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LEGISLAÇÃO DO SUS PARA CONCURSOS 
| Módulo 8 – Profa. Michelle Sampaio 
 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
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OS: 0167/9/18-Gil 
ONCURSO: RESMULTI – Residência Multiprofissional 
 
ASSUNTO: DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE 
 
 DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE 
 Por que alguns grupos da população são mais saudáveis que outros? 
As diferenças ou desigualdades na situação de saúde entre indivíduos ou entre grupos da população não são 
novidade para ninguém. Se compararmos um grupo de idosos com um grupo de jovens, é de se esperar que a situação de 
saúde dos dois grupos seja diferente. O mesmo ocorre se compararmos um grupo de mulheres com um grupo de homens. 
Teremos desigualdades ocasionadas por doenças próprias de cada sexo. 
Todos conhecemos e aceitamos essas diferenças e as consideramos 'naturais'. O que não tem nada de natural são 
aquelas diferenças na situação de saúde relacionadas ao que chamamos Determinantes Sociais da Saúde (DSS), ou seja, 
desigualdades decorrentes das condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham. Ao contrário das outras, essas 
desigualdades são injustas e inaceitáveis, e por isso as denominamos de iniqüidades. 
Exemplo de iniqüidade é a probabilidade 5 vezes maior de uma criança morrer antes de alcançar o primeiro ano de 
vida pelo fato de ter nascido no nordeste e não no sudeste. O outro exemplo é a chance de uma criança morrer antes de 
chegar aos 5 anos de idade ser 3 vezes maior pelo fato de sua mãe ter 4 anos de estudo e não 8. 
 As relações entre os determinantes e aquilo que determinam é mais complexa e mediada do que as relações de causa 
e efeito. Daí a denominação de 'determinantes sociais da saúde' e não 'causas sociais da saúde'. Por exemplo, o bacilo de 
Koch causa a tuberculose, mas são os determinantes sociais que explicam porque determinados grupos da população são 
mais susceptíveis do que outros para contrair a tuberculose. 
 
 O que são Determinantes Sociais da Saúde (DSS)? 
Os Determinantes Sociais da Saúde incluem as condições mais gerais socioeconômicas, culturais e ambientais de 
uma sociedade, e relacionam-se com as condições de vida e trabalho de seus membros, como habitação, 
saneamento, ambiente de trabalho, serviços de saúde e educação, incluindo também a trama de redes sociais e 
comunitárias. 
Esses determinantes influenciam os estilos de vida, já que as decisões relativas, por exemplo, ao hábito de fumar, 
praticar exercícios, hábitos dietéticos e outras estão também condicionadas pelos DSS. 
Sabe-se hoje, também, que a percepção de pertencer a grupos sociais excluídos da maioria dos benefícios da 
sociedade gera sofrimento e sentimentos de inferioridade e discriminação, e isso contribui na determinação dos padrões de 
saúde dos indivíduos. 
Os pesquisadores Dahlgren e Whitehead propõem um esquema que permite visualizar as relações hierárquicas 
entres os diversos determinantes da saúde. 
 
LEGISLAÇÃO DO SUS PARA CONCURSOS 
| Módulo 8 – Profa. Michelle Sampaio 
 
 
 
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Se quisermos combater as iniqüidades de saúde, devemos conhecer melhor as condições de vida e trabalho dos 
diversos grupos da população. Precisamos, ainda, conhecer as relações dessas condições de vida e trabalho, por um lado, 
com determinantes mais gerais da sociedade e, por outro, com determinantes mais específicos próprios dos indivíduos que 
compõem esses grupos. 
Devemos também definir, implementar e avaliar políticas e programas que pretendem interferir nessas 
determinações. Por fim, devemos fazer com que a sociedade se conscientize do grave problema que as iniqüidades de saúde 
representam, não somente para os mais desfavorecidos, como também para a sociedade em seu conjunto, buscando com 
isso conseguir o apoio político necessário à implementação de intervenções. 
 
 A missão da Comissão Nacional sobre DSS 
Para atuar nessas diversas frentes foi criada em 13 de março de 2006, por Decreto Presidencial, a Comissão Nacional 
sobre Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS). Como não podia deixar de ser, dada a complexidade da tarefa, a Comissão 
está integrada por 16 personalidades oriundas dos mais diversos setores da vida social, econômica, cultural e científica do 
país. 
A cerimônia de lançamento da CNDSS ocorreu no dia 15 de março de 2006, na sede da Organização Panamericana 
de Saúde, com a presença do então Ministro da Saúde, Dr. José Saraiva Felipe. 
As principais linhas de atuação da Comissão são: 
- Produzir conhecimentos e informações sobre as relações entre os determinantes sociais e a situação de saúde, 
particularmente as iniqüidades de saúde; 
 - Promover e avaliar políticas, programas e intervenções governamentais e não-governamentais realizadas em nível local, 
regional e nacional relacionadas aos DSS; 
- Atuar junto a diversos setores da sociedade civil para promover uma tomada de consciência sobre a importância das 
relações entre saúde e condições de vida e sobre as possibilidades de atuação para diminuição das iniqüidades de saúde. 
 
