Buscar

Direito Empresarial - I

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

LFG – Intensivo I 
Direito Empresarial 
 
 
 
Melhor Material Estudo 
Contato: melhor.materal.estudo@gmail.com 
 
 
INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL. CONCEITOS INICIAIS. 
 
EMPRESÁRIO 
 
Atos de Comércio: 
 
Era a teoria adotada pelo Código Comercial de 1850. Essa teoria é uma teoria francesa (derivada do Código 
de Napoleão). 
O Código Comercial de 1.850 possuía três partes: 
Parte I – Tratava do Comércio em geral; 
Parte II – Tratava do Comércio marítimo; 
Parte III – Tratava das Quebras. 
Ocorre que a parte III (Das quebras) já havia sido revogado pela lei 7.661/45, que, por sua vez, foi revogada 
pela lei 11.101/05. 
A primeira parte do Código Comercial de 1850 tratava da figura do comerciante (pessoa física) e da 
sociedade comercial (pessoa jurídica). Nesta época, era considerado comerciante ou sociedade comercial 
somente aqueles que praticava, com habitualidade, atos de comércio, atividades mercantis. 
Mas aí surgiu um problema, pois o próprio Código Comercial não dizia o que eram “atos de comércio”. 
Então, esse conceito era preenchido pelo regulamento 737, que estipulava uma lista de atos de comércio. Ocorre 
que apenas os atos listados no Regulamento 737 eram considerados atividades mercantis. E ele contemplava 
poucas hipóteses (ex. ele não contemplava a prestação dos serviços, a compra e venda de bens imóveis como por 
exemplo atos das imobiliárias, as atividades de agroindústria). 
Assim, aquele que praticava atividade não enquadrada no regulamento 737, não poderia ser considerado 
comerciante ou sociedade empresária e, por isso, não tinham os benefícios como, por exemplo, a concordata, a 
falência etc. 
Diante desses problemas, resolveu-se adotar outra teoria para explicar os atos comerciais. Adotou-se a 
teoria da empresa. 
 
1) Teoria da Empresa: 
 
Esta teoria foi adotada pelo Código Civil de 2002, no seu art.966 e seguintes. A teoria da empresa é uma 
teoria italiana. 
Mas, é importante notar que, ao deixar de adotar a teoria dos atos de comércio, o CC/2002 não revogou 
todo o código comercial de 1850, mas apenas uma parte dele (a primeira parte). Isso foi feito no art.2.045, do 
CC/2002. 
 
Então, a parte II do Código de 1850 ainda está em vigor, que regula os atos de comércio marítimo. 
 
O que a teoria da empresa mudou no direito comercial? Hoje, não há mais a figura do comerciante, mas 
sim as figuras do empresário e da sociedade empresária. 
 
2) O empresário: 
 
A teoria da empresa foi consagrada no art.966, do CC, que estabelece o conceito de empresário. 
 
O conceito “empresário”, chamado pelo art.966 vale tanto para a pessoa física quanto para a pessoa 
jurídica. Ocorre que o empresário pessoa física é chamado de “empresário individual”, e o empresário pessoa 
jurídica é chamado de “sociedade empresária”. 
LFG – Intensivo I 
Direito Empresarial 
 
 
 
Melhor Material Estudo 
Contato: melhor.materal.estudo@gmail.com 
 
 
Conceito de empresário: O empresário é aquele que, profissionalmente, exerce uma atividade econômica 
organizada. Então, deve ter uma organização empresarial, para a produção ou circulação de bens ou de serviços. 
Destrinchando o conceito, temos: 
 
 “Profissionalmente” – O profissional é aquele que desempenha aquela atividade com habitualidade, 
continuidade. 
 “Atividade econômica” – atividade econômica significa que ele tem uma finalidade lucrativa. Não significa que 
sempre haverá lucro, mas este deve ser a finalidade. 
 “Organizada” – Deve haver uma organização empresarial. Haverá “organização empresarial” quando a 
atividade-fim for exercida com a colaboração de terceiros. Não haverá organização empresarial quando a 
atividade-fim depender exclusivamente do exercício da pessoa natural ou da figura dos sócios da sociedade. 
Quando se fala em empresário individual, tem-se a pessoa natural, física, que conta com a colaboração de 
terceiros para exercer a sua atividade-fim. 
Ex. pessoa quer organizar e montar uma churrascaria. Ela tem que contratar funcionários, churrasqueiro, 
manobrista, garçons, etc. Mas o dono é um só. Ele é o chefe de todos. 
Quando se fala em sociedade empresária, há uma pessoa jurídica, que conta com mais de uma pessoa (há 
pelo menos 2 sócios). 
Diversamente, quando não há organização empresarial, não há sociedade empresária nem empresário 
individual. 
Ex. a pessoa faz trufas e vende. Nesse caso, a atividade-fim depende exclusivamente da pessoa natural. 
Ex. duas pessoas resolvem montar uma pastelaria. Eles criam uma sociedade, e um sócio faz e frita os pastéis, e o 
outro serve os clientes e fica no caixa. Essa sociedade não é empresária. 
Nestes exemplos, aquele que vende trufa, bem como a sociedade constituída na forma de uma simples 
pastelaria, mão desenvolvem suas atividades com organização empresaria, pois a atividade-fim é realizada 
exclusivamente pela pessoa natural ou pelos sócios da sociedade. 
 
Obs: Muitas vezes, fala-se que organização é a conjugação dos quatro fatores de produção: mão-de-obra, 
matéria-prima, capital e tecnologia. Isso é uma forma mais objetiva de dizer que a atividade-fim é realizada com a 
ajuda de terceiros. 
 
 “para a produção ou circulação de bens ou de serviços” – pode ser uma produção de bens ou produção de 
serviços, ou circulação de bens ou circulação de serviços. Esse conceito passa a ser bem mais abrangente do que o 
antigo rol de atos de comércio. Agora, o conceito envolve todo e qualquer tipo de atividade. 
Ex. de produção de bens  cerâmica; fábrica de móveis. 
Ex. de produção de serviços  prestadora de serviços, bancos. 
Ex. de circulação de bens  loja de roupas, farmácia. 
Ex. de circulação de serviços  agência de turismo (a agência de turismo não prestou o serviço de hospedagem, 
nem de transporte aéreo; então, o que ela fez foi uma circulação de serviços). 
 
Quando falamos de empresário individual, falamos de pessoa natural. Mas, o empresário individual possui 
CNPJ. Como isso é possível? O empresário individual tem CNPJ mas não é pessoa jurídica. Para que o empresário 
individual tenha o mesmo tratamento tributário que a pessoa jurídica, ele tem que ter CNPJ. Então, o empresário 
individual possui CNPJ para ter o mesmo tratamento tributário que a sociedade (pessoa jurídica), mas não é 
pessoa jurídica. 
 
 Pergunta de concurso  Cabe desconsideração da personalidade jurídica para o empresário individual? 
R: O empresário individual não tem personalidade jurídica. Então, não há que se falar em desconsideração. 
 
LFG – Intensivo I 
Direito Empresarial 
 
 
 
Melhor Material Estudo 
Contato: melhor.materal.estudo@gmail.com 
 
Atenção! Empresário não é quem tem registro no órgão competente. É quem exerce atividade econômica 
profissional organizada para produção ou circulação de bens ou serviços. O registro é apenas uma condição de 
regularidade da empresa. 
Cuidado! Quem exerce a atividade empresarial é a sociedade (pessoa jurídica) e não os sócios. Portanto, 
não podemos classificar o sócio de sociedade empresária como empresário pelo simples fato dele figurar como 
sócio. 
Ex. Numa sociedade (churrascaria) com 2 sócios, um dos sócios não pode dizer que ele é empresário. Quem 
desempenha a atividade da churrascaria é a pessoa jurídica; a sociedade, que vai ser caracterizada como 
empresária. Então, não é porque ele é sócio de uma sociedade que ele é empresário. Ele sóseria empresário se 
ele fosse individual. 
 
3) Excluídos do conceito de empresário: 
 
São aqueles casos previstos no art.966, p.ú., do CC: 
 
Art. 966, parágrafo único, CC - Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza 
científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da 
profissão constituir elemento de empresa. 
 
Pelo que dispõe o art. 966, do CC, não são empresários: 
 
 “quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística” – esse é o chamado 
“profissional liberal”. 
Exemplos de atividade intelectual: 
Ex. de natureza científica  médico (ciências médicas), contador (ciências contábeis), advogado, arquiteto, 
engenheiro, etc. 
Ex. de natureza literária  autor, escritor, jornalista, etc. 
Ex. de natureza artística  artista plástico, desenhista, cantor, ator, dançarino, etc. 
Esse artigo também se aplica para a pessoa jurídica, como por exemplo, uma sociedade médica, uma 
sociedade de advogados, sociedade de contadores, sociedade de escritores, sociedade de atores, dançarinos, etc. 
Quem está excluído do conceito de empresário e é pessoa natural, é um autônomo. Por seu turno, aquela 
sociedade que não é empresária é uma sociedade simples. Isto está no art.982, do CC. 
Então, uma pessoa natural será um autônomo ou uma sociedade será simples quando exercerem uma 
atividade intelectual ou exerça uma atividade comercial, porém sem organização empresarial. 
A exclusão promovida pelo parágrafo único do art.966, do CC decorre do papel secundário que a 
organização assume nessas atividades. Nelas, o essencial é a atividade pessoa. 
As atividades intelectuais são prestadas de forma pessoa, e ainda que contenham auxiliares ou 
colaboradores o personalismo prevalece. 
Ex. dois médicos resolvem montar uma clínica de ortopedia. Então, montam uma sociedade simples. Só que eles 
resolvem contratar uma faxineira, uma secretária e uma enfermeira. Mesmo assim a sociedade não será 
empresária. 
Ex. a pessoa vai no consultório por causa daquele médico específico. 
 
