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Sarah Elizabeth Andrade – Direito diurno, 1ª fase, 2014.2 MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. 1ª parte – 12 primeiros capítulos (meus entendimentos sobre eles) I - Sobre o Principado Há dois tipos : hereditários ou novos, estes últimos podem ser totalmente novos ou membros acrescentados ao hereditário. O povo pode ser acostumado a viver sob um príncipe ou livres, sendo que o modo como foram conquistados podem ser com uso de armas de outros ou as próprias do conquistador; por fortuna ou por virtude. II – Sobre o Principado Hereditário São mais fáceis de manter, já que estão habituados ao sangue do príncipe, que, sendo um príncipe natural não possui uma necessidade de ofender seus súditos, sendo mais amado por estes. Portanto, dificilmente perde o poder. III – Sobre o Principado Misto Não é completamente novo, mas um membro acrescentado ao principado, por isso “misto”. As pessoas mudam de senhor acreditando que mudam de vida, se enganando, pois percebem que na verdade pioraram. O novo príncipe sente a necessidade de ofender seus novos súditos, e acaba ganhando inimigos e perdendo amigos que o ajudaram, pois não pode suprir suas expectativas e também não pode tratar eles com rigor, já que é devedor dos mesmos. Ele precisa do favor dos provincianos para governar. Um principado que é conquistado pela 2ª vez é mais difícil de perder, já que o príncipe pode usar medidas mais enérgicas, usando como desculpa a rebelião anterior. Se o principado possui a mesma língua e costumes, basta extinguir o sangue do príncipe anterior e não alterar leis e impostos, que tudo seguirá bem. Porém, se forem diferentes, é preciso muita sorte e engenho. O príncipe deve morar no território e fundar colônias, assim ele sabe dos problemas rapidamente e pode remediá-los com igual rapidez. Quanto aos vizinhos, deve-se enfraquecer os fortes e defender os fracos. “Não se preocupar apenas com obstáculos presentes, mas também com os futuros, e ir ao encontro deles com todos os recursos.” Conhecendo antecipadamente os males, curam-se rapidamente A guerra não é evitada, mas sim adiada É natural o desejo de conquistar, porém se a pessoa o faz a todo custo, mesmo sem poder, acaba sendo odiado, mas se podem fazê-lo, são louvados e não criticados. É aqui onde mora o erro e a recriminação. Quem torna outro potente, se arruína. IV - Por que o reino de Dario, ocupado por Alexandre não se rebelou contra os sucessores deste, após a sua morte. Considerando as dificuldades envolvidas na manutenção de um Estado recém conquistado, espanta-se que não tenha ocorrido uma rebelião geral para derrubar os sucessores de Alexandre, o Grande e eles tenham conseguido manter o poder sem maiores dificuldades. A explicação é a seguinte: no decorrer da historia, os reinos foram governados de duas formas:um príncipe e seus assistentes; e um príncipe e vários barões. Exemplos atuais dessa forma de governar: Turquia e França. As causas da dificuldade em ocupar a Turquia residem em que as províncias seriam dependentes do príncipe sendo mais difícil de corrompê-las.Na França existe a facilidade em invadi-los mediante a aliança com alguns barões, surgiriam inúmeras dificuldades para manter a conquista. Se considerarmos a natureza do governo de Dario, veremos que se assemelhava à do governo da Turquia. Alexandre preciso derrotá-lo completamente pelas armas, invadindo seu território; após a vitoria, e com a morte de Dario, o domínio de Alexandre seria seguro.A dificuldade ou não em impor seu domínio não dependia do valor maior ou menor dos conquistadores, mas da diversidade das condições, em cada caso. V – Como governar cidades ou principados que já tinham suas próprias leis Quando se conquista um Estado acostumado a viver em liberdade, e regido por suas próprias leis, há três maneiras de mantê-lo: