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Direito Penal: 
noções gerais 
Vilmar Velho Pacheco Filho*
Introdução 
O Direito Penal, tendo em vista a sua finalidade de buscar a manutenção da or-O Direito Penal, tendo em vista a sua finalidade de buscar a manutenção da or-O Direito Penal, tendo em vista a sua finalidade de buscar a manutenção da or
dem e da paz pública, confunde-se com a própria história das civilizações. Desde os pri-
mórdios, com o agrupamento entre os humanos, eram impostas, tacitamente, regras de 
convivência e ordem. Infringidas, surgia para o clã o direito de punir o infrator, o que era 
feito através da vingança privada, normalmente de forma desmedida e desproporcional. 
Após o período da autotutela, veio a autocomposição, e por fim o direito punitivo passou 
a ser exercido pelo Estado, através de penas, inicialmente aflitivas, cruéis, de morte ou 
trabalhos forçados. A partir de meados do século XVIII, com o Iluminismo, é que se 
passou a discutir sobre a verdadeira finalidade da sanção e da norma penal, em especial 
em função da obra Dos Delitos e das Penas, de Cesare Beccaria, que humanizou o Direito 
Penal moderno, buscando a proporcionalidade da atuação interventiva estatal em relação 
ao fato praticado pelo infrator.
Finalidade da norma penal e suas teorias
Teoria absoluta■ : influência iluminista, em busca do senso de justiça, a pena 
é estritamente retributiva. “Um mal necessário para retribuir ao mal causado 
por alguém à sociedade”.
Teoria relativa■ : inspiração jusnaturalista, mais moderada. A pena não é retri-
buição, é um veículo útil às funções político-sociais de proteção do Estado. A 
pena deve ser útil, funcional.
Teoria mista■ : pena é retribuição e é útil à proteção do Estado. O legislador 
brasileiro adotou esse posicionamento híbrido, tendo em vista o que dispõe 
nos artigos 59; 121, parágrafo 5.º; 129, parágrafo 8.º, do Código Penal (CP) e 
Mestre em Ciências Criminais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Professor de cursos prepa-
ratórios no Rio Grande do Sul. Advogado.
Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, 
mais informações www.videoaulasonline.com.br
DIREITO PENAL
no artigo 1.º da Lei de Execuções Penais. À exceção da Lei 9.714/98 e da Lei 
9.099/95, a legislação penal brasileira, como regra, tem caráter antigarantista – 
maximiza o Direito Penal, em detrimento do direito individual e das garantias 
fundamentais do cidadão.
Fontes do Direito Penal 
As fontes do Direito Penal são material e formais. 
A fonte material é no sentido de sua elaboração, criação, que compete exclusiva-
mente à União, conforme disserta o artigo 22, I, da Constituição Federal (CF). 
As fontes formais, por sua vez, são referentes à divulgação e conhecimento. Divi-
dem-se em imediatas e mediatas. Fonte formal imediata é a lei ou norma penal, enquan-
to fontes formais mediatas são os costumes e os princípios gerais de direito.
A equidade, a doutrina, a jurisprudência e os tratados e convenções não são fontes 
de Direito Penal, mas formas de procedimento de interpretação da lei penal.
A fonte formal imediata, lei ou norma penal, tem uma série de características: 
exclusividade ■ – compete somente à União (CF, art. 22, I);
imperatividade ■ – é obrigatória, indiscutível, cogente;
generalidade ■ – uma vez que prevê situações gerais relacionadas ao convívio 
social atual;
abstrata e impessoal ■ – pois aplica-se a todas as pessoas indistintamente.
Classificação das leis penais
A doutrina faz uma verdadeira classificação das leis penais: 
Leis penais incriminadoras são aquelas que descrevem condutas típicas, que ■
incriminam comportamentos, que têm o preceito (descrição típica) e a sanção 
(previsão da pena).
Leis penais não incriminadoras são as que não incriminam, e podem ser: ■
permissivas justificativas (como as que excluem a ilicitude, CP, art. 23 a 25) ■
e permissivas exculpantes (como as que excluem a culpabilidade, CP, arts. 
26 e 28, §1.º);
explicativas ou complementares, como se dá nos artigos referentes a o que ■
é crime consumado, tentado, doloso, culposo, funcionário público (CP, 
arts.14, 18 e 327).
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Normas penais em branco
Normas penais em branco, cegas, abertas, são aquelas em que a sanção penal é fixa, 
mas a definição do crime é incompleta e precisa de outra norma para complementá-la.
