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Conceito de texto
O que é texto?
É uma unidade linguística organizada de modo a proporcionar interpretação
Unidade linguística tem a ver com algo que pode ser separado e que mesmo assim mantém sentido (proporciona interpretação)
Unidade linguística significa também que o texto foi organizado com o auxílio de uma linguagem
Linguagem é diferente de língua
Interpretação tem a ver com semântica (possui um sentido)
NEM SEMPRE PODEMOS SEPARAR AS PARTES DE UM TEXTO, POIS PODE PREJUDICAR O SENTIDO, O CAMPO SEMÂNTICO, DIFICULTANDO OU IMPOSSIBILITANDO A INTERPRETAÇÃO!!!
O que é língua?? O que é linguagem??
A língua é o conjunto de sinais que determinadas comunidades usam para se comunicar. Possui regras gramaticais próprias.
Ex. Língua portuguesa, língua francesa, etc.
A linguagem  é a capacidade natural que o ser humano tem de se comunicar, seja por meio de palavras, gestos, imagens, sons , cores, expressões, etc.
A linguagem pode ser classificada em: verbal e não verbal.
Linguagem verbal
A linguagem verbal é aquela que utiliza a palavra escrita ou falada para estabelecer a comunicação. 
Um texto ou uma conversa com os amigos são exemplos de linguagem verbal.
Ex. Poeminha de Homenagem à Preguiça Universal
Que nada é impossível não é verdade;
todo o mundo faz nada com facilidade. (Millôr Fernandes)
Linguagem não verbal
A linguagem não verbal utiliza os gestos, os sons, os símbolos e os ícones para conceder a comunicação. 
Uma  pintura, o semáforo ou uma placa de trânsito são exemplos de linguagem não verbal.
Linguagem mista
A linguagem mista é aquela que simultaneamente utiliza a linguagem verbal e não verbal. 
Uma história em quadrinhos ou um cartaz de publicidade são exemplos de linguagem mista. 
Um poem a também pode ser elaborado com ambas as linguagens
Muitas vezes no texto escrito, figuras de linguagem, como metáforas e ironias, este recurso apresenta-se mais claro, isto é, temos capacidade maior e mais rápida em notar onde estão esses elementos linguísticos que nos permitem compreender o que estamos lendo.
 Ex. Ela é frágil como uma flor.
 Hoje é um dia muito triste para a política brasileira.
 Achamos a chave do problema.
 O doce sabor da liberdade.
Porém, no texto não verbal nem sempre notamos onde esses elementos estão, porém, isto não significa que uma figura, uma foto ou um cartaz publicitário não possuem elementos linguísticos desta natureza (verbais) construindo seus efeitos de sentido.
Vamos ver a seguir um exemplo.
As três estruturas textuais básicas da Língua Portuguesa
Dissertação, narração e descrição
Dissertação
Principais características:
Divisão em três partes (introdução, desenvolvimento e conclusão);
Modelagem ideal para expor ideias, conceitos, opiniões;
Volume informacional, texto impessoal, ideias dispostas conforme intencionalidade do autor (sem ordem fixa – texto atemporal).
Vamos iniciar conhecendo a dissertação pela sua primeira parte: a introdução;
A introdução serve para apresentar o tema ao leitor e apontar o caminho que será usado para desenvolver esse tema;
Assim, na introdução temos o tópico frasal nuclear. Mas o que é TFN?
O que é tópico frasal?
É a ideia síntese que será desenvolvida ao longo do texto;
É o núcleo temático do texto;
O tópico frasal nas dissertações encontra-se majoritariamente na área destinada à introdução;
Porém, na verdade, existem dois tipos de tópico frasal: o que sintetiza o tema do texto (TFN) e o que sintetiza o tema do parágrafo (TF).
Exemplo:
TFN – Violência (localizado na introdução)
TF do 1º parágrafo do desenvolvimento – Violência doméstica
TF do 2º parágrafo do desenvolvimento – Violência no trânsito
TF do 3º parágrafo do desenvolvimento – Violência urbana
Tipos mais comuns de Tópico Frasais
Os modelos mais comuns de introduções para textos dissertativos
Declaração Inicial – essa é uma modalidade de redigir o tópico frasal em que a ideia central do parágrafo se apresenta na forma de uma declaração sucinta. A declaração tanto pode estar afirmando ou negando. 
