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TCC NATÁLIA PRATA

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A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NO TRIBUNAL DO JÚRI
(THE INFLUENCE OF THE MEDIA IN THE JURY COURT)
Natália dos Santos Prata Sisconetto�
Orientador: Prof. Me. Rubens Correia Junior²
SUMÁRIO: 1 INTRODUÇÃO. 2 TRIBUNAL DO JÚRI 2.1 CONCEITO 2.2 ORIGEM DO TRIBUNAL DO JÚRI. 3 OS PRINCÍPIOS DO TRIBUNAL DO JÚRI. 3.1 PRINCÍPIO DA PLENITUDE DA DEFESA. 3.2 DIREITOS DO RÉU. 3.3 PRINCÍPIO DO SIGILO DAS VOTAÇÕES. 3.4 SOBERANIA DOS VEREDITOS. 3.5 COMPETENCIA PARA JULGAMENTO DOS CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA. 4 MÍDIA E JÚRI. 4.1 LIBERDADE DE IMPRENSA E PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA. 4.2 A INFLUENCIA DA MÍDIA NO TRIBUNAL DO JÚRI. 5 IMPRENSA: SUA RESPONSABILIDADE E SEUS LIMITES. 5.1 LIBERADADE DE IMPRENSA 5.2 A IMPRENSA E CENSURA. 5.3 DA RESPONSABILIDADE DA IMPRENSA E SUA LIMITAÇÃO. CONSIDERAÇÕES FINAIS. REFERÊNCIAS.
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo discorrer sobre a influência da mídia no tribunal do júri, partindo de uma análise histórica e conceitual do júri, seu conselho de sentença e dos princípios que norteiam este instituto. Será utilizado o método dedutivo visando expor ao longo do trabalho como a mídia influencia a sociedade e (impacta) a presunção de inocência. Por fim, o trabalho visa compreender quais as responsabilidades e limites da imprensa frente as decisões do tribunal do júri.
Palavras-chaves: Tribunal do Júri. Mídia. Presunção de Inocência 
Abstract: This paper aims to discuss the influence of the media in the jury's court, starting from a historical and conceptual analysis of the jury of the sentence council and the principles that guide this institute. The deductive method will be used in order to expose throughout the work how the media influences society and (impacts) the presumption of innocence. Finally, the work aims to understand what the responsibilities and limits of the press in front of the decisions of the jury court.
 Keyword: Court of the Jury. Media. Presumption of Innocence.
1 INTRODUÇÃO
 O presente trabalho tem como objetivo compreender a influência da mídia no Tribunal do Júri. Ressalta-se que o tribunal do júri é uma instituição responsável por julgar crimes dolosos contra a vida. Será analisado ao longo do trabalho como a mídia influencia as os jurados e como isso afeta direta ou indiretamente a decisão do conselho de sentença no tribunal do júri.
Como objetivo específico este trabalho abordará o conceito do Tribunal do júri, expondo como é composto o conselho de sentença e o tribunal do júri, citando os principais artigos da Constituição Federal, será também abordado a História do Tribunal do Júri desde o seu nascimento na Inglaterra em 1215, a passagem pelos tempos de D. Pedro tornando assim Tribunal do Júri uma instituição responsável por julgar crimes dolosos contra a vida. 
Também serão debatidos os princípios constitucionais do júri estabelecidos pelo art. 5°, inciso XXXVIII da Constituição Federal, como a Plenitude de Defesa que estabelece em seu artigo 497, inciso V que cabe exclusivamente ao juiz garantir o exercício da plenitude de defesa caso entenda que o réu esteja sem defesa, dissolvendo naquele exato momento o conselho de sentença, já os Direitos do Réu engloba todos os direitos e garantias fundamentais para complementação de sua defesa no caso dos crimes dolosos contra a vida, não podendo o tribunal do júri sofrer qualquer influencia externa para que possa ser garantido um julgamento imparcial com previsão em seu artigo 121 e seguintes, a respeito do Princípio do Sigilo das Votações não se refere exatamente sobre a votação mais sim uma forma de garantir ao conselho de sentença que ninguém terá conhecimento dos votos de cada jurado, cabendo somente ao juiz e aos demais funcionários (oficiais de justiça) ali presentes garantindo assim o procedimento correto e imparcial, já a Soberania dos Vereditos garante que toda e qualquer decisão dos jurados não seja revista pelo juiz, por fim o ultimo principio a ser debatido será a Competência Para Julgar Crimes Dolosos Contra a Vida que conforme a Constituição Federal determina que a competência para julgar os crimes dolosos contra a vida é do Tribunal do Júri bem como os crimes conexos e continentes, conforme previsto no artigo 78, inciso I do Código de Processo Penal . 
A partir daí será discutido a relação Mídia e Júri, Liberdade de Imprensa e Presunção de Inocência, Imprensa: Suas Responsabilidades e Seus Limites, Liberdade de Imprensa, Imprensa e Censura. 
