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Prof. Mestre Gizeli Silva Gimenez 2018 Curso de Medicina Habilidades Específicas III Semiologia Abdominal História Clínica Dor abdominal Apetite Disfagia Intolerância alimentar Náuseas e vômitos Hábitos intestinais História abdominal pregressa Medicamentos Hiporexia / Anorexia 2 Achados Disfagia Pirose Dor esofageana Regurgitacão Eructacão Soluço Sialorréia Odinofagia Vômitos Hematêmese Epigastralgia Diarréia Constipação Distensão abdominal Flatulência Tenesmo Prurido anal Melena Hematoquezia Herniações Hematoquezia – sangramento intestinal com sangue vivo Melena – sangramento nas fezes de origem alta. Fezes em “borra de café” Tenesmo- É uma condição caracterizada pela vontade constante de defecar, desconfortavel. Dolorosa.. Com pouca eliminação de fezes 3 Exame físico Delimitação da região abdominal Sequência do Exame Físico Posicionar o paciente em decúbito dorsal, com tronco e abdome expostos, em ambiente com boa luminosidade e temperatura adequada. O médico deve ficar à sua direita, aquecer as mãos e explicar o procedimento ao paciente. Inspeção Ausculta Percussão Palpação Inspeção abdominal Divisão Topográfica do abdome Divisão Topográfica do abdome Divisão Topográfica do abdome 10 Tipos de Abdome Plano Escavado Globoso Batráquio Avental Pendular Tipos de Abdome Plano – descrição do Abdome normal Plano Tipos de Abdome Escavado Retração da parede abdominal Ex: Pessoas muito magras Escavado Tipos de Abdome Globoso: Aumentado globalmente de tamanho Diâmetro ântero-posterior maior que o transverso Exemplos: Gravidez, ascite, obesidade, obstrução intestinal. Globoso Tipos de Abdome Batráquio Diâmetro Transverso maior que diâmetro ântero-posterior Ex: Ascite em regressão (pressão nas laterais) Batráquio Tipos de Abdome Avental Porção inferior cai nas coxas Ex: Obesos Em avental Tipos de Abdome Pendular Protusão da parte inferior pelas vísceras Ex: Flacidez puerperal Pendular Circulação colateral Tipo Cava versus Tipo Porta Circulação colateral Tipo Cava versus Tipo Porta Cabeça de Medusa Circulação colateral tipo portal: ocorre quando há obstáculo ao fluxo venoso proveniente do tubo digestivo e baço em direção ao fígado. É o tipo de circulação colateral mais frequente, caracterizada por manter o sentido normal da circulação, sempre centrífuga em relação ao umbigo. Geralmente melhor percebidas acima da cicatriz umbilical, quando exuberantes em torno do umbigo confere o aspecto denominadocabeça de medusa. - Circulação colateral tipo cava inferior: observa-se ectasia venosa em andar inferior de abdome e regiões laterais, sentido da corrente é ascendente. Ocorre quando há trombose de cava inferior. - Circulação colateral tipo cava superior- observam-se ectasias de vasos em andar superior de abdome, sendo o sentido da corrente, descendente. - Circulação colateral do tipo misto - associa-se a circulação colateral tipo portal e de cava inferior, com sentido da corrente, ascendente 19 Herniações A hérnia da parede abdominal ocorre quando parte de um órgão (p ex., alças do intestino delgado) se desloca, através de um orifício (chamado de anel herniário), e invade um espaço indevido (saco herniário). As hérnias mais frequentes na região envolvida pela parede abdominal são: - epigástrica: ocorre na linha média do abdômen (Linha Alba), como resultado do afastamento dos músculos retos abdominais (dois músculos localizados na parte anterior e central do abdômen, acima do umbigo). A cirurgia é o procedimento indicado para tratar, pois não há fechamento espontâneo dessa hérnia. - umbilical (ou paraumbilical): surge exatamente na região da cicatriz umbilical, geralmente, quando uma alça intestinal atravessa o tecido muscular. Isso pode acontecer por um defeito congênito ou