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Aula 04 e 5 Historia das Américas II

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Aula 04- Resumo, História das Américas.
Nesta aula, vamos analisar a inserção do continente americano no contexto da Segunda Guerra Mundial. Para isso, discutiremos sobretudo como a região se preparou para o conflito. Os países da América se organizaram e estabeleceram posições diante da guerra firmando alianças e interesses comuns para a região sob a liderança dos Estados Unidos. A participação do continente americano no conflito ocorreu de forma direta, com envio de tropas por alguns países e com a consolidação definitiva dos Estados Unidos como potência regional e mundial.
Conforme estudamos em aulas anteriores, desde o início do século XX, o continente americano passou por muitas transformações, incluindo revoluções, participação em conflitos internacionais e advento de governos populistas. Houve ainda o advento de um novo conflito internacional, a Segunda Guerra Mundial. 
Nas palavras de Eric Hobsbawm, esse conflito foi global e praticamente todos os estados independentes do mundo se envolveram, forçadamente ou não, embora a América Latina participasse de forma mais nominal.
Os Estados Unidos e a América Latina antes da Segunda Guerra 
Os Estados Unidos adotaram uma postura de distanciamento em relação aos acontecimentos europeus, buscando se aproximar cada vez mais de seus parceiros latino-americanos. Com a ascensão de Franklin Delano Roosevelt à presidência da República em 1933, houve uma reorientação da política estadunidense.
O Big Stick, política estabelecida no final do século XIX, dá lugar à política de boa vizinhança. 
O objetivo era diminuir ainda mais a influência europeia, em especial a alemã e a italiana, na região.
As décadas de 1930 e 1940 marcaram essa política de aproximação dos Estados Unidos com a América Latina por meio de uma forte massificação cultural ― essencial para que os Estados Unidos se afirmassem ―, inserindo, em todos os países da região, sobretudo no Brasil, sua cultura, seus costumes...
o “American Way of Life”.
Para fortalecer essa política, foi criado um órgão específico pelo governo estadunidense, o OCIAA, sob a direção de Nelson Rockefeller.
O OCIAA permaneceu em atuação durante todo o período da guerra; no Brasil, assim que o conflito se encerrou, o escritório foi fechado.
Segundo Gerson Moura (1985), o OCIAA atuou em segmentos distintos, desde o combate à malária no Nordeste até a vinda de astros de filmes hollywoodianos para férias em nosso país e, consequentemente, para a divulgação de seus trabalhos.
Era uma forma de fortalecer o mercado externo para os Estados Unidos, que buscavam se recuperar dos efeitos da crise de 1929, e expandir a indústria do cinema hollywoodiano.
Os Estados Unidos procuraram afirmar sua soberania
No campo político, os Estados Unidos procuraram afirmar sua soberania sobre a América formando alianças que visavam sobretudo impedir a penetração dos países fascistas e garantir a supremacia dos estadunidenses diante de seus irmãos latinos.
Assim, foram realizadas várias conferências, nas quais se procurava estabelecer qual seria a posição da região em relação aos acontecimentos europeus. Não podemos deixar de destacar que a iniciativa para a realização dessas conferências era sempre dos Estados Unidos.
Conferência de Buenos Aires 
A Conferência de Buenos Aires, realizada em 1936, nessa cidade, tinha a preocupação de assegurar uma defesa continental comum para a região diante de um possível conflito internacional.
Segundo Seintenfuss (1981, p. 281 ): “Nessa oportunidade, adota-se uma recomendação segundo a qual qualquer atentado à soberania de um Estado do continente por um Estado extracontinental é considerado atentado ao conjunto do Novo Mundo.”
Essa preocupação com a segurança continental foi reforçada nas conferências seguintes, que contaram com a participação de todos os países do continente americano.
Conferência de Lima
Em dezembro de 1938, tivemos a VIII Conferência Pan-Americana, conhecida como Conferência de Lima, ocorrida no Peru, e que também contou com a participação de vários países do continente. Vejamos o principal item da agenda dessa conferência.