O método que será utilizado no presente projeto será dedutivo, apresentando uma abordagem qualitativa, utilizando, para tanto, o procedimento bibliográfico com vistas a explorar o tema proposto. 
Por fim o tema escolhido que será exposto ao logo do trabalho se deu pelo grande exposição dos casos que geram grandes interesses da sociedade assim como se deu os casos 
2 TRIBUNAL DO JÚRI 
2.1 CONCEITO 
O tribunal do júri é uma instituição de primeira instância que pertence a justiça comum, tanto no âmbito Estadual quanto no Federal, sendo composta por um juiz presidente togado, 25 jurados sendo sorteado pelas partes 7 que irão compor o conselho de sentença, tendo a competência de julgar crimes contra a vida, após o encerramento da sessão o conselho é dissolvido sendo dotado quanto a soberania das decisões. 
O artigo 92, da Constituição Federal dispõe que o tribunal do júri é órgão do poder judiciário, sendo também inserido no artigo 5°, inciso XXXVIII da Constituição no capítulo de direitos e garantias fundamentais, especialmente no Capítulo I – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos. Entretanto o Tribunal do Júri poderá será analisado em dois aspectos: o individual e o coletivo. 
No aspecto individual o acusado que cometer crimes dolosos contra a vida terá o direito de ser julgado por seus semelhantes, no que se refere ao coletivo a sociedade terá o direito de participar da aplicação da justiça de seu país. 
Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
Inciso II - a cidadania. (RIDEEL, 2016, p. 19). 
Embora não seja comum é possível a existência do Tribunal do Júri na Justiça Federal. 
Também não se pode cometer o equívoco de imaginar que o Tribunal do Júri somente ocorrerá na Justiça Estadual, podendo se dar também na Justiça Federal. Assim, por exemplo, se funcionário público federal for morto em razão de suas funções, então a competência será do Júri no âmbito da Justiça Federal. Júri esse que, aliás, em nada difere do Júri estadual no aspecto procedimental. (DEZEM, 2016, p. 886) 
Por fim, é importante destacar que o tribunal do júri não atua no âmbito da Justiça Eleitoral ou Militar. 
2.2 ORIGEM DO TRIBUNAL DO JÚRI
Existem muitas divergências entre doutrinadores quanto à origem do tribunal júri. Pode-se dizer que não existem locais ou datas corretas da criação da primeira instituição ou do primeiro julgamento. NUCCI (2017) defende que “a instituição, na sua visão moderna, encontra sua origem na Magna Carta, da Inglaterra, de 1215. Sabe-se por certo, que o mundo já conhecia o júri antes disso, como ocorreu especialmente na Grécia e em Roma”. 
No entanto, há tantas divergências a respeito do nascimento do Tribunal do Júri que alguns ainda afirmam que a instituição se deu na época do Concilio de Latrão abolindo as ordálias e os juízos de Deus. A respeito do nascimento do Tribunal do Júri que alguns doutrinadores ainda afirmam que tal instituição não nasceu na Inglaterra. 
Independente de diferentes entendimentos doutrinários entre data e local correto, o Tribunal do Júri se tornaria uma instituição competente para julgar crimes dolosos contra a vida. Vale ressaltar que o Poder Judiciário não era soberano, motivo pelo qual o Tribunal do Júri se tornaria imparcial com a participação da sociedade nos crimes considerados graves (homicídio, roubo, entre outros) a partir daísurgiu o tribunal do júri. 
Que fique claro: o júri não nasceu na Inglaterra, mas o júri que hoje conhecemos e temos, no Brasil, é de origem inglesa em decorrência da própria aliança que Portugal sempre teve com a Inglaterra, em especial, depois da guerra travada por Napoleão na Europa, em princípios do século XIX, contra a coroa inglesa, com conseqüências para o reino português, porém, terminando com a derrota de Napoleão em 1814. (RANGEL, 2013, p. 592). 
Entretanto, os jurados teriam que ser da mesma comunidade, e só poderiam julgar conforme o que sabiam independente dos documentos que eram apresentados, tais provas tornou-se atribuição de 12 homens que eram convocados juntamente com outros vizinhos. 
Os jurados, simbolizando a verdade emanada de Deus (por isso 12 homens em alusão aos 12 Apóstolos que seguiram cristo), decidiram independentemente de provas, com base no vere dictum (vereditcto = dizer a verdade). (RANGEL, 2013, p. 593). 
Ao final de 1215, o tribunal do júri se torna responsável de retirar das mãos do soberanos a possibilidade de decisão contrária aos interesses daquela época. É possível notar que o tribunal do júri surge e avança sempre com o intuito de conter o autoritarismo daquela época. 
Após a declaração da independência do Brasil, as leis se incluiriam no país através do Decreto de 20 de outubro de 1823, somente seria possível a inclusão se não houvesse conflito com o novo império e o novo regime, que há pouco teria sido conquistado. Rangel (2013) ainda explica que “o primeiro diploma processual (civil, comercial e penal), no Brasil independente, foram as Ordenações Filipinas”. Sendo mais tarde fixada a Assembleia Constituinte de 1823 chegando até a Constituição de 1824 e mais tarde o Código de Processo Criminal do Império de 1832. 
