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ESTADO E PODER LOCAL Revisão Profa. Ma. Márcia A. Jacometo Para compreender a realidade social é preciso que façamos uma análise crítica de alguns elementos que entrelaçados compõem sua complexa construção social. EMERGÊNCIA E CONFIGURAÇÕES DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO Para compreender a realidade social é preciso: Análise crítica de fatores: Históricos; Políticos; Social; Econômica; Culturais. EMERGÊNCIA E CONFIGURAÇÕES DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO Para entendimento de determinada sociedade marcada pelo pluralismo e pela luta das minorias pelo “ direito de ter direitos”. Deve-se estudar as mudanças de paradigmas que ocorreram historicamente até chegar a configuração Estado e Sociedade. EMERGÊNCIA E CONFIGURAÇÕES DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO Com esse intuito é que estudamos a emergência do Estado Moderno e as configurações que foi assumindo ao longo dos tempos, assim como a noção de direitos a ele vinculada. EMERGÊNCIA E CONFIGURAÇÕES DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO É possível afirmar que existe uma inter-relação entre a emergência da noção de Direitos do homem e a Democracia moderna. Ambos foram momentos necessários do mesmo movimento histórico. EMERGÊNCIA E CONFIGURAÇÕES DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO O processo de constituição e consolidação do Estado Democrático de Direito foi marcado por uma inversão radical nos valores que vigoravam até então. EMERGÊNCIA E CONFIGURAÇÕES DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO “Direito a ter direitos” (Hannah Arendt) – Conceito segundo o qual o elemento fundamental da cidadania é o direito a ter direitos. Isto porque a igualdade entre os seres humanos é uma construção coletiva que necessita o compartilhamento e acesso a um espaço público comum. (Laffer, 1997). EMERGÊNCIA E CONFIGURAÇÕES DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO Com a difusão das teorias jusnaturalistas e contratualistas surgiu uma constituição social derivada da vontade e do consenso dos indivíduos. EMERGÊNCIA E CONFIGURAÇÕES DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO “Direito a ter direitos” (Hannah Arendt) é uma forma de dizer que cidadania requer: respeito e igualdade; entre os seres humanos; coletivamente conquistam; o acesso ao espaço público e sua participação no mesmo. EMERGÊNCIA E CONFIGURAÇÕES DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO A democracia moderna originou-se na consolidação: da vontade e consenso dos indivíduos. os seres humanos passaram a ser vistos como iguais e portadores de: – Direitos fundamentais; – Direitos inalienáveis; e – Invioláveis. EMERGÊNCIA E CONFIGURAÇÕES DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO O Estado Moderno - subverte a legitimação do Estado e da Sociedade colocando os direitos humanos como base e fundamento do poder político. O peso que antes era de responsabilidade das normas morais, é transferido para as leis. EMERGÊNCIA E CONFIGURAÇÕES DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO Tal mudança passa a garantir a liberdade das ações individuais e tem legitimidade num processo legislativo apoiado no princípio da soberania do povo. EMERGÊNCIA E CONFIGURAÇÕES DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO O poder na modernidade adquire o status de: Racional, Impessoal, Objetivo. Significando que o poder não mais se concentraria nas mãos um único indivíduo, mas sim de indivíduos. EMERGÊNCIA E CONFIGURAÇÕES DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO Consolida-se um novo modelo de organização política e jurídica passando de uma democracia restritiva para a positivação do Direito. A partir do século XIX surge Democracia representativa, Competitiva e de massas. EMERGÊNCIA E CONFIGURAÇÕES DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO INTERVALO Teoria Democrática – Localizando o Debate sobre Representação e Participação. Século XX foi marcado por uma intensa disputa em torno da questão democrática. Desejo de democracia como forma de poder. Melhores condições estruturais de desenvolvimento. Teoria Democrática – Localizando o debate sobre Representação e Participação. Século XX discutia-se: O aumento da participação do cidadão para além das eleições representaria perigo para a estabilidade do sistema político. Escolha dos projetos Políticos – competição eleitoral. Teoria Democrática – Localizando o debate sobre Representação