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Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br E-Book comprado por Leonam da Costa Portela - Proibida a transferência a terceiros 1 Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 2 http://www.questoesdiscursivas.com.br O melhor site de questões discursivas de concursos públicos. Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 3 ÍNDICE Direito Administrativo-4 Direito Ambiental-5 Direito Civil-7 Direito Constitucional-9 Direito do Consumidor-11 Direito Penal-12 Direito Processual Civil-14 Direito Processual Penal-23 Direito Tributário-41 Estatuto da Criança e do Adolescente-42 Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 4 DIREITO ADMINISTRATIVO - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJPA - Ano: 2011 - Banca: CESPE - Disciplina: Direito Administrativo - Assunto: Contrato Público - Considere que o poder público municipal, após a realização de procedimento licitatório, tenha celebrado, com determinada empresa, contrato para a prestação de serviço de transporte e que lei específica posterior tenha aumentado a carga tributária que seria suportada pela empresa. Em face dessa situação hipotética, responda, de forma fundamentada, se o particular contratado pelo poder público tem direito à revisão dos valores do contrato para suprir a despesa decorrente do correspondente recolhimento. - Resposta: ASPECTOS MACROESTRUTURAIS - 1. Capacidade de expressão na modalidade escrita e uso das normas do registro formal da língua portuguesa 0,00 a 0,25 - 2. Conhecimento do tema - 2.1. Referências ao equilíbrio econômico-financeiro do contrato (necessidade de manutenção) 0,00 a 1,00 - 2.2. Menção à teoria do fato do príncipe 0,00 a 0,25 - 2.3. Possibilidade de revisão do contrato com fundamento no art. 65, II, d da Lei n.º 8.666/1993 e § 5.º desse mesmo artigo 0,00 a 1,00 - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 2006 - Banca: VUNESP - Disciplina: Direito Administrativo - Assunto: Contrato Público - Nos contratos firmados pela Administração Pública, cabe a aplicação da teoria da imprevisão? Explique e fundamente a sua resposta. - Resposta: Sim. No direito brasileiro, a matéria é prevista na Constituição Federal, artigo 37, inciso XXI, e Ŷoàaƌtigoàϲϱ,à iŶĐisoà II,à alíŶeaà ͞d͟,àdaà Leià deà liĐitações, n.º 8.666/1993. A teoria da imprevisão tem sua aplicação no contrato administrativo, quando caracterizada uma situação de álea econômica extraordinária, isto é, quando o ajuste for afetado por um acontecimento externo ao contrato, estranho à vontade das partes, imprevisível e inevitável, que causa um desequilíbrio muito grande, tornando a execução do contrato excessivamente onerosa para o contratado. Tem sua origem na aplicação da cláusula rebus sic stantibus, sendo disposição implícita aos contratos de prestações sucessivas, na medida em que se entende que a convenção não permanece em vigor se as coisas não permanecerem como eram no momento da celebração. Cuida, pois, de mitigação ao princípio do pacta sunt servanda. É instrumento importante para garantir o equilíbrio econômico- financeiro pactuado quando da celebração do contrato. A doutrina aponta como requisitos necessários à aplicação da teoria da imprevisão, nos teƌŵosàdispostosàŶoàĐitadoàaƌtigoàϲϱ,à II,à͞d͟àdaàLeiàŶ.ºà 8.666/1993 e princípios assentes no ordenamento jurídico, que o fato seja imprevisto ou imprevisível quanto à sua ocorrência ou quanto às suas conseqüências; estranho à vontade das partes; inevitável e causador de desequilíbrio muito grande ao contrato, de forma que ele se torne ruinoso para uma das partes. (Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Direito administrativo 18.ª ed. São Paulo: Atlas, 2005, p. 269- 272 e Celso Antônio Bandeira de Mello. Curso de Direito Administrativo. 17.ª ed. São Paulo: Malheiros, 2004, p. 602/604) - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 2012 - Banca: TJMT - Disciplina: Direito Administrativo - Assunto: Processo Administrativo - Determinado Município que não possui lei própria reguladora da ŵatĠƌiaà͞pƌoĐessoàadŵiŶistƌativo͟àaŶulou,àapósàgaƌaŶtiƌà o contraditório e a ampla defesa ao interessado, um ato administrativo praticado seis anos antes, que convertera multa em advertência, alegando a ocorrência de vício insanável, ainda que inexistente a má-fé do beneficiado. O interessado interpôs recurso administrativo, alegando nulidade do ato de anulação. Em sua decisão, a autoridade administrativa de nível superior, preliminarmente, não conheceu do recurso, haja vista a ausência de depósito prévio em dinheiro no valor da multa corrigido, conforme exigido em lei do Município. a) Poderia o interessado invocar em seu favor, nessa situação, os dispositivos da Lei Federal de Processo Administrativo (Lei n. 9.784/99)? Por quê? b) Há algum fundamento legal que ofereça supedâneo ao mérito do recurso interposto? Qual? c) É válida a exigência de depósito no caso em apreço? Por quê? - Resposta: (a) Sim, pois diante da ausência de lei própria do Município reguladora do processo administrativo, aplica-se por analogia a Lei Federal (Lei nº 9.784/99), conforme jurisprudência pacífica do Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 5 Superior Tribunal de Justiça (AgRg no AgRg no REsp 1071359/RJ, AgRg no REsp1261695/SC, REsp 1251769/SC, AgRg no REsp 1199448/SC, REsp 1148460/PR). (b) Sim, o recurso encontra fundamento legal no art. 54 da Lei nº 9.784/99, aplicável analogicamente ao caso, uma vez que se passaram mais de 5 anos e não houve má-fé, operando-se com isso a decadência da pretensão anulatória da ádŵiŶistƌação.à͞áƌt.àϱϰ.àOàdiƌeitoàdaàádŵiŶistƌaçãoàdeà anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fĠ.͟à ;ĐͿà Não,à aà exigġŶĐiaà deà depſsitoà prévio em dinheiro para a admissibilidade de recurso administrativo é inconstitucional, pois ofende o direito fundamental ao contraditório e à ampla defesa com todos os meios e recursos a ela inerentes (art. 5º, LV, Constituição Federal), inclusive o Supremo Tribunal Federal pacificou este entendimento através da Súmula ViŶĐulaŶteà Ŷºà Ϯϭ:à ͞Éà iŶĐoŶstituĐioŶalà aà exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens paƌaà adŵissiďilidadeà deà ƌeĐuƌsoà adŵiŶistƌativo͟à (menção ao direito fundamental ou à súmula vinculante). QUESITO AVALIADO NOTA - 1) APRESENTAÇÃO E ESTRUTURA TEXTUAL (legibilidade, respeito às margens, paragrafação, coerência, concisão, clareza, propriedade vocabular); ASPECTOS GRAMATICAIS (morfologia, sintaxe de emprego e colocação, sintaxe de regência e pontuação); ASPECTOS FORMAIS (erros de forma em geral e erros de ortografia); - CAPACIDADE DE INTERPRETAÇÃO E EXPOSIÇÃO - 2) DESENVOLVIMENTO DO TEMA: a) Sim. Diante da ausência de lei própria do Município reguladora do processo administrativo, aplica-se por analogia a Lei Federal (Lei nº 9.784/99), conforme jurisprudência pacífica do Superior Tribunal de Justiça (AgRg no AgRg no REsp 1071359/RJ, AgRg no REsp 1261695/SC, REsp 1251769/SC, AgRg no REsp 1199448/SC, REsp 1148460/PR).b) Sim. O recurso encontra fundamento legal no art. 54 da Lei nº 9.784/99, aplicável analogicamente ao caso, uma vez que se passaram mais de 5 anos e não houve má-fé, operando-se com isso a decadência da pretensão aŶulatſƌiaà daà ádŵiŶistƌação.à ͞áƌt.à à ϱϰ.à Oà diƌeitoà daà Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fĠ.͟à ĐͿà Não.à áà exigência de depósito prévio em dinheiro para a admissibilidade de recurso administrativo é inconstitucional, pois ofende o direito fundamental ao contraditório e à ampla defesa com todos os meios e recursos a ela inerentes (art. 5º, LV, Constituição Federal), inclusive o Supremo Tribunal Federal pacificou este entendimento através da Súmula ViŶĐulaŶteà Ŷºà Ϯϭ:à ͞Éà iŶĐoŶstituĐioŶalà aà exigġŶĐiaà deà depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens paƌaàadŵissiďilidadeàdeàƌeĐuƌsoàadŵiŶistƌativo͟.à DIREITO AMBIENTAL - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 2006 - Banca: VUNESP - Disciplina: Direito Ambiental - Assunto: Crimes Ambientais - ͞ádŵite-se a responsabilidade penal objetiva da pessoa jurídica pela prática de crime ambiental, uma vez que a mesma não teŵà voŶtadeà pƌópƌia.͟à Esseà eŶuŶĐiadoà estĄà Đoƌƌetoà ouà incorreto? Justifique a sua resposta. - Resposta: Incorreto. A responsabilidade penal da pessoa jurídica está prevista no art. 3.º da Lei 9.605/98 (lei de crimes ambientais), com fundamento no art. 225, § 3.º da Constituição Federal. Pode-se dizer que a pessoa jurídica tem vontade própria, vontade esta exteriorizada pela vontade de seus sócios, pois os atos praticados pelos sócios, em prol da empresa, constituem-se em atos praticados pela empresa e por isso passíveis de responsabilização, a qual será cumulada com a responsabilização dos agentes físicos que agiram em prol da pessoa jurídica. Para a configuração da responsabilidade penal das pessoas jurídicas devem ser preenchidos os seguintes requisitos: 1) deve haver um benefício por parte da empresa, oriundo do fato praticado ou omitido; 2) deve haver vinculação entre o ato praticado e a atividade da empresa. A atitude do preposto não pode estar situada fora da atividade da empresa; 3) deve existir liame hierárquico, de subordinação, entre a empresa e o autor material do delito, sob pena de ocorrer responsabilidade objetiva; 4) deve haver a utilização da estrutura da empresa para a prática do delito; 5) deve existir deliberação da própria diretoria da entidade, ou de quem por ela responde, ou de seu órgão colegiado, no benefício da entidade. Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 6 - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 2012 - Banca: TJMT - Disciplina: Direito Ambiental - Assunto: Fontes - No âmbito do Direito Ambiental Internacional, discorra sobre fontes formais e materiais, princípios gerais e o conflito entre a soberania dos Estados e a proteção do meio ambiente nos danos ambientais transnacionais. - Resposta: O que se espera do candidato é que demonstre conhecimento da relevância do Direito Ambiental Internacional e que tenha noção de que os danos ambientais não conhecem fronteiras, sendo necessário que países limítrofes ou até mesmo distantes respeitem as regras de proteção. As fontes do Direito Ambiental Internacional estão definidas no art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça (CIJ), com sede em Haia. São eles: os tratados internacionais, gerais ou internacionais; o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como direito e osà ͞pƌiŶĐípiosà geƌaisà deà diƌeitoà ƌeĐoŶheĐidosà pelasà ŶaçƁesà Đivilizadas͟;à e,à aiŶdaà aà títuloà suďsidiĄƌio,à asà decisões judiciais e a doutrina dos publicistas mais qualificados das diferentes nações. Fontes formais: Tratados e Costumes Internacionais Os Tratados estão conceituados na Convenção de Viena (1969) e podem ser chamados de convenções, pactos, protocolos ou acordos. Podem ser multilaterais (v.g., Convenção sobre Diversidade Biológica, Dec. 2.519/98) ou bilaterais, universais ou regionais. Podem visar o combate à poluição ou versar sobre a conservação da natureza (v.g., conservação da pesca). Alguns são 0bjetivos, de fácil execução (v.g., Convenção para Conservação das Forças Antárticas). Outros são genéricos, dependem da legislação interna dos aderentes. Uma técnica comum é a adoção da Convenção-Quadro, que estabelece os princípios de ação em determinada área, cria órgãos e define atribuições (v.g., Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança de Clima). Os costumes internacionais (v.g., previsão de proteção do meio ambiente marinho) muitas vezes transformam-se em regras codificadas em Tratados (v.g., Zona Econômica Exclusiva). Fontes materiais: princípios gerais do direito internacional, decisões judiciais e doutrina. Os princípios são proclamados em declarações, códigos de conduta, estabelecem a base mínima de comportamento para a comunidade internacional. Por exemplo, A Declaração da Convenção de Estocolmo estabeleceu o princípio intergeracional (Princípio 2). destinado à proteção daqueles que virão no futuro. Alguns princípios ainda estão em processo de consolidação (v.g., princípio da não retroatividade das normas ambientais).As decisões judiciais também são fonte do DAI, inclusive as proferidas por Tribunais Arbitrais. Da mesma forma a doutrina. Por exemplo, estudos oriundos da IUCN podem auxiliar na elaboração decisões da CIJ, de leis internas ou na elaboração de Tratados Internacionais. A professora Solange Teles da Silva cita, ainda, as Resoluções das organizações internacionais (O Direito Ambiental Internacional, Del Rey 2010, p. 24). Um bom exemplo disto são as Diretivas da União Européia, que estabelece requisitos mínimos a serem seguidos pelos países e faz recomendações para iniciativas legais a serem adotadas (v.g., criminalização da pessoa jurídica). Aspecto de grande atualidade é o conflito existente entre a soberania dos Estados e a existência de danos ambientais transfronteiriços. Juliana de O.J. Dantas consideƌaà aà ͞desŵateƌializaçãoà doà aŶtigoà conceito de Soberania, aceitando-o mais como um conceito formal que não obstrui nem impede a internacionalização das relações estatais, atuando Đoŵoà suaà pauta͟.à Vġà Ŷaà atualidadeà uŵaà “oďeƌaŶiaà ͞ƌepeŶsada͟àƋueàpƌiŵaàpelaàcooperação entre os povos (A Soberania Nacional e a Proteção Ambiental Internacional, Ed. Verbatim, 2009, p. 42). Para Solange Telesàdaà“ilvaà͞seàoàexeƌĐíĐioàdaàsoďeƌaŶiaàĠàĐoŶĐeďidoà como o exercício de poderes absolutos do Estado, isso pode gerar conflitos insuperáveis com a proteção aŵďieŶtal͟à ;op.à Đit.,à p.à ϱϱͿ.à Poisà ďeŵ,à Ŷoà ĐoŶtextoà atual, por óbvio, os Estados mantém a sua Soberania, porém, na área da proteção ambiental, cada vez mais ela cede espaço a atos de cooperação e à submissão a julgamentos por Tribunais Internacional, sejam Arbitrais, sejam criados por Tratados (v.g. OEA). Em suma, o candidato deve expor, de forma objetiva e clara, quais são as fontes do Direito Ambiental Internacional e as circunstâncias especiais em que se exerce, atualmente, a soberania dos Estados. REFERÊNCIAS: O Direito Ambiental Internacional, Coordenador Leonardo Nemer Caldeira Brant, autora Solange Teles da Silva, Ed. Del Rey, 2010. Direito Administrativo e Meio Ambiente, Vladimir Passos de Freitas, 4ª. ed. Juruá Ed. 2011. Crimes Contra a Natureza, Vladimir e Gilberto Passos deFreitas. 9ª ed.. Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 7 Ed. Revista dos Tribunais, 2012. QUESITO AVALIADO - 1) APRESENTAÇÃO E ESTRUTURA TEXTUAL (legibilidade, respeito às margens, paragrafação, coerência, concisão, clareza, propriedade vocabular); ASPECTOS GRAMATICAIS (morfologia, sintaxe de emprego e colocação, sintaxe de regência e pontuação); ASPECTOS FORMAIS (erros de forma em geral e erros de ortografia); CAPACIDADE DE INTERPRETAÇÃO E EXPOSIÇÃO - 2) DESENVOLVIMENTO DO TEMA: a) Fontes formais (tratados e costumes) b) Fontes materiais (princípios, decisões e doutrina) c) Princípios gerais (intergeracional/ não retroatividade). d) Conflito entre a soberania dos Estados e a proteção do meio ambiente nos danos ambientais transnacionais (soberania e cooperação). DIREITO CIVIL - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 2012 - Banca: TJMT - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Contratos - Discorra fundamentadamente sobre a violação positiva do contrato, contemplando as concepções doutrinárias a respeito de seu conceito no Direito Brasileiro, bem como sua relação com os conceitos de mora e inadimplemento das obrigações. - Resposta: Espera-se do candidato a definição de violação positiva do contrato que contemple o descumprimento de deveres laterais derivados da boa- fé (COSTA, Jorge Cesar Ferreira Da. A boa-fé e a violação positiva do contrato. Rio de Janeiro: Renovar, 2002, p. 273), bem como a posição doutrinária que afirma configurar-se a violação positiva na hipótese em que a obrigação não é cumprida no modo pactuado, qualificando-se coŵoà͞ĐuŵpƌiŵeŶtoàƌuiŵàouà iŶexatoà doà ĐoŶtƌato͟à ;PONTE“à DEà MI‘áNDá,à JosĠà Cavalcanti. Tratado de Direito Privado. Tomo XXVI. Rio de Janeiro: Borsoi, p. 15) - Quanto à relação entre mora e inadimplemento, espera-se do candidato a demonstração de que, enquanto na mora e no inadimplemento ocorre inexecução da obrigação, na violaçãoà positivaà doà ĐoŶtƌatoà ͞teŵà lugaƌà uŵaà ͚açãoà positiva͛à doà devedoƌ,à poƌĠŵà seŵà satisfazeƌà adeƋuadaŵeŶteà oà iŶteƌesseà doà Đƌedoƌ͟. (TEPEDINO, Gustavo et al. Código Civil Interpretado Conforme a Constituição da República. Volume I. Rio de Janeiro: Renovar, 2004, p. 693). Admite-se, alternativamente, resposta em que se afirme que a violação positiva pode se enquadrar no conceito de mora ou de inadimplemento, haja vista o teor do artigo 394 do Código Civil que também qualifica como mora o ĐuŵpƌiŵeŶtoàƋueàŶãoàĠàƌealizadoàŶaà͞foƌŵaàƋueàaà leià ouà aà ĐoŶveŶçãoà estaďeleĐeƌ͟à ouà Ƌueà aà violaçãoà positiva, como inexecução de deveres laterais, é uma forma de inadimplemento que não se refere à prestação principal (COSTA, Jorge Cesa Ferreira da. Op. Cit., p. 273). - QUESITO AVALIADO NOTA - 1) APRESENTAÇÃO E ESTRUTURA TEXTUAL (legibilidade, respeito às margens, paragrafação, coerência, concisão, clareza, propriedade vocabular); ASPECTOS GRAMATICAIS (morfologia, sintaxe de emprego e colocação, sintaxe de regência e pontuação); ASPECTOS FORMAIS (erros de forma em geral e erros de ortografia); CAPACIDADE DE INTERPRETAÇÃO E EXPOSIÇÃO 2) DESENVOLVIMENTO DO TEMA: a) ‘efeƌġŶĐiaàexpƌessaàăàŶoçãoàdeà͞adiŵpleŵeŶtoà ƌuiŵ͟à ou expressão equivalente. b) Referência expressa à violação de deveres laterais derivados da boa-fé. c) 3 Possibilidades de resposta: a) Afirmação de que a violação positiva do contrato é uma categoria que não se confunde com a mora e com o inadimplemento absoluto/definitivo, uma vez que, enquanto estes ocorrem mediante inexecução da obrigação, a violação positiva consiste em execução que não atende adequadamente ao interesse do credor. OU b) Alternativamente, admite-se como resposta a afirmação de que a violação positiva do contrato pode qualificar-se como modalidade de mora ou de inadimplemento definitivo que se configura pelo não ĐuŵpƌiŵeŶtoà daà oďƌigaçãoà Ŷaà ͞foƌŵaà Ƌueà aà leià ouà aà ĐoŶveŶçãoàestaďeleĐeƌ͟à;aƌt.