Buscar

RESENHA. OS SETE SABERES

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

RESENHA
MORIN, Edgar. Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro. 2º ed. São Paulo: Editora Cortez, 2000. 118 P.
Edgar Morin, em Os Sete Saberes, afirma que a educação depende da união dos saberes, pois o que existe hoje é a total fragmentação, divisão, onde encontramos duas linhas de educação: de um lado a escola, dividida em partes, de outro lado à vida, onde os problemas são cada vez mais multidisciplinares, globais e planetários. Afirma ainda que a insuficiência do conhecimento e informações decorre da educação recebida, ou seja, da falta de complexidade na educação. Não podemos dividir a educação do ser humano, porque o ser humano não é divisível. Alguns de seus Sete Saberes fala que compreensão do mundo parte do principio de que ele é indivisível e, não podemos então dividi-lo em partes para estudá-lo. O autor pensa que na educação do futuro devemos concentrar o ensino na condição humana, onde quer que ele se encontre. A importância da educação voltada para a condição humana é primordial, porque está concepção nos mostra como o ser como animal e como humano pertence a um conjunto de ação reação Ora encontrada no mundo. Morin concebe a educação como um fenômeno social e universal, sendo uma atividade humana necessária à existência e funcionamento de todas as sociedades. Cada sociedade precisa cuidar da formação dos indivíduos, auxiliar no desenvolvimento de suas capacidades físicas e espirituais, prepara-lo para a participação ativa e transformadora na várias instâncias da vida social. Não há sociedade sem educação, nem educação sem sociedade. A educação não é apenas uma exigência da vida em sociedade, mas também o processo de prover os indivíduos dos conhecimentos e experiências culturais cientifica morais e adaptativas que os tornam aptos a atuar no meio social, mundial e planetário. 
Ele imagina que a educação corresponde, pois, a toda modalidade de influências e inter relações que convergem para a formação de traços de personalidade social e do caráter, implicando uma concepção de mundo, ideais, valores, modos de agir, que se traduzem em convicções ideológicas, morais, políticas, princípios de ação frente a situações e desafios da vida prática. O autor acredita que a educação acontece nas mais variado esferas da vida do ser humano desde o seu nascimento passando pelas incertezas, destruições, desenvolvimento, e verdadeiras metamorfoses das evoluções desorganizadas até sua morte. A terra vive uma situação de total transformação, seja ela física, (natureza e a transformação causada pelo homem) e também a transformação dos próprios sistemas criados pelo homem, (Usinas, telecomunicações), e porque não dizer da situação do próprio ser humano, toda sua existência por isso deveu lembrar que a educação passa pela compreensão de todos estes sentidos, e também pelos sentidos da natureza do homem como ser social, (espírito, alma, intelectualidade). Porem existe obstáculos para a compreensão completa do ser humano, para a sua total conscientização desde mesmo ser para com os demais e também com o universo. Pensa também que para concepção completa do gênero humano, os indivíduos terão que passar por uma total integração de indivíduo / sociedade / espécie, etapas estas que são inseparáveis, porque é termos que se completam um com o outro não tendo fim, pois o fim de um é ao mesmo tempo meio e fim de outro. Portanto um individuo para ter a compreensão total, e por consequência a educação tão desejada, tem que passar e conviver com a democracia, igualdade, e ter o completo domínio do sentido abrangente do ser como cidadão do mundo, tratando o como se fosse seu, sem distinção de raça ou de qualquer outro preconceito.
Preparado a partir do trabalho conjunto de educadores em todo o mundo, o estudo resultou no livro “Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro”, que critica as falhas da educação e propõe novos caminhos para a formação de jovens, futuros cidadãos do mundo. 
Os sete saberes indispensáveis enunciados por Morin são:
Evitar as cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão:
Como a percepção do mundo é sempre uma reconstrução, estamos todos sujeitos ao erro e a ilusão. É um problema de todos e cada um deve levá-lo em conta desde muito cedo e explorar as possibilidades de erro para ter condições de perceber a realidade.
Os princípios do conhecimento pertinente:
É preciso ter uma visão capaz de perceber o conjunto. É necessário dizer que não é a quantidade de informações, nem a sofisticação, que podem fornecer sozinhas um conhecimento pertinente, mas sim a capacidade de colocar o conhecimento no contexto.
O contexto tem necessidade de seu próprio contexto. E o conhecimento, atualmente, deve se referir ao global.
