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Prova Tipo 1 Pedagogia UFU EaD 2017

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERALMINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOUNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIAPró-Reitoria de GraduaçãoDiretoria de Processos Seletivos
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1. Verifique se este caderno contém um total de 20 questões e 3 situações de redação.2. Fique atento aos avisos a serem feitos pelo chefe de setor.3. Após ser autorizado, abra o caderno, verifique o seu conteúdo e solicite imediatamente a troca caso
faltem folhas ou existam falhas na impressão.4. Transfira cada uma de suas respostas para a Folha de Respostas, conforme as instruções lá contidas.5. Para se dirigir aos fiscais, levante o braço e aguarde ser atendido.6. O candidato que for flagrado com telefone celular ou outro aparelho eletrônico, mesmo desligado, terá
a sua prova anulada. Não leve o celular ou outro aparelho eletrônico para o banheiro, pois o porte
destes, nessa situação, também ocasionará a anulação da prova.7. É de responsabilidade do candidato a entrega de suas Folhas de Respostas.8. Ao término da prova, este caderno deverá ser levado pelo candidato.
OBS.: os fiscais não estão autorizados a dar informações sobre esta prova.
GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA
MODALIDADE A DISTÂNCIA
1° de outubro de 2017Início: 13 horasTempo de duração: 4hProvas: Língua Portuguesa e Redação
Edital UFU/PROGRAD/DIRPSN° 11/2017 TIPO 1
Processo Seletivo Pedagogia EaD - Edital UFU/PROGRAD/DIRPS N° 11/2017 – TIPO 1
LÍNGUA PORTUGUESA
Por que não derrubar o Cristo Redentor?As contradições e equívocos da nossa História devem ser vistos, não tornados invisíveis.
Vinícius de Bragança Müller Oliveira
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É famosa a passagem da República de Platão na qual um camponês, após um
desastre natural que destrói parte da propriedade onde trabalhava, encontra em meio
aos destroços um anel que, a depender da posição no dedo, o torna invisível. O Anel de
Giges dá ao camponês a possibilidade de, invisível, cometer as maiores atrocidades
sem ser responsabilizado; inclusive atentar contra a vida do proprietário das terras para
quem trabalha. Uma das questões, portanto, que emerge do diálogo é: quando invisíveis
fazemos aquilo que, se estivéssemos sendo vistos, não faríamos? Em outras palavras:
se pudéssemos nos beneficiar de crimes sem sermos vistos, os cometeríamos ou não?
Para muitos, quanto mais invisíveis, mais alargamos nosso comportamento em
direção às fronteiras do que seria ético e, portanto, daquilo que seria esperado e
considerado justo pela sociedade na qual vivemos. Em suma, defendemos, por
exemplo, o respeito à dignidade do próximo, o reconhecimento do contraditório, a
liberdade de expressão e a democracia como valores, mas só quando estamos sendo
vistos. Quando colocamos o anel ou a capa da invisibilidade, tomamos atitudes
contrárias àquilo que defendemos publicamente.
É claro que, fora da alegoria reproduzida por Platão, não há a invisibilidade
absoluta ou a visibilidade absoluta, e sim nuances entre essas que seriam os
parâmetros da questão. Somos mais invisíveis em determinadas situações do que em
outras. Estudos sobre o comportamento de indivíduos inseridos em um grupo tentam
captar essa sutileza. E se é verdade que quanto mais invisíveis mais tomamos atitudes
contrárias àquilo que defendemos como valores éticos, a solução seria dificultar que
situações que ampliem a invisibilidade sejam criadas e/ou reproduzidas. Se Brasília
torna o homem público mais invisível, a imprensa deve ser livre para tornar mais visível
o comportamento daqueles beneficiados pela invisibilidade que o poder lhes dá. A
transparência seria um antídoto ou um freio ao risco moral.
Por outro lado, quando olhamos de longe para qualquer sociedade, sabemos que
nem sempre aquilo que a formou no passado é aquilo que, no presente, gostaríamos de
defender em público. Muito do nosso passado é contraditório, às vezes vergonhoso.
