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TRABALHO SUCESSÕES EQUIPARAÇÃO DO COMPANHEIRO AO CONJUGE PELO STF

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TRABALHO DE SUCESSÕES
EQUIPARAÇÃO DO COMPANHEIRO AO CÔNJUGE PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF
Adriana Lago�
I Introdução
A disparidade de tratamento entre cônjuges e companheiros é uma questão histórica enfrentada pelo Direito Civil Brasileiro. Com a modificação do conceito de família e a conquista de maior espaço pelo cônjuge em relação ao Direito Sucessório, algumas injustiças ainda permanecem no que diz respeito aos direitos a título de sucessão causa mortis, nas relações derivadas de uniões estáveis e do casamento.
Veja-se, por exemplo, a porção herdada pelo cônjuge. Na antiga lei, ele só recebia herança na ausência de descendentes e ascendentes do de cujus. Nos casamentos realizados sob regime de comunhão universal de bens a regra era protetiva pelo próprio direito da meação sobre a totalidade dos bens, e ainda assim, havia o direito real de habitação. Já nos outros tipos de regimes, era proporcionado apenas o chamado usufruto vidual sobre parte do patrimônio. 
Atualmente, com a vigência do Código Civil (C.C) de 2002, o entendimento é diverso. O cônjuge tem reservado para si uma série de direitos, dentre eles: o da concorrência com os descendentes - com critério de dependência do regime de bens e reserva mínima de ¼ do patrimônio se forem filhos comuns; a privilegiada concorrência com os ascendentes; a promoção ao status de herdeiro necessário; o direito real de habitação, independente da existência do direito sucessório; além da sucessão exclusiva na terceira classe e da evidente manutenção do seu direito de meação vinculada ao regime de bens adotado. 
Com relação ao companheiro, também houve algumas evoluções legislativas. Ele foi sujeito de direitos promovidos pela legislação, com a ampliação constitucional do conceito de família, abarcando o entendimento relativo não somente às uniões provenientes do matrimônio, mas também àquelas informais e monoparentais. 
Mesmo com as mudanças na lei, no entanto, percebe-se que ainda não se atingiu o ponto ideal de equilíbrio nas relações hereditárias estabelecidas entre companheiros e cônjuges. Muitas impropriedades ainda permanecem, remanescendo diferenças que afrontam aos mais basilares princípios constitucionais do Estado Democrático de Direito, como os Princípios da Dignidade da Pessoa Humana e da Afetividade. 
Dessa forma, o presente trabalho tem por objeto fazer uma análise da equiparação do companheiro ao cônjuge pelo STF, promover a discussão a respeito das diferenças de tratamento da legislação brasileira em relação a cônjuges e companheiros, trazendo entendimentos doutrinários e jurisprudenciais, além de julgados a respeito da temática.
II Sucessão do Cônjuge (art. 1.829, Código Civil, 2002)
No começo do século XX, ocorreu uma notável alteração quanto à ordem da vocação hereditária, invertendo-se a posição do cônjuge e dos colaterais, ficando o cônjuge sobrevivente em terceiro lugar, depois dos descendentes e dos ascendentes, e os colaterais em quarto. A mudança foi determinada pelo Decreto nº 1.839, de 31 de dezembro de 1907 (conhecido como Lei Feliciano Penna). Além disto, a Lei Feliciano Penna limitou o chamamento dos colaterais ao 6º grau, o que, na época, foi considerado uma inovação importante (ZENO VELOSO, 2001).
O Código Civil de 1916 manteve as soluções da Lei Feliciano Penna, expondo, no art. 1.603, a ordem da vocação hereditária, afirmando, no art. 1.611, que à falta de descendentes ou ascendentes será deferida a sucessão ao cônjuge sobrevivente, se, ao tempo da morte do outro, não estavam desquitados (após a Lei do Divórcio, o 3º dispositivo passou a dizer: “se não estava dissolvida a sociedade conjugal”) (ZENO VELOSO, 2001).
O art. 1.612 (C.C), em sua versão original, previa: “Se não houver cônjuge sobrevivente, ou ele incorrer na incapacidade do artigo 1.611, serão chamados a suceder os colaterais até o sexto grau”. Este art. 1.612 foi sucessivamente alterado: o decreto-lei no 1.907, de 26/12/1939, limitou o direito hereditário dos colaterais ao 2o grau (irmãos); o dec.-lei no 8.207, de 22/11/1945, determinou que a vocação hereditária dos colaterais ia até o 3o grau (tios, sobrinhos); por último, o dec.-lei no 9.461, de 15/07/1946, fixou a vocação dos colaterais até o 4o grau (tio-avô, sobrinho-neto, primos) (ZENO VELOSO, 2001).