Por exemplo, os acidentes locais têm repercussão sobre o conjunto e as ações do conjunto sobre os acidentes locais
Ensinar a condição humana:
É curioso que nossa identidade seja completamente ignorada pelos programas de instrução. Podemos perceber alguns aspectos do homem biológico em Biologia, alguns aspectos psicológicos em Psicologia, mas a realidade humana é indecifrável.
Somos indivíduos de uma sociedade e fazemos parte de uma espécie. Ao mesmo tempo em que fazemos parte de uma sociedade, temos a sociedade como parte de nós, pois desde o nosso nascimento a cultura nos imprime.
Nós somos de uma espécie, mas ao mesmo tempo a espécie está em nós e depende de nós. Portanto, o relacionamento entre indivíduo-sociedade-espécie é como a trindade divina, um dos termos gera o outro e um se encontra no outro. A realidade humana é trinitária.
Ensinar a compreensão:
A palavra compreender vem do latim, compreendere, que quer dizer: colocar junto todos os elementos de explicação, ou seja, não ter somente um elemento de explicação, mas diversos.
A grande inimiga da compreensão é a falta de preocupação em ensiná-la.
Na realidade, isto está se agravando, já que o individualismo ganha um espaço cada vez maior. Estamos vivendo numa sociedade individualista, que favorece o sentido de responsabilidade individual, que desenvolve o egocentrismo, o egoísmo e que, consequentemente, alimenta a autojustificação e a rejeição ao próximo.
Por isso, é importante compreender não só os outros como a si mesmo, a necessidade de se autoexaminar, de analisar a autojustificação, pois o mundo está cada vez mais devastado pela incompreensão.
Enfrentar as incertezas:
Apesar das escolas ensinarem somente as certezas, como a gravitação de Newton e o eletromagnetismo, atualmente a ciência tem abandonado determinados elementos mecânicos para assimilar o jogo entre certeza e incerteza, da microfísica às ciências humanas.
É necessário mostrar em todos os domínios, sobretudo na história, o surgimento do inesperado.
As duas guerras mundiais destruíram muito na primeira metade do século XX. Três grandes impérios da época, por exemplo, o romano-otomano, o austrohúngaro e o soviético, desapareceram.
Assim tem acontecido em todas as etapas da história. O inesperado aconteceu e acontecerá, porque não temos futuro e não temos certeza nenhuma dele. As previsões não foram concretizadas, não existe determinismo do progresso.
Ensinar a identidade terrena:
O fenômeno da globalização que estamos vivendo hoje – e começou, na verdade, no século XVI com a colonização da América e a interligação de toda a humanidade - é um outro aspecto que o ensino ainda não tocou.
O crescimento da ameaça letal se expande em vez de diminuir: a ameaça nuclear, a ameaça ecológica, a degradação da vida planetária.
É necessário ensinar que não é suficiente reduzir a um só a complexidade dos problemas importantes do planeta, como a demografia, a escassez de alimentos, a bomba atômica ou a ecologia. Os problemas estão todos amarrados uns aos outros. É preciso mostrar que a humanidade vive agora uma comunidade de destino comum.
 A ética do gênero humano:
Os problemas da moral e da ética diferem da cultura e da natureza humana. Existe um aspecto individual, outro social e outro genético,de espécie.
Algo como uma trindade em que as terminações são ligadas: a antro poética. Cabe ao ser humano desenvolver, ao mesmo tempo, a ética e a autonomia pessoal (as nossas responsabilidades pessoais), além de desenvolver a participação social (as responsabilidades sociais), ou seja, a nossa participação no gênero humano, pois compartilhamos um destino comum.
Tudo deve estar integrado para permitir uma mudança de pensamento, isto é, para que transforme a concepção fragmentada e dividida do mundo, que impede a visão total da realidade. Essa visão fragmentada faz com que os problemas permaneçam invisíveis para muitos, principalmente para governantes.
E hoje que o planeta já está, ao mesmo tempo, unido e fragmentado, começa a se desenvolver uma ética do gênero humano, para que possamos superar esse estado de caos.
Resumo: Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro de Edgar Morin
Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro de Edgar Morin
Livro destinado a sistematizar um conjunto de reflexões para a educação do novo milênio.
Os sete saberes são:
01: Um conhecimento capaz de criticar o próprio conhecimento.
 As cegueiras do conhecimento são o erro e a ilusão.
É impressionante como a educação que se põe como transmissora do conhecimento, seja cega quanto ao conhecimento humano que é passível de erro e ilusão.
Nenhum conhecimento pode ser utilizado sem ser examinado em suas minúcias. Devemos questionar todo o conhecimento que nos chega, pois todos são passíveis de erro e ilusão.