Mas pedir coerência absoluta à História ou medi-la somente pelos nossos valores
contemporâneos é, de algum modo, colocar-lhe um anel de Giges, jogar sobre ela uma
capa da invisibilidade. Como dizia um antigo – e respeitado – ministro da Fazenda no
Brasil: o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde.
Desse modo, a solução seria a transparência total. Em outras palavras,
assumirmos que nem sempre em nossa trajetória tomamos as melhores decisões. Ao
contrário: muitas foram vergonhosas e por elas, em alguns casos, devemos desculpas.
Mas isso não significa escondê-las. Porque ao escondê-las estamos a admitir que
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podemos escolher quais de nossas atitudes devem ser invisíveis e quais devem ser
vistas publicamente.
E nesse caso há sempre alguns riscos. O primeiro é: quem escolhe o que deve ser
escondido e o que deve ser visto? Hoje pode ser você. Mas amanhã pessoas que
pensam diferente de você. E sim, elas existem aos montes. O Taleban destruiu uma
série de obras de alto valor histórico simplesmente porque eram ‘pagãs’.
O segundo é que aquilo que nos motiva a escolher nem sempre é um valor
universal. Pode ser simplesmente um juízo de valor particular seu. A chance de ser
anacrônico, nesse caso, é imensa. Imaginemos que daqui a alguns anos uma revolução
mental ocorra entre nós brasileiros, instigados por uma liderança carismática que nos
convença de que o futebol é o ópio do povo. Vamos esconder nossos cinco títulos
mundiais? Vergonha para a nação?
O terceiro risco é o de simplesmente sabermos menos sobre nossa História. E
saber menos não significa eliminar as contradições e equívocos do passado. Significa
que escondemos as coisas que não queremos tornar públicas. E por mais que os
motivos para escondê-las sejam justos, o resultado não é a sua eliminação, apenas a
ignorância.
No brilhante romance Submissão, Michel Houllebecq imaginou uma França
governada por um presidente islâmico. Os valores que hoje defendemos e publicamos,
tais como tolerância, apreço pelo contraditório, liberdade de expressão e democracia,
podem ser apenas aquilo que não escondemos. Imaginem o Brasil governado, assim
como no romance francês, por um islâmico. Afinal, liberdade religiosa, tolerância e
democracia são nossos valores. Agora imaginem que, em nome de seus valores, o
presidente brasileiro-islâmico proponha eliminar aquilo que lhe parece um erro histórico
do país e lance a seguinte pergunta: Por que não derrubar o Cristo Redentor? Minha
resposta é: não, a História não se apaga, se estuda. Se alguém não pode compreendê-
la e só sabe usá-la em seus julgamentos, o erro é dele, não meu. As contradições e
equívocos devem ser vistos, não tornados invisíveis. E são as contradições que
movimentam a História. A linearidade é matemática. Ou é censura. História é
transparência.
Disponível em: <http://cultura.estadao.com.br/blogs/estado-da-arte/por-que-nao-derrubar-o-cristo-redentor/˃.Acesso em: 05 set. 2017.
QUESTÃO 01
No primeiro parágrafo do texto, são apresentadas sequências narrativas com a finalidade de
A) introduzir o tema do texto.B) resumir o enredo da República, de Platão.C) contra-argumentar em favor da ideia central do texto.D) apresentar a tese em torno da qual se organizarão os argumentos.
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QUESTÃO 02
O autor do texto NÃO defende
A) a capa da invisibilidade como causa da incoerência humana. B) a visibilidade como impedimento para o risco moral.C) a escolha da invisibilidade das atitudes.D) a maior ou menor visibilidade como dependente de cada situação.
QUESTÃO 03
Considere os trechos a seguir.
I. “[...] quando invisíveis fazemos aquilo que, se estivéssemossendo vistos, não
faríamos?” (linhas 6-7)
II. “[...] se pudéssemos nos beneficiar de crimes sem sermos vistos, os
cometeríamos ou não?” (linha 8)
III. “Como dizia um antigo – e respeitado – Ministro da Fazenda no Brasil [...]”
(linhas 31-32)
IV. “Desse modo, a solução seria a transparência total.” (linha 33)
Quais dos tempos verbais destacados têm o sentido de ações que podem ocorrer posteriormente a umdeterminado fato passado?