e Participação Quanto ao tema “Gestão Pública”, a questão da participação é praticamente inexistente. A autonomia é pensada apenas na relação: Governo local X Governo central. Teoria Democrática – Localizando o debate sobre Representação e Participação Ainda no século XX tem-se a passagem do Estado Liberal para o Estado Social: •Lutas sociais. •Direitos sociais vistos como direito de cidadania. •Presença do Estado nas questões econômicas e sociais. Teoria Democrática – Localizando o Debate sobre Representação e Participação. Estado – Social Tem seu processo de surgimento acelerado pelas lutas dos cidadãos em seu contexto. Neste modelo o combate à desigualdade torna-se obrigação do Estado já que os direitos sociais passam a ser vistos como direitos de cidadania. Teoria Democrática – Localizando o debate sobre Representação e Participação. Nova mudança em 1970: Welfare State – Estado de Bem Estar Social. Crise do Petróleo. Guerra do Vietnã. Globalização. Coloca-se em xeque o controle da economia. Teoria Democrática – Localizando o debate sobre Representação e Participação. Essa mudança questiona sobre a possibilidade de manutenção do financiamento estatal às políticas de bem estar social. Neste contexto ganha Destaque a corrente do neoliberalismo propondo retorno a não intervenção estatal. Teoria Democrática – Localizando o debate sobre Representação e Participação. Destaque para o Neoliberalismo que defende a minimização da intervenção do Estado para que o mercado possa se regular pelas leis da oferta e da procura e pela livre concorrência. Teoria Democrática – Localizando o debate sobre Representação e Participação. A racionalização do poder foi um processo pelo qual, na modernidade, o poder torna-se objetivo e impessoal. Ele é não mais absoluto, mas limitado e ocupado por indivíduos – significa dizer que o poder adquiriu status racional. Estado de Direito: . Liberdades individuais. . Direitos dos cidadãos. - Ganham destaque. - Garantem que os princípios democráticos se realizem na sociedade. Teoria Democrática – Localizando o debate sobre Representação e Participação. Na década de 1980 o modelo democrático foi questionado. Os cidadãos consideravam-se cada vez menos repre- sentados por aqueles que elegeram. Teoria Democrática – Localizando o debate sobre Representação e Participação. Após questionamento do sistema democrático abriu- se espaço para as discussões de renovação da democracia. A participação passou a ser peça chave e o que se discutia era como envolver o cidadão no processo de tomada de decisões que afetariam as suas Vidas. Teoria Democrática – Localizando o debate sobre Representação e Participação. Além da disseminação de práticas e procedimentos democráticos houve uma mudança “ de um cidadão consumidor” para “um cidadão sujeito político.” Teoria Democrática – Localizando o debate sobre Representação e Participação. A sociedade passa a se organizar especialmente através dos movimentos sociais. Ocorre uma proliferação de: – Organizações e de – forças sociais de base. Teoria Democrática – Localizando o debate sobre Representação e Participação. INTERVALO No Brasil, em 1930, estava implantado um modelo “estadocêntrico”, ou seja, um Estado centralizadore controlador de toda dinâmica social. Participação Social e Poder Local – Contexto Brasileiro Somente em 1988 com a Constituição Federal é que o modelo nacional é reconfigurado e redemocratizado. Participação Social e Poder Local – Contexto Brasileiro Com a Constituição Federal de 1988 que estabelece a organização das estruturas do Estado nasceram garantias efetivas de participação da Sociedade Civil. Participação Social e Poder Local – Contexto Brasileiro O Coronelismo (1889-1930) foi um movimento que influenciou muito o desenvolvimento do Estado e sua organização era exercida por famílias ou líderes locais que procuravam legitimar sua posição e poder. Participação Social e Poder Local – Contexto Brasileiro O modelo desenvolvimentista (1969- 1973) . Nesse modelo o Estado colocava-se como o responsável pela promoção de desenvolvimento do país, implementando políticas que deveriam funcionar no sentido de promover a industrialização no país. Participação Social e Poder Local – Contexto Brasileiro O modelo desenvolvimentista (1969- 1973) - “milagre econômico” que teve vigência no período do regime militar sofreu um esgotamento frente a crise econômica mundial. Participação Social e Poder Local – Contexto Brasileiro Na década de 1970 os chamados novos movimentos Sociais surgem com novos