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A CAMADA DE OZÔNIO

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A Camada de Ozônio 
 
A surpresa mais perturbadora do final do século XX talvez tenha sido a 
descoberta da fragilidade do novo meio ambiente. As florestas tropicais, 
que fornecem parte do oxigênio que respiramos, estão desaparecendo a 
uma velocidade alarmante na África, na América do Sul e principalmente 
no Sudeste Asiático. A camada de Ozônio, que nos protege de radiações 
nocivas, está sendo destruída. 
Tudo começou com um fenômeno importante para a manutenção da 
vida, foi a transformação de parte do oxigênio que se acumulava na 
atmosfera em ozônio. Isso graças a interação das radiações ultravioletas 
do sol nas altas camadas da atmosfera. Essas reações originaram uma 
verdadeira barreira de ozônio, filtrando e impedindo a penetração de 
quantidades excessivas de raios ultravioletas, que são nocivos à vida. 
A camada de ozônio é uma "capa" desse gás (ATMOSFERA) que envolve 
a Terra e a protege de vários tipos de radiação, sendo que a principal 
delas, a radiação ultravioleta, é a principal causadora de câncer de pele. 
No último século, devido ao desenvolvimento industrial, passaram a ser 
utilizados produtos que emitem Clorofluorcarbonos (CFC), um gás que 
ao atingir a camada de ozônio destrói as moléculas que a formam (O3), 
causando assim a destruição dessa camada da atmosfera. Sem essa 
camada, a incidência de raios ultravioletas nocivos à Terra fica 
sensivelmente maior, aumentando as chances de contração de câncer. 
A origem dos atuais problemas ambientais está no estilo de vida das 
nações industrializadas. O aumento da industrialização no hemisfério 
norte trouxe riquezas materiais às custas do meio ambiente. A 
mineração a céu aberto deixou cicatrizes na área rural, cidades e 
fábricas se espalharam, liberando substâncias químicas nocivas no ar. 
Os carros estão se multiplicando, acrescentando poluentes à atmosfera. 
O uso generalizado de artigos descartáveis que são "energeticamente 
ineficientes " é um desperdício de recursos escassos &ndash as pilhas 
usadas em rádios precisam de 50 vezes mais energia para serem 
fabricadas, do que àquela que produzem. Se o Terceiro Mundo seguir 
essas práticas ao se desenvolver, poderá levar a terra a um holocausto 
ecológico. 
Nas últimas décadas tentou-se evitar ao máximo a utilização do CFC e, 
mesmo assim, o buraco na camada de ozônio continua aumentando, 
preocupando cada vez mais a população mundial. As ineficientes 
tentativas de se diminuir a produção de CFC, devido à dificuldade de se 
substituir esse gás ,principalmente nos refrigeradores, fez com que o 
buraco continuasse aumentando, prejudicando cada vez mais a 
humanidade. Um exemplo do fracasso na tentativa de se eliminar a 
produção de CFC foi a dos EUA, o maior produtor desse gás em todo 
planeta. Em 1978 os EUA produziam, em aerossóis, 470 mil toneladas 
de CFC, aumentando para 235 mil em 1988. Em compensação, a 
 
produção de CFC em outros produtos, que era de 350 mil toneladas em 
1978, passou para 540 mil em 1988, mostrando a necessidade de se 
utilizar esse gás em nossa vida quotidiana. É muito difícil encontrar uma 
solução para o problema. De qualquer forma, temos que evitar ao 
máximo a utilização desse gás, para que possamos garantir a 
sobrevivência de nossa espécie. 
 
CONSEQUÊNCIA 
Do total da energia que nos chega do Sol, cerca de 46% correspondem 
à luz visível; 45%, à radiação infravermelha, e 9% , à radiação 
ultravioleta. Essa última contém mais energia e, por isso, é mais 
perigosa para a vida dos animais e vegetais sobre a superfície da terra. 
O ultravioleta é a radiação que consegue "quebrar" várias moléculas que 
formam nossa pele, sendo por isso o principal responsável pelas 
queimaduras da praia. 
Na atmosfera terrestre. entre 12 e 32 Km de altitude, existe a camada 
de ozônio (O3) e que funciona como escudo, evitando que 9% da 
radiação ultravioleta atinja a superfície da Terra. 
No início da década de 60 verificou-se que a camada de ozônio estava 
sendo destruída mais rapidamente que o normal. O problema foi 
agravado pelo aumento do número de automóveis, aviões a jato, aviões 
supersônicos, foguetes, ônibus espaciais. Em 1984 verificou-se uma 
perda de 40% da camada de ozônio sobre a Antártida. Calcula-se que a 
camada de ozônio vem diminuindo 0,5% ao ano, e que uma redução de 
1% na camada de ozônio corresponde a um aumento de 2% da radiação 
ultravioleta que chega à superfície terrestre, o que trará problemas 
como câncer de pele, catarata, cegueira, queima de vegetais, alterações 
no plâncton e reflexos em toda a cadeia alimentar marítima. 
No Brasil, a camada de ozônio ainda não perdeu 5% do seu tamanho 
original, de acordo com os instrumentos medidores do INPE (Instituto 
de Pesquisas Espaciais). O instituto acompanha a movimentação do gás 
na atmosfera desde 1978 e até hoje não detectou nenhuma variação 
significante, provavelmente pela pouca produção de CFC no Brasil em 
comparação com os países de primeiro mundo. No Brasil apenas 5% dos 
aerossóis utilizam CFC, já que uma mistura de butano e propano é 
significativamente mais barata, funcionando perfeitamente em 
substituição ao Clorofluorcarbonos. 
 