 “salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa”  Elemento de empresa ocorre quando a 
natureza pessoal da atividade cede espaço a uma atividade maior, de natureza empresarial. 
Casos em que há elemento de empresa: 
 
(1) Quando a atividade intelectual estiver integrada em um objeto mais complexo, próprio da atividade 
empresarial. 
LFG – Intensivo I 
Direito Empresarial 
 
 
 
Melhor Material Estudo 
Contato: melhor.materal.estudo@gmail.com 
 
Ex. dois amigos montam uma veterinária. A atividade intelectual, a princípio, não é empresária. Só que na 
veterinária, há também, um pet shop, um hotelzinho para cachorro, sala de eventos para cachorro. Nesse caso, a 
atividade intelectual tornou-se um dos componentes que são oferecidas por esta veterinária. Quando isso ocorre, 
essa atividade intelectual passa a ser considerada “elemento de empresa” e essa clínica será uma sociedade 
empresária. 
 
(2) Será também elemento de empresa a atividade intelectual sem caráter personalíssimo, mas sim um serviço 
impessoal, e objetivo, realizado por pessoas intelectuais contratadas a serviço da pessoa natural ou da sociedade. 
Ex. um fotógrafo monta uma loja de fotografia, e começa a montar equipes para mandar para diversas festas 
(casamento, formaturas, etc) e tirar fotos. Neste caso, o serviço é prestado pela equipe contratada pelo 
empresário ou pela sociedade empresária. Ele está organizando uma atividade empresarial. E a atividade desse 
fotógrafo será elemento de empresa. 
 
Obs: OAB – O Estatuto da OAB diz que a atividade de advocacia nunca pode ser mercantil. (art.1º). 
 
4) O empresário individual: 
 
5.1) Conceito: 
 
Empresário individual é a pessoa natural, que possui CNPJ. 
 
5.2) Requisitos para ser empresário individual: 
 
Deve-se observar a regra do art.972, do CC: 
 
Os requisitos para que uma pessoa natural seja empresário individual são: 
 
a) Pleno gozo da capacidade civil: 
 
 Pergunta de concurso  Menor (ou outro incapaz) pode ser empresário individual? 
R: Para responder essa pergunta, deve-se observar dois momentos: Um menor não pode INICIAR uma atividade 
como empresário individual. Porém, se ele estiver enquadrado nas hipóteses de emancipação, ele poderá sim ser 
empresário individual, pois ele estará em pleno gozo da capacidade civil. 
A lei, apesar de não permitir que o menor inicie a atividade empresária, permite ao menor CONTINUAR 
uma empresa já em atividade. Isso está no art.974, do CC: 
Esta é uma regra de preservação da empresa. 
Mas, para que o incapaz possa continuar a empresa, ele precisa de outros dois requisitos: (i) estar 
devidamente assistido ou representado. (ii) Ele precisa também de autorização judicial (art.974, §1º). 
 
b) Não ter impedimento legal: 
 
Juiz, promotor, servidor público civil e federal não podem ser empresários individuais. Mas, atenção! Eles 
podem ser sócios de sociedade, desde que não exerçam a sua administração. 
(Ver material de apoio). 
Ex. membros do MP, magistrados, empresários falidos, leiloeiros, pessoas condenadas por determinados crimes, 
servidor público, etc. não podem ser empresários individuais, mas podem ser sócios, (ex. ser sócio de ações da 
Petrobrás, etc). 
 
5.3) Empresário Casado: 
LFG – Intensivo I 
Direito Empresarial 
 
 
 
Melhor Material Estudo 
Contato: melhor.materal.estudo@gmail.com 
 
 
a) Alienação de Imóveis: 
 
O empresário casado pode ter a possibilidade de fazer a alienação de imóveis. 
Ex. João tem uma loja de sapatos, constituindo sua loja na figura de um empresário individual. A loja deu lucro, e 
ele comprou um imóvel para ter a sua sede própria. Mas, agora, ele está passando por uma crise e precisa alienar 
o imóvel. Ele precisa da autorização da esposa? 
No Código Civil, isso dependerá do regime de bens e nas relações civis, vige o art.1.647, CC. Já nas relações 
comerciais, o regramento é diferente. Vigora o art.978, do CC: 
 
 
Mas, atenção! Isso é para os bens que integrem o patrimônio da empresa! Se for um bem que não integra, 
não pode haver a alienação sem autorização do cônjuge. 
 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
b) Questões patrimoniais: 
 
As questões relativas ao patrimônio do empresário individual devem ser comunicadas na junta comercial, 
através de averbação. Então, é necessária a averbação na junta comercial. 
Ex. pacto antinupcial; casamento do empresário. Esses atos devem ser averbados na junta comercial, fazendo 
constar o regime de bens. 
Ex. Empresário se divorcia; é necessária a averbação do divórcio na junta comercial. 
 
Assim, é importante destacar que o divórcio ou o casamento somente produzirão efeitos perante terceiros 
depois da averbação na junta comercial. 
 
5.4) Responsabilidade do Empresário individual: 
 
O empresário individual possui responsabilidade ILIMITADA. 
Essa responsabilidade ilimitada decorre do princípio da unidade patrimonial. Por esse princípio, tanto a 
pessoa física quanto a jurídica possuem um só patrimônio. Se o empresário individual é uma pessoa natural, ele 
só tem um patrimônio. 
Ex. pessoa possui uma loja de perfumes; possui, também, os bens pessoais (carro, casa, ações na Petrobrás, etc). 
Esse patrimônio deve ser analisado como uma unidade. Isso significa que se essa loja possui dívidas, essas dívidasvão recair sobre os bens empresariais e sobre os bens pessoais desse empresário individual. 
 
 Pergunta de concurso: A dívida pessoal do empresário pode recair sobre os bens empresariais do empresário 
individual ou só recai sobre o seu patrimônio pessoal? 
R: Em razão do princípio da unidade patrimonial, o empresário individual, que é pessoa natural, possui um único 
patrimônio, composto de bens comerciais e bens pessoais. Assim, se a sua atividade empresarial possuir dívidas, 
estas dívidas poderão recair sobre os bens comerciais e também sobre os bens pessoais. Da mesma forma, se o 
empresário individual possuir dívidas pessoais, estas dívidas poderão recair sobre os bens pessoais e sobre os 
bens empresariais do empresário. 
 
Obs: Para o empresário individual, não haverá separação de patrimônio. 
 
Obs2: Exceção ao princípio da unidade patrimonial: 
 
LFG – Intensivo I 
Direito Empresarial 
 
 
 
Melhor Material Estudo 
Contato: melhor.materal.estudo@gmail.com 
 
Ex. menor de 14 anos de idade recebe em doação uma fazenda. Essa fazenda ficou registrada em nome do 
menor. Quando esse menor completa 16 anos, o seu pai falece. Mas esse pai era dono de um restaurante, na 
condição de empresário individual. Seus pais eram divorciados e o menor, então, vai se tornar empresário 
individual, continuando o negócio do pai. Esse menor, com o sucesso do restaurante, adquire outros bens, como, 
por exemplo, ações na bolsa, imóveis, etc. Mas ele começa a se envolver com drogas, e o restaurante fica 
endividado. Os bens do menor respondem pelas dividas empresariais, SALVO A FAZENDA, QUE ERA UM BEM QUE 
ELE JÁ POSSUIA AO TEMPO DA SUCESSÃO OU INTERDIÇÃO, nos termos do art.974, §2º, CC. 
 
Os bens que o incapaz possuía antes de continuar a empresa e passar a ser empresário individual, se 
constarem no alvará de autorização (autorização de que o menor continue a atividade empresarial), não ficarão 
sujeitos às dívidas empresariais por ele contraídas (art.974, §2º, CC). 
Segundo a doutrina, esta regra se trata de um caso de “patrimônio de afetação”. 
 
5) EIRELI (Lei 12.441/11): 
 
Esta lei acrescentou os artigos 44, VI e art.980-A, do CC. A EIRELI é a “Empresa Individual de 
Responsabilidade Limitada”. 
EIRELI não é empresário individual, mas EMPRESA individual. Não se deve confundir isso!!! 
A EIRELI surgiu porque as pessoas, para evitarem a responsabilidade ilimitada do empresário individual, 
montavam uma sociedade com outra pessoa, para que, havendo pessoa jurídica, pudesse haver responsabilidade 
limitada ao patrimônio da empresa, e não do sócio. Mas, havia um problema na sociedade, pois um sócio 
desconfiava do outro. Então, para montar uma pessoa jurídica, mas não ter um sócio, a pessoa colocava um 
parente como sócio (mãe, filho, etc), colocando esse sócio com 1% das ações. Isso é uma situação de fraude. 
Para evitar esse contorno dado para fraudar a lei, o legislador criou a EIRELI, pois ela é uma empresa, 
pessoa jurídica, sendo que o titular dessa EIRELI não terá seu patrimônio confundido com o da empresa, que terá 
seus bens empresariais. Haverá, então, uma separação de patrimônio. Assim, por exemplo, se a EIRELI possuir 
dívidas, somente os bens da empresa serão afetados por suas dívidas. 
 