àϯϵϰàdoàCſdigoàCivilͿàOUàĐͿà ainda, que violação positiva, como inexecução de deveres laterais, é uma forma de inadimplemento que não se refere à prestação principal. - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 2006 - Banca: VUNESP - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Contratos - Disserte sobre os dois questionamentos. a) A propositura da ação declaratória negativa inibe o aforamento da ação de execução relativamente ao mesmo crédito? Justifique a sua resposta) É possível a propositura de ação declaratória visando à interpretação de cláusulas contratuais? Justifique a sua resposta. Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 8 - Resposta: a) É possível nos termos do disposto no artigo 585, § 1.º do Código de Processo Civil. Os argumentos dos candidatos deverão levar à conclusão do disposto no artigo mencionado. b) O candidato deverá dissertar interpretando literalmente o artigo 4.º, I do CPC. Em primeiro plano, não seria possível concluir que sim, pois a cláusula contratual não se ĐoŶfuŶdeà Đoŵà aà ƌelaçãoà juƌídiĐa.à ͞Esseà eŶteŶdiŵeŶtoà não se harmoniza, porém, com a finalidade do iŶstituto,à Ƌueà ͞est la forme la plus élevée et la plus dĠliĐateà d͛exeƌĐiĐeà duà pouvoiƌà judiĐiaiƌe,à età doità ġtƌeà considerée comme très utile aux litigants et à la vie sociale. Da interpretação de uma única cláusula contratual depende, muitas vezes, a solução de todo o litígio, o que autoriza o ajuizamento da declaratória, presente o interesse processual. É a orientação mais liďeƌal,à seguidaà pelaà doutƌiŶaà eà pelaà juƌispƌudġŶĐia.͟à (João Batista Lopes. Ação Declaratória. Editora RT. 4.ª edição. São Paulo: 1995, p.71). Tradução livre do Elaborador: é a forma mais elevada e a mais delicada de exercício do Poder Judiciário. E deve ser considerada como muito útil aos litigantes e à vida social. - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJPA - Ano: 2011 - Banca: CESPE - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos das Sucessões - Manoel, solteiro, pai de Cláudia e Pedro, faleceu em agosto de 2011, deixando a casa n.º 50, situada na rua São Silvestre, em Belém – PA, registrada em seu nome no X Ofício do Cartório de Imóveis de Belém. A referida casa havia sido emprestada, em 2005, a um casal de amigos, Carlos e Cristina, pelo prazo de dois anos, necessários à conclusão da obra de imóvel que haviam comprado. Passados três anos, não tendo sido restituído o imóvel, Manoel, em 10/10/2008, notificou extrajudicialmente o casal para que deixasse o imóvel no prazo de trinta dias. O casal não atendeu a notificação, tendo permanecido no imóvel. Manoel, em 10/3/2011, novamente notificou extrajudicialmente o casal, que continuou inerte. Em junho de 2011, Manoel foi internado com complicações de saúde, tendo falecido dois meses depois. O espólio, representado por sua inventariante, mãe dos dois herdeiros que representa legalmente, ajuizou, ainda no curso do inventário, ação reivindicatória, em face de Carlos e Cristina, com o fim de reaver o imóvel ocupado. A escritura do imóvel e cópia das notificações recebidas pelos réus foram juntadas aos autos. Na ação, foram narrados os fatos e feito o pedido de imissão na posse do imóvel e de condenação dos réus em indenizar a quantia correspondente ao valor do aluguel do imóvel, desde 10/11/2008 até a sua efetiva desocupação, que seria apurado em liquidação de sentença por arbitramento. Citados, Carlos e Cristina apresentaram contestação, alegando: a) a inépcia da inicial, ante a falta de identificação detalhada do imóvel, com suas confrontações e características, ea ausência de propriedade do imóvel, com base no argumento de que não houvera partilha no processo de inventário; b) a impossibilidade jurídica do pedido, sob o argumento de que não cabe pedido reivindicatório para a obtenção da posse do imóvel; c) a ilegitimidade do espólio para figurar no pólo ativo, sob o fundamento de que a legitimidade seria dos herdeiros; d) o direito à usucapião urbana por estarem na posse do imóvel por mais de cinco anos ininterruptos, utilizando-o como sua moradia, não possuírem outro imóvel e por medir o imóvel ocupado área de 180 m2; e) o direito de serem indenizados no valor de R$ 15.000,00 por benfeitorias realizadas no imóvel, a saber: colocação de armários nos quartos e substituição do piso da cozinha, tendo juntado notas fiscais comprobatórias datadas de maio de 2011; f) a falta de amparo para o pedido de indenização pelo aluguel, sob o argumento de que utilizavam a casa a título de empréstimo, e de que, em momento algum, Manoel lhes impusera a cobrança de qualquer valor nem tomara qualquer medida judicial para retirá-los do imóvel, o que demonstrava a aceitação tácita da continuidade do empréstimo. Ao final, pediram a extinção do processo sem resolução do mérito, ou a declaração de usucapião do imóvel em seu favor, ou, ainda, a condenação do autor a pagar-lhes a indenização referente ao gasto efetuado. Em réplica, o autor alegou: o não cabimento das preliminares; o não cabimento da alegação de usucapião aventada em contestação, sob o argumento de que não restara configurada a usucapião; o não cabimento do pleito de indenização, pois não fora provada a data da realização das benfeitorias; a pertinência da cobrança do aluguel pela utilização do imóvel após a notificação para sua devolução. O autor reafirmou os pedidos, requerendo a improcedência dos pedidos dos réus. Não havendo provas para produzir em audiência, os autos seguiram conclusos para sentença. Considerando os fatos hipotéticos acima relatados, profira, na condição de juiz substituto, a sentença, dando solução à lide. Analise toda a matéria de direito processual e material pertinente ao julgamento, Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 9 fundamente suas explanações, dispense o relatório e não crie fatos novos. - Resposta: ASPECTOS MACROESTRUTURAIS - Sentença Cível - Quesito avaliado Faixa de valor Nota - 1 Capacidade de expressão na modalidade escrita e uso das normas do registro formal da língua - 2 Conhecimento do tema - 2.1 Preliminares não prosperam / Petição inicial atende aos requisitos previstos no art. 282 do CPC / Imóvel identificado / Inventário em andamento não há óbice / Legitimidade do espólio / Inventário não encerrado / Art. 12, V, do CPC / Possibilidade jurídica do pedido 0,00 a 1,50 - 1,25 - 2.2 Possibilidade de usucapir em contestação: Súmula n.° 237/STF / Requisitos não configurados / Oposição após a notificação 0,00 a 1,50 1,00 - 2.3 Benfeitorias / Ausência de direito / Realização quando a posse não era mais de boa-fé / Art. 333, II, do CPC 0,00 a 1,00 0,83 - 2.4 Aluguéis devidos pela utilização do imóvel após 30 dias da notificação até a desocupação / Liquidação por arbitramento / Art. 475-C do CPC 0,00 a 1,50 1,50 - 2.5 Direito à imissão na posse do imóvel: requisitos preenchidos 0,00 a 2,00 1,00 - 2.6 Dispositivo: afastar as preliminares; extinção consoante o art. 269, I, do CPC; julgar procedentes os pedidos, para imitir o espólio na posse do imóvel; condenar os réus a indenizar da quantia correspondente ao valor do aluguel do imóvel, desde 10/11/2008 até a sua efetiva desocupação, a ser apurado em liquidação de sentença por arbitramento / Condenação em custas e honorários em percentual sobre a condenação no valor referente indenização pelo pagamento do aluguel (art. 20, § 3.°, do CPC) 0,00 a 1,50 - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 2006 - Banca: VUNESP - Disciplina: Direito Civil - Assunto: Direitos Reais - Considerando o direito possessório, responda as seguintes questões: a) Em razão do desforço pessoal imediato, é possível exigir a função social da posse aplicada em conjunto com o princípio constitucional da isonomia substancial? Explique e fundamente a sua resposta. b) Qual o sentido teleológico da proteção jurídica da posse? - Resposta: a) Sim. O desforço imediato é conseqüência da aparência de propriedade que lhe é inerente e em nada interfere na situação de se configurar uma função social à posse, ao contrário. A função social da posse advém da função social da propriedade (art. 5.º, XXIII, CF), aplicada em conjunto com o princípio constitucional da isonomia substancial (art. 5.º, caput, CF). Ainda, de forma indireta, conforme arts. 183 e 191, CF. Não há disposição específica na Constituição ou em lei ordinária que trate da função sócia da posse, mas ela é extraída destas normas. Situação já abordada, por exemplo, pelo Tribunal de Alçada de Minas Gerais, no agravo de instrumento 425.429-9, 2.ª Turma Cível, rel. Juiz Alberto Vilas Boas. ͞áà fuŶçãoà soĐialà daà posseà podeà seƌà exigida independentemente da expressa previsão pelo legislador constitucional ou infraconstitucional.Sendo a posse o exercício fático de algumas posições jurídicas inerentes ao domínio, a função social da propriedade (art. 5.º, XXIII, da Constituição Federal) é plenamente apliĐĄvelà aà ela.͟à ‘eŶatoà Duaƌteà FƌaŶĐoà deàMoƌaes,à áà função social da posse, in Direito Civil – Estudos em homenagem à professora Giselda Maria Fernandes Novaes Hironaka, São Paulo, Método, 2006. b) Conforme a teoria de Jhering, adotada em nossa codificação atual e na anterior, a posse merece proteção em razão do desdobramento da aparência de propriedade, defendendo-se aquilo que aparenta ser de acordo com o direito. Evitam-se conflitos e o uso de violência, o que não ocorreria se não houvesse a estabilidade conferida pela proteção possessória. ͞Eŵà suma, o bem jurídico inicialmente tutelado com a defesa da posse é o exercício fático das posições jurídicas do domínio.Com isso, defende-se ŵediataŵeŶteàaàpazàsoĐial.