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teologia pastoral v3

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Teologia PasToral
Brasília-DF.
elaboração
Rita Estefânia Luz dos Passos Mattos
Rogério de Moraes Silva
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
aPresenTação ..................................................................................................................................... 5
organização do caderno de esTudos e Pesquisa ................................................................................. 6
inTrodução ......................................................................................................................................... 8
unidade i
Ministério Pastoral ............................................................................................................................. 9
caPíTulo 1 
ChaMaDa Ministerial ............................................................................................................. 11
caPíTulo 2 
aConselhaMento Pastoral .................................................................................................... 17
caPíTulo 3
Funções Pastorais ................................................................................................................ 20
caPíTulo 4
PreParação Ministerial e viDa DevoCional .............................................................................. 26
caPíTulo 5
o sustento Pastoral ............................................................................................................ 28
caPíTulo 6
aDMinistração Do teMPo ....................................................................................................... 33
unidade ii
relaCionaMento soCial ...................................................................................................................... 41
caPíTulo 7
viDa soCial e CoMuniCação .................................................................................................... 43
unidade iii
DiMensão Ministerial ......................................................................................................................... 49
caPíTulo 8
oFíCios Ministeriais ............................................................................................................... 51
unidade iV
aDMinistração Pastoral .................................................................................................................... 63
caPíTulo 9 
PrátiCas Ministeriais ............................................................................................................. 65
unidade V
liturgia e orDenanças ....................................................................................................................... 83
caPíTulo 10
liturgia De Culto e orDenanças ............................................................................................. 85
Para (não) Finalizar ......................................................................................................................... 90
reFerências ...................................................................................................................................... 92
5
ApreSentAção
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários 
para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica 
e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, 
adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a 
serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente 
e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios 
que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de to rná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua 
caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como 
instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
6
orgAnizAção do cAderno 
de eStudoS e peSquiSA
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma 
didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, 
entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, 
também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Pensamentos inseridos no Caderno, para provocar a reflexão sobre a prática 
da disciplina.
Para refletir
Questões inseridas para estimulá-lo a pensar a respeito do assunto proposto. Registre 
sua visão sem se preocupar com o conteúdo do texto. O importante é verificar 
seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. É fundamental que você 
reflita sobre as questões propostas. Elas são o ponto de partida de nosso trabalho.
Textos para leitura complementar
Novos textos, trechos de textos referenciais, conceitos de dicionários, exemplos e 
sugestões, para lhe apresentar novas visões sobre o tema abordado no texto básico.
abc
Sintetizando e enriquecendo nossas informações
Espaço para você, aluno, fazer uma síntese dos textos e enriquecê-los com sua 
contribuição pessoal.
7
Sugestão de leituras, filmes, sites e pesquisas
Aprofundamento das discussões.
Praticando
Atividades sugeridas, no decorrer das leituras, com o objetivo pedagógico de 
fortalecer o processo de aprendizagem.
Para (não) finalizar
Texto, ao final do Caderno, com a intenção de instigá-lo a prosseguir com a reflexão.
Referências
Bibliografia consultada na elaboração do Caderno.
8
introdução
A Bíblia, a Palavra de Deus, é o nosso único e perfeito manual. Nela nos inspiramos e dela aspiramos toda 
gama de conhecimentos, informações, instruções e ordenanças de Deus simultaneamente reveladas com 
a manifestação de Sua vontade a nosso respeito, como Igreja de Cristo e individualmente. 
As Epístolas de Paulo a Timóteo e a Tito são denominadas pastorais, em virtude de abordarem 
especificamente assuntos relacionados às referências ministeriais.
Entendemos bem a frase: “A liderança é uma poderosa combinação de estratégia e caráter. Mas se tiver 
de passar sem um deles, que seja estratégia” para o Ministério cai como luva. 
Comparando com o que o Apóstolo Paulo exortou a Timóteo: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, 
como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. (2 Timóteo 2:15) 
A postura do obreiro é indispensável para o êxito no ministério Cristão.
O ministério pastoral pode ser descrito de muitas maneiras e exercê-lo significa realizar 
 trabalhos diversificados. 
Ser pastor é uma coisa e exercer o pastorado é realizar atividades variadas. O pastor deve projetar-se para 
além do marco histórico de sua chamada. Ele avança rumo à sua realização profissional e vocacional, que 
o coloca na posição de o “profissional” mais solicitado da sociedade contemporânea.
Este Caderno, portanto, tem o objetivo de proporcionar informações acerca da Teologia Pastoral, com 
o compromisso de orientar os profissionais da área de Teologia, para que possam desempenhar suas 
atividades com eficiência e eficácia.
objetivos
 » Conhecer aspectos relevantes do Ministério Pastoral.
 » Identificar os aspectos do relacionamento Social Pastoral.
 » Conhecer os Ofícios Ministeriais Pastorais.
 » Identificar aspectos relevantes da Administração Pastoral.
 » Conhecer práticasde liturgia e ordenanças.
iMinisTério PasToralunidAde
11
cApítulo 1 
Chamada Ministerial
Aos presbíteros, que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero 
com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há 
de revelar.
Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por 
força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;
Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo 
ao rebanho. E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa 
da glória.
(1 Pedro 5:1-4)
o que é Teologia Pastoral
É o estudo teológico sobre o ministério cristão abordando específica e detalhadamente o dom de pastor: 
sua chamada, vida e ministério.
Teologicamente falando, poderíamos dividir a Teologia em seis perspectivas diferentes:
1. Teologia Exegética – procura estudar e interpretar os livros sagrados, como a Bíblia e o 
Alcorão, por meio da exegese.
2. Teologia Histórica – descreve a história do desenvolvimento da interpretação doutrinária.
3. Teologia Dogmática – é o estudo das verdades fundamentais da fé como se nos 
apresentam nos credos e confissões da Igreja.
4. Teologia Bíblica – traça o progresso da verdade por meio dos diversos livros da Bíblia. 
Ex.: Expiação em Levíticos, Efésios, Hebreus, o que Cristo, Paulo e Pedro dizem a 
respeito etc.
5. Teologia Sistemática – estuda as doutrinas principais da Bíblia de forma ordenada, 
tópica e sistemática.
6. Teologia Prática – abrange os cursos de Homilética, Organização e Administração 
Eclesiástica, Liturgia, Educação Cristã e Missões.
12
UNIDADE I | minitério pastoral
A Teologia Pastoral ou do ministério cristão seria enquadrada no ramo da Teologia Prática, apesar de 
podermos abordá-la em várias perspectivas diferentes (holística), dando maior relevância a perspectiva 
bíblica e prática.
chamada ministerial
O chamado ao ministério tem origem no próprio Deus que chama homens para exercerem as mais 
distintas tarefas em sua obra, e, como Ele é soberano em seus desígnios, então, não existe um método 
definido para a chamada divina ao ministério pastoral. Existe, sim, o método divino, soberano e poderoso.
Jesus afirmou em João 15:16: “Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto 
que permaneça, a fim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome”. 
E em João 20:21: “Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, 
também eu vos envio a vós”.  
A Bíblia registra a chamada de vários servos de Deus, e, por uma questão didática apenas, queremos 
abordar alguns exemplos aqui.
A Chamada com o Método direto:
 » Noé – Gn 6:13
 » Abraão – Gn 12:1
 » Moisés – Êxodo 3:10
 » Samuel – I Sm 3:20
 » Isaias – Is 6:9
 » Os Apóstolos – Mc 1:17; Mt 4:18-22; Jo 1:35-42
 » Paulo – At 26:19
A Chamada com o Método indireto:
 » José – Gn 37:5-10 (Sonhos)
 » Josué – Nm 27:18; Nm 27:15-23; Dt 1:38; 3:21; 31:7-8.
 » Timóteo – At 16:21
13
minitério pastoral | UNIDADE I
Razão de Deus chamar ao ministério:
 » Declarar que o ministério, nunca foi uma profissão no antigo Testamento.
 » A garantia que a chamada divina faz o servo do Senhor superar obstáculos considerados, 
pelo homem comum, insuperáveis ou além de qualquer possibilidade humana.
 » A chamada é acompanhada da missão.
a chamada ao Ministério da Pregação
A pregação continua sendo uma das maiores exigências do ministério pastoral. Mas é necessário salientar 
que as Igrejas não esperam que o pastor seja grande pregador, orador excelente nem expositor excepcional, 
mas simplesmente pregador.
No exercício da pregação, o pastor é o profeta de Deus, aquele que representa o seu Senhor diante do 
povo, e o povo diante do seu Senhor. Seu lugar no púlpito não pode ser substituído por nenhum outro 
pregador. Por ser o dirigente da Igreja e aquele que conhece as necessidades do rebanho, ele mesmo deve 
servir o alimento que as ovelhas necessitam.
O pastor que se descuida do ministério da pregação ou que não gosta de pregar, exercerá um ministério 
pastoral mudo em sua Igreja. Todavia, o pastor não deve usar o tempo de meia hora ou mais disponível 
à pregação, para ralhar com os membros ou insultá-los. Deve ter cuidado para que a proclamação do 
Evangelho não se converta em uma oportunidade para ele tratar de problemas pessoais. 
A pregação deve ser o bálsamo que cura os ouvintes. Portanto, deve ser terapêutica em sua recepção e 
aplicação. A finalidade divina é que ela edifique e console o povo de Deus. Os bons pregadores não ferem 
com o sermão. Pelo contrário, eles curam as feridas dos ouvintes.
Mas há ocasiões em que a pregação necessita ser também um chicote usado como exortação. Porém, o 
pastor jamais a deverá empregar de maneira negativa. Até o uso do chicote pode se transformar em algo 
positivo. O pastor deve fazer uso da exortativa para criar consciência, corrigir, admoestar e consolar. 
Mas é necessário estarmos atentos para o fato de existirem crentes «masoquistas», que se deleitam com 
o castigo e a dor que os pregadores lhes podem infligir. Quanto mais rigorosamente pregar o pastor ou 
o pregador convidado, mais eles gostarão da pregação. E existem também os pregadores que se sentem 
satisfeitos quando castigam a congregação.
Muitos pastores são deficientes na pregação. As causas dessa deficiência são múltiplas, vejamos.