 INIQUIDADES EM SAÚDE NO BRASIL, NOSSA MAIS GRAVE DOENÇA: 
 Introdução 
As iniqüidades em saúde entre grupos e indivíduos, ou seja, aquelas desigualdades de saúde que além de 
sistemáticas e relevantes são também evitáveis, injustas e desnecessárias, segundo a definição de Margareth Whitehead, são 
um dos traços mais marcantes da situação de saúde do Brasil. A mortalidade infantil, cuja média nacional em 2004 foi de 23,1 
por mil nascidos vivos (NV), segundo dados do Ministério da Saúde, apresenta grandes disparidades regionais, observando-se 
taxas inferiores a 10 por mil NV em alguns municípios do Sul e Sudeste e valores maiores do que 50 por mil NV em áreas do 
Nordeste. 
De acordo com o relatório da UNICEF de 2006 sobre a situação da infância brasileira, em 2000 a taxa de 
mortalidade em menores de 5 anos (TMM5) entre filhos de mulheres com até três anos de estudo era de 49,3 por mil NV, 
quase 2,5 vezes maior que entre os filhos de mães com oito anos ou mais de estudo (TMM5 20,0 por mil NV). 
Os filhos adolescentes de mulheres brasileiras com até um ano de escolaridade têm uma probabilidade 23 vezes 
maior de chegar analfabeto à adolescência se comparado com os filhos de mulheres com 11 anos ou mais de estudo. 
 Há muito se reconhece que os principais determinantes dessas iniqüidades estão relacionados às formas como se 
organiza a vida social. Já em meados do século XIX, Virchow entendia que a “ciência médica é intrínseca e essencialmente 
uma ciência social”, que as condições econômicas e sociais exercem um efeito importante sobre a saúde e a doença e que 
tais relações devem submeter-se à pesquisa científica. Entendia também que o próprio termo “saúde pública” expressa seu 
caráter político e que sua prática deve conduzir necessariamente à intervenção na vida política e social para indicar e 
eliminar os obstáculos que dificultam asaúde da população. 
Desde então muito se avançou na construção de modelos explicativos que analisam as relações entre a forma como 
se organiza e se desenvolve uma determinada sociedade e a situação de saúde de sua população. Um dos principais desafios 
destes modelos explicativos é o estabelecimento de uma hierarquia de determinações entre os fatores mais globais de 
natureza social, econômica, política e as mediações através das quais estes fatores incidem sobre a situação de saúde de 
grupos e pessoas. É este complexo demediações que permite entender porque não há uma correlação constante entre os 
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macro-indicadores da riqueza de uma sociedade, como o PIB, com os indicadores de saúde. Evidentemente o volume de 
riqueza gerado por uma sociedade é um elemento fundamental para proporcionar melhores condições de vida e de saúde, 
mas há inúmeros exemplos de países com PIB total ou PIB per capita bem superior a outros que, apesar disso, possuem 
indicadores de saúde muito mais satisfatórios. 
Nos últimos anos, aumentaram também em quantidade e qualidade os estudos sobre as relações entre a saúde das 
populações, as desigualdades nas condições de vida e o grau de desenvolvimento da trama de vínculos e associações entre 
indivíduos e grupos. Estes estudos permitem constatar que uma vez superado um determinado limite de crescimento 
econômico de um país, um crescimento adicional da riqueza não se traduz em melhorias significativas das condições de 
saúde. A partir desse nível o fator mais importante para explicar a situação geral de saúde de um país não é sua riqueza total, 
mas a maneira como ela se distribui. 
Em outras palavras, a desigualdade na distribuição de renda não é prejudicial à saúde somente dos grupos mais 
pobres, mas é também prejudicial para a saúde da sociedade em seu conjunto. Grupos de renda média em um país com alto 
grau de iniqüidade de renda possuem uma situação de saúde pior que a de grupos com renda inferior, mas que vivem em 
uma sociedade mais eqüitativa. Um estudo comparativo entre os estados dos Estados Unidos da América revelou que os 
indivíduos que vivem em estados com grandes diferenças de renda possuem pior saúde que a daqueles com ingressos 
equivalentes, mas que vivem em estados mais igualitários. O Japão não é o país com maior expectativa de vida do mundo por 
ser o país mais rico ou porque os japoneses fumam menos ou fazem mais exercício, mas porque é um dos países mais 
igualitários do mundo. 
Estudos vêm demonstrando que o principal mecanismo através do qual as iniqüidades de renda produzem um 
impacto negativo na situação de saúde é o desgaste do chamado capital social, ou seja, das relações de solidariedade e 
confiança entre pessoas e grupos. Segundo vários autores, o desgaste do capital social em sociedades ineqüitativas explicaria 
em grande medida porque sua situação de saúde é inferior à de sociedades onde as relações de solidariedade são mais 
desenvolvidas. A debilidade dos laços de coesão social ocasionada pelas iniqüidades de renda corresponde a baixos níveis de 
capital social e de participação política. Países com grandes iniqüidades de renda, escassos níveis de coesão social e baixa 
participação política são os que menos investem em capital humano e em redes de apoio social que são fundamentais para a 
promoção e proteção da saúde individual e coletiva. 
No caso do Brasil o fardo é duplo, pois além de apresentar graves iniqüidades na distribuição da riqueza há grandes 
setores de sua população vivendo em condições de pobreza que não lhes permite ter acesso a mínimas condições e bens 
essenciais à saúde. Além da renda dos 20% mais ricos ser 26 vezes maior que a renda dos 20% mais pobres, 24% da 
população economicamente ativa possui rendimentos menores que 2 dólares por dia. O tema da pobreza também vem 
chamando a atenção de muitos autores, o que vem gerando uma mudança na maneira como a entendemos e nas formas 
para combatê-la. Para estes autores, a pobreza não é somente a falta de acesso a bens materiais, mas é também a falta de 
oportunidades e de possibilidades de opção entre diferentes alternativas. Pobreza é também a falta de voz frente às 
instituições do Estado e da sociedade e uma grande vulnerabilidade frente a imprevistos. Nesta situação a capacidade dos 
pobres de atuar em favor de sua saúde e da coletividade está bastante diminuída. 
Para ser coerente com esta nova maneira de entender a pobreza, as estratégias para combatê-la devem incluir tanto 
a geração oportunidades econômicas, como medidas que favoreçam a construção de redes de apoio e o aumento das 
capacidades desses grupos para melhor conhecer os problemas locais e globais, para estreitar suas relações com outros 
grupos, para fortalecer sua organização e participação em ações coletivas, para constituir-se enfim em atores sociais e ativos 
participantes das decisões da vida social. 
Infelizmente estes e outros importantes avanços no conhecimento dos determinantes sociais das condições de 
saúde e em particular das iniqüidades de saúde, encontrados na literatura científica brasileira e internacional, não se 
acompanham de um correspondente avanço na utilização desse conhecimento para a definição de políticas de saúde no 
país. 
Isto se deve em grande medida à debilidade das relações entre o processo de produção do conhecimento e o 
processo de tomada de decisão sobre políticas e programas de saúde, o qual deveria basear-se em conhecimentos e 
evidencias. Ambos processos costumam desenvolver-se por separado, com lógicas, agentes e espaços institucionais 
específicos. Por outro lado, a aproximação entre pesquisa em saúde e políticas de saúde com vistas à promoção da equidade 
não significa a despolitização das decisões sobre políticas em nome de uma racionalidade centralizadora baseada em 
evidencia científica. 
Em geral não há prescrições categóricas de políticas baseadas em resultados objetivos de pesquisas. Em geral a ciência 
ajuda a delimitar um leque de opções, mas a seleção entre elas se faz através de um processo que é essencialmente político, 
envolvendo diversos atores, com interesses diferenciados e eventualmente contraditórios. Para que haja uma maior utilização de 
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resultados de investigação para a definição de políticas é necessário instrumentar a atuação desses diferentes atores, 
particularmente dos que usualmente estão excluídos do processo de decisão, buscando diminuir as enormes iniqüidades de 
acesso a informações e conhecimentos. 
Não há, portanto nenhuma contradição entre, por um lado, a promoção de políticas baseadas em evidencia e, por 
outro, a ampliação da participação social na definição das mesmas. Na realidade, para que as políticas de saúde se 
consolidem como políticas públicas voltadas a atender ao interesse público e à promoção da equidade, é necessário o 
fortalecimento do processo democrático de definição destas políticas, multiplicando os atores envolvidos, os espaços e 
oportunidades de interação entre eles e instrumentando sua participação com o acesso eqüitativo a informações e 
conhecimentos pertinentes. 
 