A ciência sempre buscou afastar o erro de suas ações. Mas Morin vê no erro uma possibilidade de avanço.
02: Os princípios do conhecimento pertinente.
Discernir as informações chave, tendo claros os princípios do conhecimento pertinente.
O conhecimento pertinente vai na contramão da ideia de que quanto mais fragmentado o conhecimento das disciplinas melhor. O conhecimento pertinente entende que não devemos eliminar a ideia de disciplina, mas rearticular a ideia de disciplina em outros contextos (interdisciplinaridade).
Devemos formar o polivalente e não o especialista.
A fragmentação impede um olhar sobre o todo (sobre a totalidade) e deve ser substituído por um conhecimento que entenda o conjunto.
03: Ensinar a condição humana (reaprender a condição humana).
Aprendemos que somos somente criaturas culturais, Morin nega isso. Nós somos à um só tempo seres físicos, biológicos, psíquicos, culturais, sociais, históricos, etc.
Somos homo sapiens demens.
Ou seja, o ser humano só pode ser entendido em sua integralidade, sendo impossível entende-lo desintegrado. Por isso a educação em disciplinas é falha.
O ser humano é complexo. Mas complexo do que analisamos. O ser humano possuímultidimensionalidade; pois, ele é político, moral, biológico, físico, cultural, etc.
Enraizamento: o ser humano físico, proveniente do cosmos físico. Somos seres planetários. Somos biologicamente iguais.
Desenraizamento: cultura. O homem transcende suas limitações naturais e físicas. Ex: os peixes nadam melhor que o ser humano, animais são mais fortes que o ser humano, etc. Mas o homem a partir da cultura consegue se desenraizar dessas limitações e criar mecanismos que o levam a superar suas dificuldades (tecnologias). Ou seja, o ser humano não precisa se adaptar ao meio, ele adapta o meio as suas necessidades.
Unidualidade: diz que o ser humano é ao mesmo tempo biológico e histórico (cultural).
Disciplinas escolares: ele critica a fragmentação das disciplinas. Ele propõe a interdisciplinaridade para compreendermos o ser humano em toda sua complexidade.
04: reconhecer (ensinar a identidade terrena).
Devemos ver o mundo, o planeta, a Terra como nossa “pátria”!
A Terra é um pequeno planeta que deve ser sustentado a qualquer custo. Nosso planeta deve ser sustentável. É impossível usufruir infinitamente em um planeta finito.
Nossa pátria é a Terra e devemos protege-la (sentido ambientalista).
A história da era planetária começou com as navegações portuguesas e castelhanas que uniram o mundo pela primeira vez.
Pensamento policêntrico: devemos entender o planeta como um  todo.
05: Enfrentar as incertezas.
O século XX derrubou a previsibilidade do futuro. Caíram impérios que pensavam perpetuar-se. A educação deve ir já unida à incerteza e as reações e ações imprevisíveis. Temos que ensinar aos estudantes as estratégias que o levem a pensar o imprevisto, pensar a incerteza, intervir no futuro através do presente, com as informações obtidas no tempo e a tempo. É preciso aprender a navegar um oceano de incertezas.
A ciência cartesiana construiu a ideia de que tudo o que é científico está no campo da certeza. Concepção que o século XX veio destruir. A ciência nunca é a portadora absoluta da certeza, mas a portadora da incerteza. É a incerteza que comanda o avanço do saber.
Não existem certezas absolutas.
06: Ensinar a compreensão.
Devemos compreender os outros. Devemos respeitar as ideias, costumes, culturas e modelos de vida diferentes das nossas, desde que elas não atentem contra a dignidade humana.
Não rotular, não ser egoísta, nem etnocêntrico.
“Devemos compreender que a compreensão é o meio e o fim da comunicação humana”.
Infelizmente hoje reina a incompreensão.
07: A Ética do Gênero Humano.
A educação deve pregar a antropo-ética que se baseia em três elementos: o indivíduo, a sociedade e a espécie.
Indivíduo + Sociedade = Democracia.
Indivíduo + Espécie = Cidadania Terrestre.
Segundo Morin, a ética não pode ser ensinada por meio de lições de moral, mas sim pela formação da consciência de que o ser humano é ao mesmo tempo indivíduo, parte da sociedade e parte da espécie. Carregamos em nós essa tripla realidade.
Partindo disso, a educação do Novo Milênio deve trabalhar com duas grandes finalidades ético-políticas: estabelecer uma relação de controle mútuo entre os indivíduos e a sociedade pela democracia e conceber a Humanidade como uma comunidade planetária.

Outros materiais