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VA Estado e Poder Local Aula 05 Revisao

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ESTADO E PODER LOCAL
Revisão
Profa. Ma. Márcia A. Jacometo
Para compreender a realidade social é preciso
que façamos uma análise crítica de alguns
elementos que entrelaçados compõem sua
complexa construção social.
EMERGÊNCIA E CONFIGURAÇÕES DO 
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
Para compreender a realidade social é preciso:
Análise crítica de fatores:
 Históricos;
 Políticos;
 Social;
 Econômica;
 Culturais.
EMERGÊNCIA E CONFIGURAÇÕES DO 
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
Para entendimento de determinada sociedade
marcada pelo pluralismo e pela luta das minorias
pelo “ direito de ter direitos”.
Deve-se estudar as mudanças
de paradigmas que ocorreram
historicamente até chegar a
configuração Estado e Sociedade.
EMERGÊNCIA E CONFIGURAÇÕES DO 
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
Com esse intuito é que estudamos a
emergência do Estado Moderno e as
configurações que foi assumindo ao longo dos
tempos, assim como a noção de direitos a ele
vinculada.
EMERGÊNCIA E CONFIGURAÇÕES DO 
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
É possível afirmar que existe uma inter-relação
entre a emergência da noção de Direitos do
homem e a Democracia moderna.
Ambos foram momentos necessários do mesmo
movimento histórico.
EMERGÊNCIA E CONFIGURAÇÕES DO 
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
O processo de constituição e consolidação do
Estado Democrático de Direito foi marcado por
uma inversão radical nos valores que vigoravam
até então.
EMERGÊNCIA E CONFIGURAÇÕES DO 
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
“Direito a ter direitos” (Hannah Arendt) –
Conceito segundo o qual o elemento
fundamental da cidadania é o direito a ter
direitos. Isto porque a igualdade entre os
seres humanos é uma construção coletiva que
necessita o compartilhamento e acesso a um
espaço público comum. (Laffer, 1997).
EMERGÊNCIA E CONFIGURAÇÕES DO 
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
Com a difusão das teorias jusnaturalistas e
contratualistas surgiu uma constituição social
derivada da vontade e do consenso dos
indivíduos.
EMERGÊNCIA E CONFIGURAÇÕES DO 
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
“Direito a ter direitos” (Hannah Arendt) é uma
forma de dizer que cidadania requer:
 respeito e igualdade;
 entre os seres humanos;
 coletivamente conquistam;
 o acesso ao espaço público
e sua participação no mesmo.
EMERGÊNCIA E CONFIGURAÇÕES DO 
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
A democracia moderna originou-se na
consolidação:
 da vontade e
 consenso dos indivíduos.
 os seres humanos
passaram a ser vistos como
iguais e portadores de:
– Direitos fundamentais;
– Direitos inalienáveis; e
– Invioláveis.
EMERGÊNCIA E CONFIGURAÇÕES DO 
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
O Estado Moderno - subverte a legitimação do
Estado e da Sociedade colocando os direitos
humanos como base e fundamento do poder
político.
O peso que antes era de
responsabilidade das normas
morais, é transferido para as
leis.
EMERGÊNCIA E CONFIGURAÇÕES DO 
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
Tal mudança passa a garantir a liberdade das
ações individuais e tem legitimidade num
processo legislativo apoiado no princípio da
soberania do povo.
EMERGÊNCIA E CONFIGURAÇÕES DO 
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
O poder na modernidade adquire o status de:
Racional,
 Impessoal,
Objetivo.
Significando que o poder não
mais se concentraria nas mãos
um único indivíduo, mas sim de
indivíduos.
EMERGÊNCIA E CONFIGURAÇÕES DO 
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
Consolida-se um novo modelo de organização
política e jurídica passando de uma democracia
restritiva para a positivação do Direito.
A partir do século XIX surge
Democracia representativa,
Competitiva e de massas.
EMERGÊNCIA E CONFIGURAÇÕES DO 
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
INTERVALO
Teoria Democrática – Localizando o 
Debate sobre Representação e 
Participação.
Século XX foi marcado por uma intensa disputa 
em torno da questão democrática.
Desejo de democracia 
como forma de poder.
Melhores condições 
estruturais de 
desenvolvimento.
Teoria Democrática – Localizando o debate 
sobre Representação e Participação.
Século XX discutia-se:
O aumento da participação do cidadão para 
além das eleições representaria perigo para a 
estabilidade do sistema 
político.
Escolha dos projetos 
Políticos – competição 
eleitoral.
Teoria Democrática – Localizando o debate 
sobre Representação e Participação
Quanto ao tema “Gestão Pública”, a questão da 
participação é praticamente inexistente.