A) I e II.B) II e IV.C) III e IV.D) II e III.
QUESTÃO 04
Considere o trecho apresentado a seguir.
“O segundo é que aquilo que nos motiva a escolher nem sempre é um valor universal. Pode sersimplesmente um juízo de valor particular seu. A chance de ser anacrônico, nesse caso, é imensa.Imaginemos que daqui a alguns anos uma revolução mental ocorra entre nós brasileiros, instigadospor uma liderança carismática que nos convença de que o futebol é o ópio do povo.” (linhas 43-47)
As formas verbais destacadas foram utilizadas para apresentar uma situação hipotética com afinalidade primordial de
A) relatar.B) constatar.C) sintetizar.D) argumentar.
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QUESTÃO 05
Considere os trechos apresentados a seguir.
I. “Em suma, defendemos, por exemplo, o respeito à dignidade do próximo, o
reconhecimento do contraditório, a liberdade de expressão e a democracia como
valores, mas só quando estamos sendo vistos.” (linhas 11-14)
II. “Minha resposta é: não, a História não se apaga, se estuda. Se alguém não pode
compreendê-la e só sabe usá-la em seus julgamentos, o erro é dele, não meu.”
(linhas 61-63)
O termo destacado em cada um dos trechos tem o valor de
A) disjunção.B) retificação.C) inclusão. D) exclusão.
QUESTÃO 06
Considere o seguinte trecho.
“Agora imaginem que, em nome de seus valores, o presidente brasileiro-islâmico proponha eliminaraquilo que lhe parece um erro histórico do país e lance a seguinte pergunta: Por que não derrubar oCristo Redentor? Minha resposta é: não, a História não se apaga, se estuda.” (linhas 59-62)
Neste trecho, há exemplo de uma estratégia argumentativa constituída por um(a)
A) exemplificação.B) contra-argumento.C) explicação.D) citação.
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QUESTÃO 07
Considere os trechos apresentados a seguir.
I. “E nesse caso há sempre alguns riscos. O primeiro é: quem escolhe o que
dever ser escondido e o que deve ser visto? Hoje pode ser você. Mas amanhã
pessoas que pensam diferente de você.” (linhas 39-41)
II. “O segundo é que aquilo que nos motiva a escolher nem sempre é um valor
universal. Pode ser simplesmente um juízo de valor particular seu.” (linhas 43-
44)
Os termos destacados foram utilizados pelo autor com o objetivo de
A) dirigir-se ao leitor.B) persuadir o leitor.C) conferir informalidade ao texto.D) propor generalidade ao tratamento discursivo.
QUESTÃO 08
No trecho: “É claro que, fora da alegoria reproduzida por Platão, não há a invisibilidade absoluta ou avisibilidade absoluta, e sim nuances entre essas que seriam os parâmetros da questão.” (linhas 16-18), a relação estabelecida pela expressão destacada tem o valor de
A) restrição.B) adição.C) explicação.D) oposição.
QUESTÃO 09
Considere o seguinte trecho.
“O Anel de Giges dá ao camponês a possibilidade de, invisível, cometer as maiores atrocidades semser responsabilizado; inclusive atentar contra a vida do proprietário das terras para quem trabalha.”(linhas 4-6)
Assinale a alternativa que NÃO pode ser entendida como antônima do termo destacado. 
A) salvo.B) tampouco.C) menos.D) exclusivo.
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QUESTÃO 10
Considere o trecho a seguir.
“O terceiro risco é o de simplesmente sabermos menos sobre nossa História. E saber menos nãosignifica eliminar as contradições e equívocos do passado. Significa que escondemos as coisas quenão queremos tornar públicas. E por mais que os motivos para escondê-las sejam justos, o resultadonão é a sua eliminação, apenas a ignorância.” (linhas 49-53)
A expressão destacada tem valor de
A) concessão.B) explicação.C) causa.D) consequência.
QUESTÃO 11
Considere o seguinte trecho.
