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LOGÍSTICA HOSPITALAR 1 
Apresentação ................................................................................................................................ 8 
Aula 1: Logística e a logística hospitalar ........................................................................................ 9 
 ............................................................................................................................. 9 Introdução
 .............................................................................................................................. 10 Conteúdo
Histórico da logística ....................................................................................................... 10 
Origem e definição .......................................................................................................... 10 
Importância da logística na guerra .............................................................................. 11 
Na prática .......................................................................................................................... 11 
Exemplo prático ............................................................................................................... 12 
Quatro pilares interdependentes .................................................................................. 13 
Gestão hospitalar ............................................................................................................. 14 
Importância da logística empresarial ........................................................................... 14 
Atividades logísticas ........................................................................................................ 15 
Atividades primárias ........................................................................................................ 15 
Atividades de apoio ......................................................................................................... 17 
Competência logística .................................................................................................... 18 
Missão da logística ........................................................................................................... 19 
Serviço Logístico .............................................................................................................. 19 
Nível de Serviço ............................................................................................................... 20 
Relação Nível de Serviço x Custo ................................................................................. 20 
Logística hospitalar .......................................................................................................... 21 
A cadeia de suprimentos hospitalar ............................................................................. 22 
Encerramento ................................................................................................................... 23 
Atividade proposta .......................................................................................................... 23 
........................................................................................................................... 24 Referências
 ......................................................................................................... 25 Exercícios de fixação
Notas ........................................................................................................................................... 29 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 29 
 ..................................................................................................................................... 29 Aula 1
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 29 
Aula 2: Planejamento do suprimento ......................................................................................... 32 
 ........................................................................................................................... 32 Introdução
 .............................................................................................................................. 33 Conteúdo
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 2 
Contextualização ............................................................................................................. 33 
O nível estratégico ........................................................................................................... 33 
O nível estratégico ........................................................................................................... 36 
Nível estrutural ou tático ................................................................................................ 36 
O sistema produtivo de uma OH .................................................................................. 36 
Nível operacional ............................................................................................................. 38 
Razões para a previsão das necessidades de uma organização hospitalar ......... 38 
Gestão da demanda ........................................................................................................ 39 
Métodos quantitativos de previsão da demanda ...................................................... 42 
Reflexão ............................................................................................................................. 45 
Atividade proposta .......................................................................................................... 45 
Atividade proposta .......................................................................................................... 46 
........................................................................................................................... 47 Referências
 ......................................................................................................... 47 Exercícios de fixação
Notas ........................................................................................................................................... 52 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 53 
 ..................................................................................................................................... 53 Aula 2
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 53 
Aula 3: Gestão dos estoques ....................................................................................................... 56 
 ........................................................................................................................... 56 Introdução
 .............................................................................................................................. 57 Conteúdo
Gerência de estoque ....................................................................................................... 57 
Visão financeira dos estoques ....................................................................................... 58 
Função dos estoques ...................................................................................................... 59 
Planejamento dos estoques .......................................................................................... 59 
Classificação dos estoques ............................................................................................ 60 
Ferramentas para a gestão dos estoques ...................................................................61 
Metodologia de construção – curva ABC ................................................................... 63 
Criticidade ......................................................................................................................... 64 
Métodos para controle de estoques ............................................................................ 65 
Métodos das quantidades fixas ..................................................................................... 66 
Método das revisões periódicas .................................................................................... 69 
Avaliação de estoques .................................................................................................... 69 
Exemplo prático ............................................................................................................... 70 
Encerramento ................................................................................................................... 72 
Atividade proposta .......................................................................................................... 72 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 3 
........................................................................................................................... 72 Referências
 ......................................................................................................... 73 Exercícios de fixação
Notas ........................................................................................................................................... 77 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 77 
 ..................................................................................................................................... 77 Aula 3
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 77 
Aula 4: Gestão dos estoques ....................................................................................................... 81 
 .............................................................................................................................. 82 Conteúdo
Função de compras ......................................................................................................... 82 
Objetivos principais ......................................................................................................... 82 
O Papel estratégico de compras ................................................................................... 83 
Centralização e descentralização de compras .......................................................... 85 
Duas estratégias básicas ................................................................................................. 86 
O perfil do setor de compras ......................................................................................... 87 
Compradores: reativos ou proativos ........................................................................... 87 
Atributos desejáveis ao perfil dos profissionais ......................................................... 88 
Consultor interno ............................................................................................................ 89 
O Processo de compras.................................................................................................. 90 
Recebimento e análise das requisições de compras ................................................ 90 
Seleção de fornecedores ................................................................................................ 91 
Mapa comparativo ........................................................................................................... 91 
Negociação das condições ............................................................................................ 92 
Emissão da documentação ........................................................................................... 93 
Gestão do Fornecimento ou Diligenciamento .......................................................... 94 
Recebimento e aceitação ............................................................................................... 94 
Compras no setor público ............................................................................................. 95 
Atividade proposta .......................................................................................................... 95 
........................................................................................................................... 96 Referências
 ......................................................................................................... 97 Exercícios de fixação
Notas ......................................................................................................................................... 100 
Chaves de resposta ................................................................................................................... 100 
 ................................................................................................................................... 100 Aula 4
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 100 
Aula 5: Licitações ....................................................................................................................... 104 
 ............................................................................................................................ 105 Conteúdo
Considerações iniciais .................................................................................................. 105 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 4 
Aquisições em instituições públicas .......................................................................... 105 
Três pilares básicos ....................................................................................................... 106 
A legislação ainda contempla circunstâncias especiais ......................................... 107 
Quadro-resumo das principais características ........................................................ 108 
O edital ............................................................................................................................. 109 
Na aquisição de medicamentos - edital ................................................................... 109 
Editais para a compra de equipamentos ................................................................... 110 
Especificação dos bens ................................................................................................. 110 
Edital de pregão eletrônico nº 012/2013 ................................................................... 111 
Sistema de Registro de Preços .................................................................................... 111 
Hipóteses ......................................................................................................................... 112 
Do Procedimento e Julgamento das Licitações ...................................................... 113 
O Portal de Compras do Governo Federal (Comprasnet) ..................................... 114 
O portal de compras do Governo Federal (Comprasnet) ...................................... 114 
Encerramento ................................................................................................................. 115 
Atividade proposta ........................................................................................................ 115 
......................................................................................................................... 116 Referências....................................................................................................... 117 Exercícios de fixação
Notas ......................................................................................................................................... 122 
Chaves de resposta ................................................................................................................... 122 
 ................................................................................................................................... 122 Aula 5
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 122 
Aula 6: Terceirização aplicada à área de saúde ........................................................................ 125 
 ............................................................................................................................ 126 Conteúdo
Custos operacionais (eficiência) e eficácia (competitividade) .............................. 126 
A Terceirização .............................................................................................................. 126 
A Terceirização sob o Enfoque das Empresas Modernas ...................................... 126 
Atividades mais indicadas para a terceirização ....................................................... 127 
Fundamento teóricos .................................................................................................... 128 
Início da terceirização no Brasil .................................................................................. 128 
Empresas brasileiras e a terceirização ....................................................................... 129 
Porque Terceirizar? ....................................................................................................... 129 
Flexibilidade gerencial ................................................................................................... 130 
Problemas frequentes ................................................................................................... 130 
Qualidade, preço, prazo, e inovação.......................................................................... 131 
Concentração de Fornecedores x Relacionamento ............................................... 131 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 5 
Consenso na literatura.................................................................................................. 132 
Alguns problemas enfrentados ................................................................................... 132 
Profissionais com o perfil exigido ............................................................................... 133 
Os contratos e sua gestão ............................................................................................ 134 
O Contrato, e a sua importância ................................................................................ 134 
O Contrato ...................................................................................................................... 135 
Elementos Essenciais do Contrato ............................................................................. 135 
A Importância da Gestão de Contratos ..................................................................... 137 
Tipos de contratos ......................................................................................................... 137 
Integração entre Gestão e Fiscalização de Contratos ............................................ 138 
Quem Cala Consente? .................................................................................................. 139 
Integração entre Gestão e Fiscalização de Contratos ............................................ 140 
A Fiscalização de Contratos na Lei nº 8.666/1993 (Administração Pública) ...... 141 
Atividade proposta ........................................................................................................ 142 
Atividade proposta ........................................................................................................ 142 
Atividade proposta ........................................................................................................ 142 
......................................................................................................................... 143 Referências
 ....................................................................................................... 143 Exercícios de fixação
Notas ......................................................................................................................................... 147 
Chaves de resposta ................................................................................................................... 147 
 ................................................................................................................................... 147 Aula 6
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 147 
Aula 7: Armazenamento e distribuição ..................................................................................... 150 
 ............................................................................................................................ 151 Conteúdo
Armazenar ou estocar? ................................................................................................. 151 
Armazenagem de produtos ......................................................................................... 151 
Instalações de armazenagem ..................................................................................... 152 
Centros de distribuição ................................................................................................ 152 
Crossdocking: o que é? ................................................................................................ 152 
Principais vantagens da utilização de centros de distribuição ............................. 154 
Layout dos centros de distribuição ............................................................................ 155 
Esquema lógico .............................................................................................................. 156 
Tecnologia aplicada às organizações de saúde .......................................................... 161 
Códigos de barras ........................................................................................................... 162 
Como é feita a codificação em barras? ........................................................................ 164 
Estrutura do código de barras ..................................................................................... 165 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 6 
RFID (Radio Frequency Identification) ....................................................................... 166 
Recursos de rastreamento de cargas via satélite .................................................... 168 
Reflexão ........................................................................................................................... 169 
Sistemas de Gestão de Centros de Distribuição ou Warehouse Management 
System (WMS) ................................................................................................................. 170 
Objetivos básicos de um WMS .................................................................................... 170 
Input x Output de um WMS ......................................................................................... 171 
Implantação de um WMS ............................................................................................. 172 
Atividade proposta ........................................................................................................173 
......................................................................................................................... 173 Referências
 ....................................................................................................... 174 Exercícios de fixação
Notas ......................................................................................................................................... 177 
Chaves de resposta ................................................................................................................... 177 
 ................................................................................................................................... 177 Aula 7
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 177 
Aula 8: Controle de materiais .................................................................................................... 181 
 ............................................................................................................................ 182 Conteúdo
A armazenagem de materiais ..................................................................................... 182 
Área de carga e descarga ............................................................................................. 182 
A central .......................................................................................................................... 182 
Recepção de medicamentos ....................................................................................... 183 
Materiais médico-hospitalares .................................................................................... 184 
Embalagem de materiais .............................................................................................. 185 
Características das embalagens mais comuns ........................................................ 185 
Alguns cuidados com a forma de manusear e de acondicionar o estoque ...... 187 
Guarda e preservação de materiais na farmácia hospitalar .................................. 188 
Principais aspectos relacionados ao armazenamento de medicamentos na 
farmácia hospitalar ........................................................................................................ 188 
Controle de material ..................................................................................................... 189 
Inventários ...................................................................................................................... 193 
Definição de inventários ............................................................................................... 194 
Acurácia do estoque ..................................................................................................... 194 
Tipos de inventários ...................................................................................................... 195 
Finalidade dos inventários ........................................................................................... 196 
Procedimentos ............................................................................................................... 196 
Atividade proposta ........................................................................................................ 196 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 7 
......................................................................................................................... 197 Referências
 ....................................................................................................... 197 Exercícios de fixação
Notas ......................................................................................................................................... 202 
Chaves de resposta ................................................................................................................... 202 
 ................................................................................................................................... 202 Aula 8
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 202 
Conteudista ............................................................................................................................... 205 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 8 
 
Sabemos que as Organizações Hospitalares (OHs) têm como principal objetivo 
prover o bem-estar e a recuperação da saúde de seus pacientes. Em termos 
logísticos, uma OH não difere muito dos demais tipos de organização. O que as 
distingue é o grau de prioridade atribuído a uma ou a outra atividade, pois a 
falta de um recurso (profissional, equipamento, suprimentos, e outros) pode 
inviabilizar as atividades e causar danos irreparáveis à vida de um ser humano. 
Nesse contexto, a logística será tratada de modo geral, mas com uma 
abordagem voltada para a gestão de OHs, principalmente nas questões que 
envolvam prioridades nas decisões gerenciais e a otimização de recursos, cada 
vez mais escassos. 
 
Nesta aula, abordaremos diversos aspectos da logística hospitalar, 
principalmente os relacionados à administração de materiais dos sistemas de 
saúde, desde o levantamento das necessidades até a efetiva entrega aos 
usuários, com foco em definições, conceitos, princípios modelos, métodos e 
ferramentas destinados a racionalizar as operações e otimizar os resultados. 
Sendo assim, esta disciplina tem como objetivos: 
 
1. Aplicar os fundamentos da gestão de logística hospitalar; 
2. Analisar os processos para aquisição, armazenamento, distribuição e controle 
de insumos e equipamentos hospitalares com qualidade, eficiência e segurança; 
3. Identificar as principais ferramentas de apoio à gestão da logística 
hospitalar. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 9 
Introdução 
Nesta aula, abordaremos o tema “Planejamento do Suprimento” a partir da 
divisão clássica dos níveis estratégico, tático e operacional em organizações 
hospitalares. A partir daí, começaremos a tratar de questões mais técnicas 
relacionas à logística, em que analisaremos as demandas de uma OH e os 
métodos quantitativos adotados para a sua previsão. Por fim, apresentaremos 
um caso ilustrativo que servirá de base para uma atividade prática. 
 
Objetivo: 
1. Apresentar noções gerais sobre o planejamento da atividade de suprimento 
nas organizações em geral e nas organizações hospitalares, especificamente; 
2. Conhecer as demandas de uma Organização Hospitalar e os métodos 
quantitativos adotados para a sua previsão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 10 
Conteúdo 
Histórico da logística 
Nos dias atuais, muito se tem ouvido falar sobre o tema logística, mas o que 
realmente significa essa palavra? As literaturas disponíveis apresentam uma 
rápida evolução do tema. 
 
Na prática, a logística representa o elo entre todas as expectativas geradas 
pelos demais setores das organizações, inclusive das pertencentes ao setor de 
saúde, uma vez que durante todo o processo de desenvolvimento ou na fase 
final de qualquer produto e/ou serviço, está sempre presente e à disposição 
todos os dias da semana, durante todo ano. 
 
Na prática, a logística representa o elo entre todas as expectativas geradas 
pelos demais setores das organizações, inclusive das pertencentes ao setor de 
saúde, uma vez que durante todo o processo de desenvolvimento ou na fase 
final de qualquer produto e/ou serviço, está sempre presente e à disposição 
todos os dias da semana, durante todo ano. 
 
Podemos comparar a logística ao lubrificante de um equipamento, de cuja 
importância somente lembramos quando este parapor falta de lubrificação. 
Nesse contexto, percebe-se claramente a importância do tema para a 
continuidade das atividades das organizações em geral, uma vez que a logística 
se apresenta como uma atividade fundamental para garantir a sobrevivência de 
qualquer empresa, em qualquer segmento que esteja atuando. 
 
Origem e definição 
A logística é conceituada de diversas formas, desde o conceito tradicional de 
administração de material, vigente nos anos 1970, até a visão contemporânea 
da gestão da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Management). De que a 
logística está associada às grandes estratégias de guerra e conquistas não 
temos dúvidas, não é mesmo? 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 11 
Nesse contexto, surge uma primeira definição: 
Logística Militar é a componente da arte da guerra que tem como propósito 
obter e distribuir às Forças Armadas os recursos de pessoal, material e serviços 
em quantidade, qualidade, momento e lugar por elas determinados, 
satisfazendo as necessidades na preparação e na execução de suas operações 
exigidas pela guerra. 
 
Importância da logística na guerra 
Mas qual a importância da logística na guerra? 
Para responder a essa pergunta, vamos recorrer a algumas frases de famosos e 
dados reais: 
 
“Estive a 12 Km de Bologna. Não a tomei por dez razões. A primeira: porque 
não tinha munição nem combustível. As outras nove são secundárias”. 
(PATTON, II Guerra Mundial) 
 
“Na realidade, as batalhas começam, terminam e são decididas pela Logística. 
Eu perdi a da África porque não a tinha.” 
(ROMMEL, II Guerra Mundial) 
 
Dos U$ 28 Bilhões gastos na operação “IraqiFreedom” (Guerra do Iraque em 
2003), U$ 14,2 Bi foram para operações de suprimento e U$ 4,9 Bi para custos 
de transporte.”... Ou seja, 70%! 
 
“Na Prática: 
A Logística não ganha a guerra, mas ajuda a perder!” 
 
Na prática 
Saindo do campo militar e adentrando ao campo empresarial, a logística, 
apesar de conceitualmente, um pouco diferente, assume igual e relevante papel 
estratégico: 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 12 
 
1 -“A Logística Estratégica é um processo de planejamento, implementação e 
controle da eficiência e eficácia do fluxo e armazenamento de materiais 
(matéria-prima, em processo, e acabados) e informação relacionada do ponto 
de origem ao ponto de destino com o propósito de satisfazer as necessidades 
do consumidor”. 
 
2 - Tradicionalmente, a logística é entendida como o processo de planejar, 
implementar e controlar, eficientemente, a aquisição, a estocagem, a 
movimentação de materiais e as informações relativas a essas atividades, desde 
o surgimento das necessidades, até o atendimento destas, finalizando com o 
descarte do material requisitado, após a sua utilização, a um custo mínimo. 
 
3 - Outro conceito mais amplo da logística trata do movimento, em todos os 
sentidos, de materiais, serviços, recursos financeiros, pessoas e informações, 
nos ambientes inter e intraempresarial, com eficácia (alcance de objetivos), 
eficiência (otimização de recursos) e efetividade (compromisso com o social e 
com o meio ambiente). 
 
Exemplo prático 
Para ilustrar melhor os conceitos de eficácia, eficiência e efetividade, vamos a 
um exemplo prático: 
 
Determinado governo, ao detectar o grave problema na área de saúde 
relacionado à precariedade dos serviços prestados aos cidadãos, elaborou um 
Planejamento Estratégico contemplando o seguinte objetivo: “Melhorar os 
atendimentos até ano X.” 
 
Meta traçada: Construir 100 novos hospitais em todo o país até ano X, a um 
custo estimado de R$ 100.000.000,00. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 13 
Ao chegar no ano X, o governo fez um levantamento e obteve a informação de 
que foram construídos 100 hospitais a um custo de R$ 80.000.000,00. 
 
Conclusões: 
Em relação à construção dos hospitais, podemos afirmar que o Governo foi 
eficaz, pois alcançou a meta estipulada. Foi eficiente, pois o fez utilizando 
menos recursos. Entretanto, não foi efetivo, pois constatou que a simples 
construção dos hospitais, não significou, na prática, melhoria de atendimentos, 
que envolve outros fatores até então não contemplados. 
 
Quatro pilares interdependentes 
Retomando aos conceitos de logística, outra forma de abordá-la é visualizá-la 
segundo quatro pilares interdependentes: 
 
A infraestrutura é o pilar físico desse conceito, significando a disponibilidade de 
meios de transportes, de comunicações, de energia, e de outros componentes 
que possibilitam alcançar os objetivos logísticos. 
 
Em linhas gerais, tomando como base o setor de transportes, é necessário que 
as organizações, inclusive as de saúde, disponham de rodovias, ferrovias, 
hidrovias e aerovias operantes e a custos competitivos. 
 
Tecnologia engloba os recursos que tornam possível o melhor uso da 
infraestrutura logística. Dentre as principais aplicações utilizadas podemos 
destacar: o código de barras, as etiquetas inteligentes (RFID), os satélites de 
comunicação, os softwares embarcados em veículos e conectados via satélite 
(GPS), os sistemas integrados de gestão (ERP) e outros que vêm surgindo 
graças à velocidade da TI moderna. 
 
Abordaremos mais aprofundadamente essas tecnologias na nossa aula 7 
quando tratarmos das suas aplicabilidades voltadas, principalmente, à 
Armazenagem e Distribuição. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 14 
 
De todos, o mais importante é o dono do conhecimento: as pessoas, sem as 
quais não seria possível utilizar a tecnologia para movimentar a Cadeia de 
Suprimentos dentro da infraestrutura logística. 
 
No setor de saúde, essas pessoas, de formação diferenciada – médicos, 
enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, farmacêuticos, bioquímicos, 
psicólogos, assistentes sociais, instrumentadores, auxiliares de enfermagem, 
técnicos de laboratórios, operadores de Raio-X, motoristas de ambulância, 
administradores, engenheiros, mecânicos e muitos outros profissionais – são os 
responsáveis pelo alcance dos objetivos da logística na área de saúde: prestar o 
melhor serviço ao cliente, sendo eficaz e eficiente, e com responsabilidade 
social. 
 
Gestão hospitalar 
Na gestão hospitalar, é essencial que todas essas pessoas trabalhem em 
equipe, de modo que o resultado individual de seus esforços seja apenas parte 
de um conjunto sinérgico, como estabelece o modelo conceitual apresentado. 
 
E você, sabe o que é sinergia? 
É somar forças, buscando a integração entre as partes envolventes de uma 
organização, fazendo com que todos foquem no mesmo objetivo, de forma que 
o todo seja maior que o somatório das partes. 
 
Importância da logística empresarial 
Ballou (2011) evidencia a importância da logística empresarial da seguinte 
maneira: 
 
A logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor nível 
de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, 
através do planejamento, organização e controle efetivos para as atividades de 
movimentação e armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 15 
A logística é um assunto vital. 
 
É um fato econômico que tanto os recursos quanto os seus consumidores estão 
espalhados numa ampla área geográfica. Além disso, os consumidores não 
residem próximos donde os bens ou produtos estão localizados. 
 
Este é o problema enfrentado pela logística: diminuir o hiato entre a 
produção e a demanda, de modo que os consumidores tenham bens e 
serviços quando e onde quiserem, e na condição física que desejarem. 
 
Atividades logísticas 
As atividades a serem gerenciadas que compõem a logística empresarial variamde acordo com cada organização, mas de uma forma geral, podem ser 
classificadas em: 
 
Primárias (ou Atividades-Chaves), que envolvem: 
 Transportes; 
 Manutenção de Estoques; 
 Processamento de Pedidos. 
 
Ou Atividades de Apoio (ou de Suporte), que envolvem: 
 Transporte; 
 Movimentação de materiais; 
 Armazagem; 
 Processamento de pedidos; 
 Gerenciamento de informações. 
 
Atividades primárias 
Também chamadas de atividades-chave, correspondem às mais relevantes no 
ambiente da Logística e, que, além disso, participam com os maiores 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 16 
percentuais nos custos logísticos, abrangendo as atividades de transportes, 
manutenção de estoques e processamento de pedidos. 
 
Transportes 
É a atividade relacionada à movimentação de itens (matérias-primas ou 
produtos). Sua importância é percebida, também por assumirem, em geral, o 
maior percentual dos custos logísticos totais. 
 
Geralmente nos referimos aos transportes como uma atividade que agrega 
valor de “lugar” ao produto, pois posiciona-o para atender a demanda. 
 
Existem vários sistemas para se movimentar produtos: o sistema rodoviário, o 
sistema ferroviário e o sistema aeroviário. Tais sistemas e seus subsistemas 
serão estudados posteriormente. 
 
Manutenção de Estoques 
É a atividade relacionada à disponibilização de produtos aos clientes, a imediata 
entrega, de acordo com suas necessidades (demanda), o que só é possível, 
normalmente, com a manutenção de níveis mínimos de estoques dos produtos. 
Pode-se dizer que os estoques funcionam como “amortecedores” entre a oferta 
e a demanda, pois evitam que pedidos efetuados pelos clientes deixem de ser 
atendidos (quebra ou ruptura de estoque). 
 
Geralmente nos referimos à manutenção de estoques como uma atividade que 
agrega valor de “tempo”, pois disponibiliza o produto na hora que o cliente o 
deseja. 
 
Processamento de Pedidos 
Em linhas gerais, corresponde à atividade que dá partida ao fluxo e 
movimentação de produtos em razão dos pedidos dos clientes. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 17 
Essa atividade associada ao transporte e à manutenção de estoques forma o 
que pode ser denominado de: “Ciclo Crítico das Atividades Logísticas”. 
 
Atividades de apoio 
Corresponde às atividades que dão o suporte às atividades primárias, visando 
ao atendimento do objetivo da redução de distâncias entre a demanda e a 
produção, para a perfeita satisfação dos clientes. São atividades de apoio: 
 
Armazenagem 
Os dois papéis da Armazenagem são: 
O papel operacional (visão interna): englobando os processos voltados para 
estocagem, movimentação e processamento de produtos e informações. 
 
O papel estratégico (visão externa): visando a atender de forma eficaz 
mercados geograficamente distantes, procurando criar valor para os clientes. 
 
Segundo Ballou (2011), “refere-se à administração do espaço necessário para 
manter estoques”. Tal administração de espaços busca a otimização, 
transitando, em consequência, em discussões que envolvem problemas de: 
localização, dimensionamento de área, arranjo físico, configuração de 
armazéns, entre outros. 
 
Manuseio de Materiais 
Basicamente, corresponde à atividade de movimentação dos produtos no local 
da armazenagem, desde o recebimento de mercadorias, no ponto de 
recebimento do depósito, sua movimentação até o local de armazenagem e, 
por fim, a movimentação do ponto de armazenagem até o ponto de despacho. 
 
Embalagem de Proteção 
Tem como finalidade a proteção dos produtos e das mercadorias, 
possibilitando: 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 18 
• A movimentação de produtos sem quebras ou danos; e 
 
• A otimização das atividades de Manuseio e Armazenagem. 
 
Obtenção 
Corresponde ao fluxo de entrada dos produtos, deixando-os disponíveis para o 
sistema logístico. 
 
Segundo Ballou (2011), “a obtenção trata da seleção das fontes de suprimento, 
das quantidades a serem adquiridas, da programação das compras e da forma 
pela qual o produto é comprado”. 
 
Programação do Produto 
Corresponde ao “fluxo de saída” (distribuição), atentando para as quantidades 
que devem ser produzidas, quando e onde devem ser fabricadas. 
 
Manutenção da Informação 
Em linhas gerais, corresponde à manutenção de uma base de dados para o 
planejamento e o controle da logística, envolvendo, entre outros, informação 
sobre clientes, volume de vendas, níveis de estoque etc. 
 
Trabalhando integradas, o bom desempenho das atividades de apoio e as 
atividades primárias da logística responsáveis pela excelência logística de 
qualquer organização. 
 
Competência logística 
É decorrente de uma avaliação comparativa entre organizações da capacidade 
de fornecer ao cliente um serviço superior ao menor custo total possível. O 
pacote de serviços oferecidos por empresas que apresentam uma logística de 
vanguarda é tipicamente caracterizado por capacitações logísticas alternativas, 
com ênfase no controle operacional, flexibilidade, capacidade de postergação, 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 19 
agilidade e acima de tudo, no compromisso de atingir um nível de desempenho 
que implique em um serviço perfeito. (BOWERSOX; CLOSS, 2001). 
 
Missão da logística 
Atingir uma qualidade predefinida de serviço ao cliente por meio de uma 
competência operacional no seu estado da arte é uma tarefa árdua. O desafio é 
equilibrar as expectativas de serviço e os gastos de modo a alcançar os 
objetivos do negócio (Serviço Logístico x custos). 
 
“Dispor a mercadoria ou o serviço certo, no lugar certo, no tempo certo e nas 
condições desejadas, ao mesmo tempo em que fornece a maior contribuição à 
empresa” (BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J., 2010; BALLOU, 2001). 
 
Serviço Logístico 
O Serviço Logístico é o conjunto de atividades realizadas para atender às 
necessidades de clientes, que as empresas procuram a diferenciação, 
principalmente em pontos como cumprimento de prazos, entregas sem erros, 
pedidos perfeitos e uma ampla gama de atributos de serviço que vão além dos 
requisitos convencionais ligados a prazos e quantidades atendidas. 
 
Disponibilidade do Produto: Dispor de estoques para atender às constantes 
necessidades dos clientes em termos de materiais e produtos (BOWERSOX e 
CLOSS, 2011). 
 
Desempenho Operacional: O desempenho operacional refere-se ao tempo 
incorrido desde o pedido da mercadoria até a entrega da mesma ao consumidor 
final (BOWERSOX e CLOSS, 2011). 
 
Confiabilidade do Serviço: mede a pontualidade das entregas, isto é, o 
efetivo cumprimento dos prazos de entregas previamente acordados com os 
clientes (BOWERSOX e CLOSS, 2011). 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 20 
Em suma, o serviço logístico representa um equilíbrio entre prioridade e custo. 
 
Nível de Serviço 
Poderíamos citar definições diferenciadas para Nível de Serviço, porém 
escolhemos a de Ronald H. Ballou (2011), que afirma: 
 
“Nível de serviço logístico é a qualidade com que o fluxo de bens e serviços é 
gerenciado”, “é o tempo necessário para se entregar um pedido ao cliente”. 
 
Fica evidente, então, que o Nível de Serviço pode ser o grande diferencial entre 
concorrentes que atuam no mesmo ramo. 
 
Dentre os fatores que ratificam a importância do nível de serviço, podemos 
destacar o fato de: 
 
• Influenciar a escolha do cliente; 
• Ser elemento de satisfação do cliente; 
• Impactar nas vendas em comparação com os níveis oferecidos pela 
concorrência; em geral, corresponderem a menores custos de estoque; etc. 
 
Importante: Quando o nível de serviço já se encontrar em patamar elevado,sua melhoria, em geral, pode ser mais custosa, devendo ser analisada quanto a 
ser ou não implementada. 
 
Relação Nível de Serviço x Custo 
Diante de critérios competitivos, custo e nível de serviço, encontramos um 
exemplo clássico de trade-off logístico. 
 
Trade-off: análise ou troca compensatória, na sua forma básica. O resultado 
incorre em um aumento de custos em determinada área com o intuito de obter 
uma vantagem em relação à outras. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 21 
A relação nível de serviço-custos logístico é claramente um exemplo de trade-
off, uma vez que a busca por maiores níveis de serviço provocará, em geral, 
aumento dos custos.” 
 
Logística hospitalar 
Sabemos que a logística tem cumprido papel fundamental na gestão hospitalar, 
seja na redução de custos, seja no aumento da confiabilidade do sistema de 
abastecimento hospitalar. 
 
Diante desse cenário, podemos conceituar a logística hospitalar como sendo o 
processo de gerenciamento estratégico de diversas atividades logísticas como 
compras, movimentação e armazenagem de materiais médico-hospitalares (por 
exemplo, medicamentos) e outros materiais necessários ao funcionamento da 
unidade hospitalar, visando à restauração da saúde ou à preservação da vida 
dos clientes (pacientes) com qualidade, custo baixo e retorno satisfatório para a 
organização. 
 
É fácil perceber que os hospitais precisam estar prontos para cuidar de suas 
demandas e que, em situações críticas, a competência da organização 
hospitalar é testada. 
 
Como exemplos práticos, podemos citar a área de gerenciamento de estoque 
que deve estar preparada para responder às necessidades de todos pacientes, 
em especial dos que ingressam pela porta da emergência, sem marcar hora. 
 
Essa demanda, praticamente imprevisível, dá a complexidade da atividade 
médico-hospitalar. Nesse contexto, essa responsabilidade é que torna a 
eficiência e eficácia do gerenciamento de estoques essencial para o sucesso dos 
objetivos de um hospital. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 22 
Nesse contexto, a necessidade de inovar a logística de qualquer hospital 
relaciona-se intimamente a um fato vital: vida do paciente muitas das vezes 
depende da eficiência e da eficácia da logística hospitalar. 
 
Aliado a tudo isso, para o sucesso da logística hospitalar, principalmente para 
as organizações de grande porte, é fundamental a existência de um eficiente 
sistema informatizado para gerenciar as suas diversas atividades logísticas. 
 
A cadeia de suprimentos hospitalar 
 
 
Ao observamos um sistema de saúde a partir do complexo hospitalar, podemos 
associar a maioria de suas atividades de natureza logística a uma cadeia típica 
da maioria das organizações, como ilustra a figura a seguir. 
 
Entretanto, na cadeia de suprimentos de uma organização de saúde existem 
características que a tornam complexa, principalmente relacionadas à(s): 
 
• Necessidades de produtos que envolvam alta tecnologia; 
• Aquisição ou manutenção de equipamentos específicos; 
• Armazenagem, manuseio e gestão de itens especiais; 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 23 
• Prazos de validade de medicamentos; 
• Serviços de hospedagem, lavanderia e outros. 
 
Encerramento 
Nesta aula, compreendemos a importância da Logística para as organizações 
em geral e, principalmente, para as organizações da área de saúde. 
 
Na próxima aula, serão apresentadas as características mais importantes do 
suprimento nos sistemas de saúde, incluindo desde considerações sobre 
questões estratégicas até uma visão macro do funcionamento do sistema 
hospitalar. 
 
Atividade proposta 
Leia a reportagem a seguir e discorra sobre a importância da logística na área 
de saúde. 
 
MP processa Londrina por falta de medicamentos e irregularidades 
 
Havia também armazenagem inadequada de soro fisiológico vencido. 
 
Prefeitura se manifestou formalmente, mas não convenceu Promotoria. 
 
