Buscar

#Magistratura - 35 Questões Discursivas (2016) - Questões Discursivas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 43 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 43 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 43 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
E-Book comprado por Leonam da Costa Portela - Proibida a transferência a terceiros 
 
 
 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
 
 
 2 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.questoesdiscursivas.com.br 
O melhor site de questões discursivas de 
concursos públicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
 
 
 
 3 
ÍNDICE 
 Direito Administrativo-4  Direito Ambiental-5  Direito Civil-7  Direito Constitucional-9  Direito do Consumidor-11  Direito Penal-12  Direito Processual Civil-14  Direito Processual Penal-23  Direito Tributário-41  Estatuto da Criança e do Adolescente-42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
 
 
 
 4 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
- Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJPA - Ano: 
2011 - Banca: CESPE - Disciplina: Direito Administrativo 
- Assunto: Contrato Público - Considere que o poder 
público municipal, após a realização de procedimento 
licitatório, tenha celebrado, com determinada empresa, 
contrato para a prestação de serviço de transporte e 
que lei específica posterior tenha aumentado a carga 
tributária que seria suportada pela empresa. Em face 
dessa situação hipotética, responda, de forma 
fundamentada, se o particular contratado pelo poder 
público tem direito à revisão dos valores do contrato 
para suprir a despesa decorrente do correspondente 
recolhimento. 
- Resposta: ASPECTOS MACROESTRUTURAIS - 1. 
Capacidade de expressão na modalidade escrita e uso 
das normas do registro formal da língua portuguesa 
0,00 a 0,25 - 2. Conhecimento do tema - 2.1. 
Referências ao equilíbrio econômico-financeiro do 
contrato (necessidade de manutenção) 0,00 a 1,00 - 
2.2. Menção à teoria do fato do príncipe 0,00 a 0,25 - 
2.3. Possibilidade de revisão do contrato com 
fundamento no art. 65, II, d da Lei n.º 8.666/1993 e § 
5.º desse mesmo artigo 0,00 a 1,00 
 - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 
2006 - Banca: VUNESP - Disciplina: Direito 
Administrativo - Assunto: Contrato Público - Nos 
contratos firmados pela Administração Pública, cabe a 
aplicação da teoria da imprevisão? Explique e 
fundamente a sua resposta. 
- Resposta: Sim. No direito brasileiro, a matéria é 
prevista na Constituição Federal, artigo 37, inciso XXI, e 
Ŷoàaƌtigoàϲϱ,à iŶĐisoà II,à alíŶeaà ͞d͟,àdaà Leià deà liĐitações, 
n.º 8.666/1993. A teoria da imprevisão tem sua 
aplicação no contrato administrativo, quando 
caracterizada uma situação de álea econômica 
extraordinária, isto é, quando o ajuste for afetado por 
um acontecimento externo ao contrato, estranho à 
vontade das partes, imprevisível e inevitável, que 
causa um desequilíbrio muito grande, tornando a 
execução do contrato excessivamente onerosa para o 
contratado. Tem sua origem na aplicação da cláusula 
rebus sic stantibus, sendo disposição implícita aos 
contratos de prestações sucessivas, na medida em que 
se entende que a convenção não permanece em vigor 
se as coisas não permanecerem como eram no 
momento da celebração. Cuida, pois, de mitigação ao 
princípio do pacta sunt servanda. É instrumento 
importante para garantir o equilíbrio econômico-
financeiro pactuado quando da celebração do 
contrato. A doutrina aponta como requisitos 
necessários à aplicação da teoria da imprevisão, nos 
teƌŵosàdispostosàŶoàĐitadoàaƌtigoàϲϱ,à II,à͞d͟àdaàLeiàŶ.ºà
8.666/1993 e princípios assentes no ordenamento 
jurídico, que o fato seja imprevisto ou imprevisível 
quanto à sua ocorrência ou quanto às suas 
conseqüências; estranho à vontade das partes; 
inevitável e causador de desequilíbrio muito grande ao 
contrato, de forma que ele se torne ruinoso para uma 
das partes. (Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Direito 
administrativo 18.ª ed. São Paulo: Atlas, 2005, p. 269-
272 e Celso Antônio Bandeira de Mello. Curso de 
Direito Administrativo. 17.ª ed. São Paulo: Malheiros, 
2004, p. 602/604) 
 - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 
2012 - Banca: TJMT - Disciplina: Direito Administrativo 
- Assunto: Processo Administrativo - Determinado 
Município que não possui lei própria reguladora da 
ŵatĠƌiaà͞pƌoĐessoàadŵiŶistƌativo͟àaŶulou,àapósàgaƌaŶtiƌà
o contraditório e a ampla defesa ao interessado, um ato 
administrativo praticado seis anos antes, que convertera 
multa em advertência, alegando a ocorrência de vício 
insanável, ainda que inexistente a má-fé do beneficiado. 
O interessado interpôs recurso administrativo, alegando 
nulidade do ato de anulação. Em sua decisão, a 
autoridade administrativa de nível superior, 
preliminarmente, não conheceu do recurso, haja vista a 
ausência de depósito prévio em dinheiro no valor da 
multa corrigido, conforme exigido em lei do Município. 
a) Poderia o interessado invocar em seu favor, nessa 
situação, os dispositivos da Lei Federal de Processo 
Administrativo (Lei n. 9.784/99)? Por quê? b) Há algum 
fundamento legal que ofereça supedâneo ao mérito do 
recurso interposto? Qual? c) É válida a exigência de 
depósito no caso em apreço? Por quê? 
- Resposta: (a) Sim, pois diante da ausência de lei 
própria do Município reguladora do processo 
administrativo, aplica-se por analogia a Lei Federal (Lei 
nº 9.784/99), conforme jurisprudência pacífica do 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
 
 
 
 5 
Superior Tribunal de Justiça (AgRg no AgRg no REsp 
1071359/RJ, AgRg no REsp1261695/SC, REsp 
1251769/SC, AgRg no REsp 1199448/SC, REsp 
1148460/PR). (b) Sim, o recurso encontra fundamento 
legal no art. 54 da Lei nº 9.784/99, aplicável 
analogicamente ao caso, uma vez que se passaram 
mais de 5 anos e não houve má-fé, operando-se com 
isso a decadência da pretensão anulatória da 
ádŵiŶistƌação.à͞áƌt.àϱϰ.àOàdiƌeitoàdaàádŵiŶistƌaçãoàdeà
anular os atos administrativos de que decorram efeitos 
favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, 
contados da data em que foram praticados, salvo 
comprovada má-fĠ.͟à ;ĐͿà Não,à aà exigġŶĐiaà deà depſsitoà
prévio em dinheiro para a admissibilidade de recurso 
administrativo é inconstitucional, pois ofende o direito 
fundamental ao contraditório e à ampla defesa com 
todos os meios e recursos a ela inerentes (art. 5º, LV, 
Constituição Federal), inclusive o Supremo Tribunal 
Federal pacificou este entendimento através da Súmula 
ViŶĐulaŶteà Ŷºà Ϯϭ:à ͞Éà iŶĐoŶstituĐioŶalà aà exigência de 
depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens 
paƌaà adŵissiďilidadeà deà ƌeĐuƌsoà adŵiŶistƌativo͟à
(menção ao direito fundamental ou à súmula 
vinculante). QUESITO AVALIADO NOTA - 1) 
APRESENTAÇÃO E ESTRUTURA TEXTUAL (legibilidade, 
respeito às margens, paragrafação, coerência, 
concisão, clareza, propriedade vocabular); ASPECTOS 
GRAMATICAIS (morfologia, sintaxe de emprego e 
colocação, sintaxe de regência e pontuação); 
ASPECTOS FORMAIS (erros de forma em geral e erros 
de ortografia); - CAPACIDADE DE INTERPRETAÇÃO E 
EXPOSIÇÃO - 2) DESENVOLVIMENTO DO TEMA: a) Sim. 
Diante da ausência de lei própria do Município 
reguladora do processo administrativo, aplica-se por 
analogia a Lei Federal (Lei nº 9.784/99), conforme 
jurisprudência pacífica do Superior Tribunal de Justiça 
(AgRg no AgRg no REsp 1071359/RJ, AgRg no REsp 
1261695/SC, REsp 1251769/SC, AgRg no REsp 
1199448/SC, REsp 1148460/PR).b) Sim. O recurso 
encontra fundamento legal no art. 54 da Lei nº 
9.784/99, aplicável analogicamente ao caso, uma vez 
que se passaram mais de 5 anos e não houve má-fé, 
operando-se com isso a decadência da pretensão 
aŶulatſƌiaà daà ádŵiŶistƌação.à ͞áƌt.à à ϱϰ.à Oà diƌeitoà daà
Administração de anular os atos administrativos de 
que decorram efeitos favoráveis para os destinatários 
decai em cinco anos, contados da data em que foram 
praticados, salvo comprovada má-fĠ.͟à ĐͿà Não.à áà
exigência de depósito prévio em dinheiro para a 
admissibilidade de recurso administrativo é 
inconstitucional, pois ofende o direito fundamental ao 
contraditório e à ampla defesa com todos os meios e 
recursos a ela inerentes (art. 5º, LV, Constituição 
Federal), inclusive o Supremo Tribunal Federal 
pacificou este entendimento através da Súmula 
ViŶĐulaŶteà Ŷºà Ϯϭ:à ͞Éà iŶĐoŶstituĐioŶalà aà exigġŶĐiaà deà
depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens 
paƌaàadŵissiďilidadeàdeàƌeĐuƌsoàadŵiŶistƌativo͟.à 
DIREITO AMBIENTAL 
 - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 
2006 - Banca: VUNESP - Disciplina: Direito Ambiental - 
Assunto: Crimes Ambientais - ͞ádŵite-se a 
responsabilidade penal objetiva da pessoa jurídica pela 
prática de crime ambiental, uma vez que a mesma não 
teŵà voŶtadeà pƌópƌia.͟à Esseà eŶuŶĐiadoà estĄà Đoƌƌetoà ouà
incorreto? Justifique a sua resposta. 
 - Resposta: Incorreto. A responsabilidade penal da 
pessoa jurídica está prevista no art. 3.º da Lei 9.605/98 
(lei de crimes ambientais), com fundamento no art. 
225, § 3.º da Constituição Federal. Pode-se dizer que a 
pessoa jurídica tem vontade própria, vontade esta 
exteriorizada pela vontade de seus sócios, pois os atos 
praticados pelos sócios, em prol da empresa, 
constituem-se em atos praticados pela empresa e por 
isso passíveis de responsabilização, a qual será 
cumulada com a responsabilização dos agentes físicos 
que agiram em prol da pessoa jurídica. Para a 
configuração da responsabilidade penal das pessoas 
jurídicas devem ser preenchidos os seguintes 
requisitos: 1) deve haver um benefício por parte da 
empresa, oriundo do fato praticado ou omitido; 2) deve 
haver vinculação entre o ato praticado e a atividade da 
empresa. A atitude do preposto não pode estar situada 
fora da atividade da empresa; 3) deve existir liame 
hierárquico, de subordinação, entre a empresa e o 
autor material do delito, sob pena de ocorrer 
responsabilidade objetiva; 4) deve haver a utilização 
da estrutura da empresa para a prática do delito; 5) 
deve existir deliberação da própria diretoria da 
entidade, ou de quem por ela responde, ou de seu 
órgão colegiado, no benefício da entidade. 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
 