Exemplo:
O Brasil será a próxima nação a dominar a economia mundial.
O Brasil não será a primeira economia mundial em 2015.
Definição – Aqui o tópico frasal define, ou seja, enuncia as características essenciais e específicas de determinada coisa. A definição tanto pode ser científica como pode ser fruto de uma concepção particular de alguém (porém há reservas para este último). 
Exemplo: Algoritmo é uma expressão que busca representar matematicamente um fenômeno qualquer
Divisão – Este é um modo essencialmente didático de apresentar o tópico frasal. Nele, separam-se as ideias que serão desenvolvidas. 
Exemplo: As aulas de Comunicação e Expressão serão ministradas em duas etapas: a primeira constando de explanação teórica e a segunda destinada à prática textual.
Pergunta – Nesta modalidade de redação do tópico frasal faz-se um questionamento, o qual norteará o desenvolvimento, e mais, o qual se perseguirá ao longo do texto buscando respondê-lo.
Exemplo: Será que o Rio de Janeiro tem condições de efetuar as Olimpíadas de 2016 com êxito?
Tipos de introduções para textos dissertativos
As introduções mais usadas derivam dos tópicos frasais mais usados também, ou seja, o tipo de tópico frasal define a característica da introdução.
T.F. declaração – Introdução declaração
T.F. definição – Introdução definição
T. F. divisão – Introdução divisão
T.F. pergunta – Introdução pergunta
Planejamento dos parágrafos
Desenvolver o parágrafo é expor de forma pormenorizada a ideia principal deste (tópico frasal). Tal desenvolvimento pode se dar por diversas maneiras.
As quatro formas mais utilizadas são: enumeração, confronto, causa e efeito a alusão histórica.
Enumeração
o autor enumera e detalha a ideia apresentada, e pode-se desenvolver a enumeração das seguintes formas: 
por descrição, 
por exemplificação, 
por dados (números, frações, percentuais), 
por lista de características ou por qualquer tipo de lista (enumeração).
1 - Por descrição de detalhes: é o processo típico do desenvolvimento de um parágrafo descritivo: 
Exemplo: Era o casarão clássico das antigas fazendas negreiras. Assobradado, erguia-se em alicerces o muramento, de pedra até meia altura e, dali em diante, de pau-a-pique (...) À porta da entrada ia ter uma escadaria dupla, com alpendre e parapeito desgastados. (Monteiro Lobato
2 - Por exemplificação: ao exemplificar, o autor tanto pode esclarecer o assunto proposto quanto comprová-lo.
 Exemplo: A imaginação utópica é inerente ao homem, sempre existiu e continuará existindo. Sua presença é uma constante em diferentes momentos históricos: nas sociedades primitivas, sob a forma de lendas e crenças que apontam para um lugar melhor; nas formas do pensamento religioso que falam de um paraíso a alcançar; nas teorias de filósofos e cientistas sociais que, apregoando o sonho de uma vida mais justa, pedem-nos que “sejamos realistas, exijamos o impossível”. (Teixeira Coelho, adaptado)
3 – Por dados: utilizando números (estatísticas ou dados de qualquer natureza). Quando utiliza-se deste modo é necessário sempre indicar a fonte de onde os dados vêm.
 Exemplo: As redes sociais trazem muitos benefícios pessoais e profissionais aos seus usuários. Com base em pesquisa feita pelo site MBI nas principais regiões do país 79,0 % das pessoas buscam manter contatos pessoais, 74,2% buscam manter contatos profissionais e 32,9% entretenimento e lazer. O que mais atrai nas redes sociais são informações em tempo real, a facilidade e praticidade na compra e venda de produtos, além de procura por emprego.
4 - Por enumeração (lista): o autor enumera e detalha a ideia apresentada.
 Exemplo: A televisão, apesar das críticas que recebe, tem trazido muitos benefícios às pessoas, tais como: informação, por meio de noticiários que mostram o que acontece de importante em qualquer parte do mundo; diversão, através de programas de entretenimento (shows, competições esportivas); cultura,por meio de filmes, debates, cursos. 
