Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Capa da Sebenta Multimédia de Análise de Circuitos Eléctricos Notas Citação Agradecimentos Apresentação Convenções Índice Index Sebenta Multimédia file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/0%20capa.htm (1 of 2)3/16/2009 5:47:47 PM Capa da Sebenta Multimédia de Análise de Circuitos Eléctricos A Sebenta Multimédia necessita de um browser que suporte frames, JavaScript e Java. Se tiver algum problema com a Sebenta Multimédia entre em contacto com Pedro.Alves@inesc.pt ou com o Professor Victor.Dias@inesc.pt para a sua resolução. Esta Sebenta Multimédia foi concebida por Rita Carreira e Pedro Fonseca em 1996/97 a partir de um original da autoria do Professor Victor da Fonte Dias. Clique aqui para fazer download de toda a sebenta Grupo de Circuitos Analógicos & Mistos Copyright INESC - GCA&M Last revised: 18 Feb 1999 file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/0%20capa.htm (2 of 2)3/16/2009 5:47:47 PM Índice Capítulo 1 Capítulo 2 1 Grandezas Eléctricas 1.1 Carga, Força e Campo Eléctrico 1.1.1 Carga Eléctrica 1.1.2 Força Eléctrica 1.1.3 Campo Eléctrico 1.2 Energia Potencial e Tensão Eléctrica 1.2.1 Energia Potencial Eléctrica 1.2.2 Tensão Eléctrica 1.3 Corrente e Potência Eléctrica 1.3.1 Corrente Eléctrica 1.3.2 Potência Eléctrica 1.4 Sinais Eléctricos 1.5 Fontes de Alimentação e de Sinal 1.6 Instrumentos de Medida 1.6.1 Voltímetro 1.6.2 Amperímetro 1.6.3 Wattímetro 1.6.4 Multímetro 1.6.5 Osciloscópio Sumário Exercícios de Aplicação 2 Componentes Fundamentais dos Circuitos Eléctricos 2.1 Circuitos e Componentes Eléctricos 2.1.1 Definições 2.1.2 Componentes Fundamentais 2.2 Componentes Lineares e Não Lineares 2.2.1 Linearidade 2.2.2 Distorção Harmónica 2.2.3 Ponto de Funcionamento em Repouso Sumário Exercícios de Aplicação Capítulo 3 Capítulo 4 3 Resistência Eléctrica 3.1 Lei de Ohm 3.2 Lei de Joule 3.3 Tipos de Resistências 3.3.1 Resistências de Carvão 3.3.2 Resistências de Película ou Camada Fina 3.3.3 Resistências Bobinadas 3.3.4 Resistências Híbridas de Filme Espesso e de Filme Fino 3.3.5 Resistências Ajustáveis e Variáveis 3.3.6 Características Técnicas das Resistências 3.4 Varístores 3.5 Efeitos da Temperatura 3.6 Sensores Resistivos 3.6.1 Termo-resistências e Termístores 3.6.2 Foto-resistências 3.6.3 Outros Sensores Resistivos 3.7 Ohmímetro Sumário Exercícios de Aplicação 4 Leis de Kirchhoff 4.1 Leis de Kirchhoff 4.1.1 Lei de Kirchhoff das Tensões 4.1.2 Lei de Kirchhoff das Correntes 4.2 Associação de Resistências 4.2.1 Associação em Série 4.2.2 Associação em Paralelo 4.2.3 Associação Série-Paralelo 4.3 Divisores de Tensão e de Corrente 4.3.1 Divisor de Tensão 4.3.2 Divisor de Corrente 4.3.3 Curto-circuito e Circuito Aberto 4.4 Resistência Interna das Fontes 4.4.1 Fonte de Tensão 4.4.2 Fonte de Corrente 4.5 Transformação de Fonte 4.6 Associação de Fontes 4.6.1 Associação de Fontes de Tensão 4.6.2 Associação de Fontes de Corrente 4.7 Exemplos de Aplicação 4.7.1 Exemplo de Aplicação-1 4.7.2 Exemplo de Aplicação-2 file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/00indice.htm (1 of 4)3/16/2009 5:47:50 PM Índice 4.7.3 Exemplo de Aplicação-3 4.7.4 Exemplo de Aplicação-4 4.7.5 Exemplo de Aplicação-5 Sumário Exercícios de Aplicação Capítulo 5 Capítulo 6 5 Métodos de Análise Sistemática de Circuitos 5.1 Método dos Nós 5.1.1 Fontes de Corrente Independentes 5.1.2 Fontes de Tensão Independentes 5.1.3 Fontes de Corrente Dependentes 5.1.4 Fontes de Tensão Dependentes 5.2 Exemplos de Aplicação 5.2.1 Exemplo de Aplicação-1 5.2.2 Exemplo de Aplicação-2 5.3 Método das Malhas 5.3.1 Fontes de Tensão Independentes 5.3.2 Fontes de Corrente Independentes 5.3.3 Fontes de Tensão Dependentes 5.3.4 Fontes de Corrente Dependentes 5.4 Exemplos de Aplicação 5.4.1 Exemplo de Aplicação-1 5.4.2 Exemplo de Aplicação-2 Sumário Exercícios de Aplicação 6 Teoremas Básicos dos Circuitos Eléctricos 6.1 Teorema da Sobreposição das Fontes 6.2 Teorema de Thévenin 6.3 Equivalente de Norton 6.4 Teorema da Máxima Transferência de Potência 6.5 Teorema de Millman 6.6 Teorema de Miller Sumário Exercícios de Aplicação Capítulo 7 Capítulo 8 7 Condensador e Capacidade Eléctrica 7.1 Capacidade Eléctrica 7.2 Característica Tensão-Corrente 7.2.1 Características i(v) e v(i) 7.2.2 Energia Eléctrica Armazenada 7.2.3 Exemplos de Aplicação 7.3 Associação de Condensadores 7.3.1 Associação em Paralelo 7.3.2 Associação em Série 7.4 Divisores Capacitivos de Corrente e de Tensão 7.5 Tipos de Condensadores 7.5.1 Condensadores de Mica 7.5.2 Condensadores de Película ou Folha 7.5.3 Condensadores Cerâmicos 7.5.4 Condensadores Electrolíticos 7.5.5 Condensadores Híbridos 7.5.6 Condensadores Variáveis 7.5.7 Características Técnicas dos Condensadores 7.5.8 Códigos de Identificação de Condensadores 7.6 Sensores Capacitivos 7.7 Instrumentos de Medida da Capacidade Sumário Exercícios de Aplicação 8 Bobina e Indutância Electromagnética 8.1 Grandezas Magnéticas 8.1.1 Força e Campo Magnético 8.1.2 Fluxo e Densidade de Fluxo Magnético 8.1.3 Materiais Magnéticos 8.1.4 Indutância 8.1.5 Fenómeno da Indução Electromagnética 8.1.6 Coeficientes de Auto-Indução e de Indução Mútua 8.2 Característica Tensão-Corrente 8.2.1 Características v(i) e i(v) 8.2.2 Energia Magnética Armazenada 8.3 Associação de Bobinas 8.3.1 Associação em Série 8.3.2 Associação em Paralelo 8.4 Divisores Indutivos de Tensão e de Corrente 8.5 Tipos de Bobinas 8.6 Sensores Indutivos Sumário Exercícios de Aplicação Capítulo 9 Capítulo 10 file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/00indice.htm (2 of 4)3/16/2009 5:47:50 PM Índice 9 Análise de Circuitos RC e RL de 1.ª Ordem 9.1 Solução Natural 9.1.1 Circuitos RC e RL 9.1.2 Solução Natural 9.1.3 Condições Inicial e de Continuidade 9.1.4 Solução Natural Comutada 9.1.5 Energia Armazenada e Dissipada 9.2 Solução Forçada 9.2.1 Circuitos RC e RL 9.2.2 Soluções Natural e Forçada 9.2.3 Solução Forçada Constante 9.2.4 Solução Forçada Sinusoidal 9.3 Teorema da Sobreposição das Fontes 9.4 Exemplos de Aplicação 9.4.1 Exemplo de Aplicação-1 9.4.2 Exemplo de Aplicação-2 9.4.3 Exemplo de Aplicação-3 9.4.4 Exemplo de Aplicação-4 Sumário Exercícios de Aplicação 10 Análise de Circuitos RC, RL e RLC de 2.ª Ordem 10.1 Topologias Básicas 10.2 Formulação das Equações 10.2.1 Método da Substituição 10.2.2 Método do Operador-s 10.2.3 Método das Variáveis de Estado 10.3 Solução Natural 10.3.1 Soluções Naturais Alternativas 10.3.2 Solução Sobre-amortecida 10.3.3 Solução Criticamente Amortecida 10.3.4 Solução Sub-amortecida 10.3.5 Solução Oscilatória 10.4 Solução Forçada 10.4.1 Solução Forçada Constante 10.4.2 Solução Forçada Sinusoidal Sumário Exercícios de Aplicação Capítulo 11 Capítulo 12 11 Impedância Eléctrica 11.1 Fasor e Impedância 11.1.1 Números Complexos e Sinais Sinusoidais 11.1.2 Fasor 11.1.3 Impedância Eléctrica 11.2 Leis de Kirchhoff em Notação Fasorial 11.3 Métodos de Análise em Notação Fasorial 11.4 Teoremas Básicos em Notação Fasorial 11.4.1 Transformação de Fonte 11.4.2 Teorema de Thévenin e Equivalente de Norton 11.4.3 Teorema da Sobreposição das Fontes 11.4.4 Teorema de Millman 11.4.5 Teorema de Miller 11.5 Potência 11.5.1 Potência nos Elementos R, C e L 11.5.2 Potência nos Circuitos RC e RL 11.5.3 Potências Activa, Reactiva e Aparente 11.5.4 Teorema da Máxima Transferência de Potência Sumário Exercícios de Aplicação 12 Análise da Resposta em Frequência 12.1 Resposta em Frequência 12.1.1 Circuito RC 12.1.2 Diagramas de Bode 12.1.3 Exemplo de Aplicação 12.2 Circuitos Ressonantes 12.2.1 Circuito Ressonante Série 12.2.2 Circuito Ressonante Paralelo 12.3 Notação de Laplace 12.3.1 Função de Transferência 12.3.2 Diagramas de Bode Canónicos 12.4 Filtros Eléctricos 12.4.1 Filtros Passa-Baixo 12.4.2 Filtros Passa-Alto 12.4.3 Filtros Passa-Banda 12.4.4 Filtros Rejeita-Banda Sumário Exercícios de Aplicação Capítulo 13 Capítulo 14 13 Bobinas Acopladas e Transformadores 13.1 Bobinas Acopladas 13.1.1 Coeficiente de Indução Mútua 13.1.2 Associação de Bobinas Acopladas 13.1.3 Modelo Eléctrico Equivalente 13.2 Transformador Ideal 13.2.1 Transformador Ideal em Vazio 13.2.2 Transformador Ideal em Carga 13.2.3 Modelo Eléctrico Equivalente 13.3 Tipos e Aplicações dos Transformadores 13.3.1 Auto-Transformador 13.3.2 Transformadores com Múltiplos Enrolamentos 13.3.3 Transformadores de Medida 14 Diportos Eléctricos 14.1 Diportos 14.1.1 Definições 14.1.2 Modelos Eléctricos Equivalentes 14.1.3 Exemplos de Aplicação 14.2 Associação de Diportos 14.2.1 Associações em Série, em Paralelo, em Cascata e em Modo Híbrido 14.2.2 Exemplos de Aplicação 14.3 Diportos Amplificadores 14.3.1 Impedâncias de Entrada e de Saída 14.3.2 Ganhos de Tensão e de Corrente 14.3.3 Associação de Amplificadores em Cascata Sumário file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/00indice.htm (3 of 4)3/16/2009 5:47:50 PM Índice 13.3.4 Transformadores de Sinal 13.3.5 Transformadores de Potência 13.4 Sensores Relutivos e Electromagnéticos Sumário Exercícios de Aplicação Exercícios de Aplicação Capítulo 15 Capítulo 16 15 Amplificador Operacional 15.1 AmpOp Ideal 15.2 Montagens Básicas 15.2.1 Montagem Inversora 15.2.2 Montagem Não-Inversora 15.3 Circuitos com AmpOps 15.3.1 Seguidor de Tensão 15.3.2 Somador Inversor 15.3.3 Amplificador Inversor 15.3.4 Amplificador da Diferença 15.3.5 Amplificador de Instrumentação 15.3.6 Filtros Activos 15.3.7 Conversores de Impedâncias e de Tensão-Corrente 15.4 Parâmetros Reais dos AmpOps 15.4.1 Ganho e Largura de Banda 15.4.2 Taxa de Inflexão 15.4.3 Resistências de Entrada e de Saída 15.4.4 Ganho de Modo Comum 15.4.5 Tensões de Saturação 15.4.6 Tensão de Desvio (offset) 15.4.7 Correntes de