 
 
 6 
 - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 
2012 - Banca: TJMT - Disciplina: Direito Ambiental - 
Assunto: Fontes - No âmbito do Direito Ambiental 
Internacional, discorra sobre fontes formais e materiais, 
princípios gerais e o conflito entre a soberania dos 
Estados e a proteção do meio ambiente nos danos 
ambientais transnacionais. 
- Resposta: O que se espera do candidato é que 
demonstre conhecimento da relevância do Direito 
Ambiental Internacional e que tenha noção de que os 
danos ambientais não conhecem fronteiras, sendo 
necessário que países limítrofes ou até mesmo 
distantes respeitem as regras de proteção. As fontes do 
Direito Ambiental Internacional estão definidas no art. 
38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça (CIJ), 
com sede em Haia. São eles: os tratados internacionais, 
gerais ou internacionais; o costume internacional, 
como prova de uma prática geral aceita como direito e 
osà ͞pƌiŶĐípiosà geƌaisà deà diƌeitoà ƌeĐoŶheĐidosà pelasà
ŶaçƁesà Đivilizadas͟;à e,à aiŶdaà aà títuloà suďsidiĄƌio,à asà
decisões judiciais e a doutrina dos publicistas mais 
qualificados das diferentes nações. Fontes formais: 
Tratados e Costumes Internacionais Os Tratados estão 
conceituados na Convenção de Viena (1969) e podem 
ser chamados de convenções, pactos, protocolos ou 
acordos. Podem ser multilaterais (v.g., Convenção 
sobre Diversidade Biológica, Dec. 2.519/98) ou 
bilaterais, universais ou regionais. Podem visar o 
combate à poluição ou versar sobre a conservação da 
natureza (v.g., conservação da pesca). Alguns são 
0bjetivos, de fácil execução (v.g., Convenção para 
Conservação das Forças Antárticas). Outros são 
genéricos, dependem da legislação interna dos 
aderentes. Uma técnica comum é a adoção da 
Convenção-Quadro, que estabelece os princípios de 
ação em determinada área, cria órgãos e define 
atribuições (v.g., Convenção-Quadro das Nações 
Unidas sobre Mudança de Clima). Os costumes 
internacionais (v.g., previsão de proteção do meio 
ambiente marinho) muitas vezes transformam-se em 
regras codificadas em Tratados (v.g., Zona Econômica 
Exclusiva). Fontes materiais: princípios gerais do direito 
internacional, decisões judiciais e doutrina. Os 
princípios são proclamados em declarações, códigos de 
conduta, estabelecem a base mínima de 
comportamento para a comunidade internacional. Por 
exemplo, A Declaração da Convenção de Estocolmo 
estabeleceu o princípio intergeracional (Princípio 2). 
destinado à proteção daqueles que virão no futuro. 
Alguns princípios ainda estão em processo de 
consolidação (v.g., princípio da não retroatividade das 
normas ambientais).As decisões judiciais também são 
fonte do DAI, inclusive as proferidas por Tribunais 
Arbitrais. Da mesma forma a doutrina. Por exemplo, 
estudos oriundos da IUCN podem auxiliar na 
elaboração decisões da CIJ, de leis internas ou na 
elaboração de Tratados Internacionais. A professora 
Solange Teles da Silva cita, ainda, as Resoluções das 
organizações internacionais (O Direito Ambiental 
Internacional, Del Rey 2010, p. 24). Um bom exemplo 
disto são as Diretivas da União Européia, que 
estabelece requisitos mínimos a serem seguidos pelos 
países e faz recomendações para iniciativas legais a 
serem adotadas (v.g., criminalização da pessoa 
jurídica). Aspecto de grande atualidade é o conflito 
existente entre a soberania dos Estados e a existência 
de danos ambientais transfronteiriços. Juliana de O.J. 
Dantas consideƌaà aà ͞desŵateƌializaçãoà doà aŶtigoà
conceito de Soberania, aceitando-o mais como um 
conceito formal que não obstrui nem impede a 
internacionalização das relações estatais, atuando 
Đoŵoà suaà pauta͟.à Vġà Ŷaà atualidadeà uŵaà “oďeƌaŶiaà
͞ƌepeŶsada͟àƋueàpƌiŵaàpelaàcooperação entre os povos 
(A Soberania Nacional e a Proteção Ambiental 
Internacional, Ed. Verbatim, 2009, p. 42). Para Solange 
Telesàdaà“ilvaà͞seàoàexeƌĐíĐioàdaàsoďeƌaŶiaàĠàĐoŶĐeďidoà
como o exercício de poderes absolutos do Estado, isso 
pode gerar conflitos insuperáveis com a proteção 
aŵďieŶtal͟à ;op.à Đit.,à p.à ϱϱͿ.à Poisà ďeŵ,à Ŷoà ĐoŶtextoà
atual, por óbvio, os Estados mantém a sua Soberania, 
porém, na área da proteção ambiental, cada vez mais 
ela cede espaço a atos de cooperação e à submissão a 
julgamentos por Tribunais Internacional, sejam 
Arbitrais, sejam criados por Tratados (v.g. OEA). Em 
suma, o candidato deve expor, de forma objetiva e 
clara, quais são as fontes do Direito Ambiental 
Internacional e as circunstâncias especiais em que se 
exerce, atualmente, a soberania dos Estados. 
REFERÊNCIAS: O Direito Ambiental Internacional, 
Coordenador Leonardo Nemer Caldeira Brant, autora 
Solange Teles da Silva, Ed. Del Rey, 2010. Direito 
Administrativo e Meio Ambiente, Vladimir Passos de 
Freitas, 4ª. ed. Juruá Ed. 2011. Crimes Contra a 
Natureza, Vladimir e Gilberto Passos deFreitas. 9ª ed.. 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
 
 
 7 
Ed. Revista dos Tribunais, 2012. QUESITO AVALIADO - 
1) APRESENTAÇÃO E ESTRUTURA TEXTUAL 
(legibilidade, respeito às margens, paragrafação, 
coerência, concisão, clareza, propriedade vocabular); 
ASPECTOS GRAMATICAIS (morfologia, sintaxe de 
emprego e colocação, sintaxe de regência e 
pontuação); ASPECTOS FORMAIS (erros de forma em 
geral e erros de ortografia); CAPACIDADE DE 
INTERPRETAÇÃO E EXPOSIÇÃO - 2) DESENVOLVIMENTO 
DO TEMA: a) Fontes formais (tratados e costumes) b) 
Fontes materiais (princípios, decisões e doutrina) c) 
Princípios gerais (intergeracional/ não retroatividade). 
d) Conflito entre a soberania dos Estados e a proteção 
do meio ambiente nos danos ambientais 
transnacionais (soberania e cooperação). 
DIREITO CIVIL 
 - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 
2012 - Banca: TJMT - Disciplina: Direito Civil - Assunto: 
Contratos - Discorra fundamentadamente sobre a 
violação positiva do contrato, contemplando as 
concepções doutrinárias a respeito de seu conceito no 
Direito Brasileiro, bem como sua relação com os 
conceitos de mora e inadimplemento das obrigações. 
- Resposta: Espera-se do candidato a definição de 
violação positiva do contrato que contemple o 
descumprimento de deveres laterais derivados da boa-
fé (COSTA, Jorge Cesar Ferreira Da. A boa-fé e a 
violação positiva do contrato. Rio de Janeiro: Renovar, 
2002, p. 273), bem como a posição doutrinária que 
afirma configurar-se a violação positiva na hipótese 
em que a obrigação não é cumprida no modo 
pactuado, qualificando-se coŵoà͞ĐuŵpƌiŵeŶtoàƌuiŵàouà
iŶexatoà doà ĐoŶtƌato͟à ;PONTE“à DEà MI‘áNDá,à JosĠà
Cavalcanti. Tratado de Direito Privado. Tomo XXVI. Rio 
de Janeiro: Borsoi, p. 15) - Quanto à relação entre mora 
e inadimplemento, espera-se do candidato a 
demonstração de que, enquanto na mora e no 
inadimplemento ocorre inexecução da obrigação, na 
violaçãoà positivaà doà ĐoŶtƌatoà ͞teŵà lugaƌà uŵaà ͚açãoà
positiva͛à doà devedoƌ,à poƌĠŵà seŵà satisfazeƌà
adeƋuadaŵeŶteà oà iŶteƌesseà doà Đƌedoƌ͟. (TEPEDINO, 
Gustavo et al. Código Civil Interpretado Conforme a 
Constituição da República. Volume I. Rio de Janeiro: 
Renovar, 2004, p. 693). Admite-se, alternativamente, 
resposta em que se afirme que a violação positiva pode 
se enquadrar no conceito de mora ou de 
inadimplemento, haja vista o teor do artigo 394 do 
Código Civil que também qualifica como mora o 
ĐuŵpƌiŵeŶtoàƋueàŶãoàĠàƌealizadoàŶaà͞foƌŵaàƋueàaà leià
ouà aà ĐoŶveŶçãoà estaďeleĐeƌ͟à ouà Ƌueà aà violaçãoà
positiva, como inexecução de deveres laterais, é uma 
forma de inadimplemento que não se refere à 
prestação principal (COSTA, Jorge Cesa Ferreira da. Op. 
Cit., p. 273). - QUESITO AVALIADO NOTA - 1) 
APRESENTAÇÃO E ESTRUTURA TEXTUAL (legibilidade, 
respeito às margens, paragrafação, coerência, 
concisão, clareza, propriedade vocabular); ASPECTOS 
GRAMATICAIS (morfologia, sintaxe de emprego e 
colocação, sintaxe de regência e pontuação); 
ASPECTOS FORMAIS (erros de forma em geral e erros 
de ortografia); CAPACIDADE DE INTERPRETAÇÃO E 
EXPOSIÇÃO 2) DESENVOLVIMENTO DO TEMA: a) 
‘efeƌġŶĐiaàexpƌessaàăàŶoçãoàdeà͞adiŵpleŵeŶtoà ƌuiŵ͟à
ou expressão equivalente. b) Referência expressa à 
violação de deveres laterais derivados da boa-fé. c) 3 
Possibilidades de resposta: a) Afirmação de que a 
violação positiva do contrato é uma categoria que não 
se confunde com a mora e com o inadimplemento 
absoluto/definitivo, uma vez que, enquanto estes 
ocorrem mediante inexecução da obrigação, a violação 
positiva consiste em execução que não atende 
adequadamente ao interesse do credor. OU b) 
Alternativamente, admite-se como resposta a 
afirmação de que a violação positiva do contrato pode 
qualificar-se como modalidade de mora ou de 
inadimplemento definitivo que se configura pelo não 
ĐuŵpƌiŵeŶtoà daà oďƌigaçãoà Ŷaà ͞foƌŵaà Ƌueà aà leià ouà aà
ĐoŶveŶçãoàestaďeleĐeƌ͟à;aƌt.àϯϵϰàdoàCſdigoàCivilͿàOUàĐͿà
ainda, que violação positiva, como inexecução de 
deveres laterais, é uma forma de inadimplemento que 
não se refere à prestação principal. 
 - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 
2006 - Banca: VUNESP - Disciplina: Direito Civil - 
Assunto: Contratos - Disserte sobre os dois 
questionamentos. a) A propositura da ação declaratória 
negativa inibe o aforamento da ação de execução 
relativamente ao mesmo crédito? Justifique a sua 
resposta) É possível a propositura de ação declaratória 
visando à interpretação de cláusulas contratuais? 
Justifique a sua resposta. 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
 