 » Não leem bons livros.
 » Não estudam homilética, nem estudam sermões nem de biografias de outros pregadores.
 » São preguiçosos na leitura sistemática da Bíblia.
14
UNIDADE I | minitério pastoral
 » Não têm o hábito de separar um dia da semana para preparar suas pregações. Seria 
recomendável que eles na segunda-feira mesmo, começassem meditando na mensagem 
que pregarão no domingo, e continuassem assim durante toda a semana.
 » Não dedicam um tempo para o enriquecimento da sua cultura teológica. O ministro do 
Evangelho deve ser um estudante durante toda a sua vida. Uma boa formação teológica 
ajuda no desenvolvimento de um ministério eficaz. Os cursos de homilética motivam o 
pregador a corrigir-se e a superar-se.
 » Não dão à pregação a importância que ela merece. Para eles, orar, reunir-se com os 
irmãos e fazer visitas pastorais é mais importante que a pregação. O certo é que tudo isso 
é importante, mais a pregação é essencial. A mais importante avaliação que uma Igreja 
evangélica pode fazer de um aspirante ao púlpito é ouvindo a sua pregação.
 » Existem também aquelas pessoas que são contrárias a toda preparação homilética. Pensam 
que a homilética é um produto humano, intelectual, algo que o pregador inventa. Mas a 
homilética é uma ferramenta que ajuda o pregador a organizar, preparar e entregar uma 
mensagem que Deus lhe deu, de maneira que o sermão alcance eficazmente o ouvinte. 
 » Alguns são inimigos dos esboços anotações, isso devido a sua incapacidade homilética. 
Atacam o emprego dos esboços porque não sabem preparar um esboço, ou porque 
necessitam da disciplina para investir algumas horas, às vezes dias ou semanas, em 
colaboração com o Espírito Santo, na preparação da mensagem divina que receberam 
de Deus.
Muitas ideias ou pensamentos recebidos pelo pregador podem ser sementes de sermões poderosos. Deus 
dá as mensagens aos pregadores por intermédio de meios simples, normais e naturais. O pregador deve 
estar sempre à espera de mensagens.
Muitos pregadores não gostam de pregar. Na vida, existem muitas coisas desagradáveis que temos de fazer. 
Nenhum pastor gosta de trabalhar no orçamento de sua Igreja. Porém, ele se vê diante da necessidade 
de prepará-lo em colaboração com uma comissão de finanças. Da mesma forma, pregar é um requisito 
pastoral. Aquele que não gosta de pregar, que se dedique, então, a ser um bom membro da Igreja, e não 
ummal pastor.
A homilética é uma arte que requer muita destreza. Fazer um esboço ou preparar notas para pregar é 
uma capacidade que nem todos os pregadores possuem. Mas graças a Deus hoje em dia podem ser 
encontrados nas livrarias muitos livros de esboços. Esses livros serão de muita ajuda para pregadores 
que, por falta de experiência ou tempo, não podem preparar seus próprios esboços. É necessário salientar 
que, ao empregar um esboço preparado por outro, o pregador deve colocar nele seu toque pessoal. Deve 
adaptá-lo ao seu estilo, acrescentando ou eliminando algo. Os títulos, muitas vezes, podem ser substituídos 
por outros do agrado do pregador.
O fato de o pregador não dominar a arte da homilética não o desobriga de pregar com certa organização. 
O pastor que não souber nem entender a técnica de preparar um esboço bíblico, ou expor por escrito a 
estrutura do sermão, não deve desanimar. 
15
minitério pastoral | UNIDADE I
esboço de pregação
Apresentaremos, a seguir, uma maneira simples por meio da qual ele poderá cumprir esse importante 
aspecto de seu ministério.
 » Escolha um tema ou um assunto sobre o qual você gostaria de pregar. Esse tema pode 
surgir de sua mente iluminada pelo Espírito Santo, da leitura de um texto bíblico, da 
leitura de um livro evangélico, de uma reflexão que você fez, ou de uma observação 
casual.
 » Depois de haver lido e refletido sobre o assunto que você escolheu, ou lido textos bíblicos 
relativos a esse tema, escreva no canteiro do pregador (seu espaço de ideias para os 
sermões) qualquer pensamento que lhe ocorrer relacionado ao tema. 
 » Consulte comentários bíblicos, leia as passagens em diferentes versões bíblicas e escreva 
qualquer ideia nova que você encontrar.
 » Explore de novo o texto ou os textos escolhidos, fazendo-lhes as seguintes perguntas, 
que são de muita utilidade na homilética. Quem? Quando? O Quê? Por Quê? Como? 
Qual? Onde? O doutor Cecílio Arrastía chama a este processo de a invasão do texto, e 
comenta: “Já dissemos que do choque de uma invasão dupla – do texto e do contexto – 
brota a luz. Esta luz produz o terceiro passo do processo, que é a iluminação, o clímax. 
Nesse ponto, o pregador estará pousando em terra firme, pois a meta foi alcançada. O 
pico mais alto e rebelde, o ‘Everest’ da Bíblia, foi alcançado e conquistado, produzindo-
se assim uma ampla iluminação.” (O Pregador Cristão e a Bíblia, A Bíblia de Estudo 
Mundo Hispano, p. 112, 1977). 
 » Pense agora em uma introdução que seja curta, atrativa e interessante. É hora de você 
escrever a conclusão.
 » Isto que você já tem escrito é suficiente para a pregação. Agora só lhe resta orar muito 
e deixar que o Espírito Santo lhe ajude. No momento da pregação e da mensagem, use 
muito a imaginação e acrescente ação às notas escritas. Mas não fique muito preso as 
notas; mantenha-se livre para usá-las com naturalidade. Pregue confiando que o Senhor 
Jesus Cristo lhe ajudará enquanto você estiver pregando.
Nenhum pastor deve esquecer que a competição no púlpito é cada dia maior. Os pregadores do rádio 
e da televisão podem tentar substituir o pregador que entrega sua mensagem ao vivo, mas jamais 
poderão substituí-lo. O rebanho do Senhor sempre espera esse alimento espiritual que cada domingo 
o seu pastor lhe dá.
o pastor e o seu preparo
Sendo a Igreja composta de indivíduos, é evidente que o seu êxito depende estritamente das atitudes 
assumidas pelo indivíduo que o compõe. Principalmente do seu Pastor como o líder.
16
UNIDADE I | minitério pastoral
A melhor maneira de tratarmos os outros está no fato de dar-lhes o que exigimos 
para nós mesmos (Mt 7:12).
É preciso um claro entendimento entre as pessoas, principalmente no que se refere ao trato do intelecto, 
esclarecendo-se, então, as palavras sobre o seu real significado ou ainda a terminologia mais utilizada 
no grupo. Difíceis conflitos surgem entre indivíduos que, em demoradas discussões, interpretam os 
significados diferentes à mesma palavra ou termo. Assim, também a preocupação com o ponto de vista 
psicossocial e o ponto de vista administrativo.
17
cApítulo 2 
aconselhamento Pastoral
aconselhamento e relações interpessoais
O aconselhamento pastoral vem sendo desenvolvido durante séculos nas Igrejas. Milhares de pessoas, 
ao redor do planeta, têm recebido ajuda e orientação como forma de superar momentos difíceis da vida. 
Seu objetivo é dar estímulo e orientação às pessoas que estão enfrentando perdas, 
decisões difíceis ou desapontamentos. Seu processo pode estimular o desenvolvimento 
sadio da personalidade; ajudar pessoas a enfrentar melhor as dificuldades da vida, 
os conflitos interiores e os bloqueios emocionais; auxiliar os indivíduos, famílias e 
casais a resolver conflitos gerados por tensões interpessoais, melhorando a qualidade 
de seus relacionamentos; e finalmente ajudar as pessoas que apresentam padrões de 
comportamento autodestrutivos ou depressivos a mudar de vida.1
O papel dos pastores têm sido naturalmente o de conselheiros, já que sua posição e chamado lhes 
permitem estar próximos das pessoas que enfrentam dificuldades no seu dia a dia. 
De acordo com Wayne E. Oates: 
Independente de qual tenha sido sua formação, o pastor não tem o privilégio de 
escolher se vai ou não aconselhar os membros de seu rebanho, pois é inevitável que eles 
levem seus problemas até ele, em busca de orientação e de uma palavra de sabedoria.
Pastor como conselheiro
Na sociedade moderna existe muita procura de conselheiros educativos, matrimoniais, financeiros, legais, 
estudantis e clínicos. Até para tomar certas decisões é necessário a orientação de alguns conselheiros. 
O aconselhamento é um amplo campo e oferece ao pastor oportunidades únicas. As razões pelas quais 
muitos evangélicos procuram seus pastores em busca de conselho são:
 » Não se paga pelas consultas. Os pastores aconselham e orientam sabendo que isso faz 
parte do seu ministério espiritual. Esta função não é trabalho remunerado, e sim um 
serviço que ele presta.
1 COLLINS, Gary R. Aconselhamento Cristão: edição século 21 / Tradução Lucília Marques Pereira da Silva. – São Paulo: Vida Nova, 2004.
18
UNIDADE I | minitério pastoral
 » O pastor é um representante de Deus que inspira confiança. Ele aconselha com ética. A 
ele vêm os amigos e irmãos na fé para derramar suas lágrimas.
 » Entre o pastor e os membros da Igreja existem fortes laços de amizade. O pastor é o 
amigo de todos; é amado e estimado pelos membros que se sentem seguros ao entrar em 
seu gabinete pastoral.
 » O pastor aplica seus conselhos dentro de um contexto cristão. Seu manual de 
aconselhamento e terapia é a Bíblia; ele aconselha iluminado pelo Espírito Santo.
O pastor conselheiro pode oferecer seus serviços em muitas situações e de várias maneiras. Geralmente 
ele é solicitado para aconselhar em situações pré- matrimoniais, matrimoniais em casos de falecimento e 
em reuniões de jovens.
conselhos a um rapaz e a uma moça que querem 
se casar
Isto é chamado de aconselhamento pré-matrimonial. Os noivos geralmente procuram o pastor quando 
querem traçar seus planos para casar-se. O pastor deve orientá-los a se conhecerem melhor antes do 
casamento. É importante que eles conheçam o caráter um do outro, e seus deveres, interesses e motivações. 