 A COMISSÃO NACIONAL DE DETERMINANTES SOCIAIS EM SAÚDE – CNDSS 
Preocupado com as iniqüidades que se verificam nas condições de saúde da população e no acesso aos serviços de 
saúde e a outros serviços públicos que influenciam na situação de saúde, o Governo Brasileiro decidiu criar a Comissão 
Nacional sobre Determinantes Sociais em Saúde (CNDSS), no bojo de um movimento mundial em torno deste tema, proposto 
pela Organização Mundial da Saúde (OMS). 
Na Assembléia Mundial da Saúde de 2004, o Diretor Geral da Organização Mundial Saúde (OMS), Lee Jong-Wook, 
propôs a criação de uma comissão para recomendar políticas públicas de saúde e externas ao setor saúde, assim como 
intervençõesque visem à melhoria das condições de saúde e à diminuição das iniqüidades. A Comissão de Determinantes 
Sociais em Saúde (CDSS-OMS) foi criada em março de 2005 e terá 3 anos de existência. 
A CDSS-OMS é um fórum estratégico mundial formado por lideranças políticas, científicas e da sociedade civil 
organizada. A Comissão tem como meta global a busca de eqüidade em saúde e lidera um processo mundial de organização 
do conhecimento sobre os determinantes sociais em saúde com vistas a fortalecer as práticas e as políticas voltadas para a 
diminuição das iniqüidades em saúde. 
Entre os objetivos da CDSS-OMS, merecem destaque: 
- a sistematização de evidências sobre experiências e formulação de políticas que enfocam os determinantes sociais em 
saúde; 
- o fomento do debate junto à sociedade, para a implantação de ações de enfrentamento dos determinantes sociais em 
saúde; 
- a definição de compromissos de médio e longo prazo com vistas a incorporar as desigualdades em saúde como tema 
central da agenda da OMS. 
Em julho de 2005, a Organização Pan-americana da Saúde reuniu, em Washington, os países da região das Américas 
e apresentou a proposta da CDSS-OMS, despertando o interesse dos países sobre a temática. Após essa reunião, a Fundação 
Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde lideraram o processo para a 
definição de uma agenda de atividades no Brasil, buscando respostas sociais organizadas para o enfrentamento dos 
determinantes sociais em saúde no País. 
Em março de 2006, ao completar tão somente um ano da criação da Comissão mundial, apressa-se o Brasil a 
participar desta iniciativa, com o lançamento da CNDSS brasileira. 
A CNDSS é fruto de um processo de construção da Reforma Sanitária que já dura pelo menos quatro décadas e que 
teve como um de seus pontos culminantes haver logrado que a Constituição Federal do Brasil, aprovada em 1988, 
incorporasse o artigo 196 determinando que “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas 
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às 
ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. 
Apesar deste e de outros avanços alcançados nas últimas décadas, constatados pela melhoria de alguns índices de 
desenvolvimento social e pela criação de um Sistema Único de Saúde, baseado nos princípios de solidariedade e 
universalidade da assistência, grandes parcelas da população brasileira ainda sofrem de problemas geradores de importantes 
iniqüidades de saúde como o desemprego, a falta de acesso à moradia digna, ao sistema de saneamento básico, a serviços de 
saúde e de educação de qualidade e a um meio ambiente protegido. 
O monitoramento dessas iniqüidades e o estudo sistemático e aprofundado de seus determinantes deverão permitir 
identificar pontos mais vulneráveis ao impacto de políticas públicas que buscam combatê-las. Para que essas políticas sejam 
mais efetivas é necessário, portanto, por um lado, aumentar os conhecimentos sobre determinantes sociais em saúde, suas 
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hierarquias e mediações e, por outro lado, facilitar a incorporação desses conhecimentos na definição e implantação das 
políticas. São estes os mais importantes desafios que a CNDSS se propõe a enfrentar, com vistas a colaborar na construção de 
uma sociedade mais justa, igualitária e humana. 
Serão suas principais linhas de atuação: 
- Estimular a melhoria da qualidade e a completude das informações sócio-demográficas nos sistemas de informação 
oficiais da saúde, de forma a permitir o monitoramento das desigualdades sociais em saúde; 
- Introduzir a temática dos determinantes sociais em saúde e das conseqüências das desigualdades na formação dos 
profissionais de saúde; 
- Fomentar e mobilizar os profissionais e gestores de saúde em prol de políticas públicas focadas explicitamente na busca 
da eqüidade em saúde; 
- Mobilizar a sociedade civil para a defesa do princípio da eqüidade na execução das políticas públicas pertinentes; 
- Criar instrumentos que possibilitem a circulação, na sociedade, dos conhecimentos e direitos relativos aos determinantes 
sociais em saúde; 
- Criar fóruns intersetoriais para o debate do tema e estabelecimento de compromissos pactuados de enfrentamento do 
problema, incluindo a discussão de modelos de políticas de curto, médio e longo prazo; 
- Estimular a produção de conhecimentos sobre os determinantes sociais da saúde, através de linhas específicas de 
financiamento à pesquisa e de apoio à formação de investigadores; 
- Incluir metas para redução das desigualdades sociais em saúde de maneira explícita nas políticas sociais; 
- Articular-se com outras iniciativas de políticas públicas de redução da pobreza e de riscos à saúde; 
- Promover a defesa e indução de ações para o enfrentamento das desigualdades sociais em saúde no Brasil junto às três 
esferas de governo, nos âmbitos executivo e legislativo; 
- Garantir a inclusão e a execução nos orçamentos públicos das três esferas de governo de ações dirigidas à redução das 
iniqüidades em saúde, trabalhando em estreita articulação com o Grupo Ministerial Intersetorial vinculado à CNDSS. 
 
Decreto Presidencial que criou a Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde: 
Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos 
 
DECRETO DE 13 DE MARÇO DE 2006. 
Institui, no âmbito do Ministério da Saúde, a Comissão sobre Determinantes Sociais da Saúde - CNDSS. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea "a", da Constituição, 
 