͟à;‘eŶatoàDuaƌteàFƌaŶĐoàdeà Moraes, A função social da posse, in Direito Civil – Estudos em homenagem à professora Giselda Maria Fernandes Novaes Hironaka, São Paulo, Método, 2006.) DIREITO CONSTITUCIONAL - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 2006 - Banca: VUNESP - Disciplina: Direito Constitucional - Assunto: Controle de Constitucionalidade - Discorra sobre as hipóteses pelas quais é permitido ao Tribunal de Justiça reconhecer que leis federais e estaduais são inconstitucionais, indicando a eficácia subjetiva de tais decisões. Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 10 - Resposta: O TJ dispõe de competência constitucional para reconhecer que leis, inclusive federais, são inconstitucionais. Hipóteses: 1) Em controle abstrato- concentrado, por meio de ação direta de inconstitucionalidade (e da representação interventiva), pode reconhecer e decidir pela inconstitucionalidade, mas apenas de lei estadual e em face da Constituição estadual. Ainda que se trate de norma de repetição obrigatória da Constituição estadual, a competência permanece. Está fora a hipótese de inconstitucionalidade de lei federal, seja em face da Constituição Federal, seja em face da Constituição estadual, por ser sempre matéria de natureza constitucional-federal, afeta ao STF. 2) Em controle difuso-concreto, o TJ (nos termos do art. 97 da Constituição Federal) podereconhecer (jamais como dispositivo do acórdão) que tanto a lei federal como a estadual são inconstitucionais, afastando-as na resolução do caso concreto a ser julgado. E pode fazê- lo conforme sua convicção, seja em face da Constituição Federal (para ambas, incluindo a Constituição estadual) seja em face da Constituição estadual (para a estadual), desde que não haja decisão anterior e vinculante proferida pelo STF. No caso 1) o efeito é erga omnes (salvo na representação interventiva). No caso 2) o efeito é inter partes. - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJPA - Ano: 2011 - Banca: CESPE - Disciplina: Direito Constitucional - Assunto: Controle de Constitucionalidade - Emenda constitucional de iniciativa da assembléia legislativa de determinada unidade da Federação tratou das condições para ingresso e promoção no quadro de oficiais combatentes dos militares no âmbito do estado- membro. O governador do estado, então, ajuizou ação direta de inconstitucionalidade relativa a essa emenda junto ao Supremo Tribunal Federal.Com base na situação hipotética acima, responda, de forma fundamentada e de acordo com a jurisprudência da suprema corte, o seguinte questionamento: 1- A emenda constitucional padece de vício de inconstitucionalidade formal? - Resposta: ASPECTOS MACROESTRUTURAIS - 1. Capacidade de expressão na modalidade escrita e uso das normas do registro formal da língua portuguesa 0,00 a 0,25 - 2. Conhecimento do tema - 2.1. Ofensa à competência privativa do chefe do Poder Executivo, prevista no art. 61,§ 1.º, II, f, da CF 0,00 a 0,80 - 2.2. Aplicação do princípio da simetria 0,00 a 0,20 - 2.3. Não incidência da legitimação concorrente para a emenda constitucional 0,00 a 1,00 - 2.4. Ofensa ao princípio da separação dos poderes 0,00 a 0,25 - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 2012 - Banca: TJMT - Disciplina: Direito Constitucional - Assunto: Direitos Político - José, candidato à Prefeitura de um município sul-mato-grossense, foi condenado em julho de 2012 pelo Juízo Eleitoral como incurso na forma ativa do crime previsto no artigo 299, da Lei n. 4.737/1965. Dentro do tríduo legal, interpôs recurso eleitoƌalà ;͞apelação͟Ϳà peƌaŶteà oà TƌiďuŶalà ‘egioŶalà Eleitoral do Mato Grosso do Sul, mas a Corte, por unanimidade, negou provimento em julgamento realizado em 14 de setembro. Ingressou com Recurso Especial no Tribunal Superior Eleitoral, com fundamento no artigo 121, § 4º, I, da Constituição, que foi conhecido, mas se encontra pendente de julgamento. a) Quais são as sanções penais e administrativas e as restrições aos direitos políticos aplicáveis ao candidato? Cabe alguma outra ação que tenha por objeto a conduta do candidato? b) O candidato é elegível na fase em que se encontra o processo? Há alguma ação cabível para o reconhecimento de eventual inelegibilidade? Se eleito, que ação eleitoral (ou ações eleitorais) é (são) apta(s) a afastá-lo do mandato? - Resposta: Quesito a: O candidato está sujeito à pena de reclusão e multa penal como incurso no artigo 299, da Lei 4.737/1965. A pena de multa administrativa e cassação do diploma, com fundamento no artigo 41-A, da Lei 9.504/1997, é cabível pelo fato de que o candidato foi diplomado como prefeito. O candidato se encontra no exercício dos direitos políticos uma vez que o artigo 15, III, da Constituição exige o trânsito em julgado da condenação criminal para a suspensão dos direitos políticos, logo, no caso narrado, não haverá esta restrição aos direitos políticos. Em relação à mesma conduta, cabe Ação de Investigação Judicial Eleitoral. Quesito b: O candidato se encontra inelegível, embora a condenação não tenha transitado em julgado, uma vez que, pelo artigo 1º, I, j, da Lei Complementar 64/1990, com as alterações da Lei Complementar 135/2010, são inelegíveis os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, por Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 11 corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação, captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por conduta vedada aos agentes públicos em campanhas eleitorais que impliquem cassação do registro ou do diploma, pelo prazo de 8 (oito) anos a contar da eleição. Para o reconhecimento da inelegibilidade, em face da preclusão para a interposição de ação de impugnação de registro de candidato, cabe apenas recurso contra a expedição de diploma. Para afastá-lo do mandato, cabem recurso contra a expedição de diploma e ação de impugnação de mandato eletivo. QUESITO AVALIADO NOTA - 1) APRESENTAÇÃO E ESTRUTURA TEXTUAL (legibilidade, respeito às margens, paragrafação, coerência, concisão, clareza, propriedade vocabular); ASPECTOS GRAMATICAIS (morfologia, sintaxe de emprego e colocação, sintaxe de regência e pontuação); ASPECTOS FORMAIS (erros de forma em geral e erros de ortografia); CAPACIDADE DE INTERPRETAÇÃO E EXPOSIÇÃO - 2) DESENVOLVIMENTO DO TEMA: Quesito a) * Sanções: reclusão e multa (artigo 299/Lei 4.737/1965), cassação do diploma (artigo 41- A, Lei 9.504/1997) e inelegibilidade (artigo 1º, I, j, Lei Complementar 64/1990). * Suspensão dos direitos políticos (artigo, 15, III, CRFB): ausência do trânsito em julgado. * Cabimento de AIJE. Quesito b) * Aplicação da inelegibilidade em razão do julgamento colegiado de acordo com o artigo 1º, I, j, Lei Complementar 64/1990. * RCD para inelegibilidade * RCD e AIME para afastamento do mandato. - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJPA - Ano: 2011 - Banca: CESPE - Disciplina: Direito Constitucional - Assunto: Poder Judiciário - Com base no que dispõem a Constituição Federal e a Lei Complementar n.º 35/1979 (Lei Orgânica da Magistratura Nacional), disserte sobre o regime jurídico da magistratura. Em seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos: 1- ingresso na carreira: concurso e nomeação — requisitos; 2- promoção na carreira: critérios; 3- remoção na carreira. - Resposta: ASPECTOS MACROESTRUTURAIS - 1. Capacidade de expressão na modalidade escrita e uso das normas do registro formal da língua portuguesa 0,00 a 0,25 - 2. Conhecimento do tema - 2.1. Ingresso na carreira: concurso e nomeação (requisitos) 0,00 a 0,75 - 2.2. Promoção na carreira: critérios 0,00 a 1,25 - 2.3. Remoção na carreira 0,00 a 0,25 - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJPA - Ano: 2011 - Banca: CESPE - Disciplina: Direito Constitucional - Assunto: Súmula Vinculante - Com base na disciplina constitucional e legal a respeito das súmulas vinculantes, disserte sobre essa inovação trazida pela Emenda Constitucional n.