O pastor também deve incentivá-los a ler bons livros sobre o casamento. “O Ato Conjugal” (A beleza 
do amor sexual ), escrito pelo casal La Hahaye normalmente é indicado para os noivos, se ainda não leu 
este livro, leia-o.
Tão logo os noivos tenham uma data para o casamento, o pastor deve marcar datas para aconselhá-los 
antes do grande dia. Duas ou três reuniões seriam muito benéficas ao casal de noivos. O aconselhamento 
não deve ser deixado para a véspera do casamento.
conselhos a um casal com problemas em seu 
relacionamentomatrimonial
Neste caso, a principal função do pastor será a de perguntar, observar, escutar e esclarecer. 
O pastor nunca deve recomendar o divórcio nem a separação aos seus aconselhados. Eles deverão tomar 
a decisão.
É bom, também, conversar com os cônjuges separadamente, e, finalmente, com ambos. O conselheiro 
nunca deve tomar partido em favor de um dos cônjuges. Esse aconselhamento visa a levar o casal a iniciar 
uma readaptação proveitosa. 
O conselheiro deve ter muito cuidado quando estiver aconselhando uma mulher separada ou divorciada, 
pois há o risco da chamada transferência psicológica. Alguns conselheiros envolvem-se tanto no problema 
da aconselhada, que sem querer nem percebem, mas terminam envolvendo-se emocionalmente. Tem 
havido casos em que o conselheiro foi seduzido pelo problema e a necessidade emocional da aconselhada.
19
minitério pastoral | UNIDADE I
conselhos aos viúvos antes e depois do funeral de 
algum membro da igreja, ou de algum membro da 
família destes 
Esse aspecto do aconselhamento muitas vezes não recebe a devida atenção. Desde o momento em que o 
pastor é avisado do falecimento de algum membro da Igreja, ou membro de algum parecido, seu dever 
é se colocar imediatamente em contato com os parentes da pessoa falecida e fazer uma visita pastoral. 
Seus serviços e orientação serão importantes na escolha da funerária, na resolução de outros detalhes do 
funeral. Nesse momento de aflição, a ajuda do pastor é extremamente necessária.
Momento delicado e difícil é ter de identificar o cadáver de um ente querido, mas, muitas vezes, o pastor 
tem de ir ao hospital ou ao necrotério com os parentes do falecido, para ajudá-los.
conselhos à juventude
Enquanto houver adolescentes e jovens na Igreja, o pastor não deixará de ter trabalho como conselheiro. 
A carga de aconselhar os jovens será menor se o pastor nomear para eles um conselheiro dos jovens. Deve 
ler livros sobre essa faixa etária e sobre aconselhamento de jovens, e fazer cursos que lhe ajudem a tornar-
-se cada vez mais capaz.
Para que o pastor conselheiro tenha êxito em sua função, deve esforçar-se em conhecer a natureza, o 
caráter, as atitudes e as filosofias dos jovens. Alguns aspectos sobre os quais os jovens necessitam de 
conselhos são os seguintes.
 » A independência social e financeira.
 » O matrimônio.
 » Namoro e noivado. 
 » O reconhecimento e o respeito. 
 » O futuro. 
 » Os relacionamentos familiares. 
 » As experiências dos adultos.
 » As pressões do grupo. 
20
cApítulo 3
Funções Pastorais
o pastor como dirigente
A imagem do pastor diante do rebanho revela o nível de sua liderança. Ser um bom dirigente não é fácil 
nem difícil. Isso é determinado pela própria pessoa.
Qualidades de um dirigente:
 » Líder. Alguém já disse que para uma pessoa ser líder necessita ter seguidores. Portanto, 
o líder é a pessoa que convence os outros de que podem confiar nela, segui-la, e que 
sabe o que diz e faz. Todo líder genuíno influencia nas aptidões (capacidades) e atitudes 
(motivações) dos demais.
 » Organizador. Todo bom dirigente é um líder que organiza. Nenhuma organização 
alcançará seus objetivos se não tiver hierarquia. O pastor dirigente deve ser o primeiro 
elo dessa cadeia de poder ou hierarquia. Ele permanecerá sempre atento para que todos 
os departamentos da Igreja estejam devidamente organizados.
 » Supervisor. A organização sem a supervisão não consegue nada. Supervisionar significa 
avaliar e cuidar para que as coisas sejam feitas como foram propostas. 
 » Um bom dirigente está disposto a avaliar seu trabalho. Não é um perfeccionista, 
mas busca sempre o melhor. Está disposto a escutar a crítica construtiva e positiva 
dos demais. 
 » O fracasso de muitos está baseado no fato de eles quererem fazer tudo e ser tudo. 
Acreditam que, sem ele, nada se conseguirá. Isto é um erro. Na vinha do Senhor existe 
trabalho para todos. Um líder aprende a dar o sinal para que o povo marche. É melhor 
delegar responsabilidades aos outros e passar a supervisionar essas responsabilidades, 
do que tomar tudo para si e finalmente perceber que não é capaz de dar conta de tão 
grande responsabilidade.
 » Administrador
1. O termo bíblico para Administração
O termo significa “administração de uma casa”. 
21
minitério pastoral | UNIDADE I
No Antigo Testamento o termo está centrado ao redor do oficio do mordomo de 
uma casa e ainda a um administrador de palácios. As ocorrências deste termo 
são poucas. 
Encontramos, também, no Novo Testamento, referência ao termo administração: 
em Lucas 16:1-17 na parábola do mordomo injusto. Lucas usa a palavra 
intercambiavelmente em outro lugar “escravo, servo”, mas o significado é mais 
provável a alguém que administra uma casa.
O apóstolo Paulo usa a palavra adaptando para a tarefa apostólica dele. A comunidade 
de Deus, as pessoas de Deus são a casa dEle que Ele constrói pelo trabalho desses que 
Ele chamou à tarefa, Deus delega e confia o cargo de despenseiro e mordomos da 
casa. Eles não são chamados para olhar seus próprios negócios domésticos. O pastor 
possui funções essenciais que, quando bem realizadas, evidenciam qualidades de um 
bom administrador e um bom mordomo da causa do Senhor.
2. Modelo de Administração de Jesus
Tenha um plano – Jesus tinha um plano e obedeceu a ele fielmente.
Esteja preparado – Jesus ensina-nos eficientemente a respeito do preparo, tanto por 
meio de seu próprio exemplo como de seu ensino.
Escolha seus próprios colaboradores – Jesus, cuidadosamente, escolheu seus 
discípulos e fez isso de maneira atenciosa. Um dos doze o traiu, mas quem de nós 
teria a capacidade de escolher o empregado certo onze vezes em cada doze? 
Para preencher um cargo-chave, elimine todos os obstáculos.
Ensine – O ensino foi marco da sua administração.
Dirija-se a cada um em particular – Jesus investia tempo com a formação e preparo 
dos seus liderados.
Não negocie com os princípios inegociáveis – Jesus investiu tempo ensinando o 
modo certo, insistia na maneira correta.
Cuide de sua programação – Jesus era extremamente organizado. 
Enfrente a corrupção imediatamente – Jesus foi enérgico com os que estavam 
fazendo da casa de Deus de casa de negócio e covil de salteadores. Ele sabia o que 
estava acontecendo. Ele viu. Analise os fatos e, em seguida, aja! Não adie sua ação. 
Acabe com o problema, acabe com o mal pela raiz e vá em frente.
Deixe tudo e descanse – Jesus demonstrou a necessidade de reservar tempo a sós 
para orar e refletir. Identificamos Jesus valorizando o horário de dormir. Havia 
algumas ocasiões em que todos os discípulos estavam acordados, mas Jesus dormia. 
22
UNIDADE I | minitério pastoral
Teste seu pessoal – Jesus investiu no treinamento do seu grupo.
Pratique boas relações públicas – obtenha um bom apoio logístico.
Exerça a humildade – Jesus nobremente servia aos liderados, nem por isso perdeu 
sua autoridade.
Seja agradecido.
Cuidado com os bajuladores. 
Desencoraje a competição por posição.
Avalie os resultados – elogie, quando necessário, mas mostre que sabe onde 
quer chegar.
Motive seus liderados – reserve momentos para estarem em confraternização. 
Relacionamento era forte na liderança de Jesus.
Conheças as famílias de sua Igreja – Jesus mostrou interesse por famílias. Curou a 
sogra de Pedro, repousou em casa de Zaqueu, esteve com Mateus, hospedou-se em 
casa de Marta, Maria e Lázaro. Sorriu e chorou com eles.
Estabeleça prioridades – percebemos que Ele tinha tempo para tudo.
o pastor como professor
Os novos convertidos, em especial, devem ser discípulos do pastor. Os pastores que têm conseguido êxito 
no ministério o alcançaram porque alimentaram seus cordeirinhos recém-nascidos.
Antes de o pastor recomendar o novo convertido para o batismo em águas, ele deve ter dado as 
instruções necessárias.Além de o pastor ensinar aos novos convertidos de forma responsável e contínua, a Igreja também espera 
que, pelo menos uma vez por semana, ele seja professor de todos. Não existe maior bênção para o membro 
de uma Igreja que reconhece que seu pastor é professor e pregador.
 » O pastor ensina verbalmente. Para isso ele deve preparar-se bem. Na pregação, ele pode 
improvisar, mas no ensino a improvisação revela falta de preparação. Os estudos bíblicos 
têm que ter sequência e continuidade.
 » O pastor ensina com o seu exemplo. Os crentes aprenderão por meio do exemplo que o 
pastor lhe der. A contradição de muitos pastores é devido ao fato de eles ensinarem uma 
coisa e fazerem outra. 
23
minitério pastoral | UNIDADE I
o pastor como profeta
Muitos pastores esperam convidar um evangelista para que Deus lhes revele as enfermidades que existe 
sobre sue rebanho. O pastor que atua assim não está realizando um trabalho completo para Deus. Se 
algo vai mal com sua congregação, ele deve procurar a Deus, e, certamente, Deus lhe dará a revelação 
do problema.
