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Resumão completo Administração Financeira e Orçamentária (AFO)

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Direito Financeiro
- É o ramo do Direito Público que disciplina a atividade financeira do estado. Abrange, dessa forma a receita pública (obtenção de recursos), o crédito público (criação de recursos), o orçamento público (gestão de recursos) e a despesa pública (dispêndio de recursos).
Orçamento Público
Conceitos de Orçamento Público:
I - Abrúcio: o orçamento é um instrumento fundamental de governo, seu principal documento de políticas públicas. Através dele os governantes selecionam prioridades, decidindo como gastar os recursos extraídos da sociedade e como distribuí-los entre diferentes grupos sociais, conforme seu peso ou força política;
II – Aliomar Baleeiro: o orçamento público é o ato pelo qual o Poder Executivo prevê e o Poder Legislativo autoriza, por certo período de tempo (exercício financeiro), a execução das despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros fins adotados pela política econômica ou geral do país, assim como a arrecadação das receitas já criadas em lei.
III – Giacomoni: de acordo com o modelo de integração entre planejamento e orçamento, o orçamento anual constitui-se em instrumento, de curto prazo, que operacionaliza os programas setoriais e regionais de médio prazo (PPA), os quais, por sua vez, cumprem o marco fixado pelos planos nacionais em que estão definidos os grandes objetivos e metas, os projetos estratégicos e as políticas básicas.
Definição de Orçamento Público
- Conjunto de informações que evidenciam as ações governamentais, capaz de ligar os sistemas de planejamento e finanças;
- Trata-se de um documento em que são previstas (estimadas) as receitas e fixadas as despesas;
- Natureza jurídica de Lei formal e especial, pois possui um rito de aprovação igual a todas as leis ordinárias e é uma lei de efeitos concretos e temporária.
- Não é uma Lei material, pois apenas prevê as receitas públicas e autoriza os gatos, não tendo a necessária abstração e generalidade que caracteriza as leis materiais.
O Elemento básico de expressão do orçamento é a Conta, por meio do qual é possível:
- Antecipar as situações patrimoniais;
- Registrar a movimentação patrimonial;
- Demonstrar resultados patrimoniais;
É utilizada ao mesmo tempo, como instrumento de análise já que possibilita a representação de toda e qualquer variação nos elementos patrimoniais, e também como instrumento de síntese, pois o agrupamento das contas permite o conhecimento dos resultados globais da gestão;
Dimensões/Aspectos do Orçamento Público
I – Política: representa o embate entre as diversas forças políticas presentes na sociedade, refletindo as ideologias do grupo partidário detentor da maioria dos assentos legislativos.
Trata-se de um poderoso instrumento de Governança;
II – Planejamento: orienta a ação do Estado no longo prazo;
III – Jurídica: lei formal aprovada pelo Poder Legislativo.
O processo orçamentário brasileiro está subordinado a um conjunto de normas legais que definem limites e regras que vão da elaboração até o julgamento das contas públicas;
IV – Gerencial: administração, controle e a avaliação dos recursos utilizados e do desempenho da gestão;
V – Financeira: estabelecimento do fluxo financeiro de entrada de recursos obtidos por meio da arrecadação de tributos, bem como da saída de recursos provocada pelos gastos governamentais;
VI – Econômica: instrumento de cumprimento das funções econômicos do Estado, sendo que a alocação de recursos deve priorizar o equilíbrio das contas públicas, focando o bem-estar da sociedade;
VII – Técnico: o orçamento deve ser elaborado de tal forma que seja mantida a uniformidade, a clareza e observância de formalidades técnicas e legais;
Atenção: o Orçamento governamental é Multidocumental (PPA, LDO, LOA) e Multidisciplinar (político, econômico, jurídico e técnico).
Funções Clássicas do Orçamento Público
Política fiscal: refere-se ao comportamento e à administração das Receitas e Despesas do Setor Público, sendo um conjunto de medidas pelas quais o Governo arrecada Receitas e realiza Despesas de modo a cumprir suas funções (alocativa, distributiva e estabilizadora).
Intervenção direta: o Estado assume a forma de empresas públicas, agências reguladoras, etc., atuando diretamente através de entes da administração descentralizada, surgindo como um agente do processo econômico;
Intervenção indireta: o Estado o faz através de normas, que têm como finalidade fiscalizar, incentivar ou planejar, ou seja, usa seu poder normativo, disciplinando e controlando os agentes econômicos;
O orçamento moderno reflete 3 formas de intervenção do Governo na economia.
Embora tenham objetivos específicos, estão relacionadas e são elas:
- Função Alocativa: diz respeito a promover ajustamentos na alocação de recursos, justifica-se quando o funcionamento do mecanismo de mercado (sistema de ação privada) não garante a necessária eficiência na utilização desses recursos.
Governo aloca recursos para Bens e Serviços Públicos puros (estradas, segurança, justiça), adotando políticas que possibilitem a ampliação de mercados, aumento de produtividade e a satisfação de demandas da sociedade; para Bens meritórios ou semipúblicos (educação e saúde); para o desenvolvimento (construção de usinas); e condições para que bens privados sejam oferecidos no mercado pelos produtores, corrigindo imperfeições no sistema de mercado (como oligopólios) e corrigindo os efeitos negativos de externalidades.
- Função Distributiva: diz respeito a promover ajustamentos na distribuição de renda, justifica-se quando o resultado distributivo do mecanismo de ação privada não for considerado socialmente justificável ou desejado. Governo visa tornar a sociedade menos desigual em termos de renda e riqueza (Programas sociais) e caracteriza-se por utilizar políticas públicas compensatórias;
- Função Estabilizadora: associada à manutenção da estabilidade econômica, justificada como meio de atenuar o impacto social e econômico na presença de inflação ou depressão.
Seu emprego gera estabilidade dos níveis de preço (combate às pressões inflacionárias), diminui os potencias efeitos da depressão e mantém o nível de emprego;
Atenção: se a fase econômica é expansionista, cresce a importância do planejamento, se a fase econômica é contracionista, cresce a importância da função controle;
Bens excludentes: é aquele que sua obtenção fica sujeita a pagamento;
Exemplo: um livro, que para você ter, teria que o comprar.
Bens rivais: diz respeito a diminuição da quantidade disponível;
Exemplo: um livro, que ao comprar, o fato de possuí-lo diminuiria a possibilidade de que os outros tenham o livro.
Administração Financeira e Orçamentária (AFO)
- Estuda a atividade financeira do Estado e sua aplicação na Administração Pública, bem como os atos que potencialmente poderão afetar o patrimônio do Estado;
- Visa assegurar a execução das funções do Estado, contribuindo para aprimorar o planejamento, a organização, a direção, o controle e a tomada de decisões dos gestores públicos em cada uma dessas fases;
- Foco em administrar as receitas, despesas e o patrimônio público;
- Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre Direito Financeiro.
- Compete aos Municípios legislar sobre assuntos de interesse local e suplementar/complementar à legislação federal e à estadual no que couber, sem contrariá-las.
Planejamento financeiro
- Ferramenta que consiste no processo de organização financeira através do reconhecimento da situação financeira atual, junto com a determinação dos objetivos onde se quer chegar, e o estudo de possíveis caminhos a serem utilizados para alcançar esses objetivos;
- Quando adequadamente conduzido, permite, entre outras coisas, otimizar o uso de recursos financeiros e adequar o fluxo de caixa de uma organização pública;
Evolução do conceito e utilização do Orçamento Público (Espécies de Orçamento)
I – Orçamento Tradicional ou Clássico ou Por insumos
- Surgiu na Inglaterra como instrumento de controle do Poder Legislativo
sobre os gastos do Poder Executivo, cabendo ao soberano a autorização para realizar as despesas estatais;
- Principal preocupação: questões tributárias, deixando de lado aspectos sociais e econômicos;
Busca do equilíbrio financeiro e da neutralidade;
- Foco: objeto dos gastos das unidades/necessidades financeiras (os meios), sendo as despesas classificadas apenas por unidades administrativas ou itens de despesa;
- Objetivo principal é mostrar à sociedade a natureza do gasto governamental, fortemente relacionado a ideia de accountability;
- Despreocupação com o atendimento das necessidades da população, não há preocupação com a realização dos Programas de Governo, importando-se apenas com as necessidades dos órgãos públicos, sem questionamento sobre objetivos e metas;
- Caracteriza-se pelo incrementalismo;
- Construído com base em preceitos Racionais-legais;
Classificação principal: Unidades administrativas e elementos;
- Controle consistia em avaliar a honestidade dos agentes + legalidade no cumprimento do orçamento;
- Inexistem sistema de acompanhamento e medição do trabalho e dos resultados;
- Aspectos jurídicos > Aspectos econômicos (função secundária);
- Ênfase aos aspectos contábeis de gestão;
Atenção: o Orçamento Tradicional era apenas uma peça para controle dos gastos públicos, um mero instrumento contábil, onde o planejamento não se faz presente!!