No Brasil o Tribunal do Júri se deu a partir de 18 de julho de 1822, antes mesmo da Independência em 07 de setembro de 1822 e da Constituição de 25 de março, possuindo uma forte interferência dos ingleses, tendo a finalidade de julgar apenas os crimes de imprensa sendo primeiramente composta por 24 cidadãos. 
Ressalta-se que a lei de imprensa foi criada juntamente com a instituição do júri. Em 1824 a Constituição Imperial afirmava que o tribunal do júri seria competente para julgar os crimes contra a vida e cíveis. Com o afastamento da população, o poder ainda concentrado nas mãos do Monarca demonstrou como o Código de Processo Criminal do Império seria implementado. 
Após a proclamação da República o júri se manteve no Brasil, dando inicio a criação do júri. Entretanto o país passava a ser controlado por políticos daquela época entre 1831 a 1840, sendo assim chamado de Príncipe Regente. Somente em 1832 o Código de Processo Criminal entrou em vigor passando a dar os devidos poderes aos magistrados, cada um com suas devidas competências. 
O Código de Processo Penal Criminal do Império entraria em total vigor em 29 de setembro de 1832 sendo decretado pelo Príncipe Regente, e somente poderia ser jurado aqueles que possuíam uma ótima situação econômica. 
Rangel (2013) explica que: “Se a pessoa podia se jurada, ela podia ser eleitora; se ela era eleitora, ela podia ser jurada”. Porém o júri do império conseguiu se aproximar do júri dos ingleses. Em 1832 era decidido por 23 jurados se o réu poderia ser julgado pelo Conselho de Sentença, entretanto o júri representava o papel que hoje é dos magistrados nas decisões interlocutórias, conforme previsto no artigo 413 do Código de Processo Penal. 
Nesta mesma linha outros 12 jurados decidiriam sobre relevância da acusação, tratando assim do que chamavam naquela época de “pequeno júri”. Em 1834 houve muitas adições e mudanças na Constituição de 1824 chamados de “Ato Adicional” (RANGEL, 2013), tais modificações se tornaram tão importantes que influenciaram no Tribunal do Júri do Império. 
Algumas dessas modificações aconteceram com os presidentes das províncias, continuando a ser nomeados pelo governo central, sendo assim criando a “Assembléia das Províncias”. Após as modificações o governo deu mais independência para as chamadas a “Assembleias Provinciais” permitindo a eles que tivessem mais liberdade para organizar as rendas entre Governo e Assembleia. 
Em 03 de Dezembro de 1841, se deu a reforma processual penal da Lei nº 261, sofrendo o júri um enorme golpe. 
“A Lei nº 261, regulamentada pelo Decreto nº 120, de 31/1/1842, assinalava o conteúdo autoritário de centralista do Código de Processo Criminal do Império.” (RANGEL, 2013, p. 601). 
Após a elaboração da Lei nº 261 e reestruturação do processo penal o “júri de acusação ou grande júri passou a não existir, entretanto a decisão passou a não pertencer mais aos jurados, mais sim as demais autoridades competentes, mesmo o júri não tendo mais poder da decisão era necessário a aprovação dos juízes dos municípios. 
Por consequência da reestruturação tornava-se mais fácil enviar os réus para o júri, condenando ou absolvendo-os de acordo com as ambições que fosse mais importante para cada um deles. Desta maneira, cada jurado selecionado poderia ser eleitor, conforme previsto na Lei nº 261 de 03 de Dezembro de 1841, eliminando vários outros cidadãos que possuíam pequena condição econômica. 
Com a necessidade da maioria dos votos para a condenação a pena de morte, a reformulação da Lei nº 261 de 1841 veio para trazer a mudança, fazendo-se necessário somente dois terços dos votos. Sobretudo, a reestruturação veio para facilitar as condenações ou absolvições, tanto para a escolha do conselho de sentença, pelas autoridades, como também pela unanimidade dos votos. 
Com o avanço do tempo o Código de Processo Criminal do Império receberia mais uma nova reforma através da Lei nº 2.033 de 20 de setembro de 1871, regulamentada pelo Decreto nº 4.824 de 22 de novembro de 1871. 
Na linha que estamos seguindo, a reforma pela lei acima trouxe de importante para o júri a extinção das atribuições dos chefes de polícia, delegados e subdelegados para a formação da culpa para pronunciar os acusados nos crimes comuns, passando tal atribuição a ser competência dos juízes de direito das comarcas (art. 4º da Lei nº 2.033, de 20/09/1871). (RANGEL, 2013, p. 603). 