 
 
 8 
- Resposta: a) É possível nos termos do disposto no 
artigo 585, § 1.º do Código de Processo Civil. Os 
argumentos dos candidatos deverão levar à conclusão 
do disposto no artigo mencionado. b) O candidato 
deverá dissertar interpretando literalmente o artigo 
4.º, I do CPC. Em primeiro plano, não seria possível 
concluir que sim, pois a cláusula contratual não se 
ĐoŶfuŶdeà Đoŵà aà ƌelaçãoà juƌídiĐa.à ͞Esseà eŶteŶdiŵeŶtoà
não se harmoniza, porém, com a finalidade do 
iŶstituto,à Ƌueà ͞est la forme la plus élevée et la plus 
dĠliĐateà d͛exeƌĐiĐeà duà pouvoiƌà judiĐiaiƌe,à età doità ġtƌeà
considerée comme très utile aux litigants et à la vie 
sociale. Da interpretação de uma única cláusula 
contratual depende, muitas vezes, a solução de todo o 
litígio, o que autoriza o ajuizamento da declaratória, 
presente o interesse processual. É a orientação mais 
liďeƌal,à seguidaà pelaà doutƌiŶaà eà pelaà juƌispƌudġŶĐia.͟à
(João Batista Lopes. Ação Declaratória. Editora RT. 4.ª 
edição. São Paulo: 1995, p.71). Tradução livre do 
Elaborador: é a forma mais elevada e a mais delicada 
de exercício do Poder Judiciário. E deve ser considerada 
como muito útil aos litigantes e à vida social. 
 - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJPA - Ano: 
2011 - Banca: CESPE - Disciplina: Direito Civil - Assunto: 
Direitos das Sucessões - Manoel, solteiro, pai de Cláudia 
e Pedro, faleceu em agosto de 2011, deixando a casa n.º 
50, situada na rua São Silvestre, em Belém – PA, 
registrada em seu nome no X Ofício do Cartório de 
Imóveis de Belém. A referida casa havia sido 
emprestada, em 2005, a um casal de amigos, Carlos e 
Cristina, pelo prazo de dois anos, necessários à 
conclusão da obra de imóvel que haviam comprado. 
Passados três anos, não tendo sido restituído o imóvel, 
Manoel, em 10/10/2008, notificou extrajudicialmente o 
casal para que deixasse o imóvel no prazo de trinta dias. 
O casal não atendeu a notificação, tendo permanecido 
no imóvel. Manoel, em 10/3/2011, novamente notificou 
extrajudicialmente o casal, que continuou inerte. Em 
junho de 2011, Manoel foi internado com complicações 
de saúde, tendo falecido dois meses depois. O espólio, 
representado por sua inventariante, mãe dos dois 
herdeiros que representa legalmente, ajuizou, ainda no 
curso do inventário, ação reivindicatória, em face de 
Carlos e Cristina, com o fim de reaver o imóvel ocupado. 
A escritura do imóvel e cópia das notificações recebidas 
pelos réus foram juntadas aos autos. Na ação, foram 
narrados os fatos e feito o pedido de imissão na posse 
do imóvel e de condenação dos réus em indenizar a 
quantia correspondente ao valor do aluguel do imóvel, 
desde 10/11/2008 até a sua efetiva desocupação, que 
seria apurado em liquidação de sentença por 
arbitramento. Citados, Carlos e Cristina apresentaram 
contestação, alegando: a) a inépcia da inicial, ante a 
falta de identificação detalhada do imóvel, com suas 
confrontações e características, ea ausência de 
propriedade do imóvel, com base no argumento de que 
não houvera partilha no processo de inventário; b) a 
impossibilidade jurídica do pedido, sob o argumento de 
que não cabe pedido reivindicatório para a obtenção da 
posse do imóvel; c) a ilegitimidade do espólio para 
figurar no pólo ativo, sob o fundamento de que a 
legitimidade seria dos herdeiros; d) o direito à 
usucapião urbana por estarem na posse do imóvel por 
mais de cinco anos ininterruptos, utilizando-o como sua 
moradia, não possuírem outro imóvel e por medir o 
imóvel ocupado área de 180 m2; e) o direito de serem 
indenizados no valor de R$ 15.000,00 por benfeitorias 
realizadas no imóvel, a saber: colocação de armários nos 
quartos e substituição do piso da cozinha, tendo juntado 
notas fiscais comprobatórias datadas de maio de 2011; 
f) a falta de amparo para o pedido de indenização pelo 
aluguel, sob o argumento de que utilizavam a casa a 
título de empréstimo, e de que, em momento algum, 
Manoel lhes impusera a cobrança de qualquer valor 
nem tomara qualquer medida judicial para retirá-los do 
imóvel, o que demonstrava a aceitação tácita da 
continuidade do empréstimo. Ao final, pediram a 
extinção do processo sem resolução do mérito, ou a 
declaração de usucapião do imóvel em seu favor, ou, 
ainda, a condenação do autor a pagar-lhes a indenização 
referente ao gasto efetuado. Em réplica, o autor alegou: 
o não cabimento das preliminares; o não cabimento da 
alegação de usucapião aventada em contestação, sob o 
argumento de que não restara configurada a usucapião; 
o não cabimento do pleito de indenização, pois não fora 
provada a data da realização das benfeitorias; a 
pertinência da cobrança do aluguel pela utilização do 
imóvel após a notificação para sua devolução. O autor 
reafirmou os pedidos, requerendo a improcedência dos 
pedidos dos réus. Não havendo provas para produzir em 
audiência, os autos seguiram conclusos para sentença. 
Considerando os fatos hipotéticos acima relatados, 
profira, na condição de juiz substituto, a sentença, 
dando solução à lide. Analise toda a matéria de direito 
processual e material pertinente ao julgamento, 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
 
 
 
 9 
fundamente suas explanações, dispense o relatório e 
não crie fatos novos. 
- Resposta: ASPECTOS MACROESTRUTURAIS - Sentença 
Cível - Quesito avaliado Faixa de valor Nota - 1 
Capacidade de expressão na modalidade escrita e uso 
das normas do registro formal da língua - 2 
Conhecimento do tema - 2.1 Preliminares não 
prosperam / Petição inicial atende aos requisitos 
previstos no art. 282 do CPC / Imóvel identificado / 
Inventário em andamento não há óbice / Legitimidade 
do espólio / Inventário não encerrado / Art. 12, V, do 
CPC / Possibilidade jurídica do pedido 0,00 a 1,50 - 1,25 
- 2.2 Possibilidade de usucapir em contestação: Súmula 
n.° 237/STF / Requisitos não configurados / Oposição 
após a notificação 0,00 a 1,50 1,00 - 2.3 Benfeitorias / 
Ausência de direito / Realização quando a posse não 
era mais de boa-fé / Art. 333, II, do CPC 0,00 a 1,00 
0,83 - 2.4 Aluguéis devidos pela utilização do imóvel 
após 30 dias da notificação até a desocupação / 
Liquidação por arbitramento / Art. 475-C do CPC 0,00 a 
1,50 1,50 - 2.5 Direito à imissão na posse do imóvel: 
requisitos preenchidos 0,00 a 2,00 1,00 - 2.6 
Dispositivo: afastar as preliminares; extinção 
consoante o art. 269, I, do CPC; julgar procedentes os 
pedidos, para imitir o espólio na posse do imóvel; 
condenar os réus a indenizar da quantia 
correspondente ao valor do aluguel do imóvel, desde 
10/11/2008 até a sua efetiva desocupação, a ser 
apurado em liquidação de sentença por arbitramento / 
Condenação em custas e honorários em percentual 
sobre a condenação no valor referente indenização 
pelo pagamento do aluguel (art. 20, § 3.°, do CPC) 0,00 
a 1,50 
 - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 
2006 - Banca: VUNESP - Disciplina: Direito Civil - 
Assunto: Direitos Reais - Considerando o direito 
possessório, responda as seguintes questões: a) Em 
razão do desforço pessoal imediato, é possível exigir a 
função social da posse aplicada em conjunto com o 
princípio constitucional da isonomia substancial? 
Explique e fundamente a sua resposta. b) Qual o sentido 
teleológico da proteção jurídica da posse? 
- Resposta: a) Sim. O desforço imediato é 
conseqüência da aparência de propriedade que lhe é 
inerente e em nada interfere na situação de se 
configurar uma função social à posse, ao contrário. A 
função social da posse advém da função social da 
propriedade (art. 5.º, XXIII, CF), aplicada em conjunto 
com o princípio constitucional da isonomia substancial 
(art. 5.º, caput, CF). Ainda, de forma indireta, conforme 
arts. 183 e 191, CF. Não há disposição específica na 
Constituição ou em lei ordinária que trate da função 
sócia da posse, mas ela é extraída destas normas. 
Situação já abordada, por exemplo, pelo Tribunal de 
Alçada de Minas Gerais, no agravo de instrumento 
425.429-9, 2.ª Turma Cível, rel. Juiz Alberto Vilas Boas. 
͞áà fuŶçãoà soĐialà daà posseà podeà seƌà exigida 
independentemente da expressa previsão pelo 
legislador constitucional ou infraconstitucional.Sendo a 
posse o exercício fático de algumas posições jurídicas 
inerentes ao domínio, a função social da propriedade 
(art. 5.º, XXIII, da Constituição Federal) é plenamente 
apliĐĄvelà aà ela.͟à ‘eŶatoà Duaƌteà FƌaŶĐoà deàMoƌaes,à áà
função social da posse, in Direito Civil – Estudos em 
homenagem à professora Giselda Maria Fernandes 
Novaes Hironaka, São Paulo, Método, 2006. b) 
Conforme a teoria de Jhering, adotada em nossa 
codificação atual e na anterior, a posse merece 
proteção em razão do desdobramento da aparência de 
propriedade, defendendo-se aquilo que aparenta ser 
de acordo com o direito. Evitam-se conflitos e o uso de 
violência, o que não ocorreria se não houvesse a 
estabilidade conferida pela proteção possessória. ͞Eŵà
suma, o bem jurídico inicialmente tutelado com a 
defesa da posse é o exercício fático das posições 
jurídicas do domínio.Com isso, defende-se 
ŵediataŵeŶteàaàpazàsoĐial.͟à;‘eŶatoàDuaƌteàFƌaŶĐoàdeà
Moraes, A função social da posse, in Direito Civil – 
Estudos em homenagem à professora Giselda Maria 
Fernandes Novaes Hironaka, São Paulo, Método, 
2006.) 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 
2006 - Banca: VUNESP - Disciplina: Direito 
Constitucional - Assunto: Controle de 
Constitucionalidade - Discorra sobre as hipóteses pelas 
quais é permitido ao Tribunal de Justiça reconhecer que 
leis federais e estaduais são inconstitucionais, indicando 
a eficácia subjetiva de tais decisões. 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
 
