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Psicogerontologia-Doenças do Envelhecimento

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CURSO DE PSICOLOGIA
Suéllen Ramos
DOENÇAS DO ENVELHECIMENTO
 Santa Cruz do Sul
 2014
	
Suéllen Ramos
DOENÇAS DO ENVELHECIMENTO
Trabalho apresentado ao Curso de Psicologia da Universidade de Santa Cruz do Sul como tarefa integrante da disciplina Psicogerontologia.
Professor(a): Silvia Virginia Coutinho Areosa.
Santa Cruz do Sul
2014
Introdução
	O presente trabalho tem como objetivo relatar aspectos que envolvem as doenças do envelhecimento. Logo, achamos pertinente mencionar e falar de forma sucinta as patologias mais comuns entre os idosos, o Alzheimer, Parkinson e Depressão. Após o conteúdo teórico estudado há os relatos das entrevistas e visitas feitas pelos integrantes desse grupo. Para finalizar, uma breve conclusão a respeito do trabalho realizado correlacionado com as entrevistas. 
Referencial Teórico 
	
	A estimativa para 2050 chega a multiplicar o número de idosos com 15% da população, porém o aumento dessa proporção de idosos se encontra associada com doenças crônica-degenerativas e distúrbios mentais. O desenvolvimento de doenças, incapacidades e dependência tem fico mais frequentes na categoria da baixa renda do que da alta renda. Com isso vem a falta de garantia de assistência social e de saúde que necessitam. (CHAIMOWICZ, Flávio, 1997). 
	Segundo a pesquisa do IBGE o Brasil demonstrou 80% dos idosos que possuem pelo menos uma doença crônica, outra parcela de 33% possui de três ou mais agravos. Conforme as pesquisas os indivíduos estão vivendo cada vez mais, mas também há mais presença de problemas de saúde comparada a população geral. Com estes números a uma correlação com a influência de excesso de peso, baixo peso, como fator de risco para a hipertensão, aumento na pressão arterial, entre outros. Problemas nutricionais também estão ligados com um impacto negativo na qualidade de vida dos idosos. (MENDES, Márcia R.S.S. Barbosa, 2005)
	Muitos idosos utilizam algum tipo de medicamento e mencionam que possuem alguma doença crônica não-transmissível e, o uso de mais de três medicamentos simultâneos é muito frequente. Mostrando que os idosos utilizam mais medicamentos do que qualquer outra faixa etária, sendo assim, os mesmos ficam mais predispostos a obterem algum efeito adverso, podendo levar ao início de alguma doença ou até mesmo agravar a doença presente. (CAVALCANTI, Christiane L., 2009)
	No Brasil as doenças crônicas incluem doenças cardiovasculares, diabetes, doença pulmonar obstrutiva crônica e inclui ainda muitas variedades de câncer, HIV/Aids, distúrbios psiconeurológicos, exemplo: depressão, esquizofrenia e demência e, deficiência tais como deficiência visual e artroses que são a maior causa de mortalidade e morbidade. Essas tais patologias eram a alguns anos atrás considerados como problemas de pessoas idosas, porém, hoje se sabe que atingem também pessoas jovens. (VERAS, 2012)
 As doenças citadas à cima causam em pessoas idosas um alto índice de internações, bem como, reinternações, que podem ser associados à complexidade que envolve os diagnósticos, tratamentos e cuidados por parte dos profissionais assim como o descaso da família e o desinteresse do próprio idoso em buscar informações. (CARBONI, 2002)
As doenças crônicas estão ligadas a uma sociedade em envelhecimento e também a fatores como alcoolismo, tabagismo, sedentarismo e pré-disposição genética. Fazendo-se assim que sejam necessárias estratégias multiprofissionais para o cuidado das mesmas, além de acesso a medicamentos e equipamentos necessários. E essas demandas por sua vez poderão aumentar os gastos em saúde substancialmente. (VERAS, 2012)
A prevenção da saúde e a manutenção da capacidade funcional do indivíduo que envelhece pelo maior tempo possível surgem como peça fundamental para o desenvolvimento de estratégias de saúde da população idosa. Pois o envelhecimento livre de enfermidades significa além de melhoria na qualidade de vida, uma diminuição de gastos. Mas ainda rege a lógica pautada pelo tratamento e não a prevenção do adoecimento no sistema de saúde, sendo assim é ineficaz para assegurar o bem estar da população em geral. (VERAS, 2012). É de suma importância que fatores como conhecimento, meio ambiente limpo, acesso aos serviços de saúde, capacitação da pessoa em tomar decisões sobre a própria vida e respeito aos direitos humanos sejam integrados ao sistema de saúde para que se possa assegurar a boa qualidade de vida. (CARBONI, 2007)
	Cada vez mais se vêem a necessidade de ações preventivas que devem ser coordenadas por unidades básicas de saúde dando prioridade as demandas locais. Vale aqui ressaltar que é fundamental um investimento imediato na saúde, educação, bem como nos programas de apoio familiares e na manutenção de idosos em atividades produtivas adequadas. (CHAIMOWICZ, Flávio, 1997).