Polarização 15.5 Tipos de Amplificadores Operacionais Sumário Exercícios de Aplicação 16 Transferidor de Tensão e Corrente 16.1 Transferidor Ideal 16.2 Montagens Básicas 16.2.1 Seguidor de Tensão 16.2.2 Seguidor de Corrente 16.2.3 Conversor de Tensão em Corrente 16.2.4 Conversor de Corrente em Tensão 16.2.5 Amplificador de Corrente 16.2.6 Amplificador de Tensão 16.3 Circuitos com Transferidores 16.3.1 Amplificador Diferencial 16.3.2 Somador 16.3.3 Integradores de Corrente e de Tensão 16.3.4 Diferenciadores de Corrente e de Tensão 16.3.5 Conversores de Impedâncias 16.3.6 Filtros Activos 16.4 Parâmetros Reais dos Transferidores 16.4.1 Erros de Transferência e Resistências de Entrada e de Saída 16.4.2 Erros de Desvio e de Polarização 16.4.3 Largura de Banda Sumário Exercícios de Aplicação APÊNDICE-A APÊNDICE-B Código de Identificação de Resistências Matrizes e Determinantes file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/00indice.htm (4 of 4)3/16/2009 5:47:50 PM Sumário Sumário A Ciência Eléctrica estuda o fenómeno da existência e interacção entre cargas eléctricas. A carga é uma propriedade fundamental da matéria que se manifesta através de uma força, cuja intensidade é estabelecida pela Lei de Coulomb. O estudo da Ciência Eléctrica envolve um conjunto variado de conceitos e grandezas, de entre as quais se salientam a corrente e a tensão eléctrica. Estas duas grandezas são designadas por variáveis operatórias dos circuitos eléctricos. Um sinal eléctrico é uma função matemática representativa da variação temporal de uma grandeza eléctrica. A grandeza tanto pode ser a tensão eléctrica entre os terminais de uma bateria, como a corrente entre dois pontos de um circuito, como ainda a carga armazenada, a energia libertada, etc. As formas mais comuns dos sinais eléctricos são a constante, a sinusoidal, a rectangular, a triangular, o escalão e a exponencial. As fontes podem ser de tensão ou de corrente, e de alimentação ou de sinal. Uma tensão eléctrica pode ser gerada a partir de três mecanismos básicos: através de uma reacção química, através do fenómeno da indução electromagnética e através do efeito foto-eléctrico. Existem diversos instrumentos de medida das grandezas eléctricas. No âmbito desta disciplina destacam-se o voltímetro, o amperímetro, o wattímetro, o multímetro e o osciloscópio. O osciloscópio é um instrumento de medida que permite visualizar em tempo real a amplitude de uma tensão eléctrica variável no tempo. file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/1.0%20sumar_01.htm3/16/2009 5:47:46 PM 1.1 Carga, Força e Campo Eléctrico 1.1 Carga, Força e Campo Eléctrico 1.1.1 Carga Eléctrica A carga eléctrica é uma propriedade fundamental da matéria. As partículas elementares detentoras desta propriedade são o electrão e o protão, ambas constituintes do átomo, localizando-se os protões no núcleo e os electrões em órbitas envolventes do mesmo. Além dos protões, o núcleo dos átomos é também constituído por neutrões, neutros do ponto de vista eléctrico. As cargas eléctricas do protão, do electrão e do neutrão são, respectivamente, Qp = e = 1.6*10-19 C, coulomb (1.1) Q e = -e = -1.6*10-19 (1.2) Q n = 0 (1.3) as massas em repouso são mp » mn = 1.672*10 -24 g, grama (1.4) m e = 9.11*10-28 (1.5) e os raios, assumindo-as esféricas, são rp » rn » re = 2.81*10 -15 m, metro (1.6) Os valores apresentados em (1.1) a (1.6) indicam que os protões e os neutrões são aproximadamente 2000 vezes mais densos que os electrões. Os átomos neutros contêm o mesmo número de electrões e de protões. São exemplos de neutralidade eléctrica o átomo de hidrogénio, que contém um protão e um electrão, o átomo de hélio, que contém dois protões, dois electrões e dois neutrões, etc. Os átomos não neutros são designados por iões. Um átomo torna-se num ião negativo quando captura electrões numa das suas órbitas, e positivo quando os perde. Os protões, os electrões e em geral os iões são as entidades responsáveis pelo fenómeno da força eléctrica. 1.1.2 Força Eléctrica A Lei de Coulomb estabelece que duas cargas eléctricas pontuais se atraem ou repelem com uma força cuja file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/1.1%20cargafor.htm (1 of 3)3/16/2009 5:46:30 PM 1.1 Carga, Força e Campo Eléctrico intensidade é N, newton (1.7) em que e0 define a permitividade do vazio, e Qx, Qy e r representam, respectivamente, os valores absolutos das cargas eléctricas e a distância entre as mesmas. A força eléctrica é uma grandeza vectorial com intensidade, direcção e sentido. A direcção coincide com a recta que une as duas cargas, e o sentido é estabelecido pelo sinal das cargas em presença. A força é de atracção quando as cargas apresentam sinais contrários, como é o caso da força de atracção existente entre electrões e protões nos átomos, e de repulsão nos casos contrários. Em geral, num espaço preenchido por múltiplas cargas pontuais a força eléctrica exercida sobre cada uma delas resulta da soma vectorial de contribuições parciais. Na Figura 1.1 apresentam-se alguns exemplos elucidativos da intensidade, direcção e sentido da força exercida entre cargas eléctricas. Figura 1.1 Força eléctrica exercida por um protão sobre um electrão (a), entre electrões (b) e por múltiplos electrões sobre um electrão (c) (as cargas positivas e negativas são representadas a branco e a cheio, respectivamente) 1.1.3 Campo Eléctrico O campo eléctrico é uma medida da acção que uma carga exerce sobre as cargas eléctricas localizadas no seu raio de acção. A intensidade do campo eléctrico criado por uma carga pontual é expressa por file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/1.1%20cargafor.htm (2 of 3)3/16/2009 5:46:30 PM 1.1 Carga, Força e Campo Eléctrico V/m, volt por metro (1.8) a qual, tendo em conta (1.7), permite constatar que (1.9) isto é, que a intensidade da força mais não é do que o produto da intensidade do campo criado pela carga Q x , E x , multiplicado pelo valor absoluto da carga nele imerso, Qy. O campo eléctrico define uma grandeza de tipo vectorial. A direcção do vector campo eléctrico criado por uma carga eléctrica pontual é radial. Cargas positivas têm sentido divergente e cargas negativas têm sentido convergente (Figura 1.2). O produto indicado em (1.9) é válido ao nível vectorial, ou seja, o vector força eléctrica coincide com o produto do escalar carga pelo vector campo. Por exemplo, o vector campo eléctrico divergente criado por uma carga positiva quando multiplicado pelo sinal de uma carga negativa conduz, como se esperava, a um vector força eléctrica de atracção. Figura 1.2 Campo eléctrico criado por cargas eléctricas pontuais file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/1.1%20cargafor.htm (3 of 3)3/16/2009 5:46:30 PM 1.2 Energia Potencial e Tensão Eléctrica 1.2 Energia Potencial e Tensão Eléctrica 1.2.1 Energia Potencial Eléctrica Por definição, energia é a capacidade de realizar trabalho. Realiza-se trabalho quando se desloca uma massa num campo gravitacional, por exemplo quando se eleva uma massa de 1 kg desde o nível do mar até à altitude de 10 m, mas também quando se desloca uma carga eléctrica entre dois pontos cujas amplitudes dos campos eléctricos diferem. Considere-se, a título de exemplo, o caso da queda de uma massa num campo gravitacional. O trabalho é realizado pelo campo gravitacional e é dado pelo integral ao longo da trajectória do produto interno entre a força e o deslocamento, J, joule (1.10) No caso particular em que a força é constante e a direcção coincidente com o deslocamento, a energia libertada é expressa pelo produto (1.11) em que g, m e h definem, respectivamente, a constante de gravitação terrestre, a massa do corpo e o deslocamento. De acordo com (1.10), o deslocamento de uma massa no sentido da força (a queda) conduz à libertação de energia por parte do sistema, ou seja, à realização de um trabalho que se define como negativo, ao passo que o deslocamento da mesma no sentido contrário ao da força (a elevação) corresponde ao fornecimento de energia ao sistema e, por definição, à realização de um trabalho positivo. Considere-se então um átomo de hidrogénio, constituído, como se disse, por um protão e por um electrão. A força eléctrica entre o protão e o electrão é radial e atractiva, sendo a intensidade respectiva uma função do raio da órbita. Em face da existência de uma força de atracção entre as duas cargas, o deslocamento do electrão entre órbitas envolve a realização de um trabalho cujo módulo é (1.12) em que ri e rf definem, respectivamente, os raios das órbitas inicial e final do electrão. O afastamento do electrão em relação ao núcleo exige o fornecimento de energia ao sistema, ao passo que a aproximação ao núcleo envolve a libertação de energia. A definição de energia potencial eléctrica aplica-se a qualquer conjunto de cargas eléctricas sujeitas à acção file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/1.2%20energia.htm (1 of 3)3/16/2009 5:47:15 PM 1.2 Energia Potencial e Tensão Eléctrica de um campo eléctrico. Se se considerar o caso particular representado na Figura 1.3, em que se admite um campo eléctrico constante ao longo do fio condutor que une os terminais positivo e negativo, verifica-se que: (i) o transporte de um electrão do terminal negativo para o terminal positivo envolve a libertação de energia, o que permite dizer que o sistema, à partida, dispunha de energia (eléctrica) armazenada (Figura 1.3.a); (ii) o transporte de um electrão do terminal positivo para o terminal negativo exige o fornecimento de energia ao sistema, operação que neste caso corresponde ao armazenamento de energia potencial (Figura 1.3.b). Em qualquer destes casos, o trabalho é sempre dado pelo integral da força eléctrica ao longo da trajectória das cargas eléctricas. Por outro lado, a energia eléctrica em jogo é proporcional à quantidade de cargas transportadas, ou seja, o transporte de n cargas entre os dois terminais envolve uma energia n-vezes superior àquela envolvida no transporte de uma única carga eléctrica. Figura 1.3 Descarga (a) e carga (b) de uma bateria Um reservatório de cargas eléctricas positivas e negativas fisicamente separadas constitui a fonte de energia eléctrica vulgarmente designada por bateria. O fornecimento de energia por parte da bateria corresponde ao deslocamento das cargas eléctricas negativas do terminal negativo para o terminal positivo, ao passo que a regeneração corresponde à sua separação física. 