II – Orçamento Desempenho/Funcional ou Orçamento de Realizações
- Surgiu após a II Guerra Mundial, com uma nova fase de atuação do Estado;
- Definição de objetivos e metas;
- Os gastos governamentais eram voltados para o cumprimento de metas preestabelecidas, com a preocupação e objetivo de alcançar resultados específicos;
- Ênfase passa a ser no desempenho organizacional, da busca de eficiência e de economia nas repartições públicas na adequação dos seus produtos às necessidades coletivas;
- Visa instrumentalizar a ação gerencial;
- Preocupação com os RESULTADOS dos gastos;
- Instituição do Programa de Trabalho, que tinha a finalidade de avaliar o desempenho das ações do governo;
Atenção: nessa fase havia a preocupação em atingir resultados, mas ainda não havia preocupação com o planejamento governamental!!
III – Orçamento-Programa
- Surgiu na década de 60, nos Estados Unidos, conhecido como Planning Programming and Budgeting System (PPBS).
- Primeira experiência de ligação do orçamento com o planejamento Estatal;
- Ligação entre o planejamento e a execução (acompanhamento/controle) da ação governamental;
- Utilização sistemática de indicadores e padrões de medição do trabalho e de resultados;
- As decisões orçamentárias são tomadas com base em avaliações e análises técnicas de alternativas possíveis;
- Utiliza sistemas de indicadores para acompanhamento e aferição dos resultados;
- Controle visa a eficiência, eficácia e efetividade das ações governamentais;
Foco: Programas de governo, nos Projetos e atividades necessárias para atingir as metas pretendidas;
- Ultrapassa a fronteira do orçamento como um simples documento financeiro, e passa a ser um instrumento de operacionalização das diretrizes, objetivos e metas do governo;
Classificação Principal: Funcional-Programático;
Os objetivos do Orçamento-Programa podem ser classificados em:
- Objetivos Derivados: “apenas” contribuem para o alcance dos objetivos finais, demonstrando quantitativamente os propósitos específicos (mecanismos) de governo;
- Objetivos Finais: representam as finalidades da ação governamental, demonstrando uma avaliação qualitativa dos propósitos de governo;
Atenção: A Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL) e as Nações Unidas (ONU) orientam a utilização do orçamento-programa. Apesar de se assemelhar aos critérios estabelecidos pela CEPAL, o orçamento praticado no Brasil não segue à risca esse modelo.
Elementos essenciais do Orçamento-Programa:
- Objetivos e propósitos perseguidos pela instituição e para cuja consecução são utilizados os recursos orçamentários;
- Programas, isto é, os instrumentos de integração dos esforços governamentais no sentido da concretização dos objetivos;
- Custos dos Programas medidos por meio da identificação dos meios ou insumos (pessoal, material, equipamentos, serviços, etc.) necessários para a obtenção dos resultados;
- Medidas de desempenho com a finalidade de medir as realizações (produto final) e os esforços despendidos na execução dos Programas;
Fases da Elaboração do Orçamento-Programa
I – Planejamento: diretrizes e objetivos;
II – Programação: definição das atividades necessárias para atingir os objetivos;
III – Projeto: definição dos insumos e materiais de mão de obra para realizar as atividades;
IV – Orçamentação: definição dos custos e recursos para a execução de projetos, os quais devem conter a definição da quantidade de produto a ser ofertado à sociedade ao final de seu período de execução;
Outros tipos de Orçamento
I – Orçamento Base-Zero (OBZ) ou Orçamento por Estratégia
- Método que define objetivos com vistas à otimização do custo-benefício;
Características:
- Todos os valores consignados no orçamento antecedente devem ser revistos;
- Nenhum programa tem continuidade garantida, havendo a necessidade de revisão de todos os programas, a partir de análise de sua permanência e partindo-se do zero para construção de um novo orçamento;
- Exige que todas as despesas de cada repartição pública sejam justificadas detalhadamente como se cada item programático se tratasse de uma nova iniciativa;
- Todo o conhecimento prévio acerca das execuções em exercícios anteriores seria desconsiderado, não gerando direito adquirido sobre despesas anteriormente autorizadas;
- Envolve um processo moroso e oneroso, desvinculado de planejamento;
- Foco principal nas avaliações de resultado e auxílio à tomada de decisão;
- Foco secundário na organização e apresentação do orçamento público;
- Decisões voltadas para a maximização da eficiência na alocação dos recursos públicos;
- Entraves de implementação: resistência imposta pela burocracia quando avaliada a eficácia de seus programas e a dificuldade em conciliar esse tipo de orçamento com uma visão de planejamento de longo prazo;
II – Orçamento Incremental
Funcionamento: em determinado ano são arroladas as despesas e as receitas, e no próximo exercício é feita apenas a correção/atualização dos valores, mantendo-se a base do ano interior;
- As opções e prioridades estabelecidas no passado tendem a permanecer inalteradas ao longo do tempo, e o orçamento termina não refletindo uma reavaliação quanto a novas necessidades e prioridades da sociedade.
- Não privilegia a eficiência do gasto e a evolução da ação governamental.
III – Orçamento Participativo
- Convoca os cidadãos a participarem da etapa de formulação das prioridades do orçamento;
Atenção: não serão usurpadas a competência do Executivo para apresentar o Projeto, nem a competência do Legislativo para aprova-lo.
- Requer mobilização social, cabendo ao governo a discricionariedade para alocar os recursos e atender aos anseios da sociedade;
- Porém, se o governo tiver vinculações orçamentárias, ele não poderá adequar os gastos para resolver problemas da população.
OBS: o Orçamento atual é cheio de vinculações orçamentárias, que impedem essa discricionariedade, sendo cerca de 90% do orçamento da União vinculado.
- O Orçamento Participativo é obrigatório para as Administrações Municipais, sendo facultativo para os Estados e para a União;
No âmbito Municipal, a gestão orçamentária participativa incluirá a realização de debates, audiências e consultas públicas sobre as propostas do Plano Plurianual, da Lei de Diretrizes Orçamentárias e do Orçamento Anual, como condição obrigatória para sua aprovação pela Câmara Municipal;
Orçamento Autorizativo X Orçamento Impositivo
Orçamento Autorizativo
- A aprovação do orçamento significa dizer que há apenas autorização para realização das despesas, conferindo margem de discricionariedade ao gestor para executá-las.
- As decisões efetivamente
produzidas no orçamento não decidem de fato, admitindo-se que o Executivo possa “redecidir” tudo e seguir uma pauta própria de prioridades, não estando sequer obrigado a motivas as novas escolhas;
Orçamento Impositivo
- Trata-se de obrigar o Poder Executivo a executar a programação orçamentária aprovada pelo Poder Legislativo;
I - Versão extrema: imputa-se ao governo a obrigação de executar integralmente a programação orçamentária definida pelo Congresso Nacional;
- Neste modelo, pode-se exigir que o governo se endivide para executar determinado gasto no caso de as receitas serem insuficientes para cobrir a totalidade das despesas prevista;
II – Versão intermediária: define-se que para o governo deixar de executar parte da programação, seria obrigatória a anuência do Congresso Nacional;
III – Versão flexível: determinam a obrigatoriedade de apenas parte do orçamento, deixando alguma margem para o Executivo decidir a implementação ou não do referido;
- No Brasil: adota-se um Orçamento Autorizativo, porém, com a promulgação da Emenda n. 86/2015, tornou-se obrigatória a execução orçamentária/financeira das programações oriundas das emendas individuais de deputados e senadores, o que conferiu caráter impositivo para essas despesas;
Emendas individuais ao Projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% da Receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde.
É obrigatória a execução orçamentária e financeira das emendas individuais em montante correspondente a 1,2% da Receita corrente líquida realizada no exercício anterior.
Atenção: apesar da obrigatoriedade, as emendas individuais poderão ter suas execuções limitadas caso se verifique que a reestimativa da receita e da despesa poderá resultar no não cumprimento da meta de resultado fiscal estabelecida na LDO ou caso se verifique um impedimento de ordem técnica.
Remanejamentos de Programação Orçamentária
Tipos de Orçamento
O orçamento pode ser dividido em 3 tipos, dependendo dos Poderes que participam da elaboração, aprovação e execução deste:
I – Orçamento Legislativo: o Poder Legislativo é responsável pela elaboração, votação e o controle do orçamento, cabendo ao Poder Executivo apenas a execução. Exemplo: CF 1891. Típico de países parlamentaristas;
II – Orçamento Executivo: o Poder Executivo é responsável pela elaboração, votação, controle e execução do orçamento. Exemplo: CF 1937. É típico de regimes autoritários;
III – Orçamento Misto: o Poder Executivo é responsável pela elaboração e execução, enquanto a votação e controle são responsabilidades do Poder Legislativo. Exemplo: CF 1988.
Princípios do Orçamento Público
- São os princípios que gerem sua elaboração e controle, regras que norteiam o processo de elaboração, aprovação, execução e controle do orçamento encontradas na CF, Doutrina e em Legislação infraconstitucional, principalmente na Lei n. 4.320/1964.
Atenção: A Lei n. 4.320/1964, abaixo da Constituição, é um dos principais instrumentos legislativos sobre Orçamento e Contabilidade Pública, abordando normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, Estados, Municípios e do DF.
- Existem princípios que estão estipulados na Lei 4.320/64, que estão explícitos na CF/88 e os Doutrinários (uniformidade e da clareza)
- Estão sujeitos a transformações de conceito e significação, pois não têm caráter absoluto ou dogmático e suas formulações originais não atendem, necessariamente, ao universo econômico-financeiro do Estado moderno.