adquirido, devido a esforços em demasia, gestação ou obesidade. No início, o principal sintoma é dor local ao toque ou quando é feito algum esforço. Ao longo do tempo, surge um abaulamento. Se a hérnia for diagnosticada ainda no início é possível reduzir o conteúdo herniário, retornando-o para seu local natural. Mas se esse conteúdo estiver muito volumoso e com um anel herniário estreito, a hérnia umbilical pode se tornar irredutível, aumentando o desconforto e as dores. Esta situação é perigosa, pois pode acontecer o estrangulamento herniário. Os bebês estão mais vulneráveis a este tipo de hérnia, mas neles, normalmente ela desaparece espontaneamente ao longo dos primeiros anos de vida. - inguinal: Atinge a virilha (zona de junção entre a coxa e a parte inferior do abdome) e corresponde a 80% dos registros da doença. Os homens são mais vulneráveis a esse tipo de hérnia e ainda sofrem o risco de terem a doença expandida para os testículos, desenvolvendo, assim, a hérnia inguinoescrotal. - inguinoescrotal: ocorre na bolsa escrotal, normalmente, em consequência da hérnia inguinal que se expande e invade essa estrutura. 20 Manobra de valsalva Amplamente difundida, é realizada ao se exalar forçadamente o ar contra os lábios fechados e nariz tapado. A manobra de Valsalva aumenta a pressão intraabdominal e protrui a hérnia. CICATRIZES ausculta Ausculta Deve sempre preceder a percussão e a palpação, para não alterar o sons abdominais. Ruídos Hidroaéreos - RHA São ruídos decorrentes da movimentação de ar e líquidos no intestino delgado (peristalse) Normal: 5-30 vezes/min, numa média de 8 RHA/minuto Ruídos Hiperativos x Silêncio abdominal Borborigmos Roncos predominância de gases em relação ao conteúdo liquido do órgão Fome Borborigmo: Ocorre quando houver predominância de gases em relação ao conteúdo liquido do órgão. É o ronco da barriga, que indivíduos normais podem apresentar quando estão com fome. Em casos de obstrução incompleta do intestino o ruído hiperativo pode ser audível até dois metros do paciente. Ausencia de ruidos – silencio abdominal – ileo paralitico 24 Ausculta Sopros A. aorta aa renais aa ilíacas aa femorais percussão Percussão Finalidades: Avaliar a densidade relativa dos conteúdos abdominais Localizar órgãos Avaliar a presença de possíveis líquidos ou massas anormais Limitar o tamanho dos órgãos Os sons variam conforme o tamanho das vísceras, a quantidade de sólidos, líquidos e gases. PERCUSSÃO Sons Predominante é o timpanismo, próximo as vísceras ocas. Macicez ocorre sobre a bexiga distendida, tecido adiposo, líquido ou massas. Hipertimpanismo está presente na distensão gasosa. Piparote O examinador golpeia o abdome com piparotes enquanto a outra, espalmada na região contralateral, procura captar ondas líquidas chocando-se contra a parede abdominal Pesquisa de ascite Macicez Móvel Mudança de macicez a percussão do abdome com o posicionamento em decúbito lateral Macicez móvel- o líquido ascítico encontra-se livre na cavidade peritoneal. Para verificar se há macicez móvel, posiciona-se o paciente em decúbito lateral e percute-se o flanco sobre o qual ele está apoiado, obtém-se um som maciço; a seguir, sem retirar o dedo do local, solicita-se que o paciente vire apoiando-se no decúbito contralateral e realiza-se nova percussão, obtém-se o som timpânico. 30 Semicírculo de Skoda Típico do depósito de líquido do abdome ascítico. 