	O processo do envelhecer da população vem carregado de desafios para a saúde pública contemporânea, principalmente em países com índices de pobrezas e grande desigualdade social. E com as Políticas especificas, bem como o Estatuto para esse grupo etário que contribui para os conhecimentos, as necessidades e as condições de vida para os idosos. (CAVALCANTI, Christiane L., 2009)
De antemão é necessário esclarecer que não é uma regra, mas pessoas idosas tendem a possuir múltiplas doenças crônicas. Sendo assim, é preciso que se estruturem modelos que funcionem de modo a dar conta de toda a gama de cuidados. Caso contrário, os recursos estarão sendo usados inadequadamente levando em consideração que a fragilidade será mantida. (VERAS, 2012)
Estimasse que a probabilidade de internação hospitalar em decorrência de agravo à saúde é 20% maior. (CARBONI, 2007)
“Em síntese, um modelo de atenção à saúde do idoso que se pretenda eficiente deve aplicar todos os níveis de cuidado, isto é, possuir um fluxo bem desenhado de ações de educação, promoção da saúde, prevenção de doenças evitáveis, postergação de moléstia, cuidado o mais precocemente possível e reabilitação de agravos. Essa linha de cuidados se inicia na captação, no acolhimento e no monitoramento do idoso e somente se encerra nos momentos finais da vida, na unidade de cuidados paliativos” (VERAS, 2012, p.7)
Doença de Alzheimer
Há muitos anos se conhece sobre demências, mas recentemente elas tiveram um estudo científico para uma avaliação mais fidedigna. Em 1816, início do século XIX o psiquiatra francês Jean-Etienne Esquirol, descreveu o quadro da demência senil que se aproxima do que hoje conhecemos pelo nome de doença senil do tipo Alzheimer. (CAYTON;WARNER, 2000)
A doença de Alzheimer é considerada como um distúrbio degenerativo cerebral e atinge índices significativos da população mundial, fenômeno que se deve ao aumento do envelhecimento populacional. Atualmente, ela está situada como uma das demências mais comuns, causando vários problemas e dificuldades ao sujeito doente, seus familiares e à sociedade. 