6.1) Conceito: EIRELI é empresa individual de responsabilidade limitada, constituída na forma de pessoa jurídica, 
diferente do empresário individual, que é uma pessoa natural. 
 
6.2) Responsabilidade: Somente os bens da EIRELI (pessoa jurídica) é que responderão pelas dívidas contraídas 
na atividade empresarial. As dívidas empresariais não recairão sobre os bens pessoais do titular da EIRELI. 
Obs: Neste caso, haverá separação de patrimônio. 
 
6.3) Formação da EIRELI: Trata-se de uma pessoa jurídica constituída por um único titular, que deverá ser uma 
pessoa natural (IN 117 do DNRC – Departamento Nacional de Registro de Comércio). 
 
Obs: Pessoa jurídica pode ser titular de EIRELI? Estudar depois... Gialucca não vai falar.. Mas há discussão na 
doutrina. 
 
6.4) Natureza Jurídica da EIRELI: Na doutrina, existem duas posições: 
 
1ª Corrente – A EIRELI é uma sociedade unipessoal, ou seja, uma sociedade com um sócio só. Mas essa é uma 
posição minoritária, pois a sociedade tem, como regra, dois ou mais sócios. Falar em “sociedade” pressupõe em, 
no mínimo, 2 sócios. 
 
LFG – Intensivo I 
Direito Empresarial 
 
 
 
Melhor Material Estudo 
Contato: melhor.materal.estudo@gmail.com 
 
2ª Corrente – Entende que a EIRELI é uma nova pessoa jurídica de direito privado, que é constituída por um único 
titular. Ademais, a EIRELI não é regulada dentro do capítulo que fala da “sociedade” no CC, mas definida no 
art.44, VI, CC. 
 
Enunciado 467, da V Jornada de Direito Civil, CJF - Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada 
só poderá ser constituída por pessoa natural. 
 
Enunciado 468, da V Jornada de Direito Civil, CJF - Arts. 44 e 980-A. A empresa individual de responsabilidade 
limitada (EIRELI) não é sociedade, mas novo ente jurídico personificado. 
 
6.5) Capital mínimo da EIRELI: 
 
Se com a EIRELI os patrimônios do titular e da empresa são separados, é necessária outra forma de se 
conferir segurança ao credor (pois não mais haverá patrimônio pessoal do titular da EIRELI para saldar as dívidas 
empresariais). 
Essa forma é o capital mínimo, ou seja, o titular deve integralizar (pagar), no ato da constituição da EIRELI 
um capital mínimo, que não poderá ser inferior a 100 vezes o valor do salário mínimo. 
 
 
As formas de integralização podem ser: 
a) dinheiro; 
b) bens móveis ou imóveis; 
c) créditos (nota promissória a vencer; duplicata a vencer, etc). 
 
Obs: Não será possível a integralização com prestação de serviços. 
 
 
6.6) Limitação de número de EIRELI(s) por pessoa: 
 
A pessoa natural poderá constituir somente uma única EIRELI (é uma EIRELI por CPF). 
 
Obs: O titular da EIRELI está impedido de constituir uma nova EIRELI, mas poderá ser empresário individual ou 
sócio de uma sociedade empresária. 
 
6.7) Administrador: 
 
A EIRELI, por ser uma pessoa jurídica, tem seu administrador. Quem pode ser o administrador de uma 
EIRELI? Pode ser um titular da EIRELI ou um terceiro. 
Com base neste posicionamento, alguns autores afirmam que o funcionário público poderia constituir uma 
EIRELI, desde que o administrador seja um terceiro. Mas, atenção!! Mas, para que isso seja possível, essa 
doutrina deve entender que a EIRELI é uma sociedade, porque a lei só permite que o funcionário público seja 
sócio. 
Assim, para este posicionamento, devemos partir do pressuposto que a EIRELI é uma sociedade. Se 
considerarmos a EIRELI como uma nova pessoa jurídica de direito privado, e não como uma sociedade, revela-se 
impossível que o funcionário público seja o seu titular, vez que a lei somente o autoriza ser sócio cotista ou 
acionista. 
 
6.8) Aplicação subsidiária: 
 
LFG – Intensivo I 
Direito Empresarial 
 
 
 
Melhor Material Estudo 
Contato: melhor.materal.estudo@gmail.com 
 
Art.980-A, §6º, CC - Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras 
previstas para as sociedades limitadas. 
 
6.9) Desconsideração da Personalidade Jurídica: 
 
Se presente alguma das hipóteses de desconsideração (art.50, do CC), como, por exemplo, confusão 
patrimoniale desvio de finalidade da pessoa jurídica, haverá sim a desconsideração da personalidade jurídica e o 
credor poderá atingir o patrimônio pessoal do titular. 
 
Justamente por entender a possibilidade da desconsideração da personalidade jurídica é que o parágrafo 
4º do art.980-A foi vetado. Ele dizia que “somente o patrimônio social da empresa responderia pelas dívidas da 
EIRELI, não se confundindo em qualquer situação com o patrimônio da pessoa natural que a constitui”. Esse 
parágrafo foi vetado por causa da expressão “em qualquer situação”. 
 
6.10) Transformação: 
 
Hoje, o Código Civil admite a transformação do empresário individual em EIRELI. 
O mesmo pode ocorrer com a sociedade. 
Mas, atenção! Falar que a sociedade se transformou em EIRELI não é tecnicamente correto. Deve-se dizer 
que, quando a sociedade possuir só um sócio, ela poderá se transformar em EIRELI. 
Quando a sociedade é pluripessoal (o que é a regra), o art.1.033, IV, do CC diz que se essa sociedade, por 
qualquer causa, vier a ficar só com um sócio, ela só pode permanecer com um sócio por, no máximo 180 dias. 
Após esse prazo, antes da criação da EIRELI, as soluções eram: (1) a dissolução da sociedade; (2) transformar a 
sociedade em empresário individual. (art.1.033, p.ú., CC). Mas, após a criação da EIRELI, há uma terceira opção: 
(3) transformar essa sociedade em EIRELI. 
É importante observar que a EIRELI também pode ser transformada em empresário individual ou em 
sociedade. 
 
6.11) Nome empresarial da EIRELI: 
 
Art. 980-A - §1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" após a firma ou a 
denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. 
 
6.12) Art.980-A, §5º, CC: 
 
Art.980-A, §5º, CC - Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada constituída para a 
prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor 
ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade 
profissional. 
 
6) Obrigações Empresariais: 
 
Essa regra se aplica para o empresário individual, para a sociedade empresária e para a EIRELI. 
 
7.1) Registro: 
 
a) Competência para registro: 
 
LFG – Intensivo I 
Direito Empresarial 
 
 
 
Melhor Material Estudo 
Contato: melhor.materal.estudo@gmail.com 
 
A lei 8.934/94 trata da competência do SINREM – Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis. O 
SINREM é subdivido em dois órgãos: 
(1) DNRC – Departamento Nacional de Registro de Comércio – órgão de âmbito federal, que possui funções de 
órgão normatizador e órgão fiscalizador; 
(2) Junta Comercial – órgão de âmbito estadual, que tem função de órgão executor. 
 
 O art.1150, do CC diz que o registro empresarial deve ser feito na junta comercial. 
 
 Pergunta de concurso: Se a junta comercial se nega a registrar um empresário, o que ele pode fazer? 
R: O empresário pode impetrar um Mandado de Segurança. Mas esse MS é da competência da justiça federal ou 
estadual? Segundo o STF, a junta comercial possui dois tipos de subordinação: (1) subordinação administrativa; 
(2) subordinação técnica. No âmbito administrativo, a junta comercial está subordinada à unidade federativa (ex. 
quem paga o funcionário da junta é o Estado). Mas, no âmbito técnico, a junta comercial estará subordinada ao 
DNRC, que é um órgão federal. Assim, o indeferimento de registro de empresário é uma questão de ordem 
técnica, havendo, portanto, a competência da justiça federal para julgar a questão. 
 
b) Principais efeitos decorrentes da ausência de registro: 
 
O art.967, do CC diz que o empresário deve fazer o registro. 
 
O empresário que não tiver registro fica sujeito às seguintes consequências; 
 
1. Não poderá pedir falência de terceiro; 
2. Não poderá pedir recuperação judicial; 
3. Tratando-se de sociedade ou EIRELI, o respectivo sócio ou titular terá responsabilidade ilimitada 
(responderá com seus bens pessoais pelas dívidas empresariais); 
4. Não poderá participar de licitação; 
 
c) Natureza Jurídica do Registro: 
 
Art. 966, CC - Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a 
produção ou a circulação de bens ou de serviços. 
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária 
ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir 
elemento de empresa. 
 
O artigo 966, do CC não fala que é necessário o registro para caracterizar a condição de empresário. O 
registro é mera condição de regularidade. 
Assim, o registro não é requisito para caracterização do empresário/ sociedade empresária ou EIRELI, mas 
sim para sua regularização. O empresário que não tem registro não deixa de ser empresário, mas será um 
empresário irregular. 
 