DECRETA: 
Art. 1o Fica instituída, no âmbito do Ministério da Saúde, a Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde - 
CNDSS, com o objetivo de: 
I - apoiar e articular a atuação do Poder Público, instituições de pesquisa e da sociedade civil sobre determinantes sociais 
relacionados à melhoria da saúde e redução das iniquidades sanitárias; 
II - promover modelos e práticas efetivas relacionadas aos determinantes sociais da saúde e voltados à inserção da eqüidade 
em saúde nas políticas de governo; 
III - contribuir para a formulação e implementação de políticas, planos e programas de saúde baseados em intervenções 
sobre os determinantes sociais que condicionam o nível de saúde; 
IV - organizar e gerar informações e conhecimentos voltados a informar políticas e ações sobre os determinantes sociais da 
saúde; e 
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V - mobilizar setores de governo e a sociedade civil para atuar na prevenção e solução dos efeitos negativos de 
determinantes sociais da saúde. 
Art. 2º A CNDSS será composta por dezessete membros, de livre escolha e designação pelo Ministro de Estado da Saúde, 
entre brasileiros de renomado conhecimento e liderança em temas da área da saúde e integrantes de instituições 
acadêmicas, de notável saber. 
Art. 3º Com vistas ao atendimento de seus objetivos, a CNDSS deverá: 
I - reunir dados sobre intervenções eficazes e propor políticas relativas aos principais determinantes sociais, com ênfase nas 
populações de baixa renda; 
II - articular redes de especialistas,líderes sociais e pesquisadores com vistas a reunir conhecimentos sobre intervenções e 
políticas efetivas para enfrentar os determinantes sociais da saúde, priorizando contextos sócio-políticos de baixa renda; 
III - fomentar debate social amplo e atuar para que o Poder Público, as organizações da sociedade civil e agências 
internacionais relacionadas implementem políticas para intervir sobre os determinantes sociais que condicionam o nível de 
saúde; e 
IV - elaborar programa de ação a médio e longo prazo para incorporar as suas recomendações às políticas, planos e 
programas relacionados com a saúde, bem como para promover a sua implementação no âmbito da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios. 
Art. 4º Para promover a articulação com as áreas de governo e prestar apoio técnico aos trabalhos da CNDSS, fica constituído 
Grupo de Trabalho, cujos membros serão designados pelo Ministro de Estado da Saúde, mediante indicação do respectivo 
representante pelos dirigentes máximos das seguintes instituições: 
I - Casa Civil da Presidência da República; 
II - Ministério da Saúde; 
III - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; 
IV - Ministério da Fazenda; 
V - Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; 
VI - Ministério da Educação; 
VII - Ministério da Ciência e Tecnologia; 
VIII - Ministério da Cultura; 
IX - Ministério do Esporte; 
X - Ministério das Cidades; 
XI - Ministério do Meio Ambiente; 
XII - Ministério do Trabalho e Emprego; 
XIII - Ministério da Previdência Social; 
XIV - Ministério do Desenvolvimento Agrário; 
XV - Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da 
República; 
XVI - Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, da Presidência da República; 
XVII - Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS); 
XVIII - Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS); e 
XIX - Conselho Nacional de Saúde. 
Parágrafo único. A Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil - OPAS poderá indicar representante para integrar o Grupo 
de Trabalho de que trata este artigo. 
Art. 5º A CNDSS, no prazo de até trinta dias após a sua primeira reunião, submeterá à aprovação do Ministro de Estado da 
Saúde proposta de seu regimento interno, que disporá sobre o seu funcionamento. 
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Art. 6º Os serviços prestados pelos membros da CNDSS e do Grupo de Trabalho, considerados de relevante interesse público, 
não serão remunerados. 
Art. 7º A CNDSS terá prazo de dois anos para conclusão de seus trabalhos, com apresentação de relatório final ao Ministro de 
Estado da Saúde. 
Art. 8º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 13 de março de 2006; 185o da Independência e 118o 
da República. 
 
 A Comissão Nacional de Determinantes Sociais em Saúde – CNDSS 
Preocupado com as iniqüidades que se verificam nas condições de saúde da população e no acesso aos serviços de saúde e a 
outros serviços públicos que influenciam a situação de saúde, o governo brasileiro decidiu criar a Comissão Nacional sobre 
Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), no bojo de um movimento mundial em torno deste tema, proposto pela 
Organização Mundial da Saúde (OMS). 
Na Assembléia Mundial da Saúde de 2004, o então Diretor Geral da OMS, Lee Jong-Wook, propôs a criação de uma 
comissão para recomendar políticas públicas de saúde e externas ao setor, assim como intervenções que visem a melhoria 
das condições de saúde e a diminuição das iniqüidades. A Comissão sobre Determinantes Sociais da Saúde (CSDH-OMS) foi 
criada em março de 2005, com vigência de 3 anos. 
A CSDH-OMS é um fórum estratégico mundial formado por lideranças políticas, científicas e da sociedade civil 
organizada. A Comissão tem como meta global a busca de eqüidade em saúde. Lidera um processo mundial de organização 
do conhecimento sobre os determinantes sociais em saúde, com vistas a fortalecer as práticas e as políticas voltadas para a 
diminuição das iniqüidades. 
Entre os objetivos da CSDH-OMS, merecem destaque: 
- a sistematização de evidências sobre experiências e formulação de políticas que enfocam os determinantes sociais em 
saúde; 
- o fomento do debate junto à sociedade, para a implantação de ações de enfrentamento dos determinantes sociais em 
saúde; 
- a definição de compromissos de médio e longo prazo, com vistas a incorporar as desigualdades em saúde como tema 
central da agenda da OMS. 
Em julho de 2005, a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS) reuniu, em Washington, os países da região das 
Américas e apresentou a proposta da CSDH-OMS, despertando o interesse dos países sobre a temática. Após essa reunião, a 
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde, lideraram o processo 
para a definição de uma agenda de atividades no Brasil, buscando respostas sociais organizadas para o enfrentamento dos 
determinantes sociais em saúde no país. 
Em março de 2006, ao completar tão somente um ano da criação da Comissão mundial, apressa-se o Brasil a 
participar desta iniciativa, com o lançamento da Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS) no país. 
A CNDSS é fruto de um processo de construção da Reforma Sanitária, que já dura pelo menos quatro décadas, e que 
teve como um de seus pontos culminantes a incorporação pela Constituição Federal do Brasil, aprovada em 1988, do artigo 
196, determinando que “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econôm icas que 
visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua 
promoção, proteção e recuperação”. 
Apesar deste e de outros avanços alcançados nas últimas décadas, constatados pela melhoria de alguns índices de 
desenvolvimento social e pela criação do Sistema Único de Saúde (SUS), baseado nos princípios de solidariedade e 
universalidade da assistência, grandes parcelas da população brasileira ainda sofrem problemas geradores de importantes 
iniqüidades em saúde, como o desemprego, a falta de acesso à moradia digna, ao sistema de saneamento básico, a serviços 
de saúde e de educação de qualidade e a um meio ambiente protegido. 
O monitoramento dessas iniqüidades e o estudo sistemático e aprofundado de seus determinantes deverão permitir 
identificar pontos mais vulneráveis ao impacto de políticas públicas que buscam combatê-las. Para que essas políticas sejam 
mais efetivas, é necessário, portanto, por um lado, aumentar os conhecimentos sobre determinantes sociais em saúde, suas 
hierarquias e mediações e, por outro lado, facilitar a incorporação desses conhecimentos na definição e implantação das 
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políticas. São estes os mais importantes desafios que a CNDSS se propõe a enfrentar, com vistas a colaborar na construção de 
uma sociedade mais justa, igualitária e humana. 
Serão suas principais linhas de atuação: 
- estimular a melhoria da qualidade e completude das informações sociodemográficas nos sistemas de informação oficiais 
da saúde, de forma a permitir o monitoramento das desigualdades sociais em saúde; 
- introduzir a temática dos determinantes sociais da saúde e das consequências das desigualdades na formaçãodos 
profissionais de saúde; 
- fomentar e mobilizar os profissionais e gestores de saúde em prol de políticas públicas focadas, explicitamente, na busca 
da eqüidade em saúde; 
- mobilizar a sociedade civil para a defesa do princípio da eqüidade na execução das políticas públicas pertinentes; 
- criar instrumentos que possibilitem a circulação, na sociedade, dos conhecimentos e direitos relativos aos determinantes 
sociais da saúde; 
- criar fóruns intersetoriais para o debate do tema e estabelecimento de compromissos pactuados de enfrentamento do 
problema, incluindo a discussão de modelos de políticas de curto, médio e longo prazo; 
- estimular a produção de conhecimentos sobre os determinantes sociais em saúde através de linhas específicas de 
financiamento à pesquisa e de apoio à formação de investigadores; 
- incluir metas para redução das desigualdades sociais em saúde, de maneira explícita, nas políticas sociais; 
- articular-se com outras iniciativas de políticas públicas de redução da pobreza e de riscos à saúde, a exemplo do Conselho 
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (CNDES), Fome Zero, Conselho Nacional de Segurança Alimentar 
(CONSEA) e outros; 
- promover a defesa e indução de ações para o enfrentamento das desigualdades sociais em saúde, no Brasil, junto as três 
esferas de governo, nos âmbitos executivo e legislativo; 
- garantir a inclusão e a execução, refletidas nos orçamentos públicos das três esferas de governo, de ações dirigidas à 
redução das iniqüidades em saúde. 
 
