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Casos Concretos Antigos - Direito Constitucional I

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Casos Concretos Direito Constitucional I - Antigos 
1) A Constituição de 1988 desenhou em seu texto um Estado de bem-estar social, consagrando princípios 
próprios do modelo liberal clássico de forma conjugada com outros, típicos do modelo socialista. Esse 
pluralismo principiológico se faz sentir ao longo de todo o texto constitucional, especialmente no art. 170, 
CRFB, que adota a livre iniciativa como princípio da ordem econômica, sem desprezar, no entanto, o papel 
do Estado na regulação do mercado. Considerando tal constatação, responda: 
a) Como o pluralismo principiológico pode favorecer a estabilidade da CRFB/88? 
R: Favorece a estabilidade, tendo em vista que seus princípios e garantias fundamentais são cláusulas 
pétreas, tendo a proteção de uma constituição rígida e dando uma segurança maior quanto ao seu 
ordenamento e as pessoas que são resguardadas por este ordenamento jurídico. 
b) Diante de tal característica, como a doutrina classificaria a CRFB/88? 
R: A Constituição é classificada como sendo: formal, escrita, dogmática, promulgada, super-rígida ou rígida, 
analítica e dirigente. 
2) Ronaldo, militar do exército, estava matriculado no Curso de Direito numa Universidade Particular, 
quando foi transferido ex oficio da unidade sediada em Boa Vista para a Unidade localizada no Município do 
Rio de Janeiro. Por conta do seu deslocamento e da necessidade de dar continuidade aos estudos na 
Cidade do Rio de Janeiro, o militar solicitou à Sub-reitoria da Graduação da UERJ, transferência do curso 
de Direito da referida Universidade Particular para o mesmo curso na Universidade do Estado do Rio de 
Janeiro, com base na Lei nº 9538/97. O pedido do militar foi indeferido pela Sub-reitoria da UERJ, com 
fulcro no Arto normativo interno desta universidade (Deliberação nº 28/2000), que regula esta matéria, uma 
vez que a Universidade de origem do limitar era uma instituição de ensino superior particular. O militar 
impetra um mandado de segurança alegando, em sua defesa, os seguintes argumento: 
I. Que seu direito está amparado pelo parágrafo único do artigo 49 da Lei Federal nº 9536/97 diretrizes e 
bases da educação nacional; 
II. Que a norma restritiva do art. 99 da Lei 8.112/90 (entidade congêneres) não se aplica aos militares; 
III. Que o ato normativo nº28/2000, no qual o Sub-reitor se baseou para indeferir o pedido da Lei nº 
9536/97, uma vez que a Lei federal não exige o caráter congênere entre as instituições de ensino. 
Diante da situação acima descrita, questiona-se: Qual a interpretação constitucional mais adequada 
para a solução deste conflito? 
R: Ficou decido pelo STF na ADI nº 3324, que para a transferência entre instituições de ensino, deve-se 
observar o caráter congênere das instituições de ensino sob pena de violação dos princípios da isonomia e 
do mérito no acesso à universidades públicas. Então, pela filtragem constitucional, toda a ordem jurídica 
deve ser lida à luz da CRFB e passada pelo seu crivo. 
3) O Estado do Tocantins publicou edital no Diário Oficial do Estado de concurso público para o 
preenchimento de vagas para o cargo de policial. Uma das provas é a realização de testes físicos e um dos 
testes exige que os candidatos façam a seguinte atividade: “Flexões abdominais: consiste em o candidato 
executar exercícios abdominais, por flexão de braços, deitado em decúbito ventral, em um maior número de 
repetições dentro de suas possibilidades, no período de um minuto, obedecendo à tabela de pontuação 
abaixo: ...”Em função da redação incoerente do texto desse teste, o Estado publicou uma errata do edital no 
mesmo órgão oficial de imprensa, duas semanas antes de iniciarem as provas, com a seguinte redação: 
“Flexões abdominais: consiste em o candidato executar exercícios abdominais, por flexão de tronco, em 
decúbito dorsal em um maior número de repetições tocando os cotovelos nos joelhos ou coxas, no período 
de um minuto. ”Como os candidatos já haviam se inscrito na prova no momento da percepção do equívoco 
da referida redação, muitos deles se consideraram surpreendidos, no dia da realização desse teste físico, 
pois não tomaram conhecimento da errata do edital. Alguns desses, que não conseguiram passar na prova 
de esforço físico, ingressaram com mandado de segurança com a alegação de que esse teste deve ser 
desconsiderado como critério de aprovação, pois foi incluído após as inscrições, apenas duas semanas 
antes do começo das provas e porque não foi publicado num jornal de grande circulação para que todos 
tivessem a chance de tomar conhecimento da modificação. Assim, alegam que houve ofensa ao princípio 
da razoabilidade. A quem assiste razão no caso? Dê os fundamentos jurídicos cabíveis (fundamentos 
normativos, jurisprudenciais e doutrinários). 
