Buscar

ENEM extensivo literatura 18

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 67 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 67 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 67 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

LITERATURA 
ENEM 
 
professor Marlus Geronasso 
Aula 18 
Murilo Mendes 
 
 
“Eu me sinto um fragmento de Deus 
Como sou um resto de raiz 
Um pouco da água dos mares 
O braço desgarrado de uma constelação.” 
 
Poema espiritual 
Eu me sinto um fragmento de Deus 
Como sou um resto de raiz 
Um pouco de água dos mares 
O braço desgarrado de uma constelação. 
A matéria pensa por ordem de Deus. 
Transforma-se e evolui por ordem de Deus. 
A matéria variada e bela 
É uma das formas visíveis do invisível. 
Cristo, dos filhos do homem és o perfeito. 
Na igreja há pernas, seios, ventres e cabelos 
Em toda parte, até nos altares. 
Há grandes forças de matéria na terra no mar e no ar 
Que se entrelaçam e se casam reproduzindo 
Mil versões de pensamentos divinos. 
A matéria é forte e absoluta 
 Sem ela não há poesia. 
Jorge de Lima 
 
 
“Mulher proletária – única fábrica 
que o operário tem (fabrica filhos) 
 
na tua superprodução de máquina humana 
forneces anjos para o Senhor Jesus 
 tu forneces braços para o senhor burguês.” 
Cecília Meireles 
 
 
“O mar de língua sonora 
sabe o presente e o passado. 
Canta o que é meu, vai-se embora: 
 que o resto é pouco e apagado.” 
 
Modinha 
Tuas palavras antigas 
Deixei-as todas, deixei-as, 
Junto com as minhas cantigas, 
Desenhadas nas areias. 
Tantos sóis e tantas luas 
Brilharam sobre essas linhas, 
Das cantigas – que eram tuas 
Das palavras – que eram minhas! 
O mar, de língua sonora, 
Sabe o presente e o passado. 
Canta o que é meu, vai-se embora: 
 Que o resto é pouco e apagado. 
Cecília 
Meireles 
Espectros – 1919. 
Viagem – 1939. 
Mar absoluto – 1945. 
Carlos 
Drummond 
de Andrade 
 sua filha, Maria 
Julieta. 
O poeta escritor (o maior) 
 
Poeta maior da 2a. geração 
Modernista. 
 
Apresenta a Poesia rica em 
variedade temática, 
versatilidade técnico-formal, 
amplo domínio verbal, 
uso da norma culta, 
aplicação da linguagem coloquial, 
utilização de neologismos. 
Um eu todo retorcido - 
“o gauche” 
O “eu-lírico tímido, dasajeitado, 
desajustado, com dificuldade 
de relacionamento social e 
amoroso.” Sensível, vivendo 
muitas emoções íntimas, 
tendo o seu mundo interior 
conturbado, porém rico. 
“Quando nasci, um anjo torto 
desses que vivem na sombra 
disse: vai Carlos! Ser gauche na 
vida.” 
 
Uma província:esta 
A clara tematização da 
terra natal: Itabira, Minas 
Gerais. O enfoque da 
tradição mineira em suas 
pequenas, contudo 
históricas e tradicionais 
cidades. 
 
“Itabira é apenas uma 
fotografia na parede. 
Mas como dói!” 
 
A família que me dei 
A representação da família, 
das raízes ancestrais do 
poeta, principalmente 
diante da recomposição de 
imagens, da recuperação 
de aspectos do passado. 
 
“Este retrato de família 
está um tanto empoeirado. 
Já não se vê o rosto do pai 
quanto dinheiro ele 
ganhou.” 
O cantar os amigos 
O cantar dos 
companheiros, artistas, 
pessoas próximas: 
Manuel Bandeira, Charlie 
Chaplin, Jorge de Lima, 
Mário de Andrade, 
Frederico García Lorca. 
“O ofício, é o ofício 
que assim te põe no meio 
de nós todos, 
vagabundo entre dois 
horários; mão sabida” 
Amar-amaro 
O questionamento social, o 
aspecto político, o poeta 
retratando a sua impotência 
diante da urgente ação 
solidária por um viver 
melhor. 
“Não serei o poeta de um 
mundo caduco. 
Também não cantarei o 
mundo futuro. 
Estou preso à vida e olho 
meus companheiros. 
Estão taciturnos mas nutrem 
grandes esperanças.” 
Uma, duas argolinhas 
A retrato do amor nas 
palavras do poeta, o 
sentimento representado 
muitas vezes pelos 
encontros e desencontros. 
O Amor, não há como fugir 
dele. 
“Que pode uma criatura 
senão, 
entre criaturas, amar? 
amar e esquecer, 
amar, desamar, amar? 
Sempre, e até de olhos 
vidrados, amar? “ 
Poesia contemplada 
A incansável busca pela 
própria poesia, a 
necessidade de uma 
criação artística singular, o 
fazer poético, ou seja o 
desvendar da 
“metapoesia”. 
 
