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Aula 13 LEI DE INT. ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I

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CCJ0003 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
Aula 13: LEI DE INT. ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I 
Introdução ao Estudo do Direito 
Conteúdo desta aula 
PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE E 
DA CONTINUIDADE DAS LEIS 
1 
DIREITO INTERTEMPORAL NO 
CONTEXTO DO SISTEMA 
JURÍDICO BRASILEIRO 
2 
REVOGAÇÃO DA LEI 
3 
RETROATIVIDADE, 
IRRETROATIVIDADE E 
ULTRATIVIDADE DAS LEIS 
4 
APLICAÇÕES DAS LEIS 
5 
PRÓXIMOS 
PASSOS 
LEIS TEMPORÁRIAS E PERPÉTUAS, 
COMUNS E ESPECIAIS 
6 
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I 
Introdução ao Estudo do Direito 
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) 
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I 
O direito brasileiro adotou um critério de 
especificação em lei de um conjunto de parâmetros 
de interpretação e aplicação do direito, a ser 
seguido em todo o ordenamento jurídico, 
ressalvados aqueles casos que a legislação 
específica de cada área do direito apresentar regras 
próprias de aplicação das suas normas. 
Introdução ao Estudo do Direito 
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) 
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I 
Em verdade, é a Lei de Introdução de todo o 
Direito, pois institui normas sobre normas, ou seja, 
são normas que informam os requisitos legais que 
as demais normas deverão obrigatoriamente 
possuir para que penetrem no Direito, enquanto 
sistema normativo positivado, com os atributos de 
validade, vigência e eficácia. 
 
 
 
 
A lei de introdução às Normas do Direito Brasileiro fixa e define 
algumas questões básicas, como o tempo de vigor da lei, o 
momento dos efeitos da lei, e a validade da lei para todos. 
Esse conjunto de normas gerais se encontra na Lei de 
Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), assim 
denominada a partir da entrada em vigor da Lei nº 12.376, 
de 30.12.2010, sendo seu conteúdo exatamente o mesmo 
da até então chamada Lei de Introdução ao Código Civil 
(Decreto-Lei nº 4.657, de 4.9.1942). 
Introdução ao Estudo do Direito 
Vigência e conhecimento da Lei 
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I 
Art. 1º. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo 
o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. 
Até o advento da LC 95/98, alterada pela LC 107/01, a cláusula de vigência vinha expressa, 
geralmente, na fórmula tradicional: “Esta lei entra em vigor na data de sua publicação”. 
A partir da LC nº 95, a vigência da lei deverá vir indicada de forma expressa, estabelecida em dias, 
e de modo que contemple prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, passando 
a cláusula padrão a ser: “Esta lei entra em vigor após decorridos (número de dias) de sua 
publicação”. 
No caso de o legislador optar pela imediata entrada em vigor da lei, só poderá fazê-lo se verificar 
que a mesma é de pequena repercussão. 
Na falta de disposição expressa da cláusula de vigência, aplica-se como regra supletiva a do art. 1º 
da LINDB, que dispõe que a lei começa a vigorar em todo o país 45 dias depois de oficialmente 
publicada. 
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Vacatio Legis 
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I 
Chama-se Vacatio Legis o período que medeia a data de 
publicação da lei e a de sua entrada em vigor. 
Com o período da vacatio legis (vacância da lei), o 
próprio legislador procura facilitar ao cidadão o 
cumprimento da lei, facultando seu conhecimento 
prévio. Nada impede, contudo, que a vigência da lei nova 
seja imediata, dispensando-se a vacatio legis, como se 
observa na Introdução ao Código Civil. 
A forma de contagem do prazo da vacatio legis é a dos 
dias corridos, com exclusão do começo e inclusão do 
encerramento, computados domingos e feriados. 
Introdução ao Estudo do Direito 
Vacatio Legis 
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Art. 1º §3º: se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova 
publicação de seu texto, destinada à correção, o prazo deste 
artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova 
publicação. 
 