R: A razão é assistida ao Estado. Houve um simples erro material na redação do edital, o que não implicou 
em novo critério de avaliação, a administração pública pode corrigir seus próprios atos e publicar errata no 
Diário Oficial do Estado, que é o meio ordinário para dar efeito a seus atos junto a sociedade. Não há que 
se falar em ofensa ao princípio da razoablidade, justamente por ser mero erro material na redação, não 
havendo inclusão de novo critério de avaliação e ter sido publicado com antecedência à realização da 
prova, ou seja, não houve qualquer justificativa que tornasse obrigatória a publicação em jornal de grande 
circulação e, principalmente por não ter fundamento a alegação surpresa dos candidatos. 
4) Tramita no Congresso Nacional proposta de Emenda Constitucional convocando uma nova Revisão 
Constitucional nos modelos do artigo 3º da ADCT. A referida proposta de Emenda Constitucional prevê a 
realização de Referendo para a entrada em vigor dos dispositivos alterados pela Assembléia Revisora. É 
legitima tal proposta? 
R: Tal proposta é ilegítima, já que, o referido artigo diz que “a revisão constitucional será realizada após 5 
anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso 
Nacional, em sessão única”. Como tal prazo já foi superado, não poderá haver outra revisão, demonstrando 
que era pretenção é ilegal. 
5) A Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, no exercício do Poder Constituinte Derivado 
Decorrente inseriu no texto da Constituição Estadual norma que assegurava aos candidatos aprovados em 
concurso público, dentro do número de vagas obrigatoriamente fixado no respectivo edital, o direito ao 
provimento no cargo no prazo máximo de cento e oitenta dias, contados da homologação do resultado. É 
Constitucional o artigo 77, VII da Constituição do Estado do Rio de Janeiro? 
R: O STF declarou tal artigo como inconstitucional, pois fere o artigo 37, III da CF/88, onde diz que o prazo 
de validade do provimento dos concursos públicos será de dois anos, podendo ser prorrogado por igual 
prazo, uma única vez. 
6) A União Brasileira de Artesãos, sociedade civil sem fins lucrativos, por decisão de sua diretoria 
determinou a exclusão de alguns de seus sócios sem garantia da ampla defesa e do contraditório. 
Entendendo que os direitos fundamentais assegurados pela Constituição não vinculam somente os poderes 
públicos, estando também direcionados à proteção dos particulares nas relações privadas, tais sócios 
buscam tutela jurisdicional no sentido de invalidar a referida decisão. Diante do que dispõe o art. 5º, XIX, 
CRFB, poderia o Poder Judiciário invalidar a decisão da diretoria da entidade? 
R: As violações a direitos fundamentais não ocorrem somente no âmbito das relações entre o cidadão e o 
Estado, mas igualmente nas relações entre pessoas físicas e jurídicas de direito privado. Assim, os direitos 
fundamentais assegurados pela Constituição vinculam diretamente não apenas os poderes públicos, 
estando direcionados também à proteção dos particulares em face dos poderes privados. A ordem jurídico-
constitucionalbrasileira não conferiu a qualquer associação civil a possibilidade de agir à revelia dos 
princípios inscritos nas leis e, em especial, dos postulados que têm por fundamento direto o próprio texto 
da Constituição da República, notadamente em tema de proteção às liberdades e garantias fundamentais. 
O espaço de autonomia privada garantido pela Constituição às associações não está imune à incidência 
dos princípios constitucionais que asseguram o respeito aos direitos fundamentais de seus associados. A 
autonomia privada, que encontra claras limitações de ordem jurídica, não pode ser exercida em detrimento 
ou com desrespeito aos direitos e garantias de terceiros, especialmente aqueles positivados em sede 
constitucional, pois a autonomia da vontade não confere aos particulares, no domínio de sua incidência e 
atuação, o poder de transgredir ou de ignorar as restrições postas e definidas pela própria Constituição, cuja 
eficácia e força normativa também se impõem, aos particulares, no âmbito de suas relações privadas, em 
tema de liberdades fundamentais. 
7) A ABRATI – Associação Brasileira das Empresas de Transporte Rodoviário Intermunicipal, Interestadual 
e Internacional de Passageiros - ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal 
onde pedia a declaração de inconstitucionalidade da Lei 8.899/1994. Tal norma assegura o direito ao passe 
livre às pessoas portadoras de deficiência, desde que comprovadamente carentes, no sistema de transporte 
coletivo interestadual. Segundo a ABRATI, a norma viola os seguintes dispositivos constitucionais: art. 1º, 
IV; art. 5º, XXII; art. 170, II e art. 195, § 5º. Alega, em síntese, violação do direito de propriedade e da livre 
iniciativa, direitos fundamentais que devem ser protegidos pelo Supremo Tribunal Federal. Em parecer, o 
Procurador-Geral da República manifestou-se pela improcedência da ação, uma vez que a Constituição 
consagra como Direito Fundamental a proibição de discriminação e a norma em xeque procura realizar a 
efetiva inclusão social dos deficientes físicos com carências econômicas, razão pela qual, numa ponderação 
entre os direitos em conflitos estes deveriam prevalecer em detrimento do direito à propriedade. Analise o 
conflito acima, assinalando se a Lei 8.899/1994 deve realmente ser declarada inconstitucional. Para a 
solução deste caso procure utilizar a técnica da ponderação de interesses. 