A implementação da Declaração de Buenos Aires de 1936, que instituía que qualquer ato suscetível de perturbar a paz do hemisfério dizia respeito a todos os Estados e justificava uma consulta. A delegação dos EUA (...) esperava obter aprovação da declaração segundo a qual a tentativa de um Estado não americano de perturbar a paz de uma nação americana dizia respeito a todos e que tomariam iniciativa para uma resistência conjunta (Maccan, 1995 , p. 101-102).
Ainda sobre a conferência, podemos destacar o seguinte:
(...) defesa continental contra as ameaças externas; reunião não protocolar e urgente dos ministros das Relações Exteriores quando uma situação, continental ou extracontinental, o exigir; não reconhecimento das aquisições territoriais realizadas através da coerção ou força; rejeição do conceito de minoria étnica, linguística ou religiosa (Seintenfuss, 1981, p. 235).
Os países do Eixo acompanhavam atentamente os acontecimentos da Conferência de Lima. A imprensa italiana destacava que esse era um sonho do presidente Roosevelt e que não se consolidaria. Já a imprensa alemã definia a conferência como uma manifestação do imperialismo político e econômico dos Estados Unidos.
O documento final dessa conferência, conhecido como Declaração de Lima, estabeleceu como princípios importantes a consagração da não intervenção estrangeira nas questões continentais e, quando houvesse necessidade, a convocação de reuniões extraordinárias por qualquer país signatário da Conferência de Lima.
Iº Reunião Extraordinária de Ministros de Relações Exteriores das Repúblicas Americanas
Após a eclosão da guerra na Europa, os países do continente americano decidiram convocar uma reunião extraordinária, item previsto na Conferência de Lima.
Ocorreu a Iº Reunião Extraordinária de Ministros de Relações Exteriores das Repúblicas Americanas, em setembro de 1939, que apresentou alguns pontos principais.
1-Neutralidade do Novo Mundo
2-Proteção da paz no hemisfério ocidental
3-Cooperação econômica continental
Ao final da reunião foram geradas algumas declarações.
Declaração de Neutralidade
Declaração de Solidariedade Continental
A Declaração do Panamá tornou efetiva a neutralidade e a paz no continente americano e criou uma zona de segurança continental marítima no Atlântico.
Conferência de Havana
Buscando posicionar o continente americano acerca dos acontecimentos internacionais, foi realizada a Conferência de Havana, que objetivava fornecer uma visão comum acerca do contexto internacional e reforçar as decisões adotadas nas conferências e reuniões anteriores.
Conferência do Rio de Janeiro
Em dezembro de 1941, os Estados Unidos tiveram uma frota naval localizada em Pearl Harbor, no Pacífico, atacada pelos japoneses, o que gerou uma imediata declaração de guerra, mergulhando o Novo Mundo em um conflito de proporções internacionais.
Foi então convocada uma nova conferência, reunida na cidade do Rio de Janeiro, em janeiro de 1942, a Conferência do Rio de Janeiro, que definiu os rumos adotados pela região no conflito.
As nações americanas reafirmavam a Resolução XV, aprovada na II Reunião de Havana de 1940, referente à “Assistência Recíproca e Cooperação Definitiva das Nações Americanas”, que estabeleceu o princípio de que todo atentado de um Estado não americano contra a integridade ou inviolabilidade do território, contra a soberania ou independência política de um Estado Americano, será considerado como um ato de agressão contra os Estados que assinam esta Declaração (Seintenfuss, 1981).
O rompimento de relações diplomáticas e comerciais de diversos países do continente americano com os países do Eixo gerou retaliações, com o afundamento de vários navios comerciais que trafegavam no Atlântico, incluindo diversas embarcações brasileiras, tanto comerciais quanto de passageiros, o que levou à entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial.