 
 
 10 
- Resposta: O TJ dispõe de competência constitucional 
para reconhecer que leis, inclusive federais, são 
inconstitucionais. Hipóteses: 1) Em controle abstrato-
concentrado, por meio de ação direta de 
inconstitucionalidade (e da representação 
interventiva), pode reconhecer e decidir pela 
inconstitucionalidade, mas apenas de lei estadual e em 
face da Constituição estadual. Ainda que se trate de 
norma de repetição obrigatória da Constituição 
estadual, a competência permanece. Está fora a 
hipótese de inconstitucionalidade de lei federal, seja 
em face da Constituição Federal, seja em face da 
Constituição estadual, por ser sempre matéria de 
natureza constitucional-federal, afeta ao STF. 2) Em 
controle difuso-concreto, o TJ (nos termos do art. 97 da 
Constituição Federal) podereconhecer (jamais como 
dispositivo do acórdão) que tanto a lei federal como a 
estadual são inconstitucionais, afastando-as na 
resolução do caso concreto a ser julgado. E pode fazê-
lo conforme sua convicção, seja em face da 
Constituição Federal (para ambas, incluindo a 
Constituição estadual) seja em face da Constituição 
estadual (para a estadual), desde que não haja decisão 
anterior e vinculante proferida pelo STF. No caso 1) o 
efeito é erga omnes (salvo na representação 
interventiva). No caso 2) o efeito é inter partes. 
 - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJPA - Ano: 
2011 - Banca: CESPE - Disciplina: Direito Constitucional 
- Assunto: Controle de Constitucionalidade - Emenda 
constitucional de iniciativa da assembléia legislativa de 
determinada unidade da Federação tratou das 
condições para ingresso e promoção no quadro de 
oficiais combatentes dos militares no âmbito do estado-
membro. O governador do estado, então, ajuizou ação 
direta de inconstitucionalidade relativa a essa emenda 
junto ao Supremo Tribunal Federal.Com base na 
situação hipotética acima, responda, de forma 
fundamentada e de acordo com a jurisprudência da 
suprema corte, o seguinte questionamento: 1- A 
emenda constitucional padece de vício de 
inconstitucionalidade formal? 
- Resposta: ASPECTOS MACROESTRUTURAIS - 1. 
Capacidade de expressão na modalidade escrita e uso 
das normas do registro formal da língua portuguesa 
0,00 a 0,25 - 2. Conhecimento do tema - 2.1. Ofensa à 
competência privativa do chefe do Poder Executivo, 
prevista no art. 61,§ 1.º, II, f, da CF 0,00 a 0,80 - 2.2. 
Aplicação do princípio da simetria 0,00 a 0,20 - 2.3. 
Não incidência da legitimação concorrente para a 
emenda constitucional 0,00 a 1,00 - 2.4. Ofensa ao 
princípio da separação dos poderes 0,00 a 0,25 
 - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 
2012 - Banca: TJMT - Disciplina: Direito Constitucional - 
Assunto: Direitos Político - José, candidato à Prefeitura 
de um município sul-mato-grossense, foi condenado em 
julho de 2012 pelo Juízo Eleitoral como incurso na forma 
ativa do crime previsto no artigo 299, da Lei n. 
4.737/1965. Dentro do tríduo legal, interpôs recurso 
eleitoƌalà ;͞apelação͟Ϳà peƌaŶteà oà TƌiďuŶalà ‘egioŶalà
Eleitoral do Mato Grosso do Sul, mas a Corte, por 
unanimidade, negou provimento em julgamento 
realizado em 14 de setembro. Ingressou com Recurso 
Especial no Tribunal Superior Eleitoral, com fundamento 
no artigo 121, § 4º, I, da Constituição, que foi conhecido, 
mas se encontra pendente de julgamento. a) Quais são 
as sanções penais e administrativas e as restrições aos 
direitos políticos aplicáveis ao candidato? Cabe alguma 
outra ação que tenha por objeto a conduta do 
candidato? b) O candidato é elegível na fase em que se 
encontra o processo? Há alguma ação cabível para o 
reconhecimento de eventual inelegibilidade? Se eleito, 
que ação eleitoral (ou ações eleitorais) é (são) apta(s) a 
afastá-lo do mandato? 
- Resposta: Quesito a: O candidato está sujeito à pena 
de reclusão e multa penal como incurso no artigo 299, 
da Lei 4.737/1965. A pena de multa administrativa e 
cassação do diploma, com fundamento no artigo 41-A, 
da Lei 9.504/1997, é cabível pelo fato de que o 
candidato foi diplomado como prefeito. O candidato se 
encontra no exercício dos direitos políticos uma vez que 
o artigo 15, III, da Constituição exige o trânsito em 
julgado da condenação criminal para a suspensão dos 
direitos políticos, logo, no caso narrado, não haverá 
esta restrição aos direitos políticos. Em relação à 
mesma conduta, cabe Ação de Investigação Judicial 
Eleitoral. Quesito b: O candidato se encontra inelegível, 
embora a condenação não tenha transitado em 
julgado, uma vez que, pelo artigo 1º, I, j, da Lei 
Complementar 64/1990, com as alterações da Lei 
Complementar 135/2010, são inelegíveis os que forem 
condenados, em decisão transitada em julgado ou 
proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, por 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
 
 
 11 
corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, 
por doação, captação ou gastos ilícitos de recursos de 
campanha ou por conduta vedada aos agentes 
públicos em campanhas eleitorais que impliquem 
cassação do registro ou do diploma, pelo prazo de 8 
(oito) anos a contar da eleição. Para o reconhecimento 
da inelegibilidade, em face da preclusão para a 
interposição de ação de impugnação de registro de 
candidato, cabe apenas recurso contra a expedição de 
diploma. Para afastá-lo do mandato, cabem recurso 
contra a expedição de diploma e ação de impugnação 
de mandato eletivo. QUESITO AVALIADO NOTA - 1) 
APRESENTAÇÃO E ESTRUTURA TEXTUAL (legibilidade, 
respeito às margens, paragrafação, coerência, 
concisão, clareza, propriedade vocabular); ASPECTOS 
GRAMATICAIS (morfologia, sintaxe de emprego e 
colocação, sintaxe de regência e pontuação); 
ASPECTOS FORMAIS (erros de forma em geral e erros 
de ortografia); CAPACIDADE DE INTERPRETAÇÃO E 
EXPOSIÇÃO - 2) DESENVOLVIMENTO DO TEMA: Quesito 
a) * Sanções: reclusão e multa (artigo 299/Lei 
4.737/1965), cassação do diploma (artigo 41- A, Lei 
9.504/1997) e inelegibilidade (artigo 1º, I, j, Lei 
Complementar 64/1990). * Suspensão dos direitos 
políticos (artigo, 15, III, CRFB): ausência do trânsito em 
julgado. * Cabimento de AIJE. Quesito b) * Aplicação 
da inelegibilidade em razão do julgamento colegiado 
de acordo com o artigo 1º, I, j, Lei Complementar 
64/1990. * RCD para inelegibilidade * RCD e AIME para 
afastamento do mandato. 
 - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJPA - Ano: 
2011 - Banca: CESPE - Disciplina: Direito Constitucional 
- Assunto: Poder Judiciário - Com base no que dispõem 
a Constituição Federal e a Lei Complementar n.º 
35/1979 (Lei Orgânica da Magistratura Nacional), 
disserte sobre o regime jurídico da magistratura. Em seu 
texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos: 
1- ingresso na carreira: concurso e nomeação — 
requisitos; 2- promoção na carreira: critérios; 3- 
remoção na carreira. 
 - Resposta: ASPECTOS MACROESTRUTURAIS - 1. 
Capacidade de expressão na modalidade escrita e uso 
das normas do registro formal da língua portuguesa 
0,00 a 0,25 - 2. Conhecimento do tema - 2.1. Ingresso 
na carreira: concurso e nomeação (requisitos) 0,00 a 
0,75 - 2.2. Promoção na carreira: critérios 0,00 a 1,25 - 
2.3. Remoção na carreira 0,00 a 0,25 
 - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJPA - Ano: 
2011 - Banca: CESPE - Disciplina: Direito Constitucional 
- Assunto: Súmula Vinculante - Com base na disciplina 
constitucional e legal a respeito das súmulas 
vinculantes, disserte sobre essa inovação trazida pela 
Emenda Constitucional n.º 45/2004. Em seu texto, 
aborde, necessariamente, os seguintes aspectos: 1- 
definição de súmula vinculante;2- objeto e requisitos; 3- 
legitimidade para propor sua edição, revisão e 
cancelamento, de forma autônoma e incidental; 4- 
efeitos e possibilidade de modulação. 
- Resposta: ASPECTOS MACROESTRUTURAIS - 1. 
Capacidade de expressão na modalidade escrita e uso 
das normas do registro formal da língua portuguesa 
0,00 a 0,25 - 2. Conhecimento do tema - 2.1. Definição 
de súmula vinculante 0,00 a 0,25 - 2.2. Objeto e 
requisitos 0,00 a 0,75 - 2.3. Legitimidade para propor a 
edição, a revisão e o cancelamento da súmula, de 
forma autônoma e incidental 0,00 a 1,00 - 2.4. 
Efeitos/possibilidade de modulação 0,00 a 0,25 
DIREITO DO CONSUMIDOR 
 - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 
2012 - Banca: TJMT - Disciplina: Direito do Consumidor- Assunto: Código de Defesa do Consumidor - Em 
virtude ação civil pública aforada pelo Ministério Público 
Estadual e distribuída no dia 02/08/2012, junto ao Juízo 
Estadual da 2ª Vara Cível da Comarca de Campo 
Grande/MS, em face da Intel S/A, operadora de 
telecomunicações, objetivando a prevenção de ilícitos e 
a reparação dos danos materiais e morais, diante da 
constatação de vícios na oferta de serviços de telefonia 
móvel ao público consumidor, foi devidamente citada a 
ré, que apresentou defesa, alegando, em preliminar, a 
continência com ação civil pública aforada pelo 
Ministério Público Federal, diante dos mesmos fatos, 
em face da Intel S/A e da Anatel, Agência Reguladora do 
setor de telecomunicações, em trâmite no Juízo Federal 
da 1ª. Vara Cível de Campo Grande, Seção Judiciária do 
Mato Grosso do Sul, para onde fora distribuída no dia 
06/08/2012. A juntada dos mandados de citação aos 
autos deu-se nos dias 23/08/2012, no processo em 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
 