 CNDSS 
 Introdução 
Em março de 2005, a Organização Mundial da Saúde (OMS) criou a Comissão sobre Determinantes Sociais da Saúde 
(Commission on Social Determinants of Health - CSDH), com o objetivo de promover, em âmbito internacional, uma tomada 
de consciência sobre a importância dos determinantes sociais na situação de saúde de indivíduos e populações e sobre a 
necessidade do combate às iniqüidades em saúde por eles geradas. 
Um ano depois, em 13 março de 2006, por meio de Decreto Presidencial, foi criada, no Brasil, a Comissão Nacional sobre 
Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), com um mandato de dois anos. A CNDSS esteve integrada por dezesseis 
expressivas lideranças de nossa vida social, cultural, científica e empresarial. Sua constituição diversificada é uma expressão 
do reconhecimento de que a saúde é um bem público, construído com a participação solidária de todos os setores da 
sociedade brasileira. 
Os objetivos da CNDSS podem ser assim resumidos: 
- gerar informações e conhecimentos sobre os determinantes sociais da saúde no Brasil; 
- contribuir para a formulação de políticas que promovam a eqüidade em saúde e; 
- mobilizar diferentes instâncias do governo e da sociedade civil sobre este tema. 
Para alcançar seus objetivos a CNDSS se apoia em três compromissos básicos: 
Compromisso com a Eqüidade: apesar dos importantes avanços dos últimos anos na melhoria do valor médio de seus 
indicadores de saúde, o Brasil está entre os países com maiores iniqüidades em saúde, ou seja, desigualdades de saúde entre 
grupos populacionais que além de sistemáticas e relevantes são também evitáveis, injustas e desnecessárias. 
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O compromisso da CNDSS com a eqüidade, visando assegurar o direito universal à saúde, não é apenas uma decisão racional, 
mas, fundamentalmente, um compromisso ético e uma posição política. 
Compromisso com a evidência: a CNDSS procura fundamentar suas análises e recomendações em sólidas evidências 
científicas, pois são estas que permitem, por um lado, entender como operam os determinantes sociais na geração das 
iniqüidades em saúde m e, por outro, como e onde devem incidir as intervenções para combatê-las e que resultados podem 
ser esperados em termos de efetividade e eficiência. 
Compromisso com a ação: o compromisso maior da Comissão e que dá sentido à sua existência é o combate às iniqüidades 
em saúde por meio da atuação sobre os determinantes sociais que as geraram, os quais, sendo produto da ação humana, 
podem e devem ser modificados pela ação humana. O compromisso com a ação está alicerçado, por um lado, nas evidências 
científicas, conforme já assinalado, e por outro, numa ampla base de sustentação política, produto da conscientização e 
mobilização de diversos setores da sociedade. 
 
VAMOS TREINAR!!!! 
 
01. (IBFC 2016) O modelo de Dahlgren e Whitehead dispõe os determinantes sociais de Saúde em diferentes camadas, 
segundo seu nível de abrangência, desde uma camada mais próxima aos determinantes individuais (exemplos: idade e 
sexo) até a camada mais distal, em que se situam: 
a) Condições socioeconômicas, culturais e ambientais da sociedade 
b) Redes sociais e comunitárias 
c) Fatores étnicos e genéticos 
d) Condições de vida e trabalho 
e) Comportamento e os estilos de vida individuais 
 
02. (IDECAN 2014) “Determinantes sociais são fatores que impactam diretamente na incidência de diversas doenças. 
Doenças crônicas e infecciosas são ligadas a esse fator de forma veemente.” 
É considerada doença associada com maior relevância à determinação social implicada à falta de saneamento básico: 
a) Obesidade. 
b) Ascaridíase. 
c) Cardiopatia. 
d) Trauma ortopédico. 
e) Acidente automobilístico. 
 
03. IDECAN 2014 “Determinantes sociais são fatores que impactam diretamente na incidência de diversas doenças. 
Doenças crônicas e infecciosas são ligadas a esse fator de forma veemente.” 
Sobre os fatores sociais que são considerados determinantes de doenças, analise. 
I. Renda. 
II. Educação. 
III. Desenvolvimento infantil. 
 
Está(ão) correta(s) a(s) alternativa(s) 
a) I, II e III. 
b) I, apenas. 
c) III, apenas. 
d) I e II, apenas. 
e) II e III, apenas. 
 
04. (ESP-CE 2017) Avalie as sentenças abaixo sobre os determinantes sociais da saúde e, em seguida, marque a alternativa 
CORRETA: 
( ) Enfrentar as iniquidades em saúde envolve ações não apenas no sistema de atenção à saúde, com mudanças nos 
modelos assistenciais e ampliação da autonomia dos sujeitos, mas também intervenções socioeconômicas, ambientais e 
culturais por meio de políticas públicas intersetoriais. 
( ) Países com grandes iniquidades de renda e escassos níveis de coesão social são os que menos investem em redes de 
apoio social. Esses aspectos, no entanto, ainda são pouco estudados por que não estão contemplados no modelo de 
determinantes sociais da saúde proposto por Dahlgren e Whitehead. 
( ) Os resultados para o bem estar da humanidade são cada vez mais fruto de decisões políticas incidentes sobre os 
determinantes sociais da saúde. 
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( ) Para que as intervenções nos diversos níveis do modelo de Dahlgren e Whitehead sejam viáveis, efetivas e sustentáveis, 
devem estar fundamentadas nos pilares básicos da intersetorialidade, da participação social e das evidências científicas. 
 
a) V F V V 
b) V V V V 
c) V V V F 
d) V V F V 
 
05. (ESP-CE 2017) Avalie as sentenças abaixo sobre a história dos determinantes sociais da saúde e, em seguida, marque a 
alternativa CORRETA: 
( ) O advento da microbiologia deu origem à chamada revolução pasteuriana, que ampliou consideravelmente o 
conhecimentosobre os processos biológicos da saúde-doença, valorizando também o pensamento social em saúde. 
( ) A compreensão da determinação social da saúde e da doença é posterior à medicina científica ou medicina 
experimental. 
( ) O Brasil aderiu, em meados dos anos 2000, ao movimento global em torno dos determinantes sociais da saúde, 
desencadeado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o que foi considerado como um ato significativo e inserido na 
tradição do sanitarismo brasileiro. 
( ) Na história da determinação social da saúde, no século XX, destacam-se o relatório Lalonde, de 1974; a declaração de 
Alma-Ata, de 1978 e, no Brasil, a VIII Conferência Nacional de Saúde, de 1986. 
a) F V V F 
b) F F V F 
c) F F V V 
d) F V V V 
 