1.2.2 Tensão Eléctrica A tensão é uma medida da energia envolvida no transporte de uma carga elementar entre dois pontos de um campo eléctrico. Existe tensão eléctrica entre dois pontos de um campo sempre que o transporte de carga entre esses mesmos dois pontos envolve libertação ou absorção de energia eléctrica por parte do sistema. Retomando o exemplo da Figura 1.3.a, verifica-se que o transporte de uma carga elementar negativa, Q=-e, corresponde à libertação de uma energia W=eV joule, que o transporte de duas, três … N cargas envolve a libertação das energias 2 eV, 3 eV … N eV joule. A quantidade V, que coincide com o cociente entre a energia libertada e a quantidade de carga transportada file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/1.2%20energia.htm (2 of 3)3/16/2009 5:47:15 PM 1.2 Energia Potencial e Tensão Eléctrica V, volt (1.13) designa-se por tensão eléctrica. É a normalização relativamente à quantidade de carga transportada que torna a tensão eléctrica numa das duas variáveis operatórias dos circuitos eléctricos. Por outro lado, tendo em atenção as relações entre trabalho, força e campo eléctrico, verifica-se que (1.14) isto é, que a tensão eléctrica mais não é do que o integral do campo eléctrico experimentado pelas cargas eléctricas no seu transporte entre as posições inicial e final. O transporte de um electrão entre os terminais negativo e positivo de uma bateria é efectuado no sentido da força, portanto no sentido contrário ao do campo eléctrico, envolve a libertação de energia (realização de um trabalho negativo) e indica a presença de uma tensão eléctrica positiva, no sentido do terminal positivo para o terminal negativo. file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/1.2%20energia.htm (3 of 3)3/16/2009 5:47:15 PM 1.3 Corrente e Potência Eléctrica 1.3 Corrente e Potência Eléctrica 1.3.1 Corrente Eléctrica Define-se corrente média como a quantidade de carga eléctrica que na unidade de tempo atravessa uma dada superfície A, ampere (1.15) e valor instantâneo da mesma à derivada (1.16) A relação complementar de (1.16) (1.17) permite contabilizar a quantidade de carga que ao longo do tempo atravessou, num dado sentido e desde um instante de tempo infinitamente longínquo, a superfície em questão. Por convenção, o sentido positivo da corrente eléctrica coincide com o do movimento das cargas positivas. Considerando o exemplo representado na Figura 1.3.a, constata-se que o movimento dos electrões do terminal negativo para o positivo de uma bateria corresponde, por definição, a uma corrente eléctrica no sentido do terminal positivo para o negativo. file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/1.3%20corrente.htm (1 of 3)3/16/2009 5:48:59 PM 1.3 Corrente e Potência Eléctrica Figura 1.4 Sentido positivo da corrente eléctrica 1.3.2 Potência Eléctrica A potência é uma medida do ritmo a que se dissipa ou acumula energia eléctrica. As expressões da potência média e instantânea são, respectivamente, W, watt (1.18) e (1.19) podendo também expressar-se a energia em função da potência instantânea através de (1.20) Por outro lado, tendo em conta as relações entre trabalho, tensão, carga, tempo e corrente eléctrica, verifica- se que (1.21) ou seja, que a potência mais não é do que o produto da tensão pela corrente eléctrica, as duas variáveis operatórias dos circuitos eléctricos. file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/1.3%20corrente.htm (2 of 3)3/16/2009 5:48:59 PM 1.3 Corrente e Potência Eléctrica Figura 1.5 Quadro sinóptico das principais grandezas eléctricas file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/1.3%20corrente.htm (3 of 3)3/16/2009 5:48:59 PM 1.4 Sinais Eléctricos 1.4 Sinais Eléctricos Na figura 1.6 apresentam-se alguns dos sinais eléctricos mais comuns na análise de circuitos. São eles, a saber: (i) constantes no tempo (Figura 1.6.a), designados pela sigla d.c. (direct-current); (ii) sinusoidais (Figura 1.6.b), designados por a.c.(alternate-current); (iii) rectangulares (Figura 1.6.c); (iv) exponenciais decrescentes ou crescentes (Figura 1.6.d); (v) escalões (Figura 1.6.e); (vi) triangulares (Figura 1.6.f). file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/1.4%20sinaisel.htm (1 of 2)3/16/2009 5:48:46 PM 1.4 Sinais Eléctricos Figura 1.6 Sinais eléctricos file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/1.4%20sinaisel.htm (2 of 2)3/16/2009 5:48:46 PM 1.5 Fontes de Alimentação e de Sinal 1.5 Fontes de Alimentação e de Sinal As fontes de tensão e de corrente são componentes essenciais de qualquer circuito eléctrico. As fontes podem ser agrupadas em duas classes essencialmente distintas: (i) de alimentação, como é o caso das baterias e dos geradores electromecânicos, cuja função principal é fornecer energia aos circuitos eléctricos nas formas d.c. ou a.c.; (ii) e de sinal. Figura 1.7 Fontes de tensão de alimentação e de sinal As fontes de sinal existentes no mercado são em geral dotadas da capacidade de gerar um conjunto variado de formas de onda, em particular de tipo sinusoidal, triangular e rectangular. Estes instrumentos possibilitam também o controlo da amplitude, da frequência e da fase dos sinais gerados. Na Figura 1.7 ilustram-se algumas das fontes de tensão de alimentação e de sinal existentes. A tensão eléctrica pode ser gerada a partir de três mecanismos básicos: (i) reacção química, subjacente ao funcionamento das baterias; (ii) acção conjunta de uma força mecânica e de um campo magnético, designadamente através da indução electromagnética, processo que é subjacente ao funcionamento dos geradores electromecânicos designados por dínamo (d.c.) e alternador (a.c.); (iii) efeito fotoeléctrico, nomeadamente pela conversão de uma radiação electromagnética (fotões) em electrões livres, processo que se encontra na base do funcionamento das células foto-voltaicas vulgarmente designadas por células solares. A forma e a amplitude de uma tensão eléctrica podem ser alteradas mediante a utilização de dispositivos e circuitos eléctricos e electrónicos adequados. Por exemplo, uma fonte de tensão de alimentação a.c. pode ser convertida numa fonte d.c pela intervenção de um circuito rectificador; a amplitude de uma tensão sinusoidal pode ser aumentada ou diminuída por intermédio de um transformador; a amplitude de uma fonte de tensão constante pode ser aumentada ou diminuída usando um conversor d.c.-d.c.; a frequência de oscilação de uma fonte de tensão sinusoidal pode ser alterada com um conversor a.c.-a.c.; etc. Apesar de constituírem apenas conversores da forma de onda da tensão ou corrente eléctrica, estes aparelhos são vulgarmente designados por fontes de alimentação. Por exemplo, nas aulas práticas de laboratório utilizar- se-ão fontes de tensão de alimentação constantes cuja energia provém da rede de distribuição eléctrica, e em cujo interior se encontra um circuito rectificador de tensão, constituído, entre outros, por um transformador, uma ponte rectificadora e um estabilizador. file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/1.5%20fontesal.htm (1 of 2)3/16/2009 5:48:46 PM 1.5 Fontes de Alimentação e de Sinal Na Figura 1.8.a representa-se o símbolo de uma fonte de tensão de alimentação constante. Uma fonte de tensão fornece energia quando os electrões circulam (pelo exterior) do terminal negativo para o terminal positivo, isto é, quando a corrente flui do terminal positivo para o terminal negativo. A potência fornecida ao circuito é positiva quando a corrente abandona a fonte pelo terminal positivo (Figura 1.8.b), e negativa no caso contrário (Figura 1.8.c). Nas Figuras 1.8.d, 1.8.e e 1.8.f ilustram-se os símbolos utilizados na representação das fontes de sinal de tensão e de corrente, respectivamente. Os símbolos indicados em (f) são utilizados para representar a referência da tensão eléctrica. Figura 1.8 Fonte de tensão de alimentação (a); a fonte fornece energia (b); a fonte acumula energia (c); fonte de tensão de sinal (d); fonte de corrente (e); símbolos alternativos da referência da tensão eléctrica (f) file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/1.5%20fontesal.htm (2 of 2)3/16/2009 5:48:46 PM 1.6 Instrumentos de Medida 1.6 Instrumentos de Medida Nas aulas de laboratório das disciplinas de electrónica os alunos vão tomar contacto com dois tipos de instrumentos de medida de grandezas eléctricas: de grandezas constantes no tempo, como é o caso do voltímetro, do amperímetro, do wattímetro e do multímetro; e de medição de grandezas variáveis no tempo, isto é, de sinais eléctricos, como é o caso do osciloscópio. 