 
 12 
trâmite na Justiça Estadual, e nos dias 24 e 25 de agosto, 
respectivamente, relativamente à demanda coletiva 
ajuizada na Justiça Federal. Dado esse contexto, 
pergunta-se: qual o entendimento jurisprudencial 
pacífico do Superior Tribunal de Justiça a respeito dessa 
questão processual e, portanto, quem tem competência 
para processar e julgar tais pretensões consumeristas 
coletivas? 
- Resposta: Conforme precedentes do STJ, nos Conflitos 
de Competência 22.682/RS, DJ 12/05/2003; CC 
40.534/RJ, DJ 17/05/2004; CC 56.460/RS, DJ 
19/03/2007; CC 90.106/ES, DJe 10/03/2008 e CC 
112.137/SP, DJe 01/12/2010, dentre outros, 
evidenciada a continência entre a ação civil pública 
ajuizada pelo Ministério Público Federal em relação a 
outra ação civil pública ajuizada na Justiça Estadual, 
impõe-se a reunião dos feitos no Juízo Federal. 
DECLARAÇÃO DA COMPETÊNCIA DO JUÍZO FEDERAL DA 
1ª VARA CÍVEL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE 
MATO GROSSO DO SUL PARA O JULGAMENTO DE 
AMBAS AÇÕES CIVIS PÚBLICAS. Ademais, a questão 
encontra-se agora sumulada pelo verbete n. 489 da 
Súmula de Jurisprudência do Superior Tribunal de 
Justiça:à ͞‘ECONHECIDáà áà CONTINÊNCIá,à DEVEMà “E‘à
REUNIDAS NA JUSTIÇA FEDERAL AS AÇÕES CIVIS 
PÚBLICAS PROPOSTAS NESTA E NA JUSTIÇA 
E“TáDUáL.͟à DiaŶte disso, o Juízo Federal da 1ª Vara 
Cível de Campo Grande tem competência para 
processar e julgar tais pretensões consumeristas 
coletivas. QUESITO AVALIADO NOTA - 1) 
APRESENTAÇÃO E ESTRUTURA TEXTUAL (legibilidade, 
respeito às margens, paragrafação, coerência, 
concisão, clareza, propriedade vocabular); ASPECTOS 
GRAMATICAIS (morfologia, sintaxe de emprego e 
colocação, sintaxe de regência e pontuação); 
ASPECTOS FORMAIS (erros de forma em geral e erros 
de ortografia); CAPACIDADE DE INTERPRETAÇÃO E 
EXPOSIÇÃO - 2) DESENVOLVIMENTO DO TEMA: a) 
Entendimento do STJ (evidenciada a continência entre 
a ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público 
Federal em relação a outra ação civil pública ajuizada 
na Justiça Estadual, impõe-se a reunião dos feitos no 
Juízo Federal) b) Juízo Federal da 1ª. Vara Cível de 
Campo Grande. 
 - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 
2006 - Banca: VUNESP - Disciplina: Direito do 
Consumidor - Assunto: Código de Defesa do 
Consumidor - Identifique a relação entre o Direito do 
Consumidor e o Direito Civil e discorra sobre o âmbito 
de aplicação do Código de Defesa do Consumidor, 
considerando o conceito de relação de consumo. 
- Resposta: O candidato deve tratar dos seguintes 
temas: 1. A relação de CDC e do C. Civil de 1916. 2. A 
relação do CDC e do C. Civil de 2002. 3. Os conceitos de 
consumidor: arts. 2.º, 17 e 29 do CDC.4. O conceito de 
fornecedor: art. 3.º do CDC. 5. O conceito de relação de 
consumo. .- 4 -JUIZADOS ESPECIAIS (LEI N.º 9.099, DE 
26.09.1995) 
DIREITO PENAL 
- Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 
2006 - Banca: VUNESP - Disciplina: Direito Penal - 
Assunto: Aplicação da Lei Penal - O dolo é o elemento 
subjetivo essencial para a realização do tipo objetivo de 
um delito. Com relação a essa assertiva: a) O que é 
elemento subjetivo do injusto? Disserte sobre o tema. 
b) Cite hipóteses legais em que está presente o 
elemento subjetivo do injusto. Justifique sua resposta. 
- Resposta: A princípio, a doutrina finalista entendia 
que o tipo penal era composto por elementos 
subjetivos, objetivos e normativos (Damásio E. de 
Jesus, Direito Penal, Saraiva, 27.ª edicação, I, p. 272). 
Todavia, conforme ensina Jimenez de Asúa (Tratado de 
Derecho Penal, III, p. 825 e ss), com Fischer, na 
Alemanha em 1911, iniciou-se o estudo sobre os 
elementos subjetivos do injusto. Outros autores como 
Nagler, Hegler, Mayer, e destacadamente Mezger, que 
o sucederam, passaram a desenvolver doutrina que 
sinteticamente entende que o direito não pode ignorar 
a conduta interna – subjetiva e psíquica – do indivíduo, 
como origem de sua conduta externa. Assim, baseia a 
doutrina dos elementos subjetivos do injusto na idéia 
de que, num certo número de delitos, o tipo delitivo 
não pode ser determinado sem os elementos 
subjetivos, ou seja, sem a intenção, motivação, certo 
impulso ou ânimo especificamente previstos para 
aquele crime. Pode-se, desta forma, concluir que certos 
tipos penais, por exigência legal, prevêem, ao lado do 
dolo, outro elemento que pertence ao campo psíquico 
ou subjetivo do autor, que particularizam a sua 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
 
 
 
 13 
conduta, para a realização do tipo. Nos dizeres de Luiz 
‘egisàPƌado,àĐitaŶdoàMiƌàPuig,àĐoŶsisteŵàeŵà͞todosàosà
requisitos de caráter subjetivos distintos do dolo, que o 
tipoàexige,àalĠŵàdeste,àpaƌaàsuaàƌealização͟à ;Cuƌsoàdeà
Direito Penal Brasileiro, 3.ª edição, RT, I, p. 298). Deve 
ser esclarecido que, para a doutrina tradicional, o 
elemento subjetivo do injusto corresponderia ao dolo 
específico. Todavia, entendemos, acompanhando a 
doutrina finalista da ação, que não existe dolo 
específico e dolo genérico. O dolo é um só, variando de 
acordo com a figura típica. Assim, o chamado dolo 
específico estaria superado e melhor estudado sob o 
enfoque do elemento subjetivo do injusto. Na verdade, 
Đoŵoà eŶsiŶaà Cezaƌà BitteŶĐouƌtà ;͞MaŶualà deà Diƌeitoà
Penal͟,à “aƌaiva,à I,à p.à ϮϭϮ-ϮϭϯͿà ͞oà espeĐialà fiŵà ouà
motivo de agir, embora amplie o aspecto subjetivo do 
tipo, não integra o dolo nem com ele se confunde, uma 
vez que, como vimos, o dolo esgotasse com a 
consciência e a vontade de realizar a ação com a 
finalidade de obter o resultado delituoso, ou na 
assunção do risco de produzi-lo. O especial fim de agir 
que integra determinadas definições de delitos 
condiciona ou fundamenta a ilicitude do fato, 
constituindo, assim, elementos subjetivos do tipo de 
ilícito, de forma autônoma e independente do dolo. A 
denominação correta, por isso, é elemento subjetivo 
especial do tipo ou elemento subjetivo especial do 
injusto, que se equivalem, porque pertencem à ilicitude 
eàaoàtipoàƋueàaàelaàĐoƌƌespoŶde͟.àPodeŵosàĐitaƌàĐoŵoà
hipóteses legais de existência do elemento subjetivo do 
injusto o crime de furto previsto no art. 155 do Código 
PeŶalà doà Ƌueà taŶgeà ăsà eleŵeŶtaƌesà ͞paƌaà sià ouà paƌaà
outƌeŵ͟.à Nesteà Đaso,à fiĐaà Ŷítidaà aà espeĐialà fiŶalidadeà
de agir do sujeito ativo que deverá subtrair a coisa com 
o fim de assenhoramento, visto que, a contrario sensu, 
o chamado furto de seu é fato atípico. São também 
exemplos, dentre outros casos existentes na legislação 
penal: o crime de extorsão mediante seqüestro (art. 
159do CP – ͞Đoŵà oà iŶtuitoà de obter para si ou para 
outƌeŵà iŶdevidaà vaŶtageŵà eĐoŶƀŵiĐa͟Ϳà eà oà Đƌiŵeà deà
estupƌoà;aƌt.àϮϭϯàdoàCPà͞paƌaàĐoŶjuŶçãoàĐaƌŶal͟Ϳ. 
 - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 
2006 - Banca: VUNESP - Disciplina: Direito Penal - 
Assunto: Crime Eleitoral - Disserte sobre os dois 
questionamentos. a) Os crimes eleitorais são 
considerados crimes políticos? Justifique. b) A 
condenação por prática de crime eleitoral deve ser 
considerada para fins de reincidência? Justifique. 
- Resposta: Nas duas respostas às indagações, os 
candidatos deverão argumentar sobre a natureza dos 
crimes eleitorais como políticos ou não. Encontram-se 
duas correntes opostas sobre a natureza política ou 
não dos crimes eleitorais. A primeira justifica a 
natureza política dos crimes eleitorais, pois atingem a 
personalidade jurídica do Estado e ofendem o interesse 
público do cidadão (posição de Vicenzo Manzini, 
Maggiore, Fávila Ribeiro). A segunda, sustentada, 
sobretudo pelo Ministro Celso de Mello do STF afirma 
que os crimes eleitorais são comuns, pois englobam 
todos os delitos, com exceção dos chamados crimes de 
responsabilidade, definidos na Lei n.º 1.079, de 1950. 
Dessa forma, a resposta à segunda questão dependerá 
da conclusão do candidato sobre a natureza jurídica 
dos crimes eleitorais, o que resultará ou não na 
aplicação do artigo 64, II do Código Penal. 
 - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 
2006 - Banca: VUNESP - Disciplina: Direito Penal - 
Assunto: Crimes Ambientais - ͞ádŵite-se a 
responsabilidade penal objetiva da pessoa jurídica pela 
prática de crime ambiental, uma vez que a mesma não 
teŵà voŶtadeà pƌópƌia.͟à Esseà eŶuŶĐiadoà estĄà Đoƌƌetoà ouà
incorreto? Justifique a sua resposta. 
- Resposta: Incorreto. A responsabilidade penal da 
pessoa jurídica está prevista no art. 3.º da Lei 9.605/98 
(lei de crimes ambientais), com fundamento no art. 
225, § 3.º da Constituição Federal. Pode-se dizer que a 
pessoa jurídica tem vontade própria, vontade esta 
exteriorizada pela vontade de seus sócios, pois os atos 
praticados pelos sócios, em prol da empresa, 
constituem-se em atos praticados pela empresa e por 
isso passíveis de responsabilização, a qual será 
cumulada com a responsabilização dos agentes físicos 
que agiram em prol da pessoa jurídica. Para a 
configuração da responsabilidade penal das pessoas 
jurídicas devem ser preenchidos os seguintes 
requisitos: 1) deve haver um benefício por parte da 
empresa, oriundo do fato praticado ou omitido; 2) deve 
haver vinculação entre o ato praticado e a atividade da 
empresa. A atitude do preposto não pode estar situada 
fora da atividade da empresa; 3) deve existir liame 
hierárquico, de subordinação, entre a empresa e o 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
 