 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE 
 A informação é instrumento essencial para a tomada de decisões. Nesta perspectiva, representa imprescindível 
ferramenta à vigilância epidemiológica, por constituir fator desencadeador do processo “informação-decisão-ação”, tríade 
que sintetiza a dinâmica de suas atividades que, como se sabe, devem ser iniciadas a partir da informação de um indício ou 
suspeita de caso de alguma doença ou agravo. 
Dado - é definido como “um valor quantitativo referente a um fato ou circunstância”, “o número bruto que ainda não 
sofreu qualquer espécie de tratamento estatístico”, ou “a matéria-prima da produção de informação”. 
Informação - é entendida como “o conhecimento obtido a partir dos dados”, “o dado trabalhado” ou “o resultado da 
análise e combinação de vários dados”, o que implica em interpretação, por parte do usuário. É “uma descrição de uma 
situação real, associada a um referencial explicativo sistemático”. 
Não se deve perder de vista que a informação em saúde é o esteio para a gestão dos serviços, pois orienta a 
implantação, acompanhamento e avaliação dos modelos de atenção à saúde e das ações de prevenção e controle de 
doenças. São também de interesse dados/informações produzidos extra-setorialmente, cabendo aos gestores do Sistema a 
articulação com os diversos órgãos que os produzem, de modo a complementar e estabelecer um fluxo regular de 
informação em cada nível do setor saúde. 
Oportunidade, atualidade, disponibilidade e cobertura são características que determinam a qualidade da informação, 
fundamentais para que todo o Sistema de Vigilância Epidemiológica apresente bom desempenho. Dependem da concepção 
apresentada pelo Sistema de Informação em Saúde (SIS), e sua sensibilidade para captar o mais precocemente possível as 
alterações que podem ocorrer no perfil de morbimortalidade de uma área, e também da organização e cobertura das 
atividades desenvolvidas pela vigilância epidemiológica. 
Entende-se sistema como o “conjunto integrado de partes que se articulam para uma finalidade comum.” 
Parasistema de informação existem várias definições, tais como: 
• “conjunto de unidades de produção, análise e divulgação de dados que atuam integradas e articuladamente com o 
propósito de atender às demandas para o qual foi concebido”; 
• “reunião de pessoas e máquinas, com vistas à obtenção e processamento de dados que atendam à necessidade de 
informação da instituição que o implementa”; 
• “conjunto de estruturas administrativas e unidades de produção, perfeitamente articuladas, com vistas à obtenção de 
dados mediante o seu registro, coleta, processamento, análise, transformação em informação e oportuna divulgação”. 
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Em síntese, um sistema de informação deve disponibilizar o suporte necessário para que o planejamento, decisões e 
ações dos gestores, em determinado nível decisório (municipal, estadual e federal), não se baseie em dados subjetivos, 
conhecimentos ultrapassados ou conjecturas. 
O SIS é parte dos sistemas de saúde; como tal, integra suas estruturas organizacionais e contribui para sua missão. É 
constituído por vários sub-sistemas e tem como propósito geral facilitar a formulação e avaliação das políticas, planos e 
programas de saúde, subsidiando o processo de tomada de decisões. Para tanto, deve contar com os requisitos técnicos e 
profissionais necessários ao planejamento, coordenação e supervisão das atividades relativas à coleta, registro, 
processamento, análise, apresentação e difusão de dados e geração de informações. 
Um de seus objetivos básicos, na concepção do Sistema Único de Saúde (SUS), é possibilitar a análise da situação de 
saúde no nível local tomando como referencial microrregiões homogêneas e considerando, necessariamente, as condições 
de vida da população na determinação do processo saúde-doença. O nível local tem, então, responsabilidade não apenas 
com a alimentação do sistema de informação em saúde, mas também com sua organização e gestão. Deste modo, outro 
aspecto de particular importância é a concepção do sistema de informação, que deve ser hierarquizado e cujo fluxo 
ascendente dos dados ocorra de modo inversamente proporcional à agregação geográfica, ou seja, no nível local faz-se 
necessário dispor, para as análises epidemiológicas, de maior número de variáveis. 
Felizmente, os atuais recursos do processamento eletrônico estão sendo amplamente utilizados pelos sistemas de 
informação em saúde, aumentando sua eficiência na medida em que possibilitam a obtenção e processamento de um 
volume de dados cada vez maior, além de permitirem a articulação entre diferentes subsistemas. 
 