A FORMAÇÃO DE "O3" 
Átomos de oxigênio podem se combinar de diferentes formas; esse 
fenômeno é chamado de alotropia e as formas resultantes destas 
combinações são chamadas de formas alotrópicas. Assim, o ozônio é 
uma forma alotrópica do oxigênio. Ele é formado por três átomos de 
 
oxigênio e tem propriedades físico-químicas muito diferentes das outras 
formas alotrópicas. 
A atmosfera é constituída por aproximadamente 21% de O2 e 78% de 
N2, e essa composição varia muito pouco até aproximadamente 70Km 
de altura. À medida que as radiações mais energéticas chegam à 
superfície da Terra podem ser absorvidas seletivamente por algumas 
substâncias. Entretanto, antes de chegar à baixa atmosfera, uma parte 
dessa radiação é absorvida pelo oxigênio existente na estratosfera, 
desencadeando uma série de reações. Um mecanismo proposto para 
explicar uma rota freqüente de formação do ozônio a partir do oxigênio 
é: 
A primeira equação representa a reação de desenlace da molécula de 
oxigênio, que ocorre quando essa molécula absorve reações energéticas 
( de baixo comprimento de onda ). 
A Segunda equação representa a adição do oxigênio atômico (O) à 
molécula de oxigênio, O2. A presença de uma molécula (M), por 
exemplo N2, faz-se necessária para absorver o calor liberado na reação, 
pois esta é exotérmica. Caso não houvesse uma terceira molécula para 
absorver parte da energia liberada pela reação, o ozônio formado 
sofreria decomposição em aproximadamente 10&ndash13 segundos. 
Muito provavelmente é dessa maneira que se forma a importante 
camada de ozônio na estratosfera. 
A camada de ozônio formada corresponde a uma faixa de 
aproximadamente 30 mil metros de espessura, que se inicia perto de 
15Km da superfície terrestre. Se a camada estivesse nas condições de 
temperatura e pressão do nível do mar teria uma espessura de, no 
máximo, 3 milímetros. Mesmo assim ela é fundamental para a 
conservação da vida na Terra. O ozônio absorve intensamente a 
radiação ultravioleta. Por isso funciona como um filtro que impede esta 
radiação de chegar à superfície terrestre. 
Em pequena quantidade, os raios ultravioleta são benéficos: por 
exemplo, ativam a formação de vitamina D em nossa pele. Mas em 
grande volume causam vários males aos seres humanos, entre eles as 
conhecidas queimaduras de sol, câncer de pele e lesões oculares. Nas 
plantas e nos fitoplânctons o excesso de radiação ultravioleta determina 
redução do ritmo de crescimento e de produtividade. 
O ozônio também se forma na troposfera, região mais baixa da 
atmosfera e onde vivemos. Aqui embaixo, sob a açãoda luz, o ozônio se 
forma preferivelmente de uma combinação de óxidos de nitrogênio ( 
produtos formados a partir da combustão de derivados do petróleo, 
eliminados pelas chaminés de fábricas e canos de escape dos veículos 
automotores.). Por se constituir numa espécie extremamente reativa, 
um poderoso agente oxidante, o ozônio ataca uma série de materiais, 
como obras de arte, plantas, tecidos, borrachas e até os seres vivos, 
 