 
 
 14 
autor material do delito, sob pena de ocorrer 
responsabilidade objetiva; 4) deve haver a utilização 
da estrutura da empresa para a prática do delito; 5) 
deve existir deliberação da própria diretoria da 
entidade, ou de quem por ela responde, ou de seu 
órgão colegiado, no benefício da entidade. 
 - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 
2006 - Banca: VUNESP - Disciplina: Direito Penal - 
Assunto: Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - 
Pode o Promotor de Justiça conceder a remissão ao 
adolescente infrator cumulada com aplicação de medida 
socioeducativa, quando esta é aceita pelo menor? 
Fundamente a sua resposta. 
- Resposta: O Promotor pode conceder a remissão 
antes de iniciado o procedimento judicial para 
apuração do ato infracional, na forma dos arts. 126 e 
180 do ECA, sujeita, porém, à homologação judicial, cf. 
art. 181 do Estatuto. No entanto, com relação à 
medida socioeducativa, não obstante exista posição 
divergente, a jurisprudência majoritária entende que o 
Promotor não pode aplicar medida socioeducativa ao 
adolescente que praticou ato infracional, uma vez que 
tal medida é da competência exclusiva do juiz (Súmula 
n.º ϭϬϴà doà “TJ:à ͞áà apliĐaçãoà deà ŵedidasà
socioeducativas ao adolescente pela prática de ato 
iŶfƌaĐioŶal,à Ġà daà ĐoŵpetġŶĐiaà exĐlusivaà doà Juiz.͟Ϳ.à áà
aplicação de medida socioeducativa diretamente pelo 
MP violaria os princípios do Juiz Natural, do 
contraditório e daàaŵplaàdefesa.à͞OàMiŶistĠƌioàPúďliĐo,à
para excluir o processo, está autorizado a conceder a 
remissão, com sujeição à homologação judicial. 
Contudo, veda-se-lhe a aplicação de medida 
socioeducativa, dependente do contraditório e ampla 
defesa, processsamento reservado à competência do 
Juízoà deà Diƌeitoà ;aƌt.à ϱ.ºà ,à LV,à daà CFͿ͟.à ;“TJà – 1.ª T. – 
Resp. 24.649-0/SP – Rel. Demócrito Reinaldo – j. 
31.8.94) O TJESP também tem decidido no mesmo 
seŶtido:à͞áàiŵposiçãoàdeàŵedidasàpƌevistasàŶoàEstatutoà
não se insere na atribuição do MP, pois afronta os 
princípios do Juízo natural, do contraditório e da ampla 
defesa͟à ;TJ“Pà – C. Esp. – Ap. 14.883-0- Rel. Yussef 
Cahali – j. 30.7.92). O que a jurisprudência tem aceito, 
em situações tais, é a proposta de transação, feita pelo 
MP, pela qual se concede a remissão cumulada com 
medida socioeducativa que não seja restritiva de 
liberdade (p. ex, a prestação de serviços à 
comunidade), com a concordância do adolescente 
infrator, que será aplicada pelo Juiz competente por 
meio de decisão homologatória. Nesta hipótese, 
entende-se que não se trata de incidência da Súmula 
ϭϬϴàdoà“TJ.àVideàaà seguiŶteàdeĐisãoàdoà“TJ:à ͞‘essalte-
se, ainda, que não é caso de incidência da Súmula 108 
desta Corte, pois a medida socioeducativa foi aplicada 
pela autoridade judiciária competente, a requerimento 
do Representante Ministerial. Tampouco há de se falar 
em inobservância do devido processo legal, eis que não 
há necessidade de instauração de processo, visando à 
apuração da prática de ato infracional, para a 
aplicação da medida socieducativa de prestação de 
seƌviçosà ăà ĐoŵuŶidade.͟à (STJ – Resp. 245141/SP, Rel. 
Min. Gilson Dipp, 5.ª T., j. 13-6-2000) 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
- Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 
2006 - Banca: VUNESP - Disciplina: Direito Processual 
Civil - Assunto: Mandado de Segurança - O Tribunal de 
Justiça de Mato Grosso estabelece plantão judiciário 
permanente em determinada Comarca de Terceira 
Entrância para horário não coberto pelo expediente 
forense. Um Juiz daquela Comarca pede para ser 
excluído da escala de plantão, em razão de viagem 
previamente marcada. O Tribunal nega o seu pedido, e 
o magistrado impetra mandado de segurança, alegando 
que a obrigação, imposta pelo Tribunal, de participar do 
plantão, fere o princípio da legalidade. Pergunta-se: a) 
Como deverá ser decidido o mandado de segurança em 
questão? Houve violação ao princípio da legalidade? 
Fundamente a sua resposta. b) Qual seria o órgão do 
Tribunal de Justiça de Mato Grosso competente para 
disciplinar o plantão judiciário? Fundamente a sua 
resposta. 
 - Resposta: a) O magistrado não pode se recusar a 
participar do plantão judiciário. O pedido feito no writ 
deve ser julgado improcedente e denegada a ordem. 
Não há violação ao princípio da legalidade. Essa 
obrigação imposta pelo TJMT tem embasamento na Lei 
n.º 4.964/85 (COJE), em seu artigo 233, que remete 
essaà atƌiďuiçãoà paƌaà oà ‘ITJMT:à ͞áà esĐalaà deà plaŶtãoà
para os períodos de férias e recesso será organizada 
ĐoŶfoƌŵeà dispuseƌà oà ‘egiŵeŶtoà IŶteƌŶoà doà TƌiďuŶal.͟à
Além disso, a Lei Orgânica da Magistratura Nacional 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
 
 
 
 15 
(Lei Complementar n.º 35/79) também podeser 
invocada para fundamentar a legalidade da obrigação 
imposta ao magistrado: Art. 35. São deveres do 
magistrado: (...) IV – tratar com urbanidade as partes, 
os membros do Ministério Público, os advogados, as 
testemunhas, os funcionários e auxiliares da Justiça, e 
atender aos que o procurarem, a qualquer momento, 
quando se trate de providência que reclame e 
possibilite solução de urgência. 5 .-16-07- 
Magist.deCarreira b) Com relação ao órgão 
competente para estabelecer o plantão, nos termos do 
art. 233 do COJE e O RITJMT, esta competência 
pertence ao Conselho da Magistratura. O REGIMENTO 
INTERNO DO TJMT assim dispõe: Art. 28 – Art. 28 Sem 
prejuízo da ação disciplinar do Presidente do Tribunal, 
do Corregedor-Geral e dos Desembargadores compete 
ao Conselho da Magistratura: (...) inciso XXV: 
͞EstaďeleĐeƌà plaŶtãoà judiĐiĄƌioà peƌŵaŶeŶteà Ŷasà
Comarcas de Terceira Entrância e Especial durante os 
horários não cobertos pelo expediente forense, 
inclusive nos fins de semana, dias santos e feriados, 
com a finalidade de garantir a tutela dos direitos 
individuais, os relativos a cidadania, o atendimento de 
pedidos de habeas corpus e prisão preventiva e de 
busca e apƌeeŶsão.͟à Estaà Ƌuestãoà foi recentemente 
enfrentada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso 
que assim decidiu: Número: 17060 Ano: 2005 
Magistrado: DES. DONATO FORTUNATO OJEDA 
Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA – PLANTÃO 
JUDICIÁRIO PERMANENTE EM DIAS ÚTEIS FORA DO 
HORÁRIO DO EXPEDIENTEFORENSE – COMARCAS DE 
ENTRÂNCIA ESPECIAL – INSTITUIÇÃO PELO CONSELHO 
DA MAGISTRATURA – COMPETÊNCIA ESTABELECIDA 
PELO ART. 233 DO COJE E ART. 28, XXV, DO RITJMT - 
JUIZ QUE PRETENDE SER EXCLUÍDO DA ESCALA - 
INADMISSIBILIDADE – DEVER DO MAGISTRADO EM 
ATENDER CASOS DE URGÊNCIA A QUALQUER 
MOMENTO – INEXISTÊNCIA DE OFENSA AO PRINCÍPIO 
DA LEGALIDADE – ORDEM DENEGADA. 1. – O Conselho 
da Magistratura tem competência para instituir o 
Plantão Judiciário permanente nas Comarcas de 
Terceira Entrância e Especial durante os horários não 
cobertos pelo expediente forense, inclusive nos finais 
de semana e feriados, na forma do art. 233 do COJE, 
c/c o art. 28, XXV, do RITJM. 2. – É dever do 
Magistrado atender aos que o procurarem, a qualquer 
momento, em casos que requeiram provimento 
jurisdicional de urgência, como determina o artigo 35 
da LOMAN. 3. – Legalidade do ato do E. Conselho da 
Magistratura, que instituiu o Plantão Judiciário 
Integrado nas Comarcas de Cuiabá e Várzea Grande, de 
Entrância Especial. Acórdão não Processado. 
 - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJMT - Ano: 
2012 - Banca: TJMT - Disciplina: Direito Processual Civil 
- Assunto: Provas - Examine o regime do ônus da prova 
abordando os seguintes aspectos: a) definição, ônus 
objetivo e subjetivo; b) determinação dos fatos 
constitutivos, modificativos, extintivos e impeditivos; c) 
hipóteses legais e convencionais de modificação do 
ônus probatório. 
- Resposta: O tratamento do ônus da prova é questão 
fundamental para o bom desempenho da atividade 
jurisdicional. Por isso, o conhecimento adequado de 
seu funcionamento é essencial para a avaliação de um 
bom juiz. Quanto às referências, há várias obras sobre 
a questão, bem como diversas decisões judiciais de 
tribunais superiores a serem exploradas. 
Exemplificativamente: CARPES, Artur. Ônus dinâmico 
da prova. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2010; 
MARINONI, Luiz Guilherme. ARENHART, Sérgio Cruz. 
Prova. São Paulo: RT, 2011. QUESITO AVALIADO NOTA 
- 1) APRESENTAÇÃO E ESTRUTURA TEXTUAL 
(legibilidade, respeito às margens, paragrafação, 
coerência, concisão, clareza, propriedade vocabular); 
ASPECTOS GRAMATICAIS (morfologia, sintaxe de 
emprego e colocação, sintaxe de regência e 
pontuação); ASPECTOS FORMAIS (erros de forma em 
geral e erros de ortografia); CAPACIDADE DE 
INTERPRETAÇÃO E EXPOSIÇÃO - 2) DESENVOLVIMENTO 
DO TEMA: a) definição do ônus da prova b) ônus 
objetivo c) ônus subjetivo d) especificação das espécies 
de afirmações de fato e) modificação legal f) 
modificação convencional 
 - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJCE - Ano: 
2012 - Banca: CESPE - Disciplina: Direito Processual Civil 
- Assunto: Sentença - Cláudia ajuizou, em face de 
Guilherme e Rafael, herdeiros de Pedro, e contra 
Gláucia, mãe dos herdeiros, ação de reconhecimento de 
união estável post mortem, sustentando que mantivera 
união estável com Pedro no período compreendido 
entre o ano de 1994 e a data de seu falecimento, 
17/4/2003. Na ação, a autora alegou que, desde o início 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
 