Pode ser norma penal em branco homogênea, quando outra de mesma hierarquia 
ou órgão expedidor a supre, por exemplo, o crime de contrair casamento com impedi-
mento (CP, art. 237, que precisa de outra norma para dizer quais são essas causas de 
impedimento, que estão descritas nos arts. 1.517, 1.521, 1.523 e 1.550 do CC).
Diferença entre norma penal 
em branco/aberta e tipo penal aberto
Na norma penal em branco/aberta, a complementação é feita por uma norma 
jurídica, lei ou regulamento. No tipo penal aberto, a complementação é feita pela 
jurisprudência, por exemplo, quando os julgados dão casos práticos do que seja im-
prudência, negligência ou imperícia para configurar o delito culposo, ou situações de 
pessoas que têm o dever de agir para evitar o resultado, para dizer se é ou não caso 
de crime omissivo impróprio.
Interpretação da lei penal
Várias são as espécies de interpretação da lei penal.
Quanto a quem faz a interpretação, poderá ser caso de: 
interpretação autêntica ■ – parte de quem fez a lei. Pode ser contextual, por 
exemplo, o artigo 327 do CP, que conceitua funcionário público “para os 
efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce 
cargo, emprego ou função pública”. Ou posterior, quando nova lei ou regu-
lamento a interpreta;
interpretação doutrinária ■ – quando feita pelos estudiosos do Direito, como 
por exemplo, o livro Leis de Drogas – crimes, investigação e processo, no qual Vil-
mar Pacheco e Gilberto Thums interpretam as leis relacionadas às drogas;
interpretação judicial ■ – quando no momento da sentença, ou nos acórdãos, 
os representantes do Poder Judiciário interpretam as leis, na aplicação do 
caso concreto.
Quanto aos meios empregados para interpretar a lei penal, pode ser: 
interpretação gramatical, literal ou sintática ■ – o intérprete usa o sentido 
literal das palavras, interpreta ipsis litteris e faz interpretação lógica ou teleoló-
gica. Indaga sobre a vontade da lei, atendendo-se aos fins, dentro do ordena-
mento jurídico.
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DIREITO PENAL
Quanto ao resultado, pode ser: 
interpretação declarativa ■ – quando a lei declara sua vontade, é clara e taxati-
va, em relação ao seu limite, não deixando margem para interpretação;
interpretação restritiva ■ – quando a lei vai além da sua vontade, e o intérprete 
precisa restringi-la. Por exemplo, artigo 28, I e II, do CP, quando afirma que a 
emoção, paixão e embriaguez não excluem a culpabilidade, mas o intérprete 
precisa diminuir essa extensão, como no exemplo da embriaguez patológica 
que sofrerá a incidência do artigo 26 do CP e levará à inimputabilidade, ex-
cluindo a culpabilidade;
interpretação extensiva ■ – que ocorre quando a lei fica aquém da sua vontade, 
como no caso do crime de bigamia previsto no artigo 235 do CP, no qual o le-
gislador deixou de fora os casos de poligamia, que logicamente também levam 
à incidência desse artigo legal.
Quanto ao princípio do in dubio pro reo na interpretação da lei penal, não há dúvida 
que é um dos princípios basilares do Direito Penal moderno.
Interpretação progressiva ■ : deverá ser feita pelo intérprete para evitar que a 
lei seja sempre mudada, uma vez que ela deve progredir conforme os tempos. 
Por exemplo, artigos 155 e 131 do CP (coisa móvel e moléstia grave), com o 
passar do tempo vão surgindo outras coisas móveis (computadores, aparelhos 
de DVD, MP3 etc.) e outras moléstias graves e aquelas queeram graves há 
algum tempo, e hoje não são mais.
Interpretação analógica ■ : se dá quando a lei quer que o intérprete extenda seu 
conteúdo para casos análogos, como ocorre nos casos dos artigos 121, pará-
grafo 2.º, I, IV, do CP (quando o legislador pede “ou outro motivo torpe”, “ou 
outro meio que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima”).
Analogia é uma forma autointegradora da lei. A lei não quer que o intérprete 
extenda seu conteúdo a casos análogos, ela silencia, mas o intérprete a extende. O fun-
damento vem da circunstância de que onde há a mesma razão há o mesmo direito. Por 
exemplo, o artigo 128, II, do CP, que trata do aborto lícito se a gravidez for proveniente 
de estupro. Importante observar que a analogia só se admite in bonam partem, em favor 
da parte.