Confronto
Confrontar consiste em se desenvolver a dissertação por comparação (organizar os parágrafos relativos ao desenvolvimento usando o modo de organização denominadao de confronto).
A comparação pode ser feita através das semelhanças, das diferenças ou de ambas.
Porém, ATENÇÃO, se optar por ambas comparações (diferenças e semelhanças) deve-se separar por parágrafos, ou seja, cada parágrafo do desenvolvimento relativo a um tipo de comparação.
Não misture, pois pode tornar seu texto incoerente!!! 
Causa e efeito
Desenvolve-se assim o parágrafo, esclarecendo a causa, motivo ou razão, bem como a consequência ou efeito do acontecimento ou fato apresentado como ideia principal. Quando se trata de fenômenos físicos, empregamos os termos causa e efeito; se humanos usamos os termos motivo, razão e consequência.
Alusão histórica
É relembrar, citar fatos passados, buscando usá-los para desenvolver a ideia principal apresentada pelo tópico frasal.
Quando inserimos a fala de uma autoridade (argumento por autoridade) também estamos no modo “alusão histórica”.
Pode-se usar uma maneira apenas (ou recordação de fatos ou argumento por autoridade) ou as duas combinadas.
Quando inserimos a voz de um especialista (argumento por autoridade) usamos o discurso direto (citação textual) ou indireto (paráfrase).
Entretanto há formas diferentes de se fazer isto, como as exemplificadas a seguir.
Tipos de conclusões
As conclusões mais recorrentes em textos dissertativos
São várias as formas de se concluir um texto dissertativo, entretanto cinco maneiras são as mais usadas, sendo elas:
Resumo
Proposta
Pergunta 
Adicional
Surpresa
Conclusão resumo
É a forma mais usada, pois é considerada a mais ortodoxa, ou seja, a mais correta.
Neste tipo de conclusão o redator faz um breve resumo das principais ideias apresentadas no texto, com o intuito de reforçar os pontos mais marcantes.
Conclusão proposta
Neste tipo o redator propõe uma solução, um caminho a ser seguido em direção à resolução do problema.
Deve-se tomar cuidado com propostas simplistas e infantis, pois na maioria dos casos (dos temas tratados) a solução é bastante complexa.
Só deve-se usar quando realmente temos uma solução eficaz a oferecer ao problema. 
Conclusão pergunta,
É o tipo de conclusão que no final o redator propõe uma reflexão, colocada na forma de pergunta.
É bastante empregada em textos reflexivos (ensaios), nos quais o propósito maior é deixar/estimular o leitor a pensar.
Conclusão adicional
É aquela que o espaço da conclusão também é aproveitado para apresentar e/ou desenvolver novas ideias (ainda não comentadas no texto).
Este tipo é usado quando o espaço do texto é limitado e a argumentação é extensa ( há muitas ideias a serem desenvolvidas).
Muito comum em textos jornalísticos de opinião.
Conclusão surpresa
É o tipo que permite que o espaço de arremate do texto seja usado para dar ares mais poéticos ou irônicos ao texto.
É quando se introduz na conclusão um elemento estranho ao tema, porém análogo, que dá um tom mais coloquial, lírico ou engraçado ao texto escrito.
Como dar título a um texto?
Os títulos são modelos de síntese, apresentando de modo “abreviado” a ideia principal exposta, o tópico frasal nuclear (TFN).
Assim, a primeira coisa é observar o TFN e usá-lo para compor seu título (porém sem repeti-lo).
A simplicidade e a objetividade também devem ser perseguidos nos títulos. Para tanto, títulos menores costumam ser melhores (título direcionador).
Expressões coloquiais podem ser empregadas, desde que haja relação com o texto. Nada impede o uso de título figurativo, por exemplo.
Dúvida comum, principalmente para quem está acostumado a ler as manchetes de jornal, é o uso de verbo em títulos. Segundo os especialistas, apesar de dar sentido de ação, não há regra para o uso de verbos nas redações. Ou seja, pode-se elaborar um título sem verbo. 
Demonstre domínio da língua portuguesa: não erre logo no título a forma como as palavras são escritas, tampouco na conjugação de verbo e concordância. É claro que isto vale para todo o texto!