Obs: Exceção: Empresário Rural: Para o empresário rural, o registro é facultativo, art.971, do CC. 
 
Obs: Explicando esse artigo, temos que: Em que pese o artigo 971, do CC tratar o registro do empresário rural 
como facultativo, a lei somente considera o empresário rural como “empresário” (sociedade rural como 
empresária/ EIRELI rural como empresária) se fizerem registro na junta comercial. Nesse sentido, as regras do 
direito empresarial somente serão aplicáveis ao empresário rural que tiver registro na junta comercial. 
 
LFG – Intensivo I 
Direito Empresarial 
 
 
 
Melhor Material Estudo 
Contato: melhor.materal.estudo@gmail.com 
 
Ex. só vai sofrer falência, ter recuperação judicial quem tiver registro. Se o empresário rural não tem registro, ele 
será responsabilizado pessoalmente. 
 
Obs: Para o empresário rural, o registro tem natureza constitutiva!! 
 
d) Registro lato sensu: 
 
Quando falamos do ato de registro, essa expressão compreende três atos: matrícula, arquivamento e 
autenticação. 
A matrícula é o registro dos auxiliares do comércio, como por exemplo, o leiloeiro, o tradutor intérprete 
juramentado. 
O arquivamento é o registro de ato constitutivo, modificativo ou extintivo de empresário, sociedade 
empresária ou EIRELI (ex. modificar o contrato social, dar baixa na sociedade, etc). 
 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
7.2) Escrituração dos Livros Empresariais: 
 
a) Classificação dos Livros: 
 
a.1) Livros Obrigatórios: 
 
 Livro Obrigatório Comum – art.1.180, do CC, que trata do livro diário. 
 
O livro obrigatório comum é o livro diário, que poderá ser substituído por fichas em caso de escrituração 
mecanizada ou eletrônica. 
 
 Livro Obrigatório Especial – É o livro que o empresário deve escriturar, mas não se trata de um livro 
obrigatório em todos os casos, mas apenas em algumas situações especiais, como, por exemplo, o livro 
de registro de duplicatas. O empresário só será obrigado a escriturar esse livro se ele trabalhar com 
duplicatas. 
 
a.2) Livros Facultativos: São os livros que o empresário não é obrigado a escriturar. Ex. conta corrente, livro-caixa, 
livro-razão. 
 
b) Consequências da ausência de escrituração: (IMPORTANTE PARA MP!!!) 
 
A não escrituração do livro obrigatório, a princípio, não leva a nenhuma consequência no âmbito 
empresarial. Mas, cuidado! Se o empresário tiver proferida em seu desfavor sentença declaratória de falência, ter 
concessão de recuperação judicial ou ter homologaçãode plano de recuperação extrajudicial, o fato de ter 
deixado de escriturar passa a configurar crime falimentar, previsto no art.178, da Lei 11.101/05. 
 
Omissão dos documentos contábeis obrigatórios 
 
Art. 178, Lei 11.101/05 - Deixar de elaborar, escriturar ou autenticar, antes ou depois da sentença que decretar a 
falência, conceder a recuperação judicial ou homologar o plano de recuperação extrajudicial, os documentos de 
escrituração contábil obrigatórios (ou seja, o livro diário): 
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave. 
 
LFG – Intensivo I 
Direito Empresarial 
 
 
 
Melhor Material Estudo 
Contato: melhor.materal.estudo@gmail.com 
 
Então, escriturar com falhas livro obrigatório ou deixar de escriturar livro facultativo não é crime 
falimentar. 
 
c) Dispensados da escrituração: 
 
Está dispensado da escrituração o pequeno empresário, conforme art.1.179, §2º, CC: 
 
Art.1.179, §2º, CC - É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se refere o art. 970. 
 
Logo, o pequeno empresário não comete crime falimentar. 
 
Obs: art.3º, LC 123, alterado pela LC 139: 
 
 
Micro Empresa* 
 
Empresa de Pequeno Porte 
Pequeno Empresário 
(microempreendedor 
individual) 
Modalidades 
empresárias 
possíveis 
Empresário Individual 
Sociedade Empresária 
Sociedade Simples 
EIRELI 
Empresário Individual 
Sociedade Empresária 
Sociedade Simples 
EIRELI 
 
Empresário Individual 
Receita Bruta 
Anual 
Igual ou inferior a 
R$360 mil. 
Superior a R$360 mil e igual ou 
inferior a R$3,6 milhões. 
Igual ou inferior a 
R$60 mil. 
Escrituração Obrigatória Obrigatória Dispensado 
 
 
Logo, micro empresa e empresa de pequeno porte são classificações dadas a algum tipo de 
empresa/empresário para que ela possa ter algum benefício ou tratamento diferenciado das demais empresa. 
 
 
d) Princípio da sigilosidade dos livros: 
 
Esse princípio está no art.1.190, do CC. 
 
Art. 1.190, CC - Ressalvados os casos previstos em lei, nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob qualquer 
pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para verificar se o empresário ou a sociedade empresária observam, 
ou não, em seus livros e fichas, as formalidades prescritas em lei. 
 
Isso é para evitar que essas informações comerciais vazem e interfiram, por exemplo, na livre concorrência, 
impera o princípio da sigilosidade dos livros. 
Assim, a regra geral é a de que os livros empresariais por apresentarem informações comerciais de grande 
importância para a gestão empresarial devem ser tratados com sigilosidade. 
 
Obs: Exceções à sigilosidade: 
 
I. Exibição total dos livros: Ocorrerá nas hipóteses do art.1.191, do CC. 
 
Art. 1.191, CC - O juiz só poderá autorizar a exibição integral dos livros e papéis de escrituração quando necessária 
para resolver questões relativas a sucessão, comunhão ou sociedade, administração ou gestão à conta de outrem, 
ou em caso de falência. 
LFG – Intensivo I 
Direito Empresarial 
 
 
 
Melhor Material Estudo 
Contato: melhor.materal.estudo@gmail.com 
 
§ 1o O juiz ou tribunal que conhecer de medida cautelar ou de ação pode, a requerimento ou de ofício, ordenar 
que os livros de qualquer das partes, ou de ambas, sejam examinados na presença do empresário ou da sociedade 
empresária a que pertencerem, ou de pessoas por estes nomeadas, para deles se extrair o que interessar à 
questão. 
§ 2o Achando-se os livros em outra jurisdição, nela se fará o exame, perante o respectivo juiz. 
 
São as seguintes hipóteses de exibição integral do livro: 
I.1) Tratando-se de sociedade (ex. saber algo sobre o sócio). 
I.2) Em caso de Sucessão (ex. filho quer saber o que o pai tinha). 
I.3) Administração ou gestão à conta de outrem (ex. terceiro está administrando o negócio e não quer exibir o 
livro). 
I.4) Em caso de falência. 
 
Para que o próprio sócio veja os livros, ele deve pedir ao juiz, sendo necessária uma autorização judicial, 
pois a regra é de sigilosidade. 
 
II. Exibição parcial dos livros: É possível em qualquer ação judicial. 
 
III. Art.1.193, do CC: A sigilosidade não se aplica às autoridades fazendárias quando do exercício da 
fiscalização do pagamento de impostos. 
 
Art. 1.193, CC - As restrições estabelecidas neste Capítulo ao exame da escrituração, em parte ou por inteiro, não 
se aplicam às autoridades fazendárias, no exercício da fiscalização do pagamento de impostos, nos termos estritos 
das respectivas leis especiais. 
 
Obs: Súmula 439, STF - Estão sujeitos a fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais, 
limitado o exame aos pontos objeto da investigação. 
 
e) Consequência da Ausência de apresentação dos livros: 
 
Se não forem apresentados os livros, haverá uma ordem de busca e apreensão, prevista no art.1.192, 
caput, do CC. Os fatos narrados que estão diretamente relacionados à prova dos livros serão reputados como 
verdadeiros (trata-se de uma presunção relativa, que pode ser afastada por prova documental em contrário). 
 
Art. 1.192, CC - Recusada a apresentação dos livros, nos casos do artigo antecedente, serão apreendidos 
judicialmente e, no do seu § 1o, ter-se-á como verdadeiro o alegado pela parte contrária para se provar pelos 
livros. 
Parágrafo único. A confissão resultante da recusa pode ser elidida por prova documental em contrário. 
 
Obs: Ausência de apresentação dos livros em caso de falência: 
 
Art. 104, Lei 11.101 - A decretação da falência impõe ao falido os seguintes deveres: 
(...) 
II – depositar em cartório, no ato de assinatura do termo de comparecimento, os seus livros obrigatórios (livro 
diário), a fim de serem entregues ao administrador judicial, depois de encerrados por termos assinados pelo juiz; 
(..) 
Parágrafo único. Faltando ao cumprimento de quaisquer dos deveres que esta Lei lhe impõe, após intimado pelo 
juiz a fazê-lo, responderá o falido por crime de desobediência. 
 