O envelhecimento populacional propiciou o grande surgimento de inúmeras doenças, como Alzheimer e Parkinson, que anteriormente não eram enfatizadas em um contexto social onde a juventude prevalecia. A doença de Alzheimer está inserida no grupo das demências, onde há inúmeras perdas cognitivas, físicas e sociais. Segundo CID-10, citada por Antônio Corrêa:
	“A demência é uma síndrome decorrente de uma doença cerebral, 	usualmente de natureza crônica ou progressiva, na qual há perturbação 	de múltiplas funções corticais superiores, incluindo memória, 	pensamento, orientação, compreensão, cálculo, capacidade de 	aprendizagem, linguagem e julgamento. Não há obnubilação de 	consciência. Os comprometimentos de função cognitiva são 	comumente acompanhados e ocasionalmente precedidos, por 	deterioração no controle emocional, comportamento social ou 		motivação.” (1996, p. 136)
Deste modo, a Alzheimer é caracterizada como uma patologia degenerativa que afetaprogressivamente o cérebro e suas funções cognitivas, principalmente a memória, desenvolvendo-se lentamente ao longo dos anos e possuindo maior incidência em pessoas idosas, na maioria mulheres, e portadores da síndrome de Down. As perdas causadas por essa doença geram inúmeros transtornos na vida do paciente. Os primeiros sinais dessa patologia começam através de pequenos esquecimentos cotidianos considerados normais. Porém, os sintomas vão se agravando e o indivíduo começa a perder a noção de tempo e espaço, a não reconhecer seus familiares e por fim, suas atividades diárias são comprometidas. (CORRÊA,1996)
As causas do Alzheimer são um agrupamento de diversos fatores e hipóteses: genética, neuroquímica, ambiental, virótica, imunológica, microtubular, glutamatérgica, filotérmica, vascular e metabólica, entre outras. O diagnóstico diferencial da doença é realizado a partir de análise das suas características principais e por meio de exames clínicos e neurológicos. Sendo fundamental para que não se confunda a doença de Alzheimer com alguma outra demência ou até mesmo com a depressão. Pois os portadores dessa doença geralmente estão deprimidos, esse diagnóstico também é de extrema importância para que o tratamento produza o resultado esperado e não piore o quadro psicológico do paciente. (FRANZEN, 2011)
As principais características para diagnosticar a doença são: déficits em pelo menos duas funções cognitivas, alteração da memória, deterioração da linguagem (afasia), funcionamento motor (apraxia), reconhecimento de objetos (agnosia), resolução de problemas e planejamento, atividades cotidianas afetadas, modificação comportamental, atrofia cerebral (redução de neurônios e suas ramificações dentríticas, alterações neuroquímicas) e sintomas associados como depressão e insônia.
De acordo com Franzen e Getz (2011) entre os testes de avaliação psicológica WAIS-IV e Wechler Memory Scale, o último é o mais recomendado para medir as perdas cognitivas demênciais, bem como, as medidas de triagem, Halstead’sCategory Test e o TrailMaking Test, e os testes de fluência verbal, como o Controlled Word Association Test. Portanto, o profissional que está auxiliando o paciente que sofre de alguma demência necessita conhecer melhor e avaliar os seus sintomas, pois um diagnóstico não eficaz pode gerar inúmeras consequências na vida de um indivíduo. 
 Desse modo, além do profissional estar capacitado ao atendimento desse paciente, a família também deve estar preparada para lidar com as mudanças geradas pela doença. Proporcionando um ambiente familiar saudável e acolhedor ao sujeito e possibilitando a melhora nos seus processos sociais e psicológicos. Por meio de participações em grupos de convivência e atividades de estimulação das suas capacidades cognitivas. (MATTE, 2011)
Na fase inicial da doença (2 a 3 anos), o indivíduo tem sintomas vagos, perda de concentração e da atenção, déficit de memória de curto prazo, perda de objetos pessoais, déficit no aprendizado. Na fase intermediária (2 a 10 anos) iniciam os sintomas focais: afasia, apraxia, agnosia, distúrbios de linguagem, dificuldade de compreensão, alterações viso espaciais, perda progressiva das AIVDs e AVDs e etc.Na fase avançada (8 a 12 anos), todas as funções cognitivas são comprometidas, não reconhecem o rosto dos familiares, esquecem sua própria história, dependência total. A perda da memória gera consequências na vida diária, conduz a problemas na comunicação, riscos de segurança, comportamento, dificulta as relações afetivas, sociais e familiares. (FRANZEN, 2011)