Assevera Clóvis Beviláqua que, unidos pelo mais íntimo dos laços, pela comunhão de afetos e de interesse, era uma necessidade moral indeclinável conceder, ao cônjuge sobrevivo, direito sucessório preferente ao dos colaterais, embora achasse que o Código devia ter ido um pouco além. Em comentários ao art. 1.603, o civilista emérito propõe: “Em rigor, o cônjuge supérstite deveria fazer parte das duas primeiras classes de sucessíveis, salvo se pelo regime do casamento lhe coubesse levantar a metade do patrimônio da família, porque, então, já estaria, economicamente, amparado” (ZENO VELOSO, 2001).
Pelo visto, o cônjuge sobrevivente, no Código de 1916, é herdeiro legítimo, mas facultativo, não necessário, ocupando o terceiro lugar na ordem da vocação hereditária. Todavia, para melhorar a situação da viúva e do viúvo, atendendo a uma aspiração generalizada no corpo social, a Lei no 4.121, de 27/08/1962 (Estatuto da Mulher Casada), acrescentou dois parágrafos ao aludido art. 1.611, prevendo a sucessão do cônjuge em usufruto e no direito real de habitação (ZENO VELOSO, 2001).
O Novo Código Civil não erigiu o cônjuge à condição de herdeiro necessário, apenas, mas a de herdeiro necessário privilegiado, pois concorre com os descendentes e com os ascendentes do de cujus, portanto, ora está na 1a classe dos herdeiros legítimos, concorrendo com os descendentes, ora na 2ª classe sucessória, concorrendo com os ascendentes, e ocupa, sozinho, a 3ª classe dos sucessíveis (ZENO VELOSO, 2001).
Esta posição sucessória reconhecida ao cônjuge sobrevivente é um dos grandes avanços do novo Código Civil, que edita: 
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: 
I – aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; 
II – aos ascendentes, em concorrência com cônjuge; 
III – ao cônjuge sobrevivente; 
IV – aos colaterais.
A concorrência do cônjuge sobrevivente com os descendentes vai depender do regime de bens do casamento, não acontecendo se o regime foi o da comunhão universal, ou o da separação obrigatória. Se o regime foi o da comunhão parcial, a concorrência dar-se-á se o autor da herança houver deixado bens particulares (C.C., art. 1.829, I).
A ordem da sucessão hereditária está indicada no art. 1.829 do novo Código Civil. Em primeiro lugar, são chamados os descendentes, tal como ocorria no Código anterior, art. 1.603. Mas, pelo art. 1.829, I, do novo Código os descendentes concorrem com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.641); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares (ZENO VELOSO, 2001). 
Como se vê, o cônjuge ocupa, sozinho, a terceira classe dos sucessíveis, mas concorre com os herdeiros da primeira classe. Porém, a concorrência do cônjuge sobrevivente com os descendentes do de cujus vai depender do regime de bens do casamento. Em regra, não há concorrência do cônjuge sobrevivente com os descendentes do falecido, se o regime de bens era comunitário. 
O legislador considera que, sendo o viúvo ou a viúva titular da meação, não há razão para que seja, ainda, herdeiro, disputando com filhos ou outros descendentes do morto. Mas a regra tem exceção: haverá a concorrência entre cônjuge e descendentes do de cujus se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança deixou bens particulares. Por exemplo, se já possuía bens ao casar, oulhe sobrevieram bens, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar (art. 1.659, I).
Além desta sucessão em propriedade, do qual o cônjuge saiu em posição privilegiada, como vimos, o C.C. estatui, ainda, o direito real de habitação: 
Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar.
Cônjuge, na feliz expressão de Zeno Veloso, “é mais que parente. No geral dos casos, considerando a realidade sociológica, se o vínculo conjugal e a convivência matrimonial perseveraram até que a morte dissolveu aquele estado de comunhão espiritual, de afetos e de vida, que familiar é mais próximo daquele que faleceu do que a viúva ou o viúvo que sobreviveu? ” (ZENO VELOSO, 2009). 
III Sucessão do Companheiro (art. 1.790, Código Civil, 2002)
IV Equiparação do companheiro ao cônjuge após Acórdão do Supremo Tribunal Federal - STF em Maio de 2017. 
A sociedade é conturbada por diversos aspectos que expressam diferenças entres os seres que a coabitam. Cada um deles porta características que, ao mesmo tempo os tornam desiguais pelo sistema, os denominam como iguais e portadores do mesmo direito, se relativizando o termo igualdade entre seres da mesma espécie que compartilham características semelhantes (PEREIRA, 2016).