Elementos do tipo culposo
Conduta humana voluntária, comissiva ou omissiva. ■
Nexo causal: está sempre presente no fato típico culposo, pois há sempre ■
um resultado.
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Resultado involuntário. ■
Inobservância de cuidado objetivo, por imprudência, imperícia ou negligência. ■
Ausência de previsão, salvo na culpa consciente. ■
Previsibilidade objetiva. ■
Tipicidade. ■
Princípio da excepcionalidade do crime culposo
Está previsto no artigo 18, parágrafo único, do CP, que “salvo os casos ex-
pressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quan- 
do o pratica dolosamente”. A regra é que o crime seja doloso; excepcionalmente, quando 
houver previsão legal, é que será admitida a modalidade culposa.
Modalidades da culpa
Imprudência: ■ uma conduta (ação ou omissão) positiva, em que o agente atua 
com precipitação, desconsideração, sem cautelas, não usando de seus poderes 
inibidores. É uma culpa em agir, o agente faz o que não deve (exemplos: exces-
so de velocidade, ultrapassar o semáforo com o sinal vermelho).
Negligência: ■ uma conduta (ação ou omissão) negativa, é a inércia psíquica, a 
indiferença do agente que, podendo tomar as cautelas exigíveis, não o faz por 
displicência ou preguiça mental. É culpa in omitendo. O agente não faz o que 
deve (não examina os freios, não abastece o veículo e, em face da pane seca, 
causa um crime de trânsito).
Imperícia: ■ é relacionada à incapacidade, à falta de conhecimentos técnicos no 
exercício da arte ou profissão, não tomando o agente em consideração o que 
sabe ou deve saber. A imperícia pressupõe sempre a qualidade de habilitação 
legal para a arte ou profissão.
Espécies de culpa
Culpa inconsciente ■ : é a culpa comum, que existe quando o agente não prevê o 
resultado que é previsível. Não há no agente o conhecimento efetivo do perigo 
que sua conduta provoca para o bem jurídico alheio.
Culpa consciente ■ : ocorre quando o agente prevê o resultado, mas espera sin-
ceramente que ele não ocorra. Há no agente a representação da possibilidade 
do resultado, mas ele a afasta por entender que o evitará, que sua habilidade 
impedirá o evento lesivo que está dentro de sua previsão.
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DIREITO PENAL
 Distinção entre culpa consciente e dolo eventual:
Na culpa consciente, o agente, embora prevendo o resultado, não o aceita ■
como possível. Ele não consente no resultado. É o caso do atirador de elite 
que, mirando o agressor, acerta a vítima. Podia prever, mas acreditava poder 
evitar o resultado. O agente não era indiferente ao resultado.
No dolo eventual, o agente prevê o resultado, não se importando que ele ■
venha a ocorrer. Há uma indiferença do agente, ele tolera a produção do re-
sultado. Aqui, não é suficiente que o agente se tenha conduzido de maneira a 
assumir o resultado, exige-se que ele haja consentido no resultado, fazendo 
pouco caso da ocorrência do resultado.
Culpa própria ■ : ocorre quando o agente não quer o resultado nem assume o 
risco de produzi-lo.
Culpa imprópria ■ : é impropriamente chamada de culpa, porque, na realidade, 
trata-se de uma conduta dolosa punida como culposa, que poderá derivar de 
erro de tipo inescusável, erro inescusável nas descriminantes putativas ou ex-
cesso nas causas justificativas. É também chamada de culpa por equiparação, 
assimilação. Nessas hipóteses, o sujeito quer o resultado, mas sua vontade está 
viciada por um erro que poderia, com o cuidado necessário, ter sido evitado.
Culpa mediata ou indireta ■ : ocorre quando o agente, determinando de forma 
imediata certo resultado, vem dar causa a outro. Por exemplo, o pai, na ten-
tativa de socorrer o filho, culposamente atropelado por um veículo, vem a ser 
atropelado e morto por outro. Questiona-se a existência de culpa do primeiro 
atropelador pela culpa do último resultado. A solução do problema se resolve 
pela previsibilidade ou imprevisibilidade do segundo resultado.
Compensação e concorrência de culpas
As culpas não se compensam na área penal. Em matéria criminal, a culpa recí-
proca apenas produz efeitos quanto à fixação da pena, ficando neutralizada a culpa do 
agente somente quando demonstrado inequivocamente que a atuação da vítima tenha 
sido a causa exclusiva do evento.
