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Introdução ao Estudo do Direito - Antinomia (Slides)

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO II 
ROTEIRO DE AULA
Profa. Sydia Mara F. de S. Rosas
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INTRODUÇÃO AO ESTUDO 
DO DIREITO
 ANTINOMIA JURÍDICA
1 - DEFINIÇÃO
O estudo das antinomias jurídicas relaciona-se à questão da consistência do ordenamento jurídico, à condição de um ordenamento jurídico não apresentar simultaneamente normas jurídicas que se excluam mutuamente, isto é, que sejam antinômicas entre si, a exemplo de duas normas, em que uma manda e a outra proíbe a mesma conduta.
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DO DIREITO
Por antinomia jurídica, na lição de Tércio Sampaio FERRAZ JÚNIOR, entende-se "(...) a oposição que ocorre entre duas normas contraditórias (total ou parcialmente), emanadas de autoridades competentes num mesmo âmbito normativo, que colocam o sujeito numa posição insustentável pela ausência ou inconsistência de critérios aptos a permitir-lhe uma saída nos quadros de um ordenamento dado.”
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DO DIREITO
Antinomia é o conflito entre duas normas, dois princípios, ou de uma norma e um principio geral de direito em sua aplicação prática a um caso particular. E a presença de duas normas conflitantes, sem que possa saber qual delas deverá ser aplicada ao caso singular
Os dicionários da língua portuguesa definem antinomia como antítese, oposição, contradição, contraste.
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2 – DOS PRESSUPOSTOS PARA A OCORRÊNCIA DE ANTINOMIAS JURÍDICAS
a) que sejam jurídicas; 
b) que estejam vigorando; 
c) que estejam concentradas em um mesmo ordenamento jurídico; 
d) que emanem de autoridades competentes num mesmo âmbito normativo, prescrevendo ordens ao mesmo sujeito; 
e) que tenham comandos opostos, por exemplo, que uma permita e a outra obrigue dada conduta, de forma que uma constitua a negação da outra;
 f) que o sujeito 
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3 - CLASSIFICAÇÃO DAS ANTINOMIAS
3.1Podem-se classificar as antinomias quanto:
 Ao critério de solução. 
Antinomia aparente, é aquela para a qual há regras de solução expressas no ordenamento 
B) Antinomia real, quando não houver na ordem jurídica qualquer critério normativo para soluciona-la, sendo, então imprescindível à sua eliminação a edição de uma norma. 
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Ao conteúdo: 
A) Antinomia própria, ocorre quando uma conduta aparece ao mesmo tempo prescrita e não prescrita, proibida e não proibida, prescrita e proibida .
P. ex.: uma norma permite e outra obriga
B) Antinomia imprópria, a que, ocorrer em virtude do conteúdo material das normas, podendo apresentar– se como: 
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antinomia de princípios – quando as normas de um ordenamento apresentam diferentes idéias fundamentais entre as quais se pode estabelecer um conflito. 
antinomia valorativa, no caso de o legislador não ser fiel a uma valoração por ele próprio realizada, como, p. ex, quando prescreve pena mais leve para delito mais grave.
antinomia teleológica, se se apresentar incompatibilidade entre os fins propostos por certa norma e os meios previstos por outra para a consecução daqueles fins 
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Ao âmbito:
 A) Antinomia de direito interno, que ocorre entre normas de mesmo ramo do direito ou entre aquelas de diferentes ramos jurídicos. 
B) Antinomia de direito internacional, a que aparece entre convenções internacionais, costumes internacionais.
C) Antinomia de direito interno-internacional, que surge entre norma de direito interno e norma de direito internacional, e resume-se no problema das relações entre dois ordenamentos, na prevalência de um sobre o outro na sua coordenação.
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À extensão da contradição. Segundo Alf Ross, ter-se-á:
A) Antinomia total-total, se uma das normas não puder ser aplicada em nenhuma circunstância sem conflitar com a outra.