LFG – Intensivo I 
Direito Empresarial 
 
 
 
Melhor Material Estudo 
Contato: melhor.materal.estudo@gmail.com 
 
Então, o empresário falido deve apresentar os livros obrigatórios em cartório, sob pena de crime de 
desobediência. 
 
f) Falsificação dos livros comerciais: 
 
A falsificação dos livros comerciais configura crime do art.297, CP (falsificação de documento público): 
 
Falsificação de documento público 
Art. 297, CP - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. 
§1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta 
parte. 
§2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao 
portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento 
particular. 
§3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
I - na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a 
previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório; 
II - na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante 
a previdência social, declaração falsa oudiversa da que deveria ter sido escrita; 
III - em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante 
a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. 
§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3o, nome do segurado e seus 
dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços. 
 
7.3) Os Balanços: 
 
O empresário deve fazer dois balanços anuais – balanço patrimonial e balanço de resultado econômico. 
O balanço patrimonial é previsto no art.1.188, do Código Civil e Balanço patrimonial é apura ativo e passivo. 
 
Art. 1.188, CC - O balanço patrimonial deverá exprimir, com fidelidade e clareza, a situação real da empresa e, 
atendidas as peculiaridades desta, bem como as disposições das leis especiais, indicará, distintamente, o ativo e o 
passivo. 
Parágrafo único. Lei especial disporá sobre as informações que acompanharão o balanço patrimonial, em caso de 
sociedades coligadas. 
 
Já o balanço de resultado econômico é previsto no art.1.189, do Código Civil e apura o resultado (a partir 
dos lucros e das perdas). 
 
Art. 1.189, CC - O balanço de resultado econômico, ou demonstração da conta de lucros e perdas, acompanhará o 
balanço patrimonial e dele constarão crédito e débito, na forma da lei especial. 
 
7.4) Art.1.194, do CC: 
 
Esse artigo determina que o empresário mantenha em boa guarda e conservação todos os seus livros e 
documentos. 
 
LFG – Intensivo I 
Direito Empresarial 
 
 
 
Melhor Material Estudo 
Contato: melhor.materal.estudo@gmail.com 
 
Art. 1.194, CC - O empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar em boa guarda toda a 
escrituração, correspondência e mais papéis concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou 
decadência no tocante aos atos neles consignados. 
 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
NOME EMPRESARIAL 
 
1) Previsão Constitucional: 
 
O nome empresarial tem previsão constitucional no art.5º, XXIX, CF: 
 
Art.5º, XXIX, CF - A lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, 
bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos 
distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País; 
 
2) Conceito de nome empresarial: 
 
É o elemento de identificação do empresário, sociedade empresária ou EIRELI. 
 
3) Espécies ou modalidades de nome empresarial: 
 
 
 
4) Aplicação e Composição: 
 
4.1) Firma: 
 
4.1.1) Firma Individual: 
 
 Aplicação: Somente o empresário individual poderá ter firma individual. 
 
 Composição: A firma individual se dá pelo nome civil do empresário, nome este que poderá ser completo ou 
abreviado. 
Ex. Rogério Sanches Cunha. Pode a firma individual ter o nome R.S. Cunha ou Rogério Cunha. 
Atenção! Pode o empresário, SE QUISER, colocar mais algum termo designativo, que se relaciona ao 
empresário ou ao seu ramo de atividades. 
Ex. Rogério Sanches Comércio de Miniaturas; R.S. O Gigante. 
 
Art. 1.156, CC - O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se 
quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade. 
 
4.1.2) Firma Social ou Razão Social: 
 
LFG – Intensivo I 
Direito Empresarial 
 
 
 
Melhor Material Estudo 
Contato: melhor.materal.estudo@gmail.com 
 
 Aplicação: A firma social é aplicada para sociedade que possui sócio com responsabilidade ilimitada. 
Ex. Sociedade em nome coletivo, em que todos os sócios respondem de forma ilimitada. 
 
 Composição: Se dá com o(s) nome(s) do(s) sócio(s). 
Ex. Rogério Sanches e Renato Brasileiro de Lima; R. Sanches e R. Brasileiro. 
 
Poderia ser utilizado, também, o termo “e Companhia” ou “e cia”, o que significa que existe(m) outro(s) 
sócio(s). 
Obs: A expressão “Cia” no meio do nome ou no início do nome empresarial, isso significa que a sociedade é uma 
sociedade anônima, como, por exemplo, Cia Brasileira de Distribuição; Porto Seguro Cia de Seguros. (Mas, deve-
se ter bom senso, como, por exemplo, no caso de “Cia do Terno”). 
 
Atenção! Aqui, o ramo de atividade também é FACULTATIVO. 
Ex. Rogério Sanches e Renato Brasileiro Sauna Mista. 
 
4.2) Denominação: 
 
 Aplicação: A denominação será aplicada para sociedade que possui sócio com responsabilidade limitada. 
Ex. na sociedade anônima o sócio tem responsabilidade limitada. 
 
 Composição: Palavras, expressões, frases ou termos. 
Ex. Divina Gula; Que fome!; Alvorada; Cê qui Sabe; etc. 
 
Atenção! Aqui, o ramo de atividade é OBRIGATÓRIO. 
 
Ex. Divina Gula Restaurante; Que fome! Lanchonete; Alvorada Transportadora; Cê qui Sabe Motel; etc. 
 
Excepcionalmente, a denominação pode ter nome de sócio, desde que seja para fazer uma homenagem 
para o sócio, que contribuiu para o sucesso da sociedade. 
 
Ex. Camargo Correa S/A. 
 
4.3) Exceções: Casos em que pode ser aplicada tanto a firma quanto a denominação: 
 
 Na Sociedade em Comandita por Ações. 
 
 Sociedade Limitada, conforme art.1.158, do CC. Pode ser firma ou denominação. Mas, atenção!! Aqui sempre 
deve haver no final do nome a expressão Ltda (que pode ser por extenso ou limitada). 
Ex. R.Sanches e R.Brasileiro Ltda; OU Bebezinhos da Mamãe Buffet Infantil Limitada. 
 
Art. 1.158, CC - Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação, integradas pela palavra final "limitada" 
ou a sua abreviatura. 
§ 1o A firma será composta com o nome de um ou mais sócios, desde que pessoas físicas, de modo indicativo da 
relação social. 
§ 2o A denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido nela figurar o nome de um ou mais 
sócios. 
 
LFG – Intensivo I 
Direito Empresarial 
 
 
 
Melhor Material Estudo 
Contato: melhor.materal.estudo@gmail.com 
 
O que acontece se houver uma omissão da palavra limitada? Atenção! Gera responsabilidade solidária e 
ilimitada, para o ADMINISTRADOR (não é do sócio, mas dos administradores) que assim empregarem a firma ou 
denominação. 
 
Art. 1.158, §3o, CC - A omissão da palavra "limitada" determina a responsabilidade solidária e ilimitada dos 
administradores que assim empregarem a firma ou a denominação da sociedade. 
 
 EIRELI. A EIRELI pode ter tanto denominação como, também, firma. Mas, no caso da EIRELI, necessariamente, 
deve ser utilizado no final do nome a expressão “EIRELI”. 
 
Art.980-A, §1º, CC - O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" após a firma ou a 
denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. 
 
Ex. Renato Brasileiro EIRELI (firma); Bola Sete Comércio de Balas EIRELI (denominação). 
 
Obs: art.1.162, do CC diz que a sociedade em conta de participação não possui nome empresarial. 
 
Relação – Forma Empresarial e Nome Empresarial: 
 
 Firma Individual Denominação 
Empresário Individual X ------ 
Sociedade em nome coletivo X ------ 
Sociedade em Comandita Simples X ------ 
Sociedade Anônima ------ X 
Sociedade em Comandita por Ações X X 
Sociedade Limitada X X 
EIRELI X X 
 
 5) Proteção do Nome Empresarial (Lei 8.934/94– art.33): 
 
A proteção do nome empresarial decorre automaticamente do registro do empresário/ sociedade 
empresária/ EIRELI na Junta Comercial. 
 
Art. 33, Lei 8.934/94 - A proteção ao nome empresarial decorre automaticamente do arquivamento dos atos 
constitutivos de firma individual e de sociedades, ou de suas alterações. 
 
A proteção do nome empresarial se dá em âmbito estadual ou nacional? 
O nome empresarial é registrado na junta comercial, que é um órgão estadual. Isto é a regra geral, e está previsto 
no art.1.166, do CC: 
 
Art. 1.166, CC - A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as respectivas 
averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado. 
Parágrafo único. O uso previsto neste artigo estender-se-á a todo o território nacional, se registrado na forma da 
lei especia. (e essa lei especial ainda não existe). 
 
6) Princípios do Nome empresarial: 
 
6.1) Veracidade / autenticidade: 
 
LFG – Intensivo I 
Direito Empresarial 
 
 
 
Melhor Material Estudo 
Contato: melhor.materal.estudo@gmail.com 
 
O nome empresarial deve ser verdadeiro, correspondente à realidade. Isto é, esse princípio impõe que a 
firma individual ou a firma social seja composta a partir do nome do empresário ou dos sócios respectivamente. 
Ex. Logo, não se pode, por exemplo, chamar uma panificadora de Drogal. 
Ex. Não se pode colocar, por exemplo, Alexandre Gialucca e Eike Batista Consultoria de Negócios, pois Eike não é 
sócio da sociedade. 
Ex. Se, numa sociedade com dois sócios, um deles falece ou sai da sociedade, deve o seu nome ser retirado da 
firma, conforme art.1.165, do CC. 
 