“Não faças versos sobre 
acontecimentos. 
(...) 
O que pensas e sentes, 
isso ainda não é poesia.” 
Na praça dos convites 
O poeta torna-se 
brincalhão, ou seja, o 
aspecto lúdico da poesia 
surge através de 
exercícios, com o uso do 
próprio surrealismo. 
 
“A chuva me irritava. Até 
que um dia 
descobri que maria é que 
chovia. 
(...) 
O estar-no-mundo 
A poesia de Drummond 
torna-se filosofante, 
buscando evidenciar os 
contornos da existência 
humana. 
“No meio do caminho 
tinha uma pedra 
tinha uma pedra no 
meio do caminho 
tinha uma pedra 
no meio do caminho 
tinha uma pedra.” 
MODERNISMO 
 
1930 
 
A Fase Madura 
No meio do caminho 
No meio do caminho tinha uma pedra 
tinha uma pedra no meio do caminho 
tinha uma pedra 
no meio do caminho tinha uma pedra 
Nunca me esquecerei desse 
acontecimento 
na vida de minhas retinas tão fatigadas. 
Nunca me esquecerei que no meio do 
caminho 
tinha uma pedra 
tinha uma pedra no meio do caminho 
No meio do caminho tinha uma pedra. 
 
Poema de sete faces 
Quando nasci, um anjo torto 
desses que vivem na sombra 
Disse: Vai, Carlos! Ser gauche na vida. 
 
As casas espiam os homens 
que correm atrás de mulheres. 
A tarde talvez fosse azul, 
não houvesse tantos desejos. 
O bonde passa cheio de pernas: 
pernas brancas pretas amarelas. 
Para que tanta perna, meu Deus 
 [pergunta meu coração. 
Porém meus olhos 
não perguntam nada. 
 
 
O homem atrás do bigode 
é sério, simples e forte. 
Quase não conversa. 
Tem poucos, raros amigos 
o homem atrás dos óculos e do bigode. 
 
Meu Deus, por que me abandonaste 
se sabias que eu não era Deus 
se sabias que eu era fraco. 
 
Mundo mundo vasto mundo, 
se eu me chamasse Raimundo 
seria uma rima, não seria solução. 
Mundo mundo vasto mundo, 
Mundo mundo vasto mundo, 
mais vasto é meu coração. 
 
Eu não devia te dizer 
mas essa lua 
mas esse conhaque 
botam a gente comovido como o diabo. 
 
José 
E agora, José? 
A festa acabou, 
a luz apagou, 
o povo sumiu, 
a noite esfriou, 
e agora, José? 
e agora, você? 
você que é sem nome, 
que zomba dos outros, 
você que faz versos, 
que ama, protesta? 
e agora José? 
 
Está sem mulher, 
está sem discurso, 
está sem carinho, 
já não pode beber, 
já não pode fumar, 
cuspir já não pode, 
a noite esfriou, 
o dia não veio, 
o bonde não veio, 
o riso não veio 
não veio a utopia 
e tudo acabou 
e tudo fugiu 
e tudo mofou, 
e agora, José? 
 
 
E agora, José? 
sua doce palavra, 
seu instante de febre, 
sua gula e jejum, 
sua biblioteca, 
sua lavra de ouro, 
seu terno de vidro, 
sua incoerência, 
seu ódio – e agora? 
 
Com a chave na mão 
quer abrir a porta, 
não existe porta; 
quer morrer no mar, 
mas o mar secou; 
 
 
quer ir para Minas, 
Minas não há mais. 
José, e agora? 
 
Se você gritasse, 
se você gemesse, 
se você tocasse 
a valsa vienense, 
se você dormisse, 
se você cansasse, 
se você moresse... 
mas você não morre, 
você é duro, José! 
 
 
 
Sozinho no escuro 
qual bicho-do-mato, 
sem teogenia, 
sem parede nua 
para se encostar,sem cavalo preto 
que fuja a galope, 
 
você marcha, José! 
José, para onde? 
Quadrilha 
João amava Teresa que amava Raimundo 
que amava Maria Joaquim que amava Lili 
que não amava ninguém. 
João foi pra os Estados Unidos, Teresa para o 
convento, 
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou 
para tia, 
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto 
Fernandes 
Que não tinha entrado na história. 
Morte do leiteiro 
Há pouco leite no país, 
é preciso entregá-lo cedo. 
Há muita sede no país, 
é preciso entregá-lo cedo. 
Há no país uma legenda, 
que ladrão se mata com tiro. 
Então o moço que é leiteiro 
 
de madrugada com sua lata 
sai correndo e distribuindo 
leite bom para gente ruim. 
Sua lata, suas garrafas 
e seus sapatos de borracha 
Vão dizendo aos homens no sono 
que alguém acordou cedinho 
e veio do último subúrbio 
trazer o leite mais frio 
e mais alvo da melhor vaca 
para todos criarem força 
na luta brava da cidade. 
 