A Prefeitura de Londrina, no norte do Paraná, foi acionada pelo Ministério 
Público (MP) do estado por falta de medicamentos da Relação Nacional. Havia 
também armazenagem inadequada de, por exemplo, soro fisiológico vencido. A 
lista de irregularidades redigida pela Promotoria soma 17 itens, retirados 
principalmente de relatórios da Vigilância Sanitária. 
 
As denúncias contra a Central de Abastecimento Farmacêutico de Londrina 
(Centrofarma) chegaram ao MP, segundo a Promotoria, em setembro de 2011. 
A prefeitura chegou a se manifestar formalmente, mas as explicações foram 
consideradas insuficientes. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 24 
O promotor de defesa de saúde pública Paulo Tavares pediu à Justiça que haja 
decisão liminar. 
Fonte: G1 
 
Chave de resposta: Com base no pequeno texto que evidencia equívocos 
logísticos, percebemos o quão importante é a logística hospitalar. Primeiro, sob 
a ótica comum a qualquer organização, em termos de custos envolvidos. 
Segundo, e mais importante, porque problemas como esse podem custar a 
saúde ou a vida de um paciente (cliente). 
 
A Atividade de Transplante de Órgãos é um dos produtos da organização 
hospitalar de ponta. Envolve uma logística complexa, coordenada em conjunto 
pela Central de Notificação, Capacitação e Distribuição de Órgãos ou Central de 
Transplantes (CNCDO), e pela Organização de Procura de Órgãos (OPO). Com 
base no exposto, reflita sobre as atividades de uma ação logística relacionada a 
um transplante de órgão, focando os integrantes da cadeia logística, bem como 
os principais processos logísticos envolvidos. 
 
Chave de resposta: Numa ação logística de referente à cadeia de suprimento 
de um transplante de órgãos, devemos considerar a participação dos seguintes 
integrantes da Cadeia Logística: Doador, Receptor, Equipe Médica, Hospitais, 
CNCDO, OPO e Equipe de Transplante. Além disso, diversas são as atividades 
que devem ser objeto de preocupação por parte dos gestores, desde a remoção 
do doador, passando pela mobilização, desmobilização e transporte da equipe 
de transplante, por atuação de fornecedores e prestadores de serviços afins 
(materiais e equipamentos para retirada do órgão), até o transplante em si. 
Nesse contexto, destacam-se algumas atividades logísticas relacionadas a 
aquisições, transportes e armazenagem. 
 
Referências 
BALLOU, R.H. Logística empresarial: transporte, administração de materiais 
e distribuição física. São Paulo: Atlas, 2011. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 25 
BOWERSOX, D.; CLOSS, D. Logística empresarial, São Paulo: Atlas, 2004. 
MACHLINI, C.; BARBIERI, J. Logística hospitalar. São Paulo: Saraiva, 2009. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
No ambiente hospitalar, assim como em diversos outros tipos de organizações, 
há que se gerenciar estrategicamente diversas atividades como aquisição, 
movimentação e armazenagem de materiais, de forma que estejam no 
momento certo, disponíveis para a utilização, preferencialmente, a o menor 
custo possível. Essas são preocupações constantes do(a): 
a) Administração da Produção 
b) Gestão em Projetos Industriais 
c) Logística 
d) Suprimentos 
e) Gestão em Vendas 
 
Questão 2 
“É a rede que integra os atores dos processos logísticos das organizações, 
levando-os a colaborarem para que a gestão dessa cadeia seja benéfica para o 
elo final, o cliente”. Estamos nos referindo ao conceito de: 
a) Logística 
b) Trade-off 
c) Nível de Serviço 
d) Cadeia de Suprimentos 
e) Supply Chain 
 
Questão 3 
As atividades de apoio são atividades que dão o suporte às atividades 
primárias, visando ao atendimento do objetivo da redução de distâncias entre a 
demanda e a produção,para a perfeita satisfação dos clientes. Dentre as 
atividades de apoio podemos destacar, exceto: 
a) Transportes 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 26 
b) Armazenagem 
c) Manuseio de materiais 
d) Obtenção 
e) Manutenção da informação 
 
Questão 4 
A confiabilidade mede a pontualidade das entregas, isto é, o efetivo 
cumprimento dos prazos de entregas previamente acordados com os clientes. 
Nesse contexto, podemos afirmar que a confiabilidade é um atributo: 
a) Operacional 
b) Externo, alheio à gestão logística 
c) Do Serviço Logístico 
d) De um trade-off logístico 
e) Relacionado à função compras, somente 
 
Questão 5 
É fator-chave do conjunto de valores logísticos que as empresas oferecem a 
seus clientes para assegurar sua fidelidade: 
a) Preço 
b) Nível de serviço 
c) Demanda 
d) Formas de pagamento 
e) Multimodalidade 
 
Questão 6 
“É o processo de gerenciamento estratégico de diversas atividades logísticas 
como compras, movimentação e armazenagem de materiais médico-
hospitalares (por exemplo, medicamentos) e outros materiais necessários ao 
funcionamento da unidade hospitalar, visando a restauração da saúde ou a 
preservação da vida dos clientes (pacientes) com qualidade, custo baixo e 
retorno satisfatório para a organização”. Esta é a definição clássica de: 
a) Cadeia de Suprimentos 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 27 
b) Trade-off 
c) Nível de Serviço 
d) Logística Hospitalar 
e) Supply Chain 
 
Questão 7 
Em vez de focar os relacionamentos individuais, o conceito de cadeia de 
suprimentos, inclusive na área hospitalar: 
a) Propõe uma redução do número de fornecedores do processo de 
compras. 
b) Dá uma visão geral do fluxo de bens e serviços do fornecedor ao usuário 
final e o fluxo de pagamentos e informações em direção oposta. 
c) Evidencia a necessidade de desenvolvimento conjunto (fornecedores e 
compradores) de novos produtos e o trabalho com fornecedores 
responsivos. 
d) Indica o uso de bancos de dados integrados e a orientação de 
fornecedores-chave. 
e) promove o trabalho do comprador junto aos seus principais 
fornecedores, concentrando-se na eliminação dos custos desnecessários 
de toda a cadeia e, dessa forma, os preços podem ser razoavelmente 
reduzidos. 
 
Questão 8 
Para atingir os objetivos logísticos de custo e nível de serviço, existem 
atividades-chave e atividades de apoio. Acerca disso, considere as afirmativas 
abaixo: 
1 - Transporte é uma atividade-chave. 
2 - Manutenção de estoques é uma atividade de apoio. 
3 - Armazenagem é uma atividade-chave. 
4 - Embalagem é uma atividade de apoio. 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 28 
b) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras 
c) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras 
d) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras 
e) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras 
 
Questão 9 
Numa Cadeia de Suprimentos de uma organização de saúde existem 
características que a tornam complexa. Dentre algumas dessas características, 
destaca-se, exceto: 
a) Necessidades de produtos que envolvam alta tecnologia. 
b) Aquisição ou manutenção de equipamentos específicos. 
c) Armazenagem, manuseio e gestão de itens especiais. 
d) Prazos de validade de medicamentos. 
e) Facilidade da gestão de hotelaria e hospedagem. 
 
Questão 10 
Sobre a Logística Hospitalar foram feitas as seguintes afirmações: 
I - A logística tem cumprido papel fundamental na gestão hospitalar, seja na 
redução de custos, seja no aumento da confiabilidade do sistema de 
abastecimento hospitalar. 
II - A demanda por serviços hospitalares é perfeitamente previsível, o que 
facilita a gestão de sua cadeia de suprimentos. 
III - A necessidade de inovar a logística de qualquer hospital relaciona-se 
intimamente a um fato vital: a vida do paciente muitas das vezes depende da 
eficiência e da eficácia da logística hospitalar. 
Está(ão) correta(s): 
a) Somente I 
b) Somente II 
c) Somente III 
d) Somente I e III 
e) I, II e III 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 29 
Armazenagem: “Segundo Ballou (2011), “refere-se à administração do espaço 
necessário para manter estoques”. Tal administração de espaços busca a 
otimização, transitando, em consequência, em discussões que envolvem 
problemas de: localização, dimensionamento de área, arranjo físico, 
configuração de armazéns, entre outros.” 
 
Aula 1 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - C 
Justificativa: Como vimos na nossa primeira aula, o conceito de Logística 
evoluiu ao longo do tempo. Entretanto, jamais se distanciou da lógica de prever 
e prover os recursos necessários no momento, local e quantidade certos, ao 
menor custo possível. 
 
Questão 2 - D 
Justificativa: A Cadeia de Suprimentos é um conjunto de unidades produtivas 
unidas por um fluxo de materiais e informações com o objetivo de satisfazer às 
necessidades de usuários ou clientes específicos. 
 
Questão 3 - A 
Justificativa: A atividade “Transportes” é uma atividade primária relacionada à 
movimentação de itens (matérias-primas ou produtos). Sua importância é 
percebida, também, por assumir, em geral, o maior percentual dos custos 
logísticos totais. 
 
Questão 4 - C 
Justificativa: Disponibilidade do Produto, Desempenho Operacional e 
Confiabilidade do Serviço são os atributos do nível de serviço, entendido como 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 30 
o conjunto de atividades realizadas para atender às necessidades de clientes, 
que as empresas procuram a diferenciação, principalmente em pontos como 
cumprimento de prazos, entregas sem erros, pedidos perfeitos e uma ampla 
gama de atributos de serviço que vão além dos requisitos convencionais ligados 
a prazos e quantidades atendidas. 
 
Questão 5 - B 
Justificativa: Nível de serviço logístico é a qualidade com que o fluxo de bens e 
serviços é gerenciado”, “é o tempo necessário para se entregar um pedido ao 
cliente”. Pode ser o grande diferencial entre concorrentes que atuam no mesmo 
ramo. 
 
Questão 6 - D 
Justificativa: Sabemos que a logística tem cumprido papel fundamental na 
gestão hospitalar, seja na redução de custos, seja no aumento da confiabilidade 
do sistema de abastecimento hospitalar. É fácil perceber que os hospitais 
precisam estar prontos para cuidar de suas demandas e que, em situações 
críticas, a competência da organização hospitalar é testada. Esse é o contexto 
da Logística Hospitalar. 
 
Questão 7 - B 
Justificativa: Cadeia de suprimentos é a rede que integra os atores dos 
processos logísticos das organizações, levando-os a colaborarem para que a 
gestão dessa cadeia seja benéfica para o elo final, o cliente. 
 
Questão 8 - A 
Justificativa: As atividades primárias correspondem às mais relevantes no 
ambiente da Logística e, que, além disso, participam com os maiores 
percentuais nos custos logísticos, abrangendo as atividades de transportes, 
manutenção de estoques e processamento de pedidos. São atividades de apoio: 
armazenagem; manuseio de materiais; embalagem de proteção; obtenção; 
programação do produto e manutenção da informação. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 31 
Questão 9 - E 
Justificativa: Serviços de hospedagem, lavanderia e afins são, assim como os 
itens elencados nas demais alternativas, características que tornam a gestão da 
cadeia de suprimentos hospitalar uma atividade complexa, uma vez que estão 
revestidos de peculiaridades. 
 
Questão 10 - D 
Justificativa: As opções I e III estão corretas, porque como sabemos, uma das 
principais preocupações dos gestores das organizações hospitalares,além de 
prestar bons serviços, é fazê-los a um menor custo possível. Além disso, fato é 
que faltas de materiais ou de manutenção de equipamentos, por exemplo, 
podem ser danosas às atividades, podendo pôr em risco, inclusive, vidas 
humanas. Nesse contexto, a logística é fundamental! A opção II é incorreta, 
porque, como sabemos, a demanda por serviços hospitalares é, praticamente 
imprevisível, o que dá a complexidade à gestão de sua Cadeia de Suprimentos. 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 32 
Introdução 
Nesta aula, abordaremos o tema “Planejamento do Suprimento” a partir da 
divisão clássica dos níveis estratégico, tático e operacional em organizações 
hospitalares. A partir daí, começaremos a tratar de questões mais técnicas 
relacionas à logística, em que analisaremos as demandas de uma OH e os 
métodos quantitativos adotados para a sua previsão. Por fim, apresentaremos 
um caso ilustrativo que servirá de base para uma atividade prática. 
 
Objetivo: 
1. Apresentar noções gerais sobre o planejamento da atividade de suprimento 
nas organizações em geral e nas organizações hospitalares, especificamente; 
2. Conhecer as demandas de uma Organização Hospitalar e os métodos 
quantitativos adotados para a sua previsão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 33 
Conteúdo 
Contextualização 
O planejamento do suprimento é o processo de formulação de políticas, 
estratégias, objetivos, táticas e procedimentos para a área de suprimentos da 
organização, visando a otimizar a utilização de seus recursos logísticos. 
 
Para uma visualização desse conceito, observe a figura. Em seguida 
analisaremos cada um dos níveis. 
 
Os Níveis de Planejamento do Suprimento 
 
 Nível estratégico 
 Políticas e objetivos 
 Nível estrutural 
 Projetos e programas 
 Nível operacional 
 Procedimentos 
 
O nível estratégico 
Nesse nível ocorrem os processos relacionados aos objetivos a serem 
alcançados pela organização. Em se tratando de uma OH, devemos estabelecer 
com precisão o tipo de demanda que devemos atender, ou seja, o perfil do 
nosso cliente. 
 
Essa definição também é válida para organizações públicas, onde devem existir 
diferentes níveis de atendimento, desde os hospitais para operar com grande 
risco até os postos de saúde periféricos, que poderiam funcionar como triagem 
do cliente a ser atendido pelo sistema. A definição estratégica poderá estar 
relacionada, também, à especialidade funcional do hospital. Em ambos os 
casos, a logística desempenha papel relevante. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 34 
 
Atenção 
 Imaginemos, por exemplo, que certo hospital pretenda atuar 
prioritariamente na realização de tratamentos ortopédicos. Para 
que a ação seja bem-sucedida é essencial que o processo 
logístico contribua com ações específicas como, por exemplo, a 
aquisição de próteses, para que o objetivo estratégico seja 
alcançado. 
 
Imaginemos, por exemplo, que certo hospital pretenda atuar prioritariamente 
na realização de tratamentos ortopédicos. Para que a ação seja bem-sucedida é 
essencial que o processo logístico contribua com ações específicas como, por 
exemplo, a aquisição de próteses, para que o objetivo estratégico seja 
alcançado. 
 
Em termos de política, o hospital poderá definir que o atendimento obedecerá, 
rigorosamente, às necessidades do paciente, à sua ordem de chegada para 
atendimento. 
 
Para que muitas políticas funcionem é necessário, igualmente, que certos 
procedimentos logísticos sejam observados com rigor, envolvendo aspectos 
materiais e de informação. Em suma, os objetivos definidos no nível estratégico 
devem: 
 
Ajustar as ações a serem executadas pelo sistema de suprimentos às diretrizes 
estratégicas da organização. 
 
Definir as diretrizes estratégicas para o suprimento de materiais, focando as 
relações com clientes, parceiros e fornecedores. 
 
Determinar os objetivos, metas e políticas operacionais para o processo de 
suprimento. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 35 
Estabelecer as normas e procedimentos para a realização das atividades em 
todas as funções do sistema de suprimentos. 
 
Estabelecer as bases para a organização funcional do sistema de suprimentos, 
levando em consideração as disponibilidades e necessidades de recursos 
humanos e materiais, a formalização do processo logístico, a flexibilidade 
operacional, os controles e o desempenho operacional requerido. 
 
Outro ponto importante no nível estratégico são as definições da natureza 
logística relativa ao canal de suprimentos da Organização Hospitalar, o que 
envolve decisões sobre questões como: 
 
Quantas instalações de armazenagem são necessárias na OH ou no sistema a 
que ela pertence? 
 
As instalações devem ser próprias ou de terceiros? Terceirizaremos ou não? 
Total ou parcialmente? 
 
Qual o nível de estoques de itens como sobressalentes, componentes, 
medicamentos e outros produtos? 
 
Em caso de uma OH com diversas unidades separadas geograficamente, 
convém manter um Centro de Distribuição? 
 
Qual o nível de estoques a ser mantido na OH para atendimento de demandas 
internas? 
 
As farmácias hospitalares devem ter um tratamento diferenciado no 
atendimento de suas demandas? 
 
Que recursos de TI devem ser empregados para garantir certo nível de 
qualidade? 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 36 
Como atuar em relação à Logística Reversa? 
 
O nível estratégico 
Finalmente, cabe ao nível estratégico definir as linhas mestras a serem 
observadas na elaboração dos orçamentos de investimentos e operações da 
Organização hospitalar. 
 
Definidos os objetivos e as políticas do nível estratégico, passaremos ao seu 
detalhamento no nível estrutural ou tático. 
 
Nível estrutural ou tático 
Esse nível considera a análise acurada dos componentes funcionais da 
estratégia logística adotada pela OH, envolvendo compras, estoques, 
armazenagem, transporte e distribuição, logística reversa e tecnologia da 
informação. 
 
Vimos na nossa primeira aula um exemplo de estrutura de uma cadeia de 
suprimentos voltada para uma OH. Outra maneira de visualizar essa estrutura é 
sob a forma de uma estrutura sistêmica, o que permite a identificação de 
alguns componentes-chave: 
 
• Sistema produtivo; 
• Sistema de abastecimento; 
• Sistema de informação; 
• Funções administrativas. 
 
O sistema produtivo de uma OH 
O Sistema Produtivo de uma OH é o componente onde estão 
desempenhadas as atividades finalísticas dos serviços de saúde. 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 37 
Atividade-Fim 
Aquela ligada à missão da organização, ou seja, é a atividade principal ou 
central (core business) que justifica a sua existência. No caso de OHs, 
equivalem às diretamente ligadas ao atendimento das necessidades 
diagnósticas, terapêuticas e de recuperação de pacientes. 
 
Atividades-Meio 
Aquelas que não estão diretamente relacionadas com as atividades finalísticas 
da OH, mas que possibilitam executá-las com eficácia e eficiência, como por 
exemplo, a manutenção de equipamentos. 
 
O Sistema de Abastecimento é o que dá suporte às atividades desempenhadas 
no Sistema Produtivo, sendo responsável pelas atividades logísticas, dentre as 
quais podemos destacar: 
 
• Previsão de necessidades; 
• Compra e recebimento; 
• Guarda e a gestão dos estoques; 
• Disponibilização de insumos (materiais, serviços, medicamentos, 
equipamentos e outros), para que os profissionais da área de saúde possam 
prestar seus serviços aos pacientes. 
 
O Sistema de Informaçõesé o responsável pelo processamento, armazenagem, 
fluxo e troca de dados e informações entre os atores que integram a OH, sendo 
um dos grandes responsáveis pelo sincronismo entre os sistemas produtivo e 
de abastecimento. 
 
As Funções Administrativas compreendem, as atividades de 
contabilidade/finanças, jurídicas, de cadastramento e alta de pacientes, dentre 
outras. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 38 
A partir dessa visão estrutural, os componentes mencionados detalham 
políticas, diretrizes e estratégias definidas pela alta administração da OH, no 
nível estratégico. Assim, cabe a esse nível, por exemplo, a elaboração 
orçamentária, a definição e execução de políticas de terceirização (em geral dos 
transportes e armazenagem). 
 
Cabe destacar que esse nível é responsável pela “tradução” da estratégia, 
definida no nível estratégico, para a perfeita compreensão pelo nível 
operacional. 
 
A seguir, abordaremos o terceiro e último nível de planejamento que 
corresponde ao conjunto das ações operacionais que levam à consecução dos 
objetivos propostos, com base nas táticas estabelecidas para tanto. 
 
Nível operacional 
Este é o nível responsável pela execução das tarefas determinadas pelo nível 
estrutural a partir das políticas e diretrizes superiores. Trata da aplicação de 
procedimentos, protocolos e outras medidas que transformem em resultados as 
operações logísticas da organização. 
 
Razões para a previsão das necessidades de uma organização 
hospitalar 
A partir de agora veremos as técnicas de previsão de demandas aplicáveis às 
organizações hospitalares, desde as mais simples às mais complexas. 
 
Sabemos que nas organizações hospitalares não podem ocorrer falhas no 
suprimento de medicamentos ou de serviços essenciais como água e 
eletricidade. Além disso, a manutenção dos equipamentos para exames de 
pacientes é fundamental e depende principalmente dos estoques de peças de 
reposição. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 39 
Nesse contexto, na gestão de estoques, uma das principais providências é 
estabelecer modelos de previsão de demandas adequados às características da 
logística da organização. Em uma OH existem demandas em diversos níveis, 
como: 
 
Demanda global do sistema; 
 
Demandas setoriais (farmácias, clínicas, enfermagem etc.); 
 
Compra (ou aluguel) de equipamentos para exames, centros cirúrgicos e 
produção de serviços internos de emergência. 
 
Gestão da demanda 
O estudo do tema “Gestão da Demanda” deve iniciar pela definição do que 
vem a ser “Demanda”, que corresponde à quantidade de material necessária 
ao atendimento dos clientes, relacionada a uma determinada unidade de 
tempo. Nesse contexto, algumas macroatividades se destacam: 
 
Previsão da Demanda 
É a função que se preocupa em predizer o consumo dos medicamentos ou a 
necessidade de serviços, por exemplo, de forma que as aquisições e 
contratações possam ser efetivadas nas quantidades e momentos apropriados. 
 
Comunicação com o Cliente 
Através dessa atividade colhemos e analisamos informações que podem ser 
úteis para as estimativas de novas solicitações. 
 
Priorização e Alocação 
O ideal é que toda a demanda seja atendida. Caso o estoque existente seja 
insuficiente para atendimento de toda a demanda, devemos priorizar os 
atendimentos, decidindo, por exemplo, sobre qual paciente deve ser atendido e 
qual terá condições de esperar ou ter seu medicamento substituído. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 40 
Planejamento e Distribuição 
A distribuição é planejada a partir dos períodos preestabelecidos, das 
solicitações de ressuprimento de estoques e da capacidade de estocagem. 
 
O conhecimento do tipo de demanda é outro ponto fundamental, porque para 
cada uma delas deve haver diferentes: 
 
Critérios de formação de estoques; 
 
Critérios de ressuprimentos; 
 
Responsabilidades pelas informações; 
 
Métodos de controle de estoques; 
 
Parâmetros de avaliação; 
 
Ações gerenciais. 
 
Com base nas suas leis de formação, as demandas podem ser classificadas em 
dependentes e independentes, conforme a seguir: 
 
Demanda dependente 
Este tipo de demanda decorre do fato gerador conhecido. 
 
Exemplo 
Na montagem de veículos existe uma lista de amterial perfeitamente conhecida 
para a conclusão de um unidade. 
 
Demanda independente 
Este tipo de demanda decorre de fato gerador desconhecido, de natureza 
aleatória. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 41 
Exemplo 
O consumo de medicamentos pela população e em uma OH em particular é de 
natureza independente. 
 
 
 
Atenção 
 A diferença básica entre a demanda dependente e a demanda 
independente é que a demanda da primeira não necessita ser 
prevista, pois sendo dependente de outra pode ser calculada 
com base na demanda desta e a demanda da segunda tem de 
ser prevista com base nas características de consumo. 
 
O principal objetivo de qualquer método aplicado à previsão de demandas, 
principalmente as de natureza independente, é reduzir incertezas. Portanto, não 
existe método infalível para prever o futuro da ocupação de uma OH, dos 
preços de medicamentos, do consumo, dos tempos de ressuprimentos 
(lead time) ou de qualquer outra forma de necessidade. 
 
Para a previsão de demanda, a literatura conta com diversas técnicas, 
umas puramente quantitativas (objetivas) e outras qualitativas (subjetivas). 
 
Enquanto o primeiro grupo trabalha com dados históricos e técnicas 
estatísticas, que dependem de fatores como o comportamento usual dos itens e 
de alguns fatores externos, como Regulação Governamental, por exemplo, o 
segundo se baseia em uma análise mais subjetiva, por meio de opiniões, 
intuições, experiência ou julgamentos pessoais, praticados individualmente ou 
em grupo. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 42 
 
 
Métodos quantitativos de previsão da demanda 
É preciso escolher um dos métodos de previsão de demanda, que pode ser um 
método simples ou um método que exige algum tratamento matemático, mas 
estejamos certos de uma coisa: cada situação exigirá a aplicação de um dos 
métodos e caberá ao gestor decidir qual método melhor se aplica na situação 
em análise. Os métodos mais comuns são: 
 
Método do Último Período 
 
Este método é simples e não tem qualquer embasamento matemático, pois 
simplesmente prevê a demanda do período seguinte tomando por base o 
período imediatamente anterior. 
Exemplo: A tabela a seguir ilustra os consumos históricos de determinado 
medicamento e devemos prever o consumo para o mês de agosto (AGO). 
 
 
 
Por esse método, o consumo previsto para agosto equivaleria ao mesmo 
consumo do mês de julho (período anterior), ou seja, 3.000 unidades. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 43 
É o processo mais comum, muito empregado, apesar da distorção que 
geralmente apresenta. Partindo da mesma tabela de consumo histórico: 
 
 
 
Cálculo: 
 
Agosto = (2500 + 2200 + 2650 + 2800 + 2850 + 2900 + 3000) / 7 
 = 2700 
 
Este método equivale ao método da média aritmética, excetuando-se pelo fato 
de que, a cada nova previsão, exclui-se do cálculo o dado mais antigo. 
 
Para agosto, pelo método da média aritmética, chegamos ao valor de 2700. 
Então, para setembro, calcularíamos da mesma forma, excluindo o dado de 
janeiro. 
 
 
 
Cálculo: 
 
Setembro = (2200 + 2650 + 2800 + 2850 + 2900 + 3000 + 2700) / 7 
 = 2729 (aproximadamente). 
 
Trata-se de um método similar ao método da média móvel, onde os valores 
mais próximos do período atual recebem pesos maiores que os valores mais 
antigos.LOGÍSTICA HOSPITALAR 44 
 
 
Cálculo: 
Atribuídos o peso “1” para os meses de janeiro a março, “1,05” para os meses 
de abril e maio, “1,10” para o mês de junho e “1,15” para o mês de julho: 
 
Agosto = ((2500 x 1,0) + (2200 x 1.0) + (2650 x 1,0) + (2800 x 1,05) + (2850 
x 1,05) + (2900 x 1,10) + (3000 x 1,15)) / 7,35 = 2846 
 
* Onde 7,35 corresponde à soma de todos os pesos atribuídos. 
 
Este método consiste numa média ponderada da demanda dos períodos 
passados, segundo uma estrutura de ponderação exponencial. A previsão do 
período futuro é dada por: 
 
 
 
Em que, para se calcular a média no período atual, válida como previsão para o 
próximo, é necessário conhecer apenas a demanda (consumo) mais recente 
(Dt) e a previsão feita no período imediatamente anterior (Xt-1). Com esses 
dados, mais o coeficiente α, pode-se calcular qualquer média, para qualquer 
número de termos, dependendo do valor de α que for escolhido. 
 
Este método é usado para determinar a melhor linha de ajuste que passa mais 
perto dos dados de demanda observadas em períodos anteriores, minimizando 
as distâncias entre os pontos de demanda coletados. 
 
Como este método está relacionado a estudos mais aprofundados e aplicam-se 
a grandes séries históricas voltadas para projeções, exigindo, assim, um 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 45 
tratamento matemático mais sofisticado, podemos substituí-lo pelos métodos 
anteriormente vistos que se ajusta às atividades de previsão das necessidades 
hospitalares. 
 
Reflexão 
Da operacionalização e análise de alguns desses métodos, podemos tirar 
algumas conclusões, dentre as quais, o fato de alguns poderem induzir a erros, 
em certas situações. 
 
Imagine, por exemplo, se o número de períodos for muito pequeno. O cálculo 
da demanda prevista reagirá muito mais rapidamente do que seria o 
recomendável. 
 
Outro ponto importante é que, se houver uma tendência de consumo 
(crescente ou decrescente), a previsão da demanda calculada será menor ou 
maior que a necessária, conforme o caso da tendência. 
 
Atividade proposta 
Vejamos agora um caso ilustrativo sobre a falta de medicamentos e material 
para curativos em Posto de Saúde. Em seguida, reflita sobre a aplicabilidade 
das técnicas e métodos de previsão da demanda e responda: Fatores 
extrínsecos (externos) podem afetar a gestão da demanda? Depois, confira sua 
resposta! 
 
Faltam Medicamentos e Material para Curativos em Posto de Saúde 
 
"Não tem nem equipo para trabalharmos". Com esta frase, uma funcionária da 
Policlínica Oeste, localizada na Cidade da Esperança, resumiu o atual quadro de 
abastecimento da unidade de saúde municipal. O equipo ao qual se referiu a 
servidora, é um dos itens utilizados pela equipe médica para aplicação de 
medicação intravenosa nos pacientes. O desabastecimento, porém, vai além e 
não se restringe somente à unidade da Cidade da Esperança. Jeane Dantas da 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 46 
Silva, mãe de Alisson Mateus, de 1 ano e sete meses, percorria as unidades do 
Município em busca de três medicamentos: dipirona, nistatina e paracetamol. 
Nenhum deles, entretanto, estava disponível na Policlínica Oeste, cuja farmácia 
atende usuários de diversos bairros da capital. 
 
"Meu filho foi atendido no Sandra Celeste (pronto socorro infantil) só que lá não 
tem os remédios que a médica receitou. Vim para cá e nada", lamentava Jeane. 
Além dos medicamentos considerados de custo mais baixo, a Policlínica está 
desabastecida de psicotrópicos (remédios de uso controlado) há meses. De 
acordo com o diretor da unidade, Eleázaro Damião de Carvalho, o problema da 
falta de medicamentos está sendo solucionado. 
 
"Eu procurei o DLS e eles me informaram que eu aguardasse", resumiu o 
diretor. O DLS é o Departamento de Logística e Suporte da Saúde Municipal, 
órgão responsável pela regulação e distribuição de diversos medicamentos para 
a rede básica de saúde. 
 
Fonte: Tribuna do Norte 
 
Chave de resposta: se você respondeu que sim, acertou! Mesmo baseadas na 
experiência profissional do gestor (Técnicas Subjetivas) ou em modelos 
matemáticos (Técnicas Objetivas), as previsões das demandas são afetadas por 
vários fatores que muitas das vezes fogem ao nosso domínio. No caso em tela, 
não podemos precisar, mas um contingenciamento de recursos, por exemplo, 
pode ter impedido a aquisição de suprimentos. 
 
Atividade proposta 
Desesperado, um gestor de uma unidade hospitalar, após sucessivos fracassos 
nas suas previsões de demandas para determinado medicamento, se viu frente 
a frente com um estagiário, recém-pós-graduado na Unesa. Profundo 
conhecedor das técnicas de previsão de demandas, o estagiário se prontificou a 
colaborar. Vamos aos dados: Os consumos do item entre os meses de P1 a P6, 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 47 
em unidades, foram os seguintes: P1 = 3000, P2 = 3100, P3 = 3200, P4 = 
3300, P5 = 3400, P6 = 3500. Utilizando a média móvel para os últimos 03 
(três) meses, o gestor utilizou como parâmetro para o mês P7 a demanda 
estimada (calculada) de 3400 unidades. Entretanto, ao longo do mês P7, houve 
uma grave falta do item em questão. 
 
Chave de resposta: se você respondeu que o equívoco se deu na escolha do 
método, acertou! Como podemos perceber pela análise dos dados, existe 
claramente uma tendência crescente da demanda pelo item, indicando que em 
P7 ficaria em torno de 3600 (veja: crescimento de 100 unidades por mês). 
Como utilizou um método com base no cálculo da média de períodos passados, 
desconsiderando a tendência, obteve um valor estimado aquém do que se 
configurava (e configurou) para a realidade, ocasionando a falta do item. 
 
 
Material complementar 
 
Para saber mais sobre logística reversa, leia a resolução disponível 
em nossa biblioteca virtual. 
 
 
Referências 
BALLOU, R.H. Logística empresarial: transporte, administração de materiais 
e distribuição física. São Paulo: Atlas, 2011. 
BOWERSOX, D.; CLOSS, D. Logística empresarial, São Paulo: Atlas, 2004. 
MACHLINI, C.; BARBIERI, J. Logística hospitalar. São Paulo: Saraiva, 2009. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
O planejamento do suprimento é o processo de formulação de políticas, 
estratégias, objetivos, táticas e procedimentos para a área de suprimentos da 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 48 
organização, visando a otimizar a utilização de seus recursos logísticos e que 
ocorre em três níveis distintos: estratégico, tático e operacional. Dentre as 
alternativas a seguir, assinale a que contempla uma ação a nível operacional. 
a) Estabelecer as normas para a realização das atividades em todas as 
funções do sistema de suprimentos. 
b) Análise acurada dos processos de compras. 
c) Definir linhas mestras a serem observadas na elaboração dos 
orçamentos de investimentos e operações. 
d) Estabelecer as bases para a organização funcional do sistema de 
suprimentos. 
e) Aplicação de procedimentos, com transformação em resultados. 
 