Não há problema usar aspas no título dos textos. Podem aparecer, principalmente quando remetem a expressões inusitadas ou neologismos (visando denotar conhecimento da norma culta). Porém, não abuse das aspas e essa recomendação vale para todo o texto também!
O título é sempre a última parte que se escreve num texto, afinal ele sintetiza a ideia principal. Como, normalmente, a redação passa por alterações durante a escrita, vale a pena deixar para o final o “batismo” da obra. Porém, isso não significa que não se possa começar a escrever o texto com um título prévio. As vezes isso ajuda...
Nunca use ponto final em um título. Outras pontuações (vírgula, dois pontos, etc.) podem ser usados.
A atenção ao tipo de estrutura textual usada. Ela é importante na hora de compor o título. 
Na narração, por exemplo, é apresentada uma história em um determinado contexto com personagens, os quais devem/podem ser indicados nos títulos, porém não necessariamente de forma clara. 
Já a descrição transmite uma impressão sobre um objeto/cena/personagem em questão, o qual deve ser indicado no título. 
A dissertação repassa o ponto de vista pessoal sobre um fato, assim seu título também deve ressaltar/destacar este ponto de vista. 
Apesar das recomendações, é importante ter em mente, na hora de compor o título, duas coisas:
O título é o primeiro contato do leitor com o texto. Ele deve indicar o teor da leitura, mas sem devendá-lo completamente, pois certa surpresa é sempre bem-vinda. São as novas informações que prenderão o leitor ao texto!
Nada substitui a criatividade. Ela é uma característica atualmente muito cobrada no mercado de trabalho. Mas cuidado com “certo excesso”.
Narração
Principais características:
Divisão em quatro partes (exposição, complicação, clímax e desfecho);
Modelagem ideal para contar histórias, para narrar um fato;
Marcas da temporalidade, linha do tempo, presença de narrador.
O texto narrativo caracteriza-se pelo relato de fatos retratados por uma sequência de ações, relacionados a um determinado acontecimento com o auxílio dos elementos temporais, podendo ser estes fatos reais ou fictícios. 
Para que este relato seja algo dotado de sentido, o mesmo dispõe-se de alguns elementos que desempenham funções primordiais. Representando-os, figuram-se os personagens, peças fundamentais para a composição da história, narrador, espaço, tempo e enredo propriamente dito, ou seja, o assunto sobre o qual se trata. 
Dentre os diferentes tipos de textos, há aqueles caracterizados como narrativos, e destacam-se:
contos, novelas, romances, algumas crônicas, poemas narrativos, histórias em quadrinhos, piadas, letras musicais, entre outros.
Elementos da narrative
Personagens
Constituem os seres que participam da narrativa, interagindo com o leitor de acordo com o modo de ser e de agir. 
Algumas ocupando lugar de destaque, também chamadas de protagonistas, outras se opondo a elas, denominadas de antagonistas. 
As demais caracterizam-se como secundárias. 
Tempo
Retrata o momento em que ocorrem os fatos (manhã, tarde, noite, na primavera, em dia chuvoso). 
O mesmo pode ser cronológico, ou seja, determinado por horas e datas, revelado por acontecimentos dispostos numa ordem sequencial e linear - início, meio e fim; 
Ou psicológico, aquele ligado às emoções e sentimentos, caracterizado pelas lembranças dos personagens, reveladas por momentos imprecisos, fundindo-se em presente, passado e futuro.
Espaço
É o lugar onde se passa toda a trama. Algumas vezes é apenas sugerido no intuito de aguçar a mente do leitor, outras, para caracterizar os personagens de forma contundente. 
Dependendo do enredo, a caracterização do mesmo torna-se de fundamental importância, como, por exemplo, os romances regionalistas.
Narrador 
Ele funciona como um mediador entre a história que ora é narrada e o leitor (ou ouvinte). Sua perspectiva, aliadaa seu ponto de vista e ao modo pelo qual organiza tudo aquilo que conta, são fatores decisivos para a constituição da história. 
A maneira pela qual o narrador se situa em relação ao que está narrando denomina-se como foco narrativo. E, basicamente, há três tipos que será vistos a seguir.