Nesse caso, serão observadas as seguintes situações: 
 Correção da norma em seu texto, por conter erros 
substanciais, durante a vacatio legis ensejando nova 
publicação: nova vacatio será iniciada a partir da data da 
correção, anulando-se o tempo decorrido; 
 Várias publicações diferentes de uma mesma lei, motivadas 
por erro: a data da publicação será uma só e deverá ser a da 
publicação definitiva, ou seja, a última. 
Introdução ao Estudo do Direito 
Vacatio Legis 
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Art. 1º§4º: as correções a texto de lei já em 
vigor consideram-se lei nova. 
 
 
 
 
 
 
As emendas ou correções em lei que já esteja em vigor são 
consideradas leis novas, ou seja, para corrigi-la é preciso 
passar por todo o processo de criação de uma lei, devendo, 
para isso, obedecer aos requisitos essenciais e indispensáveis 
para sua existência e validade. 
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Princípio da Obrigatoriedade e Continuidade das Leis 
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I 
Art. 2º: não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a 
modifique ou revogue. 
Há que se fazer uma distinção entre derrogação e ab-rogação. A derrogação significa 
revogação parcial, enquanto que a ab-rogação diz respeito à revogação total. Ambas, 
derrogação e ab-rogação, são espécies do gênero revogação. 
Este princípio está contemplado no art. 2º da LINDB, quando menciona que uma lei 
só deixa de vigorar quando modificada ou revogada por outra posterior. 
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Princípio da Obrigatoriedade da Lei 
(art. 1º e art. 3º LICC) 
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I 
Depois da publicação ou decorrida a vacatio legis, a lei 
torna-se obrigatória, não podendo ser alegada sua 
ignorância: nemo jus ignorare censetur, sendo aplicada 
mesmo àqueles que a desconhecem, porque o “interesse da 
segurança jurídica exige esse sacrifício”. 
 
 
 
Art. 3º: ninguém se escusa de cumprir a lei, 
alegando que não a conhece. 
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Princípio da Obrigatoriedade da Lei 
(art. 1º e art. 3º LICC) 
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I 
O princípio de segurança jurídica pressupõe 
uma previsibilidade dos efeitos jurídicos das 
condutas adotadas pelas pessoas, sendo uma 
de suas exigências exatamente a clareza e a 
publicidade das regras em vigor, o que se 
relaciona com os sistemas de publicidade. 
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Revogação da lei 
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Revogação é a perda total (ab-rogação) ou parcial 
(derrogação) de vigência de uma lei, tal como é 
definido no art. 2º e nos§§ da LINDB. 
 
Tem como referência a questão temporal ou a 
sucessão de normas jurídicas no tempo, não sendo 
aplicável a outros critérios de invalidação de 
normas que tenham por referência sua posição 
hierárquica no ordenamento jurídico ou seu grau 
de especialidade, salvo quando naturalmente 
essas normas hierarquicamente superiores ou 
especiais forem também mais recentes. 
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Revogação da lei 
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Se a lei posterior disser, de maneira expressa, que a 
lei anterior está revogada, temos a revogação 
expressa. 
A revogação tácita é a que decorre da vigência de 
uma nova disposição que colide com a anterior, sem 
que seja mencionada a lei nova a revogação da 
antiga. Assim, está implícita sua revogação. 
 
Há também revogação tácita quando a lei posteriorregula inteiramente certa matéria tratada por lei 
anterior, sem que, ao final, diga expressamente que 
revogou a lei antiga. 
 
Costume não revoga lei. 
• Expressa e tácita 
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Revogação da lei 
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Observação importante é no sentido de que os 
conceitos de ab-rogação e derrogação são relativos e 
podem englobar todo o texto de uma lei, seus artigos 
ou partes de artigos. 
 
Assim, é possível falar da ab-rogação da lei X, como 
sendo a revogação de todos os seus artigos, de ab-
rogação do art. 2º da lei X, permanecendo vigentes os 
demais artigos da lei, que como um todo teria sido, 
portanto, derrogada, ou mesmo da revogação do 
inciso I, do art. 2º da lei X, o que implicaria a 
derrogação do art. 2º, que permaneceria em parte 
vigente. 
• Expressa e tácita 
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Repristinação: fenômeno não admitido no direito brasileiro 
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I 
A lei posterior revoga a anterior quando trata da mesma matéria de forma contrária. Uma 
vez revogada a lei nova, volta a vigorar a lei antiga? 
 