1.6.1 Voltímetro O voltímetro é um instrumento de medida da amplitude da tensão eléctrica. É dotado de duas pontas de prova de acesso ao exterior (Figura 1.9.a), através das quais se pode medir a tensão aos terminais de uma fonte de tensão constante, entre dois quaisquer pontos de um circuito eléctrico, ou ainda entre um qualquer ponto e a referência. A ligação de um voltímetro ao circuito é de tipo paralelo. O mesmo é dizer que durante a medição o instrumento constitui um caminho paralelo ao elemento ou circuito a diagnosticar. No entanto, um voltímetro ideal procede à medição da tensão sem absorver qualquer corrente eléctrica (apresenta, por isso, uma resistência eléctrica de entrada infinita), característica que garante a não interferência do aparelho no funcionamento do circuito. No passado, todos os voltímetros eram de tipo analógico. Nos aparelhos deste tipo, a amplitude da tensão é indicada através da posição de um ponteiro sobre uma escala graduada, cuja selecção condiz com a amplitude prevista para a tensão. Actualmente existe uma grande variedade de voltímetros analógicos e digitais, sendo em geral uma das múltiplas funções disponibilizadas pelo multímetro. file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/1.6%20instrume.htm (1 of 3)3/16/2009 5:48:46 PM 1.6 Instrumentos de Medida Figura 1.9 Voltímetro (a), amperímetro (b) e wattímetro (c) 1.6.2 Amperímetro O amperímetro é um instrumento de medida da amplitude da corrente eléctrica. Como se indica na Figura 1.9.b, e ao contrário do processo de medição da tensão, a medição de uma corrente eléctrica obriga a que o instrumento seja percorrido pela grandeza a diagnosticar. Um amperímetro ideal caracteriza-se pela capacidade de medir a corrente sem incorrer em qualquer queda de tensão entre os seus dois terminais. 1.6.3 Wattímetro O wattímetro é um instrumento que permite medir a potência eléctrica fornecida ou dissipada por um elemento. O wattímetro implementa o produto das grandezas tensão e corrente eléctrica no elemento, razão pela qual a sua ligação ao circuito é feita simultaneamente em série e em paralelo (Figura 1.9.c). Assim, dois dos terminais são ligados em paralelo com o elemento, efectuando a medição da tensão, e os dois restantes são interpostos no caminho da corrente. Tal como o voltímetro e o amperímetro, o wattímetro ideal mede a tensão sem desvio de qualquer fluxo de corrente, e mede a corrente sem introduzir qualquer queda de tensão aos seus terminais. file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/1.6%20instrume.htm (2 of 3)3/16/2009 5:48:46 PM 1.6 Instrumentos de Medida 1.6.4 Multímetro O multímetro é um instrumento de medida multifuncional que congrega, entre outras, as funções de voltímetro e de amperímetro. Actualmente existe no mercado uma enorme variedade de multímetros: de tipo analógico ou digital; de pequenas (bolso) ou grandes dimensões; de baixa ou elevada precisão; de baixo ou elevado preço. Figura 1.10 Multímetros 1.6.5 Osciloscópio O osciloscópio é um instrumento de medida que permite visualizar em tempo real a amplitude de uma tensão eléctrica variável no tempo. O osciloscópio é de todos os instrumentos o de maior utilidade e complexidade, designadamente devido à necessidade de associar à medição a dimensão do tempo (Figura 1.11). Os osciloscópios actualmente existentes no mercado dispõem de diversos canais de leitura simultânea, em geral dois ou quatro, podendo ser de tipo analógico ou digital. Os osciloscópios digitais são os de maior funcionalidade, permitindo designadamente somar e subtrair sinais entre canais, calcular valores médios, máximos e mínimos, determinar períodos e frequências de oscilação dos sinais medidos, suspender, memorizar e recuperar sinais, imprimir ou transferir para um computador o conteúdo do visor, etc. Os osciloscópios são dotados de uma ponta de prova por canal, cujos dois terminais devem ser ligados em paralelo com o elemento cuja tensão aos terminais se pretende medir. Na Figura 1.11 ilustram-se alguns osciloscópios actualmente comercializados. Figura 1.11 Osciloscópios file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/1.6%20instrume.htm (3 of 3)3/16/2009 5:48:46 PM Exercícios de Aplicação Exercícios de Aplicação 1.1 Determine o número de cargas eléctricas elementares existentes numa carga de 1 C. 1.2 Considere as cargas eléctricas positivas e negativas representadas na Figura E1.2. Determine a intensidade da força de atracção ou repulsão existente entre cada par de cargas nos casos em que r=1 m, r=10 m e r=100 m. Indique também a direcção e o sentido da força eléctrica (εo=8.85419*10-12 F/m). Figura E1.2 1.3 Determine a intensidade da força eléctrica de atracção existente entre o núcleo de um átomo de hidrogénio e um electrão em órbita à distância r=0.5*10-10m. 1.4 Represente graficamente e em função da distância a intensidade da força eléctrica existente entre cargas de valor absoluto 1 µC. Considere o metro como a unidade elementar de representação do eixo das abcissas. 1.5 Determine a intensidade, a direcção e o sentido do campo eléctrico gerado pelo protão do átomo de hidrogénio à distância da primeira órbita possível para o electrão (r=0.5*10-10 m). 1.6 Determine a intensidade, a direcção e o sentido do campo eléctrico existente nos pontos (X) indicados na Figura E1.6 (o módulo das cargas positivas e negativas é 1 µC). file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/1.7%20exapl_01.htm (1 of 3)3/16/2009 5:48:55 PM Exercícios de Aplicação Figura E.1.6 Energia Potencial e Tensão Eléctrica 1.7 Sabendo que o transporte de 625*1016 electrões entre dois pontos envolve a dissipação de 1 J, determine o valor da tensão eléctrica existente entre esses dois pontos. 1.8 Determine o valor da energia eléctrica libertada durante o transporte de uma carga de 1 C entre os dois terminais de uma bateria de 12 V. 1.9 Considere as fontes de tensão eléctrica representadas na Figura E1.9. Indique quais de entre elas fornecem energia. Figura E1.9 1.10 Sabendo que a energia necessária para afastar para o infinito um electrão de um protão é de 1.6*10-18 J, determine qual a distância a que eles se encontram inicialmente (admita as duas partículas inicialmente em repouso). Corrente e Potência Eléctrica 1.11 Considere um fio condutor no qual o fluxo de corrente é de 1 mA. Determine a quantidade de carga que atravessa a sua secção na unidade de tempo. 1.12 A diferença de potencial entre os terminais de uma bateria eléctrica é de 12 V. Se a energia dissipada durante um intervalo de tempo de 1 ms for 1 J, determine a quantidade de carga, a corrente eléctrica e a potência eléctrica envolvidas no processo. 1.13 Sabendo que a carga que entra no terminal positivo de uma bateria é dada pela expressão q(t)=10*e-t µC, determine a expressão e o sentido da corrente eléctrica instantânea. 1.14 Considere uma fonte cuja corrente e tensão instantânea fornecida são dadas pelas expressões i(t)=sin (wt) mA e v(t)=12sin(wt) V, respectivamente. O facto de a corrente de saída da fonte ser positiva e negativa file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/1.7%20exapl_01.htm (2 of 3)3/16/2009 5:48:55 PM Exercícios de Aplicação ao longo do tempo significa que a fonte alternadamente fornece e acumula energia? Justifique a sua resposta. file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/1.7%20exapl_01.htm (3 of 3)3/16/2009 5:48:55 PM 2 Componentes Fundamentais dos Circuitos Eléctricos Componentes Fundamentais dos Circuitos Eléctricos As fontes são componentes de circuito capazes de colocar em movimento cargas eléctricas. Uma vez em movimento, as cargas podem ser levadas a superar diversos e variadíssimos obstáculos, como por exemplo resistências, que lhes impõem um limite máximo à velocidade, condensadores, que as acumulam, díodos, que implementam válvulas unidireccionais, transístores, que implementam uma torneira que abre, fecha ou modula um caminho ao fluxo de corrente, etc. As fontes e os obstáculos designam-se genericamente por componentes dos circuitos, atribuindo-se o nome de circuito eléctrico, ou de rede eléctrica, ao conjunto dos componentes interligados com um fim determinado. Apesar de existir uma enorme variedade de componentes de circuito, pode identificar-se um conjunto restrito de elementos cuja funcionalidade eléctrica é verdadeiramente fundamental. São eles, a saber: a resistência, o condensador e a bobina, por um lado, e as fontes independentes e dependentes de tensão e de corrente, por outro. Estes elementos permitem por si só modelar o comportamento eléctrico dos dispositivos electrónicos. A análise de um circuito eléctrico comporta três tarefas essencialmente distintas: a imposição da característica tensão-corrente de cada elemento, a imposição de um conjunto de leis ao nível da rede de elementos (leis de circuito) e, finalmente, a resolução conjunta das equações. Exemplos de características tensão-corrente são a Lei de Ohm, v=Ri, e a relação i=Cdv/dt do condensador. Por outro lado, leis de circuito são as duas Leis de Kirchhoff, das correntes e das tensões. Tendo em mente estes três passos, o presente e os capítulos seguintes serão dedicados à apresentação das características tensão-corrente das fontes e dos elementos resistência, condensador e bobina, bem como das Leis de Kirchhoff e das metodologias de análise sistemática do conjunto de equações resultante. file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/2%20compfund.htm3/16/2009 5:48:42 PM Sumário Sumário Um circuito eléctrico consiste na interligação criteriosa de um conjunto de componentes através dos quais circulam cargas eléctricas. Os componentes fundamentais dos circuitos eléctricos são a resistência, o condensador, a bobina e as fontes de tensão e de corrente independentes e dependentes. Os nossos métodos de análise aplicam-se a redes lineares ou linearizáveis por troços. Os elementos são lineares quando verificam simultaneamente as propriedades da sobreposição e da homogeneidade. A