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AS ORIGENS DA FILOSOFIA

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO
CENTRO DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
CURSO DE FILOSOFIA
Gilberto Paulo Pereira Lima
José Venâncio Machado Costa
Jucerlan dos Anjos Nunes
Kevson L. Moura Costa
Rômulo Antonio Vieira Monteiro
Valdirene Rodrigues Diniz
AS ORIGENS DA FILOSOFIA
Este trabalho visa apresentar uma breve análise do capítulo 7 do livro Introdução ao pensar, de Arcângelo Buzzi, neste sentido vamos perceber como surge a filosofia, eis que esse e o título apresentado neste capítulo. A filosofia surgiu na Grécia antiga há cerca de 2500 anos, no séc. VI a. C. Os primeiros filósofos foram Tales de Mileto (c. 624-546 a. C.) e Pitágoras (c. 580-500 a. C.), sendo ambos igualmente os fundadores do que hoje chamamos “ciência” (que eles não distinguiam da filosofia). 
A própria palavra filosofia foi inventada pelos gregos, e significa literalmente “amor da sabedoria”. Com esta designação, os filósofos gregos marcaram uma diferença importante relativamente às autoridades religiosas, cujos sábios declaravam já ter alcançado a sabedoria. Em contraste, os filósofos tinham uma atitude crítica, procurando a verdade das coisas com o apoio da argumentação. Por isso, em vez de se chamarem sábios, chamavam-se filósofos: o sábio já tem o que pensa que é verdade, ao passo que o filósofo argumenta (ou seja, discute ideias) para tentar descobrir se o que pensa que é verdade é mesmo verdade.
Neste sentido, o capítulo apresenta uma frase de Pascal “ O homem nada mais é que um junco, o mais frágil da natureza, mas um junco pensante”. O junco pensante e entendido como um ser que duvida, afirma, nega, conhece poucas coisas, ignora muitas, ama, odeia, dentre outras características, pois nesta relação de aspectos apresentados fica evidente que nossa dignidade consiste no pensar, sendo o pensar que nos distingue dos outros animais, ou seja, o homem começa a se questionar sobre a sua origem e qual seu futuro, sendo um verdadeiro criador de histórias. “O homem é caminho de passagem de todos os seres e qual oficina, faz surgir o mundo. Este é uma escritura ou cultura: uma totalidade significativa, uma história”.(p. 163)
Por outro lado, o homem também e apresentado como ser que carrega diversas ideologias “A atividade de pensar está tão ligada à subjetividade que facilmente se converte em ideologia. Esta deforma nossa maneira de viver o mundo e a história” (p.163). As ideologias são as representações que os homens produzem a partir das relações que estabelecem entre si e com o resto da natureza, nas suas atividades, na produção da sua vida. Revestem as mais variadas formas: políticas, jurídicas, religiosas, filosóficas, artísticas, dentre outros.
No obstante saber que estas representações derivam das condições materiais, objetivas, destas atividades. Mas, estando por definição delas separadas, desenvolvem-se com uma certa autonomia, constituindo-se progressivamente em pensamento estruturado, o qual, por sua vez, conduz as atividades humanas a ponto que a ideologia fazem-nos pensar e acreditar que não há alternativas para mudar ou lutar pelos nossos direitos enquanto cidadãos e nos deixando sempre uma zona de conforte sem muitas expectativas de cobrar, ou seja, o homem ao pensar está ligado à subjetividade, esta por sua vez produz a ideologia, sendo esta um saber elaborado a partir de certos interesses e aspectos que envolvem a realidade, podemos citar como exemplo o capitalismo que é uma ideologia econômica.