sujeitos políticos que politizam as questões do cotidiano, “inventando” novas formas de fazer política e alargando o espaço de fazer política. Participação Social e Poder Local – Contexto Brasileiro Os novos movimentos Sociais questionaram e reivindicaram junto à opinião pública os valores de: Justiça Social. Equidade. Houve um empoderamento da Comunidade. Participação Social e Poder Local – Contexto Brasileiro Os novos movimentos sociais foram responsáveis por impulsionar a organização social e disseminar valores importantes para as lutas participativas e a organização social. Participação Social e Poder Local – Contexto Brasileiro Tais movimentos, ainda, trouxeram para as discussões políticas a necessidade de ampliação da democracia ao apontarem para a ausência de direitos e cidadania que marca a realidade de vida de diversos grupos sociais. Participação Social e Poder Local – Contexto Brasileiro Nos anos 1990 há uma ampliação sobre o entendimento de “poder local” que passa a ser visto como sede do governo municipal e por outro lado como forma de participação e organização popular. Participação Social e Poder Local – Contexto Brasileiro Com a participação social a “esfera pública” passa a funcionar como base ou nível onde se opera o confronto de opiniões exigindo a atenção dos tomadores de decisão. Participação Social e Poder Local – Contexto Brasileiro INTERVALO Há, dois mitos quanto a globalização: 1º - Mito da inexorabilidade que diz sobre sua inevitabilidade e insupebilidade. Em síntese: seria impossível resistir ao processo de globalização. Local e Global – Articulações e Possibilidades 2º - O segundo mito tem como ideia central que o Estado estaria perdendo sua soberania como consequência do processo de globalização e as novas configurações emergidas à partir daí. Local e Global – Articulações e Possibilidades O Estado continua sendo essencial para o sucesso da globalização. O que ocorreria é que o Estado teria poder de ação local e sua atuação se daria através da articulação de poder com outros países e Empresas, com os quais haveria um compartilhamen- to de soberania. Local e Global – Articulações e Possibilidades • As desigualdades provocadas pelo processo de globalização podem despertar reações de oposição que, inicialmente, podem se limitar a preocupações individuais – como manter o padrão de vida conquistado. • Num segundo momento podem significar um problema mais profundo na busca de uma transformação e emancipação sociais. Local e Global – Articulações e Possibilidades Assim o mesmo processo de globalização que traz novas configurações econômicas se transforma a atuação do Estado e provoca prejuízos sociais, contém em si, a semente de um novo projeto democrático. Local e Global – Articulações e Possibilidades Baggio, a (re)formulação da federação não faz sentido sem um projeto nacional construído com intensa participação popular. A autora aponta para um avanço da federação em relação ao projeto nacional, consequência da necessidade de uma “sociedade civil organizada e mais próxima do Estado”. Local e Global – Articulações e Possibilidades No contexto de mudança entre a relação entre Estado e Sociedade Civil há o surgimento de um novo conceito: Governança. Local e Global – Articulações e Possibilidades Governança= (...) a governança foi criada para dar conta dos novos processos que as políticas de globalização impuseram, enfraquecendo o conceito, então vigente, de governabilidade. (GOHN, 2011, p.40) Local e Global – Articulações e Possibilidades • Governança. • Credibilidade internacional – FMI – teste de democracia, padrões mínimos de boa governança: • Respeito aos direitos humanos. • Transparência democrática. • Consciência ambiental. etc Local e Global – Articulações e Possibilidades Participação social / Controle Social. . Lutas pela transparência nas ações estatais. . Publicização de dados e decisões para o conhecimento da sociedade civil. . Conselho Gestor. Local e Global – Articulações e Possibilidades Em 1988 a Constituição Federal consolidou a organização de um sistema federalista que Considera: • o Município como um ente autônomo; • Os Estados – membros; • A União. Local e Global – Articulações e Possibilidades Em 1990 as Leis Orgânicas passaram a regulamentar a participação da sociedade através da criação de conselhos gestores. . Repasse de recursos financeiros. . Efetiva fiscalização do Estado pela Sociedade Civil. Local e Global – Articulações e Possibilidades • FIM
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