Com a proclamação da República em 15 de novembro de 1889, o Brasil passou a aproximar-se mais dos Estados Unidos, e afastando-se da Inglaterra, que passou a não ver mais com bons olhos tal aproximação, fazendo assim com que o Brasil se aproximasse cada vez mais dos Estados Unidos. A relação entre Brasil e Estados Unidos era fazer com que o Brasil se transformasse a primeira potencia sul-americana. Fazendo assim com que a Constituição fosse obrigada a ter novas ideias políticas, econômicas e sociais. 
O tribunal do júri se tornou regulamentado com o Decreto nº 848 de 11 de outubro de 1890. Em 24 de fevereiro 1891 a Constituição trouxe novamente o tribunal do júri no capítulo de Declaração de Direitos previsto assim no artigo 72, § 31, da Constituição Federal, dando criação ao júri federal com apenas 12 jurados, sendo sorteados 36 cidadãos da comarca. 
Neste mesmo período o júri passou a ter a mesma formação que o júri da Inglaterra. Após algum tempo depois o tribunal do júri passou a manter a formação norte-americana com apenas 12 jurados. Somente em 1934 que a instituição passa para o poder judiciário, sendo retirado da constituição em 1937. Por fim em 1938 através do Decreto-Lei 167 confirma-se a existência do Tribunal do Júri, ainda que sem soberania, sendo promulgada a primeira lei nacional de processo penal do Brasil republicano. 
A partir de 1946 se deu a restauração do tribunal do júri colocando de volta no capítulo de garantias individuais. Em 1967 o júri manteve os direitos e garantias individuais, não havendo nenhuma relevante alteração que comprometesse mais uma vez sua história. A existência de somente 7 jurados no conselho de sentença se deu em 1946, tornando-se mais fácil para que se possa conseguir a condenação ou absolvição do réu.Em 05 de Outubro de 1988 se deu a promulgação da Constituição Federal, sendo elencada a instituição Júri com uma cláusula pétrea, dando a garantia ao tribunal como uma instituição individual, trazendo novamente os princípios da Carta de 1946. 
Verifica-se ainda que o Tribunal do Júri se tornou um causador de questões e discussões processuais. A Constituição Federal consagrou o Tribunal do Júri como uma instituição de garantia individual. 
O Tribunal do Júri é competente para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida (art. 5º, XXXVIII, d, da CF), consumados ou tentados e crimes conexos. São crimes dolosos contra a vida: a) homicídio; b) infanticídio; c) auxilio ou instigação ao suicídio; d) aborto. Estes crimes, pouco importa se consumados ou tentados, serão de competência do Tribunal do Júri. (DEZEM, 2016, p. 886) 
Conforme previsto no artigo 5º, inciso XXXVIII, da Constituição Federal e já discutido anteriormente o tribunal do júri estabeleceu alguns conflitos em relação a ser órgão do Poder Judiciário, alguns doutrinadores debatem que ele seria um órgão político, no lugar em que o cidadão possa exercer seu direito ao voto. Nucci (2017) entende que, “as pessoas humanas têm o direito a um julgamento justo feito por um tribunal imparcial” 
Por fim, o Tribunal do Júri ainda gera várias discussões ao longo de sua história, sobre locais e datas do seu nascimento, sendo discutida ainda qual a real importância se teve ao longo de todos esses anos, tendo que se adaptar a Constituição Federal assegurando os devidos princípios constitucionais.
3 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO TRIBUNAL DO JÚRI
A Constituição Federal estabelece em seu art. 5°, XXXVIII os princípios específicos do júri:
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das votações; 
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida.
3.1 DIREITOS DO RÉU
O Tribunal do Júri é a demonstração de democracia, sendo naquele momento que o réu engloba todos os seus direitos e garantias fundamentais para complementação de sua defesa no caso de crimes dolosos contra a vida, sendo estes crimes previstos no artigo 121, parágrafo 1° e 2°; artigo 122, parágrafo único; 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal. 
Porém, mesmo o tribunal do Júri tendo suas orientações, não deve sofrer nenhuma influência externa sendo ela de qualquer natureza, para que seja possível gerar um julgamento com imparcialidade, é válido salientar que a garantia aos direitos do réu é um requisito indispensável no tribunal do júri, demonstrando ali o Princípio da Isonomia onde são todos iguais independente dos fatos. São características individuais, pois cada pessoa tem sua privacidade, e o direito de preservar sua imagem.
[...]
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. (BRASIL, 1988)
Em algumas situações existem diversas opiniões de doutrinadores sobre qual a importância da imprensa no tribunal do júri, muitos argumentam ainda que eles podem tornar o réu um juízo de valor, sendo muita das vezes de forma negativa, causando naquele momento o prejulgamento e não sendo possível a imparcialidade necessária, não dando devidas chances para ressocialização do réu, nesse momento mesmo não sendo notado de imediato estão violando os direitos individuais e a garantias fundamentais que é de direito do réu naquela situação em questão.