Art. 2º, parágrafo 3º, da LICC: “Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura 
por ter a lei revogadora perdido a vigência”. 
Repristinação seria o restabelecimento da lei revogada após a perda da vigência da lei 
revogadora. Tal fato, como vimos, não é possível em nosso ordenamento jurídico, salvo 
disposição expressa em contrário. 
Esse dispositivo não se aplica às leis temporárias. 
 
Art. 2º, caput: “Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a 
modifique ou revogue.” 
Introdução ao Estudo do Direito 
Término da vigência das leis 
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I 
 Vigência e revogação são matérias disciplinadas pela 
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. 
 
 A lei nova revoga a anterior quando trata sobre o 
mesmo assunto de forma diversa. Assim, nos fatos 
ocorridos após a sua revogação, a lei antiga não 
produzirá qualquer efeito, cessando, desta forma, 
sua eficácia. 
 
 Entretanto, com relação aos fatos ocorridos 
anteriormente à edição da nova lei, a lei antiga 
poderá continuar produzindo efeitos. Tal fenômeno 
é chamado de ultratividade da lei. 
Introdução ao Estudo do Direito 
Direito Intertemporal no contexto 
do Sistema Jurídico Brasileiro 
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A chamada aplicação da lei no tempo e no 
espaço refere-se à eficácia do Direito segundo 
a extensão de sua incidência ou em função do 
tempo ligado à sua vigência. Temos, assim, a 
eficácia da lei no tempo e no espaço. 
 
A eficácia da lei no tempo diz respeito ao 
tempo de sua atuação até que desapareça do 
cenário jurídico. Como tal fato pode ocorrer? 
• Conflito de Leis no Tempo e no Espaço 
Em duas hipóteses: 
 
• Se a lei já tem fixado seu tempo de 
duração, com o decurso de prazo 
determinado ela perde sua eficácia e 
vigência. 
 
• Se ela não tem prazo determinado de 
duração, permanece atuando no 
mundo jurídico até que seja modificada 
ou revogada por outra de hierarquia 
igual ou superior (LINDB, art. 2º); é o 
princípio da continuidade das leis. 
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Direito Intertemporal 
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Toda a matéria tratada no art. 2o da lei de Introdução ao Código Civil, dá 
margem a uma infinidade de conflitos. Tais conflitos são chamados de 
“conflitos das leis no tempo”. 
 
O conflito das leis no tempo nasce justamente da colisão da lei nova com a 
anterior. Muitas vezes permanecem consequências da lei antiga, sob a 
vigência da lei nova. 
 
E, muitas vezes, situações que foram criadas pela lei antiga já não 
encontrarão apoio na lei nova. Então, há que se estudar até que ponto a 
lei antiga pode gerar efeitos e até que ponto a lei nova não pode impedir 
esses efeitos da lei antiga. 
 
Chamaremos tal fenômeno de direito intertemporal. 
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Retroatividade e Irretroatividade das Leis 
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I 
Uma lei nova só tem valor para o futuro ou regula 
situação anteriormente constituída, isto é, tem 
eficácia pretérita? 
A norma que atinge os efeitos de atos jurídicos praticados 
sob o império da lei revogada é retroativa, tem eficácia 
pretérita; a que não se aplica a qualquer situação jurídica 
constituída anteriormente é irretroativa, hipótese em 
que a norma revogada permanece vinculante para os 
casos anteriores à sua revogação. 
 Em princípio, as leis não devem retroagir; em face do 
seu caráter prospectivo, devem disciplinar situações 
futuras. O fundamento maior do princípio da 
irretroatividade, consagrado na doutrina, e pela 
generalidade das legislações, é a proteção do 
indivíduo contra possível arbitrariedade do legislador. 
Se fosse admitida a retroatividade como princípio 
absoluto, a segurança do indivíduo não ficaria 
preservada. 
 A eficácia retroativa das leis é, portanto, excepcional; 
não se presume, devendo provir de texto expresso. 
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Retroatividade e Irretroatividade das Leis 
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I 
No mesmo sentido, dispõe o inciso XXXVI do art. 5º da 
CF/88 “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato 
jurídico perfeito e a coisa julgada”. 
Logo, para entender-se a irretroatividade, é 
importante que se entenda o que significa direito 
adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada. 
 