principal consequência da não-linearidade de um componente é a distorção harmónica. A linearização de um elemento não-linear comporta dois passos: determinação do ponto de funcionamento em repouso e determinação do modelo de sinais fracos. file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/2.0%20sumar_02.htm3/16/2009 5:48:44 PM 2.1 Circuitos e Componentes Eléctricos 2.1 Circuitos e Componentes Eléctricos 2.1.1 Definições Um circuito eléctrico consiste na interligação criteriosa de um conjunto de componentes através dos quais circulam cargas eléctricas. Os circuitos visam a realização de um objectivo pré-determinado, que tanto pode ser o transporte ou a transformação de energia, como o processamento de informação representada sob a forma de um sinal eléctrico. No caso dos circuitos que visam o processamento de informação, os sinais podem constituir uma representação de uma grandeza não eléctrica, como por exemplo a temperatura, a pressão, a intensidade luminosa, a velocidade, um código, etc. Figura 2.1 Circuito eléctrico Na Figura 2.1 ilustra-se um circuito eléctrico constituído por fontes de corrente e de tensão de alimentação e de sinal, resistências, condensadores, bobinas, transformadores, díodos e transístores. É comum, apesar de não rigoroso, distinguir os circuitos eléctricos dos electrónicos com base no tipo de componentes utilizados. Por exemplo, é vulgar referir que um circuito é eléctrico quando integra apenas elementos de tipo passivo, como a resistência, o condensador, a bobina e o transformador, todos eles elementos que apenas dissipam ou, no máximo, armazenam energia eléctrica ou magnética, e classificar como circuitos electrónicos aqueles que integram dispositivos semicondutores, como é o caso do díodo, do transístor, do LED, da célula foto-voltaica, etc. É também comum designar por dispositivos activos os elementos capazes de amplificar a energia associada aos sinais, ou seja, que possibilitam a conversão de energia eléctrica bruta em energia com conteúdo informativo, e passivos os elementos que apenas dissipam energia. No entanto, alguns autores definem como elementos activos aqueles capazes de fornecer energia, neste caso apenas as fontes, definindo como passivos todos aqueles que dissipam energia. De acordo com esta definição, elementos passivos seriam tanto a resistência, a bobina e o condensador, como também o díodo, o transístor, etc. Na verdade, nenhuma destas definições de circuito eléctrico ou electrónico e de elemento passivo ou activo é exactamente rigorosa, o que, de resto, não constitui óbice a uma compreensão dos file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/2.1%20circuito.htm (1 of 5)3/16/2009 5:48:56 PM 2.1 Circuitos e Componentes Eléctricos tópicos tratados ao longo deste livro. O que verdadeiramente importa é distinguir quais os elementos fundamentais dos circuitos. 2.1.2 Componentes Fundamentais Na Figura 2.2 representam-se os símbolos e a designação mais comum dos nove componentes fundamentais dos circuitos eléctricos. São eles a resistência, o condensador e a bobina, as fontes de tensão e de corrente independentes e as fontes dependentes. Os elementos resistência, condensador e bobina serão abordados em pormenor nos Capítulos 3, 7 e 8, respectivamente. Figura 2.2 Componentes fundamentais dos circuitos eléctricos As fontes agrupam-se em duas classes essencialmente distintas: fontes independentes, de tensão ou de file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/2.1%20circuito.htm (2 of 5)3/16/2009 5:48:56 PM 2.1 Circuitos e Componentes Eléctricos corrente, e fontes dependentes. Uma fonte dependente é um elemento cuja tensão ou corrente imposta aos terminais é controlada pela tensão ou corrente num outro elemento ou nó do circuito. Estas fontes são essenciais na modelação do comportamento eléctrico de dispositivos electrónicos como os transístores bipolares e de efeito de campo (a introduzir nas disciplinas de Electrónica). As fontes de tensão caracterizam-se por duas relações: vAB = v e iBA = ? (2.1) indicando assim que a fonte impõe a tensão aos seus terminais, mas que, pelo contrário, fornece uma corrente cujo valor é apenas função do circuito ao qual se encontra ligada. Por exemplo, no caso figurado em 2.3.a, a fonte de tensão impõe a relação vAB=5 V, ao passo que a característica tensão-corrente do elemento resistência estabelece que i=5/R=5 mA. Figura 2.3 Circuito com fonte de tensão (a) e fonte de corrente (b) Em complementaridade com a fonte de tensão, as fontes de corrente caracterizam-se pelas seguintes duas relações: iAB = i e vAB =? (2.2) Estas impõem a corrente no circuito e deixam a cargo deste a definição da tensão aos seus terminais. Por exemplo, e referindo agora ao exemplo representado na Figura 2.3.b, a imposição de uma corrente de 1 A a uma resistência de 100 Ω conduz a uma tensão de 100 V aos terminais da fonte de corrente (v=Ri). As fontes controladas podem ser de quatro tipos principais: (i) de tensão controlada por tensão, FTCT; (ii) de tensão controlada por corrente, FTCC; file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/2.1%20circuito.htm (3 of 5)3/16/2009 5:48:56 PM 2.1 Circuitos e Componentes Eléctricos (iii) de corrente controlada por corrente, FCCC; (iv) de corrente controlada por tensão, FCCT. O coeficiente de ligação entre as variáveis de controlo e controlada pode ser adimensional, ou ter as dimensões de ohm (V/A) ou de siemens (A/V). Na Figura 2.4 dão-se exemplos de circuitos que contém no seu seio fontes de corrente e de tensão controladas. Em cada uma das figuras indica-se a solução para a tensão e para a corrente aos terminais de cada uma das fontes representadas. Figura 2.4 Corrente e tensão fornecidas por um conjunto de fontes controladas file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/2.1%20circuito.htm (4 of 5)3/16/2009 5:48:56 PM 2.1 Circuitos e Componentes Eléctricos file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/2.1%20circuito.htm (5 of 5)3/16/2009 5:48:56 PM 2.2 Componentes Lineares e Não-Lineares 2.2 Componentes Lineares e Não-Lineares 2.2.1 Linearidade Os métodos de análise apresentados ao longo deste livro aplicam-se exclusivamente a circuitos lineares ou linearizáveis por troços. Um circuito é linear quando todos os elementos utilizados satisfazem simultaneamente as propriedades da sobreposição e da homogeneidade. Quando a linearidade não é verificada, pelo menos para determinada gama de valores da tensão e da corrente, procede-se à linearização dos elementos, ou seja, procede-se à consideração de intervalos de valores dentro dos quais a característica tensão-corrente de cada um dos elementos pode, sem grande erro, ser aproximada por uma recta com declive dado pela derivada no ponto central do intervalo. Diz-se então que a característica tensão-corrente do elemento foi linearizada em torno do ponto considerado. Por exemplo, na análise de circuitos com transístores, os quais, como se verá, são dispositivos fortemente não-lineares, o ponto intermédio do intervalo é designado por ponto de funcionamento em repouso, sendo o modelo de cada dispositivo e a análise do circuito correspondente designadas, respectivamente, por modelo e análise de sinais fracos. Um elemento goza da propriedade da sobreposição quando a característica tensão-corrente satisfaz, para todo e qualquer par de valores(i,v), as relações: se i1 = g(v1) (2.3) e i2 = g(v2) (2.4) então g(v1+ v2) = i1+ i2 (2.5) Por outro lado, um elemento goza da propriedade da homogeneidade quando, para o mesmo conjunto de pontos (i,v), satisfaz as seguintes relações: se i1 = g(v1) (2.6) file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/2.2%20compline.htm (1 of 4)3/16/2009 5:48:55 PM 2.2 Componentes Lineares e Não-Lineares então g(kv1) = ki1 (2.7) para todo e qualquer k real. As relações (2.3) a (2.5) indicam que é linear todo e qualquer elemento cuja característica tensão-corrente apresente a forma da equação de uma recta, isto é, i=gv+cte ou, em alternativa, v=ri+cte. Na Figura 2.5 representam-se as características tensão-corrente da resistência e do transístor de efeito de campo, respectivamente. A inspecção das características indica que a resistência é um componente linear, e que o transístor constitui um dispositivo não-linear. Com efeito, aplicando a definição de linearidade à resistência verifica-se que v1=Ri1, v2=Ri2 e que (v1+ v2)=(Ri1+ Ri2)=R(i1+ i2), o que demonstra a propriedade da sobreposição, e ainda que se v1=Ri1 então v2=R(ki1)=kRi1=kv1, igualdade que demonstra a propriedade da homogeneidade. Pode facilmente demonstrar-se que a característica do transístor (2.8) não verifica nem a propriedade da sobreposição, nem a da homogeneidade. Figura 2.5 Característica tensão-corrente de uma resistência (a) e de um transístor de efeito de campo na zona de saturação (b) 2.2.2 Distorção Harmónica O principal efeito causado pela não-linearidade de um componente é a distorção harmónica. Esta encontra- se presente, por exemplo, quando o volume de som de um amplificador audio é colocado no máximo da sua escala, fazendo-se sentir, designadamente, através da geração de sinais agudos cuja frequência se encontra no limite da escala audível. É vulgar a distorção harmónica constituir um dos parâmetros determinantes do file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/2.2%20compline.htm (2 of 4)3/16/2009 5:48:55 PM 2.2 Componentes Lineares e Não-Lineares desempenho de um determinado circuito ou sistema electrónico. Considere-se então a característica tensão-corrente i = A(v - B)2 (2.9) em que A e B são duas constantes. Admita-se ainda que a relação (2.9) é válida para valores positivos e negativos da tensão