Questão 2 
Sabemos que podemos visualizar a Cadeia de Suprimentos sob a forma de uma 
estrutura sistêmica, o que permite a identificação de alguns componentes-
chave. Assinale a alternativa que NÃO contempla um desses componentes-
chave: 
a) Sistema reverso 
b) Sistema de abastecimento 
c) Sistema de informação 
d) Funções administrativas 
e) Sistema produtivo 
 
Questão 3 
Sobre os componentes-chave que compõem a visão sistêmica da Cadeia de 
Suprimentos, foram feitas as seguintes afirmações: 
I - O Sistema Produtivo de uma OH é a componente onde são desempenhadas 
as atividades finalísticas dos serviços de saúde. 
II - O Sistema de Abastecimentoé o que dá suporte às atividades 
desempenhadas no Sistema Produtivo. 
III - O Sistema de Informações é o responsável pelo processamento, 
armazenagem, fluxo e troca de dados e informações entre os atores que 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 49 
integram a OH, sendo um dos grandes responsáveis pelo sincronismo entre os 
sistemas produtivo e de abastecimento. 
Está(ão) correta(s): 
a) Somente I 
b) Somente II 
c) Somente III 
d) Somente I e III 
e) I, II, III 
 
Questão 4 
No nível estratégico ocorrem os processos relacionados aos objetivos a serem 
alcançados pela organização. Em se tratando de uma OH, devemos, por 
exemplo, estabelecer com precisão o tipo de demanda que devemos atender, 
ou seja, o perfil do nosso cliente. Além disso, alguns outros objetivos são 
definidos nesse nível, EXCETO: 
a) Ajustar as ações a serem executadas pelo sistema de suprimentos às 
diretrizes estratégicas da organização. 
b) Definir as diretrizes estratégicas para o suprimento de materiais, focando 
as relações com clientes, parceiros e fornecedores. 
c) Determinar os objetivos, metas e políticas operacionais para o processo 
de suprimento. 
d) Estabelecer as normas e procedimentos para a realização das atividades 
em todas as funções do sistema de suprimentos. 
e) A elaboração orçamentária, a definição e execução de políticas de 
terceirização (em geral dos transportes e armazenagem). 
 
Questão 5 
Sobre a atividade de suprimento nas organizações foram feitas as seguintes 
afirmações: 
I - O planejamento do suprimento é o processo de formulação de políticas, 
estratégias, objetivos, táticas e procedimentos para a área de suprimentos da 
organização, visando a otimizar a utilização de seus recursos logísticos. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 50 
II - Cabe ao nível tático definir as linhas mestras a serem observadas na 
elaboração dos orçamentos de investimentos e operações da OH. 
III - Cabe ao nível tático a “tradução” da estratégia, definida no nível 
estratégico, para a perfeita compreensão pelo nível operacional. 
Está(ão) correta(s): 
a) Somente I 
b) Somente II 
c) Somente III 
d) Somente I e III 
e) I, II, III 
 
Questão 6 
Para a gestão de estoques, a análise da demanda é imprescindível, pois é ela 
que vai determinar a escolha dos modelos a serem adotados e seus 
parâmetros. Nesse contexto, podemos classificar a demanda como dependente 
ou independente. Sobre esses tipos de demanda foram feitas as seguintes 
afirmações: 
I - A Demanda Dependente se dá quando a demanda de um item é facilmente 
associada à de um outro, podendo ser calculada. 
II - A Demanda Independente não está associada diretamente à de nenhum 
outro produto e não pode ser calculada, apenas prevista. 
III - A diferença básica entre a demanda independente e a demanda 
dependente é que a demanda da primeira não necessita de ser prevista, pois 
sendo dependente de outra pode ser calculada com base na demanda desta, e 
a demanda da segunda tem de ser prevista com base nas características de 
consumo. 
Está(ão) correta(s): 
a) Somente I 
b) Somente I e II 
c) Somente III 
d) Somente I e III 
e) I, II e III 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 51 
Questão 7 
O cálculo da previsão da demanda é um dos fatores importantes para que os 
níveis de estoque estejam adequados às metas da organização. Como é 
identificado o método que consiste em utilizar como previsão para o período 
seguinte o valor ocorrido no período anterior e que se colocado em um gráfico 
os valores ocorridos e as previsões resultarão em duas curvas exatamente 
iguais, porém deslocadas de um período de tempo? 
a) Método da média móvel ponderada 
b) Método da média móvel 
c) Método do último período 
d) Método dos mínimos quadrados 
e) Método da demanda dependente 
 
Questão 8 
O consumo de um determinado item durante um período de 4 anos foi: 2008 = 
82; 2009 = 88; 2010 = 92 e 2011 = 96. Qual deverá ser o consumo previsto 
para o ano de 2012, utilizando-se o método da média móvel para um "n" igual 
a 3? 
a) 90 
b) 91 
c) 92 
d) 93 
e) 94 
 
Questão 9 
Sabemos que para a previsão de demanda, a literatura conta com diversos 
modelos, uns puramente quantitativos e outros qualitativos. Enquanto o 
primeiro grupo trabalha com dados históricos e técnicas estatísticas, o segundo 
se baseia em uma análise mais subjetiva, por meio de opiniões ou julgamentos 
pessoais. Dentre os modelos quantitativos, um aplica-se a grandes séries 
históricas voltadas para projeções, exigindo, assim, um tratamento matemático 
mais sofisticado. Estamos nos referindo ao: 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 52 
a) Método da média móvel ponderada 
b) Método da média móvel 
c) Método do último período 
d) Método dos mínimos quadrados 
e) Método da demanda dependente 
 
Questão 10 
Na atividade de previsão de demanda, o “consenso do pessoal da emergência” 
é um exemplo de: 
a) Média móvel simples 
b) Abordagem top-down de previsão 
c) Método qualitativo de previsão 
d) Método Delphi 
e) Método econométrico de previsão 
 
Logística reversa: A área responsável pelo fluxo reverso de produtos, 
independente do motivo: devolução, reciclagem, recall etc. Este processo 
geralmente está baseado em dois pontos: em regulamentações, que exigem o 
tratamento de alguns produtos após seu uso (resíduos hospitalares); e na 
possibilidade de agregar valor ao que seria lixo (reciclagem de papel). 
 
Tempo de Ressuprimento (Lead Time): É o tempo necessário para o seu 
ressuprimento. Se um item é comprado, o LT refere-se ao tempo decorrido 
desde a colocação do pedido de compra até o recebimento do material 
comprado. Se for um item fabricado, o LT refere-se ao tempo decorrido desde 
a liberação de uma ordem de produção até que o item fabricado esteja pronto 
e disponível para uso. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 53 
Aula 2 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - E 
Justificativa: O Nível Operacional é responsável pela execução das tarefas 
determinadas pelo nível estrutural a partir das políticas e diretrizes superiores. 
Trata da aplicação de procedimentos, protocolos e outras medidas que 
transformem em resultados as operações logísticas da organização. Demais 
alternativas contemplam ações dos níveis estratégico e tático. 
 
Questão 2 - A 
Justificativa: Este sistema não existe como componente da estrutura da Cadeia 
de Suprimentos numa visão sistêmica. Sob essa ótica, identificamos os 
seguintes componentes-chave: sistema produtivo, sistema de abastecimento, 
sistema de informação e funções administrativas. 
 
Questão 3 - E 
Justificativa: O Sistema Produtivo de uma OH é a componente onde são 
desempenhadas as atividades finalísticas dos serviços de saúde como, por 
exemplo, as diretamente ligadas ao atendimento das necessidades 
diagnósticas, terapêuticas e de recuperação de pacientes. O Sistema de 
Abastecimento é o que dá suporte às atividades desempenhadas no Sistema 
Produtivo, sendo responsável pelas atividades logísticas, dentre as quais 
podemos destacar: a previsão de necessidades, a compra, o recebimento, a 
guarda e a gestão dos estoques e a disponibilização de insumos (materiais, 
serviços, medicamentos, equipamentos e outros), para que os profissionais da 
área de saúde possam prestar seus serviços aos pacientes. O Sistema de 
Informações é o responsável pelo processamento, armazenagem, fluxo e troca 
de dados e informações entre os atores que integram a OH, sendo um dos 
grandes responsáveis pelo sincronismo entre os sistemas produtivo e de 
abastecimento. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 54 
Questão 4 - E 
Justificativa: A elaboração orçamentária, adefinição e execução de políticas de 
terceirização (em geral dos transportes e armazenagem) competem ao nível 
tático que, a partir da visão estrutural da Cadeia de Suprimentos, detalha 
políticas, diretrizes e estratégias definidas pela alta administração da OH, no 
nível estratégico. 
 
Questão 5 - D 
Justificativa: A afirmação II está incorreta porque compete ao nível estratégico 
definir as linhas mestras a serem observadas na elaboração dos orçamentos de 
investimentos e operações da OH. Demais afirmações estão corretas. 
 
Questão 6 - B 
Justificativa: A afirmação III está incorreta, pois a demanda dependente não 
necessita de ser prevista, pois com base nessa característica, pode ser 
calculada com base na demanda do item de que depende, enquanto a 
demanda independente deve ser prevista com base nas características de 
consumo. 
 
Questão 7 - C 
Justificativa: O método do último período é simples e não tem qualquer 
embasamento matemático, pois simplesmente prevê a demanda do período 
seguinte tomando por base o período imediatamente anterior. 
 
Questão 8 - C 
Justificativa: Basta calcularmos a média aritmética utilizando-se os três últimos 
valores de consumo, ou seja: (88 + 92 + 96) / 3 = 92. 
 
Questão 9 - D 
Justificativa: O método dos mínimos quadrados ou regressão é usado 
para determinar a melhor linha de ajuste que passa mais perto dos dados de 
demanda observadas em períodos anteriores, minimizando as distâncias entre 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 55 
os pontos de demanda coletados. Como este método está relacionado a 
estudos mais aprofundados e aplica-se a grandes séries históricas voltadas para 
projeções, exigindo, assim, um tratamento matemático mais sofisticado, 
podemos substituí-lo pelos demais métodos estudados que se ajustam às 
atividades de previsão das necessidades hospitalares. 
 
Questão 10 - C 
Justificativa: A percepção do “Pessoal da Emergência” se configura, claramente, 
uma análise subjetiva, com base em opiniões, intuições, experiência ou 
julgamentos pessoais, praticados individualmente ou em grupo, características 
peculiares do método qualitativo de previsão da demanda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 56 
Introdução 
Sabemos que os estoques são uma formas de a Organização proteger-se da 
imprevisibilidade dos processos com os quais lida ou está envolvida, mas que 
requerem significativos investimentos financeiros e gastos na sua manutenção. 
Nesse contexto, evitar sua formação ou tê-los em número reduzido de itens e 
quantidades, sem aumentar o risco de não ser satisfeita a demanda dos 
clientes, é um ideal conflitante com a realidade do dia a dia e que aumenta a 
importância da sua gestão. 
 
Objetivo: 
1. Conhecer a função, as características e a classificação dos estoques sob 
diversos aspectos; 
2. Aplicar ferramentas para o planejamento de ações gerenciais e métodos para 
a operacionalização do controle e avaliação dos estoques. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 57 
Conteúdo 
Gerência de estoque 
A gestão dos estoques compreende o planejamento e a programação das 
necessidades e o controle dos materiais que são adquiridos e armazenados 
para utilização futura, a fim de atender às demandas de usuários diversos. 
 
Trata-se de uma função que adiciona o valor de tempo aos negócios de uma 
organização, sendo de importância crucial para uma organização hospitalar, na 
qual esse valor é essencial. 
 
O atendimento das necessidades de material dos clientes do suprimento é 
realizado, de modo geral, de duas formas: 
 
• Obtenção do material (compras, transferências, produção etc.); 
• Uso dos estoques existentes. 
 
O ideal seria que não houvesse a necessidade de se formar estoques, uma vez 
que representam imobilização de capital. Entretanto, o mercado fornecedor, 
algumas vezes, não pode atender prontamente às necessidades de seus 
clientes. Assim, nesses casos, a manutenção em estoques dos materiais 
necessários ao atendimento das demandas é imprescindível. 
 
No ambiente das organizações que lidam com a saúde os estoques são um 
elemento essencial no atendimento dos pacientes. Incluem-se aí estoques de 
todos os tipos de materiais, desde medicamentos até itens de uso comum e 
baixo custo, como algodão, por exemplo. 
 
Na prática, devemos antes de tudo entender que os estoques são importantes 
mas nem sempre necessários e a sua formação deve ocorrer quando existirem 
dúvidas quanto à demanda, ou quanto ao ressuprimento. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 58 
Não ter estoques é algo muito desejado pelas empresas, mas bastante 
complexo de ser conseguido em função das diversas nuances que envolvem 
tanto a previsão das demandas quanto o ressuprimento. 
 
Dessa forma, podemos concluir que tratar do dimensionamento dos níveis dos 
estoques, bem como controlá-los não são tarefas das mais fáceis. Descobrir 
maneiras para reduzir os níveis dos estoques sem afetar o processo produtivo e 
sem o crescimento dos custos é um dos maiores desafios dos gestores numa 
época de escassez de recursos. 
 
Visão financeira dos estoques 
A gestão dos estoques é a função do sistema logístico de suprimentos 
diretamente responsável pelo dimensionamento e aplicação dos recursos 
financeiros a serem utilizados na formação dos estoques. 
 
Em empresas industriais e comerciais, o custo dos materiais representa, em 
média, mais que 50% do custo total dos produtos, podendo alcançar mais de 
80% em algumas empresas comerciais com elevado coeficiente de giro dos 
estoques. Nesses casos, é fácil perceber a importância de se otimizar a 
utilização desse recurso. 
 
Nas Organizações Hospitalares, o custo do material como parte do produto final 
não chega, na maioria das vezes, a ser significativo. Entretanto, a criticidade da 
grande maioria dos itens é fator que, em geral, eleva os níveis de estoques. 
 
Pensemos em um simples e real: 
 
Em uma organização de saúde, diversos exames deixaram de ser realizados 
porque o equipamento específico para isso estava inoperante, por falta de um 
simples sobressalente para pronto uso (manutenção). Somente algumas horas 
depois a contratada para realizar a manutenção do equipamento conseguiu 
repará-lo. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 59 
Função dos estoques 
Por que surgem os estoques? Para respondermos a essa pergunta devemos 
compreender as suas três funções básicas: 
 
Função Operacional 
 
Estoque decorrente da impossibilidade de se dispor dos materiais no exato 
momento em que as demandas ocorrem, ou formado em função dos ganhos de 
escala que proporciona. 
 
Função Preventiva 
 
Estoque cuja existência visa a garantir segurança no atendimento ao cliente. 
 
Função Especulativa 
 
Estoque formado como forma de investimento ou proteção contra aumento de 
preços. 
 
Nas Organizações Hospitalares a função dos estoques é operacional e 
preventiva, não sendo aplicável a função especulativa, normalmente existente 
ou desejável em empresas comerciais. 
 
Planejamento dos estoques 
Uma das ações essenciais no planejamento é a formulação de uma política de 
estoques, ou seja, um conjunto de diretrizes, objetivos e procedimentos 
direcionados para a formação, manutenção e desmobilização de estoques. Em 
síntese, dentre as atividades associadas à política de estoques, podemos 
destacar: 
 
• Determinar “o quê” deve permanecer em estoque (número de itens). 
• Determinar “quando” se devem reabastecer os estoques (periodicidade). 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR60 
• Determinar “quanto” de estoque será necessário para um período 
determinado (quantidade). 
 
Classificação dos estoques 
Os estoques variam de acordo com sua classificação e características, que vão 
impactar na forma pela qual devem ser ressupridos. 
 
Quanto à Natureza 
 
A classificação quanto à natureza visa a agrupar os materiais em subconjuntos 
em função das perspectivas de sua utilização futura. Nesse caso, podem ser 
classificados em Ativo, resultante de um planejamento prévio e destinado a 
uma utilização conhecida e repetida operacionalmente, como de medicamentos, 
por exemplo, e Inativo, sem perspectiva de utilização total ou parcial, 
dispensáveis ou alienáveis. 
 
Quanto ao Tipo de Demanda 
 
Existem quatro tipos de demanda: 
 
• Programada (dependente): planejada em função de quantidades e prazos de 
utilização, estando vinculada a programas específicos de operação ou 
investimento; 
• Probabilística (independente): não vinculada a programas específicos, com 
distribuição de probabilidades conhecidas, previsíveis por meio de modelos 
estatísticos; 
• Incerta (independente): decorrente de fatores de difícil previsão; 
• Eventual: decorrente de necessidades específicas, para aplicação imediata e 
cuja repetição não é prevista. 
 
Como vimos na aula anterior, o conhecimento do tipo de demanda é um ponto 
fundamental, porque para cada uma delas deve haver diferentes: 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 61 
• Critérios de formação de estoques e de ressuprimentos; 
• Responsabilidades pelas informações; 
• Métodos de controle de estoques; 
• Parâmetros de avaliação; 
• Ações gerenciais. 
 
Estoque Puxado (Pull System) 
 
Esses estoques têm a característica de serem puxados pela demanda. Seu 
ressuprimento é natural, ou seja, saiu ressupre-se. É o exemplo da maioria dos 
produtos de varejo, comercializados em supermercados. 
 
Estoque Empurrado (Push System) 
 
São estoques cujo ressuprimento é definido pelos fornecedores, sejam eles 
internos ou externos. Na grande maioria das vezes não há alternativa quanto a 
outro tipo de ressuprimento, características estruturais da empresa, ou 
ressuprimentos por fornecedores monopolistas, por exemplo, veículos novos, 
combustíveis, bebidas etc. 
 
Ferramentas para a gestão dos estoques 
As principais ferramentas para a gestão dos estoques são: 
 
1. Sistema de Contagem de Estoque 
Existem dois tipos de sistema de contagem: 
 
Sistema Periódico de Contagem (Inventário) 
 
Neste sistema os estoques são contados de tempos em tempos, com períodos 
determinados pela organização. A contagem é efetuada através da presença 
física nos compartimentos dos responsáveis por esse trabalho. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 62 
Normalmente, os itens de maior importância exigem maior frequência de 
contagem que os itens menos importantes. 
 
Sistema Periódico de Contagem (Inventário) 
 
Neste sistema, costuma-se utilizar uma ferramenta de TI para controle de 
estoque (software), que atualiza as quantidades do estoque instantaneamente, 
ou seja, assim que o item de material é movimentado, registra-se a sua entrada 
ou saída do depósito. 
 
Confrontação de resultados 
 
Deve-se comparar os resultados dessas duas contagens, de modo a verificar 
eventuais divergências de quantidades. É importante ficar alerta para o fato de 
que, no dia a dia, esses dois tipos de contagem podem apresentar divergências 
que, usualmente, ocorrem devido ao inadequado registro das quantidades 
movimentadas (entrada ou saídas). 
 
3. Análise ou Classificação ABC 
Imagine um hospital em que existam milhares de itens em estoque. Certamente 
a sua gestão demandaria uma quantidade de pessoas e de tempo muito 
elevados, se fosse dada a mesma atenção de controle para todos os materiais, 
o que é inviável. Para se contornar esse problema, muitos adotam a 
Classificação ABC. 
 
Esse método é um investimento de planejamento que permite ao gestor 
identificar aqueles itens que necessitam de atenção maior em razão da 
representatividade de cada um em relação aos investimentos feitos em 
estoque. 
 
Na prática, permite identificar aqueles itens que justificam mais atenção, 
dispensando tratamento adequado quanto a sua administração, cabendo 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 63 
destacar que não existe forma totalmente aceita de dizer qual o percentual do 
total dos itens que pertencem à classe A, B ou C. 
 
Mas a lógica padrão é a seguinte: 
 
Classe A: Pequeno número de itens responsáveis por alta participação no valor 
total dos estoques, que justificam procedimentos meticulosos no seu 
dimensionamento e controle. Representam, em média, 5% dos itens e 80% dos 
recursos financeiros. 
 
Classe B: Itens intermediários entre as classes A e C, cujos procedimentos de 
dimensionamento e controle não precisam ser tão meticulosos. Representam, 
em média, 15% dos itens e 15% dos recursos financeiros. 
 
Classe C: Itens de menor importância, que não justificam procedimentos 
rigorosos de dimensionamento e controle, devendo predominar a adoção de 
estoques elevados. Representam, em média, 80% dos itens e 5% dos recursos 
financeiros. 
 
Metodologia de construção – curva ABC 
Dividimos didaticamente a construção da Curva ABC em 8 (oito) passos: 
 
Passo 1 - Listar todos os itens com respectivos custos unitários e consumo 
anual. 
 
Passo 2 - Calcular o valor monetário consumido no período. 
 
Passo 3 - Ordenar os itens por ordem decrescente do valor consumido durante 
o período. 
 
Passo 4 - Obter o custo anual total a partir do somatório de cada custo anual. 
Efetuando soma de todos os valores totais, obtivemos 141.700. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 64 
Passo 5 - Calcular os percentuais de cada um dos itens em relação ao total. 
 
Passo 6 - Acumular os percentuais dos itens calculados na ordem decrescente. 
 
Passo 7 - Determinar os itens de classe A, B e C. 
 
Com a coluna % acumulada concluída, cabe neste momento uma análise dos 
dados obtidos. Deve-se escolher a proporção desejada para os itens A, B e C. 
Essa proporção deverá ser feita considerando-se o seguinte: A > B > C, em que 
a soma de A, B e C deverá ser 100%. 
 
Passo 8 - Confeccionar o gráfico da Curva ABC. 
 
Ao aplicar o método ABC em seus itens de estoque a organização de saúde 
pode dar um grande passo na racionalização de seus métodos de controle e 
classificação de materiais, trazendo grande mobilidade nas tomadas de decisão 
em relação aos investimentos feitos em estoque. 
 
Criticidade 
Como pudemos perceber, a classificação ou análise ABC é feita sob a ótica do 
valor ou da quantidade, o que muitas das vezes pode levar a distorções 
perigosas, uma vez que deixa de considerar a importância relativa de cada item 
em relação à operação do sistema como um todo. Além da análise ABC 
tradicional, a criticidade assume importância cada dia maior, visto que muitas 
vezes a falta de um item de baixíssimo custo e pequena rotatividade pode parar 
toda a operação de uma organização. 
 
Portanto, complementarmente à análise ABC tradicional, podemos realizar uma 
análise pautada na criticidade dos itens em estoque, meramente 
qualitativa. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 65 
Essa classificação visa entender qual o grau de importância, de criticidade para 
o negócio da organização. Tem também uma nomenclatura alfabética e em 
conjunto com a classificação ABC tem mostrado bons resultados nas gestões de 
estoques. 
 
Nível 1 - Material que não pode faltar no estoque, pois sua falta causa atraso 
ou parada operacional e prejuízos irrecuperáveis. 
 
Nível 2 -Material considerável substituível. 
 
Nível 3 - Material considerado supérfluo, só deve ser adquirido quando 
necessário à operação. 
 
Método ABC x Nível de Criticidade 
 
 
 
Métodos para controle de estoques 
O controle de estoques envolve, dentre outras responsabilidades, o 
cumprimento das seguintes tarefas: 
 
• Ressuprimento dos estoques; 
• Análise e acompanhamento dos níveis de estoques; 
• Identificação dos excedentes e inservíveis; 
• Avaliação de demandas e tempos de compra. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 66 
Nas organizações que trabalham com demandas independentes e relativamente 
regulares, o método mais empregado é o das quantidades fixas. O método das 
revisões periódicas é mais adequado para itens de valor elevado e passíveis de 
descontinuidade de uso, podendo ser adotado também por questões de 
otimização logística. 
 
Como exemplo, podemos citar algumas distribuidoras de medicamentos que 
agrupam pedidos de redes de farmácia e assim reduzem o número de 
fornecimentos. 
 
Métodos das quantidades fixas 
Um tipo de método empregado no controle dos estoques de organizações 
hospitalares e assemelhadas. 
 
 
 
Demanda ou Consumo (D) 
 
É a quantidade de material requerida para atender às necessidades de 
operação da organização. 
 
Tempo de Ressuprimento ou Lead Time (TR) 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 67 
É o tempo necessário para o seu ressuprimento. 
 
Intervalo de Ressuprimento (IR) 
 
É um período preestabelecido pela gerência de estoque que corresponde, 
aproximadamente, ao intervalo de tempo decorrido entre duas quantidades de 
ressuprimento sucessivas. 
Por exemplo, uma demanda de 1600 unidades poderá ser atendida por uma 
única compra (IR=12 meses), por quatro compras (IR= 3 meses) ou mais. 
 
 
 
Ponto de Pedido ou de Ressuprimento (PP ou PR) 
 
Ponto de Pedido ou de Ressuprimento (PP ou PR): É uma quantidade de 
material, pré-determinada que, ao ser atendida pela ação da demanda, dá 
origem a uma solicitação de ressuprimento. 
 
Caso tenhamos um Estoque de Segurança, o cálculo do Ponto de 
Ressuprimento se dará da seguinte forma: 
 
PR = D. LT + ES 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 68 
Onde: 
PR = Ponto de Ressuprimento (UN) 
D = Demanda Média 
LT = Lead Time 
ES = Estoque Segurança (UN) 
 
Ruptura de Estoque (RE) é a situação em que o material existente chega a 
zero, após consumido todo o estoque de segurança (quando houver). A partir 
desse ponto de ruptura, a ação continuada da demanda irá provocar a falta de 
material e seu consequente custo. 
 
Nível de Serviço x Fator de Segurança 
 
Es = D x K 
 
Onde: 
Es = Estoque segurança em unidades 
d = Demanda Média 
K= Fator de Segurança 
*O fator K é arbitrado e é proporcional ao grau de atendimento ou nível de 
serviço desejado para o item. 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 69 
Método das revisões periódicas 
Esse método é aplicável quando se deseja utilizar um procedimento menos 
automatizado para recompor os níveis de estoques. 
 
Os procedimentos de controle do estoque ocorrem em intervalos regulares de 
tempo (semana, mês, semestre), sendo de fundamental importância a definição 
do intervalo de tempo entre revisões de controle, pois é justamente nesse 
intervalo de tempo que há mais risco da falta de material. 
 
Avaliação de estoques 
Por que devemos avaliar os nossos estoques? 
 
1 - Para conhecimento e controle dos valores monetários investidos em 
estoques; 
 
2 - Assegurar que os recursos investidos estejam de acordo com a política da 
empresa; 
 
3 - Garantir que a valorização reflita seu conteúdo. 
 
O objetivo do registro do estoque é controlar a quantidade de materiais, tanto 
em volume físico quanto em valor financeiro. A avaliação de estoque anual 
deverá ser realizada em termos de preço, para proporcionar uma avaliação 
exata do material e informações financeiras atualizadas. 
 
Fato é que o método de avaliação escolhido afetará o total do lucro, 
uma vez que os estoques constituem conta patrimonial do ativo das 
organizações. 
 
Logo, permanecendo inalterados outros fatores, quanto maior for o estoque 
final avaliado, maior será o lucro reportado, ou menor será o prejuízo. Quanto 
menor o estoque final, menor será o lucro reportado, ou maior será o prejuízo. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 70 
Considerando que vários fatores podem fazer variar o preço de aquisição dos 
materiais entre duas ou mais compras (inflação, custo do transporte, procura 
de mercado, outro fornecedor etc.), surge o problema de selecionar o método 
que se deve adotar para avaliar os estoques. Os métodos mais comuns são: 
 
• Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair (FIFO ou PEPS); 
• Último a Entrar, Primeiro a Sair (LIFO ou UEPS); 
• Custo Médio. 
 
Exemplo prático 
Para ilustrar numericamente, vamos utilizar uma sequência de operações 
realizadas por uma empresa e posteriormente aplicar, para o mesmo exemplo, 
os três métodos de avaliação de estoque. 
 
Suponha-se que uma empresa, no primeiro dia do mês, possua um estoque 
(inicial) igual a zero de certo item. A partir daí, obtivemos as seguintes 
informações sobre as entradas e saídas do item em análise: 
 
 
 
Cálculo pelo Critério FIFO (First-in, First-out)/PEPS 
Com base nesse critério, dá-se saída no custo da seguinte maneira: o primeiro 
que entra é o primeiro que sai (PEPS). À medida que ocorrem saídas, vamos 
dando baixas no estoque a partir das primeiras entradas, ou seja, a primeira 
unidade a entrar no estoque é a primeira a ser utilizada. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 71 
 
 
Cálculo pelo Critério LIFO (Last-in, First-out)/UEPS 
Com base nesse critério, dá-se saída no custo da seguinte maneira: o último 
que entra é o primeiro que sai (UEPS). À medida que ocorrem saídas, vamos 
dando baixas no estoque a partir das últimas entradas, ou seja, a última 
unidade a entrar no estoque é a primeira a ser utilizada. 
 
 
 
Cálculo pelo Critério do Custo Médio 
Este método, também chamado de método da média ponderada, utiliza os 
custos médios em lugar dos custos efetivos, sendo amplamente usado e aceito 
pelo Fisco. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 72 
 
 
Encerramento 
Nesta aula compreendemos as principais características da gestão de estoques 
para a área de saúde e suas principais ferramentas. 
 
Na próxima aula serão apresentadas as principais características da Função 
Compras e aspectos relevantes da relação com os fornecedores. 
 
Atividade proposta 
A Classificação ABC é uma ferramenta bastante útil, pois, como vimos, permite 
uma priorização dos itens dos estoques. Nesse contexto, que tal pesquisar 
sobre como a classificação ABC pode contribuir para minimizar os custos dos 
estoques? 
 
Chave de resposta: A divisão em classes permite que cada item do estoque 
tenha um tratamento diferenciado, priorizando a redução dos níveis de 
estoques e o controle dos produtos A. Por exemplo, podemos optar por uma 
política ótima que minimize a imobilização de recursos em alguns itens, 
realizando pedidos mais frequentes e menores. 
 
Referências 
BALLOU, R.H. Logística empresarial: transporte, administração de 
materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 2011. 
BOWERSOX, D.; CLOSS, D. Logística empresarial. São Paulo: Atlas, 2004. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 73 
CHRISDTOPHER, M. Logística e gerenciamento da cadeia de 
suprimentos. São Paulo: Cengage Learning, 2009. 
FERREIRA, F.A. Administração de material. Rio de Janeiro: CNI. 
MACHLINI, C; Barbieri, J. Logística hospitalar. São Paulo: Saraiva, 2009.Exercícios de fixação 
Questão 1 
A gestão dos estoques é a função do sistema logístico de suprimentos 
diretamente responsável pelo dimensionamento e aplicação dos recursos 
financeiros a serem utilizados na formação dos estoques. Sobre os estoques 
foram feitas as seguintes afirmações: 
I - Os estoques são importantes mas nem sempre necessários. 
II - A formação dos estoques deve ocorrer quando existirem dúvidas quanto à 
demanda ou ao ressuprimento. 
III - Os estoques variam de acordo com sua classificação e características, que 
vão impactar na forma pela qual devem ser ressupridos. 
Está(ão) correta(s): 
a) Somente I 
b) Somente I e II 
c) Somente III 
d) Somente I e III 
e) I, II e III 
 
Questão 2 
Os estoques constituem um vínculo entre as etapas do processo de compra e 
venda - no processo de comercialização em empresas comerciais — e entre as 
etapas de compra, transformação e venda — no processo de produção em 
empresas industriais. Nesse contexto, foram feitas as seguintes afirmações: 
I - Os estoques desempenham um papel importante na flexibilidade operacional 
da empresa. 
II - Os estoques funcionam como amortecedores das entradas e saídas entre as 
duas etapas dos processos de comercialização e de produção, pois minimizam 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 74 
os efeitos de erros de planejamento e as oscilações inesperadas de oferta e 
procura. 
III - Normalmente, a decisão pela manutenção de estoques decorre da 
dificuldade de se prever a demanda com exatidão. 
Está(ão) correta(s): 
 
a) Somente I 
b) Somente I e II 
c) Somente II e III 
d) Somente I e III 
e) I, II e III 
 
Questão 3 
Os estoques variam de acordo com sua classificação e características, que vão 
impactar na forma pela qual devem ser ressupridos. Assinale a alternativa que 
não contempla um tipo de demanda que influencie na característica dos 
estoques: 
a) Inativa 
b) Dependente 
c) Probabilística 
d) Incerta 
e) Eventual 
 
Questão 4 
A classificação dos estoques quanto à natureza visa a agrupar os materiais em 
subconjuntos em função das perspectivas de sua utilização futura. Nesse caso, 
podem ser classificados em: 
a) Ativo e inativo 
b) Dependente e independente 
c) Cíclico e sazonal 
d) De segurança e mínimo 
e) Máximo e mínimo 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 75 
Questão 5 
Sabemos que os estoques variam de acordo com sua classificação e 
características, que vão impactar na forma pela qual devem ser ressupridos. 
Nesse contexto, existe um tipo de estoque em cujo ressuprimento é definido 
pelos fornecedores, sejam eles internos ou externos. Estamos nos referindo ao: 
a) Estoque puxado 
b) Estoque empurrado 
c) Estoque sazonal 
d) Estoque de segurança 
e) Estoque antecipado 
 
Questão 6 
Em um ambiente hospitalar, sabemos que alguns itens de material são mais 
importantes que outros e precisam ser tratados como tal. Tendo isso em 
mente, devemos direcionar recursos, esforços e pessoal para fazer com os itens 
mais críticos sejam atendidos com atenção especial. Uma ferramenta que 
auxilia os gestores nessa priorização é o(a): 
a) Classificação ABC 
b) PERT 
c) PEPS 
d) Trade-off 
e) CIF 
 
Questão 7 
A Classificação ou Análise ABC é feita sob a ótica do valor ou da quantidade, o 
que muitas das vezes pode levar a distorções perigosas, uma vez que deixa de 
considerar a importância relativa de cada item em relação à operação do 
sistema como um todo. Nesse contexto, complementarmente à Análise ABC 
tradicional, comumente adota-se um outro critério, denominado de: 
a) Criticidade 
b) Paretto 
c) Análise SWOT 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 76 
d) Matriz GUT 
e) Matriz Ansoff 
 
Questão 8 
Conceito que exprime o período que decorre a partir de uma decisão ou medida 
adotada e sua efetiva concretização. Tomando por exemplo a gestão de 
estoques, diz respeito ao tempo necessário para a reposição do produto em 
carência, que toma partida no pedido ao fornecedor e termina com a entrega 
concreta da mercadoria. Estamos nos referindo a(o): 
a) Intervalo de ressuprimento 
b) Tempo de ressuprimento 
c) Giro do estoque 
d) Tempo de espera 
e) Ciclo de suprimento 
 
Questão 9 
Sobre o Estoque de Segurança foram feitas as seguintes afirmações: 
I - Devemos ter bastante critério e bom senso ao dimensionar o estoque de 
segurança, pois também representam capital empatado e inoperante. 
II - O Estoque de Segurança é uma quantidade predeterminada de material 
destinada a evitar ou minimizar os efeitos causados pela variação da demanda 
ou do tempo de ressuprimento. 
III - O Estoque de Segurança ou Estoque Mínimo deve ser dimensionado de 
forma que previna o consumo acima do normal e os atrasos de entrega durante 
o período de revisão e o tempo de reposição. 
Está(ão) correta(s): 
a) Somente I 
b) Somente I e II 
c) Somente III 
d) Somente I e III 
e) I, II e III 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 77 
Questão 10 
O almoxarifado de um hospital apresentou a seguinte movimentação de um 
remédio específico (considere o estoque inicial no dia 1 igual a zero). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Utilizando o método de avaliação de estoque UEPS (último a entrar, primeiro a 
sair), o valor do estoque final desse produto no almoxarifado no quinto dia é 
de: 
a) 347 
b) 360 
c) 400 
d) 480 
e) 750 
 
Estoque de Segurança (ES): É uma quantidade predeterminada de material 
destinada a evitar ou minimizar os efeitos causados pela variação da demanda 
ou do tempo de ressuprimento. 
 