Art. 1.165, CC - O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar, não pode ser conservado na firma 
social. 
 
A lei não fala que é necessário retirar em nome da pessoa falecida da denominação, pois é possível 
denominação com nome de pessoas por razão de homenagem (não importando, portanto, se a pessoa está viva 
ou morta). 
 
6.2) Princípio da Novidade: 
 
Não poderão coexistir na mesma unidade federativa dois nomes empresariais idênticos, prevalecendo 
aquele já protegido pelo prévio registro. 
 
7) Término da Proteção do Nome Empresarial: 
 
Isso ocorrerá em duas situações: 
 
a) Art.60, da Lei 8.934/94. O empresário ou sociedade empresária que fica inativo por mais de 10 anos, perderá o 
direito ao nome empresarial, pois terá seu cancelamento na junta comercial. 
 
Art. 60, Lei 8.934/94 - A firma individual ou a sociedade que não proceder a qualquer arquivamento no período de 
dez anos consecutivos deverá comunicar à junta comercial que deseja manter-se em funcionamento. 
§ 1º Na ausência dessa comunicação, a empresa mercantil será considerada inativa, promovendo a junta 
comercial o cancelamento do registro, com a perda automática da proteção ao nome empresarial. 
§ 2º A empresa mercantil deverá ser notificada previamente pela junta comercial, mediante comunicação direta 
ou por edital, para os fins deste artigo. 
§ 3º A junta comercial fará comunicação do cancelamento às autoridades arrecadadoras, no prazo de até dez 
dias. 
§ 4º A reativação da empresa obedecerá aos mesmos procedimentos requeridos para sua constituição. 
 
b) Ocorrerá em caso de dissolução e liquidação da sociedade. 
 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
8) Características do Nome Empresarial: 
 
a) Inalienabilidade: 
 
O nome empresarial é inalienável, ou seja, não é possível a sua alienação, conforme art.1.164, do CC: 
 
Art. 1.164, CC - O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. 
LFG – Intensivo I 
Direito Empresarial 
 
 
 
Melhor Material Estudo 
Contato: melhor.materal.estudo@gmail.com 
 
Parágrafo único. O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o 
nome do alienante, precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor. 
 
Deve-se responder isso numa prova objetiva. Apesar disso, certa parte da doutrina até admite alienação. O 
nome empresarial pode ser a firma social ou a denominação. A firma social não poder ser alienada, pois ela leva o 
nome dos sócios. Mas, parte da doutrina admite a alienação da denominação. Mas essa é uma corrente 
minoritária. 
 
b) Art.1.167, do CC: 
 
Art. 1.167, CC - Cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, ação para anular a inscrição do nome empresarial feita 
com violação da lei ou do contrato. 
 
Ex. Alexandre tem um restaurante e o chamou de “Garfo de Ouro”. Depois de um tempo, surge um outro 
restaurante com esse mesmo nome. Alexandre pode ajuizar uma ação pedindo a anulação do nome empresarial 
daquela outra empresa. 
 
O prejudicado pode, a qualquer tempo, ajuizar ação de anulação de nome empresarial. 
 
ESTABELECIMENTO COMERCIAL ou 
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL ou FUNDO DE COMÉRCIO 
 
 Estudar somente pelo caderno. 
 
Art. 1.142, CC ao 1.149, do CC. 
 
1) Conceito de Estabelecimento Empresarial: 
 
É todo complexo de bens organizado para exercício da empresa, por empresário, sociedade empresária ou 
EIRELI. 
 
Art. 1.142, CC. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por 
empresário, ou por sociedade empresária. 
 
Esse conjunto de bens é formado pelos bens materiais (ou corpóreos, como, por exemplo, móveis, 
equipamentos, maquinários, mercadorias, imóvel, veículos, etc.) e pelos bens imateriais (ou incorpóreos, como 
por exemplo, marca, patente, ponto comercial). Estabelecimento é tudo isso, então. 
Estabelecimento não é o imóvel. Imóvel é um elemento integrante de estabelecimento. 
Atenção! Vale lembrar que o estabelecimento é composto pelo conjunto de bens que estiverem 
diretamente relacionados à atividade empresarial. 
Ex. Uma padaria possuía dois imóveis: Imóvel 1 e imóvel 2. O imóvel 1 era onde funcionava a padaria. O imóvel 2 
estava sendo alugado. E o dinheiro desse aluguel era utilizado para comprar mercadorias para a padaria. Então, 
por não estar relacionado diretamente à atividade empresarial, esse imóvel 2 não faz parte do estabelecimento 
comercial. Esse imóvel fará parte do patrimônio da padaria, mas não fazem parte do estabelecimento comercial. 
 
ESTABELECIMENTO ≠ PATRIMÔNIO 
 
O conjunto de bens deve ser organizado. 
LFG – Intensivo I 
Direito Empresarial 
 
 
 
Melhor Material Estudo 
Contato: melhor.materal.estudo@gmail.com 
 
Ademais, o estabelecimento é imprescindível para o exercício da atividade empresarial, ou seja, não há 
como desempenhar a atividade empresarial sem esses bens. 
 
2) Natureza Jurídica: 
 
O estabelecimento é uma universalidade. 
O estabelecimento é um conjunto de bens reunidos não por vontade da lei, mas sim por vontade do 
empresário, sociedade empresária ou EIRELI, razão pela qual a doutrina majoritária entende que se trata de 
universalidade de fato. 
O estabelecimento é sujeito de direitos? Não. Sujeito de direitos é o empresário e a sociedade empresária. 
Para ser sujeito de direitos, deve haver personalidade jurídica. Estabelecimento é objeto unitário de direitos. 
Unitário porque analisa-se o estabelecimento como uma unidade. 
E, nesse sentido, sendo uma unidade, o estabelecimento pode ser alienado, arrendado, etc. 
 
Art.1.143, CC. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou 
constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza. 
 
3) Trespasse: 
 
Trata-se de um nome de origem portuguesa. É o nome que se dá para o contrato de compra e venda de 
estabelecimento empresarial (contrato de trespasse). 
 
Ex. A padaria Ki Pão Ltda. é uma pessoa jurídica que possui dois sócios: João (com 70% das cotas) e Alfredo (que 
tem 30% das cotas). A Ki Pão possui duas unidades: Unidade 1 – padaria do centro; Unidade 2 – padaria do 
shopping. A Ki Pão está interessada em vender um dos estabelecimentos. A padaria Forno Quente Ltda. está 
comprando o estabelecimento 2. Será feito um contrato de trespasse (contrato de alienação do 
estabelecimento). Antes do trespasse, o titular da unidade 2 é a Ki Pão Ltda. Após o trespasse, o titular é a Forno 
Quente Ltda. 
 
No trespasse haverá a transferência da titularidade do estabelecimento comercial. 
 
Obs: TRESPASSE ≠ CESSÃO DE COTAS No contrato de cessão de cotas não há transferência da titularidade do 
estabelecimento, mas modificação do quadro social (alteração de sócio). 
 
Ex. A padaria Ki Pão Ltda. é uma pessoa jurídica que possui dois sócios: João (com 70% das cotas) e Alfredo (que 
tem 30% das cotas). A Ki Pão possui duas unidades: Unidade 1 – padaria do centro; Unidade 2 – padaria do 
shopping. João está interessado em vender as suas cotas. A Forno Quente Ltda. está interessada nas quotas de 
João. João vende as suas cotas para a Forno Quente Ltda, por meio de um contrato de cessão de cotas. Na cessão 
de cotas, João deixou de ser sócio e transferiu as suas cotas sociais para uma pessoa jurídica chamada Forno 
Quente Ltda. Então, com relação ao quadro social, antes a pessoa jurídica será composta por João (com 70% das 
cotas) e Forno Quente Ltda. (que tem 30% das cotas). Mas, com relação à titularidade da unidade 2, temos que, 
antes da cessão de cotas a titularidade é a Ki Pão Ltda. Após, também. 
 
4) Eficácia do Contrato de Trespasse: 
 
O contrato produz efeito entre as partes imediatamente. Mas, esse contrato só terá eficácia perante 
terceiros se cumprir as formalidades previstas no art.1.144, do CC. 
 
LFG – Intensivo I 
Direito Empresarial 
 
 
 
Melhor Material Estudo 
Contato: melhor.materal.estudo@gmail.com 
 
Art. 1.144, CC. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do estabelecimento, só 
produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade 
empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial. 
 
Nesse sentido, para a produção de efeitos perante terceiros, é necessário fazer a averbação do contrato na 
junta comercial. Além disso, é necessária a publicação na imprensa oficial. Essa publicidade ao trespasse é 
importante tanto para o alienante quanto para o adquirente. Então, deve ser feita a averbação E a publicação na 
imprensa oficial. 
 
5) Estabelecimento é garantia dos credores: 
 
A garantia do credor é o conjunto de bens do seu devedor. Inclusive, o estabelecimento comercial pode ser 
penhorado, conforme súmula 451, do STJ: 
 
Súmula 451, STJ – É legítima a penhora da sede do estabelecimento comercial. 
 
