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Resumo da teoria de Karl Marx e Friedrich Engels

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RESENHA DO PENSAMENTO DE KARL MARX
Contexto histórico
Karl Marx e Friedrich Engels escrevem no contexto da Revolução Industrial, cujas características e consequências se pautavam na intensificação da produção, aumento das desigualdades sociais, contribuindo para o surgimento de uma nova classe social denominada proletariado. Designada a trabalhar nas fábricas, tem seu trabalho aplicado como um valor de mercado.
Marx e Engels desenvolvem, então, uma teoria responsável por explicar a sociedade (em toda sua estrutura e formação) a partir de sua base material (a produção) e as relações estabelecidas em função dela. Encontram na dialética e no materialismo a base filosófica para entender a transformação da sociedade, em que a contradição material seria o “motor” da história.
Dentre as principais influências para a formação da teoria marxista podemos destacar o socialismo utópico francês e alguns formatos de socialismo anteriores a Marx que, por sua vez, não buscavam a práxis, sem fazer, de fato, uma revolução. Também podemos citar a principal influência para a teoria marxista: o filósofo Friedrich Hegel, com seu conceito de dialética no qual estabelece a idealização da modificação da realidade histórica de uma forma constante, em que a história se molda sob um freqüente fluxo de alterações. Marx se apropria da dialética hegeliana para fundamentar sua teoria.
Vale ressaltar que o termo “dialética” não foi criado por Hegel. Essa abstração vem da filosofia pré-socrática, um conceito de contraposição de reflexões, criando-se algo novo. Esse pensamento é utilizado pelo filósofo seguindo o seguinte raciocínio: as ideias movem a história, e a dialética é a própria realidade, ou seja, aquele ponto entre a tese e a ideia. Uma antítese seria a negação desse conceito e a síntese o resultado desse embate. Assim a história se move infindamente. 
	Já para Marx, não são as idéias que fazem a história mudar. Ele desenvolve o conceito de materialismo histórico e dialético, em que são as relações econômicas sob a produção que provocam mudança no campo das ideias, determinando a posição e comportamento dos indivíduos dentro da sociedade. Dessa forma, o motor da história, para Marx, ou seja, aquilo que provoca suas mudanças, é a luta de classes.
	Segundo o teórico, a sociedade se divide em duas partes: a infraestrutura e a superestrutura, na qual, segundo Marx, os indivíduos estabelecem suas relações sociais a partir da forma pela qual os bens materiais são distribuídos dentro da sociedade. Dessa forma, as condições socioeconômicas (infraestrutura) acabam por determinar fatores como ideologia, religião, política, cultura e comportamentos (superestrutura).
	Para o sociólogo, sempre existiu, nos diferentes modelos de produção, a figura de quem domina e de quem é dominado. Também a de quem controla os meios de produção e a de quem vende sua força de trabalho, seja no modelo escravista entre senhores e escravos, ou seja no modelo feudal, entre patrícios e plebeus. Isso sem levar em conta o atual modelo que traz como personagens essenciais a burguesia e o proletariado. Para Marx, a harmonia entre esses grupos é um fator quase que inexistente em seu convívio. Sempre há a ocorrência de conflitos entre esses grupos, podendo, a sociedade, ser denominada como um “campo de luta”. “A história de todas as sociedades que existiram é a história da luta de classes” (Manifesto Comunista).
	Segundo Karl, a relação entre burguesia e proletariado é pautada pela constante busca burguesa em explorar essa classe subalterna, utilizando-se de diversos meios de dominação ao longo da história.
	Uma dos meios mais empregados pela a burguesia visando a obtenção de lucro em cima da classe trabalhadora é o que podemos denominar de “Mais-Valia”, que corresponde à quantidade, não remunerada, produzida pelo trabalhador durante sua jornada de trabalho. Esta quantia, por sua vez, assim como já dito, não é repassada ao empregado, nem mesmo em alguma outra forma de atribuição em função desse valor. Ainda sobre esse conceito, podemos observá-lo em dois aspectos: a mais-valia absoluta e a relativa.
	A mais-valia absoluta se trata do aumento da jornada de trabalho sem acréscimo na remuneração do trabalhador. Esse processo acentua a discrepância da relação entre produção, operário e lucro. Já o processo relativo se baseia na implementação de inovações tecnológicas no processo produtivo, em que há aumento da produção, porém, novamente, sem benefícios acrescentados ao trabalhador.
	Marx procura, então, compreender tais formas de exploração e as razões pelas quais o proletariado se submete a essas circunstâncias. Para atingir seu objetivo e tentar explicar esse fenômeno, ele desenvolve o conceito de “exército industrial de reserva”, que se baseia em uma gama de trabalhadores disponíveis ao trabalho, dispostos a receber salários baixíssimos em função de uma necessidade de sobrevivência. Marx salienta que o desemprego, em certa escala, pode não ser um problema, pois gera uma massa de trabalhadores à submissão de tais preceitos. 