O uso do preceito constitucional da igualdade é imprescindível tanto para quem cria a norma quanto para quem a aplica, sendo esse o alicerce de um estado democrático, que tem como princípio basilar a igualdade na aplicação das normas ao caso concreto (LENZA, 2012).
 A equiparação é um substantivo feminino e parte de um pressuposto de desigualdade, em qualquer esfera que ocorra a demanda social, significando dar regalias ou vantagens, não tendo nenhum parâmetro que assemelhe o seu uso semântico com a palavra igualdade. A equiparação já prove de possível desnivelamento que será suplantado com a aplicação do direito (PEREIRA, 2016).
O casamento é a união de dois indivíduos que compartilham propósitos e dividem interesses incomuns, iniciando-se na cerimônia nupcial. Trata-se de um acordo entre indivíduos regulamentado por leis, com propósito de oficializar uma unidade de convívio dotada de algumas prerrogativas. O mesmo tem natureza contratual, que irá produzir efeitos jurídicos a partir de sua pactuacão. Sua extinção pode se dar por invalidação, divorcio ou morte de um dos cônjuges (GONÇALVES, 2016).
Diferente do casamento, a união estável é um ato contínuo que decorre do animus da convivência pública, podendo acorrer a sua caracterização independente da vontade das partes; já o casamento é um único ato, caracterizado como solene, firmado perante a presença do estado, exteriorizado por ambas as partes (OLIVEIRA,2014).
Muito se tem debatido acerca do tema, existem exposições de opiniões diversas, o que é saudável em nosso Estado Democrático de Direito, inclusive nos tribunais superiores, há decisões que são inéditas, como no Supremo Tribunal Federal (STF), que concluiu em julgamento que discute a equiparação entre cônjuge e companheiro para fins de sucessão, inclusive em uniões homoafetivas. 
A decisão foi proferida no julgamento dos Recursos Extraordinários (REs) 646721 e 878694, ambos com repercussão geral reconhecida. No julgamento realizado nesta quarta-feira (10), os ministros declararam inconstitucional o artigo 1.790 do Código Civil, que estabelece diferenças entre a participação do companheiro e do cônjuge na sucessão dos bens (STF, 2017).
Prevaleceu o voto do ministro Luís Roberto Barroso, relator do RE 878694, que também proferiu o primeiro voto divergente no RE 646721, relatado pelo ministro Marco Aurélio. Barroso sustentou que o STF já equiparou as uniões homoafetivas às uniões “convencionais”, o que implica utilizar os argumentos semelhantes em ambos. Após a Constituição de 1988, argumentou, foram editadas duas normas, a Lei 8.971/1994 e a Lei 9.278/1996, que equipararam os regimes jurídicos sucessórios do casamento e da união estável (STF, 2017).
Barroso afirma, “Portanto, o Código Civil é de 2002, mas ele chegou atrasado relativamente às questões de família. O artigo 1.790 do Código Civil pode ser considerado inconstitucional porque viola princípios como a igualdade, dignidade da pessoa humana, proporcionalidade e a vedação ao retrocesso” (STF, 2017). 
Para fim de repercussão geral, foi aprovada a seguinte tese, válida para ambos os processos:
“No sistema constitucional vigente é inconstitucional a diferenciação de regime sucessório entre cônjuges e companheiros devendo ser aplicado em ambos os casos o regime estabelecido no artigo 1829 do Código Civil” (STF, 2017).
Destarte, em vista do posicionamento do Supremo Tribunal Federal o panorama sucessório da união estável, conforme o regime de bens adotado pelos conviventes, pode ser assim sintetizado:
I – Se o regime adotado for o da comunhão parcial de bens e/ou comunhão final nos aquestos, além da meação sobre os bens adquiridos a título oneroso durante o relacionamento, o companheiro herdará sobre os bens particulares deixados pelo falecido, em concorrência com os descendentes ou, na falta destes, com os ascendentes. Terá ele quota hereditária idêntica a cada um dos descendentes, sendo a ele assegurado no mínimo ¼ da herança se for ele ascendente dos herdeiros com quem concorrer. Caso o companheiro sobrevivente concorra com ascendentes de primeiro grau terá ele direito a 1/3 da herança e, se houver apenas um ascendente, fará jus à metade do patrimônio deixado. E, finalmente, se não existirem descendentes ou ascendentes, terá ele direito à integralidade da herança;
II – Se o regime que preside a relação for o da separação convencional de bens, o companheiro herda sobre a totalidade da herança deixada pelo companheiro falecido, e não mais apenas com relação aos bens adquiridos a título oneroso durante o relacionamento, como anteriormente previsto pelo art. 1.790 do Código Civil. Concorrerá o companheiro com descendentes ou ascendentes nas mesmas proporções mencionadas acima para àqueles que vivem em regime da comunhão parcial, porém, insista-se, sobre a integralidade do acervo hereditário. Na falta de descendentes e ascendentes, o companheiro também receberá nesse caso a integralidade da herança; e, finalmente,
III – Na hipótese de a união ser pautada pelo regime da separação obrigatória ou da comunhão universal de bens, o companheiro, nesses casos, não terá direito à herança, mas no primeiro caso terá direito aos aquestos (Súmula 370, STF) e, no segundo, direito de meação.