I – Princípio da Legalidade
- O gestor só pode fazer aquilo que está na lei.
Leis orçamentárias: Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA);
- Orçamento é uma Lei Ordinária, aprovada pelo Poder Legislativo, sob rito especial, com iniciativa exclusiva de apresentação do Projeto pelo Chefe do Poder Executivo;
- O Orçamento não cria nem gera direitos e deveres, não inovando na ordem jurídica;
- O Orçamento Público é considerado uma lei de efeitos concretos, adotando extrinsecamente a forma de uma lei, mas seu conteúdo/natureza é de de ato administrativo (Doutrina de Mayer);
Atenção: a Doutrina de Hoennel classifica a lei orçamentária como lei material, emanada do Poder Legislativo no exercício de suas funções.
Característica da Lei Orçamentária
- Lei formal: é formalmente uma lei, porém, não obriga o Poder Público, deixando por diversas vezes de possuir uma característica essencial das leis, a coercibilidade;
Jurisprudência STF: apenas de ser uma lei formal, isso não impede o controle abstrato de constitucionalidade sobre as normas orçamentárias.
- Lei ordinária: todas as leis orçamentárias são leis ordinárias (PPA, LDO, LOA);
- Lei temporária: a lei orçamentária tem vigência limitada (1 ano);
- Lei especial: possui processo legislativo diferenciado e trata de matéria específica;
II – Princípio da Unidade ou Totalidade
- O orçamento deve ser uno (uma só peça), assim, não poderão coexistir diferentes orçamentos para um mesmo ente da federação.
O Princípio da Totalidade é um desdobramento do Princípio da Unidade:
- Mesmo sendo os orçamentos executados em peças separadas, as informações acerca de cada uma dessas peças são devidamente consolidadas para que o governo tenha uma visão geral do conjunto das finanças públicas;
- Busca evitar a proliferação de orçamentos paralelos em um mesmo ente da federação, determinando que haja um só orçamento para cada ente da federação.
- É um dos mais antigos no Brasil, estando previsto desde a Lei n. 4.320/1964, porém, somente com a CF/1988 que foi efetivamente colocam em prática, visto que antes disso, havia diversas peças orçamentárias não consolidadas, que sequer passava pela aprovação legislativa;
III – Princípio da Universalidade
- Determina que a Lei Orçamentária Anual compreenderá todas as Despesas e Receitas, inclusive as provenientes de operações de crédito ainda que não previstas no orçamento, referentes a todos os Poderes dos entes da federação, seus fundos, órgãos e entidades da Administração direta e indireta.
- Serve para impedir que o Executivo realiza qualquer operação entre receitas e despesas sem autorização do Legislativo;
Exceções do Princípio da Universalidade:
- Operações de crédito por antecipação de receita;
- Emissões de papel-moeda;
- Outras entradas compensatórias no Ativo e Passivo financeiro (receitas extra-orçamentárias ou ingressos extra-orçamentários);
- Receitas e despesas operacionais de Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista consideradas estatais não dependentes;
Operações de crédito: se originam de obrigações assumidas pelo Estado em razão de um recurso disponibilizado por terceiros, podendo ser: compromisso financeiros em razão de empréstimo (mútuo), abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores oriundos de vendas com fornecimento parcelado, etc.
Operações de crédito por antecipação de receita: tratam de um mecanismo de execução de despesas do Estado, que prevendo a realização de uma receita, já realiza o respectivo gasto, por isso a necessidade de tratamento diferenciado.
IV – Princípio da Exclusividade
- A Lei Orçamentária Anual não deve conter dispositivo estranho à previsão da receita e fixação da despesa.
- Busca evitar que matérias diversas ao orçamento sejam tratadas nessa lei, e da mesma forma, que normas sobre orçamento constem em dispositivos com outras finalidades, ou seja, as leis orçamentárias devem ser tratadas especificamente;
- Disposto no Art. 165 da CF/88;
Exceções do Princípio da Exclusividade:
- Autorização para a abertura de créditos adicionais suplementares;
- Contratação de operações de crédito, inclusive as de antecipação de receita.
A Lei de Orçamento poderá conter autorização ao Executivo para:
I – Abrir créditos suplementares até determinada importância obedecidas as
disposições do Art. 43;
II – Realizar em qualquer mês do exercício financeiro, operações de crédito por antecipação da receita, para atender as insuficiências de caixa;
- Em casos de déficit: a Lei de Orçamentos indicará as fontes de recursos que o Poder Executivo fica autorizado a utilizar para atender a sua cobertura;
- O produto estimado de operações de crédito e de alienação de bens imóveis somente se incluirá na receita quando umas e outras forem especificamente autorizadas pelo Poder Legislativo em forma que juridicamente possibilite ao Poder Executivo realiza-las no exercício;
- A autorização legislativa, no tocante a operações de crédito, poderá constar da própria Lei de Orçamento;
V – Princípio da Anualidade ou Periodicidade
- O orçamento deve abranger um período definido no tempo, sendo adotado no Brasil, o período de 1 ano, que coincide com o ano civil;
- As autorizações para gastos terão validade apenas para o exercício financeiro da sua autorização, salvo algumas exceções, como os créditos especiais e extraordinários;
Cuidado: a vigência e efeitos jurídicos e orçamentários da LDO se estendem por 18 meses;
- Tem como objetivo obrigar o Poder Executivo a solicitar periodicamente ao Congresso permissão para a cobrança de impostos e a aplicação dos recursos público, ou seja, está relacionado ao controle político do Poder Executivo;
Exceções ao Princípio da Anualidade:
- Créditos adicionais especiais ou extraordinários reabertos;
VI – Princípio do Orçamento Bruto
- Receitas e despesas consignadas no orçamento devem ser apresentadas pelos seus valores brutos (totais), sendo vedada quaisquer deduções (orçamento líquido); 
- Disposto na Lei 4.320/64;
- Aplica-se inclusive para transferências obrigatórias que um ente faça para outro, em razão de um dispositivo legal ou constitucional;
Exemplo: Mesmo que parcela da arrecadação de um tributo deva ser transferida a outro ente, por determinação constitucional, essa parcela que será transferida deverá ser apresentada pelo seu valor bruto como receita. Como ocorrerá a transferência, e em respeito ao princípio do orçamento bruto, a parcela transferida será registrada como uma despesa no orçamento do ente transferidor.
Atenção: O imposto de renda retido na fonte sobre rendimentos pagos pelos estados e municípios, de competência da União, não chega a constituir-se em transferência àqueles entes, sendo diretamente apropriado como receita tributária própria.
VII – Princípio da Discriminação ou Especialização/Especificação
- As dotações previstas no orçamento devem ser detalhadas, discriminadas e especificadas, demonstrando a origem e aplicação dos recursos;
- Os investimentos serão discriminados na Lei de Orçamento segundo os projetos de obras e de outras aplicações;
- Somente a LOA está obrigada a obedecer a este princípio, visto que o PPA e a LDO não atingem um grau de detalhamento tão específico.
- Não está explicitado no texto da CF, e sim no Art. 5 da Lei 4.320/64;
- A discriminação da despesa deve ser realizada, no mínimo, por: elementos entendidos como o desdobramento dessa despesa em gastos com pessoal, material, serviços, obras e outros meio de que se serve a Administração Pública para a consecução dos seus fins;
- É vedado prever no orçamento Dotações globais (genéricas, sem especificar) destinadas a atender indiferentemente às despesas de pessoal, material, serviços de terceiros ou quaisquer outras;
- É permitido o Empenho global de despesas contratuais e outras sujeitas a parcelamento;
- Finalidade de dar transparência aos gastos do governo, facilitando a função de acompanhamento e controle do gasto público (fiscalização) pelos órgãos de controle e pela sociedade;
Exceções do Princípio da Discriminação:
- Programas especiais de trabalho que, por sua natureza, não possam cumprir-se subordinadamente às normas gerais de execução da despesa poderão ser custeadas por dotações globais, classificadas entre Despesas de Capital;
- Reserva de contingência;
VIII – Princípio da Não afetação ou Não Vinculação
- A receita de impostos não deve ser vinculada a órgãos, fundos e despesas;
Atenção: o princípio veda a vinculação da receita de IMPOSTOS, não se aplicando à receita de taxas, contribuições, empréstimos compulsórios e contribuições de melhoria, que são as demais espécies de tributo;
- Disposto no Art. 167 da CF/88;
Exceções do Princípio da Não Vinculação:
- Repartição do Produto da arrecadação dos impostos de Transferências constitucionais/ Repartição das receitas tributárias: Fundos de Participação dos Estados e dos Municípios e Fundos de Desenvolvimento do Norte, Nordeste e Centro-Oeste;
- Prestações de garantia e contragarantia de operações de crédito por antecipação de receita à União e para pagamento de débitos para com esta;
- Destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde;
- Destinação de recursos para o desenvolvimento e manutenção do ensino;
- Destinação de recursos para a realização de atividades da Administração tributária;
IX – Princípio do Equilíbrio
Possui duas vertentes:
Equilíbrio formal: indica que o total de despesas deve ser igual ao total das receitas da Lei Orçamentária, ou seja, a despesa autorizada deve ser equivalente à receita estimada;
Equilíbrio material: é mais específico e significa a busca do equilíbrio na execução do orçamento, como por exemplo, a utilização de receias de capital para financiamento de despesas desse mesmo gênero e não para pagamento de despesas de custeio.