inclusive o próprio organismo humano; portanto, sua presença na baixa 
atmosfera é indesejável. E, por seu caráter reativo, constitui um 
importante causador de vários poluentes secundários. 
AS REAÇÕES NOCIVAS 
As moléculas de Clorofluorcarbonos, ou Freon, passam intactas pela 
troposfera, que é a parte da atmosfera que vai da superfície até uma 
altitude média de 10.000 metros. Em seguida essas moléculas atingem 
a estratosfera, onde os raios ultravioletas do sol aparecem em maior 
quantidade. Esses raios quebram as partículas de CFC (ClFC) liberando o 
átomo de cloro. Este átomo, então, rompe a molécula de ozônio (O3), 
formando monóxido de cloro (ClO) e oxigênio (O2). 
A reação tem continuidade e logo o átomo de cloro libera o de oxigênio 
que se liga a um átomo de oxigênio de outra molécula de ozônio, e o 
átomo de cloro passa a destruir outra molécula de ozônio, criando uma 
reação em cadeia. 
O ozônio pode ser destruído pelo freon que é o gás de refrigeração 
utilizado em geladeiras, freezers, aparelhos de ar condicionado, 
aerossóis, sprays de perfumes, desodorantes, tintas, etc. 
UV 
Observe que ocorre uma reação em cadeia com a formação de cloro 
atômico que dá continuidade à destruição da camada de ozônio. 
Por outro lado, existe a reação que beneficia a camada de ozônio: 
Quando a luz solar atua sobre óxidos de nitrogênio, estes podem reagir 
liberando os átomos de oxigênio, que se combinam e produzem ozônio. 
Estes óxidos de nitrogênio são produzidos continuamente pelos veículos 
automotores, resultado da queima de combustíveis fósseis. 
Infelizmente, a produção de CFC, mesmo sendo menor que a de óxidos 
de nitrogênio, consegue, devido à reação em cadeia já explicada, 
destruir um número bem maior de moléculas de ozônio que as 
produzidas pelos automóveis. 
OS EFEITOS 
A principal conseqüência da destruição da camada de ozônio será o 
grande aumento da incidência de câncer de pele, desde que os raios 
ultravioletas são mutagênicos. Além disso, existe a hipótese segundo a 
qual a destruição da camada de ozônio pode causar desequilíbrio no 
clima, resultando no "efeito estufa", o que causaria o descongelamento 
das geleiras polares e conseqüente inundação de muitos territórios que 
atualmente se encontram em condições de habitação. De qualquer 
forma, a maior preocupação dos cientistas é mesmo com o câncer de 
pele, cuja incidência vem aumentando nos últimos vinte anos. Cada vez 
mais aconselha-se a evitar o sol nas horas em que esteja muito forte, 
 
assim como a utilização de filtros solares, únicas maneiras de se 
prevenir e de se proteger a pele. 
 
OS POLUENTES 
O monóxido de carbono é o contaminante do ar mais abundante da 
camada inferior da atmosfera. Outros poluentes são óxidos de 
nitrogênio, óxidos de enxofre, dióxidos de enxofre, hidrocarbonetos 
(identificaram-se 56 hidrocarbonetos diferentes em áreas urbanas), o 
ozônio ( o mesmo que exerce um efeito benéfico na alta atmosfera, 
protegendo-nos dos raios ultravioleta), chumbo, aldeídos e material 
particulado. 
Estas substâncias atingem seres humanos manifestando-se através de 
sintomas distintos: dores de cabeça, desconforto, cansaço, palpitações 
no coração, vertigens, diminuição dos reflexos (monóxido de carbono, 
que em concentrações elevadas, pode conduzir à morte), irritação dos 
olhos, nariz, garganta e pulmões (óxidos de nitrog6enio); infiltração de 
partículas nos pulmões formando ácidos sulfurícos (óxido de enxofre); 
asma aguda e crônica, bronquite e efisema (dióxido de enxofre); Câncer 
(hidrocarbonetos); destruição de enzimas e proteínas (ozônio); 
degeneração do sistema nervoso central e doenças nos ossos, 
principalmente em crianças (chumbo). O material particulado causa 
irritação e entupimento dos alvéolos pulmonares. O Brasil é um dos 
países com maior quantidade de aldeídos na atmosfera, originados pelos 
carros à álcool. Acredita-se que o aldeído fórmico provoque tumores em 
cobaias, mas sobre os efeitos no homem ainda não há informações. 
 
A CAMADA DE OZÔNIO CONTINUA AMEAÇADA 
O dia 16 de setembro de 1997 marcou o décimo aniversário da 
assinatura do Protocolo de Montreal Sobre as Substâncias que Destróem 
a Camada de Ozônio, um acordo internacional destinado a reduzir os 
trágicos efeitos do desenvolvimento industrial sobre o fino escudo 
atmosférico que protege a Terra - e todos os seres que nela vivem - dos 
mortais raios ultravioletas B (UV-B). 
Mas será que há razões suficientes para uma comemoração? Estudos 
científicos realizados anualmente demostram que a camada de ozônio 
continua a diminuir, apesar das medidas de proteção impulsionadas pelo 
Protocolo de Montreal. 
Dados da agência espacial norte-americana NASA mostram que em 
1996 o buraco na camada de ozônio sobre a Antártida atingiu o recorde 
de 16 milhões de km quadrados - área duas vezes maior que o Brasil. 
 