Até hoje não existe a cura da demência tipo Alzheimer. Apenas alguns remédios que pode diminuir o avanço da doença. Mas existem possibilidades de ajudar as pessoas doentes a viverem com mais qualidade. Como por exemplo, criar um ambiente tranquilo e seguro, calendários e relógios grandes em vários lugares da casa para situar a pessoa. Organizar o espaço agradavelmente e com estímulos adequados (lembranças, fotografias). Enfim, manter a rotina diária torna o mundo para pessoa com demência mais previsível e torna o processo de cuidar bem menos estressante.			O Alzheimer está nitidamente ligado à perda de memória, sendo assim, é muito importante que os profissionais da saúde desenvolvam estratégias direcionadas a intervenção da memória, a fim de melhorar a qualidade de vida dos idosos e bem-estar dessa população. (CAYTON;WARNER, 2000)
A comunicação de uma pessoa com demência seja ela do tipo Alzheimer ou outra, é de extrema importância para o seu bem estar, porém nada fácil. Com o avanço da demência as capacidades de comunicação diminuem. Existem algumas regras para a comunicação. A primeira é manter o respeito para com a pessoa doente, por exemplo, não chamá-la de doente na sua presença, ter dificuldade não significa não entender. Paciência e calma, também são regras fundamentais. Quando a pessoa não entender o que o cuidador quer comunicar, pode-se tentar facilitar o processo de compreensão utilizando frase curtas e claras. Mas com todo cuidado, pois uma pessoa com demência é um adulto com problemas de compreensão, não uma criança.
As pessoas dementadas, por causa da doença, vivem em outro mundo, possuem problemas de memória atual, vivem nas memórias do passado que ainda possuem. Muitas vezes nesse mundo passado tem que ir ao trabalho, e se irritam quando outro não o deixa ir. Esse conflito é a principal causa de agitação e irritação das pessoas com demência, querer fazer algo que pra eles é necessário e são impedidos por alguém. Nessas situações cabe aos familiares e amigos das pessoas dementadas tentarem compreender o mundo delas. Aconselha-se conhecer a biografia e o passado da pessoa doente para entender o mundo em que ela vive quanto mais se sabe sobre a vida da pessoa, mais fácil se torna a compreensão sobre a mesma. (MATTE, 2011)
Doença de Parkinson, Parkinsonismo e tremor essencial 
	A doença de Pakinson é a segunda doença neurodegenerativa mais prevalente na população geriátrica sendo a sua causa ainda desconhecida. (SOARES, 2006). Caracteriza-se principalmente pela presença de tremor ou brandicinesia, acrescido de pelo menos mais um dos seguintes sinais: Postura flexionada para frente, alteração dos reflexos posturais, bloqueio motor. Sendo o tremor essencial é o mais prevalente transtorno do movimento do idoso. Caracteriza-se por um tremor fino, rápido que aparece em determinadas posturas ou ações.
	A doença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa sem predileção de sexo que acomete cerca de 1% da população geriátrica. Representa certa de 80 % dos casos de parkinsonismo. Já o tremor essencial é o mais comum transtorno do movimento com uma prevalência em cerca de 0,4-6%. (SOARES, 2006).
	Alguns medicamentos podem causar ou exacerbar o parkinsonismo com destaque para os medicamentos antipsicóticos, litium, metoclopramida, cinarizina, flunarizina. Os medicamentos antipsicóticos, antidepressivos, agonistas, corticóides, antetaminas, ácido valpróico, café e chá podem ocasionar tremor. O diagnostico da doença de Parkinson é clinico, baseado na identificação dos sinais e sintomas, observação evolutiva e resposta terapêutica. O tratamento da doença de Parkinson compreende a combinação, desde o inicio, de uma estratégia não farmacológica e farmacológica. (SOARES; HORTA, 2006)
	Sendo que a medida não farmacológica é o suporte psicológico, esclarecimento sobre a evolução da doença para o paciente e familiares, fisioterapia motora visando diminuir os efeitos cardinais da doença melhorando a mobilidade e o status funcional. Orientação nutricional enfatizando a necessidade de ingestão de fibras, líquidos e cálcio objetivando diminuir a constipação intestinal e melhorar a densidade dos ossos devido à maior prevalência de quedas nesses pacientes. A farmacológica são medicamentos para o tratamento da doença de Parkinson reduzirem os sintomas e as manifestações da doença. Já há tratamento alternativo recente para a doença. Vale ressaltar que o idoso com tremor não são obrigatoriamenteportadores da doença de Parkinson é necessário uma analise em todos os eixos do mesmo para que possa ser diagnóstico ou não. 