- Disposto no Art. 165 da CF/88;
 
- O Princípio do Equilíbrio orçamentário, segundo algumas escolas de pensamento, deve ser ignorado em situações de crise, devendo o governo intervir ativamente na economia para SUPRIR a demanda;
- É fundamental no controle dos gastos públicos, evitando a ocorrência de déficits nas contas públicas, tanto na sua concepção formal quanto material;
Previsão de Déficit no Projeto de Lei Orçamentária
- É possível e não implica em desrespeito ao princípio do equilíbrio ou à Lei de Responsabilidade fiscal, sendo naturalmente, apresentado na lei orçamentária, a fonte de recurso (provavelmente receita de capital) para suportar esse possível déficit;
- Deve ser aprovada pelo Poder Legislativo;
- Em razão da crise econômica brasileira, essa prática vem se tornando comum, tendo sido adotada nas últimas leis orçamentárias (2017 e 2016);
Art. 9 da LRF – Limitação do empenho na busca do equilíbrio
Se verificado ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos 30 dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
Art. 167 da CF/88 - Regra de Ouro
É vedada as Operações de crédito que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo poder Legislativo por maioria absoluta;
Esse procedimento objetiva inibir, em uma análise global, que haja endividamento para financiar despesa corrente.
Art. 166 da CF/88 – Admite orçamento desequilibrado
- Contabilmente o orçamento tem que ser equilibrado, já na ótica orçamentária, é possível haver desequilíbrio;
X – Princípio da Uniformidade
- Objetivo de permitir a comparação de orçamentos de diversos anos;
- Os aspectos formais de apresentação da Lei Orçamentária Anual devem ser uniformes ao longo do tempo, possibilitando comparações entre orçamentos de vários períodos;
- Divergências entre os orçamentos dos entes federativos não violam o princípio;
XI – Princípio da Clareza ou Objetividade
- O orçamento deve ser de fácil compreensão;
- O documento deve ser compreensível, objetivo e claro para todos, evitando-se que termos técnicos inviabilizem a leitura;
XII – Princípio da Publicidade
- Como qualquer outro ato emanado pelo Poder Público, ao Orçamento deve ser garantida a sua publicidade;
- Funciona como condição de eficácia, onde as decisões só possuem validade após sua publicação em órgão da imprensa oficial.
- Justifica-se pelo fato de o Orçamento ser fixado em lei, e esta, para criar, modificar, extinguir ou condicionar direitos e deveres, obrigando a todos, há que ser publicada.
- O orçamento precisa ser publicado no Diário Oficial da União correspondente a cada esfera para produzir efeitos. No caso dos municípios que não tenham Diário Oficial, o orçamento pode ser publicado em Jornal Local;
XII – Princípio da Transparência
Exige que todos os atos de entidades públicas sejam praticados com publicidade, mas também com ampla prestação de contas em diversos meios.
- A LRF determina ampla divulgação, inclusive em meio eletrônico, dos instrumentos de planejamento e orçamento, da prestação de contas e de diversos relatórios e anexos;
XIII – Princípio da Programação
- Relaciona-se com o Orçamento-Programa, adotado no Brasil, determinando que o orçamento deve viabilizar o planejamento governamental, por meio de ações voltadas para o alcance desse fim;
- O princípio diz que o orçamento deve expressar o Programa de trabalho de cada entidade só do setor público. Portanto esse princípio é materializado na estrutura programática da despesa (programação, ação e subtítulo);
XIV – Princípio da Exatidão
- Determina que as estimativas devem ser tão exatas quanto possível de forma a garantir à peça orçamentária um mínimo de consistência para que possa ser empregado como instrumento de programação gerência e controle;
XV – Princípio da Precedência
- Determina que o orçamento de cada um dos entes da federação deve ser elaborado e encaminhado ao Poder Legislativo no ano anterior ao da sua execução;
XVI – Princípio da Quantificação/Nominalismo dos créditos orçamentários
Esse princípio veda:
- A concessão ou utilização de créditos ilimitados, mesmo em situações de calamidade pública;
- A realização de despesas e assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;
- Operações de créditos que excedam o montante previsto nas despesas de capital, excetuadas as ressalvadas constitucionais;
XVII – Princípio da Economicidade
- Representa a promoção de resultados esperados com o menor custo possível, visto que os recursos públicos são escassos;
- É a sendo união da qualidade, celeridade e menor custo na prestação do serviço ou no trato com os bens públicos;
- Está diretamente relacionado com o princípio da eficiência, que enfatiza o alcance dos objetivos através de meios mais simples e de menor custo;
XVIII – Princípio da Proibição do Estorno
É vedado a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa.
Atenção: o Destaque não fere o princípio da proibição do estorno, pois nele é feita a transferência de um órgão para o outro, mas a titularidade é mantida;
Exceção ao Princípio da Proibição do estorno
- Transferências de recursos no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e inovação, com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos restritos a essas funções mediante o ato do Poder Executivo, sem necessidade da prévia autorização legislativa;
XIX – Princípio da Aderência
Fazer com que a proposta orçamentária tenha qualidade;
XX – Princípio da Unidade de Tesouraria ou Unidade de caixa
Todo o recurso carreado ao Erário deve ser alocado em uma única conta.
As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no Banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder público e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.
Situações vedadas no Orçamento Público
I - O início de Programas e Projetos não previstos na Lei Orçamentária Anual;
- Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no Plano Plurianual, a não ser que seja feita Lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade;
II - Despesas ou obrigações que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;
III - Operações de crédito que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo poder Legislativo por maioria absoluta (Regra de Ouro);
IV - Abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes;
V - Transposição, remanejamento ou transferência de recursos sem autorização legislativa;
VI - Créditos ilimitados;
VII - Destinação de recursos do orçamento fiscal e da seguridade social para cobrir o déficit de fundos, empresas e fundações, salvo autorização legislativa;
VIII - Instituição de fundos sem autorização legislativa prévia;
IX - Pagamento de despesas com pessoal de outros entes federados, por meio de transferências voluntárias ou empréstimos, pela União e Estados e suas instituições financeiras;
Orçamento na Constituição Federal
- A vinculação entre o planejamento governamental e o orçamento é efetivada na Constituição de 1988 por meio de três diferentes leis/instrumentos:
I – Plano Plurianual (PPA);
II – Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO);
III – Lei Orçamentária Anual (LOA);
- Art. 165 ao 169!!!!!!!
- A iniciativa de elaboração dessas leis é de competência exclusiva do Chefe do Poder Executivo e deve apresentar os respectivos Projetos de lei nos prazos previstos no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT’s) ao Congresso Nacional;
Atenção: tais prazos não devem ser seguidos obrigatoriamente pelos demais entes da federação (Estados, DF e Municípios);
Cabe à Lei complementar:
- Dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do Plano Plurianual, da Lei de Diretrizes Orçamentárias e da Lei orçamentária anual;
- Estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da Administração direta e indireta bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos;
Atenção: essa Lei complementar ainda não foi criada, se mantendo em vigor os prazos previstos no ADCT’s.
- Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum.
- Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:
I – Examinar e emitir parecer sobre os projetos e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República;
II – Examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.
Portanto, cabe ao Poder Executivo elaborar e ao Poder Legislativo discutir, aprovar e fiscalizar, tendo auxílio do Tribunal de Contas da União na fiscalização.
Aprovação Presidencial
- Aprovado e decretado pelo Legislativo, o Projeto será encaminhado ao Presidente da República para a respectiva sanção presidencial, promulgação e publicação no Diário Oficial;
- O Presidente pode vetar, total ou parcialmente a proposta orçamentária, sendo nestes casos, devolvido ao Congresso Nacional no prazo de 15 dias, com as razões do veto, para julgamento do mesmo pelo Legislativo;
- Se o veto for rejeitado, será devolvido ao Presidente para promulgação final;
- Se o veto for mantido, o projeto será promulgado sem a parte que foi vetada;
I - Plano Plurianual (PPA)
- Representa a peça máxima do planejamento do Estado, sendo sua elaboração competência exclusiva do Chefe do Poder Executivo;
- É considerado como planejamento de MÉDIO PRAZO!!
- Estabelece de forma regionalizada as DIRETRIZES,
as METAS e os OBJETIVOS da Administração Pública com relação às Despesas de capital e outras delas decorrentes (Despesas correntes), bem como para as relativas aos Programas de duração continuada.
Atenção: cabe à legislação complementar a definição das bases e critérios nas quais deve se dar a regionalização dos objetivos e metas, porém, esta ainda não foi editada, sendo um dos desafios relacionados ao PPA.
Definição de Despesas de capital: despesas que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital, ou seja, equipamentos e instalações necessários para a produção de outros bens ou serviços, como máquinas, ferramentas, equipamentos, etc.;
Definição de Despesas correntes: despesas de custeio de manutenção das atividades dos órgãos da Administração Pública, como por exemplo, despesas com pessoal, juros da dívida, aquisição de bens de consumo, serviços de terceiros, manutenção de equipamentos, despesas com água, energia, telefone, etc.