Narrador-personagem - Narrando em 1ª pessoa, ele participa da história, relatando os fatos a partir de sua ótica, predominando as impressões pessoais e a visão parcial dos fatos. 
Narrador-testemunha – Ele revela ao leitor somente os fatos que consegue observar, relatando-os também em 1ª pessoa.
Narrador-onisciente – Além de observar, ele sabe e revela tudo sobre o enredo e os personagens, até mesmo seus pensamentos mais íntimos, como também detalhes que até mesmo eles não sabem. Em virtude de estar presente em toda parte é também chamado de onipresente, o que lhe permite observar o desenrolar dos acontecimentos em qualquer espaço que ocorram. Algumas vezes limita-se a observá-los de forma objetiva, em outras, emite opiniões e julgamento de valor acerca do assunto. Narra em 3ª pessoa.
Enredo 
É o conjunto de incidentes que constituem a ação da narrativa. Todo enredo é composto por um conflito vivido por um ou mais personagens, cujo foco principal é prender a atenção do leitor por meio de um clima de tensão que se organiza em torno dos fatos e os faz avançar. 
Observação importante
Narração e narratividade são entruturas textuais diferentes.
Na narração o tempo cronológico é o fio condutor, pois os fatos são apresentados seguindo uma sequência temporal. Assim, sempre há a presença dos elementos temporais.
A narratividade tem função mais informativa e os fatos são apresentados segundo sua relevância, seguindo a ordem de importância deles, ficando a cronologia em segundo plano. Portanto, os elementos temporais não são necessários, sendo eliminados do texto.
Partes da narrative
Geralmente, o conflito, a trama em si determina as partes do enredo, descritas abaixo:
Introdução – É o começo da história, no qual se apresentam os fatos iniciais, os personagens, e, às vezes, o tempo e o espaço.
Complicação – É a parte em que se desenvolve o conflito.
Clímax – Figura-se como o ponto culminante de toda a trama, revelado pelo momento de maior tensão. É a parte em que o conflito atinge seu ápice.
Conclusão ou desfecho final – É a solução do conflito instaurado, podendo apresentar final trágico, cômico, triste, ou até mesmo surpreendente. Tudo irá depender da decisão imposta pelo narrador.
Tessitura narrativa
A narrativa deve tentar elucidar os acontecimentos, respondendo às seguintes perguntas essenciais:
O QUÊ? - o(s) fato(s) que determina(m) a história (F.N.I.);
QUEM? - personagens;
COMO?- o enredo, o modo como se tecem os fatos;
ONDE? - o lugar ou lugares da ocorrência;
QUANDO?- o momento ou momentos em que se passam os fatos;
POR QUÊ? - a causa do acontecimento.
Descrição
Principais características:
Não há divisão em partes;
Estrutura mais usada como auxiliar (junto com outra estrutura (dissertação ou narração);
Modelagem ideal para descrever, localizar;
Usado para descrever pessoas, objetos ou cenas. Descrever é representar, por meio de palavras, as características de seres e objetos percebidos através dos sentidos. O objetivo da descrição é transmitir ao leitor uma imagem daquilo que observamos. É como compor um retrato por meio de palavras, fazendo com que o leitor perceba as características marcantes do ser que estamos descrevendo e de modo a não confundi-lo com nenhum outro.
Se tivermos em nossa frente duas cadeiras diferentes, poderemos identificá-las através de um só substantivo: cadeira. Essa palavra apenas identifica o objeto, mas não o descreve, pois a descrição consiste na enumeração de caracteres próprios dos seres animados ou inanimados, coisas, cenários, ambientes, costumes sociais, ruídos, odores, sabores ou impressões táteis.
A descrição não se confunde com a definição . A definição é uma forma verbal através da qual se exprime a essência de uma coisa. As coisas, individualmente não admitem definição. Quando definimos, estando tratando de classes, espécies. Quando descrevemos, detalhamos indivíduos de uma mesma espécie. Portanto, a definição é generalizante e a descrição, particularizante
DEFINIÇÃO / DESCRIÇÃO
Cadeira - peça de mobiliário que consiste num assento com costas, e , às vezes, com braços, dobrável ou não, para uma pessoa.
Cadeira - De embuia, com assento estofado, quatro pernas, com duas travessas nas costas, envernizada.