Alguns pastores gostam quando um pregador convidado prega exortando em sua Igreja. O profeta fala a 
Palavra de Deus orientado pelo Espírito Santo, fazendo menção de eventos futuros, com clareza, tocando 
profundamente os ouvintes.
o pastor como pacificador 
Jesus disse: “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus” (Mt 5:9). Em 
toda Igreja existem conflitos, os líderes lutam pelo poder e autonomia. Por isso o pastor tem de ser um 
pacificador. 
A causa do conflito na Igreja é algumas vezes o confronto entre a família do pastor e outra família. 
Também pode ser entre um líder e outro líder. O pastor deve ser sábio, não se colocando do lado de sua 
família, mas no meio das duas famílias. Se ele se deixar influenciar pelo parentesco, terminará pagando 
por toda a confusão.
O fogo não pode ser combatido com fogo, mas, sim, com água. Quando uma congregação está atravessando 
uma crise de poder, onde uns querem exercer toda a autoridade e outros apresentam resistência, é 
necessário que o pastor seja objetivo e realista.
O pastorado é uma vocação divina. O homem que Deus chamou para ser encarregado e colocado nesse 
trabalho não pode se amedrontar. Mas, para isso, necessitará da convicção de que jamais estará sozinho. 
Não quero limitar o ministério pastoral aos homens somente; sei que Deus também chamou mulheres 
para cargos de liderança. O mesmo Senhor Jesus Cristo ajudará o pastor ou líder, homem ou mulher, o 
desempenhar triunfalmente o ministério recebido. 
o pastor como servo
O Evangelho de Marcos, há muitos séculos, vem sendo chamado popularmente de
Evangelho do servo. Com efeito, os quatro Evangelhos propõem-se apresentar uma visão panorâmica 
da pessoa, obra e grandeza de Jesus Cristo. É particularmente importante o fato de que Jesus Cristo, o 
Bem Amado Filho de Deus e Salvador do mundo, se permita ser chamado de servo. Ele não veio a este 
mundo para ser servido, mas servir e dar sua vida em resgate de muitos. Ao mesmo tempo em que Pedro 
proclamou, no Dia de Pentecoste o senhorio de Jesus Cristo (Deus o fez Senhor e Cristo, At 2:36), a Bíblia 
dedica todo um capítulo (Is 42) a consideração do ministério de Jesus Cristo, “O Servo do Senhor”. 
24
UNIDADE I | minitério pastoral
Isaías 42
Eis aqui o meu servo, a quem sustenho, o meu eleito, em quem se apraz a minha 
alma; pus o meu espírito sobre ele; ele trará justiça aos gentios.
Não clamará, não se exaltará, nem fará ouvir a sua voz na praça.
A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega; com verdade 
trará justiça.
Não faltará, nem será quebrantado, até que ponha na terra a justiça; e as ilhas 
aguardarão a sua lei.
Assim diz Deus, o SENHOR, que criou os céus, e os estendeu, e espraiou a terra, 
e a tudo quanto produz; que dá a respiração ao povo que nela está, e o espírito aos 
que andam nela.
Eu, o SENHOR, te chamei em justiça, e te tomarei pela mão, e te guardarei, e te 
darei por aliança do povo, e para luz dos gentios.
Para abrir os olhos dos cegos, para tirar da prisão os presos, e do cárcere os que 
jazem em trevas.
Eu sou o SENHOR; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, 
nem o meu louvor às imagens de escultura.
Eis que as primeiras coisas já se cumpriram, e as novas eu vos anuncio, e, antes que 
venham à luz, vo-las faço ouvir.
Cantai ao SENHOR um cântico novo, e o seu louvor desde a extremidade da terra; 
vós os que navegais pelo mar, e tudo quanto há nele; vós, ilhas, e seus habitantes.
Alcem a voz o deserto e as suas cidades, com as aldeias que Quedar habita; exultem 
os que habitam nas rochas, e clamem do cume dos montes.
Deem a glória ao SENHOR, e anunciem o seu louvor nas ilhas.
O SENHOR sairá como poderoso, como homem de guerra despertará o zelo; 
clamará, e fará grande ruído, e prevalecerá contra seus inimigos.
O verdadeiro pastor há de ser, primeiramente, um verdadeiro servo. Para ser líder ou senhor, é necessário, 
em primeiro lugar, disposição para aprender obedecer, a ser servo.
Deus disse a Isaac que Abraão havia sido seu servo, (Gn 26:24). Eis uma razão porque o Pai da fé pode 
ser chamado amigo de Deus (Is 41:8b). A vida tumultuada de Jacó permitiu-lhe aprender sérias lições 
da parte de Deus. Jacó a princípio não deu importância a uma vida de obediência, no entanto, quando 
os anos de aventura se passaram, ele amadureceu e começou a servir a Deus mais fielmente, pelo que 
Deus também o chamou de seu servo (Is 41:8a). A primeira mensagem que encontramos no livro de 
25
minitério pastoral | UNIDADE I
Josué (Js 1:1) é a menção de Moisés, servo do Senhor. O povo queria atravessar o Jordão, precisava 
santificar-se e obedecer plenamente a Deus e Deus lhes deu Moisés como modelo de obediência 
e serviço.
Eli perdeu os privilégios espirituais, mas quando Deus começou a chamar Samuel, ele ensinou uma 
verdade da qual Samuel jamais se esqueceu. Eli disse a Samuel que quando Deus o chamasse, ele deveria 
atender, dizendo: “Fala, Senhor, porque teu servo ouve”. O grande líder Samuel foi primeiro um grande 
servo. Deus deu ordens expressas a Natã a respeito do templo, a fim de que ele as transmitisse a “Davi, 
meu servo”. Ao apascentar as ovelhas no deserto distante da casa de seu pai e da comunhão de seus 
irmãos, Davi foi recebendo a comunicação espiritual de Deus que se tornou seu Senhor por toda a 
vida (Sl 23:6).
Outros homens que a Bíblia menciona como servo de Deus: Elias (2 Rs 9:36); Jonas (2 Rs 14:25); Ezequias 
(2 Cr 32:16); Jó (Jó 1:8); Isaías (Is 20:3); Daniel (Dn 6:20); Zorobabel (Ag 2:23); Simeão (Lc 2:19); Pedro 
(2 Pd 1:1) etc.
Quando Paulo estava na cidade de Corinto e enviou uma epístola por Febe à Igreja na cidade de Roma, 
esta foi a sua identificação: “Paulo, servo de Jesus Cristo...” Esta maneira de apresentar-se identificava o 
verdadeiro espírito do homem de Deus. Quando o pastor se esconde no senhorio de Jesus, Deus mesmo 
o exalta como quer.
Comparando os textos de Efésios 6:5-8 e Colossenses 3:22-25, tomamos um paralelo do servo comum 
e encontramos algumas recomendações que se adaptam aquele que milita ao ministério do Evangelho.
 » O servo deve obedecer a seu Senhor (Ef 6:5; Cl 3:33)
 » O servo deve ter consciência de suas funções (Ef 6:5b; Cl 3:22b).
 » O servo deve procurar agradar seu Senhor (Ef 6:6; Cl 3:23).
 » O servo deve ter confiança na recompensa de seu Senhor (Ef 6:9; 2 Co 5:10).
Existem várias palavras gregas que se traduzem por servo em língua portuguesa as principais são as 
seguintes: oiketes – um empregado doméstico, um serviçal do lar; doulos – um escravo, que não tem 
direitos legais, é possuído por seu senhor; huperetes – um subordinado, pessoa que recebe missões 
inferiores; diakonos – um servente, atendente, ministro.
Pensar em TeologiaPastoral é refletir também na necessidade da humildade na vida do obreiro, para 
que sirva bem e seja aceito todo o seu trabalho pelo Senhor. Um dia cada ministro do Evangelho 
encerrará sua tarefa aqui na Terra. Terá sido aprovado? (Rm 16: 10a) “Se o faço de boa mente, terei 
prêmio” (1 Co 9:17). Deus nos ajude a todos, para que recebamos porção multiplicada de Sua graça e 
de Seu poder, a fim de realizarmos a Obra que nos está proposta e alcancemos o fim da jornada, para 
o encontro final com o Rei.
26
cApítulo 4
Preparação ministerial e vida devocional
o pastor e sua preparação ministerial
 » Preparação espiritual – o pastor não pode ser neófito, deve ter maturidade espiritual e 
um caráter tratado por Deus – I Tm 5:22; Tt 1:5; Mt 4:19-20.
 » Preparação teológica – mesmo os obreiros leigos devem ser treinados adequadamente 
para manejar bem as Escrituras, tendo conhecimento básico dos fundamentos de 
fé cristã e princípios de liderança para o exercício de um ministério equilibrado com 
embasamento bíblico – II Tm 2:15; Jo 5:39; Mt 22:29; Tito 2:7. Os obreiros que têm 
oportunidade de fazer um curso teológico devem esmerar-se na leitura, na pesquisa 
e na reflexão para aprofundarem no conhecimento e na graça de Deus: Não devem 
tratar a Teologia apenas como uma disciplina acadêmica, mas como uma ciência divina 
fundamental para nossa formação ministerial. Sl 139:6; Cl 2:2-3; I Tm 4:14-16; II Pd 
3:18; Sl 119:105.
 » Preparação intelectual – é importante, para o pastor que deseja alcançar a Igreja de 
Cristo e os perdidos, um conhecimento geral de assuntos que dizem respeito ao homem 
moderno: seus problemas, crises, necessidades e anseios existenciais. A leitura de bons 
livros, jornais, enciclopédias, almanaque etc. Se possível cursos que habilitem o pastor 
tecnicamente a exercer sua função como: Administração, Psicologia, Pedagogia etc. 
o pastor e sua vida devocional
 » Meditação na Palavra – esse é um princípio indispensável e fundamental. Josué 1:8; Sl 
119:99. Deve ser um prazer, não uma obrigação religiosa. O ativismo, a preguiça, a falta 
de disciplina levará o pastor ao relaxamento e a secura espiritual por falta de meditação.