Depressão
	Todo ser humano em qualquer fase de sua vida pode experimentar sintomas depressivos. Nos idosos a probabilidade de desenvolver esta doença é ainda maior, pois apresentam inúmeras limitações e perdas, tendo como consequências sentimentos de autodepreciação.
Com a chegada da aposentadoria em muitos casos, o sentimento de inutilidade, a necessidade de ajuda de terceiros, desgaste corporal entre outros fatores agravam e levam o idoso a ter uma baixa autoestima. Além do humor triste, a depressão apresenta inúmeros sintomas cognitivos, comportamentais, físicos e emocionais. (GREENBERGER; PADESKY, 1999).
	Mckenzie (1999) descreve alguns sintomas psicológicos em pessoas depressivas: Baixo-astral, definido como um sentimento persistente de tristeza, vazio, perda e apreensão, acompanhado de uma tendência a chorar mais frequentemente por qualquer aborrecimento ou até mesmo sem se ter um motivo. 
Ansiedade pode tornar-se o maior sintoma da depressão. Nas pessoas deprimidas, essa sensação pode durar meses. Algumas pessoas acordam de manhã num estado de grande ansiedade, porque temem o decorrer do dia.
Embotamento Emocional, este é um dos mais cruciais sintomas da depressão. As pessoas gravemente deprimidas, frequentemente sentem-se como se tivessem perdido seus sentimentos, não conseguindo nem chorar. Sentem-se às vezes distante e indiferente em relação às pessoas mais próximas. (MICKENZIE, 1999)
Pensamento depressivo, a pessoa depressiva enxerga o mundo sempre por um lado negativo. Sente muita culpa por tudo, esquece-se das coisas boas que já fizeram, relembrando e intensificando as coisas más. Estes tipos de pensamentos negativos destroem a pessoa aos poucos, deixando-a mais deprimida ou ansiosa, formando-se um círculo vicioso.
Concentração e problemas de memória, a pessoa sente dificuldade em se concentrar, se consome por preocupações e pensamentos depressivos tornando-se difícil pensar em qualquer outra coisa. Os problemas com a concentração podem levar á indecisão e falta de atenção, deixando a pessoa confusa e desorganizada.
Uma pessoa deprimida tem alterações em cinco aspectos de sua vida, que devem ser avaliados antes de um diagnóstico, são os pensamentos, estados de humor, comportamentos, reações físicas e ambientais. Estas cinco áreas estão interligadas e cada aspecto diferente da vida de uma pessoa influência todos os outros. (GEENNBERGER; PADESKY, 1999).
Para que eles continuem tendo uma vida saudável e feliz, é importante que eles mesmos e todos os que o circundam, compreendam essa doença. Sempre há tempo para aprender algo novo. Para ajudá-lo, procure fazer com que o idoso exercite a mente e o corpo com frequência, terapias ocupacionais jogos ou qualquer outra distração são boas opções. A conscientização de que esse comportamento é uma doença e de que, só se reverterá com o próprio esforço, deve ser feita.
A família deve ter paciência com os mais velhos, tudo se intensifica com a idade inclusive o temperamento, e um dos sintomas da depressão é o mau humor. O terapeuta que esta fora do circuito da família, pode dar o apoio necessário para ele superar o pessimismo. O idoso tem que voltar a se sentir útil e enxergar que mesmo na sua idade avançada, ele ainda esta vivo, e muitas experiências ainda o esperam.