Participação no conflitoEnquanto Brasil e México participaram do conflito de forma muito intensa, a Argentina manteve uma posição de neutralidade durante longo período. Em abril de 1943, o Chile rompeu com o Eixo, ao passo que a Argentina manteve a posição anterior. 
De acordo com Amado Luiz Cervo (2001), a mudança de governo ocorrida na Argentina em virtude de um golpe de Estado militar não se refletiu em mudança nas relações com o Eixo e na política de cooperação continental. 
Essa postura de neutralidade deixou o governo dos Estados Unidos bastante insatisfeito com o país.
A participação da América na Segunda Guerra foi forte elemento de integração da região com o restante do mundo e, ao mesmo tempo, posicionou os Estados Unidos como grande potência internacional, pois sua participação na vitória dos Aliados foi de grande importância para consolidar sua posição internacional no contexto contemporâneo.
Internamente, durante a guerra, o governo estadunidense tinha atitudes de cunho racial, como no caso de uma ordem executiva expedida por Roosevelt, em 1942, incumbindo o exército de prender os japoneses que se encontravam na Costa Oeste do país, que permaneceram em campos de prisioneiros no interior durante todo o período do conflito.
Ao término da Segunda Guerra Mundial, que acabou por contar com a adesão de todos os países da região, até da Argentina, que declarou guerra ao Eixo quase ao final do conflito, toda a América se reorganizou e várias mudanças ocorreram, com uma era de redemocratização que se consolidou e com novas orientações nas políticas econômica e externa do continente americano. 
  Amado Cervo fala sobre a participação de Brasil e México: 
As relações dos Estados Unidos com os países latinos dependeram, no contexto da Segunda Guerra, do grau de adesão desses à política de guerra e de envolvimento no conflito. 
Assim, foram muito densas com o Brasil, desde que Vargas lançou-se francamente à cooperação com os aliados, e com o México, um dos primeiros a declarar guerra ao Eixo, havendo os presidentes Roosevelt e Camacho se encontrado a 20 de abril de 1943 para discutir a cooperação conjunta, a exemplo do que sucedera, com Vargas, do Brasil.
Aula 5- História das Américas
A inserção do continente americano na Guerra Fria 
Conforme estudamos em aula anterior, a Segunda Guerra Mundial constituiu um fenômeno global que envolveu direta ou indiretamente todos os países do mundo. 
O continente americano se viu envolvido diretamente no conflito após o ataque japonês à base naval de Pearl Harbor, no Pacífico, em 1941.
O envolvimento dos Estados Unidos na Segunda Guerra foi um fator de suma importância para a vitória dos Aliados e marcou a inserção do continente americano na política internacional que se organizou no pós-Segunda Guerra.
A expansão do comunismo pelo mundo
Ao fim da guerra, a participação dos Estados Unidos e da União Soviética na vitória dos Aliados consolidou uma rivalidade que se estendeu por toda a segunda metade do século XX.
Temos de considerar a posição da América Latina nesse contexto, sobretudo porque a participação da União Soviética nessa vitória fez com que o prestígio do comunismo aumentasse bastante e, com isso, houve também uma expansão dos partidos comunistas pelo mundo.
Mudanças políticas na América Latina
O historiador Leslie Bethell afirma que o período entre 1944-1945 e 1947-1948 não foi um divisor de águas na América Latina, apesar das mudanças políticas ocorridas, e isso se deveu especialmente ao fato de a região estar passando por certo isolacionismo internacional.
Temos de considerar, no entanto, que esse período foi marcado por questões internas muito fortes em vários de seus países, como a democratização que passou a existir na região, uma forte tendência à esquerda e à militância trabalhista. 
Houve a queda de ditadores e a mobilização das forças populares. Partidos progressistas e reformistas começavam a chegar ao poder.
Em alguns países, por causa do prestígio obtido pelos soviéticos ao término da Segunda Guerra Mundial, os partidos comunistas passaram a ganhar um pouco mais de espaço. 