Afinal o que é ideologia? Partindo para a etimologia da palavra: “ideologia” foi criada por Destutt de Tracy, um filósofo francês, no final do séc. XVII. O termo em francês é idéologie, porém, sua formação foi feita com duas palavras do grego antigo: IDEA, que tem o significado literal de “aparência”, mas pode ser traduzido como “protótipo ideal”, e LOGOS, que significa “estudo”. Resumindo compreendemos que é um conjunto de ideias, convicções e princípios filosóficos, sociais, políticos que caracterizam o pensamento de um, indivíduo, grupo, movimento, época e ou sociedade. E como surge a ideologia? Segundo Buzzi. “A ideologia nasce na ânsia de segurança, do desejo de poder, do gozo hedonista da vida”.( p.164)
O autor também nos apresenta dois tipos de ideologias “ a do porvir e a do passado, a ideologia do passado está no enaltecer o antigo, o verdadeiro, o bom, ou seja, ser antigo é ser nobre, e recordar o antigo é renovar-se. A ideologia do porvir tem a mesma estrutura da ideologia do passado, ou seja, imaginam uma situação definida e elevam a resposta nela contida a um padrão de vida indiscutível. (p.164).
Se fossem apenas o simples reflexo destas condições, as representações não seriam justamente ideologias, isto é, a busca de ideias como entidades com uma vida independente, desenvolvendo-se de modo independente e unicamente sujeitas às suas próprias leis.
A Filosofia é aquela pelo qual podemos revigorar-nos e buscarmos o conhecimento de nós próprios, ou seja, a partir da subjetividade que é fonte e ação do conhecimento. Adquirimos por ela um pensamento aberto, critico, por onde podemos ver o mundo de uma forma diferente, de um jeito que ainda não vemos. Diante de cada dia estamos atarefados com coisas do mundo, esquecendo-nos do eu, sempre estamos buscando o bem-estar e segurança material, ou seja, vivemos cheios de ideologia e pouca filosofia “ [...] Isso quer dizer que em geral fazemos mais ideologia que filosofia, isto é, pensamos elucubrando teorias e sistemas que garantam a sobrevivência de nosso modo de vida”. (p. 165). 
 As tarefas do cotidiano desfocam o verdadeiro sentido em que a filosofia existencial nos leva a refletir, pois quando nos preocupamos em procurar o bem-estar e a acomodação vivemos criando ideologias e nos afastando da verdadeira filosofia. Para isso tomemos o exemplo de Sócrates que interpelava os atenienses à visão filosófica e consequentemente estes ficavam inquietos, pois a inquietude é caminho para um crescimento filosófico.
“A filosofia é uma inquietação posta em prática”. Significa que sem inquietação não há filosofia. A inquietação manifesta-se através do desassossego. Contudo esta intranquilidade só acontece quando nós saímos da nossa zona de conforto, quando nos espantamos com o mundo e somos capazes de fazer perguntas como “porquê o ser e não o nada?”. “A inquietação nos lança na busca indômita, nos faz estrela que se acende na noite” (p.165).
Outro aspecto relevante e fundamental a filosofia e a admiração que é vista como uma paixão que permite ver e sentir o estranhamento do que aparece, pois esta foi própria dos filósofos antigos, que se admiravam com o mundo e procuravam respostas aos questionamentos vindos da admiração, para Platão não existe filosofia sem o princípio da admiração. Segundo Aristóteles: “ E admiração que leva os homens a filosofar. Eles admiram-se das coisas estranhas com que esbarram; depois avançam pouco a pouco e começam por questionar as fases da lua, o movimento do sol e dos astros, e por fim a origem do universo inteiro”. (p.166).
Assim sendo, a filosofia e um ponto de questionamentos e o espanto e que sustenta a filosofia, sem aspectos não existe a filosofia, sendo que esta é carregada de questionamentos. 
 Kirerkegaard definia admiração como “sentimento apaixonado do devir” (p.167), para ele o sentimento de admiração está intimamente ligado ao ser-em-devir, a admiração nos aproxima do espetáculo dos entes, espetáculos que nos deixam surpresos.
Em conseguinte é nos apresentado também a angústia que se bem usada pode se tornar um meio de procura filosófica. Diferente do que muitos pensam, ela torna o ser humano mais preparado e forte para perceber a vida. A angústia educa e ensina. Nela aprendemos a nos predispor à possibilidade. Estar aberto e disposto à possibilidade tornar-se mais angustiante do que estar disposto e aberto à realidade. (p.169) 
Na possibilidade tudo é igualmente possível e quem foi educado pela possibilidade entende o espantoso não menos que o agradável. Quando alguém passou pela escola da possibilidade,com mais segurança do que uma criança conhece o abc, ele sabe que não pode exigir absolutamente nada da vida e que o espantoso e a perdição moram com todos os homens. (Kierkegaard, S. Ib., p. 175).