Entrevistas:
	Relato da visita na cidade de Encantado
Depois de termos agendado nossa visita, chegamos ao Lar dos Idosos de Encantado. Fomos recebidos pela proprietária do lar, a mesma nos recepcionou em seu escritório onde conversamos e tiramos dúvidas. 				Primeiramente, ela nos explicou sobre o funcionamento do lar, onde trinta e seis idosos residem. O lar é novo na cidade, há apenas nove meses. Os pacientes chegam até lá encaminhados por via judicial, pacientes de promotoria como ela se refere, e os demais são pacientes encaminhados pela família, pacientes particulares. O abrigo possui auxílio financeiro da prefeitura do município, além das mensalidades. A equipe é formada por um médico que visita regularmente o lar, uma fisioterapeuta 3x por semana, uma nutricionista 2x por semana, uma massoterapeuta 2x por semana, além de uma enfermeira, dois técnicos de enfermagem, uma cozinheira e uma faxineira todos os dias.
Logo após fomos conhecer o espaço, o ambiente é amplo, possui quartos com quatro camas, divididos entre dormitórios femininos e masculinos, além de quartos privativos, cozinha, sala de TV, enfermaria, farmácia e banheiros adaptados.			Tentamos direcionar nossa conversa ao assunto do nosso trabalho, as doença do envelhecimento e proprietária nos trouxe que o lar se destaca por sua ação com o pacientes doentes, possuindo um controle intenso da medicação dos mesmos e um cuidado especial com cada idoso residente ali. O paciente em fase terminal é isolado do restante do grupo ou se for opção da família pode ser levado para vir a óbito em casa.		 Relatou que a doença na terceira idade está cada vez mais precoce e que as pessoas chegam até o lar cada vez mais cedo, mais novas e apresentado as mais diversas patologias. Ela disse que desde o primeiro contato com a família já deixa claro sobre a importância de estarem preparados para essas e as mais diversas situações, que segundo ela são comuns da idade. Mencionou um caso de uma família que viajou 300km para visitar a avó/mãe e quando chegaram tiveram uma surpresa, pois a mesma não os conhecia mais, e ignorou a visita, pois disse serem estranhos. A paciente agravou rapidamente seu estado de Alzheimer e a família não acompanhou esse processo. A família voltou decepcionada para a casa. 								Prosseguindo, comentou do quando gosta de trabalhar nessa área, está a vinte e cinco anos no ramo e disse que o mais difícil para ela é ter que entregar para família o paciente no caixão. Fato este, que faz parte do processo de envelhecimento. 		Por fim, nos despedimos dos idosos e agradecemos por sua atenção. A visita foi rápida mais muito objetiva, conseguimos observar aspectos importantes e conhecer esse belo trabalho. 
Entrevista com psicóloga e enfermeira
 Essa entrevista foi realizada em um lar na cidade de Venâncio Aires com duas profissionais, uma enfermeira e uma psicóloga. Nesse local há trinta e seis profissionais e quarenta e sete residentes. A instituição já possui vinte e dois anos de atuação. A enfermeira trabalha no local há nove meses. Na conversa com a mesma, menciona que as patologias mais comuns entre os idosos são AVC, mas o que mais se destaca é o Alzheimer. Ao perguntar sobre o tempo de permanência desses idosos, a enfermeira diz que há uma rotatividade de idosos, e a idosa que está a mais tempo no local tem vinte e dois anos de instituição. E desde o período que trabalha no lar já houve a entrada de doze novos idosos. A enfermeira também conta de como é o processo da escolha dos residentes. É feito uma anamnese, bem como, visita domiciliar, entrevista com a psicóloga, e todos os outros profissionais que atuam no local. Em relação se há acamados no local, a enfermeira menciona que tem dez idosos acamados, desses dez, oito com sonda alimentação e os dez com a necessidade de usar fraldas. 
	Em relação às particularidades desses idosos, ela cita que todos possuem seus utensílios particulares, como móveis, objetos pessoais e roupas. Os medicamentos são por conta do idoso, ou seja, da família. O lar disponibiliza do trabalho e cuidado dos enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicóloga, fisioterapeuta, entre outros profissionais, também são da responsabilidade do lar a questão da alimentação. 