Na mão a garrafa branca 
não tem tempo de dizer 
as coisas que lhe atribuo 
nem o moço leiteiro ignaro, 
morador na Rua Namur, 
empregado no entreposto, 
com 21 anos de idade, 
sabe lá o que seja impulso 
de humana compreensão. 
E já que tem pressa , o corpo 
vai deixando à beira das casas 
uma apenas mercadoria. 
 
E como a porta dos fundos 
Também escondesse gente 
que aspira ao pouco de leite 
disponível em nosso tempo, 
avancemos por esse beco, 
peguemos o corredor, 
depositemos o litro... 
Sem fazer barulho, é claro, 
Que barulho nada resolve. 
Meu leiteiro tão sutil 
de passo maneiro e leve, 
antes desliza que marcha. 
É certo que algum rumor 
sempre se faz: passo errado, 
vaso de flor no caminho, 
cão latindo por princípio, 
ou um gato quizilento. 
E há sempre um senhor que acorda, 
resmunga e torna a dormir. 
Mas este acordou em pânico 
(ladrões infestam o bairro), 
não quis saber de mais nada. 
O revólver da gaveta 
saltou para sua mão. 
Ladrão? Se pega com tiro. 
Os tiros na madrugada 
liquidaram meu leiteiro. 
Se era noivo, se era virgem, 
Se era alegre, se era bom, 
não sei, 
é tarde para saber. 
 
Mas o homem perdeu o sono 
de todo, e foge para a rua. 
Meu Deus, matei um inocente. 
Bala que mata gatuno 
Também serve para furtar 
a vida de nosso irmão. 
Quem quiser que chame médico, 
polícia não bota a mão 
neste filho de meu pai. 
Está salva a propriedade. 
A noite geral prossegue 
a manhã custa a chegar 
mas o leiteiro 
estatelado, ao relento, 
Perdeu a pressa que tinha. 
 
Da garrafa estilhaçada, 
No ladrilho já sereno 
Escorre uma coisa espessa 
que é leite, sangue, não sei. 
Por entre objetos confusos, 
mal redimidos da noite, 
duas cores se procuram, 
suavemente se tocam, 
amorosamente se enlaçam, 
formando um terceiro tom 
 
a que chamamos aurora. 
Amar 
Que pode uma criatura senão, 
entre criaturas, amar? 
amar e esquecer, amar e malamar, 
amar, desamar, amar? 
sempre, e até de olhos vidrados, amar? 
 
Que pode, pergunto, o ser amoroso, 
sozinho, em rotação universal, senão 
rodar também, e amar? 
amar o que o mar traz à praia , 
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha, 
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia? 
 
Amar solenemente as palmas do deserto, 
o que é entrega ou adoração expectante, 
e amar o inóspito, o áspero, 
um vaso sem flor, um chão de ferro, 
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma 
 [ ave de rapina. 
 
Este o nosso destino: amor sem conta, 
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas, 
doação ilimitada a uma completa ingratidão, 
e na concha vazia do amor a procura medrosa, 
paciente, de mais e mais amor. 
 
Amar a nossa falta mesmo de amor, e na 
[secura nossa 
 
Amar a água implícita, e o beijo tácito,e a 
 [sede infinita. 
O poeta da 
canção 
Vinícius de 
Moraes 
Vinícius de Moraes 
 
 
“Se você quer ser minha namorada 
Ah, que linda namorada 
 Você poderia ser...” 
Soneto de devoção 
 
 
Essa mulher que se arremessa, fria 
E lúbrica em meus braços, e nos seios 
Me arreta e me beija e balbucia 
Versos, votos de amor e nomes feios. 
Essa mulher, flor de melancolia 
que se ri dos meus pálidos receios 
A única entre todas a quem dei 
Os carinhos que nunca a outra daria. 
Essa mulher que a cada amor proclama 
A miséria e a grandeza de quem ama 
E guarda a marca dos meus dentes nela. 
Essa mulher é um mundo! – uma cadela 
Talvez... – mas na moldura de uma cama 
 Nunca mulher nenhuma foi tão bela! 
Vinícius de Moraes 
 
 
“Se você quer ser minha namorada 
Ah, que linda namorada 
 Você poderia ser...” 
Soneto de devoção 
 
 
Essa mulher que se arremessa, fria 
E lúbrica em meus braços, e nos seios 
Me arreta e me beija e balbucia 
Versos, votos de amor e nomes feios. 
Essa mulher, flor de melancolia 
que se ri dos meus pálidos receios 
A única entre todas a quem dei 
Os carinhos que nunca a outra daria. 
Essa mulher que a cada amor proclama 
A miséria e a grandeza de quem ama 
E guarda a marca dos meus dentes nela. 
Essa mulher é um mundo! – uma cadela 
Talvez... – mas na moldura de uma cama 
 Nunca mulher nenhuma foi tão bela! 
Mário 
Quintana 
A rua dos 
cataventos – 1940. 
O aprendiz de 
feiticeiro – 1950. 
Pé de pilão – 1975. 
Quintanares – 1976.

Continue navegando