 
 
 16 
do relacionamento, ela e Pedro estavam separados de 
seus respectivos cônjuges e que não tiveram filhos em 
comum, tendo cada qual prole oriunda de seus 
anteriores casamentos. Juntou aos autos inúmeros 
documentos a fim de comprovar a união, entre os quais, 
o deferimento administrativo, em seu favor e em favor 
dos réus, de pensão por morte de Pedro e declaração 
assinada por este evidenciando ter sido ela sua 
companheira e dependente desde o ano de 1994; 
narrou que os dois mantinham vida em comum pública 
e contínua com o objetivo de constituir família, 
conforme se poderia comprovar por prova testemunhal, 
e que a casa onde residiam havia sido comprada com o 
esforço comum, conforme demonstrado por extratos 
bancários juntados aos autos. Aduziu, também, que 
Guilherme e Rafael, que frequentavam constantemente 
a casa onde ela e Pedro viviam, tinham conhecimento 
do relacionamento do casal. Ao final, pediu o 
reconhecimento da união estável e a determinação 
judicial do pagamento da pensão por morte unicamente 
em seu favor e da exclusão da ex-esposa Gláucia do rol 
de beneficiários da pensão. Em ação ajuizada 
anteriormente, Gláucia requerera reconhecimento de 
união estável com Pedro, alegando ter-se casado com 
ele em 1980, sob o regime da comunhão parcial de 
bens, tendo dessa união nascido Guilherme, em 1981, e 
Rafael, em 1983. Alegara, ainda, na ação, que, apesar da 
homologação da separação consensual do casal em 
5/5/1993, houvera a derrogação da dissolução da 
sociedade conjugal em 5/5/1994, data em que os 
cônjuges retornaram à convivência marital e a partir da 
qual Pedro passara a dormir na moradia conjugal uma 
vez por semana e nela almoçar durante, pelo menos, 
três vezes por semana. Gláucia argumentara, também, 
que Pedro participava de todas as comemorações 
familiares e sustentara que, mesmo após a decretação 
do divórcio, ocorrida em 5/5/1999, ele continuara a se 
relacionar com ela, até a data em que ele falecera, razão 
pela qual ela postulava o reconhecimento de união 
estável com o ex-marido, pelo período compreendido 
entre o ano de 1994 e a data do óbito. Para comprovar 
os fatos narrados, Gláucia apresentara declaração de 
união estável formulada por Pedro, em fevereiro de 
2003. Por fim, declarara que seu pedido administrativo 
de pensão por morte de Pedro havia sido negado em 
razão de ter sido deferido a Cláudia. Os herdeiros do 
falecido admitiram como verdadeiros e legítimos os 
fatos alegados e os documentos juntados pela genitora 
com o fim de reconhecimento da união estável desta 
com Pedro durante o período de 1994 a 2003. Em 
contestação à ação ajuizada por Cláudia, os herdeiros 
alegaram a impossibilidade jurídica do pedido, sob o 
argumento de que Pedro vivia em união estável com a 
ex-esposa, Gláucia, bem como arguiram a falta de 
interesse de agir, sob o fundamento de que o pedido de 
pensão por morte formulado por Cláudia já fora 
reconhecido. Guilherme e Rafael, então, impugnaram o 
pedido deduzido porCláudia, sob o argumento de que 
Pedro mantinha com ela relacionamento espúrio, não 
havendo entre o casal comunhão de vida e de 
interesses, e que o pai já havia comentado algumas 
vezes com a ex-esposa que tencionava romper o 
relacionamento com Cláudia e, por consequência, 
permanecer relacionando-se apenas com Gláucia, o que 
só não se concretizara, segundo alegaram, porque 
Cláudia sofria de depressão, o que teria forçado Pedro a 
continuar a relação por piedade. Os herdeiros 
asseveraram, ainda, que o pai não dormia todos os dias 
na residência que mantinha com a ex-esposa porque a 
profissão de médico estadual o obrigava a cumprir 
plantões constantes. Ao final, alegaram que, ainda que 
fosse reconhecida a união estável entre Cláudia e Pedro, 
tal fato não impediria o reconhecimento da união 
estável entre ele e a ex-esposa, dada a concomitância 
dos relacionamentos. Em réplica à contestação dos 
herdeiros, Cláudia negou a manutenção da sociedade 
conjugal entre Pedro e Gláucia e afirmou que Pedro 
almoçava na casa de Gláucia para manter contato com 
os filhos; arguiu, ainda, que não tinha conhecimento de 
que Pedro pernoitava na casa da ex-esposa, 
sustentando que o companheiro passava fora algumas 
noites por semana em razão do cumprimento de 
plantões, exigência de sua profissão de médico estadual. 
Por fim, aduziu que não prosperava a alegação de que 
Pedro estaria com ela apenas por piedade, 
argumentando que sua crise depressiva tivera início em 
agosto de 2002, conforme atestado médico juntado aos 
autos. Caracterizada a conexão das ações, foram elas 
reunidas perante o juízo prevento, dando-se regular 
prosseguimento ao processo. As três pessoas que 
testemunharam em favor de Cláudia afirmaram que 
Pedro, de fato, residia com ela e que o casal se 
apresentava na sociedade como marido e mulher, 
ambos participando juntos de vários eventos sociais, 
saindo com amigos para se divertir, recebendo visitas 
em casa e viajando de férias uma vez por ano; as 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
 
 
 
 17 
testemunhas disseram, também, que não tinham 
conhecimento da existência de qualquer 
relacionamento entre Pedro e a ex-esposa. Gláucia 
apresentou como testemunha a empregada doméstica 
que trabalhava em sua casa desde 1999, que afirmou 
que Pedro lá almoçava durante três vezes por semana, 
que dava dinheiro para as compras da casa e que, uma 
vez por semana, dormia com Gláucia. Não havendo mais 
provas para serem produzidas, os autos foram conclusos 
para sentença. Considerando os fatos relatados, redija, 
na condição de juiz do processo, a sentença adequada, 
dando solução ao caso. Analise toda a matéria de direito 
processual e material pertinente para o julgamento e 
fundamente suas explanações. Dispense a narrativa dos 
fatos e não crie fatos novos. 
 - Resposta: ASPECTOS MACROESTRUTURAIS - 1 
Capacidade de expressão na modalidade escrita e do 
uso das normas do registro formal culto da língua 
portuguesa 0,00 a 1,00 - 2 Conhecimento do tema - 2.1 
Improcedência das preliminares / Confusão com o 
mérito / Teoria da asserção 0,00 a 1,00 - 2.2 União 
estável concomitante: dois posicionamentos 0,00 a 
2,00 - 2.3 Requisitos da união estável: Código Civil, 
arts. 1.723 e 1.724 0,00 a 1,25 - 2.4 Inexistência de 
concomitância de uniões no caso / Inexistência de 
união estável entre Gláucia e Pedro / Inexistência do 
objetivo de constituir família e do dever de lealdade 
(fidelidade recíproca) / Declaração não corroborada 
pelas demais provas dos autos 0,00 a 2,00 - 2.5 
Configuração de união estável entre Cláudia e Pedro / 
Presença do requisito de convivência pública, contínua 
e duradoura e estabelecida com o objetivo de 
constituição de família 0,00 a 1,25 - 2.6 Extinção do 
processo conforme CPC, art. 269, I / Procedente o 
pedido de Cláudia. Improcedente o pedido de Gláucia / 
Condenação dos herdeiros nas custas e honorários 
conforme CPC, art. 20, parágrafo quarto 0,00 a 1,50 
 - Cargo: Magistratura Federal - Concurso: TRF4 - Ano: 
2010 - Banca: TRF4 - Disciplina: Direito Processual Civil 
- Assunto: Sentença - Com base no seguinte relatório, 
de situação hipotética, elabore SENTENÇA CÍVEL, 
contendo fundamentação e dispositivo: I – RELATÓRIO - 
MARIA DA SILVA, devidamente qualificada na inicial, 
propôs embargos à execução fiscal nº XXXXXXXXXXXXX-
X, contra si proposta (na qualidade de sócia) pela UNIÃO 
– PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL, buscando a 
extinção da referida ação executiva, a qual é instruída 
por Certidão de Dívida Ativa – CDA referente à exigência 
de créditos tributários oriundos do não-recolhimento de 
Imposto de Renda sobre Lucro Real/Pessoa Jurídica, 
Contribuição Social sobre Lucro Líquido – CSLL e demais 
encargos legais, de responsabilidade da empresa MJS 
Móveis Ltda, em tramitação no Juízo Federal da 
Subseção Judiciária de Blumenau. A Embargante 
sustenta na inicial, preliminarmente, a ocorrência da 
prescrição nos termos do artigo 174 do Código 
Tributário Nacional porque a sua citação, na qualidade 
de sócia de empresa primeiramente executada, ocorreu 
após o decurso do prazo prescricional de 5 (cinco) anos 
previsto na lei. Sustenta que o prazo para a cobrança da 
dívida ora executada expirou em 24.04.2002, pois a 
declaração de contribuições e tributos federais – DCTF 
foi apresentada em 24.04.1997. A execução foi ajuizada 
em 22.02.2002, tendo sido o despacho de citação 
prolatado em 30.04.2002 e a citação da empresa 
originariamente executada ocorrido em 27.09.2002. Em 
05.05.2004, a Fazenda Nacional requereu o 
redirecionamento da execução fiscal para incluir no pólo 
passivo a Embargante, tendo sido o pedido acolhido em 
20.05.2004 em despacho que determinou a sua citação, 
ocorrida em 26.11.2004. Ainda de forma preliminar, 
argúi a impenhorabilidade: I) do computador de uso 
pessoal de sua propriedade, constritado para garantia 
da execução em apenso, porque a utilização do referido 
equipamento seria indispensável no cotidiano de sua 
família, uma vez que tem duas filhas em idade escolar; 
II) do apartamento de cobertura nº 1601 do Edifício 
Príncipe Albert, contendo 527 m2 de área privativa, com 
cinco suítes, piscina aquecida e sauna, localizado na Rua 
Kondorfer Ebehardt, nº 720, objeto da matrícula nº 
6969 do Registro de Imóveis da 1ª Circunscrição de 
Blumenau/SC. Argumenta que os mencionados bens 
gozariam de proteção legal (impenhorabilidade) oriunda 
da Lei nº 8.009/90, porque estariam dentre os bens 
imóveis, móveis e utensílios, indispensáveis à residência, 
à sobrevivência, ao lazer e ao convívio em família. Desse 
modo, pretende ver anuladas as penhoras efetuadas na 
ação executiva em apenso. No mérito, a Embargante 
impugna a sua responsabilização pelos débitos 
tributários ora exigidos em razão da dissolução irregular 
da empresa MJS Móveis Ltda., uma vez que se retirou 
do quadro societário da aludida empresa muito antes do 
encerramento de suas atividades. Acrescenta, ainda, 
que nunca exerceu nenhum ato de gerência que possa 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
 