Em algumas regiões, já foram detectados níveis de raios UV-B cinco 
vezes mais altos do que o normal. As conseqüências dessa radiação 
excessiva são tremendas: câncer de pele, catarata, danos ao sistema 
imunológico, redução da biodiversidade etc. 
As grandes inimigas da camada de ozônio são as moléculas de cloro [1] 
e de bromo lançadas na atmosfera em decorrência de produtos e 
tecnologias industriais. As principais dessas substâncias são os CFCs 
(clorofluorcarbonos), HCFCs (hidroclorofluorcarbonos) e brometo de 
metila [2]- presentes em ampla gama de produtos - gases refrigerantes, 
solventes, espumas etc. Esses gases tendem a se acumular nas regiões 
mais frias do planeta tais como os pólos. Por isso o buraco na Antártida 
é tão grande. 
Os CFCs são gases cumulativos: uma vez na estratosfera, ficam por 
décadas ou mesmo séculos. Ou seja: mesmo que todo o mundo 
deixasse de produzir CFC hoje, a camada de ozônio continuará a sofrer 
os efeitos por muito tempo. 
Para manter seus lucros, a poderosa indústria química mundial têm 
resistido fortemente aos esforços destinados a proteger a camada de 
ozônio. Durante anos, seus porta-vozes negaram os efeitos destrutivos 
do CFC sobre o ozônio, apontados pelo Greenpeace e por diversos 
cientistas. Foi preciso que a NASA confirmasse a maciça presença de 
monóxido de cloro sobre a Antártida para que a indústria se rendesse às 
evidências. Ao admitir os efeitos do CFC, a indústria química passou a 
defender o HCFC como alternativa. Alternativa falsa: o HCFC também 
destrói a camada de ozônio. Outra "solução" proposta pela indústria, o 
HFC (hidrofluorcarbono), embora não destrua o ozônio, é 3.400 vezes 
mais poderoso do que o CO² como fator de aquecimento global [3]. 
Desde 1995, o uso de CFC está proibido em todos os países chamados 
"desenvolvidos" do "Norte"- mas os chamados "países em 
desenvolvimento" do "Sul"- como o Brasil - ganharam um prazo maior 
(2005) para substituir o CFC por outros produtos menos nocivos ao 
ozônio. Desculpa para essa prorrogação: "proteger" a economia desses 
países, menos capazes de competir. Na prática, com a globalização da 
economia mundial, as empresas dos países desenvolvidos simplesmente 
ganharam a chance de transferir para os países não desenvolvidos suas 
unidades industriais e tecnologias proibidas. São elas que estão sendo 
"protegidas". 
 
UM TRATADO CHEIO DE FUROS 
Graças a tudo isso, o tratado internacionaldestinado a reduzir o buraco 
na camada de ozônio está ele mesmo cheio de furos: 
O uso de substâncias destrutivas do ozônio é atualmente de 200 kg/ano 
per capita nos países desenvolvidos. Apesar das medidas adotadas 
 
nesses países, o consumo dessas substâncias aumentou 45% na última 
década. 
O Fundo Multilateral [4] do Protocolo de Montreal continua a financiar 
projetos utilizando HCFCs, contrariando decisões que limitam o uso 
dessas substâncias nocivas em aplicações onde não existem soluções 
ambientalmente corretas. Um bom exemplo disso é o financiamento de 
US$ 5 milhões aprovado na 19ª reunião do Comitê Executivo do Fundo 
Multilateral, em outubro de 1996, para a empresa brasileira Multibrás 
[5]. A empresa quer usar os recursos para substituir os CFCs 11 e 12 
por HCFCs e HFCs em seus produtos. 
Os recursos do Fundo Multilateral são insuficientes e os atrasos no 
desembolso desses recursos adiam por vários anos a eliminação das 
substâncias destrutivas do ozônio. 
O Protocolo de Montreal não vigora em várias regiões do planeta - tais 
como a Federação Russa. 
Substâncias destrutivas do ozônio, como o brometo de metila, sequer 
são contempladas no Protocolo de Montreal. 
A ausência de controle estrito sobre o HCFC e brometo de metila adia ou 
torna mais lento o declínio da presença de substâncias destrutivas do 
ozônio. 
O comércio ilegal e o consumo de CFCs continua a ameaçar a camada 
de ozônio. 
 
O PROTOCOLO DE MONTREAL SÓ VAI FUNCIONAR: 
 SE a produção e o uso das substâncias que destróem a camada de 
ozônio forem banidos. Nós não precisamos delas. 
 SE os países do Norte desenvolvido mantiverem suas promessas. 
Eles não estão. E não estão contribuindo com recursos financeiros 
suficientes para que o Fundo Multilateral possa ajudar os países do 
Sul, em desenvolvimento, a adotar tecnologias apropriadas. 
 SE os países do Sul atuarem de forma responsável - eles não o 
fazem. Alguns insistem em construir fábricas de CFC e fabricar 
produtos utilizando CFCs alegando não terem recursos para a 
conversão tecnológica de suas indústrias. 
 SE o Norte não despejar tecnologia obsoleta e poluente no Sul. 
Subsidiárias das indústrias químicas do Norte continuam a 
produzir substâncias destrutivas do ozônio nos países em 
desenvolvimento. Essas empresas continuam a fabricar seus 
produtos químicos destrutivos no Norte e a exportá-los. 
 