Definição de Programas de Duração continuada: podem ser considerados todos aqueles que possuem período de vigência maior do que o de um exercício financeiro e que sejam finalísticos, como o Plano Nacional de Educação (PNE), Plano Nacional de Cultura, Plano Nacional de Viação, etc.
- As demais Leis orçamentárias, assim como Planos e Programas nacionais, regionais e setoriais previstos na CF, deverão ser compatíveis e elaborados em consonância com as diretrizes do Plano Plurianual, e apreciados pelo Congresso Nacional;
Prazos para elaboração do PPA
- O Projeto de Lei do PPA deve ser encaminhado até 4 meses antes do encerramento da sessão legislativa ordinária do primeiro ano do mandato do Chefe do Poder Executivo, ou seja, até 31 de agosto, devendo ser aprovado pelo Poder Legislativo até 22 de dezembro do mesmo ano, data do encerramento da sessão legislativa ordinária.
- O PPA tem vigência de 4 anos, compreendendo o segundo ano de mandato do Presidente da República até o primeiro ano de mandato do seu sucessor, ou seja, o prazo de duração do PPA não coincide com o mandato presidencial.
Dimensões do PPA
I – Dimensão estratégica: precede e orienta a elaboração dos Programas Temáticos, sendo composta por uma Visão de futuro, Eixos e Diretrizes estratégicas;
II – Dimensão tática: define caminhos exequíveis para as transformações da realidade que estão anunciadas nas Diretrizes estratégicas, considerando as variáveis inerentes à Política pública e reforçando a apropriação, pelo PPA, das principais agendas de governo e dos planos setoriais para os próximos 4 anos.
A Dimensão tática do PPA 2016-2019 é expressa nos Programas Temáticos e nos Programas de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado, abordando as entregas de bens e serviços pelo Estado à sociedade.
III – Dimensão operacional: relaciona-se com a otimização na aplicação dos recursos disponíveis e a qualidade dos produtos entregues, sendo especialmente tratada no Orçamento.
Prioridades da Administração Pública Federal para o PPA no período de 2016-2019:
I – Metas inscritas no Plano Nacional de Educação (Lei n. 13.005, de 25 de junho de 2014);
II – Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), identificado nas Leis orçamentárias anuais por meio de atributo específico;
III – Plano Brasil sem Miséria (PBSM), identificado nas Leis orçamentárias anuais pro meio de atributo específico;
Diretrizes do PPA no período de 2016-2019
I – Desenvolvimento sustentável orientado pela inclusão social;
II – Melhoria contínua da qualidade dos serviços prestados;
III – Garantia dos direitos humanos com redução das desigualdades sociais, regionais, étnico-racionais, geracionais e de gênero;
IV – Estímulo e valorização da educação, ciência, tecnologia e inovação e competitividade;
V – Participação social como direito do cidadão;
VI – Valorização e respeito à diversidade cultural;
VII – Aperfeiçoamento da Gestão Pública como foco no cidadão, na eficiência do gasto público, na transparência e no enfretamento à corrupção;
VIII – Garantia do equilíbrio das contas públicas;
Estrutura e Organização do PPA no período de 2016-2019
- Esta Lei do PPA foi elaborada como um instrumento mais estratégico, no qual seja possível ver com clareza as principais diretrizes de governo e a relação destas com os objetivos a serem alcançados nos Programas Temático.
- O novo PPA reforça a opção por um modelo de desenvolvimento com inclusão social e redução das desigualdades sociais, com foco na qualidade dos serviços públicos e no equilíbrio da economia, e está organizado em duas partes: dimensão estratégica, composta pela visão de futuro, por 4 eixos estratégicos e pelas 28 diretrizes estratégicas; e a dimensão tática, que apresenta os 54 Programas temáticos e os Programas de gestão, manutenção e serviços ao Estado;
- Reflete as políticas públicas e orienta a atuação governamental por meio de Programas Temáticos e de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado, assim definidos:
I - Programa Temático
Organizado por recortes selecionados de políticas públicas, expressa e orienta a ação governamental para a entrega de bens e serviços à sociedade (iniciativas).
- É composto pelos seguintes elementos constituintes:
1 - Objetivo: expressa as escolhas de políticas públicas para o alcance dos resultados almejados pela intervenção governamental e tem como atributos:
a) Órgão responsável: órgão cujas atribuições mais contribuem para a implementação do Objetivo ou da Meta;
b) Meta: medida do alcance do Objetivo, podendo ser de natureza quantitativa ou qualitativa;
c) Iniciativa: declaração dos meio e mecanismos de gestão que viabilizam os Objetivos e suas Metas, explicitando a lógica da intervenção;
2 - Indicador: referência que permite identificar e aferir, periodicamente, aspectos relacionados a um programa, auxiliando a avaliação dos seus resultados;
3 – Valor Global do Programa: estimativa dos recursos orçamentários e extraorçamentários previstos para a consecução dos Objetivos, sendo os orçamentários segregados nas esferas Fiscal e da Seguridade Social e na esfera de Investimento das Empresas Estatais, com as respectivas categorias econômicas;
4 – Valor de Referência: parâmetro financeiro utilizado para fins de individualização de empreendimento como iniciativa no Valor Global do Programa, estabelecido por Programa Temático e especificado para as esferas Fiscal e da Seguridade Social e para a esfera de Investimentos das Empresas Estatais;
II - Programa de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado
Expressa e orienta as ações destinadas ao apoio, à gestão e à manutenção da atuação governamental;
Atenção: não integram o PPA 2016-2019 os Programas destinados exclusivamente a operações especiais; que são despesas que não contribuem para manutenção, expansão e aperfeiçoamento das ações de governo (pagamento de juros, aposentadorias, inativos e pensionistas)
Integração com as Leis Orçamentárias Anuais
Os Programas constantes do PPA no período de 2016-2019 estarão expressos nas Leis orçamentárias anuais e nas Leis de crédito adicional;
I – As ações orçamentárias (projetos, atividades, operações especiais) serão discriminadas exclusivamente nas Leis orçamentárias;
II – Nos Programas Temáticos, cada ação orçamentária estará vinculada a um único Objetivo, exceto as ações padronizadas (ações comuns a vários órgãos, como por exemplo, pagamento de pessoal);
III – As vinculações entre ações orçamentárias e Objetivos do PPA constarão das Leis orçamentárias anuais;
IV – O Valor Global dos Programas, bem como os enunciados dos Objetivos e Metas, não constituem limites à programação e à execução das despesas expressas nas Leis orçamentárias anuais e nas Leis de crédito adicional;
Gestão do PPA no período de 2016-2019
Consiste na articulação dos meios necessários para viabilizar o alcance dos Objetivos e das Metas, sobretudo para a garantia de acesso às políticas públicas pelos segmentos mais vulneráveis, e busca o aperfeiçoamento dos:
I – Mecanismos de implementação e integração das políticas públicas;
II – Critérios
de regionalização das políticas públicas;
III – Mecanismos de monitoramento, avaliação e revisão do Plano;
IV – Instrumentos de cooperação federativa;
- A regionalização será expressa em macrorregiões, estados ou municípios, podendo em casos específicos, ser aplicados recortes mais adequados para o tratamento de determinadas políticas públicas, tais como região hidrográfica, bioma, território de identidade e área de relevante interesse mineral.
- A Gestão do PPA 2016-2019 observará os seguintes princípios: publicidade, impessoalidade, eficiência, economicidade e efetividade (P.I.E.E.E);
- O Plano Plurianual 2016-2019 é elaborado no Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (SIOP).
II - Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
- A criação do Plano Plurianual e da Lei de Diretrizes Orçamentárias somente se deu na CF/88, onde foi possível promover a integração entre plano e orçamento;
- A LDO foi criada com a incumbência de promover o elo e a integração entre o planejamento estratégico de médio prazo (PPA) e o planejamento operacional (LOA);
- É uma Lei ordinária;
- A vigência da LDO, será superior a 1 ano, em torno de 1 ano e meio, pois é aprovada no meio do ano;
Atenção: a LDO elaborada no primeiro ano de mandato não é baseada em PPA previamente aprovado;
- O Projeto de Lei da LDO inicia-se no Poder Executivo e deve ser encaminhado até 8 meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro, ou seja, até 15 de abril, devendo ser aprovado até 17 de julho pelo Congresso Nacional, sob pena de não poder entrar em recesso;
- O órgão que coordena a elaboração do Projeto de Lei da LDO ocorre na Secretaria de Orçamento Federal (SOF) do Ministérios de Orçamento e Gestão (MPO), com a colaboração da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), que faz parte do Ministério da Fazenda, principalmente nas questões relacionadas à dívida mobiliária federal e às normas sobre execução orçamentária.