aplicada, v, e que esta toma a forma sinusoidal v = V m cos(2pft) (2.10) Nestas condições, a corrente no componente é dada por i = A(V m cos(2pft) - B)2 (2.11) que, por aplicação da relação cos2(f)=(0.5)[1+cos(2f)], permite efectuar a expansão i = A(0.5V2 m + B)2 - 2ABV m cos(2pft) + 0.5AV m cos(4pft) (2.12) Como se pode verificar em (2.12), a corrente no circuito é constituída por um termo constante, o primeiro, por um termo à frequência do sinal, o segundo, e por um termo à frequência dupla, o terceiro, designado por segunda harmónica. A distorção harmónica consiste na relação entre as amplitudes das sinusóides às frequências 2f e f. A deterioração da qualidade do som na saída do amplificador encontra-se, portanto, associada à geração de tons espúrios às frequências múltiplas daquela aplicada na entrada. Em geral, os elementos não-lineares são modelados por polinómios de ordem superior àquela considerada na relação (2.9), conduzindo assim à geração de harmónicas superiores à segunda, designadamente terceira, quarta, etc. 2.2.3 Ponto de Funcionamento em Repouso O ponto de funcionamento em repouso (PFR) e a aproximação de sinais fracos constituem os dois passos principais da análise de um circuito com componentes não-lineares. Considere-se o elemento não-linear representado na Figura 2.6, e admita-se que aos terminais do mesmo se aplica uma tensão v = V + v sf (2.13) em que V define uma tensão constante de amplitude razoavelmente elevada, designada por tensão de polarização, e vsf um sinal de amplitude relativamente pequena comparada com V, designado por sinal file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/2.2%20compline.htm (3 of 4)3/16/2009 5:48:55 PM 2.2 Componentes Lineares e Não-Lineares fraco. Como se indica na própria figura, à excursão fraca v sf corresponde uma variação isf na corrente no componente. Assim, i = I + i sf (2.14) sendo o ponto (V,I) designado por ponto de funcionamento em repouso do circuito. A constatação de que o sinal v sf constitui uma pequena variação em torno de uma determinada tensão de polarização, V, permite aproximar a característica i=g(v) pela sua derivada e escrever i sf = gvsf (2.15) em que g define o declive da característica no PFR considerado. Neste caso, e admitindo sempre que as variações em torno do PFR são suficientemente fracas, a relação entre i sf e vsf é de tipo linear, podendo o respectivo elemento ser substituído por um dos elementos lineares definidos anteriormente. A aproximação efectuada é designada por aproximação de sinais fracos, sendo o modelo linear resultante designado por modelo de sinais fracos do dispositivo. Naturalmente que o coeficiente g definido em (2.15) é uma função do ponto de funcionamento em repouso estabelecido para o elemento. Figura 2.6 Ponto de funcionamento em repouso e regime de sinais fracos file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/2.2%20compline.htm (4 of 4)3/16/2009 5:48:55 PM Exercícios de Aplicação Exercícios de Aplicação Circuitos e Componentes Eléctricos 2.1 Desenhe os símbolos e indique a característica tensão-corrente das quatro fontes dependentes. 2.2 Desenhe os símbolos dos elementos resistência, condensador e bobina. 2.3 Determine o valor da corrente nas resistências dos circuitos representados na Figura E2.3. Figura E2.3 2.4 Para cada um dos circuitos representados na Figura E2.3, determine a potência dissipada nas resistências. Qual a energia dissipada durante uma hora? Componentes Lineares e Não-lineares 2.5 Considere as características tensão-corrente representados na Figura E2.5. Quais de entre elas são lineares? file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/2.3%20exapl_02.htm (1 of 2)3/16/2009 5:48:52 PM Exercícios de Aplicação Figura E2.5 2.6 Considere um dispositivo electrónico cuja característica tensão-corrente é iD=K(vGS -Vth)2, para vGS>Vth, e com K=10 -3A/V2 e V th=1 V, e ao qual é aplicada uma tensão vGS=V+vsf, em que V=2 V define uma tensão constante e v sf um sinal sinusoidal de amplitude 1 mV. Determine: (a) o ponto de funcionamento em repouso do dispositivo; (b) a expressão do parâmetro que liga as amplitudes fracas v sf e isf ; (c) a amplitude da sinusóide de corrente, i sf . 2.7 Considere um dispositivo cuja característica tensão-corrente é iC=Is(e vBE/VT -1), em que I s =10-15 A e VT=25 mV. Determine a expressão do parâmetro que liga as amplitudes fracas da tensão e da corrente (vBE, iC). 2.8 Considere um elemento cuja característica tensão-corrente aos terminais é v=Ri+α2i2+α3i3, em que R=1000 Ω e α2=α3=1. Admitindo que a corrente é sinusoidal de amplitude 1 mV e frequência 10 kHz, determine a amplitude das harmónicas da tensão v às frequências 20 kHz e 30 kHz. file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/2.3%20exapl_02.htm (2 of 2)3/16/2009 5:48:52 PM 3 Resistência Eléctrica Resistência Eléctrica A resistência é uma medida da oposição que a matéria oferece à passagem de corrente eléctrica. Os materiais são designados por condutores, semicondutores ou isoladores conforme a oposição que oferecem seja reduzida, média e elevada. A Lei de Ohm v = R i (3.1) estabelece a relação existente entre a corrente e a tensão eléctrica aos terminais de uma resistência. O parâmetro R, designado resistência eléctrica, é expresso em ohm (note-se que na língua inglesa se distinguem parâmetro resistance do elemento resistor). A resistência eléctrica dos materiais pode ser comparada ao atrito existente nos sistemas mecânicos. Por exemplo, e ao contrário do vácuo, a aplicação de um campo eléctrico constante (força constante) sobre uma carga eléctrica conduz a uma velocidade constante nos materiais, situação à qual corresponde uma troca de energia potencial eléctrica por calor. Esta conversão é designada por efeito de Joule, cuja expressão da potência dissipada é p = Ri2 (3.2) A resistência é um dos elementos mais utilizados nos circuitos. Existem resistências fixas, variáveis e ajustáveis, resistências integradas e resistências discretas, resistências cuja função é a conversão de grandezas não eléctricas em grandezas eléctricas, etc. Relativamente a estas últimas, existem resistências sensíveis à temperatura, como sejam as termo-resistências e os termístores, resistências sensíveis ao fluxo luminoso, designadas por foto-resistências, magneto-resistências, piezo-resistências, químio-resistências, etc. file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/3%20resistel.htm3/16/2009 5:48:46 PM Sumário Sumário Define-se resistência eléctrica como a oposição que a matéria oferece à passagem de corrente eléctrica. A Lei de Ohm estabelece a relação existente entre tensão, corrente e resistência eléctrica. A resistência eléctrica é uma função da resistividade do material e das dimensões físicas do elemento, sendo a resistividade inversamente proporcional à densidade de portadores livres e à respectiva mobilidade. A Lei de Joule estabelece a relação entre potência eléctrica, amplitude da corrente (ou tensão) e resistência eléctrica. As resistências podem ser fixas, ajustáveis ou variáveis. No que respeita aos materiais e processos de fabrico, podem ser de carvão, de película fina, de fio bobinado, de filme espesso ou fino, e integradas. Existem resistências com uma variação do valor nominal com a tensão, a temperatura, a luminosidade, o campo magnético, o esforço mecânico, a humidade (em geral a densidade de certos agentes químicos), etc. Esta dependência é utilizada na realização de sensores resistivos. A resistência eléctrica mede-se com um ohmímetro. file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/3.0%20sumar_03.htm3/16/2009 5:48:44 PM 3.1 Lei de Ohm 3.1 Lei de Ohm O fluxo ordenado de cargas eléctricas através de um material, activado pela aplicação de uma diferença de potencial, é limitado pela estrutura interna do mesmo. Antes de derivar a expressão que relaciona resistência eléctrica e parâmetros físicos, talvez seja conveniente explorar um pouco mais a analogia existente entre os sistemas mecânicos e os circuitos eléctricos. Considere-se então uma massa em queda sob a acção de um campo gravitacional constante, num primeiro caso num espaço sem atmosfera e num segundo num espaço com atmosfera. Admita-se ainda que inicialmente o corpo se encontra a uma altitude h, isto é, que possui uma energia potencial EP-ini=mgh e uma energia cinética EC-ini=0. Nestas condições, a força actuante sobre a massa é F=mg, a intensidade do campo gravítico é E=g e, já agora, a diferenca de potencial gravítico é V=gh. A força e o campo são constantes ao longo de toda a trajectória do corpo, sendo o potencial gravítico tanto mais elevado quanto maior for a altitude inicial do corpo. Ao longo da queda, o corpo troca energia potencial por energia cinética. A troca entre energias verifica a relação (3.3) em que xe v definem a posição e a velocidade entretanto adquiridas pelo corpo. A velocidade do corpo é expressa por m/s, metro por segundo (3.4) admitindo naturalmente que se verifica sempre v<<c, em que c define a velocidade da luz. No espaço sem atmosfera o corpo atinge a velocidade máxima para x=h, ou seja, quando EP=0. No caso em que o corpo se move num espaço com atmosfera, portanto com atrito, a troca de energia potencial por energia cinética faz-se com perdas. Outra consequência da força de atrito é o facto de, a partir de uma determinado instante, o corpo se deslocar com uma velocidade constante, designada velocidade limite. A partir desse instante efectua-se uma troca integral entre energia potencial e calor, e o ritmo de troca de energia na unidade de tempo é constante. Considere-se agora o circuito eléctrico representado na Figura 