 
 
Art. 6º: “a lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o 
ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada”. 
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Ato Jurídico Perfeito (art. 6º, § 1º LINDB) 
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I 
É aquele que se realizou inteiramente 
sob a vigência de determinada lei. 
 
Assim, se alguém comprou alguma coisa, 
pagando na hora o respectivo preço total, o 
direito daquela pessoa sobre tal coisa está 
consumado, não podendo ser atingido por 
lei nova. 
 
 
 
Conclusão: se o ato não estiver terminado, a lei nova o atingirá. 
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Direito Adquirido (art. 6º, § 2º LINDB) 
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I 
É aquele que, na vigência de 
determinada lei, incorporou-se ao 
patrimônio de seu titular. 
 
O direito adquirido é direito em estado latente, 
surgido quando determinada pessoa preenche os 
requisitos estabelecidos pelo ordenamento 
jurídico, para ser considerado um titular de direito, 
pouco importando se e quando exercerá tal 
direito. 
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Direito Adquirido e Expectativa de Direito 
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A expectativa de direito é a possibilidade de se vir a ter 
um direito. Ela não confere direitos. 
Exemplo 1: se alguém tem 24 anos de serviço e, frente à lei 
vigente, lhe falta um ano para aposentar-se, este indivíduo tem 
uma expectativa de direito à sua aposentadoria. Caso a lei mude 
neste momento, terá ele que submeter-se ao novo regramento. 
Exemplo 2: o filho, estando seu pai ainda vivo, tem expectativa de 
direito quanto à herança. Entretanto, os bens de seu pai ainda 
não incorporaram ao seu patrimônio, não gerando, portanto, 
direito adquirido. 
Conclusão: a lei nova atinge as expectativas de direito. 
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Coisa Julgada 
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Depois de decidida uma questão pelo 
Judiciário, se já não há possibilidade de 
recurso, faz ela lei entre as partes, 
estabelecendoobrigações e direitos 
entre as mesmas. 
 
A lei nova não atingirá tais decisões. 
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Retroatividade e Irretroatividade das Leis 
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I 
Pergunta-se: uma lei nova só tem valor para o 
futuro ou regula situação anteriormente 
constituída, isto é, tem eficácia pretérita? 
a) A norma que atinge os efeitos de atos jurídicos praticados sob 
o império da lei revogada é retroativa, tem eficácia pretérita; a 
que não se aplica a qualquer situação jurídica constituída 
anteriormente é irretroativa, hipótese em que a norma revogada 
permanece vinculante para os casos anteriores à sua revogação. 
b) Em princípio, as leis não devem retroagir; em face do seu 
caráter prospectivo, devem disciplinar situações futuras. 
O fundamento maior do princípio da irretroatividade, consagrado 
na doutrina, e pela generalidade das legislações, é a proteção do 
indivíduo contra possível arbitrariedade do legislador. 
Se fosse admitida a retroatividade como princípio absoluto, a 
segurança do indivíduo não ficaria preservada. 
c) A eficácia retroativa das leis é, portanto, excepcional; não se 
presume, devendo provir de texto expresso. Temos, ainda, que a 
Constituição Federal, na verdade, não proíbe a retroatividade da 
lei, a não ser da lei penal que não beneficia o réu (art. 5º, XL, CF), 
e resguardados sempre o direito adquirido, o ato jurídico perfeito 
e a coisa julgada (art. 5º, XXXVI, CF). 
Por retroatividade da lei entende-se que a lei nova pode atingir 
situações abrangidas por leis anteriores. 
 
Ao contrário, por irretroatividade das leis, a lei nova não pode 
atingir situações reguladas pela lei anterior. 
 