 
[1] Cloro - é um ávido destruidor da camada de ozônio - na 
estratosfera, ele "quebra" a molécula do ozônio (O³) e se "apropria" de 
um átomo de oxigênio para formar monóxido de cloro (ClO), um gás 
pouco estável que gera um processo em cadeia de eliminação do ozônio. 
[2] Brometo de metila - substância química usada principalmente em 
agricultura para limpeza do solo, antes do plantio, e na eliminação das 
pragas. Os principais consumidores no Brasil são a indústria de fumo 
(no sul do país) e a indústria de armazenamento de grãos. 
[3] Aquecimento global: "esquentamento" gradativo do planeta pelos 
chamados "gases-estufa" gerados pelo processo industrial - tais como o 
dióxido de carbono (CO²) -, resultantes principalmente da queima de 
combustíveis fósseis como o petróleo. Desde 1890, marco da revolução 
industrial, a temperatura média global do planeta aumentou 0.5 grau 
Celsius. 
[4] Fundo Multilateral: fundo criado pelos países-membros do Protocolo 
de Montreal destinado a financiar a conversão de tecnologias e 
processos destrutivos do ozônio por outros, não destrutivos. 
[5] Multibrás - maior produtor brasileiro de geladeiras, controla a 
Brastemp, a Consul e a Embraco. Tem 41% de suas ações em mãos da 
multinacional Whirpool. 
(Fonte: Greenpeace Brasil) 
 
Laboratórios de pesquisa DO OZÔNIO da estação "Comandante Ferraz" - 
ANTARTICA 
A maior atividade do Laboratório de Ozônio é fazer observações, isto é, 
medidas da Camada de Ozônio usando uma rede de instrumentos de 
superfície chamados espectrofotômetros, do tipo Dobson e do tipo mais 
moderno, o Brewer. No momento, operamos dois instrumentos Dobson, 
e seis instrumentos Brewer em diferentes estações de medida. Natal, RN 
e Cachoeira Paulista, SP, são estações Dobson; Natal (RN), Cuiabá (MT), 
Cachoeira Paulista (SP), Santa Maria (RS), La Paz (Bolívia), e Punta 
Arenas (Chile), são estações Brewer. Além dos instrumentos de 
superfície citados, usamos também a técnica ECC (células de 
concentração eletroquímica) para medir a concentração de ozônio em 
função de altura, na troposfera e na estratosfera, usando balões 
meteorológicos. Um programa de medidas usando esta técnica está em 
operação em Natal, RN, desde 1978. 
A região mais afetada pela destruição da camada de ozônio é a 
Antártica. Nessa região, principalmente no mês de setembro, quase a 
metade da concentração de ozônio é misteriosamente sugada da 
atmosfera. Esse fenômeno deixa à mercê dos raios ultravioletas uma 
área de 31 milhões de quilômetros quadrados, maior que toda a 
 
América do Sul, ou 15% da superfície do planeta. Nas demais áreas do 
planeta, a diminuição da camada de ozônio também é sensível; de 3 a 
7% do ozônio que a compunha já foi destruído pelo homem. Mesmo 
menores que na Antártida, esses números representam um enorme 
alerta ao que nos poderá acontecer, se continuarmos a fechar os olhos 
para esse problema. 
Campanhas especiais de campo também tem sido feitas, especialmente 
na região Amazônica, para estudar efeitos na atmosfera das queimadas 
locais. Mais recentemente, acrescentamos também outros instrumentos 
de medida da radiação UV-B nas estações da rede. 
Os dados de ozônio obtidos na troposfera são muito úteis para estudos 
das queimadas, e seus efeitos sobre a atmosfera. Este estudo de 
queimadas é uma segunda prioridade do Laboratório de Ozônio. O 
pessoal do laboratório, em 1997, é formado por 5 Doutores, 2 
engenheiros, e 5 técnicos. Alguns estudantes de mestrado e doutorado 
completam o time. 
O laboratório foi criado em 1985 pelo Dr. Volker W.J.H. Kirchhoff, que 
até o presente é o seu chefe. 
Esta estação é mantida pela Marinha do Brasil, com apoio logístico da 
Força Aérea Brasileira. O INPE tem mantido vários projetos de pesquisa 
nesta estação durante os últimos 10 anos, com o apoio financeiro do 
CNPq. O Laboratório de Ozônio do INPE mantém aí estudos sobre a 
camada de ozônio, o Buraco na Camada de Ozônio da Antártica, e 
medidas de Radiação UV-B. 
O ozônio é uma molécula que existe em toda a atmosfera. Na parte 
mais baixa, a troposfera, a concentração é relativamente baixa. Na 
estratosfera, que fica entre 15 e 50 km de altura, a concentração do 
ozônio passa por um máximo a aproximadamente 30 km. Entre 25 e 35 
km define-se, arbitrariamente, a região da "camada de ozônio". 
O ozônio desta região tem uma função muito importante para a vida na 
superfície terrestre. Ela absorve a radiação que vem do sol, o 
ultravioleta do tipo B, entre 280 e 320 nanometros (nm). Apenas o 
ozônio, na atmosfera, tem esta propriedade importante de absorver a 
radiação UV-B, que é prejudicial à vida de homens, animais, e plantas. 
Explica-se que a vida surgiu na Terra junto com o oxigênio, e portanto o 
ozônio, e portanto os seres vivos nunca precisaram de se defender 
contra a radiação que sempre, desde o início, protegeu a Terra contra 
este tipo de radiação. 
A partir dos anos 60, percebeu-se uma nítida diminuição do conteúdo da 
camada de ozônio, a nível mundial, de ano a ano. Esta diminuição, que 
é da ordem de 4% por década, em média, continua ainda hoje, e deve 
permanecer nesta tendência por várias décadas. Sabe-se hoje que o 
problema da camada de ozônio está associado aos chamados CFC´s, 
 