	Outro fator que deve ser levado em consideração é o desemprego estrutural, ligado à mais-valia relativa, em que inovações tecnológicas ocupam espaços e funções antes pertencentes ao trabalho humano. Dessa forma, determinados cargos são extintos, acabando com o emprego de uma gama de trabalhadores, também responsáveis e integrantes do mercado consumidor. Porém, agora, em situação de exército de reserva deixam de ocupar tais posições. 
	A partir daí, começam a despontar os fatores ligados ao conceito e alienação, onde esses preceitos são tidos como ferramentas e dominação, representando não somente um conjunto de ideais, mas sim uma ilusão criada pela classe dominante para garantir a passividade dos dominados, perdendo-se, em meio proletário, a consciência acerca de sua própria realidade social.
	Esse processo de alienação ideológica está é estritamente aplicado através de discursos passados à mente proletária com o objetivo de controlar e dominar suas formas de comportamento, hábitos e valores. Esse tipo de processo é imposto à classe dominada difundido através de princípios desenvolvidos em meio político, comercial ou, de uma forma geral, através do papel da mídia como um todo. E isso se manifesta em vários âmbitos da vida social da classe trabalhadora, seja no lazer ou até mesmo na divisão social o trabalho.
	Alguns exemplos desse processo de alienação são expressões e termos difundidos no âmbito social, dentre elas: “Todos temos direitos iguais”, “Vivemos em uma democracia”, ou até mesmo o conceito da meritocracia. Para Marx, tais discursos não passam de uma fachada para alienar, controlar e manter o trabalhador sempre em “funcionamento” para gerar lucro à classe dominante.
	Na teoria marxista podemos observar o conceito do “fetiche da mercadoria”, o qual consiste exatamente nesse processo de ilusão ao proletário, influenciando-o ao consumo através de um enaltecimento da mercadoria. Nesse processo de “fetichização”, o produto adquire uma forma fantasiosa, em que passa a oferecer um valor superior ao de sua real utilidade. Nesse processo, utilizam-se de sensações como a felicidade, o simbolismo, o domínio, o poder, ou, de uma forma generalizada, um status imposto a um objeto com a ilusão de que ele oferece todos esses atributos citados acima a quem o adquirir. 
	Esse fetichismo acerca da mercadoria faz, então, com que o servidor trabalhe cada vez mais para suprir esse desejo de obtenção. Trata-se do famigerado sonho de se comprar o carro do ano ou aquela casa dos sonhos. Ele acredita que se continuar a produzir, vai conseguir realizar todos esses anseios, eu na verdade não passam de atribuições e valor ao “ter” em função do processo de alienação através dessa ideologia burguesa.
	Na análise marxista, são desenvolvidas algumas possíveis soluções, em que são apresentadas, à classe dominada, meios para resistir a esse sistema de exploração. Uma dessas saídas seria a extinção da figura estatal, pois, segundo
Marx, o Estado realiza um papel e manutenção das desigualdades, assim como pôde ser visto em diversos modelos, tal qual o escravista, o feudal, o capitalista, etc. Essa sociedade em classes antagônicas seria fundamental para que se realizasse um processo de dominação de uma sobre a outra. O proletariado, para sair dessa situação, deveria se utilizar de um sistema denominado comunismo.
	O teórico se diferencia de socialistas prévios em função e apresentar o conceito da práxis (prática), em que o proletariado toma consciência de sua condição de dominação, atuando de forma significante para mudar essa relação. Traz também um processo transitório, de uma sociedade completamente fragmentada em classes para uma unificada, em questão da não existência de divisões sociais nesse aspecto. Trata-se de um processo necessário em prol de uma sociedade livre de propriedade privada, divisão do trabalho, alienação e, sobretudo, de uma máquina estatal.
	Em suma, Marx conclui que o atual sistema(capitalista) gera cada vez mais exploração. Propõe também, como solução a esse ideário, revoluções, às quais denomina “Ditadura do proletariado”, extinguindo a privatização dos meios de produção, tornando-os coletivos, mediados pelo Estado, ou seja, bem comum a todos. Extinguindo-se a idéia e propriedade privada e estabelecendo o conceito de igualdade social. Dessa forma, aparecem as primeiras características o que seria conhecido como “sistema socialista”. 
	Quando o proletariado conseguisse, então, estabelecer uma relação mais igualitária entre os meios e produção, ou seja, concluísse uma etapa do processo marxista, chegaria a um terceiro e último estágio dessa transição. Trata-se então do famigerado conceito de “comunismo”, onde não mais existe a figura de um Estado mediador, construindo-se uma sociedade sem antagonismos e exploração, um sistema que não tenha em sua lógica o ideário de exploração do homem pelo próprio homem.

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