Reforçando a matéria examinada podemos dizer ainda que: “o 
princípio da irretroatividade encontra respaldo em nosso 
ordenamento jurídico tendo em vista a necessidade de segurança 
e estabilidade necessários à vida em sociedade”. Assim, temos a 
certeza de que o nosso direito de hoje não será violado pela lei 
de amanhã. 
Introdução ao Estudo do Direito 
Aplicação imediata da lei 
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I 
A aplicação imediata de lei se dá naquelas relações jurídicas de efeitos diferidos, que são as 
que envolvem a prática de diversos atos ao longo do tempo, que deverão ser adaptados à 
sistemática da nova legislação. 
 
São as seguintes as hipóteses de aplicação imediata de lei: 
NORMAS PROCESSUAIS 
Como elas não dizem respeito ao direito em si, 
uma mudança na legislação processual é de 
imediato aplicada aos processos judiciais em 
andamento que, a partir da modificação, 
deverão ter o seu rito adequado ao que 
prescreve a nova lei, preservando-se os efeitos 
dos atos processuais praticados de acordo 
com a sistemática da legislação revogada. 
NORMAS DE ORDEM PÚBLICA 
São as que envolvem temas de ordem pública, 
inclusive aqueles que repercutem na esfera 
jurídica dos particulares. São de ordem pública 
as regras ligadas ao estado das pessoas 
(direitos da personalidade, capacidade 
jurídica, regime matrimonial e sucessório, por 
exemplo), ordem econômica, política salarial, 
concorrência, direito do consumidor etc. 
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Princípio da Irretroatividade Penal 
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I 
Proíbe que, uma vez determinada por Lei como 
ilícita, determinada conduta, os efeitos penais, 
incriminantes e condenatórios dessa Lei 
retroajam anteriormente à vigência dessa. 
 
Assim sendo, a prática de uma conduta 
delituosa só será punível se praticada após a 
vigência da lei que a proscreve. 
 
Por conseguinte, toda prática dessa conduta 
antes da vigência torna-se intocável pelo Direito 
Penal, seguindo lícita e não punível seu autor. 
 
O efeito ex-tunc é vedado in malam partem, 
isto é, para punir. 
Introdução ao Estudo do Direito 
Princípio da Irretroatividade Penal 
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I 
A Lei proibiu apenas a retroatividade em 
prejuízo ao agente. Como a Lei não proibiu a 
retroatividade benéfica, se tem que do 
Princípio da Irretroatividade Penal surge 
o Princípio da Retroatividade Benéfica Penal.. 
 
No Brasil, o Princípio da Irretroatividade 
Maléfica Penal está garantido na Constituição 
Federal de 1988, a qual, em seu artigo 5º inciso 
XXXIX exige que: 
 
"Não há crime sem lei ANTERIOR que o 
defina, nem pena sem PRÉVIA cominação 
legal." 
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Leis temporárias e perpétuas, comuns e especiais. 
AULA 13: LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO I 
São as que tratam de certos temas de maneira pontual ou mais detalhada, devendo-
se lembrar que, mesmo entre as leis especiais, podem existir graus diferentes de 
especificidade, que permitem afirmar que “uma norma é mais específica do que a 
outra”. 
São aquelas de conteúdo mais aberto que, em muitos casos, são a expressão de 
princípios de direito em forma de regras. 
A regra geral do art. 2º da LINDB é que “não se destinando à vigência temporária, a 
lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue”, o que caracteriza, por 
princípio, as leis como perpétuas no direito brasileiro. 
Leis com prazo de vigência temporário, o que obviamente não se presume, 
devendo dela constar expressamente o prazo de expiração de sua vigência (o 
chamado termo de vigência) ou os fatos futuros que porão fim à sua vigência (a 
denominada condição). 
Leis temporárias 
Leis perpétuas 
Leis comuns 
ou gerais 
Leis especiais 
AVANCE PARA FINALIZAR 
A APRESENTAÇÃO. 
VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS? 
 
 
 
Resolver as questões objetivas 
da aula 14 e postar os 
resultados no SAVA. 
 
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