Aula 3 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - E 
Dia Entrada (unid.) Custo (R$) Saída (unid.) 
1 100 12 - 
2 200 10 - 
3 - - 250 
4 80 15 - 
5 - - 100 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 78 
Justificativa: Na prática, devemos, antes de tudo, entender que os estoques são 
importantes, mas, nem sempre necessários e a sua formação deve ocorrer 
quando existirem dúvidas quanto à demanda, ou quanto ao ressuprimento. Não 
ter estoques é algo muito desejado pelas empresas, mas bastante complexo de 
ser conseguido em função das diversas nuances que envolvem tanto a previsão 
das demandas quanto ao ressuprimento. Dessa forma, concluímos que tratar 
do dimensionamento dos níveis dos estoques bem como controlá-los não são 
tarefas das mais fáceis. Descobrir maneiras para reduzir os níveis dos estoques 
sem afetar o processo produtivo e sem o crescimento dos custos é um dos 
maiores desafios dos gestores numa época de escassez de recursos. 
 
Questão 2 - E 
Justificativa: Os estoques são uma forma de a organização proteger-se da 
imprevisibilidade dos processos com os quais lida ou está envolvida, 
constituindo-se de um vínculo entre as etapas do processo de compra e venda 
— no processo de comercialização em empresas comerciais — e entre as 
etapas de compra, transformação e venda — no processo de produção em 
empresas industriais. Nesse contexto, evitar sua formação ou tê-los em número 
reduzido de itens e quantidades, sem aumentar o risco de não ser satisfeita a 
demanda dos clientes, é um ideal conflitante com a realidade do dia a dia e que 
aumenta a importância da sua gestão. 
 
Questão 3 - A 
Justificativa: Existem quatro tipos de demanda que influenciam nas 
características dos estoques: Programada (dependente); Probabilística 
(independente); Incerta (independente); Eventual: decorrente de necessidades 
específicas, para aplicação imediata e cuja repetição não é prevista. Quanto à 
Natureza, os estoques podem ser classificados em Ativo, resultante de um 
planejamento prévio e destinado a uma utilização conhecida e repetida 
operacionalmente,como de medicamentos, por exemplo, e Inativo, sem 
perspectiva de utilização total ou parcial, dispensáveis ou alienáveis. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 79 
Questão 4 - A 
Justificativa: A classificação quanto à natureza visa a agrupar os materiais em 
subconjuntos em função das perspectivas de sua utilização futura. Nesse caso, 
podem ser classificados em Ativo, resultante de um planejamento prévio e 
destinado a uma utilização conhecida e repetida operacionalmente, como de 
medicamentos, por exemplo, e Inativo, sem perspectiva de utilização total ou 
parcial, dispensáveis ou alienáveis. 
 
Questão 5 - B 
Justificativa: O Estoque Empurrado (Push System) é definido pelos 
fornecedores, sejam eles internos ou externos. Na maioria das vezes não há 
alternativa quanto a outro tipo de ressuprimento, características estruturais da 
empresa, ou ressuprimentos por fornecedores monopolistas, por exemplo, 
veículos novos, combustíveis, bebidas etc. 
 
Questão 6 - A 
Justificativa: A Classificação ABC é um investimento de planejamento que 
permite ao gestor identificar aqueles itens que necessitam de atenção maior em 
razão da representatividade de cada um em relação aos investimentos feitos 
em estoque. 
 
Questão 7 - A 
Justificativa: A Criticidade é um outro tipo de classificação dos itens em estoque 
que é meramente qualitativa. Essa classificação visa entender qual o grau de 
importância, de criticidade para o negócio da empresa. Tem também uma 
nomenclatura alfabética e em conjunto com a classificação ABC tem mostrado 
bons resultados nas gestões de estoques. 
 
Questão 8 - B 
Justificativa: Tempo de Ressuprimento ou Lead Time (TR) é o tempo necessário 
para o ressuprimento de um item. Se um item é comprado, o LT refere-se ao 
tempo decorrido desde a colocação do pedido de compra até o recebimento do 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 80 
material comprado. Se for um item fabricado, o LT refere-se ao tempo 
decorrido desde a liberação de uma ordem de produção até que o item 
fabricado esteja pronto e disponível para uso. 
 
Questão 9 - E 
Justificativa: As incertezas intrínsecas existentes na gestão de estoques, 
principalmente advindas da demanda e do Lead Time dos fornecedores, 
obrigam a criação de um estoque suplementar para diminuir seus efeitos, 
denominado Estoque de Segurança (ES), que serve para evitar a falta de 
materiais em estoque, ocasionada por: 
Aumento não previsto da demanda no intervalo de ressuprimento; 
Atraso no próprio tempo de ressuprimento; 
Cobrir a retirada média durante o período de risco, ou seja, o intervalo entre a 
colocação do pedido e a entrega; 
Absorver as flutuações acima da média durante este tempo, até um total 
desejado. 
 
Questão 10 - B 
Justificativa: Da primeira saída (250) restarão 50 unidades a R$ 12,00 cada, 
pois sairão as 200 unidades de R$ 10,00 e 50 unidades de R$ 12,00. Da 
segunda saída (100), restarão 30 unidades a R$ 12,00 cada, pois sairão as 80 
unidades a R$ 15,00 e 20 unidades de R$ 12,00. Portanto, restando 30 
unidades a R$ 12,00 cada, o valor total do estoque é de R$ 360,00. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 81 
Introdução 
Nos últimos anos, a importância da atividade de compras vem ganhando 
destaque nas empresas. Vários fatores contribuíram para o aumento dessa 
importância, dentre estes podemos citar o grande percentual de compras x 
faturamento. 
 
Nas Organizações Hospitalares (OH), a atividade se reveste de uma importância 
ainda maior, em face das consequências de sua possível ineficiência (falta de 
materiais). 
 
Além disso, hoje, as novas relações de fornecimento, o advento da tecnologia e 
a crescente participação dos fornecedores no processo produtivo exigem do 
setor de compras e de seus profissionais uma visão mais estratégica, 
direcionada para seus clientes internos e externos. 
 
Objetivo: 
1. Apresentar as principais características da função compras e aspectos 
relacionados ao seu papel estratégico; 
2. Conhecer as funções operacionais das atividades de compras (processos). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 82 
Conteúdo 
Função de compras 
Nas organizações hospitalares, a aquisição de medicamentos, suprimentos, 
equipamentos e contratação de serviços são algumas das suas principais 
atividades, visto que dão suporte às ações de saúde. 
 
Uma boa aquisição, por exemplo, de medicamentos, deve considerar, 
sistematicamente: 
• Como comprar? 
• O que comprar? 
• Quando e quanto comprar? 
Adicionalmente, o monitoramento e a avaliação dos processos de compras são 
fundamentais para aprimorar a gestão e intervir nos problemas. 
 
 
Atenção 
 Nesse contexto, a gestão de compras, também conhecida como 
função de compras, assume papel estratégico em virtude da 
peculiaridade das OH e do volume de recursos, principalmente 
financeiros envolvidos, deixando de ser percebida como uma 
atividade burocrática e repetitiva, um centro de despesas e não 
um centro de gerenciamento de recursos. Com isso, vem 
ganhando evidência no contexto das organizações hospitalares, 
uma vez que não basta apenas comprar, é preciso comprar bem. 
 
Objetivos principais 
Para a realização desta atividade, com sucesso, devemos estabelecer quatro 
objetivos principais: 
 
• Obter produtos e serviços na quantidade certa; 
• Garantir que a entrega seja feita de maneira correta; 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 83 
• Com qualidade e a um menor custo; 
• E desenvolver e manter boas relações com os fornecedores. 
 
Para conseguirmos alcançar esses objetivos é fundamental o estabelecimento 
de um fluxo dinâmico de troca de informações com outros setores da 
organização, onde podemos destacar algumas atividades que são favorecidas 
se desempenhadas em consenso: 
 
Negociação das melhores condições de compra; 
 
Seleção e qualificação de fornecedores; 
 
Administração do pedido de compra. 
 
Assim, constatamos que a função compras é uma atividade que deve ser 
realizada de forma profissional, com base no conhecimento técnico, uma vez 
que comprar e prover itens são fatores primordiais na atividade hospitalar. 
 
Além disso, as pessoas envolvidas nesse processo desempenham, direta ou 
indiretamente, papel fundamental na prestação da assistência ao paciente, 
devendo realizá-lo de maneira à melhor atender os interesses tanto dos 
pacientes quanto da instituição. 
 
Para isso, precisam conhecer muito bem os mecanismos do processo, sendo 
treinadas e capacitadas para tanto. 
 
O Papel estratégico de compras 
Como sabemos, a importância das atividades de compras tem aumentado nos 
últimos tempos. 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 84 
Década de 1980 
Na década de 1980 a área de Compras tinha um papel operacional, burocrático, 
de "emissora de ordens de Compras". 
 
Década de 1990 
Na década de 1990, ganhou forte orientação a processos e passou a ser 
percebida pelas empresas como área de "suporte". Em ambos os casos a área 
era classificada como "centro de custo" e, como tal, forte candidata a cortes 
sempre que as empresas sentiam necessidade de reduzi-los. 
 
Mais recentemente as organizações, inclusive as hospitalares, perceberam que 
a atividade desempenha um papel importante na realização dos objetivos 
estratégicos da organização, devido à sua capacidade de afetar a qualidade e 
entrega de itens (medicamentos, suprimentos, equipamentos etc.), ou serviços 
essenciais que serão utilizados no dia a dia da organização (limpeza e 
conservação, manutenção de elevadores, copeiragem etc.). 
 
Como sabemos, as organizaçõeshospitalares são altamente dependentes da 
gestão de estoques, já que esta responde pela determinação das necessidades 
de reposição dos itens, Por outro lado, como o nível de imobilização de capital 
em estoques depende do tempo de demora das aquisições, a função compras 
pode contribuir diretamente para a redução dos custos de materiais numa OH. 
Dentre os principais objetivos das compras, podemos destacar: 
 
Suprir a organização com um fluxo contínuo de fornecimento para atender às 
demandas operacionais; 
 
Assegurar continuidade de suprimento para manter relacionamentos efetivos 
com fontes existentes, desenvolvendo outras fontes de suprimentos 
alternativas, ou para atender a necessidades emergentes ou planejadas; 
 
Comprar de forma eficiente, competitiva e rentável (menor custo X qualidade); 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 85 
Manter relação sólida com outros setores da organização, fornecendo e 
recebendo informações e aconselhamentos necessários para assegurar o 
sucesso da atividade; 
 
Desenvolver funcionários, políticas, procedimentos e organização para 
assegurar o alcance dos objetivos previstos; 
 
Pesquisar o mercado em relação aos novos produtos ofertados e previsões 
relacionadas a sua evolução. 
 
Com isso, evidencia-se o papel estratégico das compras, que passa pela sua 
função estratégica na organização, podendo transformar-se em vantagem 
competitiva, desde que adequadamente desenvolvida e desempenhada. 
 
Centralização e descentralização de compras 
Algumas decisões estratégicas devem ser tomadas em relação à função 
Compras em uma organização, entre elas a definição de a organização de 
compras ser centralizada ou descentralizada. As vantagens da Centralização da 
organização de compras são significativas, notadamente no que concerne à 
otimização de processos correlatos e ao aprimoramento das habilidades dos 
compradores. Por outro lado, a descentralização das compras nas suas diversas 
áreas permite maior flexibilidade operacional das suas unidades. 
 
Dentre as vantagens da centralização de compras, podemos citar: 
 
Permite manter um melhor controle global das atividades de compras; 
 
Possibilita a economia de escala mediante negociações para a contratação de 
fornecimento de grande vulto; 
 
Otimiza a utilização do pessoal por meio da redução do quadro funcional; 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 86 
Evita a concorrência entre os compradores regionais e disparidades de preços 
de compra de um mesmo produto por compradores diversos. 
 
Dentre as vantagens da descentralização de compras, podemos citar: 
 
Permite uma maior autonomia funcional das unidades regionais; 
 
Permite uma maior flexibilidade e sensibilidade na solução dos problemas 
locais, assim como conhecimento das fontes de suprimentos, meios de 
transportes e armazenamento mais próximos da região; 
 
Permite responder mais rapidamente às necessidades de aquisição 
emergencial; 
 
Exerce um melhor gerenciamento das necessidades. 
 
Duas estratégias básicas 
A definição de uma estratégia correta de aquisição de recursos pode fornecer à 
organização uma grande vantagem competitiva. Há duas estratégias básicas: 
Verticalização e Horizontalização. 
 
Verticalização 
Estratégia na qual a organização tentará produzir internamente aquilo que 
precisa. 
 
Horizontalização 
Consiste na estratégia de comprar de terceiros os itens que compõem o 
produto ou o serviço. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 87 
O perfil do setor de compras 
Apesar de a literatura abordar o papel estratégico que a área de compras vem 
assumindo nas organizações, pouco fala sobre a estrutura e o processo de 
compras, bem como sobre o perfil dos profissionais que atuam na área, 
compradores ou não. Com o passar do tempo, os processos de compras se 
tornaram mais complexos e dependentes de atores comprometidos e 
conscientes do seu papel. 
 
No processo formal administrativo de compras são vários os documentos e 
informações que são anexados constantemente e de forma cronológica, 
durante a vida útil do processo: 
 
Autorizações, pedidos, levantamentos, cotações, mapa de preços, despachos, 
documentos de habilitação, notas de empenho e pagamentos que, 
conjuntamente, servem para compor todos os passos utilizados para efetuar os 
procedimentos administrativos necessários para realizar uma compra. 
 
 
Atenção 
 Não podemos imaginar, hoje, um comprador preocupado 
exclusivamente com a concretização de uma compra, 
desconsiderando o impacto dessa operação em relação aos 
demais processos integrados à produção e operação das 
organizações. 
Independentemente se públicos ou privados, os compradores 
precisam ter um perfil vinculado às necessidades estratégicas da 
organização. 
 
Compradores: reativos ou proativos 
Nesse contexto, podemos distinguir claramente dois tipos de compradores: o 
reativo e o proativo. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 88 
O comprador reativo representa uma visão extremamente simplista do ato de 
comprar, consiste apenas em encontrar um fornecedor que esteja disposto a 
trocar os bens ou serviços exigidos por determinada quantia. 
 
Já o comprador proativo tenta estabelecer parcerias com o fornecedor, que 
permitam compartilhar ideias e conhecimento necessários para o fechamento 
de uma boa compra. 
 
Atributos desejáveis ao perfil dos profissionais 
Todos aqueles que, direta ou indiretamente, necessitam adquirir produtos e/ou 
serviços para alcançar os resultados almejados, são encarados como clientes do 
setor de compras. 
 
Então, é extremamente importante que o setor de compras leve em 
consideração esse cliente, uma vez que a sua existência depende da satisfação 
completa de todos os seus usuários. 
 
A figura a seguir mostra alguns atributos desejáveis ao perfil dos profissionais 
que atuam no setor de compras. 
 
Repare que o foco recai sob dois aspectos importantes, um deles no cliente 
interno e outro no fornecedor. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 89 
 
 
Perfil do setor de compras 
 
Consultor interno 
Quanto ao cliente interno, o profissional de compras deve entender que 
algumas vezes o cliente não sabe exatamente o que quer e nem onde buscar, 
logo o comprador atua como um consultor interno de modo a tirar dúvidas de 
seu cliente. 
 
Ao mesmo tempo em que, nesse relacionamento, o comprador está vendendo a 
sua imagem profissional e a de seu setor, o comprador também deve ter uma 
noção muito clara do nível de serviço demandado pelo seu cliente, 
principalmente em termos de prazo, custo e qualidade. 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 90 
 
Atenção 
 Outro aspecto importante quanto ao perfil do comprador diz 
respeito ao seu relacionamento com os fornecedores. 
O compartilhamento de políticas organizacionais que visa a 
auxiliar o vendedor a vender os produtos deve substituir a antiga 
estratégia baseada em “empurrar” responsabilidade pelas 
vendas a esse vendedor. 
 
O Processo de compras 
Basicamente, as funções operacionais das atividades de compras envolvem: 
 
• A determinação das especificações de compra, com ênfase na quantidade, 
qualidade e aspectos adequados da entrega; 
• A seleção de fornecedores, culminado com a escolha do(s) fornecedor(es) 
para cada processo de aquisição; 
• A negociação dos termos e condições de compra, aí incluídos os aspectos 
comerciais; 
• E a formalização da compra, ou seja, a emissão e gestão dos pedidos de 
compras, visando a garantir o cumprimento das condições previamente 
estabelecidas. 
 
Recebimento e análise das requisições de compras 
Esta é a primeira etapado processo, na qual o setor de compras recebe as 
solicitações ou requisições de compras (SC ou RC) de clientes internos 
que deve informar o nome do setor requisitante, o escopo ou especificação do 
produto ou serviço que se deve comprar ou contratar, a quantidade/unidade, o 
prazo de entrega, local da entrega, a data e aprovação, e em alguns casos 
especiais, os prováveis fornecedores. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 91 
Em alguns casos, o processamento das requisições é feito de forma 
automatizada. 
De qualquer forma, é sempre bom uma análise paralela de forma a otimizar os 
processos de compras, agrupando requisições idênticas ou similares de outros 
solicitantes. 
 
A junção de diversas requisições numa compra única geralmente potencializa 
ganhos com economia de escala, favorecendo todos os requisitantes. 
 
Seleção de fornecedores 
Esta atividade consiste na busca e escolha das fontes de fornecimento para 
cada processo em andamento, a partir da análise de alternativas já conhecidas 
de fornecedores potenciais. 
 
Inclui a solicitação de cotações de todas as condições de compras (aspectos 
comerciais, disponibilidades quantitativas, prazos ...) o recebimento e análise 
das cotações e a definição dos fornecedores que atendem aos requisitos 
definidos nos processos de compras. 
 
Mapa comparativo 
Para melhor análise desses dados, eles podem ser transcritos em um Mapa 
Comparativo de Propostas, que é a cópia fiel das cotações recebidas, a fim de 
que se tenha uma melhor visualização. É o documento que serve para 
confrontar condições de fornecimento e decidir sobre a mais viável. 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 92 
Nesse contexto, é importante que cada organização mantenha um cadastro de 
fornecedores atualizado, pois através desse cadastro é que se realiza a seleção 
do fornecedor para atendimento das quatro condições básicas de uma boa 
compra: preço, prazo, qualidade e condições de pagamento. 
 
 
Atenção 
 O relacionamento entre cliente (comprador) e fornecedor está 
cada vez mais estreito, havendo uma cobrança mais intensa do 
mercado sobre os seus fornecedores, referentes a aspectos 
como qualidade, garantia na entrega, flexibilidade e rapidez de 
respostas, certificação, reduções dos preços e outros? 
Nesse contexto, a formalização de parcerias tem como objetivo a 
diminuição de custos e otimização da eficiência, visando a busca 
de benefícios para ambas as partes com cooperação mútua, com 
divisão de responsabilidades, ou seja, uma relação ganha-ganha. 
Quando essa parceria se dá de forma evoluída, com relação de 
cooperação, troca irrestrita de informações e comprometimento 
entre as partes envolvidas a denominamos de "Comakership". 
 
Negociação das condições 
Consiste na etapa seguinte, já que as condições comerciais cotadas não 
significam necessariamente a aceitação das ofertas de determinado fornecedor. 
Essa negociação somente não é recomendada nos casos de processos 
licitatórios em que haja dispositivos condicionando a escolha fornecedor a 
critérios predefinidos, como menor preço, por exemplo. 
 
Habilidades técnicas para produzir/fornecer 
 
Consiste nas reconhecidas competências, ou seja, na capacidade de 
determinado fornecedor efetivamente atender a todas as demandas. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 93 
Capacidade de fabricação ou de produção 
 
É a evidência da compatibilidade entre a capacidade operacional do fornecedor 
e as necessidades do cliente. 
 
Confiabilidade 
 
Trata-se da imagem predominante consolidada pela parte cliente com relação 
ao fornecedor, podendo ser influenciada por outros clientes, pelo mercado, por 
dados históricos e outros. 
 
Serviço de pós-venda 
 
Geralmente relacionados à suporte técnico, garantias, infraestrutura para 
reposição de componentes e peças, treinamentos e SAC. 
 
Localização do fornecedor 
 
Este fator é relevante, pois impacta em questões relacionadas ao tempo de 
atendimento e ao custo total, com adicionais de fretes. 
 
Preço e prazo 
 
Com a forte concorrência, esses fatores são de grande importância na escolha 
dos fornecedores. 
 
Emissão da documentação 
Esta etapa visa à formalização do pedido de compra (PC) e consiste em 
documentar todas as circunstâncias envolvendo o fechamento de cada compra. 
Mas, você sabe o que é o pedido de compra? 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 94 
Pedido de compra (PC) é um contrato formal entre a empresa e o fornecedor, 
devendo representar fielmente todas as condições estabelecidas e 
características da compra, razão pela qual o fornecedor deve estar ciente de 
todas as cláusulas e pré-requisitos constantes do impresso, dos procedimentos 
que regem o recebimento das peças ou produtos, dos controles e das 
exigências de qualidade, para que o pedido possa legalmente ser considerado 
em vigor. 
 
Gestão do Fornecimento ou Diligenciamento 
Consiste no acompanhamento de todo o processo após a determinação do 
fornecedor, visando garantir o cumprimento de todas as condições acordadas. 
Possibilita aos profissionais envolvidos no processo de compras verificarem se o 
fornecimento ocorreu de acordo com o pedido, ou seja, nos prazos corretos, 
nas quantidades corretas e em conformidade com as condições comerciais e 
especificações do produto. 
 
Recebimento e aceitação 
Geralmente esta atividade não é executada por profissionais do setor de 
compras, por questões relacionadas à segregação de funções (fiscalização 
intercorrente). 
 
Nessa atividade, constata-se física e documentalmente a recepção dos 
materiais, a partir da conferência das especificações técnicas e comerciais 
constantes no pedido de compras. 
 
Uma vez certificado junto ao Almoxarifado ou Requisitante o recebimento do 
material e que está tudo dentro do combinado, pode-se liberar o respectivo 
documento fiscal para pagamento, encerrando o ciclo executivo de compras. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 95 
Compras no setor público 
O processo de compras para hospitais públicos exige abertura de processo 
licitatório (licitação) para aquisição de materiais em escala e para prestação 
de serviços, por um determinado período de tempo. 
 
Para tal, as organizações públicas devem seguir o que preceitua a legislação 
específica em que podemos destacar a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, 
Lei de Licitações e Contratos Administrativos, que será objeto de estudo da 
nossa próxima aula. 
 
Atividade proposta 
Vamos agir como um profissional de compras? Pense em um item material 
crítico para uma organização hospitalar. Agora, elabore a especificação 
completa desse item. Pronto? Que tal enviar um pedido de cotação a, pelo 
menos, três fornecedores desse tipo de material? (Caso não conheça, pesquise 
na Internet). De posse das cotações obtidas dos fornecedores, monte um mapa 
comparativo de propostas e decida sobre a melhor opção, levando em 
consideração os critérios vistos na nossa aula. Mãos à obra! 
 
Chave de resposta: como essa atividade não possui uma resposta-padrão 
segue um exemplo de Mapa Comparativo, para análise: 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 96 
 
 
Nesse exemplo, se adotarmos o critério de menor preço total, certamente 
decidiríamos pelo Fornecedor 2. Caso utilizemos o critério de menor preço por 
item, os itens 04 e 05 seriam adjudicados ao Fornecedor 01. Caso tivéssemos 
por prioridade o critério “Condição de Pagamento”, poderíamos adjudicar aos 
fornecedores 01 e 03, se conveniente/aceitável. 
 
 
Material complementar 
 
Para saber mais sobre o setor de compras, leia o texto disponível em 
nossa biblioteca virtual. 
 
 
ReferênciasBALLOU, R.H. Logística empresarial: transporte, administração de materiais 
e distribuição física. São Paulo: Atlas, 2011. 
BOWERSOX, D.; CLOSS, D. Logística empresarial. São Paulo: Atlas, 2004. 
LEI FEDERAL nº 8.666, de 21 de junho de 1993. 
MACHLINI, C.; BARBIERI, J. Logística hospitalar. São Paulo: Saraiva, 2009. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 97 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
Um dos objetivos da atividade compras é: 
a) Codificar os materiais de consumo em relação ao espaço físico. 
b) Identificar no mercado as melhores condições comerciais e técnicas a 
serem aplicadas. 
c) Assegurar que o capital imobilizado em estoque seja compatível com as 
contas a pagar. 
d) Evitar desperdícios como obsolescência, roubos e extravios de materiais. 
e) Avaliar o procedimento de baixa de estoque em relação aos itens 
estocados. 
 
Questão 2 
Podemos citar como aspectos principais para a importância de compras para as 
empresas, exceto: 
a) O alto custo dos impostos 
b) A compressão do tempo disponível 
c) A competitividade crescente 
d) A utilização da TI 
e) A importância cada vez maior do cliente 
 
Questão 3 
Sobre a função compras foram feitas as seguintes afirmações: 
I. A gestão de compras, também conhecida como função de compras, vem 
ganhando evidência no contexto das organizações hospitalares, uma vez que 
não basta apenas comprar, é preciso comprar bem. 
II. A função Compras, se adequadamente desenvolvida e desempenhada, pode 
se configurar uma vantagem competitiva para uma organização. 
III. O monitoramento e a avaliação dos processos de compras são 
fundamentais para aprimorar a gestão e intervir nos problemas. 
Está(ão) correta(s): 
a) Somente I 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 98 
b) Somente I e II 
c) Somente III 
d) Somente I e III 
e) I, II e III 
 
Questão 4 
As afirmativas que se seguem representam vantagens da centralização em 
compras, exceto: 
a) Comprar em quantidades maiores, o que pode significar preços 
melhores. 
b) Combinar pedidos pequenos e assim reduzir a duplicação de pedidos, o 
que pode reduzir os custos. 
c) Maior autonomia funcional das unidades regionais. 
d) Redução dos custos de transporte ao combinar pedidos e despachar 
quantidade maior. 
e) Melhor controle global e coerência das transações financeiras. 
 
Questão 5 
Qual a estratégia de aquisições que prevê que a empresa produzirá 
internamente tudo o que puder ou, pelo menos, que tentará produzir? 
a) Verticalização 
b) Horizontalização 
c) Terceirização 
d) Produção em Massa 
e) Massificação 
 
Questão 6 
As funções operacionais das atividades de compras envolvem a determinação 
das especificações de compra, com ênfase na quantidade, qualidade e aspectos 
adequados da entrega; a seleção e a escolha de fornecedores, culminado com 
a escolha do(s) fornecedor(es) para cada processo de aquisição; a negociação 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 99 
dos termos e condições de compra e a formalização da compra. Nesse 
contexto, o documento que dá início ao ciclo operacional de compras é o(a): 
a) Pedido de compra. 
b) Empenho. 
c) Cotação. 
d) Mapa comparativo de propostas. 
e) Requisição de Compra. 
 
Questão 7 
A parceria com os fornecedores tem a função de suprir corretamente os clientes 
a um custo justo. Assinale a opção que não contempla um dos objetivos da 
formalização de uma parceria com fornecedores. 
a) Redução de custos 
b) Redução de taxas e impostos 
c) Eliminação de desperdícios 
d) Tempo de ciclo de pedido, o mais curto possível 
e) Reduzir as não conformidades 
 
Questão 8 
A seleção e avaliação de fornecedores deve ser feita em função de critérios 
como: 
a) Preço, qualidade e condições de pagamento. 
b) Estrutura organizacional e critérios de departamentalização. 
c) Sistema de gestão da qualidade. 
d) Ações de responsabilidade social. 
e) Prazo de entrega. 
 
Questão 9 
A seleção de fornecedores consiste na busca e escolha das fontes de 
fornecimento para cada processo em andamento, a partir da análise de 
alternativas já conhecidas de fornecedores potenciais. Para podermos analisar 
as informações obtidas através das cotações dos fornecedores, podemos 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 100 
transcrevê-las para um documento específico a fim de que se tenha uma 
melhor visualização. Este documento é o(a): 
a) Mapa comparativo de propostas. 
b) Pedido de cotação. 
c) Requerimento. 
d) Autorização de fornecimento. 
e) Empenho. 
 
Questão 10 
Qual o nome que se atribui ao relacionamento entre comprador e fornecedor 
que atinge um grau de parceria que envolve confiança mútua, participação e 
fornecimento com qualidade assegurada e uma integração estratégica entre os 
dois? 
a) Benchmarking 
b) Procurement 
c) Associação comercial 
d) Comakership 
e) Brainstorming 
 
Solicitações ou requisições de compras: São documentos que 
desencadeiam o processo de compras, autorizando o comprador executar uma 
compra de materiais ou contratação de serviço. 
 
Aula 4 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - B 
Justificativa: A função compras é uma atividade que deve ser realizada de 
forma profissional, com base no conhecimento técnico, uma vez que comprar e 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 101 
prover itens são fatores primordiais na atividade hospitalar. Por isso, de posse 
de uma solicitação, deve-se buscar no mercado as melhores condições 
comerciais e técnicas a serem aplicadas, a partir da análise de fatores como 
especificação, preço, qualidade, prazos, garantias e outros. 
 
Questão 2 - A 
Justificativa: A função compras tem um fator estratégico e fundamental, pois 
nela se dá o início de toda a cadeia de suprimentos, e erros nesse processo 
podem trazer aumento de custos e até prejuízos operacionais que podem 
custar até mesmo uma vida. Como aspectos principais podemos citar a 
globalização da economia, da produção, da competição e dos sistemas 
financeiros e comerciais; a compressão do tempo disponível; a competitividade 
crescente; a utilização da tecnologia da informação; e a importância cada vez 
maior do cliente. 
 
Questão 3 - E 
Justificativa: Como vimos na aula, a gestão de compras, também conhecida 
como função de compras, assume papel estratégico em virtude da 
peculiaridade das OH e do volume de recursos, deixando de ser percebida 
como uma atividade burocrática e repetitiva, um centro de despesas e não um 
centro de gerenciamento de recursos. Com isso, vem ganhando evidência no 
contexto das organizações hospitalares, uma vez que não basta apenas 
comprar, é preciso comprar bem. Nesse contexto, o constante monitoramento 
dos processos de compras (diligenciamento) possibilita a verificação de 
oportunidades de melhorias. 
 
Questão 4 - C 
Justificativa: As vantagens da centralização da organização de compras são 
significativas, notadamente no que concerne à otimização de processos 
correlatos e ao aprimoramento das habilidades dos compradores. Por outro 
lado, a descentralização das compras nas suas diversas áreas permite maior 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 102 
flexibilidade operacional das suas unidades, na qual podemos enquadrar a 
maior autonomia funcional das unidades regionais. 
 