	Algo que chamou atenção é referente ao fato de que não há médico nesse número de trinta e seis profissionais que atuam na instituição. A enfermeira menciona que todos os idosos possuem um médico particular, assim quando necessário o chamam. Ela acrescenta que na maior parte existeuma boa parceria com esses médicos, pois quando precisam o ligam e o mesmo o auxiliam da melhor forma possível. 
	No final da entrevista com a enfermeira o pergunto se ela quer deixar um recado. “Existe um preconceito muito grande na sociedade com os idosos, principalmente com o asilo, pois a sociedade julga achando que se trata de um depósito de velhos. A sociedade acha que os velhos são doentes e são jogados aqui. Não é do jeito como eles imaginam” Acrescenta falando “muitos julgam aqui o asilo, mas nunca vieram visitar, e nós estamos sempre abertos para visitas, e quando digo que trabalho aqui, muitos ficam espantados e me perguntam: Mas como? referindo como sendo um lugar sujo e desagradável”.
	A psicóloga atua na instituição já há nove anos. Relata que as patologias mais frequentes são relacionadas com aspectos neurológicos, como demência. 
	A profissional psicóloga cita que na seleção dos residentes eles procuram não selecionarem casos crônicos ou alcoolismo e dependências químicas. Após toda a seleção tem um período de adaptação do idoso. E comenta que até hoje nos nove anos que trabalha no local, houve só dois casos de não adaptação. Ao perguntar qual o seu trabalho no lar, ela comenta que trabalha em diversas e variadas atividades. Faz oficina de tela, com pinturas e também de jogos cognitivos, pois assim consegue analisar os idosos. Como também, organiza passeios, visitas a lugares diferentes, ou seja, elabora o cronograma dos residentes. 
	A psicóloga ressalta que a equipe multidisciplinar dessa instituição trabalha de forma conjunta e unida, citando que algo muito difícil de ser encontrado na área de trabalho, principalmente na área da saúde. Pois os múltiplos profissionais que atuam no local procuram sempre passar todas as informações dos idosos para todos os profissionais. Comenta também que os profissionais fazem estudos dos casos em suas reuniões. “Aqui a comunicação entre profissionais é ótima e eficaz”. 
	Por último a profissional conta que já houve casos em que idosos chegaram ao lar independente, caminhando sozinhos, sem alguma doença grave, mas com o passar do tempo institucionalizado foi adoecendo e acabou ficando acamado. 
	Entrevista com cuidadora
A pessoa entrevistada tem cinquenta e sete anos, é filha e cuidadora de sua mãe idosa que encontrasse fragilizada devido ao Alzheimer.
Para iniciarmos gostaríamos de saber qual a idade da idosa com Alzheimer? E há quanto tempo foi descoberto que ela tinha Alzheimer?
	A minha mãe tem 82 anos, e acerca de 7 anos descobrimos que ela tinha Alzheimer.
Como foi percebido que ela poderia ter a doença?
	Bom, comecei a notar que ela não colocava sal nas comidas, e esquecia panelas no fogo, e assim outros esquecimentos começaram a aparecer desconfiei então que algo estava errado, buscamos então ajuda profissional, ele realizou alguns exames e veio o diagnóstico que ela tinha Alzheimer. Ele me explicou que não tem cura e que vai piorando com o passar do tempo e conseguimos nota isso, hoje ela já não se lembra de quase nada do presente.
Além do Alzheimer ela possui mais alguma doença?
	Sim. Além do Alzheimer ela tem colesterol alto, diabetes, pressão alta, triglicerídeos e osteoporose. Ela toma sete tipos de medicamentos contínuos e, além disso, faz uso de insulina.
Como é realizado o acompanhamento profissional dela?
	O acompanhamento é feito parte na rede pública e parte na rede privada, é basicamente com médicos, não há outro profissional que acompanhe.
Pode relatar um pouco sobre o cuidado?