PORTARIA NO - 204, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2016 
Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória 
de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos 
serviços de saúde públicos e privados em todo o 
território nacional, nos termos do anexo, e dá 
outras providências. 
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, INTERINO, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I e II do parágrafo 
único do art. 87 da Constituição, e 
Considerando a Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975, que dispõe sobre a organização das ações de Vigilância 
Epidemiológica, sobre o Programa Nacional de Imunizações, estabelece normas relativas à notificação compulsória de 
doenças, e dá outras providências; 
Considerando o art. 10, incisos VI a IX, da Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977, que configura infrações à legislação 
sanitária federal, estabelece as sanções respectivas, e dá outras providências; Considerando a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 
1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente; 
Considerando a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e 
recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências; 
Considerando a Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, que dispõe sobre o Estatuto do Idoso, alterada pela Lei nº 
12.461, de 26 de julho de 2011, que determina a notificação compulsória dos atos de violência praticados contra o idoso 
atendido em estabelecimentos de saúde públicos ou privados; 
Considerando a Lei nº 10.778, de 24 de novembro de 2003, que estabelece a notificação compulsória, no território 
nacional, do caso de violência contra a mulher que for atendida em serviços de saúde, públicos ou privados; 
Considerando a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, que regula o acesso às informações previsto no inciso 
XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal; altera a Lei nº 8.112, de 11 de 
dezembro de 1990; revoga a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dáoutras providências; 
Considerando o Decreto Legislativo nº 395, publicado no Diário do Senado Federal em 13 de março de 2009, que 
aprova o texto revisado do Regulamento Sanitário Internacional, acordado na 58ª Assembleia Geral da Organização Mundial 
de Saúde, em 23 de maio de 2005; 
Considerando o Decreto nº 7.616, de 17 de novembro de 2011, que dispõe sobre a declaração de Emergência em 
Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) e institui a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS); e 
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Considerando a necessidade de padronizar os procedimentos normativos relacionados à notificação compulsória no 
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), resolve: 
CAPÍTULO I 
DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS 
Art. 1º Esta Portaria define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde 
pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos termos do anexo. 
Art. 2º Para fins de notificação compulsória de importância nacional, serão considerados os seguintes conceitos: 
I - agravo: qualquer dano à integridade física ou mental do indivíduo, provocado por circunstâncias nocivas, tais como 
acidentes, intoxicações por substâncias químicas, abuso de drogas ou lesões decorrentes de violências interpessoais, como 
agressões e maus tratos, e lesão autoprovocada; 
II - autoridades de saúde: o Ministério da Saúde e as Secretarias de Saúde dos Estados, Distrito Federal e Municípios, 
responsáveis pela vigilância em saúde em cada esfera de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS); 
III - doença: enfermidade ou estado clínico, independente de origem ou fonte, que represente ou possa representar 
um dano significativo para os seres humanos; 
IV - epizootia: doença ou morte de animal ou de grupo de animais que possa apresentar riscos à saúde pública; 
V - evento de saúde pública (ESP): situação que pode constituir potencial ameaça à saúde pública, como a ocorrência 
de surto ou epidemia, doença ou agravo de causa desconhecida, alteração no padrão clínicoepidemiológico das doenças 
conhecidas, considerando o potencial de disseminação, a magnitude, a gravidade, a severidade, a transcendência e a 
vulnerabilidade, bem como epizootias ou agravos decorrentes de desastres ou acidentes; 
VI - notificação compulsória: comunicação obrigatória à autoridade de saúde, realizada pelos médicos, profissionais de 
saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados, sobre a ocorrência de suspeita ou 
confirmação de doença, agravo ou evento de saúde pública, descritos no anexo, podendo ser imediata ou semanal; 
VII - notificação compulsória imediata (NCI): notificação compulsória realizada em até 24 (vinte e quatro) horas, a 
partir do conhecimento da ocorrência de doença, agravo ou evento de saúde pública, pelo meio de comunicação mais rápido 
disponível; 
VIII - notificação compulsória semanal (NCS): notificação compulsória realizada em até 7 (sete) dias, a partir do 
conhecimento da ocorrência de doença ou agravo; 
IX - notificação compulsória negativa: comunicação semanal realizada pelo responsável pelo estabelecimento de 
saúde à autoridade de saúde, informando que na semana epidemiológica não foi identificado nenhuma doença, agravo ou 
evento de saúde pública constante da Lista de Notificação Compulsória; e 
X - vigilância sentinela: modelo de vigilância realizada a partir de estabelecimento de saúde estratégico para a 
vigilância de morbidade, mortalidade ou agentes etiológicos de interesse para a saúde pública, com participação facultativa, 
segundo norma técnica específica estabelecida pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS). 
CAPÍTULO II 
DA NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 
Art. 3º A notificação compulsória é obrigatória para os médicos, outros profissionais de saúde ou responsáveis pelos 
serviços públicos e privados de saúde, que prestam assistência ao paciente, em conformidade com o art. 8º da Lei nº 6.259, 
de 30 de outubro de 1975. 
§ 1º A notificação compulsória será realizada diante da suspeita ou confirmação de doença ou agravo, de acordo com 
o estabelecido no anexo, observando-se, também, as normas técnicas estabelecidas pela SVS/MS. 
§ 2º A comunicação de doença, agravo ou evento de saúde pública de notificação compulsória à autoridade de saúde 
competente também será realizada pelos responsáveis por estabelecimentos pú- blicos ou privados educacionais, de cuidado 
coletivo, além de serviços de hemoterapia, unidades laboratoriais e instituições de pesquisa. 
§ 3º A comunicação de doença, agravo ou evento de saúde pública de notificação compulsória pode ser realizada à 
autoridade de saúde por qualquer cidadão que deles tenha conhecimento. 
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Art. 4º A notificação compulsória imediata deve ser realizada pelo profissional de saúde ou responsável pelo serviço 
assistencial que prestar o primeiro atendimento ao paciente, em até 24 (vinte e quatro) horas desse atendimento, pelo meio 
mais rápido disponível. 
Parágrafo único. A autoridade de saúde que receber a notificação compulsória imediata deverá informa-la, em até 24 
(vinte e quatro) horas desse recebimento, às demais esferas de gestão do SUS, o conhecimento de qualquer uma das 
doenças ou agravos constantes no anexo. 
Art. 5º A notificação compulsória semanal será feita à Secretaria de Saúde do Município do local de atendimento do 
paciente com suspeita ou confirmação de doença ou agravo de notificação compulsória. 
Parágrafo único. No Distrito Federal, a notificação será feita à Secretaria de Saúde do Distrito Federal. 
Art. 6º A notificação compulsória, independente da forma como realizada, também será registrada em sistema de 
informação em saúde e seguirá o fluxo de compartilhamento entre as esferas de gestão do SUS estabelecido pela SVS/MS. 
CAPÍTULO III 
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS 
Art. 7º As autoridades de saúde garantirão o sigilo das informações pessoais integrantes da notificação compulsória 
que estejam sob sua responsabilidade 
Art. 8º As autoridades de saúde garantirão a divulgação atualizada dos dados públicos da notificação compulsória para 
profissionais de saúde, órgãos de controle social e população em geral. 
Art. 9º A SVS/MS e as Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios divulgarão, em endereço 
eletrônico oficial, o número de telefone, fax, endereço de e-mail institucional ou formulário para notificação compulsória. 
Art. 10. A SVS/MS publicará normas técnicas complementares relativas aos fluxos, prazos, instrumentos, definições de 
casos suspeitos e confirmados, funcionamento dos sistemas de informação em saúde e demais diretrizes técnicas para o 
cumprimento e operacionalização desta Portaria, no prazo de até 90 (noventa) dias, contados a partir da sua publicação. 
Art. 11. A relação das doenças e agravos monitorados por meio da estratégia de vigilância em unidades sentinelas e 
suas diretrizes constarão em ato específico do Ministro de Estado da Saú- de. 
Art. 12. A relação das epizootias e suas diretrizes de notificação constarão em ato específico do Ministro de Estado da 
Saúde. 
Art. 13. Esta Portaria entra em vigor na data de sua pu- blicação. Art. 14. 
Fica revogada a Portaria nº 1.271/GM/MS, de 06 de junho de 2014, publicada no Diário Oficial da União,nº 108, Seção 
1, do dia 09 de junho de 2014, p. 37. 
Art. 14. Fica revogada a Portaria nº 1.271/GM/MS, de 06 de junho de 2014, publicada no Diário Oficial da União, nº 
108, Seção 1, do dia 09 de junho de 2014, p. 37. 
JOSÉ AGENOR ÁLVARES DA SILVA 
ANEXO 
Lista Nacional de Notificação Compulsória 
Nº DOENÇA OU AGRAVO (Ordem alfabética) 
Periodicidade de notificação 
Imediata (até 24 
horas) para* Semanal* 
 
 MS SES SMS 
1 a. Acidente de trabalho com exposição a material biológico X 
 
b. Acidente de trabalho: grave, fatal e em crianças e adolescentes X 
2 Acidente por animal peçonhento X 
3 Acidente por animal potencialmente transmissor da raiva X 
4 Botulismo X X X 
 
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5 Cólera X X X 
6 Coqueluche X X 
7 
a. Dengue - Casos X 
b. Dengue - Óbitos X X X 
8 Difteria X X 
9 Doença de Chagas Aguda X X 
10 Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) X 
11 
a. Doença Invasiva por "Haemophilus Influenza" X X 
b. Doença Meningocócica e outras meningites X X 
12 
Doenças com suspeita de disseminação intencional: a. Antraz pneumônico b. 
Tularemia c. Varíola 
X X X 
13 
Doenças febris hemorrágicas emergentes/reemergentes: a. Arenavírus b. Ebola c. 
Marburg d. Lassa e. Febre purpúrica brasileira 
X X X 
14 
a. Doença aguda pelo vírus Zika X 
b. Doença aguda pelo vírus Zika em gestante X X 
c. Óbito com suspeita de doença pelo vírus Zika X X X 
15 Esquistossomose X 
16 
Evento de Saúde Pública (ESP) que se constitua ameaça à saúde pública (ver 
definição no Art. 2º desta portaria) 
X X X 
17 Eventos adversos graves ou óbitos pós-vacinação X X X 
18 Febre Amarela X X X 
19 
a. Febre de Chikungunya X 
b. Febre de Chikungunya em áreas sem transmissão X X X 
c. Óbito com suspeita de Febre de Chikungunya X X X 
20 Febre do Nilo Ocidental e outras arboviroses de importância em saúde pública X X X 
21 Febre Maculosa e outras Riquetisioses X X X 
22 Febre Tifoide X X 
23 Hanseníase X 
24 Hantavirose X X X 
25 Hepatites virais X 
26 
HIV/AIDS - Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana ou Síndrome da 
Imunodeficiência Adquirida 
 X 
27 
Infecção pelo HIV em gestante, parturiente ou puérpera e Criança exposta ao risco 
de transmissão vertical do HIV 
 X 
28 Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) X 
29 Influenza humana produzida por novo subtipo viral X X X 
30 
Intoxicação Exógena (por substâncias químicas, incluindo agrotóxicos, gases 
tóxicos e metais pesados) 
 X 
31 Leishmaniose Tegumentar Americana X 
32 Leishmaniose Visceral X 
33 Leptospirose X 
 