 “Para muitos, quanto mais invisíveis, mais alargamos nosso comportamento em direção às fronteirasdo que seria ético e, portanto, daquilo que seria esperado e considerado justo pela sociedade na qualvivemos. Em suma, defendemos, por exemplo, o respeito à dignidade do próximo, o reconhecimentodo contraditório, a liberdade de expressão e a democracia como valores, mas só quando estamossendo vistos.” (linhas 9-14)
A expressão destacada pode ser substituída, sem prejuízo de sentido, por
A) afinal.B) aliás.C) até.D) ainda.
QUESTÃO 12
O subtítulo, “As contradições e equívocos da nossa História devem ser vistos, não tornadosinvisíveis.”, apresenta
A) o tema do texto.B) o resumo do texto.C) a tese do texto.D) o assunto do texto.
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QUESTÃO 13
Considere o trecho a seguir.
“Afinal, liberdade religiosa, tolerância e democracia são nossos valores. Agora imaginem que, emnome de seus valores, o presidente brasileiro-islâmico proponha eliminar aquilo que lhe parece umerro histórico do país e lance a seguinte pergunta: Por que não derrubar o Cristo Redentor?” (linhas58-61)
O termo destacado expressa a ideia de
A) tempo.B) oposição.C) lugar.D) suposição.
QUESTÃO 14
Assinale a alternativa que, semanticamente, corresponde ao termo destacado em: “A chance de ser anacrônico, nesse caso, é imensa.” (linhas 44-45)
A) obsoleto.B) hodierno.C) inovador.D) inusitado.
QUESTÃO 15
Considere o trecho apresentado a seguir.
“É famosa a passagem da República de Platão na qual um camponês, após um desastre natural quedestrói parte da propriedade onde trabalhava, encontra em meio aos destroços um anel que, adepender da posição no dedo, o torna invisível. O Anel de Giges dá ao camponês a possibilidade de,invisível, cometer as maiores atrocidades sem ser responsabilizado; inclusive atentar contra a vida doproprietário das terras para quem trabalha.” (linha 1-6)
Apesar de se tratar de uma sequência de fatos acontecida no passado, as formas verbais destacadasencontram-se no presente do indicativo, porque esse uso
A) denota fatos habituais ou regulares.B) confere atualidade a fatos já acontecidos.C) apresenta fatos ocorridos no momento da enunciação.D) expressa fatos que, certamente, se realizarão no futuro.
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QUESTÃO 16
A partir da leitura do texto, é correto afirmar que o autor NÃO considera
A) a defesa de valores éticos suscetíveis a situações diversas.B) a existência de um movimento incongruente que move a História.C) a tentativa de ocultação dos equívocos históricos como obscurantismo.D) a possibilidade de escolha individual positiva quanto ao que é ou não visível.
QUESTÃO 17
Com base na leitura do texto, é INCORRETO inferir que o autor sustenta a compreensão de serhumano como sujeito 
A) detentor de escolhas não tão exitosas no passado.B) vulnerável ao que ele chama de “capa da invisibilidade”.C) inequívoco perante suas atitudes.D) portador de valores éticos sujeitos a nuances de invisibilidade.
QUESTÃO 18
Segundo o autor do texto, NÃO é correto analisar a História considerando
A) os valores contemporâneos.B) os valores universais.C) as contradições e equívocos.D) as atitudes vergonhosas do passado. 
QUESTÃO 19
A afirmação, no texto, de que “História é transparência” (linhas 65-66) corresponde ao desejo do autorde
A) estudar linearmente a História.B) assumir uma perspectiva anacrônica ao analisar a História.C) desconstruir os valores éticos que fundam a História.D) admitiratitudes controversas e desacertadas tomadas ao longo da História.
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QUESTÃO 20
Considere o trecho a seguir.
“Uma das questões, portanto, que emerge do diálogo é: quando invisíveis fazemos aquilo que, seestivéssemos sendo vistos, não faríamos? Em outras palavras: se pudéssemos nos beneficiar decrimes sem sermos vistos, os cometeríamos ou não?” (linhas 6-8)
Em relação à proposição anterior, a expressão destacada tem a função de retomar e
A) resumir o que foi dito.B) explicar o que foi dito.C) constatar o que foi dito.D) analisar o que foi dito. 