º 45/2004. Em seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos: 1- definição de súmula vinculante;2- objeto e requisitos; 3- legitimidade para propor sua edição, revisão e cancelamento, de forma autônoma e incidental; 4- efeitos e possibilidade de modulação. - Resposta: ASPECTOS MACROESTRUTURAIS - 1. Capacidade de expressão na modalidade escrita e uso das normas do registro formal da língua portuguesa 0,00 a 0,25 - 2. Conhecimento do tema - 2.1. Definição de súmula vinculante 0,00 a 0,25 - 2.2. Objeto e requisitos 0,00 a 0,75 - 2.3. Legitimidade para propor a edição, a revisão e o cancelamento da súmula, de forma autônoma e incidental 0,00 a 1,00 - 2.4. Efeitos/possibilidade de modulação 0,00 a 0,25 DIREITO DO CONSUMIDOR - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 2012 - Banca: TJMT - Disciplina: Direito do Consumidor- Assunto: Código de Defesa do Consumidor - Em virtude ação civil pública aforada pelo Ministério Público Estadual e distribuída no dia 02/08/2012, junto ao Juízo Estadual da 2ª Vara Cível da Comarca de Campo Grande/MS, em face da Intel S/A, operadora de telecomunicações, objetivando a prevenção de ilícitos e a reparação dos danos materiais e morais, diante da constatação de vícios na oferta de serviços de telefonia móvel ao público consumidor, foi devidamente citada a ré, que apresentou defesa, alegando, em preliminar, a continência com ação civil pública aforada pelo Ministério Público Federal, diante dos mesmos fatos, em face da Intel S/A e da Anatel, Agência Reguladora do setor de telecomunicações, em trâmite no Juízo Federal da 1ª. Vara Cível de Campo Grande, Seção Judiciária do Mato Grosso do Sul, para onde fora distribuída no dia 06/08/2012. A juntada dos mandados de citação aos autos deu-se nos dias 23/08/2012, no processo em Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 12 trâmite na Justiça Estadual, e nos dias 24 e 25 de agosto, respectivamente, relativamente à demanda coletiva ajuizada na Justiça Federal. Dado esse contexto, pergunta-se: qual o entendimento jurisprudencial pacífico do Superior Tribunal de Justiça a respeito dessa questão processual e, portanto, quem tem competência para processar e julgar tais pretensões consumeristas coletivas? - Resposta: Conforme precedentes do STJ, nos Conflitos de Competência 22.682/RS, DJ 12/05/2003; CC 40.534/RJ, DJ 17/05/2004; CC 56.460/RS, DJ 19/03/2007; CC 90.106/ES, DJe 10/03/2008 e CC 112.137/SP, DJe 01/12/2010, dentre outros, evidenciada a continência entre a ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal em relação a outra ação civil pública ajuizada na Justiça Estadual, impõe-se a reunião dos feitos no Juízo Federal. DECLARAÇÃO DA COMPETÊNCIA DO JUÍZO FEDERAL DA 1ª VARA CÍVEL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL PARA O JULGAMENTO DE AMBAS AÇÕES CIVIS PÚBLICAS. Ademais, a questão encontra-se agora sumulada pelo verbete n. 489 da Súmula de Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça:à ͞‘ECONHECIDáà áà CONTINÊNCIá,à DEVEMà “E‘à REUNIDAS NA JUSTIÇA FEDERAL AS AÇÕES CIVIS PÚBLICAS PROPOSTAS NESTA E NA JUSTIÇA E“TáDUáL.͟à DiaŶte disso, o Juízo Federal da 1ª Vara Cível de Campo Grande tem competência para processar e julgar tais pretensões consumeristas coletivas. QUESITO AVALIADO NOTA - 1) APRESENTAÇÃO E ESTRUTURA TEXTUAL (legibilidade, respeito às margens, paragrafação, coerência, concisão, clareza, propriedade vocabular); ASPECTOS GRAMATICAIS (morfologia, sintaxe de emprego e colocação, sintaxe de regência e pontuação); ASPECTOS FORMAIS (erros de forma em geral e erros de ortografia); CAPACIDADE DE INTERPRETAÇÃO E EXPOSIÇÃO - 2) DESENVOLVIMENTO DO TEMA: a) Entendimento do STJ (evidenciada a continência entre a ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal em relação a outra ação civil pública ajuizada na Justiça Estadual, impõe-se a reunião dos feitos no Juízo Federal) b) Juízo Federal da 1ª. Vara Cível de Campo Grande. - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 2006 - Banca: VUNESP - Disciplina: Direito do Consumidor - Assunto: Código de Defesa do Consumidor - Identifique a relação entre o Direito do Consumidor e o Direito Civil e discorra sobre o âmbito de aplicação do Código de Defesa do Consumidor, considerando o conceito de relação de consumo. - Resposta: O candidato deve tratar dos seguintes temas: 1. A relação de CDC e do C. Civil de 1916. 2. A relação do CDC e do C. Civil de 2002. 3. Os conceitos de consumidor: arts. 2.º, 17 e 29 do CDC.4. O conceito de fornecedor: art. 3.º do CDC. 5. O conceito de relação de consumo. .- 4 -JUIZADOS ESPECIAIS (LEI N.º 9.099, DE 26.09.1995) DIREITO PENAL - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 2006 - Banca: VUNESP - Disciplina: Direito Penal - Assunto: Aplicação da Lei Penal - O dolo é o elemento subjetivo essencial para a realização do tipo objetivo de um delito. Com relação a essa assertiva: a) O que é elemento subjetivo do injusto? Disserte sobre o tema. b) Cite hipóteses legais em que está presente o elemento subjetivo do injusto. Justifique sua resposta. - Resposta: A princípio, a doutrina finalista entendia que o tipo penal era composto por elementos subjetivos, objetivos e normativos (Damásio E. de Jesus, Direito Penal, Saraiva, 27.ª edicação, I, p. 272). Todavia, conforme ensina Jimenez de Asúa (Tratado de Derecho Penal, III, p. 825 e ss), com Fischer, na Alemanha em 1911, iniciou-se o estudo sobre os elementos subjetivos do injusto. Outros autores como Nagler, Hegler, Mayer, e destacadamente Mezger, que o sucederam, passaram a desenvolver doutrina que sinteticamente entende que o direito não pode ignorar a conduta interna – subjetiva e psíquica – do indivíduo, como origem de sua conduta externa. Assim, baseia a doutrina dos elementos subjetivos do injusto na idéia de que, num certo número de delitos, o tipo delitivo não pode ser determinado sem os elementos subjetivos, ou seja, sem a intenção, motivação, certo impulso ou ânimo especificamente previstos para aquele crime. Pode-se, desta forma, concluir que certos tipos penais, por exigência legal, prevêem, ao lado do dolo, outro elemento que pertence ao campo psíquico ou subjetivo do autor, que particularizam a sua Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 13 conduta, para a realização do tipo. Nos dizeres de Luiz ‘egisàPƌado,àĐitaŶdoàMiƌàPuig,àĐoŶsisteŵàeŵà͞todosàosà requisitos de caráter subjetivos distintos do dolo, que o tipoàexige,àalĠŵàdeste,àpaƌaàsuaàƌealização͟à ;Cuƌsoàdeà Direito Penal Brasileiro, 3.ª edição, RT, I, p. 298). Deve ser esclarecido que, para a doutrina tradicional, o elemento subjetivo do injusto corresponderia ao dolo específico. Todavia, entendemos, acompanhando a doutrina finalista da ação, que não existe dolo específico e dolo genérico. O dolo é um só, variando de acordo com a figura típica. Assim, o chamado dolo específico estaria superado e melhor estudado sob o enfoque do elemento subjetivo do injusto. Na verdade, Đoŵoà eŶsiŶaà Cezaƌà BitteŶĐouƌtà ;͞MaŶualà deà Diƌeitoà Penal͟,à “aƌaiva,à I,à p.à ϮϭϮ-ϮϭϯͿà ͞oà espeĐialà fiŵà ouà motivo de agir, embora amplie o aspecto subjetivo do tipo, não integra o dolo nem com ele se confunde, uma vez que, como vimos, o dolo esgotasse com a consciência e a vontade de realizar a ação com a finalidade de obter o resultado delituoso, ou na assunção do risco de produzi-lo. O especial fim de agir que integra determinadas definições de delitos condiciona ou fundamenta a ilicitude do fato, constituindo, assim, elementos subjetivos do tipo de ilícito, de forma autônoma e independente do dolo. A denominação correta, por isso, é elemento subjetivo especial do tipo ou elemento subjetivo especial do injusto, que se equivalem, porque pertencem à ilicitude eàaoàtipoàƋueàaàelaàĐoƌƌespoŶde͟.àPodeŵosàĐitaƌàĐoŵoà hipóteses legais de existência do elemento subjetivo do injusto o crime de furto previsto no art. 155 do Código PeŶalà doà Ƌueà taŶgeà ăsà eleŵeŶtaƌesà ͞paƌaà sià ouà paƌaà outƌeŵ͟.à Nesteà Đaso,à fiĐaà Ŷítidaà aà espeĐialà fiŶalidadeà de agir do sujeito ativo que deverá subtrair a coisa com o fim de assenhoramento, visto que, a contrario sensu, o chamado furto de seu é fato atípico. São também exemplos, dentre outros casos existentes na legislação penal: o crime de extorsão mediante seqüestro (art. 159do CP – ͞Đoŵà oà iŶtuitoà de obter para si ou para outƌeŵà iŶdevidaà vaŶtageŵà eĐoŶƀŵiĐa͟Ϳà eà oà Đƌiŵeà deà estupƌoà;aƌt.àϮϭϯàdoàCPà͞paƌaàĐoŶjuŶçãoàĐaƌŶal͟Ϳ. - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 2006 - Banca: VUNESP - Disciplina: Direito Penal - Assunto: Crime Eleitoral - Disserte sobre os dois questionamentos. a) Os crimes eleitorais são considerados crimes políticos? Justifique. b) A condenação por prática de crime eleitoral deve ser considerada para fins de reincidência? Justifique. - Resposta: Nas duas respostas às indagações, os candidatos deverão argumentar sobre a natureza dos crimes eleitorais como políticos ou não. Encontram-se duas correntes opostas sobre a natureza política ou não dos crimes eleitorais. A primeira justifica a natureza política dos crimes eleitorais, pois atingem a personalidade jurídica do Estado e ofendem o interesse público do cidadão (posição de Vicenzo Manzini, Maggiore, Fávila Ribeiro). A segunda, sustentada, sobretudo pelo Ministro Celso de Mello do STF afirma que os crimes eleitorais são comuns, pois englobam todos os delitos, com exceção dos chamados crimes de responsabilidade, definidos na Lei n.º 1.079, de 1950. Dessa forma, a resposta à segunda questão dependerá da conclusão do candidato sobre a natureza jurídica dos crimes eleitorais, o que resultará ou não na aplicação do artigo 64, II do Código Penal. - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 2006 - Banca: VUNESP - Disciplina: Direito Penal - Assunto: Crimes Ambientais - ͞ádŵite-se a responsabilidade penal objetiva da pessoa jurídica pela prática de crime ambiental, uma vez que a mesma não teŵà voŶtadeà pƌópƌia.͟à Esseà eŶuŶĐiadoà estĄà Đoƌƌetoà ouà incorreto? Justifique a sua resposta. - Resposta: Incorreto. A responsabilidade penal da pessoa jurídica está prevista no art. 3.º da Lei 9.605/98 (lei de crimes ambientais), com fundamento no art. 225, § 3.