substâncias produzidas artificialmente pelo Homem moderno, e que 
foram e são muito úteis nos processosde refrigeração, em geladeiras e 
ar condicionado, principalmente. Nestas substâncias existe o cloro, mas 
que somente pode ser liberado da molécula do CFC quando esta é 
submetida a altas doses de radiação UV-B. É exatamente isto que 
acontece na estratosfera, na altura e acima da camada de ozônio. O CFC 
é liberado na superfície, e demora muitos anos para chegar, em parte, 
na estratosfera. 
Quando chega na altura certa o cloro é liberado de sua molécula, 
podendo então reagir quimicamente com o ozônio, numa reação química 
que destrói o ozônio. O cloro, no entanto, é regenerado logo depois, via 
outra reação química, e pode então, destruir mais moléculas de ozônio. 
Este tipo de reação catalítica é responsável pela destruição de milhares 
de moléculas de ozônio por apenas um átomo de cloro. 
Porque o buraco está na Antártica? 
Em todo o mundo as massas de ar circulam, sendo que um poluente 
lançado no Brasil pode atingir a Europa devido a correntes de 
convecção. Na Antártida, por sua vez, devido ao rigoroso inverno de seis 
meses, essa circulação de ar não ocorre e, assim, formam-se círculos de 
convecção exclusivos daquela área. Os poluentes atraídos durante o 
verão permanecem na Antártida até a época de subirem para a 
estratosfera. Ao chegar o verão, os primeiros raios de sol quebram as 
moléculas de CFC encontradas nessa área, iniciando a reação. Em 1988, 
foi constatado que na atmosfera da Antártida, a concentração de 
monóxido de cloro é cem vezes maior que em qualquer outra parte do 
mundo. 
O INPE desenvolve importante programa de observações da camada de 
ozônio, mantendo no território nacional uma rede de observatórios da 
camada de ozônio e de radiação ultravioleta. O grupo é muito ativo em 
termos de publicações e participação em eventos internacionais. Dois de 
seus membros já foram parte do IOC, International Ozone Commission. 
Fora do Brasil, instalou-se ainda um observatório em La Paz, na Bolívia, 
para obter dados de altitude nos Andes, e também no Chile, na região 
mais austral do continente, em Punta Arenas, com o objetivo de 
observar o Buraco da Camada de Ozônio, fenômeno tipicamente 
Antártico. 
Seguem abaixo dois exemplos de medidas feitas em Punta Arenas, 
Chile, região da Antártica, onde se pode observar o Buraco na Camada 
de Ozônio da Antártica. 
Exemplo do buraco de ozônio da Antártica, mostrando concentrações de 
ozônio em nbar (nanobar) em função de altura em km, em função do 
tempo (dias de outubro); a concentração é mínima no dia 12, 13, e 14 
de outubro de 1995, quando o buraco passa por cima de Punta Arenas. 
 