R: O Supremo Tribunal Federal julgou improcedente a ação, declarando-se constitucional o teor da norma 
impugnada. A maioria dos Ministros do Supremo compreendeu que a lei fornecia maior efetividade aos 
valores indicados no preâmbulo do Texto Constitucional de 1988, bem como aos princípios da solidariedade, 
constante no art. 3º da Constituição, e da dignidade da pessoa humana, expresso no art. 1º, III. Ademais, 
não haveria violação à livre iniciativa, uma vez que o serviço de ônibus consiste em concessão do Poder 
Público, havendo liberdade de exploração nos limites da lei. 
8) A polícia militar do Estado do Rio de Janeiro abriu edital para concurso público para o provimento de 
vagas para Primeiro-Tenente, médico e dentista, do seu quadro de oficiais da saúde. De acordo com as 
regras do edital seriam admitidos apenas candidatos do sexo masculino, uma vez que a polícia militar, por 
sua natureza de ser uma polícia de confronto, poderia diferenciar quanto ao gênero na contratação dos 
seus oficiais. Inconformada com a restrição do edital, Alethéia Maria, dentista, regularmente inscrita no CRO 
(Conselho Regional de Odontologia) e com mais de dez anos de experiência na área da saúde, procura seu 
escritório de advocacia em busca de uma orientação jurídica quanto à legalidade do edital da PMERJ. É 
constitucional a restrição imposta no edital? 
R: Conforme prevê o art. 5º, §1º, tal restrição é inconstitucional, pois viola os princípios da razoabilidade e 
da igualdade entre os sexos, não possuindo fundamento na Constituição Federal. 
9) Num sábado à noite um cidadão recebe a visita de um Oficial de Justiça que havia se dirigido até sua 
residência com o fim de citar sua esposa, que se encontrava enferma e acamada. Preocupado com o 
estado de saúde de sua mulher, o cidadão não permitiu a entrada do Oficial de Justiça em sua casa, e 
quando este tentou ingressar forçosamente, foi repelido com um empurrão. Foi o cidadão então indiciado 
pelo crime de desobediência (art. 330, Código Penal). O Juiz de primeira instância o absolveu, entendendo 
ter o agente agido com inexigibilidade de conduta diversa, em face do exposto no art. 5º, XI da Constituição 
da República. No entanto, provendo apelo do Ministério Público, o Tribunal de Justiça reformou a decisão 
de primeiro grau, entendendo que o autor atuou com violência contra agente público competente que 
executava ordem com amparo legal. Ressaltou o Tribunal que o Oficial de Justiça encontrava-se de posse 
de mandado de citação que continha autorização expressa para cumprimento em domingo ou em dia útil, 
em horário diverso do estabelecido no caput do art. 172 do Código de Processo Civil, nos termos do § 2º 
deste mesmo artigo, condenando-o assim nas penas do crime de desobediência. Dessa decisão do Tribunal 
de Justiça o advogado interpôs Recurso Extraordinário, pedindo a reforma da decisão do TJ com o 
restabelecimento da sentença de 1º grau. Analise tecnicamente as possibilidades de sucesso desse 
recurso, conforme a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. 
R: Estava resguardado pelo princípio da inviolabilidade do domicílio expresso no art. 5º, XI da Constituição 
Federal, onde é especificado que o Oficial de Justiça, apenas poderá intimar em dias úteis das 8h às 18h, 
ou como diz o texto da lei, da aurora até o crepúsculo, não podendo adentrar na residência, logo, o cidadão 
não poderá responde judicialmente pelo delito de desobediência. 
10) Soldado do Exército Brasileiro, indignado por ter uma remuneração inferior ai salário mínimo, fato que 
contraria o art. 7º, IV da CRFB/88, lhe procura para saber da constitucionalidade dessa remuneração inferior 
ao salário mínimo. Fundamente a sua resposta na doutrina e na jurisprudência. 
R: Conforme está expresso na súmula vinculante nº 6, “Não viola a Constituição o estabelecimento de 
remuneração inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial.” Os conscritos, 
diferentemente dos trabalhadores civis, recebem o chamado soldo, visto seus direitos, garantias, 
prerrogativas e impedimentos próprios. A obrigação do Estado é de fornece-lhes condições materiais para a 
adequação do serviço militar obrigatório nas Forças Armadas. 
11) Mulher grávida, que trabalha sob o regime de contratação temporária, lhe consulta como advogado 
trabalhista para saber se tem direito à licença maternidade. Fundamente a sua resposta na doutrina e na 
jurisprudência. 
