Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Princípios Administrativos IX DIREITO ADMINISTRATIVO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS IX O princípio da autotutela/sindicabilidade é o poder da Administração de fazer o controle dos seus atos. A Administração não precisa recorrer ao judiciário para fazer o controle de um ato que praticou. Duas Súmulas tratam disso: n. 346 e n. 473 do STF. O controle é feito por meio da revogação ou da anulação. Na revogação, recai sobre um ato legal, analisando a conveniência e oportunidade (mérito adminis- trativo). A anulação controla ato ilegal e é uma análise de ilegalidade. Sindicabilidade: a Administração está sujeita a controle. O controle é feito pela própria Administração por meio da autotutela. Também está sujeita a con- trole do Poder Judiciário. Tem prazo para a Administração fazer a anulação dos atos ilegais? Sim. O prazo é de cinco anos, salvo comprovada má-fé. Lei n. 9.784/1999 Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decor- ram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. Observe: Súmula Vinculante n. 3 Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditó- rio e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalida- de do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão. O Supremo Tribunal Federal não tem técnica para fazer redação de Súmulas Vinculantes. A escrita é muito confusa e os casos não são analisados antes de os textos serem redigidos. A Súmula apresentada acima não é aplicada mais. Deveria abranger os pro- cessos perante todos os Tribunais de Contas. 2 Princípios Administrativos IX DIREITO ADMINISTRATIVO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Regra: assegura-se contraditório e ampla defesa diante das decisões do TCU. Exceção: não há contraditório e ampla defesa, no TCU, da concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão. O prazo de cinco anos, para análise, é aplicado ao TCU. Regra: TCU deve observar o prazo de cinco anos para fazer o registro dos seus atos. Exceção: TCU não observa prazo de cinco anos quando vai fazer o registro inicial da apo- sentadoria, reforma e pensão (ato complexo). Somente depois de um tempo, o Supremo mudou a posição e instituiu a seguinte exceção: se entre a decisão do órgão e a análise pelo TCU, decorreu mais de cinco anos, o TCU deve assegurar contraditório e ampla defesa ao inte- ressado. O Supremo entende, ainda, que o TCU não tem prazo para fazer o registro inicial da aposentadoria, reforma e pensão. A única diferença dos cinco anos é o direito ao contraditório e ampla defesa. Necessidade de observar o contraditório e a ampla defesa após o prazo de cinco anos a contar da aposentadoria, reforma ou pensão: "4. Anoto, ademais, que o entendimento inicialmente firmado por esta Corte foi no sentido de que o TCU sequer se submetia aos princípios do contraditório e da ampla defesa na apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposen- tadoria, reforma e pensão (Súmula Vinculante 3), já que a concessão de benefício constitui ato complexo, no qual não é assegurada a participação do interessado. 5. Somente a partir do julgamento dos MSs 25.116 e 25.403, o Supremo Tribu- nal Federal, em homenagem aos princípios da boa-fé e da segurança jurídica, mitigou esse entendimento, apenas para o fim de assegurar o contraditório e a ampla defesa quando ultrapassados mais de cinco anos entre a chegada do pro- cesso no TCU e a decisão da Corte de Contas. Este precedente foi publicado em 10.02.2011, sendo, portanto, superveniente à decisão do TCU sobre o benefício do ora agravante. De todo modo, no caso não transcorreram 5 (cinco) anos entre a entrada do processo no TCU, em 14.11.2003 (fls. 88), e o seu julgamento, em 14.02.2006 (decisão publicada no DOU de 17.02.2006)." (MS 26069 AgR, Rela- tor Ministro Roberto Barroso, Primeira Turma, julgamento em 24.2.2017, DJe de 13.3.2017). 3 Princípios Administrativos IX DIREITO ADMINISTRATIVO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Ausência de aderência estrita entre a Súmula Vinculante n. 3 e acórdão de natureza genérica do TCU: "4. Como deixa entrever a decisão agravada, a Súmula Vinculante nº 3, apontada como paradigma, aplica-se apenas aos processos envolvendo algum provimento que afete diretamente a esfera jurídica do interessado, individualmente conside- rado. A Súmula Vinculante nº 3 não abrange, portanto, acórdãos do Tribunal de Contas de natureza genérica, que afetem uma coletividade de indivíduos. Nesse sentido caminha a jurisprudência do Supremo, conforme se observa, exemplifi- cativamente, do precedente abaixo: (...) 5. Na situação aqui tratada, o acórdão nº 251/2004, proferido pelo TCU em sede de representação oriunda de inspeção realizada pela unidade técnica daquela Corte de Contas, dirigiuse expressamente ao Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região. Determinou-se que o órgão em questão interrompesse o pagamento da vantagem estabelecida no art. 184, da Lei nº 1.711/1952, à generalidade dos servidores não aposentados (inclusive magis- trados), bem como o recolhimento das parcelas indevidamente pagas a esse título (fls. 75/76). Portanto, o provimento da Corte de Contas atingiu indistintamente todos os servidores, sendo inaplicável, na espécie, a exigência de contraditório individualizado, sob pena de se inviabilizar o trabalho de fiscalização. 6. Vale fri- sar que, em casos como este, o contraditório deve ser exercido junto ao órgão de origem, ou seja, junto ao TRT da 3ª Região, consoante indicado no MS 27.571 AgR-segundo, Rel. Min. Rosa Weber. Sendo assim, não há aderência estrita entre o paradigma invocado e o acórdão do Tribunal de Contas atacado, inviabilizando a utilização da reclamação." (Rcl 7411 AgR, Relator Ministro Roberto Barroso, Pri- meira Turma, julgamento em 26.5.2017, DJe de 6.6.2017). Procedimento de tomada de contas: "(...) a Súmula Vinculante 3 se dirige, única e exclusivamente, às decisões do Tribunal de Contas da União que anulem ou revoguem atos administrativos que beneficiem algum interessado, situação esta absolutamente diversa das tomadas de contas, procedimento próprio em que a Corte de Contas verifica a regularida- de da utilização das verbas públicas pelos responsáveis. (Rcl 6396 AgR, Relator Ministro Joaquim Barbosa, Tribunal Pleno, julgamento em 21.10.2009, DJe de 13.11.2009). 4 Princípios Administrativos IX DIREITO ADMINISTRATIVO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Segundo a Súmula n. 249 do TCU, “é dispensada a reposição de importân- cias indevidamente percebidas, de boa-fé, por servidores ativos e inativos e pen- sionistas em virtude de erro escusável de interpretação de lei por parte do órgão/ entidade, ou por parte de autoridade legalmente investida em função de orienta- ção e supervisão, à vista da presunção de legalidade do ato administrativo e do caráter alimentar das parcelas salariais”. O conceito de segurança jurídica visa dar estabilidade às relações jurídicas, especialmente, àquelas consolidadas pelo tempo. �Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Gustavo Scatolino.
Compartilhar