 » Oração e Jejum – os grandes homens de Deus na história de Israel, na história da Igreja 
e na história de missões, foram homens que cultivaram uma vida profunda de oração e 
dedicaram-se ao jejum sistematicamente para se humilharem, buscarem a Deus de todo 
coração e confrontarem os poderes das trevas como também mortificarem sua natureza 
depravada. Sl 55:17; Dn 6:10; Pv 8:17; Gn 32:24-30; I Sm 15:10-11; Tg 5:17-18; Nm 1:4; Sl 
5:1-3; At 6:3; 13:1-2; I Tm 2:1; I Sm 12:23; Sl 69:9-13; 109:24; Ester 4:15; Dn 9:3; At 14:23. 
27
minitério pastoral | UNIDADE I
Vigília de oração também deve ser um princípio encarnado no ministério pastoral – Lc 
6:12; I Sm 15:10-11; I Ts 3:10; II Co 12:27. Os grandes avivamentos em Israel e na história 
da Igreja são precedidos de muita oração, jejum e vigílias – II Cr 7:14; At 1:14. 
“A oração é o nervo delgado que move o músculo da onipotência.” 
(J. Edwin Hartill)
“A maneira mais correta de orar é continuar orando.” 
(John Hyde)
28
cApítulo 5
o sustento Pastoral
o pastor e seu sustento
no antigo Testamento
 » Deus fez uma aliança com Arão e seus filhos, chamando-os para o sacerdócio, e com os 
levitas para servirem no Tabernáculo e prometeu supri-los com dignidade – Nm 18:1-7, 
11-20, 21-24; Dt 18:1-8.
 » Não teriam campos para plantar ou criar animais, apenas pequenas propriedades para 
morarem e cuidarem dos animais entregues pelo povo como dízimo e ofertas – Nm 
35:1-8; Js 21. Deviam dedicar-se inteiramente ao sagrado ministério.
 » Em Israel, quando povo deixava de trazer seus dízimos e ofertas, então os levitas e 
sacerdotes deixavam o altar do Senhor e partiam em busca de trabalho em outras tribos 
– I Cr 31:4-11; Nm 13:10.
no novo Testamento
A perfeita vontade de Deus é que seus ministros se dediquem inteiramente ao ministério e vivam do 
ministério – II Tm 2:4; I Co 9:7-14. O sustento pastoral é ordem divina na nova aliança, sob o pacto da 
graça – I Co 9:14; Gl 6:6; I Tm 5:17,18; II Co 11:8 (por inferência).
Há dois extremos que não devem servir de modelo para o sustento pastoral.
 » As Igrejas e os ministérios que podem remunerar bem seus pastores e explorarem o 
serviço sacerdotal, maltratando e oprimindo o pastor e sua família, privando-os de uma 
situação financeira condigna.
 » Pastores que exploram suas Igrejas, exigindo um alto padrão de vida, administrando 
egoística e ambiciosamente as finanças da Igreja cujo dinheiro é sagrado; e, deixando de 
ajudar os pobres, as viúvas e os órfãos, os deficientes físicos e a obra missionária.
O pastor poderá trabalhar profissionalmente se quiser, porém o ideal é que consagre todo seu tempo ao 
ministério com disciplina e santidade, pois o “pastorado é um emprego atraente para homens preguiçosos” 
– Jaime Kemp.
29
minitério pastoral | UNIDADE I
o direito que tem o pastor ao seu salário
Há quem argumente que o ministro não deve receber ordenado porque Jesus disse: “De graça recebestes, 
de graça dai”. (Mt 10:8).
Querer aplicar essa passagem contra o sustento pastoral é, além de torcer o sentido da Palavra, sentido 
dessas palavras de Jesus referia-se aos dons gratuitos de Deus que Pedro disse a Simão, quando este 
entendeu que podia comprar o dom do Espírito Santo. “O teu dinheiro seja contigo para a perdição, pois 
cuidaste que o dom de Deus se alcança com dinheiro. (At 8:20)”.
Há ainda quem argumente que Paulo, o apóstolo que maior trabalho evangélico fez, para extensão 
do Reino de Deus, trabalhou com suas próprias mãos para ausentar-se; nunca recebendo ordenado 
de Igreja alguma e há quem cite as seguintes passagens: “Vós mesmos sabeis que para o que me era 
necessário e aos que estão comigo, estas mãos me serviram (At 20:34). “Porém, eu de nenhuma destas 
coisas usei e não escrevi isto para que assim se faça comigo, porque melhor me fora morrer do que 
alguém fazer vã esta minha glória. Porque, se anuncio o Evangelho não tenho de que me gloriar, pois, 
me é imposta esta obrigação: e ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho”. (1 Co 9:15, 16). “Nem de 
graça comemos o pão de nenhum, mas com trabalho e fadiga, trabalhando noite e dia, para não sermos 
pesados a nenhum de vós”. (2 Ts 3:8).
Efetivamente, Paulo não recebia ordenado de Igreja alguma, se bem que algumas vezes recebeu auxílio 
monetário de alguns irmãos, como ele mesmo declara nestes textos: “Porque os irmãos que vieram da 
Macedônia supriram a minha necessidade”. (2 Co 11: 9). “Quando parti da Macedônia, nenhuma Igreja 
se comunicou comigo em razão de dar e receber, se vós somente. Porque vós me mandastes duas vezes 
ainda a Tessalônica o que me era necessário”. (2 Ts 4:16). 
Paulo escreve para mostrar o direito que o ministro da Palavra de Deus tem ao seu sustento: “Quem 
jamais milita a sua própria custa? Quem planta a vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta o 
gado e não bebe do seu leite? Digo eu isto segundo os homens? Ou não diz a lei também o mesmo? Porque 
na Lei de Moisés está escrito. Porque o que lavra deve lavrar com esperança e o que trilha deve trilhar 
com esperança de ser participantes. Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós 
recolhamos as coisas carnais? Se outros participam deste poder sobre vós, porque não mais justamente 
nós? Mas nós não usamos deste poder. Antes suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao 
Evangelho de Cristo”.
“Não sabeis vós que os que administram as coisas sagradas comem do sagrado? E os que de contínuo 
estão junto ao altar participam do altar? Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o Evangelho 
que vivam do Evangelho”. (1 Co 9:7-14).
Na epístola a Timóteo 5:17-18, o mesmo apóstolo mostra o direito que o ministro temao seu salário: 
“Os anciãos que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que 
trabalham na Palavra e na doutrina. Porque diz a Escritura: “Não ligais a boca ao boi que debulha. Digno 
é o obreiro do seu salário”.
Se lermos Gálatas 6:6 encontramos ainda o mesmo argumento de Paulo e o que é instruído na Palavra 
reparta de todos os bens com o que o instruiu.
30
UNIDADE I | minitério pastoral
“Não resta a menor dúvida que o ministro da Palavra de Deus tem direito de ser sustentado pelo povo 
a quem ele instrui. Nesse sentido, argumenta o apóstolo muito bem, quando diz: “Se vos semeamos as 
coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as carnais?
Assim ordenou o Senhor aos que anunciam o Evangelho. (1 Co 9:11-14)”.
Deve ter sido uma grande vergonha para os Coríntios quando Paulo lhes escreveu:
“Outras Igrejas despojei eu para vos servir, recebendo delas salário e quando estava presente convosco e 
tinha necessidade, a ninguém fui pesado, porque os irmãos da Macedônia supriram a minha necessidade. 
E em tudo me guardei e guardarei de vos ser pesado e ainda me guardarei.” (2 Co 11:8-9).
de que modo deve ser sustentado o pastor
O ministro deve ganhar de forma a poder ter uma vida independente, sem ser forçado a tomar dinheiro 
emprestado para satisfazer os compromissos urgentes da vida. Ele precisa manter a sua vida com decência, 
até mesmo para a honra da Causa que representa.
Cada crente deve tomar parte na manutenção do seu pastor – o rico segundo a sua riqueza; o pobre 
segundo a sua pobreza.
Na antiga dispensação, Deus determinou um meio prático para o sustento do ministro, de forma que o 
rico e o pobre tinham de contribuir na exata proporção de seus recursos. Esse meio foi o dízimo, como se 
vê em Lv 27:30-32. “Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores são 
do Senhor, no tocante a todas as dízimas de vacas e ovelhas, tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo 
será santo do Senhor”.
Os levitas não tinham herança, para que se pudessem ocupar exclusivamente do trabalho de Deus, e, 
por isso, recebiam os dízimos que lhes eram oferecidos pelos israelitas: “E eis que aos filhos de Levi 
tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo seu ministério que administra, o ministério da 
congregação... e no meio dos filhos de Israel nenhuma herança herdarão.” (Nm 18:21-23).
Se cada crente entregasse o dízimo, não haveria falta para o sustento pastoral em nenhuma Igreja 
Evangélica, podendo ainda as Igrejas aumentar o número do seus pregadores. É claro que o dízimo não 
tem apenas a função de remunerar os obreiros.
De onde o ministro deverá receber o seu salário, da Igreja e de subscrições promovidas para esse fim? 
Da Igreja, evitando ainda que ele tenha maior consideração para com aquele que dá a maior parte do seu 
salário, com receio de lhe ser cortada uma parte de seus vencimentos.
O fato de o pastor ser pago diretamente pela Igreja dá-lhe completa liberdade de agir para com todos os 
membros igualmente.
31
minitério pastoral | UNIDADE I
as vantagens de a igreja sustentar o seu pastor
Além de um grande privilégio, deve ser também um grande ideal da Igreja manter o seu pastor. Isso, além 
de ser um grande sinal de vida, dá-lhe verdadeira importância diante de outras Igrejas e até mesmo diante 
de uma sociedade culta e inteligente.
Um pastor que é mantido pela Igreja dedica todo seu tempo a ela e serve de grande animação ao trabalho 
que lhe está confiado. Muitos trabalhos evangélicos têm permanecidos fracos, sem o menor sinal de 
progresso, alguns até tem se acabado, simplesmente por falta de um pastor que disponha do tempo 
necessário para visitar o povo, pregar e, enfim, fazer tudo quanto é necessário para o seu desenvolvimento.
Uma Igreja que mantém o seu pastor sabe dar a maior importância ao seu trabalho e parece até que o ama 
mais, pois é uma regra natural e geral que aquilo que nos custa sacrifício é que sabemos estimar melhor e 
conservar. Tenhamos como exemplo a fortuna que é ganha com verdadeiro labor e a que não custa o suor 
de seu dono. Enquanto aquele perdura por gerações sucessivas, esta parece que toma asas e voa.