Mas, atenção! O STJ entendeu que isto é possível, porém é medida excepcional, que só pode ser feito em 
caso de ausência de outros bens. 
 
Ex. A Ki Pão é uma pessoa jurídica tem 2 estabelecimentos. O estabelecimento 1 está avaliado em R$2 milhões de 
reais. O estabelecimento 2 está avaliado em R$500 mil reais. A dívida da Ki Pão é de R$1,2 milhão de reais. Se a Ki 
Pãp resolver alienar a sua unidade 2, ela poderá fazê-lo livremente, pois o valor da unidade 1 é suficiente para 
garantir a dívida com seus credores. Logo, poderá vender sua unidade 1 sem autorização dos credores. 
Ex2. No exemplo acima, se a Ki Pão quiser vender a unidade 1, contudo, ela necessitará de autorização dos seus 
credores, pois o valor da unidade 2 não é suficiente para saldar e garantir suas dívidas. 
 
Art. 1.145, CC. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação do 
estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou 
tácito, em trinta dias a partir de sua notificação. 
 
Se o alienante não permanecer com bens suficientes para saldar a dívida (o seu passivo), o art.1.145, do CC 
diz que, nesse caso, o alienante precisará fazer o pagamento de todos os credores, ou vai pedir a anuência de 
todos os credores. 
Se não forem observadas as regras do art.1.145, CC pelo alienante, o contrato de trespasse será ineficaz. 
Neste caso, o credor pode executar o devedor (se a sua dívida estiver vencida) e pedir a penhora do 
estabelecimento. A inobservância do art.1.145, CC, configura “ato de falência”, previsto no art. 94, III, c, da Lei 
11.101/05, que autoriza ao credor pedir a falência do devedor. 
 
Art. 94, Lei 11.101/05 - Será decretada a falência do devedor que: 
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial: 
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com 
bens suficientes para solver seu passivo; 
 
É possível que o credor entre com o pedido de falência e peça a ineficácia do ato no processo de falência. 
Isso significa o retorno ao status quo ante (o negócio será desfeito). 
 
Art. 136, Lei 11.101/05 - Reconhecida a ineficácia ou julgada procedente a ação revocatória, as partes retornarão 
ao estado anterior, e o contratante de boa-fé terá direito à restituição dos bens ou valores entregues ao devedor. 
LFG – Intensivo I 
Direito Empresarial 
 
 
 
Melhor Material Estudo 
Contato: melhor.materal.estudo@gmail.com 
 
§1º Na hipótese de securitização de créditos do devedor, não será declarada a ineficácia ou revogado o ato de 
cessão em prejuízo dos direitos dos portadores de valores mobiliários emitidos pelo securitizador. 
§2º É garantido ao terceiro de boa-fé, a qualquer tempo, propor ação por perdas e danos contra o devedor ou 
seus garantes. 
 
6) Responsabilidade pelo Pagamento das dívidas anteriores: 
 
Responsabilidade pelas dívidas anteriores 
 
 
Adquirente 
O art.1.146, CC diz que o adquirentes responderá sim pelas dívidas anteriores, mas, desde que a 
dívida esteja regularmente contabilizada. Mas, atenção! Essa regra se aplica para as dívidas que 
não sejam tributária ou trabalhista, pois estas dívidas possuem regramento diferenciado (art.133, 
do CTN e art. 10 e 448, do CTN). 
 
 
Alienante 
A lei diz que o alienante responde de forma solidária pelo prazo de 1 ano. Esse um ano será 
contado da seguinte forma: 
- Dívida vencida – 1 ano a partir da publicação. 
- Dívida vincenda – 1 ano contado do vencimento. 
 
Art. 1.146, CC - O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à 
transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado 
pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do 
vencimento. 
 
Obs: Não confundir esse prazo de 1 ano com o prazo de 2 anos da cessão de quotas, prevista no art. 1.003, 
parágrafo único do CC. 
 
Art. 1.003, parágrafo único, CC - Até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, responde o cedente 
solidariamente com o cessionário, perante a sociedade e terceiros, pelasobrigações que tinha como sócio. 
 
7) Concorrência: 
 
Suponha-se uma concessionária de veículos, que é vendida para Pedro. Depois de um ano da venda, o 
vendedor compra uma outra concessionária de veículos em frente. Isso é possível? 
Quem define ou não a concorrência é o contrato de trespasse. 
Cuidado! Antes do CC/2002, não havia uma regra expressa dizendo o que aconteceria se isso ocorresse. 
Então, era muito comum nos contratos de trespasse, a inclusão de “cláusula de não restabelecimento”. Só não se 
admitia a concorrência se essa cláusula de restabelecimento estivesse presente no contrato de trespasse. 
Mas, com o CC/2002, a regra passou a ser diferente, consoante o art.1.145, do CC. 
 
Art. 1.147, CC. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao 
adquirente, nos cinco anos subseqüentes à transferência. 
Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição prevista neste artigo 
persistirá durante o prazo do contrato. 
 
Então, na omissão do contrato, o alienante não pode fazer concorrência ao adquirente pelo prazo de 5 
anos. 
Isso significa que a cláusula de não restabelecimento agora está implícita aos contratos de trespasse. 
Atenção! O contrato pode estabelecer prazo menor ou prazo maior para a não concorrência. Ocorre que, 
sobre esse ponto, o Enunciado 489, da V Jornada de Direito Civil, observa que: 
LFG – Intensivo I 
Direito Empresarial 
 
 
 
Melhor Material Estudo 
Contato: melhor.materal.estudo@gmail.com 
 
 
Enunciado 489, da V Jornada de Direito Civil - Art. 1.147. A ampliação do prazo de 5 anos de proibição de 
concorrência pelo alienante ao adquirente do estabelecimento, ainda que convencionada no exercício da 
autonomia da vontade, pode ser revista judicialmente, se abusiva. 
 
Obs: A previsão do art.1.147, CC não reflete limitação à liberdade de concorrência, mas pelo contrário, expressa 
um dever de concorrência leal. 
 
7) Art. 1.148, do CC: Sub-rogação do adquirente nos contratos relacionados à exploração do estabelecimento: 
 
Art. 1.148, CC. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação do adquirente nos contratos 
estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o 
contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, 
a responsabilidade do alienante. 
 
Ex. Gialucca tem uma pizzaria e tem um contrato de fornecimento de especiaria e chopps por preço muito barato. 
Ele vende a pizzaria. Os contratos deverão ser mantidos para o adquirente. 
 
Mas, atenção! Essa regra do art.1.148, CC possui uma exceção, que está no contrato de locação 
empresarial. Nesse caso, aplica-se o art.13, da Lei 8.245/91, em que é necessária autorização escrita pelo locador. 
 
Art. 13, Lei 8.245/91 - A cessão da locação, a sublocação e o empréstimo do imóvel, total ou parcialmente, 
dependem do consentimento prévio e escrito do locador. 
§ 1º Não se presume o consentimento pela simples demora do locador em manifestar formalmente a sua 
oposição. 
§ 2º Desde que notificado por escrito pelo locatário, de ocorrência de uma das hipóteses deste artigo, o locador 
terá o prazo de trinta dias para manifestar formalmente a sua oposição. 
 
9) Título de estabelecimento: 
 
Título de estabelecimento é o apelido comercial que se dá para um estabelecimento comercial. É o 
conhecido “nome fantasia”. 
Atenção! Título de estabelecimento não se confunde com nome empresarial. O nome empresarial 
identifica o empresário, a sociedade empresária ou a EIRELI. 
Ex. Cia Brasileira de Distribuição – tem o nome fantasia de Grupo Pão de Açúcar. 
Ex. Globex Utilidades Domésticas S/A – tem o apelido comercial (nome fantasia) de Ponto Frio. 
 
Ademais, a marca identifica o produto ou o serviço. 
Ex. Marca do sapato, carro, perfume, relógio, celular, etc. 
 
Nome Empresarial Identifica a pessoa 
Nome Fantasia ou 
Título do Estabelecimento 
Nome fantasia (apelido) dado para um conjunto de bens 
Marca Identifica o produto ou serviço 
 
Ex. a Hipermarcas é o nome empresarial que possui várias marcas. 
 
10) Aviamento: 
 
LFG – Intensivo I 
Direito Empresarial 
 
 
 
Melhor Material Estudo 
Contato: melhor.materal.estudo@gmail.com 
 
Aviamento é o potencial de lucratividade da empresa (daquela reunião de bens). A articulação de bens que 
compõem o estabelecimento agrega-lhe um valor econômico que o mercado reconhece como aviamento. 
É importante notar, contudo, que o aviamento NÃO É ELEMENTO INTERGRANTE DO ESTABELECIMENTO. O 
aviamento é, apenas, um atributo do estabelecimento. 
Segundo Oscar Barreto Filho, “o aviamento existe no estabelecimento assim como a saúde existe na pessoa 
humana, a velocidade no automóvel e a fertilidade no solo. São qualidades dos entes a que se referem. O 
aviamento não existe como elemento separado, suscetível de ser alienado ou dado em garantia, mas sim um 
atributo do estabelecimento”. 
 
PONTO COMERCIAL 
 
1) Conceito: 
 
O ponto comercial é um integrante do estabelecimento. É um bem imaterial. É o local onde o empresário, 
sociedade empresária ou EIRELI realiza a sua atividade empresarial. 
 