B) Antinomia total – parcial, se uma das normas não puder ser aplicada, em nenhuma hipótese, sem entrar em conflito com a outra, que tem um campo de aplicação confliante com a anterior apenas em parte. 
C) Antinomia parcial – parcial. Quando as duas normas tiverem um campo de aplicação que, em parte, entra em conflito com o da outra e em parte não. 
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4- CRITÉRIOS PARA SOLUÇÃO DAS ANTINOMIAS
I – O hierárquico – baseado na superioridade de uma fonte de produção jurídica sobre a outra, embora, às vezes, possa haver incerteza para decidir qual das duas normas antinômicas é a superior. O critério hierárquico, por meio do brocardo lex superior derogat legi inferiori (norma superior revoga inferior), de forma a sempre prevalecer a lei superior no conflito. 
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II – O cronológico – que remonta ao tempo em que as normas começaram a ter vigência. O critério cronológico, por intermédio do brocardo lex posterior derogat legi priori (norma posterior revoga anterior), conforme expressamente prevê o art. 2.º da Lei de Introdução ao Código Civil.
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III – O de especialidade – que visa a consideração da matéria normada. A superioridade da norma especial sobre a geral constitui expressão da exigência de um caminho da justiça, da legalidade à igualdade. O critério da especialidade, por meio do postulado lex specialis derogat legi generali (norma especial revoga a geral), visto que o legislador, ao tratar de maneira específica de um determinado tema faz isso, presumidamente, com maior precisão. 
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4.1 Nos casos de conflito entre normas de direito internacional, principalmente no que se refere tratados, os critérios para solucionar-los são:
1) Prior in tempore potior in jus, que dá havendo conflito entre dois tratados, preferência ao primeiro sobre o segundo, desde que não tenham sido elaborados pelas mesmas partes. Trata-se do principio da primazia da obrigação anteriormente assumida.
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2) Lex posterior priori, que se aplica sempre que o segundo tratado dita a lei dos Estados signatários do primeiro. Como o segundo tratado não é res inter alios acta, haverá derrogação expressa ou tácita do primeiro. 
3) Lex especialis derogat generali, aplicável apenas nos casos de tratados sucessivos entre os mesmos signatários 
4) Lex superior derogat inferiori, pelo qual a norma superior liga-se não à natureza da fonte, mas o valor por ela colimado 
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5 - ANTINOMIAS DE SEGUNDO GRAU E OS METACRITÉRIOS PARA SUA RESOLUÇÃO 
Haverá situações em que surgem antinomias entre os próprios critérios, quando a um conflito de normas seriam aplicáveis dois critérios. Por exemplo, num conflito entre uma norma constitucional anterior e uma norma ordinária posterior, qual haverá se ser aplicada? 
Se considerarmos o critério hierárquico, aplicaremos a norma constitucional; se aplicarmos o critério cronológico, haverá preferência da norma ordinária 
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Igual problema teríamos ao deparar com o conflito entre uma norma anterior-especial e uma posterior-geral, onde seria a primeira preferida pelo critério da especialidade e a segunda pelo critério cronológico. 
Poderá ocorrer, também, de haver uma norma superior-geral, antinômica a uma inferior-especial, ocasião em que o critério hierárquico indicará a aplicação da primeira, e o da especialidade, a segunda. 
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Assim, na hipótese de haver conflito entre o critério hierárquico e o cronológico, prevalecerá o primeiro, por ser mais forte e soberano que o segundo, posto que a competência se apresenta mais sólida de que a sucessão no tempo. 
Em caso de antinomia entre o critério da especialidade
e o cronológico, não haverá regra definida, pois, conforme o caso, haverá supremacia, ora de um, ora de outro critério. 
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No conflito entre o critério hierárquico e o de especialidade, se deverá optar, teoricamente, pelo hierárquico, em especial em se tratando de norma constitucional-geral em confronto com norma ordinária-especial. 