3.2 PLENITUDE DE DEFESA
Conforme dispõe o artigo 497, inciso V do Código de Processo Penal cabe exclusivamente ao juiz garantir o exercício da plenitude da defesa caso entenda que o réu esteja sem defesa, a partir desse entendimento o magistrado deverá dissolver naquele instante o conselho de sentença e marcar uma nova data para o julgamento. Sendo a plenitude de defesa a primeira garantia constitucional.
A plenitude de defesa e a ampla defesa possuem características e conteúdos específicos, a plenitude de defesa significa que no tribunal do júri tem-se uma defesa mais intensa frente aos processos em geral. Conforme LIMA (2014) “a plenitude da defesa divide-se em: plenitude de defesa técnica e plenitude de autodefesa”. Entretanto no momento do júri as defesas técnicas e a autodefesa não precisam conter argumentos jurídicos, sendo necessário o máximo de clareza possível.
O juiz-presidente é obrigado a incluir na quesitação a tese pessoal apresentada pelo acusado, mesmo que haja divergência entre sua versão e aquela apresentada pelo defensor, sob pena de nulidade absoluta por violação a garantia constitucional da plenitude de defesa. (LIMA, 2014, p. 1286).
 Diante disto, o réu não poderá ter qualquer tipo de restrição no plenário, tendo o direito de solicitar tempo superior para exposição de seus argumentos, podendo ouvir testemunhas acima do limite estabelecido em lei.
3.3 SIGILO DAS VOTAÇÕES
O sigilo das votações não se refere exatamente a votação, mais sim uma forma de garantir ao conselho de sentença que ninguém irá saber quais foram os votos de cada jurado. Cabendo somente ao juiz e aos demais funcionários (oficiais de justiça) ali presentes garantir o procedimento correto. A votação deverá acontecer em uma sala privada onde serão apresentados os quesitos, sendo entregue a cada jurado uma cédula de sim ou não. Sendo posteriormente recolhidas separadamente.
Desta forma, somente poderão estar presentes nesse momento os Oficiais de Justiça, o Magistrado, o Ministério Público, e o defensor, sendo também previstos nos artigos 483, parágrafos 1.º e 2.º e 487 do Código de Processo Penal outros meios relativo ao sigilo das votações. 
Entretanto, não é mais necessário que o juiz conste na ata o resultado da votação em questão de números, ele deverá somente colocar “por maioria de votos responderam sim ao primeiro quesito” (DEZEM, 2016, p. 888). Anteriormente, poderia ser constado na ata o voto de cada jurado criando a possibilidade de saber se o réu foi condenado por maioria dos votos ou absolvido, e qual o voto de cada um deles.
Não ocorre quebra de incomunicabilidade quando o jurado se comunica ou conversa, ainda que durante a sessão, mesmo com os demais membros do conselho de Sentença, desde que o assunto não seja a causa, as provas ou o mérito da imputação (BRASIL, SUPERIOR TRIBUNAL JUSTIÇA, RESP 1.440.787/ES, j., REL. MIN. MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, 2014)
A pergunta que alguns doutrinadores tentam responder seria qual medida repressiva poderia sofrer o jurado que revelasse seu voto, neste caso não existe sanção prevista em lei para tal ato. O sigilo se tornou necessário para a proteção do conselho de sentença e a não obtenção do resultado esperado pelas partes. A não comunicação dos jurados está previsto no art. 466, parágrafo 1º do Código de Processo Penal.
3.4 A SOBERANIA DOS VEREDICTOS
Este princípio garante que toda e qualquer decisão dos jurados não seja revista pelo juiz, denominar os veredictos como soberanos se tornou uma forma de preservar a expressão da vontade popular.
Se a decisão do júri se encontra amparada em uma das versões constantes dos autos, deve ser respeitada, consagrando-se o principio da soberania dos veredictos do Tribunal do Júri (art. 50, XXXVIII, CF). (BRASIL,SUPERIOR TRIBUNAL JUSTIÇA, AGRG NO ARESP 659121/RR, REL. MIN. SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, J. 2015)
Caso ocorra alguma eventual apelação em relação a decisão do conselho de sentença, o tribunal do júri não poderá mudar tal decisão, conforme previsto no artigo 483, do Código de Processo Penal.
Também não se mostra correta a conduta do tribunal quando anula parcialmente os quesitos elaborados pelos jurados de forma a alterar o julgamento feito pelos jurados. Se houver problema na quesitação, em respeito à soberania dos veredictos deve o Tribunal anular o julgamento e determinar a realização de nova sessão plenária. (DEZEM,2016, p. 889)
Conforme citado a cima, nos casos de revisão criminal, a soberania dos veredictos não é violada e o Tribunal do Júri poderá absolver diretamente o réu.
3.5 A COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO DOS CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA
A Constituição Federal de 1988 determina que a competência para julgar crimes dolosos contra a vida e do Tribunal do Júri. Tratando-se de uma competência mínima que não pode ser excluída nem mesmo por uma Emenda Constitucional.
Portanto, esta competência poderá ser ampla assim como ocorre no julgamento de crimes conexos.