Arruiná-lo; Ir habitar nele; Permiti-lhe continuar vivendo com suas próprias leis. Como tal governo, criado pelo soberano, sabe que não poderá existir sem sua amizade e proteção, fará tudo ao seu alcance para mantê-la. Mais ainda: a cidade habituada à liberdade pode ser dominada mais facilmente por meio dos seus cidadãos do que qualquer outra forma, desde que se queira preservá-la. VI – Novos principados conquistados com virtudes e suas próprias armas (seu próprio exército) Os homens seguem quase sempre caminhos já percorridos por outrem, agindo por imitação. Quanto aos novos domínios, onde há um novo soberano, será mais fácil conservá-lo segundo a maior ou menor virtude de quem os adquirir. Dentre os que se tornaram príncipes pelo próprio valo, veremos que nada deveram à sorte, a não ser a oportunidade. Sem essa oportunidade, seus valores não teriam sido aproveitados; sem estes, a oportunidade teria sido vã. Aqueles que se tornam príncipes pelo seu valor conquistam domínios com dificuldade, mas os mantêm com facilidade. VII - Sobre principados novos que se conquistam com os exércitos e fortunas de outrem Os cidadãos comuns que somente por fortuna tornam-se príncipes, não encontram nenhuma dificuldade em seu caminho, mas todas as dificuldades nascem quando chegam ao poder. Esses príncipes não expõe sua posição, pois não sabem e não podem. Mas se esses homens forem homens de grandes virtudes, saberão aproveitar as oportunidades que a fortuna lhes deu e construirão os fundamentos que os outros constroem antes de chegar ao poder VIII – Sobre aqueles que conquistam o principado por meio do crime Além da fortuna e da virtude, há duas outras formas de chegar ao poder: pelo crime ou pelo apoio de seus concidadãos. Agátocles da Sicília foi um tirano de Siracusa. Ao ingressar na milícia, fez carreira até se tornar pretor. Decidiu tornar-se príncipe e conservar com violência e sem depender de outros. Reuniu em uma manhã o povo e o senado e fez com que seus soldados matassem os homens ricos e os senadores. Com essas mortes, ocupou e manteve o principado daquela cidade sem nenhuma controvérsia civil. Muitas pessoas se perguntam como Agátocles, depois de varias traições e crueldades, continuou no poder sem jamais sofrer conspirações de seus concidadãos. Maquiavel acredita que resulte do uso bom ou mau das crueldades. IX – Sobre o principado civil Quando um cidadão comum com apoio de seus concidadãos torna-se príncipe de sua pátria, ou é com o favor do povo ou com o dos grandes. Um príncipe precisa de um povo amigo, caso contrário, nas adversidades, não conseguirá governar. Um príncipe sábio deve pensar num modo pelo qual seus cidadãos tenham, sempre e em qualquer tempo, necessidade do estado e dele, e depois, lhe serão sempre fiéis X - De que modo se devem medir as forças de todos os principados Ao examinar a qualidade destes principados, convém fazer outra consideração: a saber, se um príncipe tem tanto poder que, em caso de necessidade, seja autossuficiente ou se precisa sempre da proteção de outrem. Maquiavel recomenda que no segundo caso o príncipe se refugie entre muros e fique na defensiva. Um príncipe, que tenha uma cidade forte e não se faça odiar não pode ser atacado. XI – Sobre o principado eclesiástico Se mantém mesmo sem fortuna ou virtude, pois é alicerçado por antigas ordens de religião, potentes. Somente esses principados são seguros e felizes. “Seria presunçoso discorrer sobre algo além da compreensão humana” XII – Os diferentes tipos de milícias e de tropas mercenárias É necessário que o príncipe crie bons alicerces para seu poder, pois em caso contrario seguramente se arruinará. A base principal de todos os Estados são boas leis e bons exércitos. As tropas com que um príncipe defende seus domínios podem ser: Próprias; Mercenárias; Auxiliares; Mistas;
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