2) Proteção do Ponto Comercial: 
 
A proteção do ponto comercial se dá com o ajuizamento da ação renovatória, que tem por finalidade a 
renovação compulsória do contrato de locação empresarial. 
 
2.1) Requisitos da Ação Renovatória: 
 
Todos esses requisitos estão no art.51, da Lei 8.245/91. Vale ressaltar que esses requisitos são 
cumulativos: 
 
a) Contrato escrito e com prazo determinado; 
b) O contrato ou a soma ininterrupta dos contratos tem que totalizar prazo contratual mínimo de 5 anos; 
c) O locatário deve estar explorando o mesmo ramo de atividade econômica nos últimos 3 anos. 
 
Art. 51, Lei 8.245/91 - Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do 
contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente: 
I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado; 
II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco 
anos; 
III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três anos. 
 
Percebe-se, por isso, que a finalidade da Lei é proteger o ponto comercial, em que já há um ponto estável. 
 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
Legitimidade ativa para a propositura da ação renovatória: o sublocatário pode ajuizar ação renovatória? 
R: Art. 51, parágrafo 1º, da Lei 8.245/91, quem ajuíza a ação renovatória na sublocação é o sublocatário. 
“§ 1º O direito assegurado neste artigo poderá ser exercido pelos cessionários ou sucessores da locação; no caso 
de sublocação total do imóvel, o direito a renovação somente poderá ser exercido pelo sublocatário.”. 
 
Prazo para ajuizamento da ação renovatória: art. 51, parágrafo 5º, da Lei 8.245/91; quando restar um ano para o 
encerramento do prazo da locação, inicia-se o prazo para ajuizamento da ação renovatória; o prazo para 
ajuizamento se expira 6 meses antes da data aprazada para término do contrato. 
LFG – Intensivo I 
Direito EmpresarialMelhor Material Estudo 
Contato: melhor.materal.estudo@gmail.com 
 
“§ 5º Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no interregno de um ano, no máximo, até seis 
meses, no mínimo, anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor.”. 
 
Exceção de retomada: casos excepcionais que permitem a retomada do imóvel por parte do locador, ainda que 
tenha sido ajuizada ação renovatória. Cabe ao locador apresentar a exceção de retomada, em sede de 
contestação (e não por meio de reconvenção). 
Previsão legal: art. 52 c/c art. 72 da Lei 8.245/91: 
 
“Art. 52 - O locador não estará obrigado a renovar o contrato se: 
I - por determinação do Poder Público, tiver que realizar no imóvel obras que importarem na sua radical 
transformação; ou para fazer modificações de tal natureza que aumente o valor do negócio ou da propriedade; 
II - o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para transferência de fundo de comércio existente há mais de 
um ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente. 
§ 1º - Na hipótese do inciso II, o imóvel não poderá ser destinado ao uso do mesmo ramo do locatário, salvo se a 
locação também envolvia o fundo de comércio, com as instalações e pertences. 
§ 2º - Nas locações de espaço em shopping centers, o locador não poderá recusar a renovação do contrato com 
fundamento no inciso II deste artigo. 
§ 3º - O locatário terá direito a indenização para ressarcimento dos prejuízos e dos lucros cessantes que tiver que 
arcar com mudança, perda do lugar e desvalorização do fundo de comércio, se a renovação não ocorrer em razão 
de proposta de terceiro, em melhores condições, ou se o locador, no prazo de três meses da entrega do imóvel, 
não der o destino alegado ou não iniciar as obras determinadas pelo Poder Público ou que declarou pretender 
realizar. 
 
Art. 72 - A contestação do locador, além da defesa de direito que possa caber, ficará adstrita, quanto à matéria de 
fato, ao seguinte: 
I - não preencher o autor os requisitos estabelecidos nesta lei; 
II - não atender, a proposta do locatário, o valor locativo real do imóvel na época da renovação, excluída a 
valorização trazida por aquele ao ponto ou lugar; 
III - ter proposta de terceiro para a locação, em condições melhores; 
IV - não estar obrigado a renovar a locação (incisos I e II do artigo 52). § 1° No caso do inciso II, o locador deverá 
apresentar, em contraproposta, as condições de locação que repute compatíveis com o valor locativo real e atual 
do imóvel. 
§ 2° - No caso do inciso III, o locador deverá juntar prova documental da proposta do terceiro, subscrita por este e 
por duas testemunhas, com clara indicação do ramo a ser explorado, que não poderá ser o mesmo do locatário. 
Nessa hipótese, o locatário poderá, em réplica, aceitar tais condições para obter a renovação pretendida. 
§ 3° - No caso do inciso I do artigo 52, a contestação deverá trazer prova da determinação do Poder Público ou 
relatório pormenorizado das obras a serem realizadas e da estimativa de valorização que sofrerá o imóvel, 
assinado por engenheiro devidamente habilitado. 
§ 4° - Na contestação, o locador, ou sublocador, poderá pedir, ainda, a fixação de aluguel provisório, para vigorar 
a partir do primeiro mês do prazo do contrato a ser renovado, não excedente a oitenta por cento do pedido, 
desde que apresentados elementos hábeis para aferição do justo valor do aluguel. 
§ 5° - Se pedido pelo locador, ou sublocador, a sentença poderá estabelecer periodicidade de reajustamento do 
aluguel diversa daquela prevista no contrato renovando, bem como adotar outro indexador para reajustamento 
do aluguel.”. 
 
Hipóteses que admitem a exceção de retomada: 
a) reforma no imóvel solicitada pelo poder público que implique na sua radical transformação; 
b) reforma no imóvel realizada pelo locador que resulte em sua valorização; 
LFG – Intensivo I 
Direito Empresarial 
 
 
 
Melhor Material Estudo 
Contato: melhor.materal.estudo@gmail.com 
 
c) proposta insuficiente (conclui-se pela proposta insuficiente através da adoção de critérios 
objetivos, como por exemplo, mediante avaliação de um corretor); 
d) proposta melhor de terceiro (o locador deverá juntar declaração do terceiro interessado, com 
firma reconhecida, a fim de evitar blefe); 
e) uso próprio; 
f) para estabelecimento existente há mais de um ano, sendo detentor da maioria do capital, o 
locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente. Exemplo: locador tem uma lavanderia há mais de um 
ano – pode pedir o imóvel para uso próprio (para deslocar para o imóvel alugado a sua atividade 
comercial). 
 
 OBS: É possível o ajuizamento de ação renovatória nos contratos de locação de shopping centers. 
O locador - shopping centers também poderá apresentar exceção de retomada, exceto fundado 
nas hipóteses de uso próprio e para estabelecimento existente há mais de um ano, sendo 
detentor da maioria do capital, o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente. 
“Art. 52 - O locador não estará obrigado a renovar o contrato se: 
(...) 
II - o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para transferência de fundo de comércio 
existente há mais de um ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu cônjuge, 
ascendente ou descendente. 
(...) 
§ 2º - Nas locações de espaço em shopping centers, o locador não poderá recusar a renovação do 
contrato com fundamento no inciso II deste artigo.”. 
 
Quando já existe um ponto comercial estabelecido (que já ficou conhecido por conta da atividade que nele é 
desenvolvida), o locador pode cobrar luvas (um valor extra pela locação). 
A jurisprudência admite a cobrança das luvas no início do contrato. No entanto, a jurisprudência tem rechaçado 
as luvas para renovação do contrato. 
 
PROPRIEDADE INDUSTRIAL 
 
Há no Brasil a chamada propriedade intelectual. 
A propriedade intelectual está dividida em dois estudos: 
a) o estudo da propriedade industrial; 
b) o estudo do direito autoral. 
A propriedade industrial é o ramo da propriedade intelectual que é analisada pelo Direito Empresarial. 
 
Definição legal: Lei 9.279/96 (regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial.). Tal lei foi criada com 
a finalidade de garantir exclusividade de uso. 
Os bens protegidos pela propriedade industrial são os imateriais. 
 
Bens Imateriais/Forma de Proteção 
I – invenção/patente 
M – modelo de utilidade/patente 
D – desenho industrial/registro 
M – marca/registro 
 
A Lei 9.279/96 Também busca reprimir a falsa indicação geográfica e a concorrência desleal. 
A proteção à invenção e ao modelo é feita através da patente. Já o desenho industrial e a marca são protegidos 
pelo registro. 
LFG – Intensivo I 
Direito Empresarial 
 
 
 
Melhor Material Estudo 
Contato: melhor.materal.estudo@gmail.com 
 
Tanto a patente como o registro são feitos no INPI – instituto Nacional de Propriedade Industrial (autarquia 
federal, com sede no Rio de Janeiro). 
A patente e o registro têm os seguintes prazos de proteção: 
a) para a invenção: 20 anos; 
b) para o modelo de utilidade: 15 anos; 
c) para o desenho industrial e marca: 10 anos 
Para os casos da invenção, modelo de utilidade e desenho industrial, tais prazos são contados a partir da data do 
depósito do projeto no INPI. 
Para a marca, conta-se o prazo de 10 anos a partir da concessão. 
Quais prazos podem ser prorrogados? 
R: A patente é improrrogável, ou seja, decorrido o prazo de exclusividade, cai em domínio público. 
O registro admite

Continue navegando