 
 
 18 
ser considerado fraudulento ou abusivo, de modo que 
não restam atendidos os requisitos do artigo 135 do 
Código Tributário Nacional, de modo a permitir a sua 
responsabilização pessoal pelos débitos da empresa. 
Ressalta que os débitos em questão foram confessados 
perante a Secretaria da Receita Federal pelo outro sócio 
da empresa e igualmente executado, Sr. João da Silva 
(seu ex-marido), quando da adesão ao REFIS, fato que 
lhe foi omitido até a citação na ação executiva emapenso. De outro lado, ainda no mérito, sustenta que 
não há qualquer procedimento administrativo 
regularmente instaurado para fins de comprovação da 
ocorrência de alguma das hipóteses legais que 
permitam a responsabilização pessoal dos sócios, não se 
prestando a Ação de Execução Fiscal para a apuração de 
tais fatos. Dessarte, entende que seria parte ilegítima 
para figurar no pólo passivo da ação executiva, 
porquanto não há amparo fático que justifique a sua 
responsabilização pessoal, mediante procedimento 
específico, seja ele administrativo, seja judicial. Requer, 
por fim, sejam acolhidas as preliminares arguidas, 
extinguindo-se o processo sem julgamento de mérito 
nos termos do art. 267, incisos IV e VI e § 3º, do Código 
de Processo Civil, ou, no mérito, sejam acolhidos os 
presentes embargos, a fim de reconhecer-se a 
inexigibilidade do débito constituído ante a inexistência 
de fundamento fático e legal para sua responsabilização 
pessoal de forma solidária. Juntou documentos às fls. Na 
sequência foi proferido despacho à fl., determinando a 
emenda à inicial, a teor do disposto no art. 282, inciso V, 
do Código de Processo Civil, ao qual a Embargante 
atendeu por meio de petição protocolizada à fl., 
valorando a causa em R$ 47.233,09 (quarenta e sete 
mil, duzentos e trinta e três reais e nove centavos). Os 
embargos foram recebidos à fl., suspendendo-se o curso 
da execução fiscal. Intimada, a União – PFN apresentou 
sua impugnação às fls., afirmando naquela peça que, às 
fls. da ação de execução fiscal em apenso, em petição 
datada de 05.03.2003, o outro sócio-administrador da 
empresa declarou que esta se encontrava desativada 
͞haviaàŵaisàdeàƋuatƌoàaŶos͟;àeàƋue,àĐoŶsideƌaŶdoàaàdataà
dos débitos constantes da CDA e a data de saída da 
Embargante da sociedade, entende que haveria prova 
suficiente do exercício de atos de administração e 
gerência da empresa pela aludida sócia. Na sequência, 
argumenta que a dissolução irregular da pessoa jurídica 
ocorreu ainda sob a administração da Embargante, pelo 
que é parte legítima para responder pelos débitos 
exigidos na ação executiva em apenso. Além disso, 
destaca que a execução foi proposta em 22.02.2002 e 
que a demora na citação não ocorreu por sua culpa. 
Sustentou também que os bens penhorados não se 
encontram sob a proteção da Lei nº 8009/90, eis que o 
computador não é bem necessário ao estudo das filhas 
da Embargante. Juntou ainda matrícula em nome da 
Embargante, dando conta da existência de imóvel 
residencial localizado na Avenida Itajaí-Açu, nº 24, 
registrado sob nº 703 do Registro de Imóveis da 3ª 
Circunscrição de Blumenau, sustentando ser ali a 
residência da Embargante com suas filhas. Em seguida, 
afastouà aà oĐoƌƌġŶĐiaà daà pƌesĐƌição,à afiƌŵaŶdoà Ƌue,à ͞aà
partir da entrega das declarações, o fisco teve cinco 
anos para homologar o crédito tributário, que a partir 
desse momento tornou-se definitivo. Desde então, teve 
mais cinco anos, nos termos do art. 174 do Código 
Tributário Nacional – CTN, para promover a cobrança. 
Não fosse isso, o representante legal da empresa 
confessou os débitos em junho de 2000, para que estes 
fossem incluídos no REFIS (fls. do processo 
adŵiŶistƌativoà aŶexoͿ͟.à Noà Ƌueà ĐoŶĐeƌŶeà ăà alegaçãoà
acerca da falta de processo administrativo, afirma que 
tal argumento é refutado com a juntada de cópia do 
processo que deu origem à CDA exequenda. Por fim, em 
relação à arguida impenhorabilidade dos bens que 
garantem a execução, afirma a Embargada que o 
computador não é essencial ao dia a dia da Embargante, 
uma vez que ela pode ter uma vida normal caso fique 
sem tal bem. Quanto ao apartamento, sustentou a 
União tratar-se de bem suntuoso além de não ser a 
residência da Embargante. Requereu, ao final, a total 
improcedência dos embargos. Juntou documentos e 
cópia do processo administrativo às fls. Réplica às fls. 
onde a Embargante rebate o argumento de que o prazo 
prescricional teria sido reiniciado em junho de 2000 com 
a adesão ao REFIS, uma vez que todos os débitos então 
confessados já haviam sido anteriormente declarados 
em DCTF, conforme consta dos autos. Na fase de 
especificação de provas, a Embargante requereu a 
produção de prova testemunhal, enquanto que a 
Embargada, por sua vez, pugnou pela oitiva da zeladora 
do edifício Príncipe Albert. O pedido de produção de 
provas foi indeferido no despacho de fls. Houve 
interposição de Agravo de Instrumento por ambas as 
partes, os quais foram providos, determinando-se a 
produção de prova testemunhal. Durante a instrução, 
foram inquiridas quatro testemunhas. Afrânio 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
 
 
 19 
Gonçalves afirma em seu depoimento que a 
Embargante retirou-se do quadro societário da empresa 
antes do encerramento das atividades, nunca tendo 
exercido gerência. Indagado respondeu que a 
Embargante reside no imóvel da Avenida Itajaí-Açu, 
número 24, em Blumenau. (fls.). Gertrudes Amaral 
Fonseca (fls.) afirma que, durante muitos anos, a 
Embargante era quem fazia as folhas de pagamento e 
representava a empresa perante bancos e repartições 
públicas. Já Temístocles de Linhares, contador da 
empresa, afirma que o ex-marido da Embargante, Sr. 
João da Silva era quem efetivamente gerenciava a 
empresa, embora não tenha firmado o requerimento de 
adesão ao REFIS, não se tendo condições, nos autos, de 
identificar a assinatura ali aposta. Herta Goiraibov (fls.), 
zeladora do edifício Príncipe Albert, afirma que o casal 
João e Maria, mesmo antes da separação, nunca 
residiram no imóvel. Aduz que por algumas vezes a 
cobertura foi usada para festas, nas quais os vizinhos do 
apartamento nº 1501 reclamavam do barulho das 
músicas que ali eram tocadas. Recorda-se inclusive a 
testemunha de certa vez ter sido chamada a Polícia 
Militar para intervir. Por fim, foi juntada aos autos a 
sentença de separação judicial do casal João da Silva e 
Maria da Silva, datada de 25.03.1998. Referido 
matrimônio fora celebrado sob o regime da comunhão 
universal de bens. As partes apresentaram suas razões 
finais, e os autos vieram conclusos para decisão, nesta 
data. É o relatório. 
- Resposta: 1. RESPOSTA SENTENÇA CÍVEL – 
CAPACIDADE DE EXPOSIÇÃO – RACIOCÍNIO LÓGICO – 
UTILIZAÇÃO CORRETA DO IDIOMA OFICIAL – 
CONHECIMENTO DA MATÉRIA DE PRESCRIÇÃO 
TRIBUTÁRIA À LUZ DA LEI, JURISPRUDÊNCIA 
DOMINANTE DO TRF 4 E DO STJ (SUSPENSÃO E 
INTERRUPÇÃO) – CONSISTÊNCIA DA FUNDAMENTAÇÃO 
– LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO – COMPETÊNCIA E 
MODALIDADES – RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA – 
RESPONSABILIDADE DO SÓCIO-GERENTE – 
DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE – PENHORABILIDADE DE 
BENS NA EXECUÇÃO FISCAL – BENS IMPENHORÁVEIS E 
DE FAMÍLIA – APRECIAÇÃO DE PROVAS – DISPOSITIVO 
DA SENTENÇA – ÔNUS DE SUCUMBÊNCIA. 
 - Cargo: Magistratura Estadual - Concurso: TJSC - Ano: 
2011 - Banca: TJSC - Disciplina: Direito Processual Civil - 
Assunto: Sentença - Com os requisitos do art. 458 do 
Código de Processo Civil, profira a sentença no seguinte 
caso concreto, observado o relatório preestabelecido. 
Vistos, etc. Antônia Maria da Silva, representando sua 
filha menor, M. S., e em nome próprio, ajuizou, em 
20.06.2009, perante a 1a vara cível da comarca da 
Capital, onde residem, ação ordinária de indenização 
por danos materiais e morais, em face de Bem Viver 
Industrial do Brasil Ltda., e Supermercado Preço 
Camarada, com fundamento no defeito do produto. 
Para tanto, afirmou que adquiriu o produto leite 
eŵà à à póà ͞IŶfaŶtelaĐtea͟à faďƌiĐadoà pelaà pƌiŵeiƌaà
demandada, no estabelecimento do segundo 
demandado, na data de 18.11.2008, por

Continue navegando