Questão 5 - A 
Justificativa: A definição de uma estratégia correta de aquisição de recursos 
pode fornecer à organização uma grande vantagem competitiva. Há duas 
estratégias básicas: verticalização e horizontalização. Enquanto na 
verticalização a organização tentará produzir internamente aquilo que precisa, 
na horizontalização a organização comprará de terceiros os itens que compõem 
o produto ou o serviço.Questão 6 - E 
Justificativa: Solicitação ou requisição de compra é o documento que 
desencadeia o processo de compras, autorizando o comprador executar uma 
compra de materiais ou contratação de serviço. 
 
Questão 7 - B 
Justificativa: A formalização de parcerias tem como objetivo a diminuição de 
custos (eliminação de desperdícios), otimização da eficiência (redução de 
prazos), aumento de qualidade e flexibilidade e outros, visando a busca de 
benefícios para ambas as partes com cooperação mútua, com divisão de 
responsabilidades, ou seja, uma relação ganha-ganha. 
 
Questão 8 - A 
Justificativa: Como sabemos, esses processos consistem na busca e escolha das 
fontes de fornecimento para cada processo em andamento, a partir da análise 
de alternativas já conhecidas de fornecedores potenciais (Seleção) e na 
avaliação dos fornecimentos e serviços já prestados. Para tais, são avaliadas as 
condições de compras (aspectos comerciais, disponibilidades quantitativas, 
prazos, ...) o recebimento e análise das cotações e a definição dos fornecedores 
que atendem aos requisitos definidos nos processos de compras (Na Seleção) e 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 103 
as entregas ou prestação de serviços, propriamente ditos, em termos de 
cumprimento dos pré-requisitos acordados (Na Avaliação). 
 
Questão 9 - A 
Justificativa: O mapa comparativo de propostas é documento que serve para 
confrontar as condições de fornecimento e decidir sobre a mais viável, 
traduzindo-se numa cópia fiel das cotações recebidas. 
 
Questão 10 - D 
Justificativa: Quando a parceria se dá de forma evoluída, com relação de 
cooperação, troca irrestrita de informações e comprometimento entre as partes 
envolvidas a denominamos de "Comakership". 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 104 
Introdução 
Como sabemos, o processo de compras na Administração Pública é complexo e 
minucioso, principalmente no que diz respeito aos limites e responsabilidades 
do agente público, de forma que a legalidade, igualdade e transparência devem 
orientar as suas práticas de forma a colocar a busca do interesse público como 
objetivo final das suas ações. 
 
Para alcançar esse objetivo, necessita adotar um procedimento preliminar 
rigorosamente determinado e preestabelecido, denominado de licitação. 
 
Como todos os órgãos da Administração Pública direta, os fundos especiais, as 
autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de 
economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela 
União, Estados, Distrito Federal e Municípios estão obrigados à licitação, os 
hospitais da rede pública estão sujeitos ao mesmo dispositivo e devem partir 
para a abertura de processo licitatório (licitação) para a aquisição de materiais e 
serviços. 
 
Objetivo: 
1. Apresentar as principais questões relativas à realização de licitações pelas 
organizações hospitalares do setor público; 
2. Conhecer a Legislação específica sobre a temática, bem como o rito 
processual. 
 
 
 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 105 
Conteúdo 
Considerações iniciais 
Sabemos que existe alguma similaridade grande entre a compra pública e a 
privada, pois ambas visam ao menor preço, com garantia de qualidade, mas a 
compra pública requer procedimentos específicos para lhe dar eficácia, como, 
por exemplo, a legislação, enquanto na compra privada esses procedimentos 
são de livre escolha. 
 
Nesse contexto, na área da saúde, os hospitais de administração privada 
estabelecem suas diretrizes com foco nas necessidades, adequando‑se à sua 
capacidade, enquanto os hospitais públicos definem as formas de aquisição a 
fim de atender às normas e leis vigentes. 
 
Aquisições em instituições públicas 
As normas que regulam os processos de aquisição nos hospitais públicos são as 
estabelecidas pelas leis: 
 
Lei nº 8.666, de 06 de junho de 1993 
 
Regulamentou o Artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal e instituiu 
Normas para Licitações e Contratos da Administração Pública. 
 
Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002 
 
Instituiu, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos 
termos do Artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal, a modalidade de 
licitação denominada Pregão, para aquisição de bens e serviços comuns. 
 
Podemos extrair o seu artigo 3º que nos remete ao conceito de Licitação: 
 
Da Lei nº 8.666/1993 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 106 
“A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da 
isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a 
promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada 
em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da 
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade 
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento 
objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 
2010)”. 
 
Três pilares básicos 
Podemos afirmar que a licitação apoia-se em três pilares básicos: 
 
 Isonomia; 
 Proposta mais vantajosa; 
 Legalidade. 
 
Assim, visa à obtenção da proposta mais vantajosa, dando condições de 
igualdade aos licitantes, pautando-se na Lei como parâmetro para formatar as 
regras do certame licitatório. A Lei nº 8.666/1993 (Lei de Licitações) define 
também as suas modalidades: concorrência; tomada de preços; convite; 
concurso; leilão. Adicionalmente, a Lei nº 10.520/2002 instituiu a modalidade 
de licitação denominada Pregão, nas suas formas presencial e eletrônica. 
 
Conforme esses dispositivos legais: 
 
 A Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, 
na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos 
mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto. 
 
 A Tomada de Preços é a modalidade de licitação entre interessados 
devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 107 
cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, 
observada a necessária qualificação. 
 
 O Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente 
ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo 
de 3 (três) pela unidade administrativa. 
 
 O Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para 
escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de 
prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de 
edital. 
 
 O Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a 
venda de bens móveis inservíveis para a Administração ou de produtos 
legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis, a 
quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. 
 
 Pregão é a modalidade de licitação, na forma presencial e eletrônica 
(Regulamentada pelo Decreto 5.450/2005), para aquisição de bens e serviços 
comuns, assim entendidos aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade 
possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações 
usuais no mercado. 
 
A legislação ainda contempla circunstâncias especiais 
A legislação ainda contempla circunstâncias especiais que permitem à 
organização realizar aquisições sem licitação, são elas: 
 
Dispensa de Licitação 
 
Destacam-se os casos em que o valor não ultrapasse os limites estabelecidos 
pela legislação; casos emergenciais, onde a aquisição deve ser daquantidade 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 108 
necessária para atender à demanda momentânea, em caso de licitações não 
finalizadas com sucesso. 
*O Artigo 24 da Lei de Licitações contempla outros casos em que a licitação é 
dispensável. 
 
Inexigibilidade de Licitação 
 
A licitação será inexigível quando houver inviabilidade de competição, em que a 
exclusividade deverá ser comprovada através de atestado fornecido pelo órgão 
de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o 
serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas 
entidades equivalentes. 
*O Artigo 25 da Lei de Licitações contempla outros casos em que a licitação é 
inexigível. 
 
Quadro-resumo das principais características 
Em ambas as situações faladas anteriormente, a formalidade processual deve 
ser mantida e o ato de dispensa ou de inexigibilidade da licitação devidamente 
fundamentado. As modalidades de licitação e os casos de seu afastamento irão 
se diferenciar tanto nos valores para as quais podem ser utilizadas, quanto à 
necessidade de documentos, complexidade e fluxo do processo e prazos. 
Segue um quadro-resumo das principais características: 
 
Quadro-Resumo - Modalidades e Afastamentos de Licitação 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 109 
O edital 
O edital é o instrumento que estabelece todas as condições para a realização 
da licitação e, conforme o Artigo 40 da Lei de Licitações, deverá conter no seu 
preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome da repartição 
interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da 
licitação, a menção de que será regida pela Lei nº 8.666/1993, o local, dia e 
hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para início da 
abertura dos envelopes. 
 
Na aquisição de medicamentos - edital 
Na aquisição de medicamentos, por exemplo, o Edital serve para divulgar 
diversas informações dentre obrigatórias e relevantes, à realização do certame, 
como: 
 
• Objeto da licitação, em descrição sucinta e clara; 
• Prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instrumentos, 
para execução do contrato e para Entrega do objeto da licitação; 
• Sanções para o caso de inadimplemento; 
• Local onde poderá ser examinado e adquirido o Projeto Básico ou Termo de 
Referência; 
• Condições para participação na licitação e forma de apresentação das 
propostas; 
• Critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos; 
• O critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o caso; 
• Critério de reajuste, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais; 
• Condições de pagamento; 
• Instruções e normas para os recursos previstos na Lei; 
• Condições de recebimento do objeto da licitação. 
 
Consulte a Lei nº 8.666/1993 para conhecer a relação completa das 
informações obrigatórias que deve conter o Edital. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 110 
Editais para a compra de equipamentos 
No caso de Editais para a compra de equipamentos, cumpre explicitar: 
 
Garantias (prazo e cobertura total ou parcial da data de operação do 
equipamento); 
 
Fornecimento de esquemas e manuais de instalação, operação e manutenção; 
 
Relação dos prestadores de serviços autorizados para assistência técnica; 
 
Proposta de treinamento para os usuários de insumos ou operadores de 
equipamentos, a ser apresentada imediatamente após a aquisição; 
 
Fornecimento de peças sobressalentes; 
 
No caso de instalação pelo fornecedor, indicação do momento em que ocorrerá. 
 
Especificação dos bens 
A especificação dos bens a serem adquiridos pode se basear nos seguintes 
instrumentos de apoio: 
• Laudo de Certificação (Inmetro, ISO 9000 etc.); 
• Catálogo de Fabricantes ou Laboratórios; 
• Normas ABNT; 
• Manuais de Padronização de Equipamentos Médico-Hospitalares; 
• Informações colhidas com usuários/clientes; 
• No caso de equipamentos, informações colhidas com o setor de manutenção 
etc. 
 
Constituem anexos do edital, nele integrando: 
• O projeto básico ou Termo de Referência, com todas as suas partes, 
desenhos, especificações e outros complementos; 
• Orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários; 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 111 
• A minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e o licitante 
vencedor; 
• As especificações complementares e as normas de execução pertinentes à 
licitação. 
 
Edital de pregão eletrônico nº 012/2013 
Podemos citar como exemplo o Edital de Pregão Eletrônico nº 012/2013 do 
Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de 
Janeiro, que, para aquisição de Reagente para Diagnóstico Clínico, tipo de 
Análise Hemoglobina Glicosilada, solicita aos licitantes a apresentação dos 
seguintes documentos, dentre outros: 
 
• Certificado de Registro do Produto, emitido pela Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária (ANVISA) ou Certificado de Produto de Notificação 
Simplificada emitido pela ANVISA; 
• Cópia autenticada Autorização de Funcionamento da Empresa Licitante, 
expedida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA); 
• Cópia autenticada do Alvará ou Licença de Funcionamento da Empresa 
Licitante, emitida pela Vigilância Sanitária (VISA) Estadual ou Municipal; 
• Certificado de Boas Práticas de Fabricação e Controle por Linha de 
Produção/Produtos, emitido pela ANVISA; 
• Declaração de Responsabilidade Ambiental. 
 
Sistema de Registro de Preços 
A Sistemática de Registro de Preços foi inserida na Lei de Licitação (Artigo 15) 
para agilizar as contratações e ganhou destaque como sistema inovador para 
compras pela Administração Pública. 
 
Regulamentado pelo Decreto nº 7.892, de 23 de janeiro de 2013, o Sistema de 
Registro de Preços é operacionalizado através de um procedimento licitatório 
(Pregão ou Concorrência), em que a organização hospitalar firma com o 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 112 
licitante vencedor um valor unitário a ser pago por um quantitativo estimado de 
determinado item por um período de até um ano. 
 
As partes firmam uma Ata de Registro de Preços (ARP) em que se registram os 
preços, fornecedores, órgãos participantes e condições a serem praticadas, 
conforme as disposições contidas no instrumento convocatório e propostas 
apresentadas. 
 
Cabe destacar que a ARP é um documento vinculativo, obrigacional, com 
característica de compromisso para futura contratação. 
 
A partir daí, as solicitações são feitas ao fornecedor conforme a necessidade da 
OH. 
 
Hipóteses 
Conforme Decreto que o Regulamenta, o Sistema de Registro de Preços poderá 
ser adotado nas seguintes hipóteses: 
 
• Quando, pelas características do bem ou serviço, houver necessidade de 
contratações frequentes; 
• Quando for conveniente a aquisição de bens com previsão de entregas 
parceladas ou contratação de serviços remunerados por unidade de medida ou 
em regime de tarefa; 
• Quando for conveniente a aquisição de bens ou a contratação de serviços 
para atendimento a mais de um órgão ou entidade, ou a programas de 
governo; 
• Quando, pela natureza do objeto, não for possível definir previamente o 
quantitativo a ser demandado pela Administração. 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 113 
 
Atenção 
 Portanto, este dispositivo é uma ferramenta bastante útil nas 
OH, principalmente para aquisições de medicamentos, uma vez 
que a natureza da atividade apresenta relevante 
imprevisibilidade no consumo, exigindo, em muitos casos, 
celeridade na realização da aquisição e que as compras desses 
itens são realizadas periodicamente,com alta frequência. 
A adoção dessa sistemática evita a repetição de procedimentos 
licitatórios com o custo que lhes é inerente, ou seja, supre a 
multiplicidade de licitações contínuas e seguidas obtendo‑se 
desta forma maior agilidade nos processos de aquisição. 
 
Do Procedimento e Julgamento das Licitações 
Conforme o Artigo 38 da lei de Licitações, o procedimento deve ser iniciado 
com a abertura de processo administrativo, devidamente autuado, protocolado 
e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu 
objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados 
oportunamente: 
 
• Edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso; 
• Comprovante das publicações do edital resumido ou da entrega do convite; 
• Ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo ou 
oficial, ou do responsável pelo convite; 
• Original das propostas e dos documentos que as instruírem; 
• Atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora; 
• Pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa ou 
inexigibilidade; 
• Atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação; 
• Recursos eventualmente apresentados pelo licitantes e respectivas 
manifestações e decisões; 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 114 
• Despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o caso, 
fundamentado circunstanciadamente; 
• Dermo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso; 
• Outros comprovantes de publicações; 
• Demais documentos relativos à licitação. 
 
O Portal de Compras do Governo Federal (Comprasnet) 
Gerenciado pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), o 
portal http://www.comprasgovernamentais.gov.br/ Comprasnet é 
disponibilizado para realização de procedimentos eletrônicos de aquisições e 
disponibilização de informações referentes às licitações e contratações 
promovidas pela Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional. 
 
Pelo sistema podem ser realizadas as licitações previstas na Lei nº 8.666, de 21 
de junho de 1993 (convites, tomadas de preço e concorrência), os pregões e as 
cotações eletrônicas. 
 
O portal de compras do Governo Federal (Comprasnet) 
No site http://www.comprasnet.gov.br podem ser consultados os editais e 
acompanhadas as licitações pela sociedade. São também disponibilizadas 
publicações, legislação e informações sobre contratações realizadas e cadastro 
de fornecedores, dentre outras. 
 
No portal, os fornecedores podem ter acesso a diversos serviços, como o 
pedido de inscrição no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores 
(SICAF), a obtenção de editais, a participação em processos eletrônicos de 
aquisição de bens e contratações de serviços, dentre outros. 
 
Na tela principal do Comprasnet é possível realizar o cadastro, obter login e 
senha para utilizar os serviços disponíveis aos fornecedores, dentre os quais 
receber avisos de licitações e de cotações por e-mail. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 115 
Encerramento 
Concluindo, podemos perceber que o processo licitatório, por todas as 
características descritas, é moroso, o que muitas vezes dificulta à instituição 
realizar aquisições com a agilidade necessária. 
 
Atividade proposta 
Vamos ressaltar a importância de uma boa especificação do objeto a 
ser licitado? Imagine que desejemos adquirir 10.000 unidades de canetas 
azuis para as atividades administrativas do nosso hospital. Definido o 
quantitativo necessário, devemos especificar o nosso item. Faça isso e depois, 
numa primeira oportunidade, troque informações com seu professor e colegas 
de turma sobre o que definiram e sobre as possíveis consequências advindas de 
uma má especificação. 
 
Chave de resposta: Uma razoável especificação para o item pode ser: Caneta 
esferográfica azul, corpo sextavado em material transparente, com orifício para 
entrada de ar no corpo da caneta distante 6 cm da ponta superior e 8,3 cm da 
ponta inferior, ponta com biqueira plástica e esfera em tungstênio, com escrita 
em 0,8 mm, fixação da carga por pressão entre a biqueira e o tubo sextavada 
transparente, tubo de carga com no mínimo 11cm de altura e 1,25 cm de 
espessura e 10 cm de carga de tinta, tampa da biqueira e da parte superior 
fixado por pressão no corpo sextavado transparente, validade mínima de 3 
anos. 
Se você descreveu algo semelhante, parabéns! 
 
Entretanto, caso tenha deixado de mencionar, por exemplo, o tamanho 
desejável da carga de tinta, veja o que poderia ocorrer: 
 
 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 116 
LICITANTE 1 LICITANTE 2 LICITANTE 3 
 
 
Carga de Tinta – 10 cm Carga de Tinta – 10 cm Carga de Tinta – 5 cm 
R$ 1,00/UN R$ 1,20/UN R$ 0,80/UN 
 
Adotando-se como critério o menor preço, o Licitante 3 venceria, uma vez que 
cotou bem abaixo dos demais, não é mesmo? Mas veja o tamanho da caneta 
que ele ofertou! 
 
Se isso aconteceu com uma caneta, poderia ocorrer também com um item 
específico de saúde, não é mesmo? Portanto, CUIDADO com a especificação! 
 
 
Material complementar 
 
Para saber mais sobre a Lei nº 8.666/1993 e o Decreto nº 7.892, 
leia os textos disponíveis em nossa biblioteca virtual. 
 
 
Referências 
BALLOU, R.H. Logística Empresarial: transporte, administração de 
materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 2011. 
BOWERSOX, D.; CLOSS, D. Logística empresarial. São Paulo: Atlas, 2004. 
BRASIL. Lei Federal nº 8.666, de 21 de junho de 1993. 
MACHLINI, C.; BARBIERI, J. Logística hospitalar. São Paulo: Saraiva, 2009. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 117 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
Sobre a Lei nº 8.666/1993, que institui normas para licitações e contratos da 
Administração Pública, é correto afirmar, EXCETO: 
I. A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da 
isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração e será 
processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da 
legalidade, impessoalidade, moralidade, igualdade e publicidade, dentre outros. 
II. A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos 
de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva 
abertura. 
III. Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada 
preferência, inicialmente, aos bens e serviços produzidos ou prestados por 
empresas brasileiras de capital nacional. 
IV. É vedado aos agentes públicos admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos 
de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou 
frustrem o seu caráter competitivo e estabeleçam preferências ou distinções em 
razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra 
circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato. 
V. O procedimento licitatório caracteriza ato administrativo formal, dependendo, 
contudo, da esfera da Administração Pública. 
a) I 
b) II 
c) III 
d) IV 
e) V 
 
Questão 2 
Findo o procedimento licitatório, a organização hospitalar pública não pode 
atribuir o objeto da licitação a outrem que não o vencedor e, além disso, o 
julgamento das propostas há de ser feito de acordo com os critérios fixados no 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 118 
edital. As afirmações citadas correspondem, respectivamente, aos princípios 
licitatórios da: 
a) Isonomia e julgamento objetivo 
b) Impessoalidade e vinculação ao instrumento convocatório 
c) Moralidade e legalidade 
d) Adjudicação compulsória e publicidade. 
e) Adjudicação compulsória e julgamento objetivo.Questão 3 
Quanto às modalidades, limites e dispensa de Licitação, analise as afirmações a 
seguir. 
I - Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente 
ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número 
máximo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local 
apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais 
cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse 
com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das 
propostas. 
II - Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas 
de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição 
interessada, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez 
no Diário Oficial do Estado ou do Distrito Federal quando se tratar, 
respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração 
Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal. 
III - Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, 
na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos 
mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto. 
IV - As licitações serão efetuadas no local onde se situar a repartição 
interessada, salvo por motivo de interesse público, devidamente justificado, 
sendo que isso não impedirá a habilitação de interessados residentes ou 
sediados em outros locais. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 119 
V - Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados 
devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para 
cadastramento até o décimo dia anterior à data do recebimento das propostas. 
a) I - II - III 
b) I - III - IV 
c) II - III - IV 
d) III - IV - V 
e) IV - V 
 
Questão 4 
As aquisições e contratações nas organizações hospitalares do serviço público 
dependem de prévia licitação, EXCETO no caso de: 
a) Publicidade 
b) Inexigibilidade 
c) Informática 
d) Alimentos 
e) Importações 
 
Questão 5 
Considerado o regime da Lei nº 8.666/1993, NÃO está configurada hipótese de 
dispensa de licitação em: 
a) Havendo necessidade de a União intervir no domínio econômico para 
regular preços ou normalizar o abastecimento. 
b) Um caso de compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros 
perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos 
licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço 
do dia. 
c) Um caso havido durante guerra ou grave perturbação da ordem. 
d) Uma situação em que não acudiram interessados à licitação anterior e 
esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a 
Administração. 
e) Uma situação em que houver inviabilidade de competição. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 120 
Questão 6 
O Edital é o instrumento que estabelece todas as condições para a realização 
da licitação. Constituem anexos do edital, nele integrando, EXCETO: 
a) Projeto Básico ou Termo de Referência. 
b) Orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários. 
c) Especificações complementares e as normas de execução pertinentes à 
licitação. 
d) Extrato da publicação no Diário Oficial da União (DOU). 
e) Minuta do contrato a ser firmado. 
 
Questão 7 
O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento 
será de 5 dias úteis para: 
a) Concorrência 
b) Convite 
c) Concurso 
d) Tomada de preços 
e) Leilão 
 
Questão 8 
Sobre os procedimentos licitatórios destinados à aquisição e contratação de 
bens e serviços por uma organização hospitalar pública foram feitas as 
seguintes afirmações: 
I - Seria ilícita a realização pela organização de pregão para a contratação de 
empresa especializada na prestação de serviços de limpeza e conservação, 
porque essa modalidade licitatória é incompatível com a seleção de empresas 
especializadas. 
II - As modalidades de licitação e os casos de seu afastamento irão se 
diferenciar tanto nos valores para as quais podem ser utilizadas, quanto à 
necessidade de documentos, complexidade e fluxo do processo e prazos. 
III - A Ata de Registro de Preços (ARP) é um documento vinculativo, 
obrigacional, com característica de compromisso para futura contratação. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 121 
Está(ão) correta(as): 
a) Somente I 
b) Somente I e II 
c) Somente III 
d) Somente II e III 
e) I, II e III 
 
Questão 9 
São modalidades de licitação, previstas na Lei nº 8.666/1993: 
a) Concurso, Tomada de Preços, Registro de Preços e Leilão 
b) Concurso, Tomada de Preços, Pregão e Leilão 
c) Concorrência, Tomada de Preços, Concurso, Disputa e Leilão 
d) Concorrência, Tomada de Preços e Pregão 
e) Pregão e Sistema de Registro de Preços 
 
Questão 10 
Sobre a Sistemática de Registro de Preços foram feitas as seguintes afirmações: 
I - O sistema de registro de preços não obriga a Administração Pública a firmar 
contrato com o particular beneficiário do registro, mas lhe assegura o direito de 
preferência, durante seu prazo de vigência. 
II - A licitação para registro de preços somente pode ser realizada na 
modalidade de concorrência, do tipo menor preço, precedida de ampla pesquisa 
de mercado. 
III - O SRP é uma opção economicamente viável à Administração, portanto, 
preferencial em relação às demais. 
Está(ão) correta(as): 
a) Somente I 
b) Somente I e II 
c) Somente III 
d) Somente I e III 
e) I, II e III 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 122 
Cotação eletrônica: É um aplicativo disponibilizado no Portal de Compras do 
Governo Federal (Comprasnet) que permite a aquisição de bens de pequeno 
(hipótese de dispensa de licitação prevista no inciso II do Artigo 24 da Lei nº 
8.666/1993) valor por intermédio de processo eletrônico na Internet. 
 
Inadimplemento: Refere-se à falta de cumprimento de um contrato ou de 
qualquer de suas condições. 
 
Projeto básico: É o documento, anexo ao Edital, que contempla o conjunto de 
elementos necessários e suficientes, para caracterizar o objeto da licitação 
(obras e serviços), elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos 
preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do 
impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo 
da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução (Lei de Licitações). 
 
Aula 5 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - E 
Justificativa: A opção “V” está incorreta, pois todos os órgãos da Administração 
Pública direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as 
empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades 
controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios estão obrigados à licitação. 
 
Questão 2 - E 
Justificativa: O princípio da adjudicação compulsória previne que o objeto 
licitado seja atribuído a outro que não o seu legítimo vencedor, encerrando o 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 123 
procedimento licitatório, que passa então à fase de contratação. O julgamento 
(Objetivo) deve ser pautado nos critérios predefinidos no Edital. 
 
Questão 3 - C 
Justificativa: A opção “I” está incorreta porque para a realização do convite 
devem ser escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade 
administrativa. A opção V está incorreta, pois o cadastramento na Tomada de 
Preços deve ser realizado até o terceiro dia anterior à data do recebimento das 
propostas, observada a necessária qualificação. 
 
Questão 4 - B 
Justificativa: A licitação será inexigível quando houver inviabilidade de 
competição, em que aexclusividade deverá ser comprovada através de 
atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se 
realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou 
Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes. Demais 
alternativas contemplam objetos perfeitamente licitáveis. 
 
Questão 5 - E 
Justificativa: A inviabilidade de competição é fator determinante para a 
caracterização de licitação inexigível (Artigo 25 da Lei nº 8.666/1993). Demais 
alternativas contemplam hipóteses de dispensa de licitação, conforme preconiza 
o Artigo 24 da Lei nº 8.666/1993. 
 
Questão 6 - D 
Justificativa: O comprovante da publicação no Diário Oficial da União (DOU) 
deve ser autuado ao processo, não se constituindo anexo ao Edital. Demais 
alternativas contemplam documentos que integram o edital, a ele vinculando-
se. 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 124 
Questão 7 - B 
Justificativa: O Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo 
pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em 
número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, devendo ser 
considerados o prazo mínimo de 05 (cinco) dias úteis para realização do 
evento. 
 
Questão 8 - D 
Justificativa: A afirmação I está incorreta porque seria perfeitamente lícita a 
adoção do pregão para o objeto pretendido por se tratar de serviço comum, 
cujo padrão de desempenho e qualidade podem ser objetivamente definidos 
pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado. 
 
Questão 9 - A 
Justificativa: A Lei nº 8.666/1993 (Lei de Licitações) define as seguintes 
modalidades: concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão. 
Pregão e a Sistemática de Registro de Preços foram instituídos por dispositivos 
específicos e “Disputa” não se configura uma modalidade. 
 
Questão 10 - D 
Justificativa: A Sistemática de Registro de Preços foi inserida na Lei de Licitação 
(Artigo 15) cuja redação faz menção a sua adoção prioritária em relação às 
demais (As compras, sempre que possível, deverão ... ser processadas através 
de sistema de registro de preços). Além disso, regulamentada pelo Decreto nº 
7.892, de 23 de janeiro de 2013, deve ser operacionalizada através de um 
procedimento licitatório sob a forma de Pregão ou Concorrência, em que as 
partes firmam uma Ata de Registro de Preços (ARP), documento vinculativo, 
obrigacional, com característica de compromisso para futura contratação. 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 125 
Introdução 
Como sabemos, o dilema entre terceirizar ou utilizar recursos próprios 
atormenta a mente dos dirigentes hospitalares. Constantemente nos deparamos 
com tomadas de decisão sistematicamente errôneas e tendenciosas, nocivas à 
gestão hospitalar. 
 
Como a terceirização é mais do que uma análise pura e simples de números e a 
qualidade dos serviços, os aspectos humanitários e o bem-estar dos pacientes 
devem ser considerados e avaliados criteriosamente, abordaremos nesta aula 
alguns conceitos e elementos básicos da terceirização (Fundamentos e Razões), 
evidenciando as vantagens e desvantagens de sua operacionalização. Por fim, 
abordaremos aspectos relacionados à fiscalização de contratos, com foco no 
acompanhamento e controle de custos de obras e reformas hospitalares. 
 
Objetivo: 
1. Conhecer os fundamentos teóricos e os aspectos legais da terceirização em 
saúde; 
2. Compreender a importância e os benefícios trazidos pela boa gestão de 
contratos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 126 
Conteúdo 
Custos operacionais (eficiência) e eficácia (competitividade) 
Uma das consequências da crescente utilização de conceitos relacionados à 
gestão da cadeia de suprimentos é a busca permanente de menores custos 
operacionais (eficiência) e eficácia (competitividade) nos serviços prestados. 
Com isso, as organizações tendem a transferir para terceiros atividades que não 
fazem parte de seu core business. 
 
Nesse cenário, marcado pela competição, a terceirização se apresenta como 
uma ferramenta adequada, pois visa repassar a terceiros, considerados 
especialistas em determinadas atividades, parte de suas tarefas, reduzindo com 
isso os custos (aumentando a eficiência) e ampliando a competitividade 
(eficácia). 
 
A Terceirização 
Terceirização é uma técnica administrativa pela qual se repassam algumas 
atividades (atividades-meio) para terceiros, com os quais se estabelece uma 
relação de parceria. 
 
Na terceirização a empresa contratante visa alcançar maior qualidade, 
produtividade e redução de custos, possibilitando maior ênfase na sua atividade 
principal, buscando a qualidade e fazendo cumprir os princípios estabelecidos e 
contratados. 
 
Curiosidade: Na saúde, a terceirização mais comum é a de cooperativas 
médicas para tratamento de pacientes em domicílio, o home care. 
 
A Terceirização sob o Enfoque das Empresas Modernas 
A terceirização continua sendo um dos temas mais discutidos no âmbito das 
organizações, independentemente do seu ramo de atividade, tamanho, origem 
ou localização. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 127 
Muitos gestores estudam a fundo o funcionamento desse processo para 
poderem decidir sobre a viabilidade ou não de sua introdução em cada cenário 
organizacional. 
 
O termo terceirização é amplamente utilizado no ambiente organizacional para 
referir-se ao processo evidenciado pela “tendência moderna” que consiste na 
concentração de esforços nas atividades essenciais, delegando a terceiros as 
ditas atividades complementares. 
 
Atividades mais indicadas para a terceirização 
Limpeza 
 
Portaria 
 
Logistica 
 
Jardinagem 
 
Recepção 
 
Envase e Empacotamento 
 
Dentre as atividades mais indicadas para a terceirização podemos citar: 
 
• Trabalho temporário; 
• Atividades de vigilância; 
• Atividades de conservação e limpeza; 
• Serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador. 
 
Nas organizações hospitalares, as atividades-fim são aquelas diretamente 
relacionadas a diagnóstico, terapêuticas e recuperação de pacientes, ao passo 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 128 
que as atividades-meio visam apoiar com eficiência e eficácia as tarefas 
finalísticas. 
 
Fundamento teóricos 
Ao optar pela terceirização, a organização deixa um campo conhecido e inicia 
relações pautadas em algum contrato específico, cujas características são 
diferentes do contrato de emprego. 
 
O contrato de terceirização sempre envolverá pessoas jurídicas, tendo, de 
um lado, a tomadora ou contratante, e, do outro, a executora das atividades ou 
contratada, que pode ser uma empresa mercantil ou uma cooperativa de 
trabalho. 
 
Tomadora ou contratante X executora das atividades ou contratada 
 
Fundamentos teóricos 
 
Um ponto importante a ser destacado quando tratamos de terceirização é o seu 
caráter não subordinativo, uma vez que a contratante não pode ter qualquer 
tipo de ingerência em relação aos recursos humanos da contratada, pois os 
trabalhadores envolvidos na atividade são diretamente subordinados à empresa 
contratada, que é a legítima empregadora. 
 
Início da terceirização no Brasil 
No Brasil, o processo de terceirização teve início por meio das técnicas de 
gestão trazidas por multinacionais, principalmente pelas montadoras de veículos 
que, apesar de instaladas no Brasil há cerca de 50 anos, intensificaram o 
processo de terceirização a partir de meados da década de 1990, com o 
aparecimento e o desenvolvimento de fornecedores a partir da demanda das 
montadoras.LOGÍSTICA HOSPITALAR 129 
Posteriormente, devido ao acirrado ambiente competitivo, em que se exigia o 
aprimoramento da qualidade dos produtos e da eficiência nos serviços de baixo 
custo, a racionalização econômica passou a ser a prioridade, visando a uma 
maior competitividade. Dessa maneira, a terceirização começou a ser 
implementada em atividades consideradas periféricas na produção, como a 
limpeza e a conservação e segurança patrimonial. Mais tarde, passou a permear 
as atividades-meio, tais como vigilância, transportes, informática, reprografia, 
telecomunicações, manutenção de prédios e equipamentos, dentre outras. 
 