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras:
I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência do júri. ( BRASIL, CÓDIGO DE PROCESSO PENAL, 2016 )
Entretanto, o Tribunal do Júri julga os casos de crimes dolosos contra a vida, bem como os crimes conexos e continentes, conforme previsto no artigo 78, inciso I do Código de Processo Penal. Nucci (2017) afirma que, “a cláusula pétrea no direito brasileiro, impossível de ser mudada pelo Poder Constituinte Reformador, não sofre nenhum abalo, caso a competência do júri seja ampliada, pois sua missão é impedir justamente o seu esvaziamento”. Existem diversas discussões a cerca da competência do tribunal do júri nos crimes dolosos contra a vida.
Alguns doutrinadores entendem que é necessária a inclusão de crimes como o latrocínio no julgamento do tribunal do júri, pois eles envolvem a vida humana, porém tal entendimento não poderia se fixar conforme previsto no texto constitucional, conforme previsto em seu Capitulo I – Crimes Contra a Vida, e Titulo I – Dos Crimes Contra a Pessoa.
Incluem-se na competência do Tribunal do Júri Popular, originariamente, os seguintes delitos: homicídio simples (art.121, caput); privilegiado (art.121,§ 1.º), qualificado (art. 121, § 2.º), induzimento, instigação ou auxilio ao suicídio (art. 122) infanticídio (art. 123) e as várias formas de aborto (arts. 124, 125, 126 e127) e a formas tentadas. (NUCCI, 2017, p. 701)
Por fim o Supremo Tribunal Federal entendeu que somente poderão ser encaminhados ao tribunal do júri os crimes que tivessem relação com “delitos dolosos contra a vida” NUCCI (2017, p. 701).
4 MÍDIA E JÚRI
Não é possível hoje falar em júri e não falar em mídia. A influência da mídia afeta direta ou indiretamente o conselho de sentença não havendo a imparcialidade aguardada nos casos de crime contra a vida, sendo violados os direitos individuais e as garantias fundamentais do réu, tornando-o culpado ou inocente antes mesmo de serem apresentadas as devidas provas. Vale ressaltar que algumas informações transmitidas pela mídia nem sempre são verdadeiras, dando a eles total parcialidade no momento da transmissão do fato.
Além destas informações não serem divulgadas de maneira correta e precisa, elas também não são transmitidas de maneira imparcial, isso acontece em razão da liberdade de expressão que a imprensa possui transmitindo determinados assuntos de forma sensacionalista.
É necessário cautela para tratar de assuntos tão delicados, a maneira de abordar tal fato é imprescindível para que não se crie um prejulgamento antecipado. Tendo a mídia um papel de suma importância pela abrangência que transmite e aborda diversos casos de crimes dolosos contra a vida, tornando os leitores e espectadores de diversos meios de informação prejulgadores sem que tenha a devida informação necessária.
4.1 LIBERDADE DE IMPRENSA E PRESUNÇÃO DA INOCÊNCIA
A Liberdade de Imprensa e a Presunção da Inocência são dois direitos e garantias que entram em conflito, porém alguns doutrinadores destacam que a liberdade de imprensa vem ultrapassando os limites e alcançando direitos fundamentais como é o caso da presunção da inocência. 
Quando a liberdade de imprensa é utilizada para a publicação de notícias de crimes de forma imparcial e sensacionalista, que exponham o suspeito e que o condenem publicamente, está-se ferindo diretamente o princípio da presunção da inocência, que deve ser preservado, podendo somente ser quebrado, no âmbito processual com a observância do devido processo legal. (LEITE, 2011, p. 18)
No momento em que se constata o conflito entre os direitos e garantias fundamentais deve-se aplicar o princípio da proporcionalidade, tendo o objetivo de coibir excessos de injustiça, por meio da comparação da compatibilidade, entre os meios e os fins da atuação administrativa, para evitar restrições desnecessárias e abusivas.
Em relação às garantias fundamentais Canotilho explica que:
Rigorosamente, as clássicas garantias são também direitos, embora muitas vezes se salientasse nelas o caráter instrumental de proteção dos direitos. As garantias traduziam-se quer no direito dos cidadão exigir dos poderes públicos a proteção dos seus direitos quer no reconhecimento dos meios processuais adequados a essa finalidade. (2003, p. 393)
Entretanto, no conflito entre os direitos e garantias, não tornando-se possível a adequação entre eles, a liberdade de Imprensa deverá conceder de forma regular e adequada, o principio da presunção da inocência, não podendo a liberdade de imprensa prevalecer sob os direitos e garantias fundamentais do acusado. 
4.2 A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NO TRIBUNAL DO JÚRI
Primeiramente, vale ressaltar que a influência da mídia no tribunal do júri, tornou-se uma espécie de formadora de opinião pública, a maior preocupação de muitos doutrinadores é a imparcialidade do conselho de sentença nos casos de grande repercussão nos crimes dolosos, tornando possível a condenação do réu antes mesmo da apresentação das provas no plenário.