Representação do buraco de ozônio da Antártica, visto em Punta Arenas, 
em função da variação do conteúdo total de ozônio, medido por duas 
técnicas diferentes: usando espectrofotômetro e usando sondagens de 
ozônio. 
A Radiação Ultravioleta é uma parte sui-generis do espectro solar, e 
pode ser separada em três partes: a radiação UV-A, que se estende 
desde 320 a 400 nanometros (nm); a radiação UV-B, que vai de 280-
320 nm; e a radiação UV-C, que vai de 280 a comprimentos de onda 
ainda menores. O UV-C é totalmente absorvido na atmosfera terrestre, 
e por isto não é de maior importância para medidas feitas da superfície 
da Terra. O UV-A é importante, porque não é absorvido pela atmosfera, 
a não ser por espalhamento nas moléculas e partículas, e porque tem 
efeitos sobre a pele humana. A radiação UV mais importante, sem 
dúvida, é a UV-B. Esta radiação é absorvida na atmosfera pelo ozônio, 
na estratosfera. A pequena quantidade que passa pela atmosfera e 
atinge a superfície é muito importante, porque excessos desta radiação 
causam câncer de pele, e são a grande preocupação dos médicos 
dermatologistas. Como a camada de ozônio está ainda diminuindo, e vai 
continuar assim por mais algumas décadas, acredita-se que o UV-B vai 
aumentar sua intensidade no futuro. 
É por isto que as medidas de UV-B, em diversas situações e em vários 
sítios, é considerada tão importante. Já existe tecnologia adequada para 
se medir o UV-B. 
Instrumento que mede a radiação UV-B em vários canais importantes do 
espectro, permite estudos da camada de ozônio e do Buraco na camada 
de ozônio, e da radiação UV-B. A foto mostra um instrumento instalado 
na Estação Brasileira da Antártica, Comandante Ferraz 
O INPE mantém uma importante rede de monitores de UV-B no 
território nacional, e tem oferecido estas informações à comunidade 
médica. Um dos objetivos do trabalho é divulgar o índice de UV-B, que é 
um número sem dimensões que visa definir quantitativamente se o sol 
está forte ou fraco. É um número de 0 a 16. No inverno, em S.Paulo, 
por exemplo, o índice é da ordem de 5, e no verão da ordem de 12. 
DENÚNCIA SOBRE OS FABRICANTES DE GELAGEIRAS "FONTE 
GREENPEACE" 
GELADEIRAS BRASILEIRAS DESTROEM O OZÔNIO E ESQUENTAM A 
TERRA. 
Para os europeus bons produtos, já no Brasil... Brastemp e Consul estão 
lançando geladeiras e freezers com o selo "Sem CFC". A Whirpool, dona 
dessas marcas, quer nos fazer acreditar que estes modelos são 
ambientalmente melhores. NÃO É VERDADE. Eles contêm duas 
substâncias nocivas ao meio ambiente. No isolamento térmico das 
paredes, usam o gás HCFC (HidroCloroFluorCarbono), que destrói a 
 
camada de ozônio. A própria Whirpool já não o usa na Alemanha. Nos 
sistemas de refrigeração, usam o HFC (HidroFluorCarbono), que causa 
dois problemas: primeiro, destrói indiretamente a camada de ozônio, já 
que e fabricado a partir do CFC; segundo, e um poderoso gás estufa, 
3200 vezes mais potente que o gás carbônico no aquecimento global do 
planeta. 
Maus Antecedentes: 
A Whirpool já foi condenada por propaganda enganosa nos EUA. As 
entidades Ozone Action e Environmental Law Foundation processaram-
na na Califórnia por etiquetar suas geladeiras como "Amigas do Ozônio". 
A Whirpool perdeu a causa, e teve de substituir as "etiquetas verdes" 
por outras que indicavam que o HCFC destrói a camada de ozônio em 
menor grau que o CFC. 
Onde esta a verdade? 
A Whirpool produz na Europa as verdadeiras geladeiras verdes - 
GREENFREEZE - construídas com duas substancias simples 
(hidrocarbonetos): ciclopentano nas espumas de isolamento térmico e 
isobutano nos sistemas de refrigeração. Estas substancias permitem 
construir equipamentos com maior economia de energia e que não 
danificam o meio ambiente. 
A tecnologia GREENFREEZE foi desenvolvida em 1992 pelo Greenpeace, 
em associação com o Instituto de Higiene de Dortmond da Alemanha. A 
tecnologia e de livre acesso e as substancias utilizadas não são 
patenteáveis. O HCFC e o HFC, ao contrario, são patenteados por 
industrias químicas e são somente produzidos contra o pagamento de 
'royalties'. O GREENFREEZE e hoje produzido por todos os grandes 
fabricantes europeus. Só na Alemanha já se vendeu mais de 9 milhões 
de aparelhos com as marcas Bosh, Liebherr, Siemens, AEG, Electrolux e 
Bauknecht (Whirpool). Na China a Kelon produzira 800 mil destes 
aparelhos este ano, e Rússia, Ucrânia, Bielorussia, Turquia, Índia, 
Bangladesh e Cuba preparam-se para fabrica-los. Na Argentina, depois 
de forte pressão, a Whirpool comprometeu-se com o Greenpeace, 
publicamente e por escrito, a fabricar greenfreeze ate 1999. 
Não somos consumidores de segunda! 
O Greenpeace considera inaceitável que o conglomerado 
Whirpool/Brastemp/Consul trate o consumidor brasileiro como de 
segunda categoria, não se propondo a aqui produzir o GREENFREEZE. 
A SOLUÇÃO! "GELADEIRA VERDE" 
Para desmontar as alegações da indústria de que era inviável a 
produção de refrigeradores não destrutivos da camada de ozônio, o 
Greenpeace desenvolveu em 1992, na Alemanha, a "geladeira verde" 
 