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REDAÇÃO
ORIENTAÇÃO GERAL
Leia com atenção todas as instruções.
A) Você encontrará três situações para fazer sua redação. Leia as situações
propostas até o fim e escolha a proposta com a qual você tenha maior
afinidade.
B) Após a escolha de uma dessas situações, assinale sua opção no alto da Folha
de Resposta e, ao redigir seu texto, obedeça às normas do gênero.
C) Se for o caso, dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o
aspecto da situação escolhida que você pretende abordar. Escreva o título no
lugar apropriado na folha de prova.
D) Se a estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva, no lugar da
assinatura, José ou Josefa.
E) Em hipótese alguma escreva seu nome, pseudônimo, apelido, etc. na folha de
prova.
F) Utilize trechos dos textos motivadores, parafraseando-os.
G) Ao fazer sua redação, não copie trechos dos textos motivadores.
ATENÇÃO: se você não seguir as instruções da orientação geral e as relativas ao tema
que escolheu, sua redação será penalizada.
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SITUAÇÃO A
Compartilhar medo e alarme pelas redes sociais visando demonstrar
preocupação pode acabar não gerando mobilização, mas exatamente o oposto.
“Não importa quão bem informado esteja, você certamente não está alarmado
o suficiente.” A frase faz parte de um artigo da revista americana New York Magazine
sobre aquecimento global que viralizou no mês passado, mas ela bem poderia
acompanhar diversas outras notícias diárias, correntes duvidosas de Whatsapp ou
textões no Facebook.
O artigo começa com o autor prometendo que a coisa toda é “pior do que você
imagina”. E, antes de anunciar sobre como diversas partes do planeta ficarão
inabitáveis até o fim deste século, diz: “Se a sua ansiedade sobre aquecimento global
está dominada por medos sobre elevação do nível do mar, você está apenas
arranhando a superfície dos horrores possíveis”.
O conteúdo da publicação recebeu críticas, inclusive de cientistas, mas há
quem tenha se incomodado mais por outro problema: a incitação ao alarme e a
provocação de ansiedade e medo.
“Isso estranhamente sugere que tem um nível de alarmismo que seria
‘suficiente’”, aponta a jornalista Julie Beck, que escreve sobre saúde e psicologia para
a revista americana The Atlantic. “Suficiente para quê? Mesmo que o objetivo seja
alarmar as pessoas para ação, há uma desconexão aqui: ansiedade não é um pré-
requisito necessário para ação.” 
Ansiedade contagiante 
O apelo emocional é um recurso de retórica antigo e muito comum em
discursos políticos e ativistas. O problema, aponta Beck, é a propagação desse tipo de
tentativa de conscientização por meio de posts nas redes sociais que convocam as
pessoas a sentirem medo, raiva ou revolta; o que acaba gerando apenas ansiedade e
estresse. 
“Embora as intenções possam ser boas, essa preocupação moralizante distrai
do objetivo real, chamando atenção das pessoas para dentro, para seus próprios
estados emocionais; e não para fora, para o problema”, afirma o texto. 
Segundo Renee Lertzman, psicóloga americana especialista em engajamento
e comunicação sobre clima, esse tipo de post – que, por aqui, são conhecidos como
textões – são um modo de gerenciar a ansiedade de quem está sob um estado de
profunda ansiedade. “Quando estamos ansiosos e com medo, queremos que outros
sintam isso também. É contagioso”, disse. 
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Ativismo e exaustão 
Promover um estado de vigilância constante sem um objetivo prático pode
desencadear uma série de problemas psicológicos. À Atlantic, Scott Woodruff, diretor
no Instituto Americano de Terapia Cognitiva, disse que uma mente ansiosa e
assustada pode remoer um assunto diversas vezes, “dedicando muito tempo, todos os
dias, preocupando-se com eventos mundiais”.