R: O referido caso deve ser tratado em conformidade com o art. 7º, XVIII da CF/88 juntamente com o art. 
10, b, II do ADCT. Tanto o STF quanto o STJ entendem que a empregada sob regime de contratação 
temporária faz jus a licença maternidade, principalmente aquelas que celebram vários contratos com o 
mesmo empregador. A temporariedade do vínculo não anula tal direito da gestante, pois se o fizesse seria 
ato discriminatório. 
12) João da Silva Smith filho de Ana Maria da Silva, brasileira, natural dos Estados Unidos da América, 
cometeu um homicídio em Nova York em 26 de janeiro de 2000. No dia 28 de janeiro de 2000 fugiu para o 
Brasil. Ao chegar aqui, João da Silva Smith opta pela nacionalidade brasileira na Justiça Federal de acordo 
com os artigos 12, I, c e 109, X da CRFB/88. No ano de 2001, antes de concluir o processo de opção de 
nacionalidade, o governo norte-americano pede a extradição de João da Silva Smith ao Brasil pelo 
homicídio cometido em 2000. Pergunta-se: o Brasil vai extraditá-lo? Por quê? 
R: Segundo o STF, o processo de nacionalidadenão acorre de forma livre, sendo necessário faze-lo junto à 
Justiça Federal. Sendo assim, o solicitante só será considerado brasileiro nato após a conclusão de tal 
processo. João poderá ser extraditado, visto que fora solicitado a extradição pelo governo norte-americano 
antes da conclusão de tal processo de opção de nacionalidade. 
13) Marco Fiori, italiano pelo critério jus sanguinis e brasileiro pelo critério do jus soli, e domiciliado no Rio 
de Janeiro, viaja à Roma onde comete um furto de duas obras obras de arte e retorna ao Brasil. O governo 
italiano pede a sua extradição. Pergunta-se: o STF vai conceder a extradição? Por quê? 
R: O STF negará a sua extradição, visto que mesmo possuindo dupla nacionalidade, Marcos mesmo sendo 
descendente de italiano pelo jus sanguinis, é brasileiro nato pelo jus soli, tendo seu vínculo com o Brasil 
maior, este responderá pelo crime conforme o ordenamento jurídico brasileiro. 
14) O Vice-Governador do Estado do Pará, eleito duas vezes para o cargo de Vice-Governador, sendo que 
no segundo mandato sucedeu o titular, consulta-lhe para saber se há possibilidade constitucional de se 
reeleger Governador. Fundamente a sua resposta na doutrina e na jurisprudência. 
R: Poderá se reeleger por mais um mandato, pois ao suceder o titular, mesmo que por curto prazo, já 
considera-se que este possui um mandato legítimo, visto que, a reeleição para tal cargo é de apenas dois 
mandatos. 
15) A Emenda Constitucional nº 52/06, que entrou em vigor em março de 2006, alterou a redação do art. 17, 
§ 1º da CRFB/88, para conferir aos partidos políticos pela autonomia para definir o regime de suas 
coligações eleitorais, extinguindo a chamada verticalização das coligações partidárias. Logo, a partir da 
referida reforma as coligações partidárias realizadas em âmbito nacional deixaram de ser obrigatórias em 
âmbito estadual, distrital ou municipal. Diante de tais circunstancias, seria possível aplicas as novas 
regras ao pleito de outubro e 2006? Responde de forma fundamentada. 
R: Segundo a Ação Direta de Inconstitucionalidade - ADI nº 3685-8 de 22 de março de 2006, o STF julgou 
como procedente, não sendo possível a aplicação das novas regras ao pleito de 2006, visto que tais regras 
só poderiam ser aplicadas após um ano de sua vigência. 
16) Referindo-se ao poder constituinte originário, o preâmbulo da Constituição dos Estados Unidos do 
Brasil, de 1937, dizia que o Presidente da República, "atendendo às legitimas aspirações do povo brasileiro 
à paz política e social (…)” e atendendo a outras circunstâncias, resolvia “assegurar à Nação a sua unidade, 
o respeito à honra e a sua independência, e ao povo brasileiro, sob um regime de paz política e social, as 
condições necessárias à sua segurança, ao bem-estar e à sua prosperidade, decretando a seguinte 
Constituição, que se cumprirá desde hoje em todo o País”. Considerando tal preâmbulo, como 
classificar a Carta, quanto à origem? Por quê? 
R: Apesar do belo discurso, a Constituição de 1937, entrou em vigor por meio de decreto presidencial, o 
que a faz uma Constituição Outorgada ou Imposta, sendo assim, não seria legitimada pelo povo. 
16) O sentido sociológico da Constituição como uma folha de papel, cuja verdadeira característica está na 
organização dos fatores reais do poder em uma dada sociedade, contrasta com a visão da força normativa 
da Constituição, segundo a qual Constituição não se pode submeter à vontade os poderes constituído se ao 
império dos fatos e das circunstâncias. A Constituição espraia sua força normativa por sobre o ordenamento 
jurídico, e todos os atos estatais que com ela contras tem expõem-se à censura jurídica do Poder Judiciário. 