(Greenfreeze), utilizando gases hidrocarbonetos [1] como elementorefrigerante e na fabricação das espumas isolantes. Foi a primeira 
geladeira no mundo a não destruir o ozônio. A tecnologia foi doada 
gratuitamente à indústria mundial de geladeiras. 
A indústria química, que vem pressionando a indústria de refrigeração a 
adotar os HCFCs e HFCs como alternativa aos CFCs, reagiu de forma 
dura, lançando uma campanha contra o Greenpeace alegando que as 
"geladeiras verdes" consumiriam mais energia, seriam inflamáveis e 
eram tecnicamente inviáveis. Por trás da campanha, uma lógica: a 
indústria química tem bilhões de dólares investidos em HCFC e HFC. A 
multinacional inglesa ICI, grande produtora dessas substâncias, e 
também de CFC (e alvo de várias ações diretas do Greenpeace), chegou 
a escrever aos sócios da organização na Inglaterra perguntando: "Será 
que devemos todos ir para o laboratório e passar os próximos dez anos 
verificando se as idéias do Greenpeace podem ser colocadas em 
prática?" 
A ICI precisou de apenas duas semanas para descobrir que estava 
errada: esse foi o tempo necessário para que a Universidade de South 
Bank, na mesma Inglaterra, desenvolvesse um protótipo de "geladeira 
verde". 
Em 1993 a indústria alemã DKK/ Foron, que estava em dificuldades 
financeiras, anunciou a intenção de produzir a geladeira verde em 
grande escala, depois que milhares de sócios do Greenpeace na 
Alemanha se comprometeram a comprar o produto. Hoje a empresa é 
economicamente saudável. O sucesso da Foron levou várias outras 
indústrias a seguirem seu exemplo. 
A tecnologia Greenfreeze está largamente difundida na Europa e em 
outras partes do mundo, presente em geladeiras que não só preservam 
o ozônio como são economicamente competitivas e mais eficientes do 
ponto vista do consumo de energia do que as tradicionais. 
"Geladeiras verdes" com marcas dos grandes fabricantes mundiais - 
inclusive Bosch (Continental, no Brasil), Electrolux e Whirpool 
(Brastemp/Consul, no Brasil) - estão à venda na Alemanha, Áustria, 
Dinamarca, França, Itália, Holanda, Suíça e Inglaterra. E, melhor ainda: 
empresas do "Sul" já estão optando pela tecnologia desenvolvida pelo 
Greenpeace: a China já produz Greenfreezers e indústrias da Argentina, 
Cuba e Índia lançarão em breve "geladeiras verdes" como resultado de 
iniciativas do Greenpeace. Falta o Brasil seguir o exemplo. 
O que é bom para a Europa não é bom para o Brasil? 
Electrolux, Whirpool e Bosch fabricam greenfreezers em outros países. 
Mas no Brasil, suas subsidiárias optaram por geladeiras falsamente 
apresentadas como "ecológicas". Os modelos da Electrolux, Brastemp e 
Consul recém lançados no mercado usam o gás HFC ou HCFC em 
 
substituição ao CFC. A Electrolux foi mais longe em sua "maquiagem 
verde" e recorreu à propaganda enganosa de seu modelo R260, que usa 
o gás refrigerante R134a (nome de mercado de um dos HFCs), 
apresentado em anúncios assim: "Isto é que é geladeira: não deixa nem 
a temperatura da Terra subir". O HFC é 3.400 vezes mais poderoso 
agente de aquecimento global do que o CO². O Greenpeace entrou com 
representação contra a mentira na Delegacia do Consumidor e no 
Conselho de Auto-Regulamentação Publicitária (Cade). O Cade 
recomendou a retirada da propaganda. Mas a falsa solução continua à 
venda. 
[1] Hidrocarbonetos - gases simples, como o butano, o propano e o 
isobutano, excelentes fluidos refrigerantes. Há muito são conhecidos 
pela humanidade, a tecnologia é bastante experimentada e eles são 
totalmente inofensivos à camada de ozônio, além de muito mais baratos 
do que os HCFCs e HFCs. 
 
CONCLUSÃO 
Diante de tudo que foi dito, surge uma pergunta: é possível reconstruir 
a camada de ozônio? Em tese, sim. Mas há alguns complicadores 
práticos. Devido ao longo período de residência dos clorofluorcarbonos 
na atmosfera e a sua ainda intensa emissão para o ar, eles já se 
acumularam numa quantidade muito grande. Segundo algumas 
previsões, mesmo que as emissões se reduzissem a zero, as reações da 
destruição do ozônio continuariam por pelo menos mais 100 anos. Caso 
persistam as emissões, hoje na ordem de 1,2 milhões de toneladas 
anuais, o ritmo da destruição da camada de ozônio será cada vez mais 
alto, levando eventualmente a mudanças significativas também na 
composição da alta atmosfera, em elevadas altitudes. Não dá para 
prever com certeza o que aconteceria numa situação dessas, pois não 
se conhece com precisão como as espécies constituintes da atmosfera 
reagiriam a um ambiente onde o processo de formação-destruição-
regeneração do ozônio estratosférico fosse intensificada; além disso, 
não se conhece com exatidão os mecanismos desse processo

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