º da Constituição Federal. Pode-se dizer que a pessoa jurídica tem vontade própria, vontade esta exteriorizada pela vontade de seus sócios, pois os atos praticados pelos sócios, em prol da empresa, constituem-se em atos praticados pela empresa e por isso passíveis de responsabilização, a qual será cumulada com a responsabilização dos agentes físicos que agiram em prol da pessoa jurídica. Para a configuração da responsabilidade penal das pessoas jurídicas devem ser preenchidos os seguintes requisitos: 1) deve haver um benefício por parte da empresa, oriundo do fato praticado ou omitido; 2) deve haver vinculação entre o ato praticado e a atividade da empresa. A atitude do preposto não pode estar situada fora da atividade da empresa; 3) deve existir liame hierárquico, de subordinação, entre a empresa e o Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 14 autor material do delito, sob pena de ocorrer responsabilidade objetiva; 4) deve haver a utilização da estrutura da empresa para a prática do delito; 5) deve existir deliberação da própria diretoria da entidade, ou de quem por ela responde, ou de seu órgão colegiado, no benefício da entidade. - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 2006 - Banca: VUNESP - Disciplina: Direito Penal - Assunto: Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - Pode o Promotor de Justiça conceder a remissão ao adolescente infrator cumulada com aplicação de medida socioeducativa, quando esta é aceita pelo menor? Fundamente a sua resposta. - Resposta: O Promotor pode conceder a remissão antes de iniciado o procedimento judicial para apuração do ato infracional, na forma dos arts. 126 e 180 do ECA, sujeita, porém, à homologação judicial, cf. art. 181 do Estatuto. No entanto, com relação à medida socioeducativa, não obstante exista posição divergente, a jurisprudência majoritária entende que o Promotor não pode aplicar medida socioeducativa ao adolescente que praticou ato infracional, uma vez que tal medida é da competência exclusiva do juiz (Súmula n.º ϭϬϴà doà “TJ:à ͞áà apliĐaçãoà deà ŵedidasà socioeducativas ao adolescente pela prática de ato iŶfƌaĐioŶal,à Ġà daà ĐoŵpetġŶĐiaà exĐlusivaà doà Juiz.͟Ϳ.à áà aplicação de medida socioeducativa diretamente pelo MP violaria os princípios do Juiz Natural, do contraditório e daàaŵplaàdefesa.à͞OàMiŶistĠƌioàPúďliĐo,à para excluir o processo, está autorizado a conceder a remissão, com sujeição à homologação judicial. Contudo, veda-se-lhe a aplicação de medida socioeducativa, dependente do contraditório e ampla defesa, processsamento reservado à competência do Juízoà deà Diƌeitoà ;aƌt.à ϱ.ºà ,à LV,à daà CFͿ͟.à ;“TJà – 1.ª T. – Resp. 24.649-0/SP – Rel. Demócrito Reinaldo – j. 31.8.94) O TJESP também tem decidido no mesmo seŶtido:à͞áàiŵposiçãoàdeàŵedidasàpƌevistasàŶoàEstatutoà não se insere na atribuição do MP, pois afronta os princípios do Juízo natural, do contraditório e da ampla defesa͟à ;TJ“Pà – C. Esp. – Ap. 14.883-0- Rel. Yussef Cahali – j. 30.7.92). O que a jurisprudência tem aceito, em situações tais, é a proposta de transação, feita pelo MP, pela qual se concede a remissão cumulada com medida socioeducativa que não seja restritiva de liberdade (p. ex, a prestação de serviços à comunidade), com a concordância do adolescente infrator, que será aplicada pelo Juiz competente por meio de decisão homologatória. Nesta hipótese, entende-se que não se trata de incidência da Súmula ϭϬϴàdoà“TJ.àVideàaà seguiŶteàdeĐisãoàdoà“TJ:à ͞‘essalte- se, ainda, que não é caso de incidência da Súmula 108 desta Corte, pois a medida socioeducativa foi aplicada pela autoridade judiciária competente, a requerimento do Representante Ministerial. Tampouco há de se falar em inobservância do devido processo legal, eis que não há necessidade de instauração de processo, visando à apuração da prática de ato infracional, para a aplicação da medida socieducativa de prestação de seƌviçosà ăà ĐoŵuŶidade.͟à (STJ – Resp. 245141/SP, Rel. Min. Gilson Dipp, 5.ª T., j. 13-6-2000) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 2006 - Banca: VUNESP - Disciplina: Direito Processual Civil - Assunto: Mandado de Segurança - O Tribunal de Justiça de Mato Grosso estabelece plantão judiciário permanente em determinada Comarca de Terceira Entrância para horário não coberto pelo expediente forense. Um Juiz daquela Comarca pede para ser excluído da escala de plantão, em razão de viagem previamente marcada. O Tribunal nega o seu pedido, e o magistrado impetra mandado de segurança, alegando que a obrigação, imposta pelo Tribunal, de participar do plantão, fere o princípio da legalidade. Pergunta-se: a) Como deverá ser decidido o mandado de segurança em questão? Houve violação ao princípio da legalidade? Fundamente a sua resposta. b) Qual seria o órgão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso competente para disciplinar o plantão judiciário? Fundamente a sua resposta. - Resposta: a) O magistrado não pode se recusar a participar do plantão judiciário. O pedido feito no writ deve ser julgado improcedente e denegada a ordem. Não há violação ao princípio da legalidade. Essa obrigação imposta pelo TJMT tem embasamento na Lei n.º 4.964/85 (COJE), em seu artigo 233, que remete essaà atƌiďuiçãoà paƌaà oà ‘ITJMT:à ͞áà esĐalaà deà plaŶtãoà para os períodos de férias e recesso será organizada ĐoŶfoƌŵeà dispuseƌà oà ‘egiŵeŶtoà IŶteƌŶoà doà TƌiďuŶal.͟à Além disso, a Lei Orgânica da Magistratura Nacional Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 15 (Lei Complementar n.º 35/79) também podeser invocada para fundamentar a legalidade da obrigação imposta ao magistrado: Art. 35. São deveres do magistrado: (...) IV – tratar com urbanidade as partes, os membros do Ministério Público, os advogados, as testemunhas, os funcionários e auxiliares da Justiça, e atender aos que o procurarem, a qualquer momento, quando se trate de providência que reclame e possibilite solução de urgência. 5 .-16-07- Magist.deCarreira b) Com relação ao órgão competente para estabelecer o plantão, nos termos do art. 233 do COJE e O RITJMT, esta competência pertence ao Conselho da Magistratura. O REGIMENTO INTERNO DO TJMT assim dispõe: Art. 28 – Art. 28 Sem prejuízo da ação disciplinar do Presidente do Tribunal, do Corregedor-Geral e dos Desembargadores compete ao Conselho da Magistratura: (...) inciso XXV: ͞EstaďeleĐeƌà plaŶtãoà judiĐiĄƌioà peƌŵaŶeŶteà Ŷasà Comarcas de Terceira Entrância e Especial durante os horários não cobertos pelo expediente forense, inclusive nos fins de semana, dias santos e feriados, com a finalidade de garantir a tutela dos direitos individuais, os relativos a cidadania, o atendimento de pedidos de habeas corpus e prisão preventiva e de busca e apƌeeŶsão.͟à Estaà Ƌuestãoà foi recentemente enfrentada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso que assim decidiu: Número: 17060 Ano: 2005 Magistrado: DES. DONATO FORTUNATO OJEDA Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA – PLANTÃO JUDICIÁRIO PERMANENTE EM DIAS ÚTEIS FORA DO HORÁRIO DO EXPEDIENTEFORENSE – COMARCAS DE ENTRÂNCIA ESPECIAL – INSTITUIÇÃO PELO CONSELHO DA MAGISTRATURA – COMPETÊNCIA ESTABELECIDA PELO ART. 233 DO COJE E ART. 28, XXV, DO RITJMT - JUIZ QUE PRETENDE SER EXCLUÍDO DA ESCALA - INADMISSIBILIDADE – DEVER DO MAGISTRADO EM ATENDER CASOS DE URGÊNCIA A QUALQUER MOMENTO – INEXISTÊNCIA DE OFENSA AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE – ORDEM DENEGADA. 1. – O Conselho da Magistratura tem competência para instituir o Plantão Judiciário permanente nas Comarcas de Terceira Entrância e Especial durante os horários não cobertos pelo expediente forense, inclusive nos finais de semana e feriados, na forma do art. 233 do COJE, c/c o art. 28, XXV, do RITJM. 2. – É dever do Magistrado atender aos que o procurarem, a qualquer momento, em casos que requeiram provimento jurisdicional de urgência, como determina o artigo 35 da LOMAN. 3. – Legalidade do ato do E. Conselho da Magistratura, que instituiu o Plantão Judiciário Integrado nas Comarcas de Cuiabá e Várzea Grande, de Entrância Especial. Acórdão não Processado. - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 2012 - Banca: TJMT - Disciplina: Direito Processual Civil - Assunto: Provas - Examine o regime do ônus da prova abordando os seguintes aspectos: a) definição, ônus objetivo e subjetivo; b) determinação dos fatos constitutivos, modificativos, extintivos e impeditivos; c) hipóteses legais e convencionais de modificação do ônus probatório. - Resposta: O tratamento do ônus da prova é questão fundamental para o bom desempenho da atividade jurisdicional. Por isso, o conhecimento adequado de seu funcionamento é essencial para a avaliação de um bom juiz. Quanto às referências, há várias obras sobre a questão, bem como diversas decisões judiciais de tribunais superiores a serem exploradas. Exemplificativamente: CARPES, Artur. Ônus dinâmico da prova. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2010; MARINONI, Luiz Guilherme. ARENHART, Sérgio Cruz. Prova. São Paulo: RT, 2011. QUESITO AVALIADO NOTA - 1) APRESENTAÇÃO E ESTRUTURA TEXTUAL (legibilidade, respeito às margens, paragrafação, coerência, concisão, clareza, propriedade vocabular); ASPECTOS GRAMATICAIS (morfologia, sintaxe de emprego e colocação, sintaxe de regência e pontuação); ASPECTOS FORMAIS (erros de forma em geral e erros de ortografia); CAPACIDADE DE INTERPRETAÇÃO E EXPOSIÇÃO - 2) DESENVOLVIMENTO DO TEMA: a) definição do ônus da prova b) ônus objetivo c) ônus subjetivo d) especificação das espécies de afirmações de fato e) modificação legal f) modificação convencional - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJCE - Ano: 2012 - Banca: CESPE - Disciplina: Direito Processual Civil - Assunto: Sentença - Cláudia ajuizou, em face de Guilherme e Rafael, herdeiros de Pedro, e contra Gláucia, mãe dos herdeiros, ação de reconhecimento de união estável post mortem, sustentando que mantivera união estável com Pedro no período compreendido entre o ano de 1994 e a data de seu falecimento, 17/4/2003. Na ação, a autora alegou que, desde o início Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 16 do relacionamento, ela e Pedro estavam separados de seus respectivos cônjuges e que não tiveram filhos em comum, tendo cada qual prole oriunda de seus anteriores casamentos. Juntou aos autos inúmeros documentos a fim de comprovar a união, entre os quais, o deferimento administrativo, em seu favor e em favor dos réus, de pensão por morte de Pedro e declaração assinada por este evidenciando ter sido ela sua companheira e dependente desde o ano de 1994; narrou que os dois mantinham vida em comum pública e contínua com o objetivo de constituir família, conforme se poderia comprovar por prova testemunhal, e que a casa onde residiam havia sido comprada com o esforço comum, conforme demonstrado por extratos bancários juntados aos autos. Aduziu, também, que Guilherme e Rafael, que frequentavam constantemente a casa onde ela e Pedro viviam, tinham conhecimento do relacionamento do casal. Ao final, pediu o reconhecimento da união estável e a determinação judicial do pagamento da pensão por morte unicamente em seu favor e da exclusão da ex-esposa Gláucia do rol de beneficiários da pensão. Em ação ajuizada anteriormente, Gláucia requerera reconhecimento de união estável com Pedro, alegando ter-se casado com ele em 1980, sob o regime da comunhão parcial de bens, tendo dessa união nascido Guilherme, em 1981, e Rafael, em 1983. Alegara, ainda, na ação, que, apesar da homologação da separação consensual do casal em 5/5/1993, houvera a derrogação da dissolução da sociedade conjugal em 5/5/1994, data em que os cônjuges retornaram à convivência marital e a partir da qual Pedro passara a dormir na moradia conjugal uma vez por semana e nela almoçar durante, pelo menos, três vezes por semana. Gláucia argumentara, também, que Pedro participava de todas as comemorações familiares e sustentara que, mesmo após a decretação do divórcio, ocorrida em 5/5/1999, ele continuara a se relacionar com ela, até a data em que ele falecera, razão pela qual ela postulava o reconhecimento de união estável com o ex-marido, pelo período compreendido entre o ano de 1994 e a data do óbito. Para comprovar os fatos narrados, Gláucia apresentara declaração de união estável formulada por Pedro, em fevereiro de 2003. Por fim, declarara que seu pedido administrativo de pensão por morte de Pedro havia sido negado em razão de ter sido deferido a Cláudia. Os herdeiros do falecido admitiram como verdadeiros e legítimos os fatos alegados e os documentos juntados pela genitora com o fim de reconhecimento da união estável desta com Pedro durante o período de 1994 a 2003. Em contestação à ação ajuizada por Cláudia, os herdeiros alegaram a impossibilidade jurídica do pedido, sob o argumento de que Pedro vivia em união estável com a ex-esposa, Gláucia, bem como arguiram a falta de interesse de agir, sob o fundamento de que o pedido de pensão por morte formulado por Cláudia já fora reconhecido. Guilherme e Rafael, então, impugnaram o pedido deduzido porCláudia, sob o argumento de que Pedro mantinha com ela relacionamento espúrio, não havendo entre o casal comunhão de vida e de interesses, e que o pai já havia comentado algumas vezes com a ex-esposa que tencionava romper o relacionamento com Cláudia e, por consequência, permanecer relacionando-se apenas com Gláucia, o que só não se concretizara, segundo alegaram, porque Cláudia sofria de depressão, o que teria forçado Pedro a continuar a relação por piedade. Os herdeiros asseveraram, ainda, que o pai não dormia todos os dias na residência que mantinha com a ex-esposa porque a profissão de médico estadual o obrigava a cumprir plantões constantes. Ao final, alegaram que, ainda que fosse reconhecida a união estável entre Cláudia e Pedro, tal fato não impediria o reconhecimento da união estável entre ele e a ex-esposa, dada a concomitância dos relacionamentos. Em réplica à contestação dos herdeiros, Cláudia negou a manutenção da sociedade conjugal entre Pedro e Gláucia e afirmou que Pedro almoçava na casa de Gláucia para manter contato com os filhos; arguiu, ainda, que não tinha conhecimento de que Pedro pernoitava na casa da ex-esposa, sustentando que o companheiro passava fora algumas noites por semana em razão do cumprimento de plantões, exigência de sua profissão de médico estadual. Por fim, aduziu que não prosperava a alegação de que Pedro estaria com ela apenas por piedade, argumentando que sua crise depressiva tivera início em agosto de 2002, conforme atestado médico juntado aos autos. Caracterizada a conexão das ações, foram elas reunidas perante o juízo prevento, dando-se regular prosseguimento ao processo. As três pessoas que testemunharam em favor de Cláudia afirmaram que Pedro, de fato, residia com ela e que o casal se apresentava na sociedade como marido e mulher, ambos participando juntos de vários eventos sociais, saindo com amigos para se divertir, recebendo visitas em casa e viajando de férias uma vez por ano; as Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 17 testemunhas disseram, também, que não tinham conhecimento da existência de qualquer relacionamento entre Pedro e a ex-esposa. Gláucia apresentou como testemunha a empregada doméstica que trabalhava em sua casa desde 1999, que afirmou que Pedro lá almoçava durante três vezes por semana, que dava dinheiro para as compras da casa e que, uma vez por semana, dormia com Gláucia. Não havendo mais provas para serem produzidas, os autos foram conclusos para sentença. Considerando os fatos relatados, redija, na condição de juiz do processo, a sentença adequada, dando solução ao caso. Analise toda a matéria de direito processual e material pertinente para o julgamento e fundamente suas explanações. Dispense a narrativa dos fatos e não crie fatos novos. - Resposta: ASPECTOS MACROESTRUTURAIS - 1 Capacidade de expressão na modalidade escrita e do uso das normas do registro formal culto da língua portuguesa 0,00 a 1,00 - 2 Conhecimento do tema - 2.1 Improcedência das preliminares / Confusão com o mérito / Teoria da asserção 0,00 a 1,00 - 2.2 União estável concomitante: dois posicionamentos 0,00 a 2,00 - 2.3 Requisitos da união estável: Código Civil, arts. 1.723 e 1.724 0,00 a 1,25 - 2.4 Inexistência de concomitância de uniões no caso / Inexistência de união estável entre Gláucia e Pedro / Inexistência do objetivo de constituir família e do dever de lealdade (fidelidade recíproca) / Declaração não corroborada pelas demais provas dos autos 0,00 a 2,00 - 2.5 Configuração de união estável entre Cláudia e Pedro / Presença do requisito de convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família 0,00 a 1,25 - 2.6 Extinção do processo conforme CPC, art. 269, I / Procedente o pedido de Cláudia. Improcedente o pedido de Gláucia / Condenação dos herdeiros nas custas e honorários conforme CPC, art. 20, parágrafo quarto 0,00 a 1,50 - Cargo: Magistratura Federal - Concurso: TRF4 - Ano: 2010 - Banca: TRF4 - Disciplina: Direito Processual Civil - Assunto: Sentença - Com base no seguinte relatório, de situação hipotética, elabore SENTENÇA CÍVEL, contendo fundamentação e dispositivo: I – RELATÓRIO - MARIA DA SILVA, devidamente qualificada na inicial, propôs embargos à execução fiscal nº XXXXXXXXXXXXX- X, contra si proposta (na qualidade de sócia) pela UNIÃO – PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL, buscando a extinção da referida ação executiva, a qual é instruída por Certidão de Dívida Ativa – CDA referente à exigência de créditos tributários oriundos do não-recolhimento de Imposto de Renda sobre Lucro Real/Pessoa Jurídica, Contribuição Social sobre Lucro Líquido – CSLL e demais encargos legais, de responsabilidade da empresa MJS Móveis Ltda, em tramitação no Juízo Federal da Subseção Judiciária de Blumenau. A Embargante sustenta na inicial, preliminarmente, a ocorrência da prescrição nos termos do artigo 174 do Código Tributário Nacional porque a sua citação, na qualidade de sócia de empresa primeiramente executada, ocorreu após o decurso do prazo prescricional de 5 (cinco) anos previsto na lei. Sustenta que o prazo para a cobrança da dívida ora executada expirou em 24.04.2002, pois a declaração de contribuições e tributos federais – DCTF foi apresentada em 24.04.1997. A execução foi ajuizada em 22.02.2002, tendo sido o despacho de citação prolatado em 30.04.2002 e a citação da empresa originariamente executada ocorrido em 27.09.2002. Em 05.05.2004, a Fazenda Nacional requereu o redirecionamento da execução fiscal para incluir no pólo passivo a Embargante, tendo sido o pedido acolhido em 20.05.2004 em despacho que determinou a sua citação, ocorrida em 26.11.2004. Ainda de forma preliminar, argúi a impenhorabilidade: I) do computador de uso pessoal de sua propriedade, constritado para garantia da execução em apenso, porque a utilização do referido