Julgue de maneira funda meta da questão. 
R: A afirmativa está correta. A primeira parte fala de Lassale, que defende o sentido sociológico ao a afirmar 
que uma Constituição só seria legítima a partir do momento em que se submeter a os fatores reais de 
poder, sendo esta a Constituição real e efetiva. A segunda parte fala de Konrad Hesse dizendo que a 
Constituição deve impor -se sobre estes fatores não tomando uma postura exclusivamente passiva, onde as 
normas jurídicas e a realidade sejam consideradas em um condicionamento recíproco. Por fim, fala-se de 
Kelsen e o sentido jurídico no qual a Constituição seria o equivalente a norma positiva suprema, ou seja, um 
conjunto de normas que regula a criação de outras normas. 
17) Considere a seguinte notícia, adaptada do site do Tribunal Superior do Trabalho. Por maioria de votos, a 
Souza Cruz S.A. obteve, na SBDI-1 do Tribunal Superior do Trabalho, decisão que lhe permite manter 
trabalhadores no chamado “painel sensorial” de avaliação de cigarros (provador de cigarros). A maioria dos 
Ministros seguiu a divergência aberta pelo Exmo. Ministro Ives Gandra Martins Filho, no sentido de que a 
atividade, sendo lícita e regulamentada, não poderia ser proibida e reformou condenação que impedia a ré 
de contratar trabalhadores para esta atividade. Para o Ministério Público do Trabalho, a expressão “painel 
sensorial” é apenas um “nome fantasia” para o que, na prática, seria “uma brigada de provadores de 
tabaco”, que provam cigarros da Souza Cruz e dos concorrentes com a finalidade de aprimorar o produto 
comercialmente. Embora a fabricação e o consumo de cigarros sejam lícitos, trata-se de atividade 
“sabidamente nociva à espécie humana”. Ao contestar a ação civil pública, a Souza Cruz defendeu que a 
avaliação de cigarros é essencial para garantir a uniformidade do produto, sendo que a técnica do “painel 
sensorial” é usada internacionalmente. A proibição, imposta somente a ela e não às empresas concorrentes, 
afetaria sua posição no mercado. Destacou, além de outros aspectos, que a adesão ao “painel sensorial” é 
voluntária e restrita aos maiores de idade e fumantes e que a decisão recorrida violou diversos dispositivos 
e princípios constitucionais, dentre eles o da livre iniciativa, o da separação dos Poderes, o do livre exercício 
profissional e o do direito ao trabalho. Assim, considere que a Constituição Federal de 1988 não veda o 
labor em condições de risco à saúde ou à integridade física do empregado, pois garante a redução dos 
riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança, bem como o pagamento 
de adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas. Esta afirmativa 
encontra-se correta ou errada? Fundamente. 
R: Trata-se de questão complexa com alguma possibilidade de respostas razoáveis. Neste caso, há a 
colisão entre princípios e interesses igualmente tutelados pela constituição, logo não encontraremos uma 
resposta pronta e acabada para a questão. O método da ponderação e as circunstâncias do caso concreto 
são essenciais para encontrar a solução mais adequada. Na ação civil pública, o MPT requer a proibição da 
atividade do provador de cigarros da empresa , sob o fundamento de que a atividade é nociva ao ser 
humano. Por outro lado, o TST julgou improcedente o pedido do MPT, sob os fundamentos de que a 
atividade é lícita, regulamentada pelo poder público, observa normas internacionais de segurança, proteção 
e higiene, a adesão do empregado foi voluntária segundo sua autonomia da vontade, ele é maior de idade, 
fumante, a proibição da atividade viola a livre iniciativa , a separação de poderes, pois a atividade é 
regulada pelo poder executivo, o livre exercício profissional e o direito ao trabalho. Ademais, o empregado 
recebe adicional de insalubridade na forma do artigo 7º XXIII da CF e da CLT. Sendo assim, parece que a 
decisão do TST foi mais adequada. 
18) Consoante o Art. 5º, inciso XLV, da Constituição da República Federativa do Brasil, “nenhuma pena 
passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento 
de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, atéo limite do valor do 
patrimônio transferido”. Com os olhos voltados à classificação das normas constitucionais, é correto 
afirmar que a interpretação desse comando normativo dá origem a uma norma constitucional de 
eficácia plena e aplicabilidade limitada. Julgue e fundamente. 
R: A interpretação está incorreta. O Art. 5°, XLV, é uma norma constitucional de eficácia contida. Sua 
aplicabilidade é direta, imediata e possivelmente não integral. Trata-se de norma auto aplicável, que 
independe de regulamentação para produzir todos os seus efeitos. Desde a promulgação da CF/88, 
nenhuma pena passará da pessoa do condenado, sendo a obrigação de reparação de dano e a decretação 
do perdimento de bens estendida aos sucessores e contra eles executadas. É possível, todavia, que haja 
restrição a esse comando constitucional, uma vez que a lei pode definir requisitos para que a obrigação de 
reparação do dano e a decretação do perdimento de bens seja estendidas aos sucessores e contra eles 
executadas. 
