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Relé de Sobrecorrente – Parte02 Professor: Rogério Gaspar de Almeida Disciplina: Proteção de Sistemas Elétricos Departamento de Engenharia Elétrica João Pessoa – PB Múltiplo do Relé • No caso do relé de eletromagnético, o ajuste da corrente de atração é feita pela mudança do tap da bobina magnetizante do relé, como ilustra a figura abaixo: 2 Tap da bobina Magnetizante do Relé Múltiplo do Relé • Variando-se o tap e as espiras da bobina, como ilustrado na figura anterior, pode-se conseguir a mesma força magnetomotriz, e portanto, a mesma força de atração. Isto é: 3 TAP 1A 1A. 100 espiras = 100 A.e. TAP 1,25A 1,25A. 80 espiras = 100 A.e. TAP 2A 2A. 50 espiras = 100 A.e. TAP 2,5A 2,5A. 40 espiras = 100 A.e. TAP 4 A 4A. 25 espiras = 100 A.e. Múltiplo do Relé • Quando a corrente de operação do sistema elétrico for igual a corrente de tap, o relé está no limiar de operação. Deste modo o tap do relé é também conhecido como corrente de ajuste do relé, ou seja: 4 ajuste do relé Tap do ReléI • Para o relé atuar, a corrente de sobrecarga ou de curto circuito deve ser maior que a corrente de ajuste do relé. Múltiplo do Relé • Portanto, o múltiplo (M) do relé, indica quantas vezes a corrente de defeito é maior que o seu tap. O cálculo do múltiplo do relé é dado por: 5 ajuste do relé M = . ps s II I I Tap RTC Tap Obs: Para o mesmo múltiplo do relé, a força de atração na alavanca é a mesma. Temporização do Relé de Sobrecorrente Eletromecânico • Os relés de atração eletromagnética pode ser temporizado utilizando-se os usuais artifícios: – Temporização por óleo; – Acoplamento de um relé auxiliar de tempo 6 • A temporização por óleo é bem rústica e simples. Por esta razão a sua imprecisão é relevante. Curva Tempo x Corrente do Relé de Armadura Atraída com Temporização a Base de Óleo Mecanismo de retardo de Tempo do Relé de Sobrecorrente Temporizado a óleo Temporização do Relé de Sobrecorrente Eletromecânico • Já a temporização com Relé Auxiliar de Tempo é ilustrado abaixo: 7 Temporização com Relé Auxiliar de Tempo Relé de Indução Eletromagnética • Este tipo de relé funciona com o mesmo princípio de um motor elétrico, onde o rotor (tambor ou disco) gira. O giro do rotor produz o fechamento do contato NA (trip) do relé, que ativa o circuito ou mecanismo que provoca a abertura do disjuntor; • Principais tipos de relés de Indução Eletromagnética: – Relé de disco de indução por bobina de sombra; – Relé tipo medidor kWh; – Relé tipo cilindro de indução; – Relé tipo duplo laço 8 Relé de Indução Eletromagnética • Relé de Disco de Indução por Bobina de Sombra 9 Relé de Disco de Indução com Bobina de Sombra Visão espacial do Relé 1 p s s 2 I I NI Força Torque gira o disco Relé de Indução Eletromagnética • Como os fluxos 1 e 2 foram obtidos da mesma corrente, o torque atuante no disco é proporcional a Is x Is, ou seja, 10 2 sτ I • Cada corrente de curto-circuito produz um torque, e como a distância entre o contato fixo e móvel para uma regulagem é fixa, pode-se traduzir uma equação simbólica do tempo de atuação do relé, que pode ser: 2I .t = K • Onde K é uma constante que depende de cada posição da alavanca entre os contatos fixo e móvel do relé. Relé de Indução Eletromagnética O relé de Disco de Indução por bobina de sombra é largamente utilizado em sistemas radiais, ou em tronco radial proveniente de um sistema em anel. Contudo não é adequado para um sistema elétrico em anel, ou seja, não é direcional. Os relés direcionais serão vistos mais adiante. 11 Disco de Indução e Alavanca de Tempo Característica de Tempo Inverso Relé de Indução Eletromagnética • Relé Tipo Medidor de kWh 12 Relé com 1 (uma) grandeza de atuação Relé com 2 grandeza de atuação Obs: O relé de 1 (uma) grandeza de atuação não é direcional, enquanto que o relé de 2 grandezas de atuação é direcional Relé de Indução Eletromagnética • Relé Tipo Cilindro de Indução e Relé Tipo Duplo Laço de Indução. 13 Relé Tipo Duplo Laço de Indução • Estes relés apresentam grande sensibilidade, pois suas bobinas estão colocadas espacialmente a 90 para funcionar com torque máximo; • Outra característica importante é que suas bobinas podem ser conectadas e energizadas por grandezas diferentes, dando origem a diversos tipos de relés. Relés Eletrônicos ou Estáticos • Os Relés Eletrônicos ou Estáticos são relés construídos com dispositivos eletrônicos, próprios e específicos aos objetivos da proteção; • Nestes relés não há nenhum dispositivo mecânico em movimento, todos os comandos e operações são feitos eletronicamente; • Os relés estáticos, em regra, sempre acabam operando com relé auxiliar eletromecânico que ao fechar o seu contato auxiliar provoca a abertura ou ativa à abertura do disjuntor. Muitos são chamados de relés semi- estático porque há alguns componentes mecânicos associados. 14 Relés Digitais • Os Relés Digitais são relés eletrônicos gerenciados por microprocessadores; • Tratam-se, portanto, de microcomputadores específicos, onde sinais de entrada das grandezas e parâmetros digitados são controlados por um software que processa a lógica da proteção através de um algoritmo; • O Relé Digital pode simular um relé ou todos os relés existentes num só equipamento, produzindo ainda outras funções, tais como, medições de suas grandezas de entrada. É usualmente designado de Relé de multi- função. 15 Relés Digitais • Vantagens: – Pode efetuar varias funções como proteção, supervisão de rede; transmissão de sinais, conexão com computador, etc; – Compactação de espaço (armários e salas de controle); – Diminuição acentuada de fiação nos painéis e sala de operação; – Exigência de TCs com menores classes de exatidão; – Diminuição de preço ao longo do tempo; – Escolha da forma da função de atuação em relação ao tempo possibilitando melhor faixa de coordenação na proteção; – Ajustes diferenciados para os tipos de defeitos trifásicos, bifásicos e monofásicos; – Efetuar Vários níveis de ajustes que automaticamente se adaptam com a mudança da configuração do circuito da subestação; – Possibilidade de emular qualquer relé eletromecânico; – Permissão de bloqueios advindo de outros relés; – Verificação de redundância para evitar operação indevida 16 Relés Digitais • Desvantagens: – Necessita estar alimentado por uma fonte externa de energia. Qualquer problema nesta fonte desliga o relé; – Necessita de climatização para manter a estabilidade e a integridade de seus componentes; – Vida relativamente curta, estimada de 10 a 15 anos; – Obsolescência devido ao rápido avanço tecnológico; – Dificuldade na compatibilidade de protocolos de comunicação com o sistema de supervisão ou com relés de fabricante diferentes; – Muitas funções associadas em um só equipamento, que no caso de defeito perde-se algumas ou todas as funções; – Defeitos internos no relé requerem a troca completa de módulos; – Requerem baixo aterramento; – Sujeitos a interferência eletromagnética; – Possibilidade de ações de hacker, se a rede de comunicação estiver conectada a internet. 17
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