A mídia atua como propagadora dos acontecimentos mundiais, sendo, dessa forma, importantíssima o exercício do direito à informação. Assim os indivíduos se utilizam dos meios de comunicação para que possam se manter informados e para que consigam se comunicar, dentro de seus ambientes sociais, sobre os acontecimentos ocorridos no mundo. (LEITE, 2011, p. 09)
Alguns doutrinadores chamam de o “o bizarro espetáculo midiático”, a mídia procura informar quanto a participação e opinião pública que por si só provoca meras especulações, podendo passar informações distorcidas através de redes sociais, televisão e revistas em geral. 
Ainda não é possível definir um método para que a mídia não influencie na sociedade, devendo respeitar is direitos e garantias fundamentais, sem tirar o direito a informação e a liberdade de expressão. Um dos casos em que podemos exemplificar é o caso da morte dos pais de Suzane Von Richthofen, onde supostamente Suzane orquestrou o assassinato dos pais.
Por fim, a influência da mídia ainda será uma discussão entre doutrinadores , pois para muitos a imparcialidade do conselho de sentença se torna uma preocupação constante no momento do julgamento.
5 IMPRENSA: SUA RESPONSABILIDADE E SEUS LIMITES
5.1 LIBERDADE DE IMPRENSA
A Liberdade de Imprensa surgiu em 1789 na França, com a Declaração dos Direitos do Homem e do cidadão, somente em 1948 se deu a Declaração Universal dos Direitos do Homem. No Brasil a liberdade imprensa se deu em 1824, assim como explica a Associação Nacional de Jornais:
Em 1824, a primeira constituição brasileira outorgada por D. Pedro I, estabeleceu a liberdade de imprensa como norma, mais, como aconteceria com as Cartas posteriores, incluiu limitações suficientemente vagas para que os governos de turno aplicassem restrições e represálias. (IMPRENSA BRASILEIRA: DOIS SÉCULOS DE HISTÓRIA)
O Brasil se consolidou como um Estado Democrático de Direito e a Constituição Federal de 1988 garantiu a liberdade de imprensa, liberdade de expressão, liberdade de culto e etc. Em virtude do que foi adotado pela forma de governo no Brasil, a liberdade de imprensa se consolidou como uma segurança para inúmeros meios de comunicação hoje.
Em razão da previsão da liberdade de imprensa na Magna Carta de 1988,há a impossibilidade de censura, o livre exercício da profissão, a liberdade de informação e liberdade de pensamento. Assim sendo, a liberdade de imprensa surge como meio de defesa às liberdades a que tem direito o cidadão, tendo sido a imprensa declarada livre, divulgando fatos ocorridos no mundo e manifestando-se, a todo o instante, sobre esses fatos de forma global. (LEITE, 2011, p. 8)
Não obstante, não é possível dizer que a liberdade de imprensa é absoluta, conforme disposto no artigo 220, § 1° da Constituição Federal de 1988:
[...]
§1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veiculo de comunicação social, observado o disposto do art. 5º, IV, V, X, XIII, XIV.
Assim sendo, Leite (2011, p. 9) explica que “a liberdade de imprensa é direito de informação deveriam ser utilizados pelos meios de comunicação apenas como forma de transmissão de informações e de noticias ocorridas no cenário mundial, cumprindo assim sua finalidade”.
5.2 IMPRENSA E CENSURA
O artigo 5°, inciso IV e IX da Constituição Federal garante que:
[..]
IV- é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
IX- é livre a expressão da atividade intelectual, artística, cientifica e de comunicação independendetemente de censura ou licença.
A Liberdade de imprensa durante vários anos sofreu censuras, tanto direta como indiretamente, muitos autores afirmam que a imprensa é uma formadora de opinião para a sociedade, Silva (2001) ainda explique que:
[...] a imprensa francesa do Antigo Regime (1653 a 1788) viveu, pelo sistema do privilégio, sob o regime da autorização prévia. Desse modo as autoridades puderam dirigir seu desenvolvimento; sua ação era substituída por uma organização coorporativa e uma regulamentação minuciosa de todos os ofícios ligados a imprensa e à livraria.
A partir daí os jornais que eram habilitados passaram a ter mais segurança, mesmo com a permissão à liberdade dos jornalistas se tornaria comprometida, não dando a eles o poder de escrever sobre assuntos da atualidade, assim como casos políticos. Somente os jornais que eles chamavam de “folhas oficiais” podiam ainda sim com extrema cautela poderiam dar as notícias.
Antes mesmo da Constituição Federal de 1988, o Brasil cresceu consideravelmente na questão econômica, a partir de 1968 à 1978 a censura esteve bastante presente tendo os brasileiros se tornado grandes colaboradores do regime da época. Naquela mesma época todo e qualquer jornal eram proibidos de divulgar ou dar sua opinião sobre o governo, a censura sempre teve a preocupação de cercear todas as palavras que eram feitas pela imprensa.