3.1. file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/3.1%20leiohm.htm (1 of 6)3/16/2009 5:49:00 PM 3.1 Lei de Ohm Figura 3.1 Resistência eléctrica Admita-se que a diferença de potencial aos terminais da bateria é V e que a intensidade do campo eléctrico ao longo do fio condutor é constante (3.5) Tal como o corpo em queda livre, as cargas negativas perdem energia potencial ao dirigirem-se do terminal negativo para o terminal positivo da bateria (energia convertida em energia cinética e calor). As cargas eléctricas atravessam o fio condutor com uma velocidade constante, basicamente fixada no valor médio das velocidades atingidas nos intervalos entre colisões com os átomos. Admita-se que o material é caracterizado por uma densidade de electrões livres por unidade de volume, n = número de electrões por metro cúbico (3.6) ou que a densidade de carga livre por metro cúbico é q=ne (valor absoluto). Por exemplo, os materiais condutores são caracterizados por possuírem uma elevada densidade de electrões livres, que lhes permite suportar o mecanismo da condução eléctrica, ao passo que os materiais isoladores são caracterizados por valores bastante reduzidos deste mesmo parâmetro. Por outro lado, cada par material-tipo de carga caracteriza-se por uma relação velocidade-campo (3.7) em que m se designa por mobilidade das cargas em questão. Este parâmetro é em geral uma função do tipo de carga, da temperatura e do tipo de material. A quantidade de carga que na unidade de tempo atravessa a superfície perpendicular ao fluxo é (Figura 3.2) (3.8) file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/3.1%20leiohm.htm (2 of 6)3/16/2009 5:49:00 PM 3.1 Lei de Ohm Figura 3.2 Corrente eléctrica a qual, tendo em conta a relação (3.7), permite escrever (3.9) em que S/m, siemens por metro (3.10) se designa condutividade eléctrica do material, ou ainda (3.11) em que S, siemens (3.12) se diz condutância eléctrica do condutor. Expressando a tensão em função da corrente, obtém-se (3.13) e (3.14) file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/3.1%20leiohm.htm (3 of 6)3/16/2009 5:49:00 PM 3.1 Lei de Ohm em que Ω.m, ohm-metro (3.15) se designa por resistividade eléctrica do material e Ω, ohm (3.16) por resistência eléctrica do condutor. As expressões (3.9), (3,13) e (3.14) são indistintamente designadas por Lei de Ohm. De acordo com a expressão (3.16), a resistência eléctrica de um condutor é directamente proporcional ao seu comprimento, e inversamente proporcional à sua secção, à densidade e à mobilidade das cargas eléctricas livres existentes no seu seio. Na Figura 3.3 ilustram-se alguns casos da relação existente entre a resistência eléctrica e o comprimento, a secção e a resistividade, enquanto na Tabela 3.1 se apresentam os valores da resistividade eléctrica de alguns materiais condutores, semicondutores e isoladores, medidos à temperatura de referência de 20 ºC. Figura 3.3 Resistência eléctrica de fios condutores com comprimentos, secções e resistividades variadas MATERIAL RESISTIVIDADE (@ 20ºC) prata 1.645*10-8 Ω.m file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/3.1%20leiohm.htm (4 of 6)3/16/2009 5:49:00 PM 3.1 Lei de Ohm cobre 1.723*10-8 Ω.m ouro 2.443*10-8 Ω.m alumínio 2.825*10-8 Ω.m tungsténio 5.485*10-8 Ω.m níquel 7.811*10-8 Ω.m ferro 1.229*10-7 Ω.m constantan 4.899*10-7 Ω.m nicrómio 9.972*10-7 Ω.m carbono 3.5*10-5 Ω.m silício 2.3*103 Ω.m polystirene ~ 1016 Ω.m Tabela 3.1 Resistividade eléctrica de diversos materiais condutores, semicondutores e isoladores (a 20 ºC) A Lei de Ohm permite três interpretações distintas: (i) para uma determinada tensão aplicada, a corrente é inversamente proporcional à resistência eléctrica do elemento; (ii) para uma determinada corrente aplicada, a tensão desenvolvida aos terminais do elemento é proporcional à resistência; (iii) a resistência de um elemento é dada pelo cociente entre a tensão e a corrente aos seus terminais. Por exemplo, no caso dos circuitos representados na Figura 3.4 verifica-se que em (b) a corrente na resistência é dada por I=V/R=5 A, que em (c) a tensão aos terminais da resistência é V=RI=5 V e que em (d) o valor da resistência é R=V/I=10 Ω. Figura 3.4 Símbolo da resistência e Lei de Ohm file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/3.1%20leiohm.htm (5 of 6)3/16/2009 5:49:00 PM 3.1 Lei de Ohm A representação gráfica da Lei de Ohm consiste numa recta com ordenada nula na origem e declive coincidente com o parâmetro R (ou G) (Figura 3.5). Apesar de elementar e evidente, é importante associar esta relação linear tensão-corrente à presença de um elemento do tipo resistência, mesmo em dispositivos electrónicos relativamente complexos como o transístor. Num dos seus modos de funcionamento, por exemplo, o transístor apresenta uma relação tensão-corrente semelhante àquela indicada na Figura 3.5, o que indica, portanto, que nessa mesma zona o transístor é, para todos os efeitos, uma resistência. Figura 3.5 Lei de Ohm file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/3.1%20leiohm.htm (6 of 6)3/16/2009 5:49:00 PM 3.2 Lei de Joule 3.2 Lei de Joule A potência eléctrica dissipada numa resistência é dada pelo produto da tensão pela corrente (neste caso adopta-se a representação dos valores instantâneos das grandezas) W, watt (3.17) No entanto, por substituição da Lei de Ohm, (3.18) ou ainda (3.19) todas elas indistintamente associadas ao enunciado da Lei de Joule. Na Figura 3.6 representam-se graficamente as expressões (3.18) e (3.19). Figura 3.6 Potência dissipada numa resistência A energia eléctrica dissipada numa resistência é dada pelo produto da potência pelo intervalo de tempo w = Ri2Dt J, joule (3.20) No entanto, a unidade de energia eléctrica utilizada nas redes de produção, transporte e consumo de energia eléctrica é o watt-hora (Wh) ou, então, um dos seus múltiplos como o kWh, o MWh, ou mesmo o GWh. A regra de conversão entre watt-hora e joule é file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/3.2%20leijoule.htm (1 of 2)3/16/2009 5:48:58 PM 3.2 Lei de Joule (3.21) A quantidade expressa pelas relações (3.17) a (3.19), na unidade de tempo, ou (3.18) ao longo do tempo, é dissipada sob a forma calor. Como tal, um dos parâmetros de uma resistência é a sua capacidade de dissipar convenientemente o calor gerado por efeito de Joule. O desrespeito desta característica pode comprometer a funcionalidade da resistência. Com efeito, o fusível é um dispositivo que explora as consequências do efeito de Joule, o qual, como se indica na Figura 3.7, tem por objectivo limitar a potência fornecida a um determinado circuito eléctrico. Neste caso, quando a corrente absorvida pelo circuito supera um valor limite pré-estabelecido, I max , o calor gerado por efeito de Joule é suficiente para fundir o filamento e interromper o fornecimento de corrente ao circuito. Existem fusíveis para diversos tipos de aplicações: de valor máximo de corrente, de actuação rápida (sensíveis aos picos de corrente) ou lenta (sensíveis ao valor médio da corrente), etc. A programação das memórias ROM constitui uma das aplicações mais interessantes do princípio de funcionamento do fusível. Neste caso, os fusíveis são constituídos por uma fita de alumínio depositada na superfície da pastilha de silício, fusíveis que são posteriormente fundidos, ou não, de acordo com o código a programar na memória. Figura 3.7 Fusível file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/3.2%20leijoule.htm (2 of 2)3/16/2009 5:48:58 PM 3.3 Tipos de Resistências 3.3 Tipos de Resistências Em função da tecnologia subjacente à sua construção e das aplicações visadas, as resistências podem ser agrupadas em três classes principais: (i) resistências discretas, utilizadas para construir circuitos com componentes discretos em placas de circuito impresso ou de montagem; (ii) resistências híbridas, utilizadas na construção de circuitos híbridos discreto-integrados; (iii) resistências integradas, neste caso com dimensões micrométricas e utilizadas na realização de circuitos integrados em tecnologia de silício. Este livro limita-se a estudar os grupos de resistências discretas e híbridas, deixando a cargo da disciplina Electrónica dos Sistemas Integrados a apresentação das múltiplas alternativas em matéria de resistências integradas. Para além da tecnologia subjacente à sua construção, é comum classificar as resistências discretas em fixas, ajustáveis e variáveis. O valor nominal de uma resistência fixa é pré-estabelecido durante o processo de fabricação da mesma, ao passo que aquele relativo às resistências ajustáveis e variáveis pode ser alterado pelo utilizador. A distinção entre resistência ajustável e variável é mínima. Esta depende essencialmente da aplicação a que se destinam: as resistências ajustáveis são normalmente inacessíveis ao utilizador comum e são utilizadas no ajuste fino do desempenho dos circuitos, que em regra é feito imediatamente após a sua produção, ao passo que, pelo contrário, as resistências variáveis destinam-se a ser acessíveis ao utilizador comum e são usadas, por exemplo, no controlo do volume de som de um rádio, do brilho ou do contraste de um aparelho de televisão, etc. Apesar da sua enorme variedade, as resistências discretas mais utilizadas na prática são as seguintes: (i) as de carvão, na realidade de pasta de aglomerados de grafite; (ii) as de película ou camada fina de material metálico ou de carvão; (iii) as de fio metálico bobinado. Para além das diferenças tecnológicas de construção, é comum utilizarem-se adjectivos como: resistências de montagem superficial (resistências de pequenas dimensões para montagem superficial sobre a placa de circuito impresso), redes ou agregados de