Cabe a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO):
I - Estabelecer as METAS e PRIORIDADES da Administração Pública, incluindo as Despesas de capital para o exercício financeiro subsequente;
II - Orientar a elaboração e execução da Lei de Orçamento Anual (LOA);
III - Estabelecer a política de aplicação das Agências financeiras Oficiais de fomento;
IV - Dispor sobre as alterações na Legislação tributária;
 
Lei Complementar n. 101/2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) ampliou os objetivos da LDO, passando a dispor também sobre:
I - Equilíbrio entre Receitas e Despesas;
II - Critérios e forma de limitação de empenho (limitação de gastos em caso de Despesa fixada maior que Receita arrecadada no final de cada bimestre);
III - Normas relativas ao controle de custos e à avaliação de resultados dos Programas que são financiados com recursos dos orçamentos;
IV - Demais condições e exigências para a transferência voluntária de recursos (transferências de recursos a entidades públicas e privadas);
A Lei de Responsabilidades Fiscais ainda criou 2 importantíssimos anexos que deverão compor a LDO, o Anexo de Metas fiscais e o Anexo de Riscos fiscais, compreendendo:
A Mensagem que encaminhar o Projeto da LDO da UNIÃO apresentará, em Anexo específico:
I - Os objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial (objetivos do BACEN);
II - Os parâmetros e as projeções para seus principais agregados e variáveis;
III - Metas de inflação, para o exercício subsequente.
III - Lei Orçamentária Anual (LOA)
Definição do Ministério do Planejamento: é na LOA que o Governo define as prioridades contidas no PPA e as metas que deverão ser atingidas naquele ano, sendo nela disciplinadas todas as ações do Governo.
- Finalidade da LOA: concretizar os objetivos e metas estabelecidos no PPA;
- É o Orçamento por excelência ou o Orçamento propriamente dito do Governo, em que estarão consignadas a Previsão das receitas e Fixação das despesas;
- As ações do Governo estaduais e municipais devem estar registradas nas Leis orçamentárias dos Estados e dos Municípios;
- Possuirá vigência de 1 ano (Princípio da anualidade);
A Lei Orçamentária Anual (LOA) compreenderá:
I - Orçamento Fiscal: plano de atuação fiscal do Setor público para um determinado exercício, isto é, a sistematização das intervenções pelas quais serão implementadas as políticas fiscais estabelecidas.
Referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da Administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público (Estatais dependentes entram aqui também);
II - Orçamento de Investimento de empresas: empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto (Estatais dependentes e independentes entram aqui);
III - Orçamento da Seguridade Social: abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da Administração direta e indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público, referindo-se às despesas e receitas vinculadas à seguridade social, compreendendo saúde, previdência social, assistência social;
Atenção:
- A Constituição determina que os Orçamentos Fiscal e de Investimento das Estatais deverão buscar a redução das desigualdades inter-regionais;
- O Orçamento da Seguridade Social possui o objetivo específico de financiar a saúde, a previdência e a assistência social, dessa forma, não se alinha a esses objetivos a redução das desigualdades inter-regionais;
É vedado a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos.
Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), trouxe vedações à LOA de:
I - Créditos com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada;
II - Investimentos com duração superior a um exercício financeiro que não esteja previsto no PPA ou em Lei que autorize a sua inclusão, sob pena de crime de responsabilidade;
O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) deverá ser encaminhado ao Legislativo até 31 de agosto de cada ano, 4 meses antes do término do exercício financeiro, devendo o Legislativo devolver o projeto aprovado até 22 de dezembro (sem sanção em caso de não cumprimento do prazo);
Atenção: diferentemente do PPA e da LDO, a LOA pode não ser aprovada!
O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), de acordo com a LRF, deverá conter:
I - Demonstrativo da compatibilidade da Programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes do Anexo de Metas Fiscais (LDO); 
II - Demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as Receitas e Despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.
III - Medidas de compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado;
IV - Reserva de Contingência, cuja forma de utilização e montante, com base na Receita corrente líquida, será estabelecida na LDO, destinada ao atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos;
V - Despesas relativas à Dívida pública mobiliária (títulos públicos emitidos pelo Governo) ou contratual, e as Receitas que as atenderão;
VII - O refinanciamento da Dívida pública constará separadamente na Lei orçamentária e nas de crédito adicional;
VIII - A atualização monetária do principal da Dívida mobiliária refinanciada não poderá superar a variação do índice de preços previsto na LDO, ou em legislação específica;
IX - É vedado consignar na Lei orçamentária anual, crédito com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada (Princípio da quantificação do crédito);
X – Integrarão e serão incluídas na LOA, as Despesas do Banco Central do Brasil relativas a pessoal e encargos sociais, custeio administrativo (inclusive os destinados a benefícios e assistência aos servidores) e a investimentos;
A Lei Orçamentária Anual na Lei n. 4.320/1964
I - A Lei orçamentária anual compreenderá a discriminação das Receitas e Despesas, de forma a evidenciar a Política econômica financeira
e o Programa de trabalho do governo, obedecendo os princípios da unidade, universalidade e anualidade.
II - A Lei orçamentária anual compreenderá todas as Despesas próprias dos órgãos do Governo e da Administração centralizada (Administração direta, Estatais dependentes, fundos, fundações, autarquias), ou que, por intermédio deles se devam realizar;
III – A Lei orçamentária anual não consignará dotações globais (princípio da especificação) destinadas a atender indiferentemente as despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências u quaisquer outras, ressalvado os Programas especiais de trabalho (PETs) e a Reserva contingencial;
IV – Na Lei orçamentária anual, todas as Receitas e Despesas constarão pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções (princípio do orçamento bruto);
As contas de receitas que uma entidade pública deva transferir a outra incluir-se-ão, como despesa, no orçamento da entidade obrigada a transferência e, como receita, no orçamento da que as deva receber.
- Deve ser integrado e acompanhado dos seguintes quadros:
	Integra obrigatoriamente a LOA
	Acompanha a LOA
	Sumário geral da Receita por fontes (de onde sai as receitas) e da Despesa por funções do Governo (áreas onde se vai gastar);
	Quadros demonstrativos da Receita e
 Planos de aplicação dos fundos especiais;
	Quadro demonstrativo da Receita e Despesa segundo as Categorias Econômicas (Receitas/Despesas Correntes ou De capital);
	
Quadros demonstrativos da Despesa;
	
Quadro discriminativo da Receita por fontes e respectiva legislação;
	Quadro demonstrativo do Programa anual de trabalho do Governo, em termos de realização de obras e de prestação de serviços;
	Quadro das dotações por órgãos (unidades orçamentárias) do Governo e da Administração;
	
Quadro comparativo dos Prazos e Vigências do PPA, LDO e LOA:
Técnicas e etapas da Elaboração Orçamentária
I - Processo descendente (Top-down): os objetivos são estabelecidos em função das necessidades, sem maior consideração aos meios. Aos níveis mais baixos da hierarquia cabe apenas elaborar os Planos de trabalho de acordo com os objetivos fixados pela cúpula;
Vantagens:
- Maior conhecimento das necessidades gerais, pois a cúpula pode vislumbrar objetivos mais abrangentes;
- Melhor adequação dos recursos aos objetivos;
- Maior mobilidade de ação;
- Menor possibilidade de incorrer em duplicação de serviços;
Desvantagens:
- Perigo de uma programação utópica, desconhecendo-se as possibilidades reais da administração;
- Risco da falta de adesão das unidades executoras;
II - Processo ascendente (Up-down): os objetivos são estabelecidos pelos órgãos inferiores da hierarquia e são aprovados pela administração central. Nesse processo cada Unidade operacional deve relacionar seu planejamento, orçamento e avaliação às necessidades em relação aos meios disponíveis;
Vantagens
- As Unidades por conhecerem melhor o meio onde estão situadas, apresentam maior realismo na programação;
- Esse processo funciona como motivador, gerando compreensão e adesão dos órgãos executores;
Desvantagens:
- Os órgãos operacionais geralmente têm visão limitada na determinação dos objetivos;
- Tendência de concentrar recursos em programas de ampliação apenas qualitativa, por ausência de objetivos;
- Risco de duplicação de serviços, gerando desperdícios de recursos;
III - Processo intermediário ou misto: os níveis hierárquicos mais altos traçam as diretrizes e os objetivos em função dos meios disponíveis, e com esses parâmetros as Unidades operacionais elaboram os Planos de trabalho que serão consolidados setorialmente nos Ministérios ou Secretarias e, finalmente, no órgão central de planejamento. Esse é o processo adotado no Brasil.
Vantagens:
- Maior adequação dos objetivos aos meios e vice-versa, evitando planos utópicos, bem como a visão limitada sobre os objetivos governamentais;
- Eliminação do risco de duplicação de serviços;
- Adesão das unidades executoras;
Desvantagens:
- Processo mais burocrático, demorado e complexo;
- Dificuldade de planejar por parte das unidades administrativas;
- Tendência do órgão central de planejamento para atuar de modo autoritário, fazendo cortes lineares desprovidos de racionalidade;
Sistema de Planejamento e Orçamento Federal (SPOF)
- Compreende as atividades de elaboração, acompanhamento e avaliação de Planos, Programas e Orçamentos, e de realização de estudos e pesquisas socioeconômicas, sendo composto pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), pelos Órgãos setoriais e pelos Órgãos específicos;
São finalidades desse Sistema:
I - Formular o Planejamento estratégico nacional;
II - Formular Planos nacionais, setoriais e regionais de desenvolvimento econômico e social;
III - Formular o Plano Plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais;
IV - Gerenciar o processo de Planejamento e orçamento federal;
V - Promover o processo de Planejamento e orçamento federal;
VI - Promover a articulação com os Estados, o DF e os Municípios, visando à compatibilização de normas e tarefas afins aos diversos Sistemas, nos planos federal, estadual, distrital e municipal;
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG)
- É o Órgão central de Planejamento e Orçamento, que elabora a Proposta de Lei Orçamentária e o Quadro de detalhamento da Despesa através da Secretaria de Orçamento Federal (SOF);
Quadro de detalhamento da Despesa (QDD): instrumento que detalha, em nível operacional, os subprojetos e subatividades constantes da LOA, especificando as Unidades orçamentárias de cada órgão, fundo ou entidades dos Orçamentos fiscal e da seguridade social, especificando, para cada categoria, a fonte de recursos, a categoria econômica, o grupo de despesa e a modalidade de aplicação. É o ponto de partida para a execução orçamentária.