Podemos citar aqui o Brasil, que teve seu Partido Comunista do Brasil legalizado ao término do conflito, podendo disputar cargos eleitorais.
Bethell afirma que:
“O principal fator por trás das mudanças políticas na América Latina durante os anos de 1944, 1945 e 1946 foi a vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial. 
A despeito do poderio do Eixo, especialmente da Alemanha, dos interesses na América Latina e, de fato, das amplas simpatias pró-Eixo e pró-fascismo verificadas em toda a região no final da década de 1930 e começo da década de 1940, logo depois de Pearl Harbor todos os estados latino-americanos, com exceção do Chile e da Argentina, alinharam-se com os Estados Unidos e romperam relações com as potências do Eixo; ao fim, muitos deles, embora não até 1945, declararam guerra” (Bethell e Roxborough, 1996).
O historiador continua:
“Quando ficou óbvio que os Aliados venceriam a guerra ― a derrota alemã de Stalingrado, em fevereiro de 1943, assinalou a mudança da maré ―, evidenciando-se a natureza da ordem política e econômica internacional que iria imperar no pós-guerra e a posição hegemônica dos Estados Unidos no seio dela, os grupos dominantes da América Latina, inclusive os militares, reconheceram a necessidade de fazer alguns ajustes políticos e ideológicos, além de concessões” (Bethell e Roxborough, 1996).
A democracia – o novo caminho
Ao fim da Segunda Guerra, a democracia passou a ser o caminho buscado pelos países em virtude de fortes pressões políticas internas e do novo rumo que estava sendo dado na região. 
A partir de 1947, a América Latina começou a passar por um processo de aprofundamento da Guerra Fria.
Considerando aulas anteriores, vamos lembrar que, ao término da Primeira Guerra Mundial, os Estados Unidos haviam crescido muito economicamente, sendo um país em franco crescimento. Exportaram o American Way of Life a fim de consolidar seu modelo de consumo entre os vizinhos latino-americanos.
Essa expansão do modelo estadunidense de consumo também foi acompanhada de uma expansão cultural muito forte, consolidada pela política de boa vizinhança empreendida pelo governo Roosevelt. 
Durante a guerra, essa aproximação com a América Latina se intensificou cada vez mais e, com seu fim, a América já era considerada uma região aliada. Assim, os estadunidenses procuraram direcionar sua atenção para a Europa destruída pela guerra, um possível espaço para o crescimento do comunismo.
O mundo do trabalho começou a ser mais fortemente controlado, e o alinhamento internacional com os estadunidenses se consolidou efetivamente, passando a ocupar um espaço central na política latino-americana em toda a segunda metade do século XX.
A vitória dos Aliados na guerra – consequências
Com a vitória dos Aliados na guerra, houve uma expansão do comunismo em todo o mundo, com a ascensão dos partidos comunistas ao poder e sua inserção na vida política de alguns países. No entanto, após um curto período, esses partidos começaram a ser perseguidos, caíram no ostracismo, como o Partido Comunista da Argentina, ou foram postos na ilegalidade, como o Partido Comunista do Brasil.
Cada país buscou se inserir na lógica da Guerra Fria de acordo com seus interesses, mas é fator consolidado que a América se alinhou com os Estados Unidos, e isso fez com que o continente passasse a estar sob a ótica capitalista, buscando repelir qualquer influência soviética.
Segundo Luis Fernando Ayerbe: 
“A preocupação dos Estados Unidos em relação à América Latina no início da guerra fria se concentra especialmente nas posturas nacionalistas de alguns governos e movimentos que visualizam uma perspectiva equidistante da influência do país como base para qualquer política de afirmação nacional.
A maior preocupação é com a disponibilidade dos recursos naturais da região em caso de uma guerra com a União Soviética e a eventualidade de um boicote de governos, sindicatos e demais movimentos,em que a infiltração de ideias antiamericanas possa ser decisiva” (2002, p. 81).