A preocupação, explica Woodruff, pode dar a sensação ilusória de controle de
uma situação; como se ao se preocupar sobre um assunto, a pessoa automaticamente
se protege do problema que ele representa. Para o especialista em ansiedade e
transtorno obsessivo-compulsivo, essa preocupação excessiva pode acarretar “fadiga,
falta de concentração e tensão muscular”. “A coisa interessante é que fadiga e falta de
concentração são o oposto do que as pessoas tentam promover quando defendem a
vigilância [constante]”, afirmou Woodruff. Se estresse e preocupação se tornam um
problema crônico, a pessoa pode atingir um ponto de exaustão ou esgotamento
(burnout, em inglês). Os sintomas envolvem depressão, dores de cabeça, abuso de
substâncias, perda de produtividade e concentração.
Cher Weixia Chen, pesquisadora com formação em ciência política e direito,
estuda o fenômeno de esgotamento em comunidades de ativistas de direitos humanos
nos Estados Unidos. Ela afirma ter observado pessoas que, pela carga emocional do
trabalho, chegam ao ponto de esgotamento e têm de se afastar completamente de
suas atividades.
Para a pesquisadora “essa nova época de ativismo cidadão”, embora seja “um
bom fenômeno para o ativismo social, historicamente falando” a deixa, ironicamente,
“muito preocupada”. “Nós precisamos encontrar um modo de torná-lo sustentável”, diz.
Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/08/25/Por-que-espalhar-medo-nas-redes-n
%C3%A3o-gera-engajamento-s%C3%B3-ansiedade>. Acesso em: 28 jul. 2017.
Com base no texto acima e em seus conhecimentos sobre redes sociais, redija um
texto de opinião, posicionando-se a respeito da relação entre o compartilhamento de
medo e alarme nas redes sociais e o engajamento e a mobilização por parte dos
indivíduos.
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SITUAÇÃO B
Qualificar a educação pública e desenvolver um ambiente propício à
inovação são dois dos maiores desafios do Brasil. Países que há algumas
décadas enfrentaram essas tarefas alcançaram resultados estruturais positivos,
com crescimento econômico de longo prazo e melhoria substancial das
condições de vida da população.
O pretexto para a articulação das duas estratégias é forte. De um lado,
jovens motivados e com formação de qualidade são a base dos processos
inovadores. De outro, só uma sociedade que estimula um ambiente
transformador é capaz de gerar uma educação inclusiva e em sintonia com seu
tempo.
Um dos temas centrais dessa relação é o uso das tecnologias digitais
para fins pedagógicos.
Conectar escolas à internet rápida, garantir a infraestrutura necessária
para seu uso em cada sala de aula, prover conteúdos digitais de qualidade e
formar professores para que sejam protagonistas na incorporação da
tecnologia à sua prática podem elevar os indicadores de aprendizado, motivar
a comunidade escolar e promover um ambiente de maior igualdade de
oportunidades.
O Brasil ainda não acordou integralmente para essedesafio. As
iniciativas federais para inserir escolas públicas na era digital são louváveis,
mas as políticas atuais ainda entregam velocidade de conexão, infraestrutura e
formação insuficientes.
Estados e municípios passaram a buscar formas de suprir essa lacuna,
porém enfrentam diversos obstáculos, da falta de recursos à ausência de
informações. Reconhecer que ainda é pouco o que está sendo feito é essencial
para avançarmos.
Algumas das ações necessárias já são conhecidas. Na base desse
processo está a implementação de uma política que articule as dimensões de
infraestrutura, conteúdos e habilidades. A criação de metas nacionais também
é fundamental, especialmente quanto à velocidade das conexões.
Dado o desenho do pacto federativo brasileiro, precisamos de um
sistema que descentralize recursos para que as secretarias de educação
contratem os serviços de conexão e redes internas das escolas. Na ponta,
devemos garantir um sistema de monitoramento confiável e transparente.
As limitações na infraestrutura de telecomunicações são um obstáculo
relevante, bem como a escassez de recursos. Há, no entanto, soluções viáveis
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e adequadas. O momento é de crise, mas a implementação de políticas e
estratégias para conectar as escolas públicas ao século 21 não pode esperar.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2017/08/1912477-inovacao-e-educacao-digital.shtml>. Acesso em: 28 jul. 2017. [Adaptado].