A autonomia é pensada apenas na relação: 
Governo local 
X 
Governo central.
Teoria Democrática – Localizando o debate 
sobre Representação e Participação
Ainda no século XX tem-se a passagem do Estado 
Liberal para o Estado Social:
•Lutas sociais.
•Direitos sociais vistos 
como direito de cidadania.
•Presença do Estado nas 
questões econômicas e 
sociais.
Teoria Democrática – Localizando o Debate 
sobre Representação e Participação.
Estado – Social 
Tem seu processo de surgimento acelerado pelas 
lutas dos cidadãos em seu contexto. 
Neste modelo o combate
à desigualdade torna-se 
obrigação do Estado
já que os direitos sociais
passam a ser vistos como 
direitos de cidadania.
Teoria Democrática – Localizando o debate 
sobre Representação e Participação.
Nova mudança em 1970:
 Welfare State – Estado de Bem Estar Social.
Crise do Petróleo.
Guerra do Vietnã.
Globalização.
Coloca-se em xeque o 
controle da economia.
Teoria Democrática – Localizando o debate 
sobre Representação e Participação.
Essa mudança questiona sobre a possibilidade de 
manutenção do financiamento estatal às políticas 
de bem estar social.
Neste contexto ganha 
Destaque a corrente do
neoliberalismo propondo 
retorno a não intervenção 
estatal.
Teoria Democrática – Localizando o debate 
sobre Representação e Participação.
Destaque para o Neoliberalismo que defende
a minimização da intervenção do Estado para
que o mercado possa se regular pelas leis da
oferta e da procura e pela livre
concorrência.
Teoria Democrática – Localizando o debate 
sobre Representação e Participação.
A racionalização do poder foi um processo pelo 
qual, na modernidade, o poder torna-se objetivo 
e impessoal. Ele é não mais absoluto, mas 
limitado e ocupado por indivíduos – significa 
dizer que o poder adquiriu 
status racional.
Estado de Direito:
. Liberdades individuais.
. Direitos dos cidadãos.
- Ganham destaque.
- Garantem que os princípios
democráticos se realizem
na sociedade.
Teoria Democrática – Localizando o debate 
sobre Representação e Participação.
Na década de 1980 o modelo democrático foi
questionado.
Os cidadãos consideravam-se cada vez menos repre-
sentados por aqueles que
elegeram.
Teoria Democrática – Localizando o debate 
sobre Representação e Participação.
Após questionamento do sistema democrático abriu-
se espaço para as discussões de renovação da
democracia.
A participação passou a ser
peça chave e o que se discutia
era como envolver o cidadão
no processo de tomada de
decisões que afetariam as suas
Vidas.
Teoria Democrática – Localizando o debate 
sobre Representação e Participação.
Além da disseminação de práticas e procedimentos
democráticos houve uma mudança
“ de um cidadão consumidor”
para
“um cidadão sujeito político.”
Teoria Democrática – Localizando o debate 
sobre Representação e Participação.
A sociedade passa a se organizar especialmente
através dos movimentos sociais.
Ocorre uma proliferação de:
– Organizações e de
– forças sociais de base.
Teoria Democrática – Localizando o debate 
sobre Representação e Participação.
INTERVALO
No Brasil, em 1930, estava implantado um
modelo “estadocêntrico”, ou seja, um Estado
centralizadore controlador de toda dinâmica
social.
Participação Social e Poder Local –
Contexto Brasileiro
Somente em 1988 com a Constituição Federal
é que o modelo nacional é reconfigurado e
redemocratizado.
Participação Social e Poder Local –
Contexto Brasileiro
Com a Constituição Federal de 1988 que
estabelece a organização das estruturas do
Estado nasceram garantias efetivas de
participação da Sociedade Civil.
Participação Social e Poder Local –
Contexto Brasileiro
O Coronelismo (1889-1930) foi um
movimento que influenciou muito o
desenvolvimento do Estado e sua organização
era exercida por famílias ou líderes locais que
procuravam legitimar sua
posição e poder.
Participação Social e Poder Local –
Contexto Brasileiro
O modelo desenvolvimentista (1969-
1973) . Nesse modelo o Estado colocava-se
como o responsável pela promoção de
desenvolvimento do país,
implementando políticas
que deveriam funcionar
no sentido de promover
a industrialização no país.
Participação Social e Poder Local –
Contexto Brasileiro
O modelo desenvolvimentista (1969-
1973) - “milagre econômico” que teve
vigência no período do regime militar sofreu
um esgotamento frente a crise econômica
mundial.