Poderia enumerar muitas outras vantagens, mas, para concluir esta parte, basta dizer-lhe que a Igreja 
que sustenta dignamente o seu pastor está garantida para manter o seu trabalho, pois ele, com os seu 
espírito descansado das lutas para manutenção da vida material, consagra-se melhor a Deus para o 
serviço de sua Igreja.
Há vantagens para o pastor em ser sustentado pela igreja
Como para a Igreja é um privilégio sustentar o pastor, para este deve ser igualmente um privilégio ser 
sustentado por ela, pois isso deve dar-lhe a convicção de que seus serviços estão sendo apreciados e 
estimados pela Igreja.
Não é desonroso para um pastor receber salário da Igreja, uma vez que, como diz Jesus: “digno é o 
trabalhador do seu alimento”, Mt 10:10. Fica, portanto, estabelecido o equilíbrio da responsabilidade 
mútua entre o pastor e a Igreja. A Igreja não lhe paga o salário como um favor, nem os serviços do pastor 
podem ser tomados como um favor feito à Igreja.
Trabalhar é um dever do pastor, portanto, a Igreja lhe paga; pagar é um dever da Igreja porque o pastor 
trabalha e consagra assim o seu tempo, a sua pessoa à Igreja.
Como seria uma humilhação para o pastor receber salário sem trabalhar, assim também deve ser uma 
humilhação para a Igreja ter o serviço de um pastor sem lhe pagar o seu salário, salvo se a Igreja é muito 
pobre. Nesse caso, não se trata de humilhação, estabelecendo-se em tão a gratidão recíproca.
Quando o pastor recebe seu salário da Igreja, compenetra-se mais de sua responsabilidade de trabalhar, 
visto que a ideia de favor tem desaparecido. Ele não trabalha mais porque lhe pagam os seus serviços, 
porém, porque a sua responsabilidade torna-se maior.
32
UNIDADE I | minitério pastoral
O pastor que é pago pela Igreja ficam com o tempo necessário para estudar e com o seu Espírito 
descansado para consagrar-se melhor a Deus. Pode ainda gastar mais tempo em visitar e cuidar de todas 
as necessidades de seu rebanho.
Concluímos, então, afirmando que o sustento pastoral, além de ser um direito do pastor é um dever e 
privilégio da Igreja, é, ainda, uma grande bênção tanto para o pastor quanto para a Igreja.
33
cApítulo 6
administração do tempo
o Pastor e a administração do tempo
É de fundamental importância que o pastor use seu tempo adequadamente com sabedoria e santidade – 
Ef 5:14-17; Pv 24:30-34.
“A maneira como ele usa as horas disponíveis, destacadas horas de trabalho, de 
sono, de refeições, fará dele uma pessoa medíocre, ou uma celebridade.”
“Minutos e horas podem ser transformadas em vida abundante e rica.”
(Oswald Sanders)
No século em que vivemos, é necessário um planejamento diário semanal, mensal e anual de atividades, 
compromissos, folgas e férias para um melhor aproveitamento do tempo e das oportunidades.
Moisés considerava o tempo tão precioso, que orava no sentido de aprender a contá-lo dia a dia, e não 
ano a ano (Sl 90:12).
Alguns inimigos da má administração do tempo:
 » Ativismo – Lc 10:38-42.
 » Falta de planejamento, alvos e ideias – Lc 14:28-32.
 » Preguiça e acomodação – Pv 6:6-11.
 » Relaxamento nos compromissos – Rm 12:11.
 » Compromissos assumidos fora da vontade de Deus – Pv 3:5-6.
Prioridades do uso do tempo
 » Devocional –por meio da leitura da Palavra, oração e a adoração.
 » Família – esposa e filhos
 » Ministério
 » Compras pessoais
 » Lazer
34
UNIDADE I | minitério pastoral
administração do Tempo
“Ponha as primeiras coisas em primeiro lugar e teremos as segundas a seguir; 
ponhas as segundas coisas em primeiro lugar e perdemos ambas.”
(C. S. Lewis.)
“Que insensatez temer o pensamento de desperdiçar a vida de umasó vez, mas 
por outro lado, não ter nenhuma preocupação em jogá-la fora aos poucos.” 
(John Howe)
aspectos fundamentais
Bons administradores devem saber administrar o tempo. 
São tarefas realizadas por um líder eclesiástico:
 » as inúmeras e cobradas visitas pastorais nos lares;
 » reuniões com os obreiros; 
 » reuniões para discussões sobre os planos de trabalho; 
 » tempo para a família; 
 » quatro ou cinco sermões semanais; 
 » estudos bíblicos, cada um com uma média de duas a três horas de preparação; 
 » o boletim semanal; 
 » compromissos para falar em outras Igrejas; 
 » casamentos, funerais; 
 » colocar em dia a leitura; 
 » visitas aos hospitais, algumas prioritárias (especialmente os idoso) etc.
Existe uma grande diferença entre estar ocupado e ser produtivo, pois existem muitas pessoas se esgotando 
de trabalhar e não conseguem progresso algum, enquanto outros, com menos esforço, atingem seus 
objetivos e são bem sucedidos.
Muitas vezes para alcançarmos o sucesso, somos levados a sacrificar nossa família, o lazer e, às vezes, até 
a saúde. 
Normalmente, usa-se a palavra workaholic, expressão americana que teve origem na palavra alcoholic 
(alcoólatra), que denota uma pessoa viciada em trabalho. 
35
minitério pastoral | UNIDADE I
Características de um workaholic no ministério pastoral:
 » Trabalha mais que onze horas.
 » Almoça trabalhando.
 » Não tira férias de vinte dias, há três anos.
 » Encontra-se perpetuamente insatisfeito.
 » Acha que trabalha mais que os outros.
 » Fala ao telefone mais de uma hora por dia (13% do dia).
 » Avalia as pessoas pelo seu aspecto profissional e, depois, pelo pessoal.
Sintomas prováveis de um workaholic:
 » Ambiente tenso no lar.
 » Sensação de fracasso pessoal.
 » Dificuldades financeiras.
 » Exigência de um padrão de vida sempre superior, ou melhor.
Para vencermos o título de workalolic, necessitamos nos organizar melhor em relação ao tempo e, dessa 
forma, conhecer os tipos de “ladrões ou desperdiçadores de tempo”, e como podemos resolvê-los. 
Mas o que significa Tempo, segundo Jeremiah Burroughs:
Esteja certo de seu chamado para todo empreendimento que você tiver à frente. Mesmo 
que seja o menor empreendimento, esteja certo de seu chamado. Então, com o que 
for que se encontrar, você pode aquietar seu coração com isto: eu sei que onde Deus 
gostaria que eu estivesse. Nada no mundo aquietará o coração tanto quanto isto: quando 
me encontro com alguma cruz, eu sei que estou onde Deus gostaria que eu estivesse, 
em meu lugar e em meu chamado: estou no trabalho que Deus estabeleceu para mim2.
Segundo Efésios 5:16, devemos caminhar “remindo o tempo” e “fazendo o melhor de cada oportunidade”. 
Assim como a nossa vida pertence a Deus, nosso tempo também Lhe pertence.
Deus nos permite usar nosso tempo para ganharmos o nosso sustento, nosso descanso, para recreio e 
todas as demais atividades da vida. 
No entanto, Deus exige de nós para o Seu serviço um dia em sete, onde a guarda do domingo não é 
coisa facultativa. 
2 Em The Rare Jewek of Christian Contentment, Edinburgh, banner of Truth, reimpressão, 1964 (primeira publicação em 
1648. p. 217.
36
UNIDADE I | minitério pastoral
Devemos observar o shabbath do Senhor e quem não o faz está usando um tempo que não lhe pertence. 
Sempre quando o povo israelita quebrava o shabbath, entrava em outros pecados e caía em um período 
de decadência.
No entanto, devemos nos organizar de modo que possamos dar o máximo possível do nosso tempo 
às coisas espirituais e de valor permanente, e o mínimo indispensável às coisas materiais e de valor 
transitório. Façamos de cada minuto disponível uma oportunidade para glorificar a Deus3.
Mitos sobre administração do tempo
 » Quem administra o tempo, torna-se escravo do relógio.
A verdade: quem administra o tempo coloca-o sob controle, torna-se senhor dele, e 
quem não o administra torna-se escravo dele.
 » A gente só produz mesmo, ou então só trabalha melhor, sob pressão.
A verdade: a pressão serve para racionalizar a preguiça, a indecisão, a tendência à 
procrastinação, mas quem se prepara ao longo do tempo, com calma e sem pressões, 
colhe frutos melhores.
 » Administrar o tempo é algo que se aplica apenas à vida profissional.
A verdade: em nossa vida pessoal e familiar, existem muitas coisas que são deixadas de 
lado por falta da administração de nosso tempo. 
 » Ter tempo é questão de querer ter tempo.
A verdade: não basta somente querer ter tempo para ter tempo, mas é preciso também 
querer o meio indispensável de obter mais tempo – e esse meio é a administração do tempo.
 o tempo desperdiçado
Quem desperdiça o tempo prejudica a si mesmo, a sociedade, a Igreja, o meio em que vive, o seu próximo 
e a sua família.
Provérbio antigo: “Não me tires aquilo que não me podes dar”.
Maneiras de esbanjar o tempo precioso que Deus nos entrega:
 » Falta de planejamento.
 » Telefonemas.
3 Cf. em Lições de Mordomia por Walter Kaschel – Editora Betânia.
37
minitério pastoral | UNIDADE I
 » Distrações.
 » Visitas inesperadas.
 » Tarefas inacabadas ou falta de disciplina no cumprimento da agenda.
 » Falta de definição clara de objetivos na execução das tarefas.
 » Falta de delegação ou centralização de poder. 
 » Excesso de compromissos.
 » Incapacidade de dizer “não”.
 » Menosprezo de prioridades e cobranças em certas atividades.
 » Cobrança incompleta e descontínua.
 » Fragmentação e superficialidade.
 » Excesso de reuniões (algumas desnecessárias) e burocracia interna.
 » Indefinição de prioridades.