Suponha que você trabalhe em um jornal de circulação nacional e integre a equipe de
editores. Com base no texto apresentado, redija um editorial em que fique
evidenciada a posição do jornal a respeito de políticas a serem implementadas nas
escolas públicas do país, com vistas a conectá-las ao século 21. 
SITUAÇÃO C
Desde criança –ou seja, desde meados da década de 1960–, escuto dizerem
que o circo está em vias de desaparecer. Em parte, é verdade: o famoso Circo Garcia,
por exemplo, encerrou suas atividades em 2002.
Mas eu já ia dizendo o mesmo do Circo Tihany, surgido em Taubaté em 1951 –
só que a companhia, depois de apresentar-se em Las Vegas, na Costa Rica e onde
mais você quiser, esteve há poucos anos por várias capitais do Brasil e neste ano tem
espetáculos na Argentina e no Paraguai.
Nem se fale do Cirque du Soleil, agendado para São Paulo a partir de outubro.
Sem contar os espetáculos de inspiração circense que aparecem no circuito mais
erudito, ou as escolas de circo que, hoje, são procuradas pelas crianças de classe
alta.Não é nisso em que pensamos, entretanto, quando repetimos que "o circo está
morrendo". Pensamos nos picadeiros pobres, vagando pelas cidadezinhas do interior
em caminhões mais velhos que seus elefantes e tigres, já aposentados pelas leis de
proteção aos animais.
Aí sim, trata-se do "verdadeiro circo". O paradoxo é que o "verdadeiro circo"
tem de ter, como uma de suas características permanentes, o fato de estar em
decadência. Se não estiver desaparecendo, não é circo.
Nesse sentido, o circo é necessariamente um fato de memória: existe na
lembrança do que foi. Está "desaparecendo" sempre, porque na verdade quem morre,
a cada dia, é a infância que tivemos.
No livro "A Magia do Circo", do antropólogo Gilmar Rocha (ed. Lamparina,
2013), vários artistas repetem a mesma opinião: o que mata o circo é "a mesmice" –
sempre os mesmos números, o monociclo do palhaço, os urros da mulher-gorila, os
pratos do equilibrista, a pomba do mágico ou, na melhor das hipóteses, o chatíssimo
globo da morte.
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Discordo um bocado. A mesmice é necessária, porque a infância é o lugar da
tradição. As cantigas de ninar não mudam, como não podem mudar o Lobo Mau, o
escorregador e o pega-pega. Plante o que quiser depois, mas o canteiro e a terra são
sempre iguais.
Quando pequeno, me surpreendia a miséria em volta da ostentação de
adereços e roupas de cetim.
A mulher da bilheteria, o cachorro esquelético, o sabão do banheiro, os erros
de ortografia nos cartazes, tudo traía uma origem popular, quase bruta, em contraste
com o alarde em torno das atrações "nunca antes vistas", do sotaque argentino do
mágico chinês, do internacionalismo real ou imaginário dos artistas.
É que, embora aspirando a um céu de flâmulas e trapézios e balões, a lona do
circo tem de atar-se duramente às estacas do chão.
O circo não seria bonito –e triste– se não desmentisse, em cada detalhe, a
opulência pretendida.
Assim como todo circo está em decadência, a moça da corda bamba está a
ponto de cair, o malabarista se salva por pouco do desastre, e o palhaço, encarregado
de algum feito corajoso, foge no último momento.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelocoelho/2017/08/1912137-livro-ilustrado-resgata-historia-e-mostra-luta-pela-sobrevivencia-do-circo.shtml>. Acesso em: 28 jul. 2017. [Adaptado].
Com base no texto e em seu conhecimento sobre circo, crie uma notícia sobre um
fato ocorrido na estreia de um circo em temporada na sua cidade.
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REDAÇÃO – FOLHA DE RASCUNHO
O RASCUNHO NÃO SERÁ CORRIGIDO
Título da redação: N° dalinha
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
PROGRAD – Pró-Reitoria de Graduação
DIRPS – Diretoria de Processos Seletivoswww.ingresso.ufu.br

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