Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
3 - Fase 1: levantamento e análise de requisitos Antes de podermos efetivamente projetar um banco de dados, devemos conhecer e analisar as expectativas dos usuários e os usos intencionados do banco de dados com o máximo de detalhe passível, Esse processo é chamado de levantamento e análise de requisitos. Para especificar os requisitos, primeiro identificamos as outras partes do sistema de informação que interagirão com o sistema de banco de dados. Estas incluem usuários e aplicações novas e existentes, cujos requisitos são então coletados e analisados. Normalmente, as seguintes atividades fazem parte dessa fase: 1 - As principais áreas de aplicação e grupos de usuário que utilizarão o banco de dados ou cujo trabalho será afetado por ele são identificados. Os principais indivíduos e comitês dentro de cada grupo são escolhidos para executar etapas subseqüentes do levantamento e especificação de requisitos. 2 - A documentação existente referente às aplicações é estudada e analisada. Outra documentação — manuais de política, formulários, relatórios e gráficos de organização — é revista para determinar se tem qualquer influência sobre o processo de levantamento e especificação de requisitos. 3 - O ambiente operacional atual e o uso planejado da informação são estudados, Isso inclui a análise dos tipos de transações e sua freqüência, bem como o fluxo de informações dentro do sistema. Características geográficas com relação a usuários, origem de transações, destino de relatórios, e assim por diante, são estudados. Os dados de entrada e saída para as transações são especificados. 4 - Respostas escritas aos conjuntos de perguntas às vezes são coletadas de usuários de banco de dados em potencial ou grupos de usuários. Essas perguntas envolvem as prioridades dos usuários e a importância que eles dão as várias aplicações. Os principais indivíduos podem ser entrevistados para ajudar na avaliação do valor da informação e no estabelecimento de prioridades. A análise de requisitos é executada para os usuários finais, ou clientes, do sistema de banco de dados, por uma equipe de analistas de sistemas ou especialistas em requisitos. É provável que os requisitos iniciais sejam informais, incompletos, inconsistentes e parcialmente incorretos. Portanto, muito trabalho precisa ser feito para transformar esses requisitos iniciais em uma especificação da aplicação, que pode ser usada por desenvolvedores e testadores como ponto de partida para escrever a implementação e os casos de teste. Como os requisitos refletem o conhecimento inicial de um sistema que ainda não existe, eles inevitavelmente mudarão. Portanto, é importante usar técnicas que ajudem os clientes a convergir rapidamente nos requisitos da implementação. Existe evidência de que a participação do cliente no processo de desenvolvimento aumenta sua satisfação com o sistema entregue. Por esse motivo, muitos profissionais usam reuniões e workshops envolvendo todos os participantes. Uma metodologia para detalhar os requisitos iniciais do sistema é chamada de Joint Application Design (JAD). Mais recentemente, foram desenvolvidas técnicas, como o Projeto Contextual (Contextual Design), que envolvem projetistas inseridos no local de trabalho em que a aplicação deverá ser usada. Para ajudar os representantes dos clientes a entenderem melhor o sistema proposto, é comum percorrer o fluxo de trabalho, os cenários de transação ou criar um protótipo rápido da aplicação. Os modos anteriores ajudam a estruturar e detalhar requisitos, mas ainda os deixam em um estado informal. Para transformar os requisitos, em uma representação mais bem estruturada, as técnicas de especificação de requisitos são usadas. Estes incluem análise orientada a objeto (AOO), diagramas de fluxo de dados (DFD) e o detalhamento dos objetivos da aplicação. Esses métodos usam técnicas diagramáticas para organizar e apresentar requisitos de processamento de informação. A documentação adicional, na forma de texto, tabelas, gráficos e requisitos de decisão, costuma acompanhar os diagramas. Existem técnicas que produzem uma especificação formal que pode ser verificada matematicamente pela consistência e análise simbólica hipotética. Esses métodos podem se tornar padrão no futuro para as partes dos sistemas de informação que atendem às funções de missão crítica e que, assim, precisam atuar conforme o planejado. Os métodos de especificação formal baseados em modelo, dos quais a notação e metodologia Z é um exemplo proeminente, podem ser considerados extensões do modelo ER e, portanto, são os mais aplicáveis ao projeto do sistema de informação. Algumas técnicas auxiliadas por computador — chamadas de ferramentas Upper CASE — foram propostas para ajudar a verificar a consistência e a integridade das especificações, que normalmente são armazenadas em um único repositório e podem ser exibidas e atualizadas enquanto o projeto prossegue. Outras ferramentas são usadas para rastrear as ligações entre requisitos e outras entidades de projeto, como módulos de código e casos de teste. Esses bancos de dados de rastreabilidade são especialmente importantes em conjunto com os procedimentos impostos de gerenciamento de mudança para sistemas onde os requisitos mudam com freqüência. Eles também são usados em projetos contratuais onde a organização de desenvolvimento precisa fornecer evidência documental ao cliente de que todos os requisitos foram implementados. A fase de levantamento e análise de requisitos pode ser bastante demorada, mas é crucial para o sucesso do sistema de informação. A correção de um erro de requisitos é mais dispendiosa do que a correção de um erro cometido durante a implementação, porque os efeitos de um erro de requisito normalmente são difundidos e, como resultado, é preciso reimplementar muito mais trabalho adiante. Não corrigir um erro significativo quer dizer que o sistema não satisfará o cliente e pode nem sequer ser utilizado.
Compartilhar