19) Determinado Prefeito Municipal tinha a intenção de encaminhar projeto de lei à Câmara de Vereadores 
disciplinando a concessão de direitos sociais a certa camada da população. No entanto, tinha dúvidas a 
respeito da compatibilidade dessa iniciativa com a ordem constitucional, mais especificamente com o 
princípio da igualdade, consagrado no art. 5º, caput, da Constituição da República Federativa do Brasil. Em 
seu entender, a igualdade exigiria que os direitos sociais fossem igualitariamente oferecidos a todos, 
independentemente de suas características pessoais. Para sanar suas dúvidas, solicitou o pronunciamento 
da Procuradoria do Município, que exarou alentado parecer a respeito dessa temática. À luz da presente 
narrativa, o conceito de igualdade, tal qual consagrado na Constituição, não se projeta sobre as políticas 
públicas a cargo do Poder Executivo. Julgue se correta ou errada e fundamente. 
R: Esta incorreta. Pois as políticas públicas a cargo do Poder Executivo Também devem observar o 
princípio da igualdade. A igualdade material ampara a realização de ações afirmativas pelo poder público. 
Assim, a concessão de direitos sociais a camadas menos favorecidas da população é compatível com a CF/
88. 
21) Gevásio, estudante de Direito, realizou amplas pesquisas a respeito dos requisitos de fruição e dos 
beneficiários dos direitos e garantias fundamentais, isso com o objetivo de passar o seu conhecimento aos 
moradores da localidade em que reside. À luz da teoria dos direitos fundamentais e da sistemática da 
Constituição da República Federativa do Brasil, é correto afirmar que nenhum direito previsto na 
Constituição pode ser exercido sem que a lei o regulamente. Julgue e fundamente. 
R: No que podemos dizer sobre as normas que definem os direitos e garantias fundamentais temos a sua 
aplicação imediata, pois são normas que não necessitam de leis infraconstitucionais para que seja atingida 
sua eficácia, o dispositivo previsto na CF/88 por si só atinge todos seus efeitos. 
21) Ednaldo soube por um amigo que determinada empresa pública estadual mantinha em seu poder 
diversas informações, relativas à sua pessoa, que seriam incorretas. Ato contínuo procurou um advogado e 
solicitou esclarecimentos de como deveria proceder para retificar os dados incorretos. À luz da sistemática 
constitucional brasileira Ednaldo deve impetrar um habeas data, que independe da formulação de prévio 
requerimento de retificação na esfera administrativa. Julgue fundamentadamente. 
R: Esta incorreta, visto que, segundo a Art. 5°, LXXII, será concedido habeas data em duas hipóteses: 
1. para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constante de registros 
ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público e; 
2. para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou 
administrativo. A impetração de habeas data depende da prévia negativa da administração, ou seja, 
pressupõe a apresentação de prova do indeferimento administrativo do pedido de retificação. 
22) João desejava obter conhecimento de informações relativas à sua pessoa, consistentes em notas (não 
certidão) acerca de sua escala de trabalho de finais de semana e feriados dos últimos 5 anos, constantes 
de registros ou bancos de dados da autarquia municipal Transalvador - Superintendência de Trânsito e 
Transporte de Salvador. Assim sendo, protocolou requerimento que, contudo, foi indeferido pelo gerente da 
autarquia. No caso em tela, em tema de direitos e garantias fundamentais em favor de João, o Art. 5º, da 
Constituição da República prevê a impetração do habeas corpus. Julgue e fundamente. 
R: Esta incorreto, visto que, João poderá sim fazer uso de remédio constitucional, porém não se trata de 
habeas corpus e sim de habeas data, com previsão legal no Art. 5º, LXXII, que diz: 
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
(...) LXXII - conceder-se-á habeas data: 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de 
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê -lo por processo sigiloso, judicial ou 
administrativo C/C Lei Nº 9.507/97 Art. 7° Conceder-se-á habeas data: 
I - para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de 
registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público; 
II - para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou 
administrativo; 
III - para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado 
verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável. 
23) Numa audiência no Juizado Especial Cível, em cujo processo o autor pleiteava uma indenização por 
danos morais no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), o advogado da empresa demandada, com amparo 
no art. 133 da Constituição da República, pleiteou a extinção do processo sem apreciação de mérito (CPC, 
art. 267, IV), sob o fundamento de que o advogado é essencial à administração da justiça. O autor, mesmo 
não tendo formação jurídica, ofereceu defesa alegando que a Lei n.º 9.099/95 lhe garantia a possibilidade 
de postular em juízo sem assistência de defensor técnico. Diante de tal hipótese, considerando a 
aplicabilidade do art. 133, CRFB, seria correto afirmar que a Lei n.º 9.099/95 padece de vício de 
inconstitucionalidade? 