A questão da compensação de culpas não se confunde com a concorrência de 
culpas. Há concorrência de culpas quando dois ou mais agentes causam o resultado lesivo 
por imprudência, imperícia ou negligência. Todos respondem pelo evento lesivo.
Pode haver concurso de agentes no delito culposo. Por exemplo, dois operários 
que jogam do alto de uma construção um pedaço de concreto, causando a morte de 
 outrem que passava pela rua (para alguns, seria dolo eventual).
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Crimes preterdolosos
O crime preterdoloso é um crime misto, em que há dolo no antecedente e culpa 
no consequente. Antecedente é a conduta que é dolosa, por dirigir-se a um fim típico, e 
consequente é o resultado que sobrevém por culpa do agente, uma vez que não era pre-
tendido pelo agente, razão pela qual não admite tentativa.
O delito de lesão corporal seguido de morte constitui o chamado crime preterdoloso, 
havendo dolo no antecedente e culpa no consequente. O agente quis apenas lesionar, não 
sendo o resultado morte aceito ou querido, vindo a ocorrer por culpa, destacando-se que a 
“essência da culpa está toda na previsibilidade” (Carrara), sendo “imperativo que o autor 
obre com previsibilidade para que se lhe possa imputar a circunstância de agravamento na 
reação penal” (Mayrink). Previsível é o fato cuja superveniência não escapa à perspicácia 
comum, não se podendo afastar do que seria imaginável pelo chamado homem médio 
(previsibilidade objetiva), também admitindo parte da doutrina que a previsibilidade deve 
ser estabelecida conforme a capacidade de previsão de cada indivíduo, sem que para isso 
se tenha de recorrer a nenhum termo médio (previsibilidade subjetiva), posição defendida 
por Zaffaroni. No caso concreto, ocorrendo uma briga entre duas mulheres, com trocas de 
arranhões e puxões de cabelo, a conduta da filha de uma delas de puxar o cabelo daquela 
que guerreava com sua mãe, acarretou uma lesão raquimedular, causa da morte da vítima 
vários dias após. O resultado letal, porém, manifesta-se de forma totalmente imprevisível, 
quer seja adotada a regra da previsibilidade objetiva, quer seja a da previsibilidade subje-
tiva. O recurso defensivo é provido para o fim de excluir o resultado morte da previsibili-
dade das apelantes, devendo responder pelo caput do artigo 129 do Código Penal. (TJRJ, 
ACr 708/99, 1.ª C. Crim., Rel. Des. Marcus Basilio, J. em 22/06/1999).
Causas de exclusão do tipo: erro de tipo
Inadequação típica ■ : uma vez que o fato praticado pelo agente não se amolda 
à norma.
Crime de bagatela ■ : por falta de relevância social, com base no princípio da 
insignificância, que ensinaque, embora a conduta do agente possa se amoldar 
ao tipo formal (exemplo: CP, art. 155), não há a chamada tipicidade material, 
que é a ofensa ao bem jurídico tutelado pela norma penal, pois o objeto furtado 
tem um valor insignificante, desprezível, que não chega a ofender o patrimônio 
da vítima (por exemplo, uma caneta de um real).
Erro de tipo ■ : conforme prevê o artigo 20 do CP, pode ser essencial ou acidental.
O erro de tipo essencial ■ sempre exclui o dolo da conduta do infrator, e pode-
rá também excluir a culpa quando então não será responsabilizado por nada, 
pois o fato será atípico. Esse é o chamado erro de tipo essencial invencível 
ou escusável. Se excluir somente o dolo e o agente, com um pouco mais de 
atenção poderia evitar o resultado, persistirá a culpa, respondendo ele pela 
modalidade culposa se houver previsão típica. É o chamado erro de tipo 
essencial vencível ou inescusável.
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DIREITO PENAL
O erro de tipo acidental não beneficia o agente uma vez que não exclui ■
nem o dolo nem a culpa do seu comportamento, já que o resultado é que 
foi acidental. É o que ocorre nos casos de erro sobre o objeto, erro sobre a 
pessoa (CP, art. 20, §3.º), erro na execução (CP, art. 73) e resultado diverso 
do pretendido (CP, art. 74).
Direito Penal, de Damásio Evangelista de Jesus, editora Saraiva.
Manual de Direito Penal, de Julio Fabbrini Mirabete, editora Atlas.
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Sergio Yáñez Pérez. Santiago: Juridica de Chile, 1997.
ZAFFARONI, Eugênio Raúl; PIERANGGELI, José Henrique. Manual de Direito Penal 
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Esse material é parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, 
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