A partir do momento em que se fica angustiado, tal sentimento deve buscar a superação e entendimento da situação vivida. Se a angústia não for tratada ela se torna desespero e este bloqueia a visão de mundo. A angústia não deixa ninguém se enganar, porque recorda o espantoso nada que somos. (p.170) “Se perguntarmos qual é o objeto da angústia, deve-se responder aqui como em toda parte: é o nada. A angústia e o nada marcham continuamente juntos” (Kierkegaard, S. Ib., p.109).
Na angústia o ser que somos se revela naquilo que ele é em sua originalidade: nada, pura possibilidade. .A maior angustia humana é sair do comodismo de pensar e compreender que somos em nossa existência uma inconstância, a mercê das coisas não planejadas, e que ao fim tudo leva a morte, a morte que causa tanto medo,  medo por não se saber o que vai acontecer. Porém, sofre mais aquele que é desiludido numa certeza, do que aquele que cria expectativas falsas.
Na angustia o homem se compreende nitidamente como “ser para a morte”, “sente-se em presença do nada, da impossibilidade possível de sua existência”.[...] Isto significa que na angústia, percebe-se com muita nitidez que ele está na determinação e na disposição de ser, está na liberdade de existir e também de não-existir. (p. 170-171)
O possível não oferece nenhuma garantia. Pois, toda possibilidade humana se esconde sempre em três tipos de ameaças: Insucesso, fracasso e morte. Não há quem nos liberte da condição de discípulos da angústia. 
Outro aspecto relevante inerente a origem da filosofia é o medo que caminha junto com todos nós. Podemos igualmente viver como animais ou atribuir um sentido para existência. Isto é, pensá-la como um projeto, com uma parte por realizar que é condicionada pelo que já se fez e pelo nosso ser-no-mundo, nossa situação concreta. A dimensão do tempo só aparece quando percebo a minha finitude, que eu sou um ser-para-morte. Saber que se vai morrer é o que desperta a questão do sentido, pois se vamos morrer, que sentido tem estar vivo? A morte pode despertar em nós dois sentimentos distintos: o medo e a angústia. O medo nos faz não pensar na morte, não nos enfrentarmos com o problema, adiá-lo, esquecê-lo. “ A morte e o nada, porém pouco nos apavoram” (p.172).
Por fim, vivemos de forma a procurar pisos sólidos e isso não leva mais do que à inércia de uma vida e de um conhecimento. Por isso a coragem interpela-nos a vivência da intersubjetividade criando em nós uma forma de crescimento pessoal que nos move a interpessoalidade diante do mundo e dos assuntos que nos trazem angústia, questionamento e medo. O nosso conhecimento depende da nossa busca não daquilo que é inimaginável, mas daquilo que nos é próprio, levando-nos a uma busca de respostas daquilo que nos esquecemos e de alguma forma deixamos de lado. A coragem pensada é a única força com o qual o ser humano possui em buscar a mudança a partir daquilo que lhe é próprio. ‘“A coragem é um sim dito ao abalo da existência, aceito como uma necessidade para que se possa efetuar a realização do ser que nos é próprio (…)” (Goldstein, K. apud. BUZZI, 2001).
A coragem deve ser a força pela qual desvendamos os nossos medos e angústias em busca do conhecimento do eu próprio, como nos diz Buzzi “[…] A coragem é o método certo. Para consegui-la precisamos entrar na vida como o galo no ringue. Para a briga!” (p. 175). As circunstâncias da vida (medo, erro) devem ser caminho para o enfrentamento a subjetividade pelo conhecimento.
REFERÊNCIAS
BUZZI, Arcângelo R. Introdução ao pensar: O Ser, o Conhecimento, a Linguagem, 28ª ed. Petrópolis: Vozes, 2001, p. 163-176.

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