existir ? 
PENETRANTES	
  
•  Onde está o agressor ? 
•  Qual o sexo do agressor ? 
•  Que arma foi usada ? 
•  Se uma arma de fogo, qual o calibre e 
munição utilizada ? 
•  A que distância e ângulo foi disparado ? 
68	
  
BOM	
  DIA!	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
OBRIGADA	
  PELA	
  
ATENÇÃO!!!

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