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Monetária 2
1° Semestre de 2013
Monitor: Matheus Vianna
Professor: André Modenesi / João Felippe Cury
Gabarito da Lista 3: Política Monetária para Keynes, para os Pós- Keynesianos e no modelo da Síntese Neoclássica
Para Keynes e os pós-keynesianos, existem basicamente três instrumentos para a execução da política monetária: (1) determinação do nível de recolhimentos compulsórios, (2) determinação da taxa de juros de redesconto e (3) operações de open-market. Os dois primeiros instrumentos essencialmente afetam a capacidade de crédito dos bancos para satisfazer as necessidades das firmas. Assim, os dois primeiros instrumentos afetam as decisões das firmas, ainda que por intermédio da dependência bancária. O terceiro instrumento afeta diretamente as decisões de investimento das firmas, pois afetam o critério para a composição do portfólio. O investimento é função da eficiência marginal do capital (EmgK, ou retorno esperado do investimento) e da taxa de juros, inversamente, por ser um custo financeiro e um custo de oportunidade, ou seja, reflete a rentabilidade dos ativos concorrentes. Suponha uma dada função demanda por moeda, que englobe os quatro motivos propostos por Keynes na TPL. Esta é inversamente proporcional à taxa de juros, sendo a taxa de juros de equilíbrio determinada pelo encontro da demanda e da oferta de moeda. Tudo mais constante, um aumento da oferta de moeda, via operações de open-market, reduz a taxa de juros e diminui a quantidade de títulos na carteira dos agentes, para uma mesma renda. Assim, os agentes vão, em situação normal, utilizar essa moeda que estava na circulação financeira para gastar com bens de capitais, realizando investimentos. Vale ressaltar, que a eficiência da política monetária depende das decisões dos agentes, pois se EmgK tende a zero, qualquer redução da taxa de juros não vai estimular investimento e ocorrerá empossamento da liquidez. Porem, em caso normal, pelo mecanismo de compra e venda de títulos, o BC afeta a composição da carteira dos agentes, afetando o nível de investimentos. Os três instrumentos afetam o credito, mas apenas o terceiro afeta diretamente o investimento.
Keynes foi o primeiro autor a defender a não neutralidade da moeda. Duas contribuições são fundamentais para alcançar essa conclusão: a teoria sobre a moeda e sua circulação e o Princípio da Demanda Efetiva. Para o autor, a política monetária deve afetar as decisões dos agentes, mas o comportamento destes é fundamental para determinar a eficácia da política.
Para Keynes, a moeda era mais que simplesmente o meio de troca da economia. O mundo keynesiano é inergódico e a moeda, por exercer a função reserva de valor e por ser liquidez pura, funciona como um ativo, que fornece proteção contra as incertezas. Keynes foi o introdutor da função reserva de valor da moeda, pois para os autores que o antecedem a moeda funcionava apenas como meio de troca.
A moeda funcionando como meio de troca e como ativo circula em duas esferas: uma esfera de circulação industrial, onde a moeda é utilizada para a compra de bens e serviços, ou seja, atuando como meio de troca; e uma esfera de circulação financeira, onde a moeda é utilizada como ativo e faz girar ativos financeiros. Quanto mais incerteza, mais os agentes retém moeda na esfera financeira, e para um dado estoque de moeda, menos na esfera industrial.
O Princípio da Demanda Efetiva é fundamental para entender a importância da chamada esfera industrial. Keynes critica a determinação do emprego na teoria clássica já que não existe o trade-off entre lazer e trabalho. Para Keynes, os trabalhadores vão aceitar qualquer quantidade de emprego que lhes garanta um nível acima da subsistência. Assim, a oferta de trabalho é passiva da demanda de trabalho e o nível de emprego é determinado no mercado de bens.
Os empresários vão escolher produzir à um nível que equivalha a sua demanda esperada e não à um nível tal dado pelo pleno emprego no mercado de trabalho. Escolhido um nível de produção, via expectativa de demanda, os empresários vão então definir um nível de emprego que lhes garanta esse nível, dada sua função de produção. Assim, o desemprego é involuntário e passivo da demanda por trabalho das empresas.
O nível de produção é então determinado essencialmente pela expectativa de demanda. Quanto maiores as incertezas e o pessimismo, menor será a expectativa de demanda, o nível de produção e o nível de emprego involuntário. Um balizador para as expectativas das empresas é o nível de demanda de fato, então se a demanda está muito alta, assim serão as expectativas futuras de demanda.
A esfera de circulação industrial da moeda reflete a demanda nominal de fato, ou seja, a maior alocação de moeda para a compra de bens e serviços, dado um estoque, reflete a maior intenção de demanda dos agentes e maior otimismo, ou seja, menos moeda retida na esfera financeira. Assim, Keynes mostra que a moeda é capaz de afetar as variáveis reais da economia, como produção, emprego e renda.
A política econômica para o autor tem como objetivo estimular emprego e renda, haja vista a situação da crise de 29, contexto da obra de Keynes. A política monetária, em particular, estimula emprego e renda se induzir o vazamento da moeda da esfera financeira para a industrial. Ou seja, a política monetária não controla diretamente o nível de produção, mas deve afetar as decisões dos agentes, estimulando a recomposição de seu portfólio, de ativos financeiros para ativos produtivos.
Entretanto, por mais expansionista que seja a política monetária, sua eficácia dependerá das decisões subjetivas dos agentes. Os agentes podem escolher entre três tipos de ativos para compor seus portfólios: bens de capital, títulos e moeda. Se os agentes decidem por manter a moeda como um ativo ou se decidem comprar títulos no mercado secundário (apenas para especular com ações já existentes), a política monetária será ineficaz. Mas se os agentes decidem por comprar títulos no mercado primário ou bens de capital, a política monetária é eficiente para estimular a produção, o emprego e a renda.