R: O art. 133 da CRFB diz que: O advogado é indispensável à administração da justiça, a Lei n.º 9.099/95 
no seu art. 9 Nas causas de valor ate vinte salários mínimos, as partes comparecerão pessoalmente, 
podendo ser assistidas por advogados; nas de valor superior, a assistência é obrigatória. Por meio dessas 
afirmações, consta-se que a Lei n.º 9.099/95 torna-se inconstitucional, pois está ferindo aquilo que esta 
escrita na Constituição sendo ela a lei maior de um ordenamento. 
24) A Emenda Constitucional nº 1/69 permitia a criação, em sede de Lei infraconstitucional, de monopólios 
estatais. Com o advento da Constituição da República de 1988, a possibilidade de criação de monopólios 
por lei não foi mais contemplada. À luz da teoria da recepção, é possível sustentar a manutenção de 
monopólios estatais criados em sede infraconstitucional pelo ordenamento pretérito e não 
reproduzidos pela Constituição de 1988? 
R: Sim, a norma jurídica infraconstitucional criada na vigência do ordenamento constitucional anterior que é 
interpretada como compatível com a nova constituição, trata-se pois de um principio de segurança jurídica, 
mas que tambémé de economia legislativa, porque não há razão alguma para a retirada das normas em 
perfeita congruência com o ordenamento constitucional vigente. 
25) João desejava obter conhecimento de informações relativas à sua pessoa, constituinte em notas (não 
certidão) acerca de sua escala de trabalho de finais de semana e feriados dos últimos 5 anos, constantes 
de registros ou banco de dados da autarquia municipal Transalvador - Superintendência de Transito e 
Transportes de Salvador. Assem sendo, protocolou requerimento que, contudo, foi indeferido pelo gerente 
da autarquia. No caso em tela, em tema de direitos e garantias fundamentais em favor de João, o art. 
5º, da Constituição da República prevê a impetração do habeas corpus. Julgue e fundamente. 
R: A afirmativa esta incorreta. João poderá sim fazer uso de remédio constitucional, porém não se trata de 
habeas corpus e sim de habeas data, com previsão legal no Art. 5º, LXXII, que diz: 
Art. 5º - LXXII - conceder-se-á habeas data: 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de 
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou 
administrativo 
C/C 
Lei Nº 9.507/97 
Art. 7° Conceder-se-á habeas data: 
I - para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de 
registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público; 
II - para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou 
administrativo; 
III - para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado 
verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável 
26) Maria, desconfiada de que seu esposo Antônio a estava traindo, resolveu grampear o celular de seu 
cônjuge, com fito de interceptar suas comunicações telefônicas, gravando inclusive. Dessa forma, Maria 
conseguiu comprovar a traição, inclusive, uma ardente conversa de amor entre Antônio e sua amante. Sob 
o prima das garantias fundamentais previstas no art. 5º da Constituição da República de 1988, a conduta de 
Maria ao preceder diretamente a interceptações telefônicas são invioláveis, salvo, por ordem administrativa, 
legislativa ou judicial, para fins de instrução processual. Diga se correta ou errada e fundamente. 
R: A conduta de Maria esta errada, uma vez que no Brasil, as intercepções telefônicas apenas são 
permitidas através de autorização judicial, para casos específicas para instrução processual, no caso em 
tela, o Estado não teria interesse de agir, visto o interesse pessoal de Maria, e que a conduta de Antônio 
não tipifica um delito. 
27) Evilásio sempre trabalhou sem vínculo formal, realizando tarefas eventuais para pessoas naturais e 
pessoas jurídicas. Com o passar dos anos, os males do trabalho desgastante diminuíram sua capacidade 
de suportar longas jornadas, impedindo a assunção de tarefas que efetuava corriqueiramente. Com base 
nas normas constitucionais, diante da necessidade premente de sobrevivência, deve o Estado ampará-lo, 
conferindo-lhe remuneração, diante da proteção, como direito social à previdência. Julgue e fundamente. 
R: O direito social à previdência exige contribuição mensal, o que a questão dá a entender que nunca foi 
feito, dada a ausência de vínculo formal, sendo assim, o Estado deverá amparado com a uma assistência 
social, conforme prevê o art. 203 da CF/88 "A assistência social será prestada a quem dela necessitar, 
independentemente de contribuição à seguridade social." 
28) A Constituição da República estabelece direitos e garantias aos servidores públicos da administração 
direta, autárquica e fundacional, estendendo-lhes, ainda, alguns daqueles direitos aplicáveis aos 
trabalhadores da iniciativa privada, previstos no Art. 7° da Constituição. As alternativas a seguir 
apresentam direitos sociais trabalhistas conferidos aos servidores públicos, à exceção da 
irredutibilidade do salário. Julgue e fundamente. 