 » Má utilização dos recursos (telefone, fax, computador, internet).
 » Mesa entulhada ou desorganização pessoal.
 » Arquivamento ineficiente.
 » Procrastinação.
 » Conversas fúteis e inúteis (I Co 15:33; Pv 20:19).
 » Leituras sem proveito (Tm 4:13; Sl 119:18).
 » Atividades não essenciais: tempo demasiado em passeios, brinquedos, jogos e outras 
atividades sociais.
 » Matando o tempo: sem fazer nada de útil e produtivo. 
otimização do tempo
Seguem algumas sugestões para atitudes e comportamentos para otimização de nosso tempo.
 » Planejamento – cada hora dedicada em planejamento eficaz poupa três ou quatro horas 
na concretização.
 » Organização – manter as coisas em ordem e em dia.
38
UNIDADE I | minitério pastoral
 » Delegação – considerada a chave da administração eficaz, pois atribui tarefas para outras 
pessoas, liberando o tempo para tarefas mais importantes (At 6). 
Benefícios da delegação: 
 › facilita o trabalho do pastor;
 › aumenta a produtividade; 
 › dá oportunidade a outros de desenvolver a capacidade de liderança; 
 › dá ao líder mais tempo de desenvolver sua vida espiritual; 
 › permite ao líder se dedicar mais no ministério da oração e da Palavra.
 » Telefone – usado para minimizar deslocamentos desnecessários.
 » Comunicação – a linguagem simples, concisa e isenta de ambiguidade assegura uma 
boa compreensão e evita mal-entendidos.
 » Tomada de decisões – deve ser precisa e baseada em informações seguras.
 » Concentração – deve buscar-se um tempo mínimo anterior à ação.
Soluções práticas para a economia do tempo
 » Estabeleça metas: anuais, mensais, semanais e diárias.
 » Programe suas tarefas e atividades da semana e do dia, em função 
dessas metas.
 » Faça as coisas em ordem de prioridade.
 » Saiba onde seu tempo é realmente empregado.
 » Estabeleça data e hora para início e fim de cada atividade.
 › Elimine desperdiçadores de tempo.
 › Utilize uma agenda ou um calendário de reuniões.
 › Crie uma lista de afazeres.
 › Organize as tarefas.
 › Organize seu acesso com rapidez de informações usadas com frequência.
outras recomendações para o bom uso do tempo
a. Seja Metódico – o indivíduo que tem métodos vive duas vezes mais. 
b. Seja Pontual – a pontualidade faz parte damordomia do tempo. 
c. Seja Equilibrado – dar tempo às coisas na proporção do seu valor. 
d. Sirva – o tempo mais bem empregado é aquele que gastamos em favor de outrem.
39
minitério pastoral | UNIDADE I
dicas para a realização de reuniões criativas
 » Só convoque uma reunião quando totalmente indispensável.
 » Estabeleça os objetivos.
 » Elabore uma pauta, fixando tempo para cada assunto.
 » Coloque só as pessoas às quais o assunto interessa.
 » Mantenha o rumo da discussão.
 » Sintetize as conclusões.
 » Faça o acompanhamento de todas as decisões tomadas.
critérios de classificação das tarefas e compromissos
São aspectos primordiais para evitarmos os desperdícios de tempo, pois existem tarefas importantes e não 
urgentes; importantes e urgentes; nem importantes e nem urgentes.
tabela: Critérios de Classificação:
URGENTE NÃO URGENTE
IMPORTANTE
 » Crises maiores.
 » Pressão dos projetos.
 » Limite crítico no projeto.
 » Emergências familiares.
 » Desastres naturais.
 » Preparação.
 » Planejamento.
 » Prevenção de crises.
 » Criando relacionamento.
 » Manutenção.
NÃO IMPORTANTE
 » Interrupções.
 » Alguns e-mails e 
telefonemas.
 » Algumas reuniões.
 » Pressão nos projetos devido 
à proximidade dos prazos.
 » Dia a dia.
 » Alguns e-mails e telefonemas.
 » Algumas reuniões.
 » Pressão nos projetos devido à 
proximidade dos prazos.
Conforme Gn 5:22, a Bíblia afirma que Enoque “...viveu trezentos anos...” , sem desperdícios, mas investiu 
tempo para andar com Deus.
iirelacionaMenTo socialunidAde
43
cApítulo 7
vida social e comunicação
“O valor de uma vida não é calculada pela sua duração, mas por sua doação; não 
importa quanto vivemos, mas, sim, a integralidade e a qualidade de nossa vida.”
(William James.)
“Todos fomos dotados com tempo suficiente para desempenhar integralmente a 
vontade de Deus, e cumprir seus planos perfeitos para nossa vida.”
(J. Oswald Sanders)
o pastor e sua família
O ministério pastoral começa no lar, com a esposa e os filhos, esse pequeno rebanho é importantíssimo 
aos olhos de Deus, da Igreja e da sociedade. Deus ama profundamente a todos os seres humanos, e a 
família do pastor também é amada pelo Senhor da Igreja. Deus tem interesse não só no pastor, mas na 
sua família. Quando o Senhor fez uma aliança com Abraão Ele prometeu abençoar “todas as famílias da 
terra” – Gn 12:3.
O pastorado é um reflexo direto da vida familiar e deve ser levado a sério, com amor, abnegação e 
sobriedade – I Tm 3:4-5; 5:8; I Sm 2:22-25, 27-30. 
Há pastores que precisaram abandonar o ministério devido a problemas familiares. Outros, nas situações 
mais difíceis e adversas do ministério, têm recebido apoio e ajuda de sua família e têm conseguido 
sustentar-se.
Alguns pontos de tensão no lar:
 » Falta de atenção e diálogo do pastor com a esposa e os filhos – Dt 6:1-9; Cl 3:18-21; 
Amós 3:3.
 » Sexo no lar – I Co 7:3-5; Ct 4:1-5,10-15; Hb 13:4.
 » Finanças – I Tm 6:7-12.
 » Relacionamento com os familiares – Ef 5:31; Hb 12:14-15.15; Rm 12:18.
 » Relacionamento com amigos e pessoas da Igreja, ciúmes – I Ts 5:22 (pode ser do mesmo 
sexo ou do sexo oposto).
44
UNIDADE II | Relacionamento Social
 » Pressuposições Teológicas – Ef 4:1-6 (unidade do Espírito pelo vínculo da paz).
 » Influência da TV – Mt 6:22-23
 » Relaxamento no culto doméstico.
 » Falta de cooperação nas tarefas domésticas – Ec 4:9-12; Gl 6:2
 » Falta de perdão – Cl 3:13
o pastor e as relações humanas na família
 » Psicologia do homem e da mulher – para viver em harmonia com qualquer pessoa 
a condição indispensável é conhecê-la bem, a fim de poder sentir como ela sente e 
“colocar-se no lugar dela”.
 » Namoro e noivado – período para os candidatos se observarem e conhecerem melhor, 
pois uma coisa é passear conversando e namorando, outra coisa é enfrentar as alegrias e 
decepções de toda uma vida matrimonial.
 » Casamento e vida conjugal – é, às vezes, depois de muitas atritos e discussões que 
o casal chega a uma situação de harmonia na qual há sacrifícios recíprocos, mas na 
qual há também divisão de alegrias; infelizes são os que procuram fazer do casamento 
eterna lua de mel; são, geralmente, moças que pensaram encontrar no noivo o Príncipe 
Encantado; não poucos são os que, procurando encontrar uma Cinderela, percebem 
que só conseguiram uma mulher com qualidades e defeitos. A verdadeira felicidade 
consiste em aceitar a realidade e procurar adaptar-se a ele.
o pastor e as relações humanas na igreja
I Tm 4:12 nos diz: “Torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza”.
Destacaremos quatro pontos importantes na nossa convivência na Igreja.
 » Nosso testemunho pessoal – qualquer trabalho sem testemunho não tem nenhum valor.
 › testemunho no comportamento dentro Igreja;
 › testemunho no traje – cristãos devem usar roupas em harmonia com o tempo e o 
lugar. Suas roupas devem ser de bom gosto e não sujeitas a críticas de moral;
 › testemunho na atitude de serviço.
 » Nossa atitude para com o Pastor e os oficiais – não podemos esquecer que somos 
apenas cooperadores e que o pastor é o líder. Devemos respeitá-lo e aceitar a sua direção. 
Não desviar o respeito dos crentes e sua atenção para o nosso serviço.
45
Relacionamento Social | UNIDADE II
 » Nossa atitude para com os crentes em geral deve ser esta. 
 › tratar todos com o mesmo sentimento de respeito e consideração, não fazendo 
acepção de pessoas;
 › quando visitar os lares, tomar muito cuidado com o fuxico, até em ouvir pode haver 
complicações;
 › cultivar o amor fraternal para com todos, ajudando sempre os mais necessários.
 » Postura na Igreja
 › Não devemos conversar, trocar impressões ou falar alto durante a cerimônia religiosa.
 › Aprenda a ser amável com os que visitam sua Igreja.
 › Seja receptivo aos novos integrantes ao rol de membros.
o pastor e as relações humanas na sociedade
Não podemos esquecer os preciosos ensinos do Senhor Jesus sobre a nossa sociedade. Atos l:8 –“Ser- me- 
eis testemunhas”, Mt 5:13-14 – “Vós sois a luz do mundo”.
Na sociedade, devemos agir como testemunhas do Senhor Jesus Cristo, servindo de sal e iluminando por 
meio da nossa vida o caminho para o pecador encontrar-se com o Senhor Jesus.
 » Para mantermos boas relações humanas na sociedade, devemos evitar:
 › namorar com pessoas descrentes;
 › participar de festividades fora do contexto cristão, onde o nosso testemunho vai ficar 
obscurecido;
 › tomar dinheiro emprestado;
 › dar expansão ao nosso gênio na presença de pessoas descrentes;
 › comentar problemas de Igreja no meio das pessoas descrentes;
 › ferir a religião, zombando dos ensinos errados ou comentando algum erro da vida 
dos chefes religiosos.
 » Como devemos agir na sociedade:
 › Manter sempre equilíbrio no nosso testemunho (no vestir, no andar, no falar).