Quanto à censura, não se esta aqui defendendo a castração da imprensa. Muito pelo contrários, a bandeira que se pretende hastear é a liberdade plena e em todas as suas formas de manifestação. Defende-se a liberdade de imprensa ou informação, desde que exercida com responsabilidade. (SILVA, 2001, p. 88)
Por fim, a liberdade de imprensa teve que ser aparelhado através da jurisprudência, impondo assim seus limites.
5.3 RESPONSABILIDADE DA IMPRENSA E SUA LIMITAÇÃO
Em 2009 o Supremo Tribunal Federal declarou a incompatibilidade da Lei da Imprensa n° 5250/67 com a Constituição Federal, tendo em vista que a lei de imprensa se deu antes de 1988, os eminentes ministros entendem que a lei de imprensa entra em desarmonia com os princípios que regem a Constituição. O eminente Ministro Marco Aurélio Melo ainda questionou qual seria a real fundamentação que estaria sendo contrariado pela lei da imprensa com os seguintes dizeres “A não ser que eu esteja a viver em outro Brasil, não posso dizer que a nossa imprensa hoje é uma imprensa cerceada. Temos uma imprensa livre”.
Sabe-se ainda que existem vários tipos de responsabilidade, seja no âmbito civil, penal e a extracontratual, a subjetiva e objetiva. Vale ressaltar que após a ADPF 130 os danos causados pela imprensa hoje são dispostos pela jurisprudência e não mais pela Lei de Imprensa n° 5250/67.
Atualmente, quanto natureza da responsabilidade civil dos veículo de imprensa em relação à prova da culpa dois posicionamentos teóricos existem: o primeiro afirma que a responsabilidade civil da imprensa é subjetiva, sendo adotado pela jurisprudência brasileira, e o segundo aduz que a responsabilidade civil da imprensa é objetiva, à luz da teoria do risco. (COSTA, 2014, p. 56)
A imprensa apesar de ser extremamente essencial para a sociedade na veiculação de notícias em diversos assuntos, ainda tem seus limites estabelecidos pela Constituição Federal, tendo em vista que a Constituição veio para proteger a intimidade, a privacidade e os direitos de cada cidadão através do principio da inviolabilidade, reforçando o que está disposto no Código Penal em seus artigos e incisos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Podemos concluir que a sociedade tem grandes interesses em relação aos crimes dolosos contra a vida, e a mídia aparece como a grande formadora de opinião através de jornais, revistas, redes sociais. Neste sentido, deve-se lembrar de que todo e qualquer meio de informação pode chegar de forma, muitas vezes, errônea e distorcida para os espectadores, transformando assim um julgamento em um mero juízo de valor, trazendo para o tribunal do júri uma propensa parcialidade do conselho de sentença.
Sendo naquele momento violado diversos princípios norteadores do processo penal inclusive o principio da Presunção de Inocência, onde não se pode tornar o réu culpado antes mesmo de ser proferida a sentença pelo juiz. A mídia se tornou de grande influência para todo e qualquer conselho de sentença segundo diversos doutrinadores, pois ela acaba apresentando os fatos de forma tendenciosa onde a sociedade acaba por confundir uma manchete como a representação única da verdade. Fazendo igualmente com que a sociedade peça por justiça incessantemente.
Todos esses pedidos fazem com que a cada acontecimento que gere repercussão midiática (seja o cidadão culpado ou não aos olhos das provas processuais) a aplicabilidade de penas severas é sempre uma constante, para que outros que possam vir a cometer crimes dolosos contra a vida tenham o punitivismo como exemplo. 
Ferindo assim os direitos e garantias fundamentais de cada réu, a partir do momento em que a imprensa disponibiliza todos os detalhes e fatos ocorridos no momento do crime o réu acaba tendo sua privacidade e de seus familiares invadida, não dando assim a oportunidade para que possa se defender.
Por fim, o presente trabalho conclui que a influencia da mídia no tribunal do júri desempenha uma forma precipitada de julgamento ao expor os fatos, fazendo assim com que os réus já se tornem culpados tanto pelo tribunal do júri, quanto pela sociedade.
 
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Thereza de Assis Moura, Brasília, DF Disponível em HTTPS://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/448400725/agravo-em-recurso-especial-aresp-986859-rj-2016-0249544-0/decisao-monocratica-448400735?ref=juris-tabs Acesso em 23
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https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/81706/181946.pdf?sequence=1
&isAllowed=y Acesso em 10 out. 2017
� Aluna do 10º período do Curso de Direito da Faculdade de Talentos Humanos, com graduação prevista para o segundo semestre de 2017.
² Graduação em Direito. Mestre em Ciências pela Universidade de São Paulo – USP. Docente nas áreas de Direito público com ênfase em Penal e Constitucional da Faculdade Talentos Humanos –FACTHUS/MG. Coordenador do curso de pós-graduação em Criminologia do IPEBJ. Membro da comissão de Direitos Humanos da OAB/MG. Editor da Revista Facthus Jurídica.
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