Navio - embarcação de grande porte.
Navio - tinha o casco preto, era baixo, um ar de navio fantasma, muito vagaroso.
Mulher - pessoas do sexo feminino, após a puberdade.
Mulher - Não era bonita; loira, nariz arrebitado, alta, tinha 1.80m, gorda.
Podemos descrever pessoas, objetos e cenas. Para cada um dos focos há formas específicas de se realizar a descrição.
A seguir vamos estudar cada tipo de descrição, escolhendo a forma melhor, de acordo com a intencionalidade do texto 
Descrição de pessoas
É possível descrever pessoas e personagens, física e psicologicamente:
Física - fornece características exteriores, ligadas aos traços físicos do personagem: altura, cor dos olhos, cabelo, forma do rosto, do nariz, da boca, porte, trajes. 
Psicológica - Apresenta o modo de ser do personagem, seus hábitos, atitudes e personalidade, características interiores. 
Descrição de objetos
Há duas formas de se descrever um objeto:
enfoque objetivo - Na descrição objetiva , o autor reproduz a realidade como a vê. Detém-se na forma, no volume, na dimensão, no tamanho, na cor, no cheiro. 
enfoque subjetivo - A realidade descrita não é apenas observada pelo autor, é também sentida. O objeto descrito apresenta-se transfigurado de acordo com a sensibilidade de quem o descreve. O autor procura transmitir a impressão , a emoção que a realidade lhe causa.
Descrição de cenas
Na descrição de ambientes, o autor volta-se para as características do lugar onde os acontecimentos vão se desenrolar. 
Descrever um lugar é detalhar as características e isso pode ser feito focalizando-se vários aspectos: quadro parado, quadro em movimento, ambiente externo e ambiente interno.
Quadro parado : é como uma fotografia do lugar, ideal quando se quer ressaltar detalhes.
Quadro em movimento: é como um pequeno filme que passa a nossa frente, ideal para transmitir mais realidade à cena descrita.
Ambiente externo: é a descrição do exterior ao ponto de referência, é aquilo que está fora, exterior ao ambiente.
Ambiente interno: é a parte interior do ambiente, apenas o que está dentro das quatro paredes (mesmo as imaginárias).
As coisas impressionam nossos sentidos com maior intensidade, provocando sensações visuais, auditivas, táteis, olfativas e gustativas. 
Sensações visuais - Domingo festivo. Céu azul, temperatura alta, calor tropical. Grande movimentação, agitação. Crachás. TVs, jornais, revistas, fotógrafos, repórteres, comentaristas, cinegrafistas, cabo-men,correspondentes estrangeiros. Corre-corre, passa-passa.
Sensações auditivas - Barulho infernal . Motores roncando. A torcida vibrando, pneus cantando, câmbio engatando, carro voando, o tempo se esgotando. A torcida delirando, a equipe comemorando. Pódio. Hino. 
Sensações táteis - Ao passar a mão pelo cabelo, sentiu uma coisa viscosa, mole. Tinha sido premiada!
Sensações olfativas - Cheiros variados: perfumes importados, combustível, cachorro-quente, hambúrguer, batata frita, pipoca.
Sensações gustativas - O ron-ponche tem um sabor adocicado. Percebe-se um gostinho de laranja, abacaxi e no fundo, um toque de rum. 
Argumentação
A argumentação é uma sofisticação da dissertação, diferenciando-se basicamente pelo fato de não apenas expor ideias, mas também persuadir o leitor a acreditar nelas. 
Para tanto, usa-se de argumentos convincentes (provas materiais ou retóricas) para se alcançar o objetivo: o convencimento, a persuasão.
No mais, todas as características mencionadas com relação à dissertaçãotambém valem para a argumentação.
Injunção
A injunção se caracteriza pelo fato de a intenção estar voltada para instruir o interlocutor acerca de um determinado procedimento. 
Possui a ordem, o comando como característica principal (argumentação), mas usa muito da descrição de detalhes ou de características também.
Exemplos de textos injuntivos:
Uma receita de bolo que sua avó passa à sua mãe;
Uma bula de remédio;
Um manual de instrução que você recebe quando adquire um eletroeletrônico;
Determinados capítulos de um livro de autoajuda.

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