1- Percutir o abdome a partir do andar superior 2-Delimita-se uma linha circular na transição entre o timpanismo e a macicez o líquido ascítico ocupam as áreas de declive do abdome, em hipogástrio e flancos, ao se percutir o abdome a partir do andar superior, delimita-se uma linha circular na transição entre o timpanismo e macicez das áreas de maior declive; a concavidade estará voltada para a região epigástrica 31 Hepatimetria Estimativa do tamanho do fígado por percussão Percussão no sentido inferior para superior Marcação na mudança do som Timpânico p/ Macico ponto de referênciaPercutir: Linha Hemiclavicular Linha Média Esternal Através da percussão pode-se realizar ainda a hepatimetria. Importante apontar que não é um método seguro para se afirmar que existe hepatomegalia, pois o órgão pode estar rebaixado, como ocorre em pacientes com enfisema pulmonar. A fim de determinar se há hepatomegalia, é necessário estabelecer dois pontos de referência: o primeiro, na parte mais alta do órgão, na altura do sexto espaço intercostal, determinado pela percussão; o segundo, a parte inferior do órgão. Normalmente o tamanho do fígado na linha mediana é de 5 cm, na linha medioclavicular é de 10 cm e na linha axilar anterior, 13 cm. 32 Palpação PALPAÇÃO SUPERFICIAL PROFUNDA PALPAÇÃO Estruturas Normalmente Palpáveis rebordo costal borda hepática normal rim normal, pólo inferior ceco/cólon ascendente útero gravídico bexiga cheia sigmóide (pode haver hipersensibilidade) bordas laterais do músculo reto abdominal PALPAÇÃO Mãos devem estar aquecidas Observar se há dor Fazer inicialmente a palpação superficial Aproveitar a fase expiratória para aprofundar a palpação Distrair o paciente, para relaxá-lo Observar suas reações Verificar sensibilidade, mobilidade, consistência dos órgãos PALPAÇÃO Gargarejo: É a percepção tátil da presença do conteúdo hidroaéreo da víscera. Patinhação: É um ruído produzido por palpação Assemelha-se ao ruído que se obtém quando são dadas palmadas em uma superfície com água. Pode ser obtido em órgãos de grande diâmetro, com paredes flácidas e com conteúdo líquido, que faz nível em seu interior. Pesquisa-se comprimindo rapidamente a parede do abdome com a face palmar de três dedos medianos da mão. A parede do órgão é forçada a bater de encontro com a superfície líquida, produzindo um ruído do tipo “clap clap”. Ocorre em casos de obstrução de antro ou piloro. Profunda Palpação do Fígado Palpação Bimanual ou Lemos Torres Mão esquerda é utilizada na tração anterior enquanto a mão direita palpa buscando a borda hepática Palpação do Fígado Palpação em Garra ou Mathieu Palpação do Baço – Manobra de Shuster Posição de Shuster – paciente em decubito lateral direito com MSD estendido ao longo do corpo, MSE flexionado e posicionado atras da cabeça, MID estendido e MIE flexionado a 90 graus. Mão esquerda espalmada anteriorizando rebordo costal no objetivo de anteriorizar o baço e mão direita aprofunda na regiao abdominal na expiração e move-se durante a inspiração na tentativa de palpar o polo esplenico inferior. 41 Palpação renal Interrogatório por órgãos e aparelhos Palpação Pontos Dolorosos Gástrico ou xifoidiano Cístico ou Biliar Apendicular ou de McBurney 43 43 Palpação Ponto Gástrico ou xifoidiano Localização: abaixo do apêndice xifóide Observado na cólica biliar, afecções do estômago, e duodeno e nos processos inflamatórios do estômago e duodeno 44 Palpação Ponto Biliar ou Cístico Sinal de Murphy – irritação da vesícula biliar Dor inesperada durante a inspiração e à compressão do ponto cístico. Observado na colecistite 45 Palpação Ponto Apendicular ou de McBurney Compressão com os quatro dedos, a dois terços da linha que une a espinha ilíaca (ântero-superior) a cicatriz umbilical A descompressão dolorosa ou Blumberg + pode indicar apendicite e peritonite 46 Trabalho “Sinais e manobras na propedêutica abdominal” Dividir a turma em grupos e entregar por escrito. Apresentar trabalho em slides. 26/04/16 referencias PORTO, Celmo Celeno. Semiologia médica. 6 ed. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 2011. ROCCO, Jose Rodolfo (Ed.). Semiologia medica. Rio de Janeiro:Elsevier, 2010.