Empresas brasileiras e a terceirização 
Os desdobramentos mais recentes da terceirização permitem compreendê-la 
como uma ferramenta adotada pelas organizações brasileiras, com delegação 
de grande parte das atividades de apoio e, diferentemente da sua concepção 
original, até mesmo de importantes etapas do processo produtivo. 
 
Um número significativo de empresas brasileiras adota a terceirização de 
maneira ampla e intensa, chegando a terceirizar até 100% do seu processo 
produtivo. 
 
Porque Terceirizar? 
Focar as questões do negócio 36% 
 
Suprir aumento da demanda 11% 
 
Aumentar a qualidade dos serviços 13% 
 
Trazer inovações para o negócio 4% 
 
Reduzir custos 36% 
 
Segundo experiências bem-sucedidas, a terceirização tem sido fundamental 
para garantir bons níveis de produtividade e lucratividade, pois: 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 130 
• Otimiza as escalas produtivas; 
• Reduz custos administrativos e custos com a força de trabalho; 
• Reduz número de processos e atividades; 
• Permite a concentração em atividades consideradas como estratégicas; e. 
• permite uma melhor gestão da força de trabalho, em razão da menor 
concentração de trabalhadores. 
 
Flexibilidade gerencial 
Com trabalhadores terceirizados, as organizações ganham maior flexibilidade 
gerencial. 
 
Os gestores podem examinar o desempenho dos terceirizados visando 
identificar aqueles que se sobressaem nas suas atividades para contratá-los 
diretamente no futuro. 
 
Como a demissão de trabalhadores é um ato custoso, ao invés de ter que 
demitir funcionários próprios, monitorar o desempenho dos terceirizados e 
contratar os que possuem alta performance é uma boa opção que as empresas 
têm para reduzir a necessidade de demitir funcionários no futuro. 
 
Problemas frequentes 
São várias as forças que impulsionam o crescimento da terceirização. Uma 
delas é a maior ou menor regulação das relações de trabalho, expressa em 
legislações mais ou menos restritivas. 
 
Ao optar pela terceirização as empresas também se deparam com problemas. 
Dentre eles destacam-se: 
 
A dificuldade de encontrar no mercado empresas qualificadas o suficiente para 
assumirem as atividades terceirizadas; 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 131 
Os erros de interpretação das encomendas por parte das terceiras, 
produtos/serviços que não atendem às especificações; 
 
Desrespeito aos prazos e dificuldade em definir o grau de apoio a ser 
dispensado às contratadas. 
 
Qualidade, preço, prazo, e inovação 
Daí, a importância de uma boa gestão dos fornecedores e do estreitamento da 
relação com esses. Para a escolha dos fornecedores existentes é essencial uma 
análise detalhada dos fatores que a organização julga importantes e que 
normalmente são baseados em critérios como qualidade, preço, prazo, e 
inovação. 
 
Qualidade: melhores padrões advindos de especialização; 
 
Preço: resultado da especialização, da competitividade e da busca de 
produtividade; 
 
Prazo: aliados precisam cumprir prazos para não comprometer o negócio; 
 
Inovações: decorrentes de foco mais específico e da especialização esperada do 
terceiro. 
 
Concentração de Fornecedores x Relacionamento 
A figura a seguir evidencia o tipo de relacionamento que geralmente as 
organizações mantém, evitando a troca frequente de fornecedores. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 132 
 
 
Consenso na literatura 
Do ponto de vista do empregado, há certo consenso na literatura de que a 
terceirização tende a levar: 
 
• A uma precarização nas relações de trabalho; 
• A condições de empregos múltiplos e, via de regra, adversas; 
• Ao recebimento de salários inferiores e abaixo do mercado; 
• A trabalhos sem formalização contratual e sem benefícios; 
• À atuação em condições de pressão acima da média; 
• Ao aumento da produtividade etc. 
 
Alguns problemas enfrentados 
Outro problema que diz respeito aos trabalhadores terceirizados, é que eles 
tendem a ser alvos de tratamento preconceituoso, na medida em que se forma 
uma concepção estereotipada deles, baseado em um pressuposto de que: 
 
• Possuem baixo conhecimento; 
• Possuem pouca qualificação; 
• Possuem pouca ética no trabalho; 
• São inferiores em relação aos trabalhadores das contratantes. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 133 
Esse estigma geralmente traz consequências negativas, uma vez que pode 
comprometer a autoestima, o bem-estar, a satisfação no trabalho, a 
performance e o comprometimento. 
 
 
Atenção 
 Portanto, devem as organizações estar sempre atentas para os 
fatores organizacionais e estruturais que levam à estigmatização 
dos trabalhadores terceirizados que pode ser um contrapeso aos 
benefícios que aspiram a atingir com a terceirização. 
Como a terceirização vem sendo amplamente utilizada no Brasil, 
os gestores vêm deparando-se com enormes desafios para lidar 
com tantos vínculos contratuais diferentes. 
Novas formas de relações de trabalho, como as oriundas da 
terceirização, implicam diferentes processos de gestão de 
pessoas, apontando novos desafios para os gestores. 
 
Profissionais com o perfil exigido 
Nesse contexto, a gestão de contratos tem sido a principal forma de garantir a 
qualificação. À gestão cabe verificar se as especificações acerca da qualificação 
dos terceirizados que são estabelecidas nos contratos são atendidas pelas 
contratadas. 
 
Normalmente, a área requisitante da organização aponta um perfil da 
qualificação desejada dos terceirizados e específica apenas o perfil dos 
ocupantes de alguns cargos considerados mais estratégicos para a prestação 
daquele tipo de serviço. 
 
Cabe às empresas terceiras participantes comprovar que têm profissionais com 
o perfil exigido. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 134 
Os contratos e sua gestão 
Segundo a Organização Mundial de Saúde, um sistema de saúde é composto de 
organizações, instituições, recursos e pessoas que têm por objetivo melhorar a 
saúde, sendo condição necessária para a eficiência desse sistema a integração 
dos setores relacionados a: 
 
Gestão de pessoas 
 
Infraestrutura 
 
Logística 
 
Recursos financeiros 
 
Entre outros. 
 
Nesse contexto, as Organizações Hospitalares (OH) têm como principal objetivo 
prover o bem-estar e a recuperação da saúde de seus pacientes. Para tanto, 
porém, as OH dependem de um número considerável de empresas que as 
proveem de equipamentos, materiais de consumo, serviços diversos e outros 
insumos essenciais ao exercício de suas atividades. Por sua vez, essas 
empresas satélites também são interligadas a outras instituições que as suprem 
materialmente, e assim sucessivamente, num processo complexo de relação 
cliente/provedor. 
 
O Contrato, e a sua importância 
Diante desse cenário, com o objetivo precípuo de garantir os interesses das 
partes envolvidas, surge um importante instrumento: o contrato, a mais 
comum e a mais importante fonte de obrigações devido às suas múltiplasformas e repercussões no mundo jurídico. Geralmente, quando determinado 
negócio resultar de um mútuo consenso, de um encontro de vontades, 
estaremos diante de um contrato. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 135 
 
Entretanto, muitos entendem que, quando um contrato é assinado, “a tarefa 
está concluída”. 
 
Esta não é e nem deve ser a nossa visão. A partir da assinatura de um 
contrato, entende-se que toda a atenção passa a ser necessária. 
 
Questionamentos como “Será que o fornecimento está sendo cumprido à 
risca?” ou “Será que a contratada cumprirá o prazo” passam a ser objeto de 
grande preocupação. Daí, a importância da Gestão e Fiscalização dos contratos. 
 
O Contrato 
A terminologia contrato vem do latim contractu, que significa “trato com”. Daí, 
contrato significar acordo entre vontades, trato, podendo emanar de duas ou 
mais vontades. 
 
Contrato é o acordo de duas ou mais vontades, na conformidade da ordem 
jurídica, destinado a estabelecer uma regulamentação de interesses entre as 
partes, com a finalidade de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir relações 
jurídicas de natureza patrimonial. 
 
O termo “contrato” pode ser usado para designar tanto negócio jurídico 
bilateral como o próprio instrumento, seja por escritura pública ou particular. 
 
Elementos Essenciais do Contrato 
São os itens que devem constar de todos os contratos, sob pena de nulidade. 
Além dos elementos essenciais gerais, isto é, comuns a todos os atos jurídicos, 
existem os elementos essenciais especiais, que devem existir somente em 
alguns contratos. 
 
Elemento I – Capacidade Plena das Partes 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 136 
Pressupõe a existência de duas ou mais pessoas (físicas e/ou jurídicas) capazes 
e aptas para contratar. Se as partes não forem capazes, o contrato pode ser 
nulo ou anulável. 
 
Exemplos: 
Contrato Nulo – absolutamente incapaz, não representado 
 
Contrato Anulável – relativamente incapaz, não assistido 
 
Elemento II – Consentimento Válido 
 
Pressupõe vontades livres e isentas de vício. As vontades correspondem a 
interesses contrapostos (ex.: na compra e venda, uma parte quer comprar e 
outra quer vender). 
 
Defeitos: erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão, fraude contra credores e 
simulação. 
 
Elemento III – Objeto do Contrato 
 
Não devemos confundir objeto (atuação das partes no contrato) com a coisa 
sobre a qual incide a obrigação. No contrato de compra e venda de um 
equipamento de Raio-X, o objeto não é o equipamento. Este é o bem em que a 
prestação se especializa. O objeto de quem compra é pagar o preço e de quem 
vende é entregar a coisa, no caso, o equipamento. 
 
Elemento IV – Forma Prescrita ou não defesa em Lei 
 
Em nosso Direito, a regra é que a forma é livre. Pode ser verbal ou por meio de 
um simples gesto. Em algumas circunstâncias exige-se maior formalidade e 
solenidade. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 137 
Quando a Lei exigir que um contrato tenha determinada forma especial, é 
dessa forma que deverá ser feito. 
 
Qualquer vício referente à forma torna o contrato nulo. 
 
A Importância da Gestão de Contratos 
Sabemos que os contratos celebrados regem as principais relações entre uma 
organização e seus clientes, fornecedores e colaboradores. Daí a importância de 
uma administração efetiva e ágil, uma vez que esta privará ou, pelo menos, 
minimizará os riscos e contribuirá para o incremento de benefício de tudo que 
foi contratado. 
 
Critérios de contratação bem elaborados e prazos precisos trazem vantagens 
significativas na hora de renegociar. 
 
O monitoramento das atividades relacionadas aos contratos, bem como o 
acompanhamento dos prazos, são fatores fundamentais que levam a 
organização a obter melhores vantagens no momento da renegociação 
contratual. 
 
Devido à falta de controle centralizado dos contratos, as organizações acabam 
mantendo contratos ativos de serviços que não são mais úteis. 
 
Tipos de contratos 
Veja os tipos de contratos mais utilizados: 
 
Contratos de Fornecimento: denominação dada com enfoque da 
contratação e gestão por parte da contratada, locatária ou outros da espécie 
que corresponde à parte que está fornecendo (entregando) o objeto à outra 
parte do contrato. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 138 
Contratos de Aquisição: denominação dada com enfoque da contratação e 
gestão por parte do Contratante, Locador ou outros da espécie que 
corresponde ao adquirente (tomador) do objeto da outra parte do contrato. 
 
Contratos de Parceria: denominação percebida por ambas as partes do 
contrato (Consórcios, Cooperados e outros), uma vez estabelecidas obrigações 
conjuntas para fornecer ou adquirir um objeto de terceiros. 
 
Na área de saúde podemos listar alguns dos principais tipos de contratos com 
que os profissionais se deparam e que podem (e devem) gerenciar e fiscalizar: 
 
• Aquisição de Equipamentos ou Suprimentos; 
• Contratação de Prestadores de Serviços de Recolhimento de Lixo Hospitalar; 
• Contratação de Planos de Saúde; 
• Contratos de Manutenção de Equipamentos; 
• Contratos de Locação de Equipamentos; 
• Credenciamento de Clínicas e Laboratórios; 
• Contratos de Prestação de Exames Laboratoriais; 
• Contratação de Empresas de Atendimento e Teleatendimento etc. 
 
Integração entre Gestão e Fiscalização de Contratos 
Gestão 
Foco na relação Contratual 
 
Fiscalização 
Foco na execução Contratual 
 
Execução 
 
Gestor/Gestão de Contratos 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 139 
Responsável pela condução plena do processo de contratação desde o 
levantamento da necessidade até a execução e encerramento do contrato 
(inclui o processo de seleção, contratação e acompanhamento). 
 
Fiscal/Fiscalização de Contratos 
Responsável por parte da atividade de gestão de contratos, mas que se 
concentra especificamente na cobrança do cumprimento do acordado pelas 
contratadas. 
 
Representante/Preposto da Contratada 
Geralmente uma pessoa física da Contratada, com plenos poderes de 
representação, e responsável pelo bom andamento do contrato, bem como pela 
condução e orientação dos colaboradores utilizados no processo. 
A execução dos serviços ou fornecimento de bens caberá a funcionário da 
contratada ou subcontratada desta, quando previsto no instrumento contratual. 
 
Quem Cala Consente? 
O silêncio de umas das partes não é percebido como um consentimento pelos 
doutrinadores. 
 
Existe certa convergência para o princípio: “qui tacet si liqui debuisset ac 
potuisset consentire videtur” (quem cala quando deveria e poderia falar, parece 
consentir), diferentemente do “qui tacent clamant” (quem cala consente). 
Em alguns casos, a imposição da reação ao consentimento silencia uma coação! 
 
Caso Real: Uma pessoa recebe um cartão de crédito com ordem para devolvê-
lo em caso de recusa. Se assim não o fizer considerar-se-á aceito o contrato de 
adesão e aos seus respectivos termos, inclusive com cobrança de anuidade? 
Isso parece mais uma coação! href="docs/a06_t24.pdf" Clique aqui e veja os 
principais benefícios da gestão de contratos. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 140 
Integração entre Gestão e Fiscalização de Contratos 
Veja quais são os pontos fundamentais na gestão de contratos: 
 
Equilíbrio Econômico-Financeiro do Contrato 
Há que se preservar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos, entendido 
como a relação entre a remuneração pactuada (preço) e os encargos (custo). 
 
Definição Imprecisa do Produto 
Outro ponto importante reside na definição dos objetivos e dos serviços que 
serão prestados que deveser feita da forma mais precisa possível, mensurada 
e qualificada por meio de indicadores quantitativos e qualitativos. 
Os indicadores podem ser de produção, produtividade, de qualidade e de 
satisfação dos usuários. 
 
A Escolha e a Organização dos Recursos 
O contrato deve especificar claramente os recursos que serão empregados para 
a consecução dos objetivos traçados. Logo, torna-se importante a definição de 
como esses recursos serão gerenciados. 
 
A Coordenação no Tempo e no Espaço 
O contrato deve definir quando e onde os serviços serão disponibilizados. Além 
disso, uma vez definido o prazo de vigência do contrato, o Gestor deve atentar 
para o seu cumprimento. 
 
O Sistema de Garantias 
O contrato deve prever um sistema de garantia que vise ao estabelecimento da 
responsabilidade das partes envolvidas, de modo a proteger cada parte contra 
o comportamento oportunístico da outra, definindo a penalização em caso de 
não cumprimento das responsabilidades assumidas. Além disso, é imperioso o 
estabelecimento do foro de discussão, em caso de litígio. 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 141 
Sistema de Monitoramento e Avaliação 
O contrato deve prever um sistema de monitoramento e avaliação, que deve 
ser composto por indicadores quantitativos e qualitativos, com parâmetros, 
periodicidades e fontes de verificação preestabelecidos. 
 
Portanto, é importante e útil o desenvolvimento de um sistema de informação 
gerencial (não necessariamente informatizado) para utilização pelos 
profissionais e gerentes, além da designação de responsáveis pelo 
monitoramento. 
 
A Fiscalização de Contratos na Lei nº 8.666/1993 (Administração 
Pública) 
Segundo o Artigo 67 da Lei nº 8.666/1993, a execução do contrato deverá ser 
acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração 
especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e 
subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição. 
 
O representante da Administração deve anotar, em registro próprio, todas as 
ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for 
necessário à regularização das faltas ou defeitos observados. 
 
As decisões e providências que ultrapassarem a competência do representante 
deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a adoção das 
medidas convenientes. 
 
A contratada deve sempre manter preposto, aceito pela Administração, no local 
do serviço, para representá-la na execução do contrato. 
 
Na Administração Pública, Fiscalizar é um dever, não é atividade 
discricionária! 
 
A experiência aponta que os contratos não são devidamente fiscalizados. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 142 
Atividade proposta 
Reflita: Voltando ao nosso exemplo das aulas iniciais referente à logística dos 
transplantes de órgãos, qual o real papel do transporte nesse processo: seria 
uma atividade-meio, de simples apoio? Ou uma atividade-fim, crítica, da qual 
depende diretamente o sucesso do empreendimento? 
 
Chave de resposta: A atividade de transporte, a exceção das empresas que 
atuam nesse ramo, costumeiramente é percebida como atividade-meio, de 
suporte. Entretanto, no caso em tela, reveste-se de suma importância, dada as 
peculiaridades do item a ser transportado e do próprio transporte em si, sendo 
considerada uma atividade-fim para as organizações hospitalares que atuam 
nesse segmento, não terceirizada e desempenhada por corpo técnico 
especializado da OH. 
 
Atividade proposta 
Reflita: Diante do atual cenário dos serviços de saúde no Brasil, a terceirização 
é uma tendência? 
 
Chave de resposta: O aumento crescente da competitividade no setor 
experimentado na última década induziu a necessidade de mudanças nas 
estruturas organizacionais, buscando agilidade e flexibilidade, para estarem 
bem posicionadas em seu ambiente. Esse cenário obriga as empresas a 
buscarem a flexibilização da produção e do trabalho, levando a tendência de 
descentralização, e foco na atividade-fim (core business), portanto a 
terceirização é uma realidade no atual cenário de saúde do Brasil. 
 
Atividade proposta 
Reflita: Quais as condições gerais para que a terceirização no mercado de 
medicina diagnóstica seja uma estratégia economicamente viável? 
 
Chave de resposta: Para objetivar os resultados esperados pela terceirização, 
o parceiro corporativo deve dar o suporte ideal às atividades a ele confiadas. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 143 
Para tanto, se faz necessário meios de avaliar a capacidade que este parceiro 
tem de oferecer os serviços com a qualidade desejada, bem como criar alianças 
fortes e duradouras, além da capacidade de geração de melhoria de 
desempenho no serviço proposto nos âmbitos assistencial e financeiro, assim 
como agregação de valor através das sinergias das marcas, gerado pelo 
contrato de terceirização. 
 
Referências 
BRASIL. Lei Federal nº 8.666, de 21 de junho de 1993. 
MARIA MALIK, Ana; Vecina Neto, Gonzalo. Gestão em Saúde. 1. ed. 
Guanabara Koogan, 2011. 
VIANA, Marco Aurélio S. Curso de direito civil: contratos. 1. ed. Rio de 
Janeiro: Forense, 2008. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
A terceirização é uma tecnologia que pode ser tipificada consoante dois critérios 
distintos: a natureza do trabalho ou atividade que é terceirizada e: 
a) A relação com os clientes internos. 
b) O modo pelo qual a terceirização se opera. 
c) Ao ganho de competitividade. 
d) Ao ganho de satisfação dos clientes. 
e) Ao aumento da qualidade dos serviços a serem oferecidos aos clientes. 
 
Questão 2 
Analise as proposições a seguir sobre a terceirização: 
I - Terceirização é contratação de serviços especializados realizados 
autonomamente por empresa terceirizada, não se tratando intermediação de 
mão de obra. 
II - É a empresa prestadora de serviços (terceirizada) que contrata, remunera e 
dirige o trabalho realizado por seus empregados, ainda que nas instalações 
físicas de empresa contratante. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 144 
III - A duração do contrato de prestação de serviços terceirizados celebrado 
entre as empresas não pode ser superior a três anos. 
IV - A empresa contratada deve prestar serviços especializados (know-how, 
conhecimento técnico específico) em relação ao objeto do contrato para 
caracterização da terceirização legítima. 
Assinale a alternativa correta: 
a) Apenas a proposição II é incorreta. 
b) Apenas a proposição III é incorreta. 
c) Apenas as proposições III e IV são corretas. 
d) Apenas as proposições II e IV são corretas. 
e) Todas as proposições são corretas. 
 
Questão 3 
Sobre a Terceirização foram feitas as seguintes afirmações: 
I - Atividade-meio é aquela que se presta a dar condições para que uma 
entidade pública ou privada atinja seus objetivos sociais. 
II - As atividades mais indicadas para a terceirização são aquelas que não 
fazem parte do chamado core business da organização. 
III - A gestão de contrato tem sido a principal forma de garantir a qualificação 
dos terceirizados. 
Está (ão) correta (s): 
a) Somente I 
b) Somente II 
c) Somente III 
d) Somente I e II 
e) I, II e III 
 
Questão 4 
As atividades mais indicadas para a terceirização em um ambiente hospitalar 
são aquelas que não fazem parte do chamado core business da organização, 
dentre as quais NÃO se enquadra: 
a) As atividades diretamente relacionadas à recuperação de pacientes. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 145 
b) A atividade de vigilância. 
c) As atividades de conservação e limpeza. 
d) Os serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador. 
e) O trabalho temporário.Questão 5 
No contrato administrativo, o equilíbrio econômico financeiro, também 
denominado equação econômica financeira significa: 
a) A relação que as partes estabelecem, inicialmente, no contrato, entre os 
encargos do contratante e a retribuição da Administração, para a justa 
remuneração do seu objetivo. 
b) A inalterabilidade das condições, vantagens e ônus recíprocos, nos 
contratos referentes a empréstimos externos para a realização de obras 
públicas. 
c) A observância das regras estabelecidas pela Organização Mundial do 
Comércio (OMC) para os contratos de financiamento firmados em moeda 
estrangeira. 
d) A legislação estabelecida pela União e executada pelo Banco Central, 
para ressarcir os prejuízos das pessoas físicas nos contratos de depósito, 
em caso de quebra de Bancos e outras instituições financeiras. 
e) Nenhuma das alternativas anteriores. 
 
Questão 6 
Assinale a opção que NÃO condiz com a importância de uma Gestão de 
Contratos: 
a) Critérios de contratação bem elaborados e prazos precisos trazem 
vantagens significativas na hora de renegociar. 
b) Devido à falta de controle centralizado dos contratos, as organizações 
acabam mantendo contratos ativos de serviços que não são mais úteis. 
c) A Gestão de Contratos se responsabiliza pela condução plena do 
processo de contratação desde o levantamento da necessidade até a 
execução e encerramento do contrato. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 146 
d) O Gestor do Contrato é o responsável pela cobrança do cumprimento do 
acordado com as contratadas. 
e) O Preposto é uma pessoa física da Contratada, com plenos poderes de 
representação, e responsável pelo bom andamento do contrato, bem 
como pela condução e orientação dos colaboradores utilizados no 
processo. 
 
Questão 7 
Dentre os principais benefícios da Gestão de Contratos destaca-se, EXCETO: 
a) Garantia da contratada perceber o pagamento antes mesmo de ter 
concluído a respectiva obrigação. 
b) Padronização do processo de contratação que evita que etapas sejam 
negligenciadas; 
c) O acompanhamento da tramitação do contrato em suas diversas fases 
reduzindo o ciclo de contratação. 
d) A redução de desperdícios pela possibilidade de descobrir contratos 
ativos de serviços que não são mais necessários ou foram contratados 
em duplicidade. 
e) Redução de riscos de perda de prazos. 
 
Questão 8 
Dentre as afirmativas abaixo, assinale a que não condiz com a realidade e 
legalidade da gestão e fiscalização de contratos. 
a) A gestão é a função de gerenciamento de todos os contratos; a 
fiscalização é pontual. 
b) A fiscalização do contrato consiste no acompanhamento e verificação do 
fiel cumprimento das condições contratuais estabelecidas e aceitas pelo 
contratado. 
c) O gerenciamento em sua amplitude exige a prática de atos voltados à 
negociação constante e adoção de estratégia e ações que garantam a 
execução do contrato até a executiva entrega do seu objeto. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 147 
d) Nos contratos administrativos, o contratado deverá manter preposto, 
aceito pela Administração, no local da obra ou serviço, para representá-
lo na execução do mesmo. 
e) Na Administração Pública, a fiscalização de contratos é uma atividade 
discricionária do gestor. 
 
Atividade-meio: É aquela que se presta a dar condições para que uma 
entidade pública ou privada atinja seus objetivos sociais. 
 
Core business: É uma expressão que significa "a parte central de um negócio 
ou de uma unidade de negócios". 
 
Aula 6 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - B 
Justificativa: A terceirização pode ser classificada conforme dois critérios: a 
natureza do trabalho ou atividade que é realizada e o modo pelo qual se opera 
a terceirização. Segundo a natureza do trabalho que é terceirizado, têm-se 
funções da área tecnológica e da área administrativa. Segundo o modo pelo 
qual a terceirização se opera, tem-se terceirização parcial e total. 
 
Questão 2 - D 
Justificativa: As afirmações I e II estão incorretas por que a Terceirização 
consiste na concentração de esforços nas atividades essenciais, delegando a 
terceiros as ditas atividades complementares. A opção I refere-se, em parte, às 
subcontratações pela terceirizada. Os prazos acordados nos contratos de 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 148 
terceirização dependerão de peculiaridades como demandas, limitações e 
outras, não havendo, portanto, a limitação a que se refere à afirmação III. 
 
Questão 3 - E 
Justificativa: A Terceirização é uma técnica administrativa pela qual se 
repassam algumas atividades (atividades-meio) para terceiros, com os quais se 
estabelece uma relação de parceria, possibilitando maior ênfase na sua 
atividade principal (core business), buscando a qualidade e fazendo cumprir os 
princípios estabelecidos e contratados. Nesse contexto, uma boa gestão dos 
contratos com terceirizadas é fundamental. 
 
Questão 4 - A 
Justificativa: Como sabemos, as atividades mais indicadas para a terceirização 
são aquelas que não fazem parte do chamado core business da organização. 
Assim, no contexto das organizações hospitalares, não podemos imaginar a 
terceirização de atividades diretamente relacionadas à recuperação de 
pacientes, por constituírem atividades-fim. 
 
Questão 5 - A 
Justificativa: Como sabemos, um dos principais pontos na gestão dos contratos 
é o seu equilíbrio econômico-financeiro, entendido como a relação entre a 
remuneração pactuada (preço) e os encargos (custo) e que deve ser 
preservada. 
 
Questão 6 - D 
Justificativa: A opção D está incorreta pois se refere a uma atividade de 
responsabilidade do Fiscal do Contrato, lembrando que ao Gestor competem 
atividades mais gerenciais. 
 
Questão 7 - A 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 149 
Justificativa: A opção A está incorreta, pois, a princípio, não é aconselhável o 
pagamento antecipado e, em alguns casos, como o das organizações públicas, 
essa prática é proibida! 
 
Questão 8 - E 
Justificativa: Na Administração Pública, fiscalizar é um dever, não é 
atividade discricionária! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 150 
Introdução 
Já sabemos que a logística é responsável por prover recursos, equipamentos e 
informações, onde e quando estes forem necessários, para a execução de todas 
as atividades de uma organização. 
 
O grande problema passa a ser como estruturar os sistemas de distribuição 
visando oferecer razoáveis níveis de serviço em termos de disponibilidade de 
estoque e tempo de atendimento. 
 
Nesse contexto, a atenção se volta para as instalações de armazenagem e para 
como elas podem contribuir para atender de forma eficiente as metas 
estabelecidas de nível de serviço. Além disso, a funcionalidade dessas 
instalações dependerá da estrutura de distribuição adotada. 
 
Portanto, nesta aula, serão descritas operações logísticas de recebimento, 
armazenagem e distribuição aplicáveis a uma organização de saúde, bem como 
os principais recursos disponibilizados pela tecnologia da informação 
empregados no dia a dia de suas atividades. 
 
Objetivo: 
1. Descrever as funções de armazenagem e distribuição, detalhando aspectos 
relacionados às organizações hospitalares; 
2. Apresentar os principais recursos disponibilizados pela tecnologia da 
informação para a contínua modernização das organizações 
de saúde. 
 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 151 
Conteúdo 
Armazenar ou estocar? 
Os termos "armazenagem" e "estocagem" normalmente são utilizados para 
identificar processos semelhantes, mas a diferençaentre os dois termos é 
muito simples: 
 
A armazenagem pode ser entendida como um conjunto de funções de 
recepção, descarga, carregamento, arrumação e conservação de matérias-
primas, produtos acabados ou semiacabados. 
 
A estocagem é o ato de guardar, estocar o produto em um local apropriado, 
de forma que se possa retirá-lo quando necessário. 
 
Em suma, a diferença entre armazenar e estocar é que, no primeiro, há todo 
um processo de recepção e expedição do produto, separação, estocagem; 
enquanto que, no segundo, há apenas o ato de “guardar” o produto em 
determinado local. 
 
Armazenagem de produtos 
A armazenagem de produtos pode ser justificada em qualquer fase (matéria-
prima, semiacabado ou acabado) pela autonomia que se pode ganhar sobre a 
linha de ação a ser tomada frente às prioridades aparentes do mercado, como: 
 
Variáveis envolvendo o mercado de transporte quando das suas oscilações. 
 
Administração entre demanda e oferta. 
 
Auxílio estratégico para o processo de produção. 
 
Como apoio comercial e ferramenta de marketing. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 152 
Instalações de armazenagem 
Denominamos de instalações de armazenagem todo o complexo de diferentes 
naturezas e finalidades, situado em áreas cobertas e descobertas, destinado a 
receber, armazenar e proteger adequadamente mercadorias soltas ou 
embaladas, de diferentes tipos, características e naturezas, oferecendo 
equipamentos de movimentação e total segurança às pessoas responsáveis 
pelo manuseio desses materiais. 
 
A existência de diversos tipos de instalações de armazenagem é consequência 
dos mais variados tipos e naturezas de cargas que demandam exigências 
específicas, ou seja, para cada natureza de carga, haverá um tipo de 
armazenagem adequado, o que pode orientar o emprego de áreas de 
armazenagem diferentes entre si. 
 
Dentre as instalações de armazenagem existentes, modernamente, a mais 
conhecida é o centro de distribuição, padronizado em dois tamanhos: 20 e 40 
pés. 
 
Centros de distribuição 
São áreas de armazenagem altamente sofisticadas, que dispõem de elevado 
nível de tecnologia de informação, e destinadas a operações de alta 
rotatividade, denominadas de crossdocking. Estas atividades visam ao 
recebimento de grandes lotes homogêneos, que serão desmontados e 
separados para montar pedidos de clientes e roteirizar a programação de 
entregas. 
 
Avance à próxima tela e veja o que são os crossdockings. 
 
Crossdocking: o que é? 
As operações do tipo crossdocking atendem a clientes comuns, em que carretas 
chegam de múltiplos fornecedores para, então, dar início ao processo de 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 153 
separação dos pedidos, com a movimentação das cargas da área de 
recebimento para a área de expedição. 
 
 
 
Para que haja sucesso na operação de crossdocking, é imprescindível um alto 
nível de coordenação entre os participantes (fornecedores, transportadores), o 
que normalmente é conseguido com a utilização de sistemas de informação, 
como transmissão eletrônica de dados e identificação de produtos através dos 
códigos de barra. 
 
Além disso, para coordenar o intenso e rápido fluxo de produtos entre as docas, 
é fundamental a existência e utilização de softwares de gerenciamento de 
armazenagem (WMS). 
 
As instalações de crossdockings que operam com alto nível de eficiência 
dispõem apenas de uma plataforma, com as docas de recebimento em um lado, 
e as docas de expedição no outro. 
 
Na operação, os produtos apenas atravessam a plataforma para serem 
embarcados. Não há, portanto, necessidade de grandes áreas para o estoque 
em trânsito, e a utilização de docas e veículos é muito maior. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 154 
Do contrário, quando há pouca ou nenhuma coordenação, com falta de 
sincronismo entre os recebimentos das cargas, será necessário maior espaço 
para manter o estoque, e os veículos, possivelmente, deverão aguardar maior 
tempo para ter sua carga completada. 
 
Principais vantagens da utilização de centros de distribuição 
O centro de distribuição constitui um dos mais importantes e dinâmicos elos da 
cadeia de suprimentos. Seu objetivo é o gerenciamento do fluxo de produtos e 
informações associadas, além de consolidar estoques e processar pedidos para 
a distribuição física. Dessa forma, reduz-se distâncias e prazos de entrega, 
contribuindo, assim, para o atendimento das necessidades dos consumidores. 
Dentre as principais vantagens da utilização de centros de distribuição, 
podemos destacar: 
 
Melhoria nos níveis de serviço em função de reduções no tempo e no 
desempenho das entregas ao cliente/usuário. 
 
Redução nos gastos com transporte de distribuição. 
 
Gestão de materiais facilitada. 
 