	Sim, desde que descobrimos a doença da minha mãe, foi necessário ficar de olhos atentos, tínhamos medo de ela esquecer o fogo ligado e acabar se machucando, ou acontecer algo de pior, os remédios também eram uma preocupação então como ela morava em frente a minha casa, eu com a ajuda de meu pai passei a administrá-los. Há dois anos e meio não foi mais possível que ela e o pai continuassem morando sozinhos, então adequei um espaço que tem o quarto deles e uma sala com coisas como, televisão e rádio na minha casa e eles passaram a morar comigo, meu marido e filho que faleceu logo em seguida. Passei então a preparar as refeições para eles, a mãe tem uma dieta bem restrita e é preciso cuidar bastante a ingestão de doces, o que é bem complicado. Ela foi piorando e hoje ela é totalmente dependente pra ir ao banheiro eu tenho que levar, pra ir para a cama, pra tudo. Às vezes ela está sentada no sofá e dorme, o pai a chama, mas se não ir alguém e conduzir ela até a cama ela não vai. 
Quando meu filho mais novo faleceu em um acidente de carro, foi bem difícil, ela esquecia e perguntava praticamente todos os dias por ele e isso causava um sofrimento muito grande pra todos nós. Muitos disseram pra eu não falar que ele havia morrido, mas eu não conseguia mentir, era muita dor, então ela sofria a perda varias vezes e nós sofríamos por ter perdido ele e por ver toda aquela situação, aos poucos ela parou de perguntar por ele. Hoje ela esta com diarréia eu pedi a ela que não tomasse o chimarrão para não piorar, ela me perguntou, “piorar o que?” respondi “a tua diarréia” então ela riu e falou “mas eu não estou com diarréia”, ela não consegue mais se lembrar dessas pequenas coisas, mas lembra do passado muito bem.
A senhora já participou de algum curso sobre cuidadores?
	Não, nunca participei. Agora vai ter um curso aqui na cidade, eu gostaria de participar, mas me parece que é direcionado a cuidadores formais.
	Depois de realizar a entrevista com a cuidadora foi possível conversar com a Senhora com Alzheimer que me contou um pouco de sua vida: Casei-me em 1955 e fomos morar onde meu filho mora. Lá começamos a trabalhar com agricultura, plantávamos fumo, milho, feijão e criávamos gado também. Tive dois filhos. Depois viemos morar aqui perto da minha filha. Paramos com o fumo e continuamos com o gado e eu fiquei apenas com o serviço da casa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	No decorrer do desenvolvimento do nosso trabalho percebemos a grande complexidade que envolve falar sobre o idoso e as patologias que o cercam. Pois abarca desde o ambiente em que o idoso se encontra inserido, até aspectos genéticos, psicológicos, fisiológicos e sociais. É uma temática que envolve uma questão multidisciplinar e multifatorial. 
Percebemos que é de extrema importância o acolhimento desse público nos serviços de saúde assim com funcionamento do sistema de rede entre profissionais multidisciplinares para diminuir a incidência de internações e adoecimento. Bem como o diálogo com familiares sendo que o fortalecimento positivo deste é uma porta para o encorajamento do idoso a manter suas atividades sociais evitando a desesperança e busque a qualidade de vida. O envelhecimento saudável e a qualidade de vida do idoso exigem uma compreensão abrangente e um conjunto de fatores que estão presentes no dia a da do mesmo.
Conforme as visitas nos lares e as entrevistas realizadas com profissionais conseguiram obter de modo mais profundo a questão do adoecimento e saúde saudável dos idosos. Analisar e falar a respeito sobre esse tema é fazer um contraponto entre estas duas questões aqui colocadas. Nas entrevistas fomos bem acolhidos por todos que facilitou o trabalho dos integrantes. Realizar estas visitações nos trouxe uma grande experiência, pois pudemos ver de como real o que estudamos sobre as doenças do envelhecimento, bem como outros estudos já feitos, por exemplo, a qualidade de vida.
Para concluir, queremos apenas ressaltar que o envelhecimento populacional é um dos maiores desafios que regem a família, a sociedade, os profissionais da saúde, mas também o Estado e Governo. Sem dúvida a longevidade foi uma das maiores conquistas, porém temos que ter cuidado ao falar isso e considerar que este fato vem associado com o grande índice de patologias.
REFERÊNCIAS
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