 › Manter boas amizades, com o alvo de sempre guiar os amigos a conhecer o seu grande 
amigo – O Senhor Jesus Cristo.
 › Participar de eventos cívicos com o cuidado, dando bom testemunho cristão.
46
UNIDADE II | Relacionamento Social
comunicação
objetivos para uma boa comunicação
 » Considere que os atos falam mais alto que as palavras; a comunicação não verbal é 
geralmente mais poderosa que a verbal. Evite “mensagem dúbias” em que as mensagens 
verbais e não verbais transmitam ideias contraditórias.
 » Defina o que é importante e enfatize; defina o que não é importante e tire a ênfase ou 
ignore. Evite as críticas.
 » Cuidado ao falar: expresse-se de maneira a mostrar respeito pelo valor da outra pessoa 
como um ser humano. Evite declarações que comecem com as palavras “Você nunca...”
 » Seja específico e claro em sua comunicação. Evite a indefinição.
 » Seja razoável e realista e em suasafirmações. Cuidado com os exageros e sentenças que 
comecem com as palavras “Você sempre...”
 » Teste todas as suas suposições verbalmente, perguntando se estão corretas. Evite agir até 
que tenha feito isto.
 » Reconheça que cada acontecimento pode ser visto de vários pontos de vista. Evite supor 
que as outras pessoas veem as coisas do mesmo modo que você.
 » Reconheça que os membros de sua família e seus amigos o conhecem bem e ao 
seu comportamento. Evite a tendência de negar as observações deles sobre você – 
especialmente se não estiver certo.
 » Identifique que as dissensões podem ser uma forma significativa de comunicação. Evite 
os argumentos depreciativos.
 » Seja sincero e aberto sobre os seus sentimentos e pontos de vista. Traga à luz todos os 
problemas importantes mesmo que tema que isso possa perturbar outra pessoa. Fale a 
verdade em amor. Evite o silêncio mal-humorado.
 » Preocupe-se mais com o efeito de sua comunicação sobre outros do que com aquilo que 
pretendia comunicar. Evite ressentir-se no caso de ser mal compreendido.
 » Tenha tato, consideração e cortesia com relação aos outros. Evite tirar proveito dos 
sentimentos alheios.
 » Faça perguntas e ouça atentamente. Evite pregar ou fazer palestras (na comunicação).
 » Não use de subterfúgios. Procure não cair nas desculpas dadas por outros.
 » Identifique o valor do humor e da seriedade. Cuidado com a zombaria destrutiva.
47
Relacionamento Social | UNIDADE II
envolvimento
Para realizar um bom envolvimento, deve-se realizar as seguintes ações.
 » Mostrar respeito pelos aconselhados. 
 » Compreender as posições sem tomar partido abertamente.
 » Apoiar as pessoas e dar-lhes esperança, caso sinta liberdade.
 » Encorajar a comunicação aberta e o interesse mútuo em ouvir.
 » Encorajar as pessoas a serem específicas.
 » Identificar as coisas que podem ser mudadas.
 » Cuidar para impedir que o conflito se agrave e que a comunicação seja interrompida.
 » Retomar com frequência a situação e as posições.
 » Caso a sua mediação não pareça estar dando resultado, encorajar a busca de ajuda de 
outros profissionais.
Como impedir as relações interpessoais negativas
 » Os ensinos bíblicos relativos aos bons relacionamentos.
 » Um andar diário com Jesus Cristo, oração, estudo das Escrituras, confissão de pecado e 
disposição para buscar e seguir a orientação divina.
 » Compreensão do conflito e prática das táticas que induzem a sua redução.
 » As diretrizes para a comunicação eficaz.
 » A redução, o impedimento ou a eliminação de pressões ambientais que produzam conflito.
iiidiMensão MinisTerialunidAde
51
cApítulo 8
ofícios ministeriais
Bispos, pastores e presbíteros
Da Terminologia: At 20:17,28; Tt 1:5-8; Tm 3:1-7; I Pd 5:1-4.
Bispos – episkopoi, episkopos – supervisores, superintendentes. Em I Pd 2:25 – bispo no sentido 
etimológico é de: “alguém que olha por outros”, não denotando necessariamente um cargo numa estrutura 
hierárquica. Aqui especificamente aplicado a Cristo, e ao lado de pastor, significa “guardião”, “aquele 
que cuida e supervisiona”. Nas epístolas pastorais, a responsabilidade de um bispo é muito abrangente. 
Como líderes cristãos são responsáveis pelas relações externas da Igreja, exercem ministério de ensino e 
apascentamento, têm autoridade para disciplinar membros. Presidem sobre os negócios da Igreja como 
um pai cuida de sua família e do seu lar.
Presbíteros – (anciãos – At 11:30; 15.2) presbyteroi. Os termos episkopoi e presbyteroi são parcialmente 
intercambiáveis – At 20:17 e 28; 11:30 e 15:2; Tt 1:5 e 7; I Tm 3:1 e 5:17.
Pastores e mestres – Segundo Dewey M. Mulholland (s/d, p.92), esses dois termos referem-se à mesma 
pessoa uma vez que no original aparece apenas um pronome para os dois. A gramática grega, portanto, 
implica que o pastor seja também mestre. O pastor pode ter talentos para administrar a Igreja ou granjear 
fundos para a obra de Deus, mas se não é “apto para ensinar” não tem autorização bíblica de reivindicar 
o título de “pastor”. 
Pastor – poimen. Ef 4:11, é usada 18 vezes no NT. João 10:11 (Hb 13:17 – vigiar). Apascentadores, guias, 
líderes, guardião, supervisores. 
Em Atos 20:28 – bispo... pastoreardes – I Pd 5:1-2 – Presbíteros... pastoreai. Bispos, Presbíteros e Pastores 
são invariavelmente tratados como sendo o mesmo ofício. 
Em Atos 20:28 – os presbíteros no verso 17, e os bispos do verso 28 são instruídos a pastorear (no grego 
poimano) a Igreja de Deus. 
Em I Pd 5:1-2 – Pedro exorta os presbíteros a pastorear o rebanho de Deus (apascentar na 
versão Trinitariana).
Em Ef 4:11 – Paulo escreve para a Igreja de Éfeso que Cristo concedeu dons à Igreja (universal), e entre 
esses dons está o de pastor (poimen), cujo propósito é aperfeiçoar os santos e edificar a Igreja.
52
UNIDADE III | Dimensão ministerial
Portanto, Bispos, Presbíteros e Pastores são termos diversos para o mesmo ofício, assim como santos e 
crentes e irmãos são termos diferentes para o mesmo corpo de cristãos.
Segundo Dr. Russel Shedd, há vários aspectos do pastorado no NT que podem ser percebidos com os 
títulos usados para indicar o papel do líder humano da Igreja.
a. Pastorear – deve arrebanhar e não espalhar.
b. Atender ou cuidar, Bispo – deve reger como participante.
c. Ancião ou Presbítero, com ideia de patriarca, pai de família – I Tm 5:17-25, com ideia 
de quem é experimentado e tem capacidade de admoestar ou encorajar – I Co 4:14-21.
d. Despenseiro, Administrador, deve ser fiel na sua função (no que não lhe pertence) – I 
Co 4:1-5.
e. Líder, guia, responsável pelas almas daqueles que os seguem – Hb 13:7-17.
a igreja e seus dirigentes
a. Presbíteros e Diáconos: as únicas funções na Igreja
1. Presbíteros – 1 Tm 3:1-7; Tt 1:5-9.
2. Diáconos – 1 Tm 3:8-13.
b. Presbíteros
1. Presbítero, ancião ou pastor são as mesmas pessoas – Fp 1:1; At 20:28; 1 Pd 5:2; At 
20:17-28; Tt 1:5-7; Ef 4:11; At 20:28; 1 Pd 5:1-2.
2. Presbítero é título, supervisão é trabalho.
c. Deveres dos presbíteros
1. Alimentar o rebanho – 1 Pd 5:2; Hb 13:7.
2. Dirigir a Igreja – 1 Pd 5:1-3; 1 Tm 5:17, 35; Hb 13:17.
d. Pluralidade dos presbíteros
1. Obedecê-los.
2. Dar-lhes primazia.
3. Alguns fazem trabalhos especiais – Hb 13:17; At 20:28; 1 Pd 5.
53
Dimensão ministerial | UNIDADE III
e. Qualificação dos presbíteros
1. Pessoal – Tt 1:6; 1 Tm 3:2-3.
 » Positiva – Tt 1:8 – de bom proceder, amigo do bem, moderado, paciente, justo, 
irrepreensível, santo, temperado.
 » Negativa – 1 Tm 1:3; Tt 1:7 – não atrevido, não soberbo, não vingativo nem 
espancador, não dado ao vinho, não cobiçoso, não ganancioso, não obstinado, 
hábil a aconselhar e ser aconselhado.
2. Social – 1 Tm 3:2; Tt 1:6-8
 » Marido de uma esposa – a restrição tem caráter imperativo.
 » Governe bem a sua casa.
 » Mantenha sob controle os filhos.
 » Seja hospitaleiro.
 » Seja de boa fama (1 Tm 3:7).
3. Espiritual – 1 Tm 3:26; Tt 1:7-9
 » Amante do bem – homens e coisas.
 » Maduro – não neófito.
 » Santidade pessoal – Tt 1:8.
 » Bom conhecedor das Escrituras Sagradas.
 » Apto para ensinar.
4. Racional
 » De boa vontade.
f. Os presbíteros e o ministério dos dons – Ef 4
1. Todos os ministros são presbíteros 1 Pd 5:1-2.
2. Nem todos os presbíteros são ministros de dedicação de tempo integral. Daí a 
pluralidade. Compare 1 Tm 5:17-20.
g. A ordenação dos presbíteros – 1 Tm 4:14; Tt 1:5
1. Feitos ministros pelo Espírito Santo At 20:28.
2. Reconhecidos pela Igreja.
54
UNIDADE III | Dimensão ministerial
h. Diáconos – At 6:3
A palavra diácono é tradução da palavra grega diakonos, que é o termo comum que se 
traduz por “servo”, quando usado em contextos não eclesiásticos.
Os diáconos são claramente mencionados em Filipenses 1:1: “... a todos os santos em 
Cristo Jesus, inclusive bispos

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