Participação Social e Poder Local –
Contexto Brasileiro
Na década de 1970 os chamados novos
movimentos Sociais surgem com novos sujeitos
políticos que politizam as questões do cotidiano,
“inventando” novas formas de fazer política e
alargando o espaço de
fazer política.
Participação Social e Poder Local –
Contexto Brasileiro
Os novos movimentos Sociais questionaram e 
reivindicaram junto à opinião pública os valores
de:
 Justiça Social.
 Equidade.
Houve um empoderamento
da Comunidade.
Participação Social e Poder Local –
Contexto Brasileiro
Os novos movimentos sociais foram
responsáveis por impulsionar a organização
social e disseminar valores importantes para as
lutas participativas e a
organização social.
Participação Social e Poder Local –
Contexto Brasileiro
Tais movimentos, ainda, trouxeram para as
discussões políticas a necessidade de ampliação
da democracia ao apontarem para a ausência de
direitos e cidadania que
marca a realidade de vida
de diversos grupos sociais.
Participação Social e Poder Local –
Contexto Brasileiro
Nos anos 1990 há uma ampliação sobre o
entendimento de “poder local” que passa a
ser visto como sede do governo municipal e
por outro lado como
forma de participação
e organização popular.
Participação Social e Poder Local –
Contexto Brasileiro
Com a participação social a “esfera pública”
passa a funcionar como base ou nível onde se
opera o confronto de opiniões exigindo a atenção
dos tomadores de decisão.
Participação Social e Poder Local –
Contexto Brasileiro
INTERVALO
Há, dois mitos quanto a globalização:
1º - Mito da inexorabilidade que diz sobre sua
inevitabilidade e
insupebilidade.
Em síntese: seria impossível
resistir ao processo
de globalização.
Local e Global – Articulações e 
Possibilidades
2º - O segundo mito tem como ideia central que o
Estado estaria perdendo sua soberania como
consequência do processo de globalização e as
novas configurações emergidas à partir daí.
Local e Global – Articulações e 
Possibilidades
O Estado continua sendo essencial para o sucesso
da globalização. O que ocorreria é que o Estado
teria poder de ação local e sua atuação se daria
através da articulação de
poder com outros países e
Empresas, com os quais
haveria um compartilhamen-
to de soberania.
Local e Global – Articulações e 
Possibilidades
• As desigualdades provocadas pelo processo de
globalização podem despertar reações de
oposição que, inicialmente, podem se limitar a
preocupações individuais – como manter o padrão
de vida conquistado.
• Num segundo momento podem significar um
problema mais profundo na busca de uma
transformação e emancipação sociais.
Local e Global – Articulações e 
Possibilidades
Assim o mesmo processo de globalização que
traz novas configurações econômicas se
transforma a atuação do Estado e provoca
prejuízos sociais, contém em si, a semente de
um novo projeto democrático.
Local e Global – Articulações e 
Possibilidades
Baggio, a (re)formulação da federação não faz
sentido sem um projeto nacional construído com
intensa participação popular.
A autora aponta para um avanço da federação em
relação ao projeto nacional, consequência da
necessidade de uma “sociedade civil organizada e
mais próxima do Estado”.
Local e Global – Articulações e 
Possibilidades
No contexto de mudança entre a relação entre
Estado e Sociedade Civil há o surgimento de
um novo conceito: Governança.
Local e Global – Articulações e 
Possibilidades
Governança= (...) a governança foi criada para
dar conta dos novos processos que as políticas de
globalização impuseram, enfraquecendo o
conceito, então vigente, de governabilidade.
(GOHN, 2011, p.40)
Local e Global – Articulações e 
Possibilidades
• Governança.
• Credibilidade internacional – FMI –
teste de democracia, padrões mínimos de
boa governança:
• Respeito aos direitos humanos.
• Transparência democrática.
• Consciência ambiental. etc
Local e Global – Articulações e 
Possibilidades
Participação social / Controle Social.
. Lutas pela transparência nas ações estatais.
. Publicização de dados e decisões para o
conhecimento da sociedade civil.
. Conselho Gestor.
Local e Global – Articulações e 
Possibilidades
Em 1988 a Constituição Federal consolidou a
organização de um sistema federalista que
Considera:
• o Município como um
ente autônomo;
• Os Estados – membros;
• A União.
Local e Global – Articulações e 
Possibilidades
Em 1990 as Leis Orgânicas passaram a
regulamentar a participação da sociedade através
da criação de conselhos gestores.
. Repasse de recursos
financeiros.
. Efetiva fiscalização do
Estado pela Sociedade Civil.
Local e Global – Articulações e 
Possibilidades
• FIM

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