Aumento de produtividade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 155 
 
Atenção 
 A procura pela redução de custos, pelo melhor atendimento ao 
cliente e por competitividade têm ressaltado a importância de 
uma efetiva gestão da armazenagem não somente no que diz 
respeito à armazenagem física dos produtos e/ou materiais, mas, 
também, da movimentação de materiais e distribuição física, 
agregando valores através de diversas atividades. 
Entre outras atividades, a gestão da armazenagem envolve o 
planejamento do layout da área de armazenagem. 
 
Layout dos centros de distribuição 
Uma característica de qualquer CD moderno, independentemente de sua área 
ou pé-direito, é a ausência de colunas ou estruturas internas fixas. Para 
simplificar, um CD é como uma grande caixa vazia, dentro da qual são 
posicionadas unidades de estocagem com base em um layout. Seguem alguns 
exemplos de layouts: 
 
 
 
Com base no layout, podemos estabelecer um esquema lógico para endereçar 
os itens, como veremos em seguida. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 156 
Esquema lógico 
Com base no layout, podemos estabelecer um esquema lógico para endereçar 
os itens, como veremos em seguida. 
 
Métodos para endereçamento / localização de itens 
A movimentação de materiais, tanto na entrada quanto na saída, utiliza uma 
série de códigos que são lidos manualmente ou por meio de recursos de TI, a 
fim de que as informações e providências daí decorrentes sejam registradas nos 
sistemas de controle. 
 
O sistema de gestão de centros de distribuição somente pode trabalhar com 
eficiência se estiver em funcionamento um esquema de endereçamento lógico e 
único, de modo a evitar erros na movimentação de materiais. 
 
Unitização de cargas 
Esse é um dos elementos mais importantes no recebimento, armazenagem e 
distribuição de materiais, uma vez que contribui para a redução dos custos 
devido à racionalização do manuseio dos materiais, com ganho nos tempos de 
processamento e maior segurança no transporte e distribuição da carga. 
 
Você sabia? Unitizar cargas significa tornar única uma série de mercadorias de 
pesos, tamanhos e formatos distintos, permitindo, assim, a movimentação 
mecânica dessa unidade. 
 
Recebimento de materiais 
Após a execução das compras e decorrido o prazo de fornecimento, iniciam-se 
as tarefas relacionadas, como o recebimento dos insumos adquiridos. 
 
É a operação que antecede a armazenagem, cujo objetivo é o cumprimento do 
contrato de compra, materializando a recepção e conferências, especialmente 
de insumos tangíveis. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 157 
Armazenagem específica para ambientes hospitalares 
Do ponto de vista operacional, a área de armazenagem deve situar-se 
geograficamente de forma a favorecer os processos de inbound (entrada) e 
outbound(saída). Portanto, deve oferecer facilidades para a recepção de 
materiais provenientes do recebimento, bem como fluidez para o atendimento à 
demanda dos clientes internos. 
 
Além disso, deve ser um ambiente saudável, limpo, arejado, bem iluminado, 
com piso adequado, instalações fisicamente bem dimensionadas, layout 
funcional e acesso somente para pessoal devidamente autorizado. 
 
Armazenagem de fármacos 
Nos hospitais, a área de armazenagem da maioria dos insumos utilizados é 
denominada farmácia hospitalar, que cumpre duas funções fundamentais: 
 
• A primeira, geralmente, acumula as responsabilidades de recebimento de 
materiais com a preparação de medicamentos para a distribuição aos pacientes 
em doses individuais devidamente programadas; 
 
• A segunda função vital consiste na preparação de medicamentos e materiais 
de consumo para posterior utilização. 
 
Métodos para endereçamento/localização de itens 
Um código de endereçamento (CE) deve ter as seguintes configurações: 
 
 Código alfanumérico, com letras e números intercalados, a fim de facilitar a 
localização manual; 
 
 Identificação, da direita para a esquerda, de edificação de armazenagem, 
corredor, instalação de estocagem, localização horizontal e localização 
vertical. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 158 
Para exemplificar um sistema de endereçamento, vamos utilizar o CE 1.D.4.C.5. 
O código 1.D.4.C.5 tem o seguinte significado: o endereço do item de material 
corresponde ao 5; escaninho da terceira prateleira da estante, 4; localizada na 
rua D do centro de distribuição 1. 
 
Assim, o código 1.A.2.D.3: 
 
1 – Identifica o CD de número 1; outras unidades receberão números 
sucessivos; 
 
A – Identifica a rua A, devendo esta identificação ser feita da esquerda para a 
direita, estando o observador na frente do CD; 
 
2 – Identifica a instalação de estocagem (estante, por exemplo), numerada 
sequencialmente, da frente para os fundos, se estiver localizada em um dos 
lados; se necessário, ímpares à esquerda e pares à direita; 
 
D – Identifica uma prateleira ou um nível de porta-paletes, a partir de A, de 
baixo para cima; 
 
3 – Identifica um escaninho ou uma posição de porta-paletes, com numeração 
a partir da rua onde está localizada a instalação de estocagem a que pertence. 
 
Unitização de cargas 
O primeiro sistema utilizado amplamente na logística para unitização de cargas 
é a paletização, que consiste na colocação de volumes de cargas fracionadas 
sobre os estrados padronizados, cujo conjunto é integrado em uma única 
unidade, destinado a ser movimentado por empilhadeiras ou paleteiras. O 
palete é o unitizador empregado para a união das mercadorias na paletização. 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 159 
Existem paletes dos mais diversos materiais (madeira, metal, plástico ou outro 
material) e dimensões, sendo que eles são criados tendo em mente o princípio 
da adequação ao uso, podendo ser: 
 
Descartáveis (one way): servem apenas para uma única operação de transporte 
ou armazenagem, sendo depois destruídos; 
 
Reusáveis: destinam-se a várias e sucessivas operações e/ou armazenagem; ao 
fim de cada operação, são devolvidos. 
 
O uso da paletização permite uma série de vantagens, tais como: 
 
 Otimização dos espaços em armazéns, fábricas e caminhões; 
 Redução no tempo e custos de movimentação; 
 Redução de acidentes pessoais; 
 Diminuição no tempo de operação de carga e descarga; 
 Redução nos furtos; 
 Simplificação no controle de inventários; 
 Diminuição de danos nos produtos, entre outros. 
 
O segundo grande recurso para unitização de carga e que funciona como uma 
instalação de armazenagem é o contêiner, estrutura padronizada 
internacionalmente (20 ou 40 pés de comprimento), com formato retangular, 
construída em aço, alumínio ou fibra, para o transporte unitizado de 
mercadorias e suficientemente forte para resistir ao uso repetitivo. 
 
Você sabia? O contêiner não é considerado embalagem, mas, sim, um 
acessório do veículo transportador, sendo, no Brasil, normalizado pela 
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) através da Norma NB-443. 
Que tal pesquisar sobre os diversos contêineres existentes e suas finalidades? 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 160 
Recebimento de materiais 
Diversas atividades compõem o recebimento de materiais: 
 Verificação: comparação da documentação fiscal de cada insumo adquirido 
com o constante nos pedidos de compra (especificação, quantidades, condições 
comerciais); 
 Identificação: identificar os itens recebidos de acordo com a sistemática 
adotada pela organização; como exemplo, podemos adotar o código de barras; 
 Armazenamento: encaminhar os itens recebidos para armazenagem ou 
utilização; no âmbito hospitalar, trata-se de encaminhá-los para a guarda até o 
momento do consumo; 
 Devolução: restituir ao fornecedor os itens defeituosos ou entregues em 
quantitativo superior ao acordado, sempre documentando tais fatos. 
 
Eventuais discrepâncias de natureza física ou contábil devem ser formalmente 
registradas e encaminhadas para tratamento pelas áreas responsáveis. 
 
Além do recebimento físico, o recebimento contábil inclui, após conferências já 
referidas, o encaminhamento da documentação para providências de 
pagamento, envolvendo, em geral, as áreas de compras, almoxarifado e, 
principalmente, contas a pagar. 
 
As etapas do processo de recebimento detalhadas são muito parecidas com as 
existentes na maioria das organizações. No caso específico de medicamentos, 
além dos cuidados já vistos, deve-se realizar uma rigorosa conferência no que 
diz respeito à denominação do produto, fórmula farmacêutica, detalhes alusivos 
à concentração, identificação do lote, prazo de validade e registro no Ministério 
da Saúde. 
 
Armazenagem específica para ambientes hospitalares 
Especialmente no setor de saúde, muitos insumos, como matérias-primas, 
princípios ativos excipientes, etc., podem ser vulneráveis a condições severas 
de armazenagem, motivos pelos quais os cuidados descritos são importantes 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 161 
para se evitar a perecibilidade de insumos. Em um ambiente hospitalar, muitas 
são as áreas específicas em termos de armazenagem, como, por exemplo, de 
insumos para nutrição e dietética, de insumos para lavanderia, para 
manutenção, de gases medicinais e outras, mas uma merece atenção especial: 
a armazenagem de fármacos. 
 
Armazenagem de fármacos 
Convencionalmente, uma farmácia hospitalar costuma armazenar três tipos de 
mercadorias: 
 
 Medicamentos de prateleira: artigos descartáveis como agulhas, seringas e 
demais artigos tipicamente farmacêuticos; 
 Medicamentos passíveis de controles específicos: psicotrópicos e outros 
fármacos causadores de dependência química ou psíquica; 
 Artigos refrigerados: medicamentos, antibióticos e outros itens sensíveis à 
temperatura ambiente ou a variações bruscas de temperatura. 
 
Saiba mais: consulte a Resolução RDC 189, de 18 de julho de 2003, que 
dispõe sobre a regulamentação dos procedimentos de análise, avaliação e 
aprovação dos projetos físicos de estabelecimentos de saúde no Sistema 
Nacional de Vigilância Sanitária. 
 
Tecnologia aplicada às organizações de saúde 
Como já sabemos, as atividades de armazenagem são complexas e exigem 
procedimentos bem definidos e detalhados, não permitindo falhas nas 
informações, pois esses tipos de equívocos podem acarretar problemas de 
todos os tipos e naturezas. 
 
Logo, muitas são as razões para a implantação de sistemas informatizados de 
movimentação e gerenciamento dasoperações, de forma a propiciar: 
 
- Racionalização das entradas de dados. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 162 
- Digitação das informações diretamente dos documentos produzidos, sem a 
necessidade de transcrições. 
 
- Desburocratização e racionalização das rotinas. 
 
- Aumento de qualidade e da produtividade no processamento das informações 
operacionais. 
 
No caso de organizações hospitalares, as aplicações mais comuns, na área 
operacional, são os códigos de barras e os sistemas RFID (Radio Frequency 
Identification). Na área gerencial, os sistemas de gerenciamento eletrônico de 
armazenagem do tipo WMS (Warehouse Management System) são os mais 
utilizados. 
 
A seguir, serão descritos alguns elementos relacionados à tecnologia aplicada 
na gestão logística. 
 
Códigos de barras 
O primeiro elemento significativo da revolução tecnológica na gestão logística 
foi o código de barras (CB), que, nos últimos anos, vem desempenhando papel 
relevante no processo de informatização nas áreas de produção e logística. 
 
De acordo com a Associação Brasileira de Automação (GS1 Brasil), antiga EAN 
Brasil, o código de barras é uma forma de representação numérica que viabiliza 
a captura automática dos dados por meio da leitura óptica nas operações 
automatizadas. 
 
Assista ao vídeo e veja como funciona o código de barras no dia a dia das 
pessoas. 
 
Barra: consiste na parte escura do código (normalmente preta); ela absorve a 
luz e codifica um em cada módulo de barra; 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 163 
Espaço: consiste na parte clara do código (geralmente o fundo que o código é 
impresso); ele reflete a luz, e cada módulo é codificado como “zero”; 
 
Caractere: cada número ou letra codificado com barra e espaço; 
 
Caractere inicial e final: indicam ao leitor de código o início e o fim do 
código; estes caracteres podem ser representados por uma letra, um número 
ou outro símbolo, dependendo do padrão do código em questão; 
 
Separadores: servem para indicar as extremidades do código e indicar ao 
leitor o sentido que o código está sendo lido; este separador serve também 
para permitir que o código seja lido nos dois sentidos: 
 
 
 
Zonas Mudas: também conhecidas como quites zones, são as margens, anterior 
e posterior aos caracteres inicial e final, respectivamente, formadas por 
espaços. Elas são extremamente importantes para o reconhecimento do código 
pelo leitor e, se forem excluídas, poderão impossibilitar a interpretação do 
código de barra, gerando, assim, uma leitura nula. 
 
Sinais de Enquadramento: delimitam uma área retangular onde devem estar 
contidos, exclusivamente, todos os elementos do código. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 164 
Densidade do Código de Barra: é caracterizada pela relação entre a quantidade 
de módulos ou caracteres e o espaço ocupado por eles, uma vez impressos; 
 
Módulo: consiste no elemento mais estreito do código, sejam eles uma barra 
ou espaço. Os separadores, as zonas mudas, os caracteres especiais, ou seja, 
todos os elementos que compõem o código de barras são múltiplos do módulo 
quanto à largura. Podemos dizer que o módulo é a unidade mínima e básica do 
código de barras, cujo tamanho é definido diretamente pela densidade do 
código; 
 
Flag: é empregado no sistema EAN no início do código para indicar o país de 
origem do produto. Já no UPC, ele também se situa no início do código, mas 
indica o tipo de produto; 
 
Dígito verificador: utilizado para detectar erros durante a varredura, 
evitando, assim, a leitura errônea e também adulterações, sendo constituído 
por um elemento calculado a partir de um algoritmo que emprega os demais 
números do código. 
 
 
Como é feita a codificação em barras? 
Por convenção, identifica-se os dígitos da seguinte maneira: 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 165 
 
 
Atualmente, existem vários padrões para código de barras, cada um utilizado 
conforme sua aplicação. Os tipos existentes são: EAN, CodaBar, ITF, JAN, Post 
Net, UPC, Pharmacode. 
 
Estrutura do código de barras 
O tipo mais comum é o EAN-13, utilizado para identificar bens de consumo em 
geral. A estrutura do código, exclusivamente numérico, é: 
 
 
 
• Os três primeiros dígitos, atribuídos pela GS1 internacional, representam o 
país onde é produzido o item (os produtos brasileiros são identificados pelos 
dígitos 789); 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 166 
• Os quatro, cinco ou seis dígitos seguintes, atribuídos pela GS1 Brasil, 
identificam a empresa produtora do item; 
• Os demais números, com exceção do último (que é denominado dígito de 
verificação), servem para identificar o item (também chamado de SKU) e são 
atribuídos pela empresa produtora. 
 
RFID (Radio Frequency Identification) 
Com a finalidade de compartilhamento de informações em tempo real, o 
processo evolutivo do desenvolvimento tecnológico fez surgir outro sistema de 
identificação de produtos: a tecnologia RFID (Radio Frequency Identification) 
ou Identificação de Dados por Radiofrequência. 
 
Na sua composição, existem dois componentes: o identificador (tag), que é um 
dispositivo de identificação anexado a um item que se deseja rastrear; e o 
leitor, que é um dispositivo que consegue reconhecer a presença de 
identificadores RFID e ler as informações armazenadas neles. O leitor pode se 
comunicar a outro sistema e informar a presença dos itens identificados. 
 
Aplicações da RFID 
Diversas são as aplicações para essa tecnologia, que ainda está em fase de 
difusão e consolidação. 
 
Na pecuária: fazendas brasileiras identificam o gado de corte com etiquetas 
eletrônicas (chips) colocadas na orelha do animal, que armazenam informações, 
como vacinação, peso, alimentação e dados da genética do animal. 
 
Pedágios: sistemas automáticos de pedágio, como o Sem Parar/Via Fácil. Os 
carros que possuem uma etiqueta/equipamento são reconhecidos, e a cancela 
abre sozinha. 
 
Pagamento via celular: com a identificação por rádio frequência, é possível 
realizar pagamentos via telefone celular. Através da identificação dos sinais, o 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 167 
banco recebe os dados da compra e desconta da conta bancária ou informa o 
valor a ser debitado em fatura de cartão de crédito. 
Identificação biométrica: esta tecnologia também pode facilitar a vida das 
pessoas através de identificações biométricas, como passaportes e documentos 
de identidades; desta forma, um chip de RFID seria implantando em um único 
documento, e ali estariam contidas todas as informações básicas a seu respeito: 
números de documentos, cor dos olhos, altura, impressões digitais, etc. 
 
Passaporte com Chip RFID 
 
Na logística: a tecnologia vem sendo usada também na área de logística, 
principalmente no recebimento e expedição de mercadorias. 
 
A agilidade no recebimento de produtos nos centros de distribuição é uma das 
principais vantagens percebidas. Os paletes passam por um portal, e a antena 
captura as informações do chip por meio de ondas de radiofrequência e, 
automaticamente, os produtos são incorporados ou desincorporados ao/do 
estoque do centro de distribuição. 
 
O objetivo é que a tecnologia seja amplamente utilizada em toda a cadeia de 
suprimento como forma de integração e compartilhamento de informações. 
 
Na saúde: na área da saúde, vêm sendo estudados diversos procedimentos 
para a utilização da RFID no controle e movimentação de instrumentos 
hospitalares e na dispensação de medicamentos. 
 
Obstáculos ao uso da RFID 
 
Baterias de baixo rendimento 
Um problema é a vida útil de uma bateria para etiquetas ativasde RFID, que 
ainda é muito curta, o que geraria certo transtorno ao invés de comodidade, 
pois ela precisaria ser reposta em pouco tempo. Além disso, isso impede 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 168 
também o desenvolvimento de processos mais elaborados que utilizem a RFID, 
o que demandaria ainda mais energia de seus dispositivos. 
 
Preço 
Apesar de esta tecnologia vir se consolidando ao longo dos anos, ainda existem 
vários empecilhos para sua implantação em larga escala. Talvez o principal 
deles seja o preço, pois, para usá-la, serão necessários vários outros 
equipamentos, e isso, para produtos de baixo custo (e baixo retorno 
financeiro), acaba não sendo a melhor alternativa. 
 
Segurança 
Existe também o problema com a segurança, pois ainda não foi desenvolvido 
nenhum sistema à prova de interceptações. Mesmo as etiquetas passivas, que 
possuem alcance de apenas alguns metros, ainda se encontram vulneráveis a 
leituras indevidas de dados, o que pode causar vários danos. Pensando em uma 
situação em que você carregue seus dados, como senhas de cartões, números 
de documentos e tudo mais, em um dispositivo presente em sua roupa, em seu 
celular ou em sua mão, a possibilidade de roubo de informações torna-se ainda 
maior e mais perigosa. Contra isso, alguns estudos vêm sendo realizados, e 
sistemas de criptografia de dados, implementação de códigos e também 
dispositivos metálicos, como “embalagem” das etiquetas, têm sido apontados 
como itens para garantir a segurança e a privacidade do RFID. Esta tecnologia 
tem evoluído constantemente; entretanto, para a sua difusão, a redução do 
tamanho e o custo do dispositivo de funcionamento, além do aumento da 
capacidade de armazenamento, figuram como grandes desafios. 
 
Recursos de rastreamento de cargas via satélite 
Fato é que, devido à quantidade de recursos tecnológicos disponíveis, a 
logística tornou-se mais complexa, com maiores custos envolvidos. 
Os investimentos em logística também se tornaram vultosos. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 169 
Por exemplo, a tecnologia de rastreamento via satélite transformou os 
veículos de transporte em verdadeiros CDs móveis, com toda a flexibilidade que 
se possa imaginar. 
 
Nesse contexto, podemos destacar a importância do sistema Global Position 
System (GPS), que fornece dados sobre a posição (latitude e longitude), 
velocidade, altura e tempo. 
 
Reflexão 
Você deve estar se perguntando: que relação existe entre o 
rastreamento e as organizações de saúde? 
 
Muitas, responderíamos. Eis algumas: 
 
Os produtos farmacêuticos têm, em geral, custos elevados e pequeno volume. 
No Brasil, os transportadores desses produtos são um dos alvos prediletos de 
assaltantes de caminhões, principalmente quando sabem que os veículos 
transportam itens de grande valor. Nesse contexto, o rastreamento permite um 
maior controle, incluindo cercas eletrônicas, recurso que permite identificar 
qualquer desvio de rota. 
 
Por questões de custo operacional, alguns usuários, como hospitais e farmácias, 
procuram trabalhar com níveis reduzidos de estoques e, para garantirem o 
suprimento, utilizam os recursos de rastreamento dos distribuidores para o 
atendimento de demandas no menor tempo possível. 
 
No caso dos transplantes, as operações logísticas pré-cirúrgicas devem ser 
monitoradas com rigor para que o objetivo final seja alcançado. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 170 
Sistemas de Gestão de Centros de Distribuição ou Warehouse 
Management System (WMS) 
Os sistemas de gerenciamento eletrônico de armazenagem do tipo WMS 
(Warehouse Management System) são softwares de gerenciamento de 
informações que controlam eletronicamente as operações em áreas de 
armazenagem e reduzem o nível de interveniência humana no processo, 
eliminando erros e agilizando os procedimentos. 
 
Esses softwares auxiliam na busca de melhorias nos processos de 
armazenamento e distribuição de materiais, através de algumas funcionalidades 
como: roteirização, parametrização de cargas, controle on line de 
inventários, etc. 
 
De forma geral, os WMS proporcionam alto nível de controle, menos suscetível 
a falhas e mais dinâmico no gerenciamento de informações e resolução de 
tarefas, utilizando dados recebidos de diversas fontes. 
 
A gestão estratégica do tempo, após a implementação de um WMS, gera uma 
sensível redução de custos, principalmente no quesito de eficiência de mão de 
obra e na redução da quantidade de estoques, ferramentas fundamentais para 
estimular a competitividade e agregar valor ao produto final. 
 
Objetivos básicos de um WMS 
Veja quais são os objetivos básicos de um WMS: 
 
Aumentar a precisão das informações de estoque 
 
A preocupação com a precisão e acuracidade das informações é justificável, 
uma vez que faltas e excessos de estoque são prejudiciais tanto à organização 
hospitalar quanto aos seus clientes/pacientes. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 171 
Com a implementação de um WMS, o controle de estoque se dá em tempo real 
e digitalmente, sem a necessidade de verificação in loco num centro de 
distribuição, por exemplo. 
 
É possível efetuar um total controle sobre prazos de validade, datas de 
entrada/saída de medicamentos, por exemplo, com baixíssimo percentual de 
erros. 
 
Aumentar a velocidade e qualidade das operações 
As operações de recebimento e separação dos pedidos devem ser muito bem 
elaboradas para que seja prestado um atendimento mais dinâmico e sem erros. 
 
Aumentar a produtividade 
A habilidade dos sistemas de trabalhar com equipamentos de movimentação 
automatizados propicia uma redução de custos com pessoal e de dispositivos 
tecnológicos se compararmos com os antigos sistemas tradicionais. 
 
Input x Output de um WMS 
A principal função de um sistema de gerenciamento é processar informações 
inseridas no sistema pelo usuário (input) e informar quais são os melhores 
procedimentos a serem adotados em relação aos dados analisados (output). 
 
Após a inserção das informações necessárias no sistema para o seu “raciocínio”, 
como tipo de produto, prazo de validade, composição, layout e embalagem, as 
análises feitas pelo software englobam, entre outras: estratégias de 
endereçamento, priorização de tarefas, parametrizações, e controle e separação 
do estoque. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 172 
 
 
Implantação de um WMS 
A implantação de sistemas WMS acaba sendo uma reação às demandas do 
ambiente em que as organizações estão inseridas, levando-as a investir no 
processo logístico. 
 
Os projetos de implantação de sistemas de gerenciamento são extremamente 
complexos devido ao fato de exigir a integração de várias áreas e tecnologias 
diferentes, tais como: terminais remotos, sistemas de radiofrequência, 
scanners, equipamentos de manuseio, transporte e estocagem. 
 
 
Atenção 
 Os altos investimentos e esforços necessários para sua 
implementação exigem uma abordagem extremamente 
disciplinada no desenvolvimento e execução do projeto. 
A base para o sucesso de um projeto de automação de 
armazenagem é o entendimento claro do que precisa ser feito, 
como e quando fazê-lo. 
Atualmente, a implantação de sistemas WMS é justificada pela 
necessidade de vantagens competitivas e pela busca incessante 
de redução de custos, na qual citamos sistemas de inteligência 
artificial, maior qualificação dos profissionais envolvidos no 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 173 
processo, melhor aproveitamento de espaço físico e circulação 
dos materiais. 
 
Atividade proposta 
Reflita sobre o seguinte questionamento: 
O RFID substituirá o código de barras?Chave de resposta: 
Imagine que, para pagar suas compras, você só precise passar com o carrinho 
cheio por perto de um receptor, na saída do supermercado? 
Pois é, com o RFID, as compras ficariam mais ou menos assim, pois uma 
antena seria capaz de identificar tudo o que você está levando e geraria uma 
fatura a partir disso. 
 
Entretanto, especialistas garantem que a tecnologia RFID não deve substituir o 
código de barras, mas, sim, que os dois podem coexistir normalmente, pois a 
demanda de cada uma dessas tecnologias pode ser diferente, de acordo com a 
finalidade de determinados produtos e equipamentos. 
 
 
Material complementar 
 
Para saber mais sobre código de barras, vejas os vídeos disponíveis 
em nossa galeria de vídeos. 
 
 
Referências 
BALLOU, R. H. Logística Empresarial: Transporte, administração de materiais 
e distribuição física. São Paulo: Atlas, 2011. 
BOWERSOX, D.; CLOSS, D. Logística Empresarial. São Paulo: Atlas, 2004. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 174 
CHRISDTOPHER, M. Logística e Gerenciamento da Cadeia de 
Suprimentos. São Paulo: Cengage Learning, 2009. 
FERREIRA, F. A. Administração de Material. Rio de Janeiro: CNI. 
MACHLINI, C; BARBIERI, J. Logística Hospitalar. São Paulo: Saraiva, 2009. 
MARIA MALIK, Ana; VECINA NETO, Gonzalo. Gestão em Saúde. Ed.1. 
Guanabara Koogan, 2011. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
A integração da função armazenagem ao sistema logístico deve ser total, pois é 
um elo importante no equilíbrio do fluxo de materiais. Os fatores básicos que 
determinam a necessidade de armazenagem são, exceto: 
a) Diminuição da velocidade na movimentação. 
b) Equilíbrio sazonal. 
c) Garantia da continuidade da produção. 
d) Custos e especulação. 
e) Redução dos custos de mão de obra. 
 
Questão 2 
Dentre as vantagens da utilização de um centro de distribuição, destaca-se, 
exceto: 
a) A duplicação de pessoal em vários armazéns. 
b) A centralização do controle. 
c) A redução do custo com transporte. 
d) A redução do tempo de entrega ao cliente. 
e) A imediata identificação do nível de estoque. 
 
Questão 3 
Dentre as vantagens da paletização, podemos destacar, exceto: 
a) Otimização dos espaços em armazéns, fábricas e caminhões. 
b) Redução no tempo e custos de movimentação. 
c) Redução no tempo de operação de carga e descarga. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 175 
d) Simplificação no controle de inventários. 
e) Espaços perdidos dentro da unidade de carga. 
 
Questão 4 
Recipiente construído de material resistente, destinado a propiciar o transporte 
de mercadorias com segurança, inviolabilidade e rapidez, dotado de dispositivo 
de segurança aduaneira e que atende às condições técnicas e de segurança 
previstas pela legislação nacional e pelas convenções internacionais ratificadas 
pelo Brasil. Estamos nos referindo ao conceito de: 
a) Contêiner 
b) Granel 
c) Draga 
d) Galpão 
e) Armazém 
 
Questão 5 
Como sabemos, diversas operações compõem o recebimento de materiais. 
Assinale a alternativa que não contempla uma dessas atividades. 
a) Verificação 
b) Identificação 
c) Armazenamento 
d) Devolução 
e) Pagamento 
 
Questão 6 
Como sabemos, são muitas as razões para a implantação de sistemas 
informatizados de movimentação e gerenciamento das operações. Assinale a 
opção que não contempla um dos objetivos desse investimento. 
a) Racionalização das entradas de dados. 
b) Digitação das informações diretamente dos documentos produzidos, sem 
a necessidade de transcrições. 
c) Racionalização das rotinas. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 176 
d) Aumento de qualidade e da produtividade no processamento das 
informações operacionais. 
e) Burocratização das rotinas. 
 
Questão 7 
Assinale a alternativa que contemple uma forma de representação numérica 
que viabilize a captura automática dos dados por meio da leitura óptica nas 
operações automatizadas. 
a) Radio Frequency Identification – RFID 
b) Warehouse Management Systems – WMS 
c) Customer Relationship Management – CRM 
d) Código de barras 
e) Transport Management System – TMS 
 
Questão 8 
Dentre os principais obstáculos ao uso da tecnologia RFID, podemos destacar: 
a) Velocidade de Comunicação 
b) Imprecisão 
c) Concorrência do código de barras 
d) Custo e segurança 
e) Irrastreabilidade 
 
Questão 9 
Dentre os objetivos básicos de um WMS, podemos destacar, exceto: 
a) Aumentar a precisão das informações de estoque. 
b) Aumentar a velocidade das operações. 
c) Aumentar a qualidade das operações. 
d) Aumentar a produtividade. 
e) Aumentar o fluxo de tramitação de documentos. 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 177 
Questão 10 
Sabemos que os produtos farmacêuticos têm, em geral, custos elevados e 
pequeno volume, e que, no Brasil, os transportadores desses produtos são um 
dos alvos prediletos de assaltantes de caminhões, principalmente quando 
sabem que os veículos transportam itens de grande valor. Nesse contexto, de 
que dispositivo, geralmente, podemos dispor para rastrear indesejáveis desvios 
de rota? 
a) Código de barras 
b) WMS 
c) GPS 
d) GS1 Brasil 
e) EAN-18 
 
SKU (Store Keeping Unit): É a menor unidade de um produto movimentado 
por uma empresa; por exemplo: um pacote de gaze colocado numa gôndola de 
supermercado é um SKU. 
 
WMS: Warehouse Management System (Sistemas de Gestão de Centros de 
Distribuição). 
 
Aula 7 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - A 
Justificativa: Com a armazenagem de materiais, obviamente, não se pretende a 
redução da velocidade de movimentação deles. Na verdade, o que se busca de 
um bom sistema de armazenagem é a melhoria dos fluxos em termos de tempo 
e custos. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 178 
Questão 2 - A 
Justificativa: Como sabemos, a utilização dos centros de distribuição tem 
vantagens e alguns óbices e, certamente, o fato de termos que alocar pessoal 
numa nova estrutura de armazenagem, no âmbito de recursos e custos 
envolvidos, é ponto complicador. Todas as demais alternativas contemplam 
vantagens da utilização desse tipo de estrutura de armazenagem e distribuição. 
 
Questão 3 - E 
Justificativa: Como sabemos, unitizar cargas significa tornar única uma série de 
mercadorias de pesos, tamanhos e formatos distintos, permitindo, assim, a 
movimentação mecânica dessa unidade. Como a paletização é uma das formas 
de operacionalizar a unitização, esse sistema busca otimizar grandes áreas, 
minimizando, assim, espaços perdidos. As demais alternativas contemplam 
algumas de suas vantagens. 
 
Questão 4 - A 
Justificativa: O contêiner é um recurso utilizado para unitização de carga e que 
funciona como uma instalação de armazenagem. É uma estrutura padronizada 
internacionalmente (20 ou 40 pés de comprimento), com formato retangular, 
construída em aço, alumínio ou fibra, para o transporte unitizado de 
mercadorias e suficientemente forte para resistir ao uso repetitivo. 
 
Questão 5 - E 
Justificativa: Além do recebimento físico, o recebimento contábil inclui, após 
conferências já referidas, o encaminhamento da documentação para 
providências de pagamento, envolvendo, em geral, as áreas de compras, 
almoxarifado e, principalmente, contas a pagar. Entretanto, a atividade de 
pagamento se configura como atividade no rol de responsabilidade do 
recebimento. 
Verificação: comparação da documentação fiscal de cada insumo adquirido 
com o constante nos pedidos de compra (especificação, quantidades, condições 
comerciais). 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 179 
Identificação: identificar os itens recebidos de acordo com a sistemáticaadotada pela organização; como exemplo, podemos adotar o código de barras. 
Armazenamento: encaminhar os itens recebidos para armazenagem ou 
utilização; no âmbito hospitalar, trata-se de encaminhá-los para a guarda até o 
momento do consumo. 
Devolução: restituir ao fornecedor os itens defeituosos ou entregues em 
quantitativo superior ao acordado, sempre documentando tais fatos. 
 
Questão 6 - E 
Justificativa: Como já sabemos, as atividades de armazenagem são complexas 
e exigem procedimentos bem definidos e detalhados, não permitindo falhas nas 
informações passíveis de acarretar problemas de todos os tipos e naturezas. 
Logo, muitas são as razões para a implantação de sistemas informatizados de 
movimentação e gerenciamento das operações, de forma a propiciar, dentre 
outras, a racionalização das entradas de dados; a digitação das informações 
diretamente dos documentos produzidos, sem a necessidade de transcrições; a 
racionalização das rotinas; e o aumento de qualidade e da produtividade no 
processamento das informações operacionais. Entretanto, não se pretende, 
com isso, a burocratização das rotinas, mas, sim, o inverso. 
 