resistências (encapsuladas em invólucros semelhantes aos dos circuitos integrados), resistências de potência, etc. 3.3.1 Resistências de Carvão file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/3.3%20tiposres.htm (1 of 5)3/16/2009 5:48:57 PM 3.3 Tipos de Resistências As resistências de carvão são construídas a partir de uma massa homogénea de grafite misturada com um elemento aglutinador. A massa é prensada com o formato desejado, encapsulada num invólucro isolante de material plástico e ligada ao exterior através de um material bom condutor. Na Figura 3.8 ilustram-se alguns detalhes relativos à construção deste tipo de resistências. Figura 3.8 Aspectos tecnológicos da construção de uma resistência de carvão O valor nominal de uma resistência de carvão é uma função das dimensões físicas e da percentagem, maior ou menor, de grafite utilizada no aglomerado (mais grafite é igual a menor resistência). As resistências de carvão existem numa gama muito variada de valores, designadamente no intervalo compreendido entre 2.7 Ω e 22 MΩ, e para diversos valores da potência máxima dissipável, tipicamente ¼ W, ½ W, 1 W e 2 W. 3.3.2 Resistências de Película ou Camada Fina As resistências de película fina são construídas a partir da deposição de uma finíssima camada de carvão ou metal resistivo (níquel-crómio, óxido de estanho, etc.) sobre um corpo cilíndrico de material isolante. Nas resistências de menor valor absoluto, tipicamente inferiores a 10 kΩ, o material resistivo é depositado sob a forma de uma camada contínua que une os respectivos terminais de acesso (Figura 3.9.a), ao passo que nas de maior valor se adopta a solução de construir uma espiral de filme em torno do corpo cilíndrico (Figura 3.9.b). Em qualquer dos casos, a composição e a espessura da camada determinam o valor nominal da resistência eléctrica implementada. O corpo da resistência é constituído por um material isolante, em geral um material vítreo ou cerâmico, sendo o conjunto protegido do exterior através de uma tinta isolante. As resistências de película fina existem numa gama de valores nominais e de máxima potência dissipável muito variada. Por exemplo, as resistências de filme fino de carvão existem para os valores estandardizados de 1/10 W, ¼ W, 1/3 W, ½ W, 2/3 W, 1 W, 3/2 W e 2 W. Figura 3.9 Aspectos tecnológicos da construção de uma resistência de película ou camada fina file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/3.3%20tiposres.htm (2 of 5)3/16/2009 5:48:57 PM 3.3 Tipos de Resistências 3.3.3 Resistências Bobinadas As resistências bobinadas são construídas a partir do enrolamento de um fio metálico resistivo em torno de um núcleo cilíndrico de material isolante (Figura 3.10.a). O material resistivo mais utilizado é o constantan, que consiste basicamente numa liga metálica de níquel, cobre e manganésio. Em alguns casos, as extremidades do fio bobinado são ligadas a braçadeiras que permitem a ligação e a fixação da resistência ao circuito. No que respeita ao isolamento, as resistências bobinadas podem ser esmaltadas, vitrificadas ou cimentadas, sendo em geral o conjunto protegido mecanicamente do exterior por um invólucro de material cerâmico selado com silicone (Figura 3.10.b). As resistências de fio bobinado são comercializadas em gamas de valores nominais inferiores a 100 kΩ, cobrindo no entanto uma gama de máxima potência dissipável razoavelmente elevada (tipicamente até uma a duas dezenas de watt). Existem resistências bobinadas cujas dimensões vão desde alguns milímetros até vários centímetros. Figura 3.10 Aspectos tecnológicos da construção de uma resistência de fio bobinado 3.3.4 Resistências Híbridas de Filme Espesso e de Filme Fino As resistências de filme espesso e de filme fino são utilizadas na realização de circuitos híbridos discreto- integrados. As resistências deste tipo são construídas por deposição de uma fita de material resistivo sobre um substrato isolante (alumina, magnesia, quartzo, vidro, safira, etc.), fitas cuja espessura é da ordem das dezenas de µm na tecnologia de filme espesso e inferior ao µm (até algumas dezenas de angstrom) no caso das tecnologias de filme fino. Os materiais resistivos mais utilizados são os compostos de ruténio, irídio, e rénio, no caso das resistências de filme espesso, e o níquel crómio, o nitrato de tântalo e o dióxido de estanho no caso das de filme fino. Em face das aplicações a que se destinam, a dimensão deste tipo de resistências é relativamente reduzida (da ordem do milímetro), intermédia entre aquelas características dos componentes discretos e integrados. Existem também resistências de filme espesso encapsuladas em suportes semelhantes aos utilizados para os circuitos integrados, disponibilizando neste caso um conjunto variado de resistências independentes ou com terminais comuns. Na Figura 3.11 ilustra-se um conjunto variado de resistências fixas actualmente existentes no mercado. Figura 3.11 Algumas resistências fixas actualmente existentes no mercado file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/3.3%20tiposres.htm (3 of 5)3/16/2009 5:48:57 PM 3.3 Tipos de Resistências 3.3.5 Resistências Ajustáveis e Variáveis As resistências ajustáveis e variáveis, também designadas por reóstatos, potenciómetros ou, em adaptação da designação em língua inglesa, trimmers, são utilizadas em aplicações nas quais se exige a afinação ou a variação continuada do valor nominal de uma resistência. Exemplos da aplicação de resistências variáveis são o controlo do volume de som de um rádio, o controlo do brilho ou contraste de um monitor TV, o ajuste do período de oscilação em circuitos temporizadores, etc. Na Figura 3.12 representa-se o símbolo, o esquema de ligações e um croqui do mecanismo de controlo utilizado. Existem resistências com controlo por tubo rotativo, manípulo ou ranhura, com escala linear ou logarítmica, simples ou em tandem, multivoltas ou de volta única, de carvão ou de metal, encapsuladas ou desprotegidas, etc. Na base da Figura 3.12 encontrará algumas das soluções actualmente comercializadas. Figura 3.12 Algumas resistências variáveis e ajustáveis actualmente disponíveis 3.3.6 Características Técnicas das Resistências A selecção e utilização de resistências em circuitos nos quais a precisão é um dos factores decisivos do desempenho, deve ser acompanhada de precauções técnicas, quanto: (i) à tolerância do valor nominal e à sua estabilidade em função das condições de armazenamento e de funcionamento (por exemplo, as resistências mais estáveis são as de fio bobinado, seguindo-se-lhes, por ordem, as de película fina metálica, de carvão e as aglomeradas); file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/3.3%20tiposres.htm (4 of 5)3/16/2009 5:48:57 PM 3.3 Tipos de Resistências (ii) à potência máxima dissipável; (iii) ao coeficiente de temperatura; (iv) à tensão máxima aos terminais; (v) ao ruído de fundo; (vi) à gama de frequências recomendada, fora da qual se tornam significativas as capacidades e as indutâncias parasitas associadas, seja ao corpo, seja aos terminais de acesso; (vii) à linearidade. A não consideração de algumas destas características, em particular a tolerância, a máxima potência dissipável e o coeficiente de temperatura, pode conduzir a desempenhos bastante diferentes daqueles previstos no projecto. file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/3.3%20tiposres.htm (5 of 5)3/16/2009 5:48:57 PM 3.4 Varístores 3.4 Varístores O varístor, em inglês VDR, voltage dependent resistor, é uma resistência cujo valor nominal é uma função da própria tensão aplicada aos terminais (Figura 3.13 a e b). A elevada não linearidade do varístor é vulgarmente utilizada na eliminação de picos de tensão introduzidos nas linhas de alimentação durante as operações de ligação e desactivação de aparelhos, descargas atmosféricas, accionamento de termostatos, fundição de fusíveis, etc. Os varístores são em geral ligados em paralelo com o circuito cuja protecção garantem. Quando um transitório ocorre, o valor nominal da resistência reduz-se drasticamente, absorvendo assim os eventuais picos de corrente que, caso contrário, seriam injectados no circuito. Os varístores encontram aplicação em computadores, televisores, automóveis, brinquedos, etc. Um dos materiais vulgarmente utilizados na construção dos varístores é o óxido de zinco (ZnO), o qual apresenta uma característica tensão-corrente cuja forma é (Figura 3.13.b) (3.22) em que C e b são duas constantes características do material. Por exemplo, um varístor cujos parâmetros C e b valem, respectivamente, 230 e 0.035, apresenta aos seus terminais uma tensão de 230 V quando a corrente é 1 mA, e 270 V quando a corrente ascende a 100 A. Na Figura 3.13.c apresenta-se um circuito que exemplifica a função de um varístor na protecção de um circuito. file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/3.4%20varistor.htm (1 of 3)3/16/2009 5:48:52 PM 3.4 Varístores Figura 3.13 Símbolo (a), características tensão-corrente típicas de um varistor (b), exemplo de aplicação (c) e fotografia de um varístor comercializado Admita-se que em condições normais a tensão aos terminais da fonte de alimentação é V s = VR + Vo = RI + CI b mas que em condições anormais apresenta um pico de amplitude ∆V s tal, que V s +DV s = R(I + ∆I) + C(I + ∆I)b ≈ R(I + ∆I) + CIb No entanto, uma vez que b <<1 V s +∆V s ≈ R(I + ∆I) + CIb e o pico de tensão é quase na íntegra absorvido pela resistência R, protegendo assim o circuito a jusante. file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/3.4%20varistor.htm (2 of 3)3/16/2009 5:48:52 PM 3.4 Varístores file:///D|/apostilas/Benson%20xwave/3.4%20varistor.htm
Compartilhar