LEGISLAÇÃO DO SUS PARA CONCURSOS 
| Módulo 8 – Profa. Michelle Sampaio 
 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
15 
 
OS: 0167/9/18-Gil 
34 
a. Malária na região amazônica X 
b. Malária na região extra Amazônica X X X 
35 Óbito: a. Infantil b. Materno X 
36 Poliomielite por poliovirus selvagem X X X 
37 Peste X X X 
38 Raiva humana X X X 
39 Síndrome da Rubéola Congênita X X X 
40 Doenças Exantemáticas: a. Sarampo b. Rubéola X X X 
41 Sífilis: a. Adquirida b. Congênita c. Em gestante X 
42 Síndrome da Paralisia Flácida Aguda X X X 
43 
Síndrome Respiratória Aguda Grave associada a Coronavírus a. SARS-CoV b. MERS- 
CoV 
X X X 
44 Tétano: a. Acidental b. Neonatal X 
45 Toxoplasmose gestacional e congênita X 
46 Tu b e r c u l o s e X 
47 Varicela - caso grave internado ou óbito X X 
48 
a. Violência doméstica e/ou outras violências X 
b. Violência sexual e tentativa de suicídio X 
 
 
VAMOS TREINAR!!! 
 
06. (UFC 2018) A portaria Nº 204/2016 do Ministério da Saúde dispõe acerca da notificação compulsória de doenças, 
agravos e eventos de saúde pública, e dá outras providências. Com base na referida publicação, analise as afirmativas a 
seguir: 
I. A notificação compulsória deverá ser realizada após a confirmação de doença ou agravo de saúde. 
II. A notificação compulsória também deverá ser realizada pelos responsáveis por estabelecimentos públicos ou privados 
educacionais, de cuidado coletivo, além de serviços de hemoterapia, unidades laboratoriais e instituições de pesquisa. 
III. A notificação compulsória imediata deverá ser realizada pelo profissional de saúde ou responsável pelo serviço 
assistencial que prestar o primeiro atendimento ao paciente, em até 24 (vinte e quatro) horas desse atendimento. 
IV. A notificação compulsória mensal será feita à Secretaria de Saúde do Município do local de atendimento do paciente 
com suspeita ou confirmação de doença ou agravo de notificação compulsória. 
 
Assinale a alternativa correta. 
a) Apenas II e III são verdadeiras 
b) Apenas II e IV são verdadeiras. 
c) Apenas I, II e III são verdadeiras. 
d) Apenas II, III e IV são verdadeiras. 
 
07. (NUCEPE 2015) A Organização Mundial da Saúde define Sistema de Informação em Saúde - SIS como um mecanismo de 
coleta, processamento, análise e transmissão da informação necessária para se planejar, organizar, operar e avaliar os 
serviços de saúde. Assinale a alternativa CORRETA: 
a) Informação - é definido como “um valor quantitativo referente a um fato ou circunstância”, “o número bruto que ainda 
não sofreu qualquer espécie de tratamento estatístico”, ou “a matéria prima da produção de informação”. 
b) Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) Criado em 1975, este sistema iniciou sua fase de 
descentralização em 1991, dispondo de dados informatizados a partir de 1979. Seu instrumento padronizado de coleta 
de dados é a Declaração de Óbito (DO), impressa em três vias coloridas, cuja emissão e distribuição para os estados, em 
séries pré-numeradas, é de competência exclusiva do Ministério da Saúde. 
LEGISLAÇÃO DO SUS PARA CONCURSOS 
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CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
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OS: 0167/9/18-Gil 
c) Sistema de Informações Sobre Mortalidade (SIM), o mais importante sistema para a vigilância epidemiológica foi 
desenvolvido entre 1990 e 1993, visando sanar as dificuldades do Sistema de Notificação Compulsória de Doenças 
(SNCD) e substituí-lo, tendo em vista o razoável grau de informatização disponível no país. 
d) Um de seus objetivos básicos, na concepção do Sistema Único de Saúde (SUS), é possibilitar a análise da situação de 
saúde no nível local tomando como referencial microrregiões homogêneas e considerando, necessariamente, as 
condições de vida da população na determinação do processo saúde-doença. 
e) Dado - é entendida como “o conhecimento obtido a partir dos dados”, “o dado trabalhado” ou “o resultado da análise e 
combinação de vários dados”, o que implica interpretação, por parte do usuário. É “uma descrição de uma situação real, 
associada a um referencial explicativo sistemático”. 
 
08. (UFAL 2015) Para realizar o cálculo da Taxa de Mortalidade Infantil, é necessário coletar dados de quais sistemas 
de informação em saúde? 
a) SIH e SIM. 
b) SIM e SIAB. 
c) SIH e SINAN. 
d) SIM e SINASC. 
e) SINAN e SINASC. 
 
09. (IDECAN 2014) Em relação ao Sistema de Informaçõessobre Nascidos Vivos (SINASC), analise as afirmativas. 
I. Propicia informações sobre nascidos vivos no país, com dados sobre a gravidez, o parto e as condições da criança ao 
nascer. 
II. Para os partos realizados em hospitais e outras instituições de saúde, a primeira via da DN deve ser preenchida, sendo 
coletada pelo Cartório de Registro Civil. 
III. O fluxo do SINASC é análogo ao do SIM, com codificação e transcrição efetuadas pelas secretarias municipais e 
estaduais de saúde. 
 
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s) 
a) I, II e III. 
b) II, apenas. 
c) I e II, apenas. 
d) I e III, apenas. 
e) II e III, apenas. 
 
10. (IDECAN 2014) Em relação aos sistemas de informação, relacione corretamente as colunas. 
1. SIM. 
2. SINASC. 
3. SINAN. 
 
( ) Utiliza como fonte de dados as declarações de óbito. 
( ) É o principal instrumento de coleta dos dados das doenças de notificação compulsória e de outros agravos. 
( ) Utiliza como fonte de dados as declarações de nascidos vivos. 
 
A sequência está correta em 
a) 1, 2, 3. 
b) 1, 3, 2. 
c) 2, 1, 3. 
d) 2, 3, 1. 
e) 3, 2, 1. 
 
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