Keynes teve uma contribuição pioneira no que se refere à importância da moeda, às políticas econômicas e à importância das expectativas e decisões dos agentes frente à incerteza. A política monetária é, portanto, fortíssimo instrumento de política econômica, mas sua eficiência depende do cenário econômico e das decisões subjetivas da composição de portfólio dos agentes.
O modelo IS-LM é representativo da vertente chamada de Velho-Keynesiana, ou Síntese-Neoclássica, que busca sintetizar as ideias de Keynes num panorama clássico. Hicks foi quem originalmente desenvolveu o modelo e acabou por restringir a teoria de Keynes a um caso particular. Hicks considera como economia keynesiana para a formulação do modelo a demanda por moeda como [Md = f( Y+, i- )] e [I = f(i-)], ou seja, desconsidera o motivo precaucional e o motivo financeiro na demanda por moeda e desconsidera a eficiência marginal do capital como determinante do investimento. A curva IS representa a condição de equilíbrio no mercado de bens e serviços, tal que DA = OA e I = S. Pelos componentes da demanda agregada, a curva IS mostra uma relação inversa entre a taxa de juros e a renda. A curva LM representa a condição de equilíbrio no mercado monetário, tal que MS = MD, ou que M/P = f(Y+) + g(i-). Dada uma oferta de moeda M dada, a renda é diretamente proporcional à taxa de juros. O encontro das duas curvas no plano Yxi mostra que existe apenas uma taxa de juros de equilíbrio e uma renda de equilíbrio que garantem equilíbrio simultâneo no mercado de bens e no mercado monetário. O caso da “armadilha de liquidez” ou “caso Keynesiano” seria um caso particular em que o coeficiente d que relaciona investimento e taxa de juros seria tão baixo que o investimento e a demanda agregada seriam quase inelásticos em relação à taxa de juros (no mercado de bens), ou seja, os empresários teriam baixíssimas intenções de investimento relacionadasa variações da taxa de juros, o que determina uma curva IS muito vertical. Ao mesmo tempo, o coeficiente h que relaciona a demanda por moeda especulativa com a taxa de juros seria muito alto de forma que a renda seria quase perfeitamente elástica em relação à taxa de juros (no mercado monetário), ou seja, quase toda demanda por moeda estaria retida na demanda especulativa, o que determina uma curva LM muito horizontal. O caso “clássico” ou caso com otimismo seria exatamente o contrario, outro caso particular com d muito alto e h muito baixo, que refletiriam intenções de investimento muito voláteis em relação a variações de taxa de juros e demanda por moeda quase perfeitamente presente na demanda transacional, na esfera industrial, e determinando assim uma curva IS muito horizontal e uma curva LM muito vertical. Ainda que seja um caso particular, o modelo mostra que no longo prazo, a economia tenderia para o caso “clássico”, pois o caso “keynesiano” seria decorrente de rigidezes de preços e salários no curto prazo, que por definição, se esgotariam no longo prazo.
Os velhos-keynesianos foram os defensores do chamado fiscalismo, durante as décadas de 40 e 50, período que ficou conhecido como era de ouro do capitalismo. O fiscalismo, preferência pela política fiscal em detrimento da monetária, é decorrente de como essa escola de pensamento analisava a eficácia das políticas e sua aplicação prática.
Os velhos-keynesianos, ou escola da síntese neoclássica, são representados pelo modelo IS-LM de Hicks, no qual se definia o equilíbrio simultâneo no mercado de bens e no mercado monetário. As elasticidades das duas curvas eram fundamentais para determinar os casos particulares, ou seja, casos em que tais elasticidades tenderiam para os limites.
A eficácia das políticas econômicas depende essencialmente das elasticidades. A política fiscal é representada no modelo pela variação no G autônomo, ou seja, deslocamento paralelo da curva IS, assim como a política monetária é representada pela variação no M, ou seja, deslocamento paralelo da curva LM.
Assim, como as políticas econômicas são deslocamentos paralelos das curvas, serão mais eficientes para aumento da renda quanto mais inclinadas ou inelásticas forem as curvas, ou seja, quanto menor for o efeito do deslocamento sobre o juros e quanto maior for o consequente efeito do deslocamento sobre a renda.
O caso “keynesiano”, caso particular que representa o pessimismo dos agentes e a rigidez de preços, consiste num encontro de curvas IS muito vertical e LM muito horizontal. Logo, a política fiscal seria a mais eficiente para aumentar a renda nesse caso, enquanto a política monetária seria a mais ineficiente.
O caso “clássico”, caso particular que representa o otimismo dos agentes e a plena flexibilidade de preços, consiste num encontro de curvas IS muito horizontal e LM muito vertical. Logo, a política monetária seria a mais eficiente para aumentar a renda nesse caso, enquanto que a política fiscal seria a mais ineficiente.
Os economistas da síntese neoclássica mostraram empiricamente que a função investimento norte-americana era muito inelástica à taxa de juros, ou seja, caracterizava a pouca intenção de investimentos frente a variações das taxas de juros, ou uma curva IS muito vertical. Logo, demonstrou-se que a política fiscal era mais eficiente que a monetária para afetar a renda durante esse período. 
Os velhos-keynesianos então eram chamados de fiscalistas num contexto pratico e teórico que ficou conhecido como pessimismo das elasticidades. Entretanto, a mecanicidade do modelo IS-LM como prova dessa conclusão esconde a teoria da preferência pela liquidez de Keynes por trás da explicação, ainda que esta tenha sido simplificada na formulação da curva LM.

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