equipamento seria indispensável no cotidiano de sua família, uma vez que tem duas filhas em idade escolar; II) do apartamento de cobertura nº 1601 do Edifício Príncipe Albert, contendo 527 m2 de área privativa, com cinco suítes, piscina aquecida e sauna, localizado na Rua Kondorfer Ebehardt, nº 720, objeto da matrícula nº 6969 do Registro de Imóveis da 1ª Circunscrição de Blumenau/SC. Argumenta que os mencionados bens gozariam de proteção legal (impenhorabilidade) oriunda da Lei nº 8.009/90, porque estariam dentre os bens imóveis, móveis e utensílios, indispensáveis à residência, à sobrevivência, ao lazer e ao convívio em família. Desse modo, pretende ver anuladas as penhoras efetuadas na ação executiva em apenso. No mérito, a Embargante impugna a sua responsabilização pelos débitos tributários ora exigidos em razão da dissolução irregular da empresa MJS Móveis Ltda., uma vez que se retirou do quadro societário da aludida empresa muito antes do encerramento de suas atividades. Acrescenta, ainda, que nunca exerceu nenhum ato de gerência que possa Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 18 ser considerado fraudulento ou abusivo, de modo que não restam atendidos os requisitos do artigo 135 do Código Tributário Nacional, de modo a permitir a sua responsabilização pessoal pelos débitos da empresa. Ressalta que os débitos em questão foram confessados perante a Secretaria da Receita Federal pelo outro sócio da empresa e igualmente executado, Sr. João da Silva (seu ex-marido), quando da adesão ao REFIS, fato que lhe foi omitido até a citação na ação executiva emapenso. De outro lado, ainda no mérito, sustenta que não há qualquer procedimento administrativo regularmente instaurado para fins de comprovação da ocorrência de alguma das hipóteses legais que permitam a responsabilização pessoal dos sócios, não se prestando a Ação de Execução Fiscal para a apuração de tais fatos. Dessarte, entende que seria parte ilegítima para figurar no pólo passivo da ação executiva, porquanto não há amparo fático que justifique a sua responsabilização pessoal, mediante procedimento específico, seja ele administrativo, seja judicial. Requer, por fim, sejam acolhidas as preliminares arguidas, extinguindo-se o processo sem julgamento de mérito nos termos do art. 267, incisos IV e VI e § 3º, do Código de Processo Civil, ou, no mérito, sejam acolhidos os presentes embargos, a fim de reconhecer-se a inexigibilidade do débito constituído ante a inexistência de fundamento fático e legal para sua responsabilização pessoal de forma solidária. Juntou documentos às fls. Na sequência foi proferido despacho à fl., determinando a emenda à inicial, a teor do disposto no art. 282, inciso V, do Código de Processo Civil, ao qual a Embargante atendeu por meio de petição protocolizada à fl., valorando a causa em R$ 47.233,09 (quarenta e sete mil, duzentos e trinta e três reais e nove centavos). Os embargos foram recebidos à fl., suspendendo-se o curso da execução fiscal. Intimada, a União – PFN apresentou sua impugnação às fls., afirmando naquela peça que, às fls. da ação de execução fiscal em apenso, em petição datada de 05.03.2003, o outro sócio-administrador da empresa declarou que esta se encontrava desativada ͞haviaàŵaisàdeàƋuatƌoàaŶos͟;àeàƋue,àĐoŶsideƌaŶdoàaàdataà dos débitos constantes da CDA e a data de saída da Embargante da sociedade, entende que haveria prova suficiente do exercício de atos de administração e gerência da empresa pela aludida sócia. Na sequência, argumenta que a dissolução irregular da pessoa jurídica ocorreu ainda sob a administração da Embargante, pelo que é parte legítima para responder pelos débitos exigidos na ação executiva em apenso. Além disso, destaca que a execução foi proposta em 22.02.2002 e que a demora na citação não ocorreu por sua culpa. Sustentou também que os bens penhorados não se encontram sob a proteção da Lei nº 8009/90, eis que o computador não é bem necessário ao estudo das filhas da Embargante. Juntou ainda matrícula em nome da Embargante, dando conta da existência de imóvel residencial localizado na Avenida Itajaí-Açu, nº 24, registrado sob nº 703 do Registro de Imóveis da 3ª Circunscrição de Blumenau, sustentando ser ali a residência da Embargante com suas filhas. Em seguida, afastouà aà oĐoƌƌġŶĐiaà daà pƌesĐƌição,à afiƌŵaŶdoà Ƌue,à ͞aà partir da entrega das declarações, o fisco teve cinco anos para homologar o crédito tributário, que a partir desse momento tornou-se definitivo. Desde então, teve mais cinco anos, nos termos do art. 174 do Código Tributário Nacional – CTN, para promover a cobrança. Não fosse isso, o representante legal da empresa confessou os débitos em junho de 2000, para que estes fossem incluídos no REFIS (fls. do processo adŵiŶistƌativoà aŶexoͿ͟.à Noà Ƌueà ĐoŶĐeƌŶeà ăà alegaçãoà acerca da falta de processo administrativo, afirma que tal argumento é refutado com a juntada de cópia do processo que deu origem à CDA exequenda. Por fim, em relação à arguida impenhorabilidade dos bens que garantem a execução, afirma a Embargada que o computador não é essencial ao dia a dia da Embargante, uma vez que ela pode ter uma vida normal caso fique sem tal bem. Quanto ao apartamento, sustentou a União tratar-se de bem suntuoso além de não ser a residência da Embargante. Requereu, ao final, a total improcedência dos embargos. Juntou documentos e cópia do processo administrativo às fls. Réplica às fls. onde a Embargante rebate o argumento de que o prazo prescricional teria sido reiniciado em junho de 2000 com a adesão ao REFIS, uma vez que todos os débitos então confessados já haviam sido anteriormente declarados em DCTF, conforme consta dos autos. Na fase de especificação de provas, a Embargante requereu a produção de prova testemunhal, enquanto que a Embargada, por sua vez, pugnou pela oitiva da zeladora do edifício Príncipe Albert. O pedido de produção de provas foi indeferido no despacho de fls. Houve interposição de Agravo de Instrumento por ambas as partes, os quais foram providos, determinando-se a produção de prova testemunhal. Durante a instrução, foram inquiridas quatro testemunhas. Afrânio Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 19 Gonçalves afirma em seu depoimento que a Embargante retirou-se do quadro societário da empresa antes do encerramento das atividades, nunca tendo exercido gerência. Indagado respondeu que a Embargante reside no imóvel da Avenida Itajaí-Açu, número 24, em Blumenau. (fls.). Gertrudes Amaral Fonseca (fls.) afirma que, durante muitos anos, a Embargante era quem fazia as folhas de pagamento e representava a empresa perante bancos e repartições públicas. Já Temístocles de Linhares, contador da empresa, afirma que o ex-marido da Embargante, Sr. João da Silva era quem efetivamente gerenciava a empresa, embora não tenha firmado o requerimento de adesão ao REFIS, não se tendo condições, nos autos, de identificar a assinatura ali aposta. Herta Goiraibov (fls.), zeladora do edifício Príncipe Albert, afirma que o casal João e Maria, mesmo antes da separação, nunca residiram no imóvel. Aduz que por algumas vezes a cobertura foi usada para festas, nas quais os vizinhos do apartamento nº 1501 reclamavam do barulho das músicas que ali eram tocadas. Recorda-se inclusive a testemunha de certa vez ter sido chamada a Polícia Militar para intervir. Por fim, foi juntada aos autos a sentença de separação judicial do casal João da Silva e Maria da Silva, datada de 25.03.1998. Referido matrimônio fora celebrado sob o regime da comunhão universal de bens. As partes apresentaram suas razões finais, e os autos vieram conclusos para decisão, nesta data. É o relatório. - Resposta: 1. RESPOSTA SENTENÇA CÍVEL – CAPACIDADE DE EXPOSIÇÃO – RACIOCÍNIO LÓGICO – UTILIZAÇÃO CORRETA DO IDIOMA OFICIAL – CONHECIMENTO DA MATÉRIA DE PRESCRIÇÃO TRIBUTÁRIA À LUZ DA LEI, JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE DO TRF 4 E DO STJ (SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO) – CONSISTÊNCIA DA FUNDAMENTAÇÃO – LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO – COMPETÊNCIA E MODALIDADES – RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA – RESPONSABILIDADE DO SÓCIO-GERENTE – DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE – PENHORABILIDADE DE BENS NA EXECUÇÃO FISCAL – BENS IMPENHORÁVEIS E DE FAMÍLIA – APRECIAÇÃO DE PROVAS – DISPOSITIVO DA SENTENÇA – ÔNUS DE SUCUMBÊNCIA. - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJSC - Ano: 2011 - Banca: TJSC - Disciplina: Direito Processual Civil - Assunto: Sentença - Com os requisitos do art. 458 do Código de Processo Civil, profira a sentença no seguinte caso concreto, observado o relatório preestabelecido. Vistos, etc. Antônia Maria da Silva, representando sua filha menor, M. S., e em nome próprio, ajuizou, em 20.06.2009, perante a 1a vara cível da comarca da Capital, onde residem, ação ordinária de indenização por danos materiais e morais, em face de Bem Viver Industrial do Brasil Ltda., e Supermercado Preço Camarada, com fundamento no defeito do produto. Para tanto, afirmou que adquiriu o produto leite eŵà à à póà ͞IŶfaŶtelaĐtea͟à faďƌiĐadoà pelaà pƌiŵeiƌaà demandada, no estabelecimento do segundo demandado, na data de 18.11.2008, por
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