- No âmbito dos Estados, cada estado terá sua própria Secretaria de Planejamento e Orçamento.
Ministério da Fazenda (MF)
- A Secretaria do Tesouro Nacional (STN) é o Órgão central de Contabilidade, que elabora a Proposta de Programação financeira e o Balanço nacional;
- A execução do orçamento ficará a cargo dos Órgãos de nível mais abaixo, que são as Unidades orçamentárias;
Secretaria de Orçamento Federal (SOF)
I - Coordena o processo de elaboração do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) e do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO);
II - Definir as estratégias, normas e diretrizes gerais do processo de elaboração da Lei Orçamentária Anual, logo, os Órgãos setoriais e Unidades orçamentárias de outros Poderes e órgãos estarão vinculadas às diretrizes da SOF, apesar de não estarem vinculadas hierarquicamente.
III - Consolidação e formalização da Proposta Orçamentária da União;
IV – Realização de estudos e pesquisas concernentes ao desenvolvimento e ao aperfeiçoamento do Processo Orçamentário Federal;
V - Responsável pela coordenação, consolidação e elaboração dos Orçamentos Ficais e Orçamentos de Seguridade Social;
VI - Orientação, coordenação e supervisão técnica dos Órgãos setoriais de orçamento;
VII - Fixação de parâmetros e referenciais monetários para a apresentação das propostas dos Órgão setoriais;
VIII - Análise e validação das Propostas orçamentárias dos Órgãos setoriais;
IX – Coordenação das atividades relacionadas à tecnologia de informações orçamentárias necessárias ao trabalho desenvolvido pelos agentes do Sistema orçamentário federal;
- Cabe à SOF indicar os quantitativos das Receitas para cada órgão, a fim de atender às despesas obrigatórias, prioritárias e discricionárias de sua responsabilidade;
- Cabe à SOF trabalhar nas atividades relativas ao cumprimento das metas fiscais delineadas pelo Governo Federal, ou seja, na Avaliação Fiscal, compreendendo: a Gestão do cumprimento da meta fiscal, a atualização dos cenários fiscais, a avaliação das projeções de receitas e a avaliação das projeções de despesas obrigatórias;
- Com base nesse montante autorizado, cabe aos órgãos e entidades dos Poderes elaborarem
seus orçamentos individuais para o exercício seguinte e os encaminharem de volta à SOF;
- Recebido os orçamentos individuais, a SOF estará encarregada de consolidar todas essas propostas e de submetê-las em conjunto (na forma de Projeto de LOA) à Presidência da República;
- Caso seja aprovado o pedido de crédito adicional, serão preparados pela SOF os atos legais necessários à formalização da alteração no orçamento.
Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos (SPI)
- Responsável pelo Plano Plurianual (PPA).
Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (DEST)
- Responsável pelo Orçamento de investimento nas estatais.
Órgão Setorial (O.S)
Desempenha o papel de articulador no seu âmbito, atuando verticalmente no processo decisório e integrando os produtos gerados no nível subsetorial, coordenado pelas Unidades orçamentárias.
Sua atuação no processo de elaboração envolve:
I – Estabelecer diretrizes setoriais para elaboração da Proposta orçamentária;
II – Definir as instruções, normas e procedimentos a serem observados no âmbito do órgão durante o processo de elaboração da Proposta orçamentária;
III – Coordenar o processo de elaboração da Proposta orçamentária no âmbito do Órgão setorial;
IV – Consolidação e formalização da Proposta orçamentária do órgão;
V – Avaliação da adequação da Estrutura programática e Mapeamento das alterações necessárias;
VI – Coordenação do Processo de atualização e aperfeiçoamento da qualidade das informações constantes do cadastro de programas e ações (no SIOP);
VII – Fixar de acordo com as prioridades setoriais, os referenciais monetários para apresentação das propostas orçamentárias da Unidades orçamentárias;
VIII – Análise e validação das Propostas orçamentárias provenientes da Unidades orçamentárias;
Os Órgãos setoriais são responsáveis por unificar as propostas das Unidades orçamentárias de um mesmo órgão ou Poder e repassá-las à SOF até o dia 15/08, conforme dispõe na LDO 2017.
Unidade Orçamentária (U.O)
- É um órgão ou conjunto de serviços subordinados ao mesmo órgão que recebe recursos diretamente do Orçamento, porém, não necessariamente possui estrutura física;
Pode corresponder a vários órgãos da estrutura administrativa ou apenas a uma parte de um único órgão.
- Coordenadora do processo de elaboração da Proposta orçamentária no seu âmbito de atuação, integrando e articulando o trabalho das Unidades administrativas componentes.
Trata-se de momento importante do qual dependerá a consistência da proposta do órgão, no que se refere a metas, valores e justificativas que fundamentam a programação;
- São responsáveis pela apresentação da Programação orçamentária detalhada da Despesa por Programa, Ação orçamentária e Subtítulo (aonde vai ser gasto).
Seu campo de atuação no processo de elaboração compreende:
I – Consolidação e formalização da Proposta orçamentária da Unidade orçamentária;
II – Estudos de adequação da Estrutura programática do exercício;
III – Formalização ao Órgão setorial da Proposta de alteração da Estrutura programática sob a responsabilidade de suas Unidades administrativas;
IV – Coordenação do Processo de atualização e aperfeiçoamento das informações constantes do cadastro de ações orçamentárias;
V – Fixar de acordo com as prioridades, os referenciais monetários para apresentação das propostas orçamentárias das Unidades administrativas;
VI – Análise e validação das Propostas orçamentárias das Unidades administrativas;
Fluxograma de Elaboração da Proposta Orçamentária, com seus atores e missões:
 
Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (SIOP)
- Sistema de informação utilizado na esfera federal nos processos de Planejamento e Orçamento, funcionando como um sistema único para alimentar e atualizar o cadastro de programas e ações, utilizado por todos órgãos centrais, setoriais e as unidades orçamentárias do Governo Federal.
- Objetivo de otimizar procedimentos, reduzir custos e oferecer/integrar informações para o gestor público e para os cidadãos;
O Sistema é utilizado para:
I - Elaboração do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias;
II - Elaboração do Projeto de Lei Orçamentária Anual;
III – Elaboração, revisão, monitoramento e acompanhamento do Projeto de Lei do Plano Plurianual;
IV - Alterações orçamentárias/créditos: ferramentas para permitir os ajustes necessários ao orçamento durante a execução (créditos suplementares, créditos especiais, créditos extraordinários e ajustes em classificações);
V - Acompanhamento das Estatais: ferramentas para permitir acompanhar a execução orçamentária das Empresas Estatais;
VI - Acompanhamento orçamentário: ferramentas para permitir o registro físico das Ações orçamentárias da União;
Composto pelo SIOP Operacional e pelos Mecanismos de consulta ou SIOP-Gerencial (SIOPLegis, SIOP BI e SIOP Acesso Público), que irão conter valores do exercício corrente e anterior, bem como os valores do Projeto da Lei Orçamentária Anual do exercício seguinte;
SIOP-Legis: possibilita a consulta à legislação que reúne documentos oficiais publicados, como leis, decretos, portarias, instrumentos normativos, regulamentos, decisões, declarações, comunicações e outros cujo assunto seja relacionado, direta ou indiretamente, ao orçamento público ou sobre ele cause impacto.
Qualquer cidadão pode acessar o conteúdo, sem necessidade de cadastro prévio;
SIOP Relatório: fornece informações sobre o orçamento federal e as suas alterações e execução no ano corrente e dados históricos de forma gerencial ou operacional, facilitando a análise e o acompanhamento da execução orçamentária por meio de relatórios;
SIOP Gerencial-BI: permite acesso amplo e facilitado às informações do SIOP, SIAFI e outras bases de dados sobre planos e orçamentos públicos, suas alterações, a execução do ano corrente, restos a pagar, etc. por meio de uma única ferramenta de consulta de Business Intelligence BI;
SIOP-Acesso Público: o acesso ao sistema é limitado aos servidores que participam destes processos, contudo, em 2012, foi criada uma área externa para livre acesso do cidadão, imprensa, estudiosos e qualquer outro setor da sociedade civil, chamada de SIOP Acesso Público, contendo algum dos módulos do sistema.