R: A afirmativa esta incorreta, conforme prevê o referido artigo, os direitos sociais que não são assistidos 
aos servidores públicos, seria o salário proporcional à extinção e a complexibilidade do trabalho. 
29) Os amigos Ednaldo e José Carlos travaram intensa discussão a respeito de sua relação com a 
República Federativa do Brasil. Ednaldo, com 35 anos de idade, nascera na Áustria e era filho de pai 
brasileiro e mãe austríaca, os quais trabalhavam em uma organização civil protetora dos animais. Ednaldo 
nunca residiu em território brasileiro. José Carlos, 21 anos de idade, filho de pais austríacos, por sua vez, 
nasceu no Brasil na época em que os seus pais trabalhavam na embaixada austríaca, tendo em seguida 
viajado para a Áustria, de onde nunca mais saiu. À luz da sistemática constitucional e da análise das 
informações fornecidas na narrativa acima, é correto afirmar, a respeito dos dois amigos, que 
Ednaldo será brasileiro nato caso venha a residir no Brasil. Julgue e fundamente. 
R: Esse é o caso de nacionalidade potestativa, em que, Ednaldo somente será considerado brasileiro nato, 
caso não somente venha a residir no Brasil, como também, deverá optar a qualquer tempo após atingir a 
maioridade, pela nacionalidade brasileira. Ou seja, é exclusiva da vontade do filho, o art. 63 da 
Lei13.345/2017, estatele que os filhos de pai e mãe brasileiros, nascidos no exterior e que não tenha sido 
registrado em repartição consular, odiará, a qualquer tempo, promover ação de nacionalidade, de 
competência da Justiça Federal, como prevê o art. 109, X da CF/88. José Carlos no entanto, de acordo 
com a CF/88 não seria considerado brasileiro nato, visto que seus pais estavam a serviço de seu país no 
Brasil, sendo assim, este é de nacionalidade austríaca. 
30) Antônio, Pedro e José tinham amplas dúvidas a respeito do alcance das restrições que recaem sobre 
sua esfera jurídica, por terem sofrido, respectivamente, em razão do exercício anterior de funções públicas, 
as medidas de inelegibilidade, suspensão dos direitos políticos e inabilitação. Afinal, todos almejam ser 
eleitos na próxima eleição. Considerando o teor da sistemática constitucional, é correto afirmar que 
Antônio está impedido de participar ativa e passivamente do processo eleitoral. Julgue e justifique. 
R: 
• inelegibilidade: é a impossibilidade de candidatar-se a cargo político eletivo, ou seja, condições que 
obstam o exercício da capacidade eleitoral passiva, de ser votado. 
• suspensão dos direitos políticos: com os direitos políticos suspensos o brasileiro tem afetada sua 
capacidade eleitoral ativa (de votar) e passiva (ser votado). Uma vez que, o pleno exercícios de seus 
direitos políticos é requisito obrigatório. 
• inabilitação: a inabilitação resulta da condenação por crime, é temporária, 5 anos, impedindo o exercício 
de cargo ou função pública, eletivo (capacidade eleitoral passiva, ser votado) ou de nomeação. 
Considerando o que foi dito acima, fica claro observar que, Antônio possui inelegibilidade, o que não permite 
que este se candidate a qualquer cargo político, mas poderá votar em todas as eleições. 
31) Acerca das disposições concernentes à ordem social na Constituição, analise as afirmativas a seguir, é 
correto afirmar que os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, 
paleontológico, ecológico e científico, constituem patrimônio cultural brasileiro e que a Constituição veda a 
prática de tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não - profissional. Julgue e 
fundamente. 
R: I. Correta em razão do Art. 216, V da CF/88: 
Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente 
ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação,à memória dos diferentes grupos formadores 
da sociedade brasileira, nos quais se incluem: 
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, 
ecológico e científico. 
II. ERRADA em razão do Art. 217, III da CF/88: 
É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um, 
observados: 
III - o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não- profissional; 
32) De acordo com a Constituição da República, todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder 
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Nesse 
sentido, o texto constitucional determina que aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a 
recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com a solução técnica exigida pela sociedade empresária 
contratada para elaboração do estudo de impacto ambiental. Julgue e fundamente. 
R: A afirmativa está incorreta, conforme prevê o art. 225, § 2º, CF/88: Aquele que explorar recursos 
minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo 
órgão público competente, na forma da lei. 
33) De acordo com a Lei n° 10.098/2000 que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção 
da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras 
providências, determina que não cabe ao Poder Público implementar a formação de profissionais intérpretes 
em escrita braile, linguagem de sinais e guias-intérpretes para facilitar a comunicação direta à pessoa com 
deficiência sensorial e com dificuldade de comunicação. Julgue e fundamente. 
R: As regras de acessibilidade se aplicam aos edifícios públicos e de uso coletivo, mas também existem 
regras impostas aos edifícios de uso privado em que seja obrigatória a instalação de elevadores ou edifícios 
com mais de um pavimento.

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