O surgimento de um governo comunista no continente americano
Havia um forte temor do crescimento do comunismo, e era fundamental que os governos constituídos, utilizando todos os recursos necessários, conseguissem impedir esse crescimento.
É claro que o surgimento de um governo comunista no continente americano, com a Revolução Cubana, foi um fator de grande relevância para pensarmos no acirramento da Guerra Fria na América e para uma mudança na condução da política e no relacionamento dos países com o comunismo. 
A consolidação desse fantasma em solo americano foi extremamente importante para pensarmos a relação entre a Guerra Fria e o continente americano.
Ocorreu na ilha de Cuba em 1959 e foi liderada por Fidel Castro e Ernesto Che Guevara. Veremos mais detalhadamente em aulas posteriores.
Os Estados Unidos no fim da Segunda Guerra 
Vamos agora considerar os Estados Unidos no contexto do fim da Segunda Guerra Mundial e avaliar como eles se tornaram uma grande potência no século XX.
De acordo com Sean Purdy:
“Os Estados Unidos saíram da Segunda Guerra Mundial como a mais poderosa nação da terra. Suas forças armadas ocuparam o Japão e uma grande parte da Europa Ocidental. Além disso, muitas bases militares estabelecidas em países aliados durante a guerra ficaram intactas. 
Economicamente, os Estados Unidos detinham a maioria do capital de investimento, produção industrial e exportações no mundo, controlando até dois terços do comércio mundial, enquanto grandes partes da Europa e Ásia estavam devastadas” (Karnal et al., 2007, p. 226).
Ainda segundo Purdy:
“A Guerra Fria na América Latina começou no fim dos anos 1940, quando movimentos favoráveis à mudança política e econômica surgiram em muitos países do continente e acabaram refreados ou esmagados pelas elites locais com a ajuda dos Estados Unidos. 
Manipulando a retórica do anticomunismo, os Estados Unidos mantiveram os países latino-americanos na esfera da influência ocidental por meio de invasão, orquestração de golpes, obstáculos à reforma social e apoio técnico e político a regimes militares repressivos. O Departamento de Estado e a CIA, por exemplo, promoveram, planejaram e executaram a derrubada do governo reformista de Jacobo Arbenz na Guatemala em 1954...
...preocupados com a ameaça que reforma agrária, redistribuição de renda e democracia política representavam para os latifundiários, os Estados Unidos, como aponta o historiador Greg Grandin, viram a Guatemala e outros casos semelhantes na América Latina em grande parte através das lentes ideológicas da Guerra Fria. 
Ações como essa se multiplicariam nas próximas décadas na América Central e Sul, especialmente depois da Revolução Cubana em 1959. Os Estados Unidos, nesse período, tornaram-se o “World Cop” (Karnal et al., 2007, p. 229-230).
Como pudemos ver, ao término da Segunda Guerra Mundial e durante grande parte da Guerra Fria, os Estados Unidos tornaram-se hegemônicos em diferentes partes do mundo.
Procuraram estabelecer uma atuação direta na política da América Latina, financiando golpes e procurando consolidar a região para sua conduta anticomunista e, assim, ganhá-la para sua esfera de influência.
No contexto da Guerra Fria, houve um temor muito forte de que os pensamentos e grupos de esquerda ocupassem um espaço ampliado no continente americano, o que conduziu a região a vários golpes militares em diferentes países. 
Não somente o temor do avanço do comunismo mas também políticas reformistas e de cunho nacionalista se tornaram uma preocupação para a hegemonia estadunidense, o que justificou o envolvimento desse país na vida política latino-americana.
O principal fator que marcou a inserção da América Latina na Guerra Fria foi o estabelecimento de diversas ditaduras militares na região, sobretudo em virtude do temor do avanço da esquerda, que veremos mais detalhadamente nas próximas aulas. 
Até lá!

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