Em caso extremo de falta de um critério que possa resolver a antinomia de segundo grau, o critério dos critérios para solucionar o conflito normativo seria o do princípio supremo da justiça: entre duas normas incompatíveis dever-se-á escolher a mais justa. 
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6 - A ANTINOMIA DE SEGUNDO GRAU E O NOVO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
Um dos temas que mais atormentam o estudioso do Direito Civil no novo milênio, em decorrência da entrada em vigor da Lei n. 10.406/2002 (novo Código Civil brasileiro), sem sombra de dúvida, é a aplicação do novo ordenamento em conjunto com as várias leis especiais e extravagantes até então em vigor, por meio do fenômeno chamado: antinomia.
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Solucionando as antinomias de segundo grau do novo Código Civil, podemos concluir:
1.º) Prevalecem sempre as regras do novo Código Civil, por ser lei posterior, a não ser que fira alguma norma hierarquicamente superior. Com essa primeira conclusão, por exemplo, não podem casar-se os colaterais em terceiro grau (tio – sobrinha), por força do art. 1.521, IV, do Código, por ter revogado os arts. 1.º e 2.º do Dec.-lei n. 3.200/41, que autorizava tal ação mediante laudo médico, contrariando alguns doutrinadores. 
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2.º) O Código Civil não revoga leis especiais compatíveis, por força do art. 2.º da Lei de Introdução ao Código Civil em seus parágrafos. Podemos citar como exemplo o próprio Dec. n. 3.200/41 (Lei de Proteção da Família) quando trata de abonos familiares (art. 28), não há revogação por não haver incompatibilidade com o Código 
3.º) O Código Civil pode expressamente determinar a prevalência de lei especial. 
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4.º) O Código Civil incorporou os institutos civis de leis especiais mistas, por força do seu art. 2.043, como em matéria de adoção, até então regulada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. 
5.º) As omissões do Código em relação ao anterior, por expressa revogação (art. 2.045), implicam em não-recepção. Podemos exemplificar ao citar que a omissão do art. 1.º do Código anterior implica em que as normas de Direito Civil não estão mais limitadas quanto ao seu alcance, como ocorria no sistema anterior.
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6-ANTINOMIA E EFICÁCIA DAS NORMAS
As antinomias repercutem no sistema tanto no campo da validade quanto no campo da eficácia: quando uma norma perde a validade, ela pode já ter produzido efeitos, que devem ser considerados. Por isso temos a questão da nulidade, da inexistência e da anulabilidade,.
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1-Nulidade:
A norma perde a eficácia desde o momento em que passaria a ter vigência. A norma entra no sistema mas, por um defeito perde a sua vigência desde a promulgação e todos os seus efeitos tornam-se nulos. Em geral a norma é revogada e retirada do sistema.
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2-Inexistência:
   Este conceito é bastante discutível, já que, se é inexistente, é porque nunca existiu, ele se aplica à norma que ainda não entrou no sistema. Portanto, para Kelsen, se a norma nunca existiu, então nunca foi norma. Para a dogmática, inexistência é uma maneira especial de invalidade: uma norma que foi posta, mas que tem um vício terrível e nunca é e nem nunca foi considerada como sendo válida é inexistente.
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    Kelsen: Se nunca existiu, nunca foi válida; se nunca foi válida não há que se falar de norma 
(invalidez = inexistência de norma) 
 
Exemplo:
   Homem qualquer profere uma sentença - inexistente
   Juiz não competente para sentenciar sobre a matéria - nula
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INTRODUÇÃO AO ESTUDO 
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3-Anulabilidade:
   A anulação depende de um pedido daquele que se sente atingido por uma norma qualquer. A norma entra no sistema e, embora tenha um defeito, este não é essencial e a norma produz efeitos. Só vai perder a vigência a partir do momento em que alguém peça a sua anulação. 
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   Exemplo: 
Um menor, que celebra um contrato, pode pedir a anulação do mesmo quando atingir a maioridade. A partir do pedido dessa anulação, cessam os efeitos do ato, mas se ele não pedir a anulação o contrato continua valendo.

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