Questão 7 - D 
Justificativa: O primeiro elemento significativo da revolução tecnológica na 
gestão logística foi o código de barras (CB), que, nos últimos anos, vem 
desempenhando papel relevante no processo de informatização nas áreas de 
produção e de logística. De acordo com a Associação Brasileira de Automação 
(GS1 Brasil), antiga EAN Brasil, o código de barras é uma forma de 
representação numérica que viabiliza a captura automática dos dados por meio 
da leitura óptica nas operações automatizadas. 
 
Questão 8 - D 
Justificativa: A tecnologia RFID tem evoluído constantemente; entretanto, para 
a sua difusão, a redução do tamanho e do custo do dispositivo de 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 180 
funcionamento, além do aumento da capacidade de armazenamento e de sua 
segurança, figuram como grandes desafios. 
 
Questão 9 - E 
Justificativa: Obviamente, aumentar o fluxo de tramitação de documentos 
(burocratização) não está entre os objetivos de um WMS, uma vez que se 
pretende exatamente o inverso, ou seja, automatizar, ao máximo, as operações 
e fluxos, minimizando tempos e custos, aumentando precisão, velocidade e 
qualidade das operações e, por conseguinte, a produtividade. 
 
Questão 10 - C 
Justificativa: A tecnologia de rastreamento via satélite é uma importante 
ferramenta que auxilia, principalmente transportadoras, no combate a roubos 
de cargas. Nesse contexto, podemos destacar a importância do sistema Global 
Position System (GPS), que fornece dados sobre a posição (latitude e 
longitude), velocidade, altura e tempo, permitindo um maior controle, incluindo 
cercas eletrônicas, recurso que permite identificar qualquer desvio de rota. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 181 
Introdução 
Sabemos que os gestores sempre buscam uma perfeição numérica e a redução 
de custos, e isso requer das organizações a adoção de novas posturas: 
investimento em capacitação de colaboradores e em sistemas de 
gerenciamento de estoque, com objetivos de integrar planejamento, controle e 
gestão de materiais e minimizar custos e consequências que o capital circulante 
causa aos caixas das organizações. 
 
Entre métodos, ferramentas e instrumentos mais utilizados pelas organizações, 
inclusive as hospitalares, o inventário é o que mais se destaca, pois por meio 
dele apuramos os quantitativos existentes, confrontando-os com o quantitativo 
esperado, o que permite mensurar a acurácia dos estoques. 
 
Objetivo: 
1. Conhecer os principais fatores relacionados à guarda, à preservação e ao 
controle de materiais; 
2. Conhecer os aspectos relacionados à operacionalização de inventários. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 182 
Conteúdo 
A armazenagem de materiais 
A armazenagem de materiais, abordada na aula anterior, inclui a guarda e a 
preservação do material estocado a fim de evitar a sua deterioração ou perda. 
 
Essa preocupação possui uma amplitude de requisitos bastante extensa, mas 
podemos delimitar seu espaço geográfico de atuação. 
 
Em uma organização de saúde, nosso foco estará voltado para o almoxarifado 
de materiais e para a farmácia configurando-os como pertencentes a uma 
central de abastecimento de uma organização de saúde. 
 
A central de abastecimento geralmente tem algumas áreas componentes 
comuns: carga e descarga, quarentena, administração, áreas de 
armazenamento específicas para controlados, inflamáveis e termolábeis, assim 
como uma área geral de estocagem. 
 
Área de carga e descarga 
A área de carga e descarga deve comportar: 
 
Recepção: área destinada ao recebimento do material e onde se procede à 
verificação, à conferência e à separação dos medicamentos para posterior 
armazenamento. 
 
Expedição: área destinada à expedição dos medicamentos; ela pode se 
localizar no mesmo espaço da recepção, mas deve ficar distintamente separada 
das áreas restantes. 
 
A central 
A central deve oferecer (possuir): 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 183 
Proteção contra animais; 
 
Proteção contra incêndio; 
 
Ausência de umidade, boa circulação de ar e temperatura não superior a 25ºC; 
 
Boas operacionalidade e circulação interna entre estrados e estantes ou porta-
pallets; 
 
Empilhadeira com raio de giro compatível com a área de operação, para que 
haja livre movimentação. 
 
Recepção de medicamentos 
Quando do recebimento de medicamentos e/ou itens médico-hospitalares, deve 
ser efetuada uma conferência dos dados que constam no documento fiscal de 
entrega com os dados que constam no pedido ao fornecedor, priorizando-se a 
verificação de itens como: 
 
• Se o nome genérico do produto entregue é mesmo o que foi pedido; 
• Forma farmacêutica enviada igual à solicitada (quando aplicável); 
• Data de validade de acordo com a norma interna da organização (por 
exemplo: “A validade é igual ou maior do que 2 anos, a contar da data da 
entrega”); 
• Especificação do material recebido igual à solicitada; 
• Se os preços unitários e totais são iguais aos do pedido, e quantidade 
recebida igual à quantidade solicitada; 
• Concentração recebida igual à solicitada (quando aplicável); 
• Indícios de violação na embalagem; 
• Embalagem, empacotamento e envases de todas as formas farmacêuticas 
constando nome do produto, número de registro, número do lote, prazo de 
validade, volume ou peso e via de administração; 
• Possíveis alterações organolépticas nas diferentes formas farmacêuticas. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 184 
Materiais médico-hospitalares 
O almoxarifado de uma organização de saúde normalmente concentra materiais 
que possuem características peculiares de guarda e preservação, quer seja pelo 
risco de furto, para evitar sua deterioração ou contaminação, devendo possuir 
dois setores muito bem segregados: 
 
Almoxarifado tradicional, onde os materiais recebidos ficam estocados até o 
momento de sua utilização; 
 
Almoxarifado de guarda de materiais utilizados, onde os materiais já 
utilizados e que apresentam resíduos infecto-contaminantes aguardam sua 
destinação para fora da organização. 
 
Focaremos nosso estudo nos almoxarifados tradicionais, uma vez que os de 
guarda de materiais utilizados é objeto de estudo da gestão de resíduos. 
 
Podemos inicialmente identificar como principais objetivos: 
 
 Os materiais devem ser resguardados contra o furto ou roubo; 
 Os materiais devem ser protegidos contra aação dos perigos mecânicos e 
das ameaças climáticas, bem como de animais daninhos; 
 Os materiais estocados devem possuir controle quanto a tempo de 
armazenagem, como função do prazo máximo de validade, a fim de evitar o 
envelhecimento do estoque e consequente perda; 
 O ambiente deve ser seco, sem infiltração de umidade pelas paredes ou 
goteiras no teto; 
 Materiais armazenados não podem obstruir portas, corredores ou outros 
materiais; 
 Devem existir em lugar visível as seguintes indicações: “Proibida a entrada 
de pessoas não autorizadas” e “Proibido fumar”. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 185 
Em relação à primeira questão (“os materiais devem ser resguardados contra o 
furto ou roubo”), podemos elencar alguns cuidados a serem observados: 
 
 Controle de inventário do material; 
 Controle de acesso ao local de guarda com registro não só da movimentação 
dos materiais como também do fluxo de pessoas; 
 Alarmes e sistema de monitoramento remoto; 
 Controle de custos de procedimentos. 
 
Lembre-se: o desvio de medicamentos contribui com a perda de recursos em 
organizações de saúde. 
 
Em relação aos perigos mecânicos, climáticos e de animais, a diversidade de 
materiais exige uma multiplicidade de ações que se inicia em conhecer a 
própria embalagem de acondicionamento do material. 
 
Embalagem de materiais 
Dentre os objetivos das embalagens podemos destacar a proteção aos 
materiais, devendo elas serem resistentes o suficiente para suportar todo o 
processo de transferência e armazenagem. Alguns aspectos a serem 
considerados na seleção do tipo de embalagem: 
 
• Fragilidade do material; 
• Necessidade de resistência por parte da embalagem; 
• Volume e peso do material a ser embalado; 
• As condições de transporte e armazenagem; 
• Custo das diversas alternativas. 
 
Características das embalagens mais comuns 
Veja quais são as características das embalagens mais comuns: 
 
Caixas de papelão 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 186 
• Baixo peso; 
• Facilidade de manuseio; 
• Facilidade de percepção quando da violação da embalagem; 
• Resistência a choques em virtude do acolchoamento entre uma parede e 
outra da caixa; 
• Facilidade de manutenção e limpeza dos depósitos em relação a outros tipos 
de embalagem; 
• Facilidade de impressão de instruções de manuseio e dados de identificação 
dos materiais; 
• Baixo custo. 
 
Tambores 
 
• Utilizados para produtos líquidos e produtos em pó; 
• Facilidade de manipulação; 
• Facilidade de armazenamento; 
• Proteção ao material; 
• Grande resistência se comparado com o papelão; 
• Possibilidade de reutilização. 
 
Fardos 
 
• Facilidade de manuseio; 
• Reduz os volumes a serem movimentados. 
 
Recipientes plásticos 
 
• Versatilidade do material empregado; 
• Resistência à corrosão; 
• Facilidade de limpeza. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 187 
Alguns cuidados com a forma de manusear e de acondicionar o 
estoque 
Além da embalagem de armazenamento, alguns cuidados com a forma de 
manusear e de acondicionar o estoque influenciam diretamente a atividade de 
preservação tais como: 
 
• Os materiais não devem ser estocados em contato direto com o piso a fim de 
evitar contaminação; 
 
• A disposição dos materiais não deve interferir no acesso às partes de 
emergência, aos extintores de incêndio ou à circulação de pessoal especializado 
para combater o incêndio; 
 
• Os materiais pesados e/ou volumosos devem ser estocados nas partes 
inferiores dos equipamentos de armazenagem, eliminando-se os riscos de 
acidentes ou avarias; 
 
• Os materiais devem ser conservados nas embalagens originais e somente 
abertos quando houver necessidade de fornecimento parcelado ou por ocasião 
da utilização; 
 
• As áreas de armazenamento devem ser identificadas de acordo com o grupo 
e os produtos armazenados, de maneira que permita a perfeita visualização de 
nome, número de lote e prazo de validade (aquele que for vencer primeiro); 
 
• A arrumação dos materiais deve ser feita de modo a manter a face da 
embalagem (ou etiqueta) contendo a marcação do item voltada para o lado de 
acesso ao local de armazenagem, o que permite a fácil e rápida leitura de 
identificação e das demais informações registradas; 
 
• Quando o material tiver que ser empilhado, deve-se atentar para a segurança 
e a altura das pilhas, de modo a não ser afetada a sua qualidade pelo efeito da 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 188 
pressão decorrente, e deve haver arejamento (distância de 70 cm 
aproximadamente do teto e de 50 cm aproximadamente das paredes). 
 
Todo e qualquer material possui o seu valor intrínseco e, de uma forma ou de 
outra, representa inversão de capital; considerando esse motivo imperioso, 
deve ser tratado com cuidado. 
 
Guarda e preservação de materiais na farmácia hospitalar 
Devido à sua peculiaridade, devemos destacar a farmácia hospitalar que se 
destina ao recebimento, conferência, estocagem, distribuição e controle de 
medicamentos com proteção contra riscos, deterioração e prejuízos eventuais. 
 
Em virtude dos altos custos que encerram os medicamentos, a segurança é um 
item que requer muita atenção. Assim, o local deve possuir apenas uma 
entrada/saída, o que permite o total controle de todo material que entra e sai, 
bem como das pessoas que tenham acesso a ele. 
 
A farmácia hospitalar possui legislação de regulação bastante extensa e que 
deve ser atendida. 
 
A Anvisa disponibiliza em seu portal um sistema de consulta rápida à legislação 
em vigor, o http://www.saude.gov.br/saudelegis Saúde Legis, que reúne os 
atos normativos do Sistema Único de Saúde (SUS), no âmbito da esfera federal, 
incluindo as normas publicadas pela Anvisa. 
 
Principais aspectos relacionados ao armazenamento de 
medicamentos na farmácia hospitalar 
De acordo com a RDC nº 59/00, devem ser observados os seguintes critérios 
de boas práticas de armazenagem: 
 
Armazenar os produtos por forma farmacêutica; 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 189 
Armazenar os produtos pelo nome do princípio ativo em ordem alfabética 
rigorosa, da esquerda para a direita; 
 
Armazenar os produtos por prazo de validade: os que vencem primeiro devem 
ser armazenados à esquerda e na frente; 
 
Observar o empilhamento máximo permitido para o produto (ver 
recomendações do fabricante); 
 
Observar a temperatura ideal em que o produto deve ser armazenado; 
 
As caixas que forem abertas devem ser riscadas, pois isso possibilita indicar a 
violação e a quantidade dessa ocorrência, e, em seguida, a caixa deve ser 
lacrada. 
 
Saiba Mais: Acesse 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2000/rdc0059_27_06_2000.p
df e consulte a RDC 59/00. 
 
Controle de material 
Antes de abordarmos a temática “inventários”, devemos tomar conhecimento 
de alguns pontos importantes sobre o controle de material. Esse controle é 
composto por arquivos, manuais ou magnéticos, constituídos por fichas ou 
registros magnéticos, delegação de responsabilidade e tendo como objetivos: 
 
• Registrar dados cadastrais de identificação, individualização, padronização, 
localização e valorização de bens em estoque ou em uso; 
• Registrar saldos, entradas e saídas de bens e valores, e documentos de 
movimentação de material que os formalizam; 
• Controlar as responsabilidades por gestão, uso, guarda e conservação dos 
bens patrimoniais; 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 190 
• Facultar o grupamento dos bens existentes e valores por eles representados 
(código de conta contábil, número patrimonial, símbolo, centros de consumoe 
compartimento, por exemplo); 
• Promover conferências periódicas entre os registros manuais ou magnéticos 
com os das fichas de armazenagem e a consequente existência física do 
material na quantidade registrada; 
• Acompanhar os níveis mínimo, máximo e operacional para possibilitar a 
aquisição de material em tempo hábil; 
• Produzir demonstrativos patrimoniais requeridos pelos controles interno e 
externo. 
 
 Controle patrimonial é a atividade de caráter administrativo que tem por 
propósito a supervisão da movimentação de material de qualquer natureza 
patrimonial, desde o seu recebimento até a sua destinação final. 
 
Classificação de bens patrimoniais 
Os bens patrimoniais representam todos os itens de material destinados aos 
serviços da organização, quer sejam de natureza consumidora, fornecedora, 
industrial, comercial ou de aquisição, independente da jurisdição do material. 
 
Para efeito da gestão de material, os bens patrimoniais podem ser classificados 
em: 
 
 Bens de estoque 
Consistem nos itens de material normalmente estocáveis que, uma vez 
utilizados, são consumidos e alterados em suas características ou incorporados 
de forma definitiva a outro bem de natureza permanente ou a bem imóvel. 
 
 Bens móveis 
Consistem nos itens de material de grande valor intrínseco que não 
desaparecem com o uso e preservam as características originais, mantendo-se 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 191 
fisicamente individualizados e permitindo a sua incorporação ao patrimônio da 
organização. 
 
Quanto ao estado, os bens podem ser classificados em: 
 
 Novo 
Refere-se ao bem comprado e que se encontra com menos de um ano de uso. 
 
 Bom 
Quando estiver em perfeitas condições e em uso normal. 
 
 Ocioso 
É aquele que, embora em perfeitas condições de uso, não esteja sendo 
aproveitado ou não tenha aplicação, a saber: 
 
 Todo item de material não identificado que não possua um número de 
referência atribuído por um fabricante, fornecedor, órgão de governo ou 
sociedade classificadora, ou uma descrição de características previamente 
estabelecida; 
 Todo item de material que, embora corretamente identificado, não pertença 
a um equipamento ou equipagem cadastrado e em uso; 
 Todo item de material em estoque cuja quantidade seja superior aos níveis 
máximos estabelecidos por controle de material. 
 
 Recuperável 
É aquele que, embora em condições precárias de uso, é passível de 
recuperação, a qual, normalmente, custará, no máximo, cinquenta por cento do 
preço de mercado do mesmo material ou similar em perfeitas condições de uso. 
 
 Antieconômico 
É aquele que, em virtude do longo tempo de uso, apresenta rendimento 
precário e desgaste prematuro, obsolescência ou que, por causas fortuitas, 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 192 
exija manutenção ou recuperação onerosa, assim consideradas aquelas cujo 
custo seja, normalmente, superior a cinquenta por cento do preço de mercado 
do mesmo material ou de material similar em perfeitas condições de uso. 
 
 Inservível ou irrecuperável 
É aquele que não mais possa ser utilizado para o fim a que se destina em razão 
da inviabilidade de recuperação pela perda de suas características originais: 
 Material contaminado por agentes patológicos, sem possibilidade de 
recuperação por assepsia; 
 Material infestado por insetos nocivos, com risco para outro material; 
 Material de natureza tóxica ou venenosa, com risco de vida; 
 Material com prazo de validade determinado pelo fabricante vencido; 
 Material contaminado por radioatividade; 
 Material avariado que, pelo longo tempo de uso, não apresenta 
condições de reparo. 
 
Quanto à materialidade, os bens podem ser classificados em: 
 
 Bens corpóreos 
São os que têm existência material, como um prédio, um terreno ou um 
equipamento. 
 
 Bens incorpóreos 
São os que não têm existência tangível e são relativos aos direitos que as 
pessoas físicas ou jurídicas têm sobre coisas, produtos de seu intelecto ou com 
outra pessoa, apresentando valores econômicos tais como os direitos reais, 
obrigacionais e autorais. 
 
Quanto à mobilidade, os bens podem ser classificados em: 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 193 
 Bens móveis 
São os que podem ser transportados por movimento próprio ou removidos por 
força alheia. 
 
 Bens imóveis 
São os que não podem ser transportados sem alteração de sua substância. 
Abrangem o solo com sua superfície, os seus acessórios e adjacências naturais, 
compreendendo, portanto, árvores e frutos pendentes, o espaço aéreo e o 
subsolo. 
 
Inventários 
A realização de inventário está diretamente ligada às atividades gerenciais de 
controle de estoque e armazenagem. 
 
O seu resultado tem reflexo nas atividades gerenciais de controle de inventário 
e obtenção, haja vista ser de extrema importância o conhecimento da 
quantidade de material disponível para a definição da necessidade de promover 
nova obtenção. 
 
Em face da grande diversidade de itens, o controle de estoque, por melhores 
que sejam os seus processos de controle de movimentação, possivelmente 
apresenta incorreções, resultando em divergência entre as posições física e 
contábil do material. 
 
Essa divergência, também conhecida como inconsistência, pode acarretar 
consequências desagradáveis às unidades hospitalares, bem como dificultar a 
procura por preços mais compensadores na obtenção em face da urgência 
decorrente. 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 194 
Definição de inventários 
Uma das ferramentas utilizadas para se eliminar ou ao menos reduzir essa 
divergência e aumentar a acurácia dos estoques é a realização de inventário. 
 
Inventário 
Entende-se por inventário a verificação de um grupo de itens de material 
existentes do ponto de vista físico e contábil. 
 
Acurácia 
Entende-se por acurácia de inventário a representação da porcentagem de itens 
que não apresentaram incorreções por ocasião da realização de um inventário 
em relação à quantidade total inventariada. 
 
Acurácia do estoque 
Em linhas gerais, a acurácia do estoque é o número de itens com contagem de 
quantidades corretas dividido pelo número de itens efetivamente contados. 
 
Acurácia (%) = (itens corretos/itens contados) x 100 
 
Expressa o grau de confiabilidade da contagem física. 
Periodicamente, a acurácia será medida da seguinte forma: 
I - Determina-se numericamente uma amostra significativa do universo dos 
itens em estoque; 
II - Verifica-se a correção dos registros físicos e contábeis dessa amostra; 
III - Calcula-se a acurácia (%) = itens corretos/total da amostra. 
 
Diversas podem ser as causas da falta de acurácia dentre as quais podemos 
destacar: 
 
• Equívocos de cadastramentos de quantitativos dos itens; 
• Armazenamento inadequado; 
• Erros de contagem. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 195 
 
 
 
Tipos de inventários 
Veja quais tipos de inventários existem: 
 
Inventário geral ou global 
É um processo que consiste no levantamento total dos itens existentes sob a 
guarda da organização em um período de tempo definido. É utilizado, 
usualmente, no fechamento contábil do exercício anual ou em inventários 
mensais/trimestrais para “fechamento” dos custos de produção. 
 
Exige um grande dispêndio de energia administrativa para a sua realização. 
 
Inventário periódico ou rotativo 
É o que consiste nos levantamentos rotativo, contínuo e seletivo dos materiais 
existentes em estoque. São realizados de acordo com uma programação de 
forma que todos os itens sejam verificados ao longo de um dado período detempo. 
 
Em um inventário rotativo, é escolhida uma pequena porção do inventário total 
para ser contada todos os dias, podendo essa escolha ser randômica ou 
semirrandômica, e, à medida que os erros são encontrados devem ser 
corrigidos. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 196 
Finalidade dos inventários 
A realização de um inventário de qualquer tipo tem por finalidade: 
 
• O ajuste dos saldos escriturais com o saldo físico existente nas instalações de 
armazenagem; 
• A análise do desempenho das atividades do pessoal responsável pela 
armazenagem por meio dos resultados obtidos no levantamento físico; 
• A identificação de material ocioso, recuperável, antieconômico ou inservível 
existente em estoque ou em uso nas dependências; 
 
• O levantamento da situação dos materiais estocados quanto à preservação e 
à localização; 
• A identificação da necessidade de promoção de obtenção/destinação, nos 
casos de discrepância entre as posições física e contábil; 
• A verificação da efetividade dos processos de controle adotados; 
• A identificação da necessidade de apuração de responsabilidade nos casos de 
extravio de material e desleixo na conservação dos itens. 
 
Procedimentos 
A realização de um inventário envolverá, normalmente, as seguintes atividades 
básicas executadas pelos inventariantes: 
 
• Pesquisa das referências e aplicações dos itens; 
• Contagem dos itens; 
• Nova identificação das embalagens; 
• Informação do resultado da contagem; 
• Atualização dos bancos de dados, fichas de controle e afins. 
 
Atividade proposta 
Reflita sobre as principais consequências do não tratamento correto dos itens 
utilizados em unidades hospitalares, em se tratando de guarda e conservação. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 197 
Por exemplo, pense nas consequências do acondicionamento incorreto de um 
medicamento. 
 
Chave de resposta: Obviamente, muitas são as consequências do não 
atendimento das regras gerais de guarda e conservação de itens em estoque. 
Em unidades hospitalares, isso ganha contornos ainda mais graves pelo uso 
habitual de uma grande quantidade de itens, como os medicamentos, por 
exemplo. Além do custo com perdas de validade, deterioração, furtos e afins, 
um medicamento fora das suas condições normais de utilização, se aplicado em 
um paciente, pode causar graves danos. 
 
 
Material complementar 
 
Para saber mais sobre a armazenagm de materiais e sobre alguns 
cuidados ao manusear e acondicionar o estoque, assista aos 
vídeos disponíveis em nossa galeria de vídeo. 
 
 
Referências 
BALLOU, R.H. Logística Empresarial: transporte, administração de materiais 
e distribuição física. São Paulo: Atlas, 2011. 
BOWERSOX, D.; CLOSS, D. Logística Empresarial. São Paulo: Atlas, 2004. 
CHRISDTOPHER, M. Logística e Gerenciamento da Cadeia de 
Suprimentos. São Paulo: Cengage Learning, 2009. 
FERREIRA, F. A. Administração de Material. Rio de Janeiro: CNI. 
MACHLINI, C.; BARBIERI, J. Logística Hospitalar. São Paulo: Saraiva, 2009. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 198 
Quando do recebimento de medicamentos e/ou itens médico-hospitalares, deve 
ser efetuada uma conferência dos dados que constam no documento fiscal de 
entrega com os dados que constam no pedido ao fornecedor. Nessa verificação, 
muito provavelmente, não confrontaremos: 
a) Aspectos físicos que necessitem de perícia ou exames químicos 
b) Quantidade recebida igual à quantidade solicitada 
c) Especificação do material recebido igual à solicitada 
d) Data de validade 
e) Indícios de violação na embalagem 
 
Questão 2 
O almoxarifado de uma organização de saúde normalmente concentra materiais 
que possuem características peculiares de guarda e preservação, seja pelo risco 
de furto, para evitar sua deterioração ou contaminação. Dentre as opções a 
seguir assinale a que não deve ser adotada/implementada. 
a) Os materiais devem ser resguardados contra o furto ou roubo. 
b) Os materiais devem ser protegidos contra a ação dos perigos mecânicos 
e das ameaças climáticas, bem como de animais daninhos. 
c) O ambiente deve ser seco, sem infiltração de umidade pelas paredes ou 
goteiras no teto. 
d) Materiais obstruindo portas, corredores ou outros materiais. 
 
Questão 3 
Dentre os objetivos das embalagens podemos destacar a proteção aos 
materiais, devendo elas serem resistentes o suficiente para suportar todo o 
processo de transferência e armazenagem. Nesse contexto, há alguns aspectos 
a serem considerados na seleção do tipo de embalagem – marque, dentre as 
opções a seguir, aquele que não se considera. 
a) A fragilidade do material 
b) A necessidade de resistência por parte da embalagem 
c) O volume e peso do material a ser embalado 
d) O fabricante da embalagem 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 199 
e) O custo das diversas alternativas 
 
Questão 4 
Sobre os principais cuidados que devemos ter ao manusear e acondicionar os 
itens do estoque, foram feitas as seguintes afirmações: 
I - Os materiais não devem ser estocados em contato direto com o piso a fim 
de evitar contaminação. 
II - A disposição dos materiais não deve interferir no acesso às partes de 
emergência, aos extintores de incêndio ou à circulação de pessoal especializado 
para combater incêndio. 
III - Os materiais devem ser conservados nas embalagens originais e somente 
abertos quando houver necessidade de fornecimento parcelado ou por ocasião 
da utilização. 
Está(ão) correta(s): 
a) Somente I 
b) Somente II 
c) Somente I e III 
d) Somente II e III 
e) I, II e III 
 
Questão 5 
Sabemos que “os materiais devem ser resguardados contra o furto ou roubo”. 
Assim sendo, podemos elencar alguns cuidados a serem observados, exceto: 
a) O controle de inventário do material. 
b) O controle de acesso ao local de guarda, com registro não só da 
movimentação dos materiais como também do fluxo de pessoas. 
c) A instalação de alarmes e sistema de monitoramento remoto. 
d) O controle de custos de procedimentos. 
e) A classificação ABC dos materiais. 
 
Questão 6 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 200 
Bem inservível ou irrecuperável é aquele que não mais possa ser utilizado para 
o fim a que se destina em razão da inviabilidade de recuperação pela perda de 
suas características originais. Dentre as opções a seguir assinale a que não 
contempla uma dessas situações. 
a) Material contaminado por agentes patológicos, sem possibilidade de 
recuperação por assepsia. 
b) Material infestado por insetos nocivos, com risco para outro material. 
c) Material radioativo. 
d) Material de natureza tóxica ou venenosa, com risco de vida. 
e) Material com prazo de validade determinado pelo fabricante vencido. 
 
Questão 7 
Sobre as finalidades dos inventários foram feitas as seguintes afirmações: 
I – Visam ao ajuste dos saldos escriturais com o saldo físico existente nas 
instalações de armazenagem. 
II – Visam à análise do desempenho das atividades do pessoal responsável pela 
armazenagem, por meio dos resultados obtidos no levantamento físico. 
III – Visam à identificação de material ocioso, recuperável, antieconômico ou 
inservível existente em estoque ou em uso nas dependências. 
Está(ão) correta(s): 
a) Somente I 
b) Somente II 
c) Somente I e III 
d) Somente II e III 
e) I, II e III 
 
Questão 8 
Os bens patrimoniais representam todos os itens de material destinados aos 
serviços da organização, quer sejam de natureza consumidora, fornecedora, 
industrial, comercial ou de aquisição, independente da jurisdição do material. 
Sabemos que podem ser classificados de diversas formas. Quanto ao seuLOGÍSTICA HOSPITALAR 201 
estado, o bem que, embora em perfeitas condições de uso, não esteja sendo 
aproveitado ou não tenha aplicação é chamado de: 
a) Inservível 
b) Ocioso 
c) Irrecuperável 
d) Antieconômico 
e) Recuperável 
 
Questão 9 
A acurácia do estoque é o número de itens com contagem de quantidades 
corretas dividido pelo número de itens efetivamente contados. Diversas podem 
ser as causas da falta de acurácia dentre as quais podemos destacar, exceto: 
a) Erros de cadastramento 
b) Armazenamento inadequado 
c) Erro de contagem 
d) Erros de digitação 
e) Padronização dos itens 
 
Questão 10 
Em face da grande diversidade de itens, o controle de estoque, por melhores 
que sejam os seus processos de controle da movimentação, possivelmente 
apresenta incorreções, resultando em divergência entre as posições física e 
contábil do material. Essa divergência, também conhecida como inconsistência, 
pode acarretar consequências desagradáveis às unidades hospitalares. Uma das 
ferramentas utilizadas para eliminar ou ao menos reduzir tal divergência e 
aumentar a acurácia dos estoques é o(a): 
a) Inventário 
b) Classificação ABC 
c) Gestão de projetos 
d) Previsão da demanda 
e) Giro do estoque 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 202 
 
Organolépticas: São características de uma substância que podem ser 
percebidas com nossos sentidos. 
 
Aula 8 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - A 
Justificativa: Como alguns itens necessitam de realização de testes, exames 
laboratoriais e afins, com uma verificação documental certamente não 
perceberemos discrepâncias. 
 
Questão 2 - D 
Justificativa: Os materiais armazenados não podem obstruir portas, corredores 
ou outros materiais. Além disso, devem existir em lugar visível as seguintes 
indicações: “Proibida a entrada de pessoas não autorizadas” e “Proibido fumar”. 
 
Questão 3 - D 
Justificativa: Salvo questões técnicas que possam restringir a escolha de 
fornecedores, a origem (fornecedor), em princípio, não é fator balizador para a 
seleção da embalagem. Todas as demais opções contemplam aspectos 
relevantes a serem considerados na seleção do tipo de embalagem. 
 
Questão 4 - E 
Justificativa: Como vimos na nossa aula, diversas são as preocupações que 
devemos ter por ocasião do trato com os itens a serem 
estocados/armazenados. Todas as opções contemplam ações e aspectos aos 
quais devemos atentar. 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 203 
Questão 5 - E 
Justificativa: Como já vimos em aulas anteriores, a classificação ABC destina-se 
à priorização dos itens de estoques, não se relacionando, diretamente, à 
segurança desses. 
 
Questão 6 - C 
Justificativa: Um material radioativo não é, necessariamente, um bem 
inservível. Ao contrário, um material contaminado por radioatividade, 
geralmente, é considerado um bem inservível ou irrecuperável. 
 
Questão 7 - E 
Justificativa: As afirmações são finalidades clássicas dos inventários; 
acrescente-se a essas: o levantamento da situação dos materiais estocados 
quanto à preservação e localização; a identificação da necessidade de 
promoção de obtenção/destinação nos casos de discrepância entre as posições 
física e contábil; a verificação da efetividade dos processos de controle 
adotados; e a identificação da necessidade de apuração de responsabilidade 
nos casos de extravio de material e desleixo na conservação dos itens. 
 
Questão 8 - B 
Justificativa: Enquadram-se nessa classificação: todo item de material não 
identificado que não possua um número de referência atribuído por um 
fabricante, fornecedor, órgão de governo ou sociedade classificadora ou uma 
descrição de características previamente estabelecida; todo item de material 
que, embora corretamente identificado, não pertença a um equipamento ou 
equipagem cadastrado e em uso; e todo item de material em estoque cuja 
quantidade seja superior aos níveis máximos estabelecidos por controle de 
material. 
 
Questão 9 - E 
Justificativa: Muito pelo contrário, a falta de um padrão é umas das principais 
causas da falta de acurácia dos estoques. 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 204 
Questão 10 - A 
Justificativa: Entende-se por inventário a verificação de um grupo de itens de 
material existentes, do ponto de vista físico e contábil. Como vimos na nossa 
aula, uma das finalidades dos inventários é o ajuste dos saldos escriturais com 
o saldo físico existente nas instalações de armazenagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA HOSPITALAR 205 
Eduardo de Moura é Bacharel em Ciências Navais com ênfase em 
Administração de Sistemas pela Escola Naval (RJ), com Mestrado em 
Administração Pública pela FGV-RJ e Pós-graduação em Gestão Empresarial 
pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Atua como Coordenador do MBA em 
Gestão de Projetos, nas modalidades a distância e presencial, e é Professor de 
diversas disciplinas na área de gestão, sendo também conteudista de algumas 
disciplinas de Graduação e Pós-graduação. Atuou como Chefe de Departamento 
de Compras do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro e como Vice-Diretor de 
órgão público federal na área de Educação Corporativa. Possui experiência de 
cerca de 5 anos gerenciando o apoio a hospital público que atende a indústria 
naval, com destaque para aquisições de suprimentos, contratações de serviços 
médico-hospitalares e de manutenção de equipamentos.

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