Em suma, o companheiro que até então quando concorria com descendentes ou ascendentes apenas herdava sobre os bens adquiridos a título oneroso durante a união estável, passa a herdar, se o regime for da comunhão parcial, sobre os bens particulares. E, caso o regime seja o da separação total de bens, herdará ele sobre a integralidade do patrimônio, independentemente de se cuidar de bem adquirido antes ou depois da união ou mesmo de sua origem.
Não há dúvida, pois, que a equalização em questão trará inúmeros transtornos àqueles que, visando resguardar o acervo particular, conscientemente deliberaram viver em união estável justamente para contornar as regras sucessórias pertinentes ao matrimônio. É o caso, por exemplo, de titulares de grandes fortunas, membros integrantes de sociedades familiares, ou, ainda, daqueles que, já estando no segundo ou terceiro relacionamento, possuem patrimônio de há muito formado e que por não desejarem a participação do companheiro supérstite sobre aquela parcela da herança a ser por eles deixada, optaram pela não celebração de casamento (FONSECA, 2017).
É que, se antes da decisão do STF, todo o acervo constituído previamente ao relacionamento e aquele advindo de forma gratuita (herança ou doação) estava protegido,atualmente, após a declaração de inconstitucionalidade da regra do artigo 1.790, do Código Civil, a segregação desses ativos não está mais garantida (FONSECA, 2017).
O entendimento agora externado pela Suprema Corte passou a ter aplicação imediata aos inventários em andamento que não tenham decisão judicial definitiva sobre a divisão dos bens, bem como as partilhas extrajudiciais em que não haja ainda escritura pública. Em outras palavras, a recente decisão do Supremo Tribunal Federal não só alargou a dimensão do direito hereditário do convivente, como conferiu igual prerrogativa ao convivente supérstite que não a tinha à época do falecimento de seu par (FONSECA, 2017).
REFERÊNCIAS
FONSECA, Priscila M. P. Corrêa da. O impacto da recente decisão do Supremo Tribunal Federal sobre os Direitos Sucessórios dos Companheiros e as providências possíveis. Disponível em: http://priscilafonseca.com.br/o-impacto-da-recente-decisao-do-supremo-tribunal-federal-sobre-os-direitos-sucessorios-dos-companheiros-e-as-providencias-possiveis/ Acesso em 10 out. 2017. 
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil esquematizado. Coord. Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2016. v. 6 e 7. 
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 16. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Saraiva 2012. 
OLIVEIRA, Aline Rodrigues de. DIAS, Bruna Davylla Pereira. FEITOSA, Ycaro Jordan Fernandes. Diferenças Estabelecidas pela Interpretação do Termo “Equiparação” dentro do Contexto do Casamento Civil e da União Estável. 2014. Disponível em: <https://online.unisc.br/acadnet/anais/index.php/ppds/article/download/16441/4100>Acesso em: 11 out. 2017. 
PEREIRA, Rodrigo da Cunha. União Estável e Casamento: o paradoxo da equiparação. Disponível em: <http://www.recivil.com.br/noticias/noticias/view/artigo-uniao-estavel-ecasamento-o-paradoxo-da-equiparacao-por-rodrigo-da-cunha-pereira.html>Acesso em 10 out. 2017.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – STF, 2017. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=342982> Acesso em 06 out. 2017.
VELOSO, Zeno. Direito hereditário do cônjuge e do companheiro. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 101.
VELOSO, Zeno. Sucessão do cônjuge no novo código civil. Disponível em: <http://direitodefamilia.adv.br/2008/artigos_pdf/Zeno_Veloso/Sucessao.pdf>. Acesso em 06 out. 2017. 
� Pós-graduanda em Direito Civil e Processo Civil na Universidade da Amazônia – UNAMA. Endereço de e-mail: adrilagosluis@gmail.com.

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