Os órgãos setoriais juntamente com as Unidades Orçamentárias realizam o detalhamento da Proposta orçamentária em consonância com a estrutura programática, ou seja, em programas, com as respectivas atividades, projetos e operações especiais, além do subtítulo;
Verificação da compatibilidade das propostas encaminhadas pelos órgãos setoriais, com os limites orçamentários estabelecidos. Havendo incompatibilidades, o próprio SIOP não permitirá que a proposta elaborada seja encaminhada, requerendo, assim, ajustes nos valores inconformados;
Alterações orçamentárias no SIOP
Módulo “Pleitos”: usado para avaliar pressões sobre o orçamento futuro, onde cada “pleito” equivale à tramitação de um pedido de crédito encaminhado para SOF, permitindo seu acompanhamento em tempo real.
Módulo “Receita”: permite consulta à arrecadação, a alocação das fontes de receitas, a projeção de cenários e de estimativas, a consolidação e divulgação das previsões.
Módulo “LDO”: permite a proposição, avaliação e tramitação de emendas à LDO, existindo 4 tipos de emendas possíveis:
- Emenda aditiva: propõe inclusão de um novo dispositivo antes do dispositivo selecionado;
- Emenda modificativa: propõe a alteração do texto do dispositivo;
- Emenda substitutiva: propõe a exclusão do dispositivo por inteiro e sua substituição por outro;
- Emenda supressiva: propõe a exclusão do dispositivo;
Processo de detalhamento da Proposta setorial
- Compreende 3 etapas decisórias: Unidade Orçamentária, Órgão Setorial e Órgão Central;
- Cada momento é tratado exclusivamente pelos atores orçamentários responsáveis pela respectiva etapa decisória e não pode ser compartilhado, o que confere privacidade e segurança aos dados;
Elaboração da Proposta Orçamentária
I – Planejamento: diretrizes e objetivos;
II –
Programação: definição das atividades necessárias para atingir os objetivos;
III – Projeto: definição dos insumos e materiais de mão de obra para realizar as atividades;
IV – Orçamentação: definição dos custos e recursos para a execução de projetos, os quais devem conter a definição da quantidade de produto a ser ofertado à sociedade ao final de seu período de execução;
Sistema Integrado de Administração Federal (SIAFI)
- É o sistema de informação utilizado na esfera federal para acompanhamento e controle diário da execução orçamentária, financeira e patrimonial dos órgãos da Administração Pública, objetivando minimizar custos e dar eficiência e eficácia na gestão dos recursos alocados na Lei Orçamentária Anual;
- Desenvolvido pelo Serviço Federal de Processamento de Dados, processa e controla a execução orçamentária, financeira, patrimonial e contábil dos órgãos da Administração Pública contemplados no Orçamento fiscal e da Seguridade social da União;
- Possibilita a geração de informações seguras e tempestivas, sendo destinadas a todos os níveis da Administração Pública federal;
- Possui a unificação dos recursos financeiros da União em uma Conta Única, o que contribui para a capacidade dos órgãos em realizar de forma eficiente a execução do orçamento
A amplitude do SIAFI compreende:
I - Registro do Orçamento Inicial da Receita e Despesa em todas as Unidades Gerenciais;
II - Emissão das Demonstrações Financeiras Contábeis mensais e anuais;
III - Procedimentos específicos de encerramento e abertura de exercício. 
IV – Acesso, em qualquer momento, às Demonstrações e saldos orçamentários e financeiros das Unidades Gerenciais;
Realidade e Desafios antes do SIAFI (Antecedentes)
I – Emprego de métodos rudimentares de trabalho, onde na maioria dos casos, os controles de disponibilidades orçamentárias e financeiras eram exercidos sobre registros manuais;
II – Falta de informações gerenciais em todos os níveis da Administração Pública e utilização das Contabilidade como mero instrumento de registros formais;
III – Defasagem de pelo menos 45 dias entre o encerramento do mês e o levantamento das Demonstrações orçamentárias, financeiras e patrimoniais, inviabilizando o uso das informações para fins gerenciais;
IV – Incompatibilidade dos dados em decorrências da diversidade de fontes de informações e das várias interpretações sobre cada conceito, comprometendo o processo de tomada de decisões;
V – Estoque ocioso de moeda dificultando a administração de caixa, decorrente da existência de inúmeras contas bancárias no âmbito do Governo Federal;
VI – Existências de múltiplas contas bancárias para cada despesa em cada Unidade;
Objetivos do SIAFI:
I – Prover os órgãos da Administração Pública de mecanismos adequados ao controle diário da execução orçamentária, financeira e contábil;
II – Fornecer meios para agilizar a Programação financeira, otimizando a utilização dos recursos do Tesouro Nacional, através da unificação dos recursos de caixa do Governo Federal;
III – Permitir que a Contabilidade aplicada à Administração Pública seja fonte segura e tempestiva de informações gerenciais para todos os níveis da Administração Pública;
IV – Integrar e compatibilizar as informações no âmbito do Governo Federal;
V – Proporcionar a transparência dos gastos públicos;
VI – Padronizar métodos e rotinas de trabalho relativas à gestão dos recursos públicos, sem implicar rigidez ou restrição a essa atividade, uma vez que ele permanece sob total controle do ordenador de despesa de cada Unidade gestora;
VII – Permitir o registro contábil dos balancetes dos Estados e Municípios e de suas supervisionadas;
VIII – Permitir o controle da Dívida interna e externa;
IX – Permitir o acompanhamento e a avaliação do uso dos recursos públicos;
X – Servir de instrumento no auxilio ao processo de tomada de decisões dos dirigentes públicos;
Vantagens do SIAFI:
I - Contabilidade: o gestor ganha rapidez na informação, qualidade e precisão em seu trabalho;
II - Finanças: agilização da programação financeira, otimizando a utilização dos recursos do Tesouro Nacional, por meio da unificação dos recursos de caixa do Governo Federal na Conta Única no Banco Central;
III - Orçamento: a execução orçamentária passou a ser realizada dentro do prazo e com transparência, completamente integrada a execução patrimonial e financeira;
IV - Visão clara de quantos e quais são os gestores que executam o orçamento: são mais de 4.000 gestores cadastrados, que executam seus gastos através do sistema de forma “online”;
V - Desconto na fonte de impostos: no momento do pagamento, já é recolhido o imposto devido;
VI - Auditoria: facilidade na apuração de irregularidades com o dinheiro público;
VII - Transparência: detalhamento total do emprego dos gastos públicos disponível em relatórios publicados no site;
VIII - Fim da multiplicidade de contas bancárias: os números da época indicavam 3.700 contas bancárias e o registro de aproximadamente 9.000 documentos por dia, com a implantação do Siafi, constatou-se que existiam em torno de 12.000 contas bancárias e se registravam em média 33.000 documentos diariamente. Hoje, 98% dos pagamentos são identificados de modo instantâneo na Conta Única e 2% deles com uma defasagem de, no máximo, 5 dias.
Características do SIAFI:
• Sistema disponível 100% do tempo e online;
• Sistema centralizado, o que permite a padronização de métodos e rotinas de trabalho;
• Interligação em todo o território nacional;
• Utilização por todos os órgãos da Administração Direta (poderes Executivo, Legislativo e Judiciário);
• Utilização por grande parte da Administração Indireta;
• Integração periódica dos saldos contábeis das entidades que ainda não utilizam o Siafi, para efeito de consolidação das informações econômico-financeiras do Governo Federal – à exceção das Sociedades de Economia Mista, que têm registrada apenas a participação acionária do Governo – e para proporcionar transparência sobre o total dos recursos movimentados.
Formas de acesso ao SIAFI
O acesso à execução orçamentária, financeira e patrimonial pelas Unidades Gestoras (UG) pode ser dar de forma online ou offline, cabendo a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) definir e alterar a forma de acesso de cada UG, ouvindo o respectivo Ministério do Órgão.
A forma de acesso online caracteriza-se pelo fato de:
I - Todos os documentos orçamentários e financeiros da UG serem emitidos diretamente pelo sistema;
II - A própria UG atualizar os arquivos do sistema, digitando por meio de terminais conectados ao SIAFI, dados relativos aos atos e fatos de gestão;
III - As disponibilidades financeiras da UG serem individualizadas em contas contábeis no SIAFI, compondo o saldo da Conta Única e de outras contas de arrecadação ou devolução de recursos;
A forma de acesso offline caracteriza-se pelo fato de:
I - As disponibilidades financeiras da Unidade serem individualizadas em conta corrente bancária e não comporem a Conta Única;
II - A UG emitir seus documentos orçamentários, financeiros e contábeis previamente à introdução dos respectivos dados no sistema;
III - A UG não introduzir os dados relativos a seus documentos no sistema, o que é feito por meio de outra Unidade, denominada Polo de Digitação;
Atenção: por meio de convênio ou de termo de cooperação técnica entre interessados e o Tesouro Nacional, entidades de caráter privado também podem utilizar o SIAFI.
Modalidades de Consultas do SIAFI
Consulta analítica: é online (tempo real) e apresenta informações atualizadas até o instante em que foram solicitadas, pois utiliza os próprios arquivos onde são atualizados os movimentos diários do sistema, ou seja, todos os documentos registrados até o momento estão computados nas informações apresentadas;
Consulta sintética: é online, mas utilizam arquivos sintéticos gerados em processamento noturno, quando o SIAFI está indisponível para o usuário (batch), apresentando informações atualizadas até o dia útil anteriores à data de consulta.
Funcionamento

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