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TRBABALHO - Atos administrativos

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UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU 
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS 
CURSO DE DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
GABRIELA LAZZAROTTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO I 
Espécies de Atos Administrativos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BLUMENAU/SC 
2018 
1. CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO 
 
Para o jurista brasileiro, amplamente reconhecido como um dos 
principais doutrinadores do Direito Administrativo, Meirelles (2010, p. 153), “o 
ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração 
Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, 
resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor 
obrigação aos administrados ou a si própria”. 
A seu turno, CARVALHO (2017, p. 250) entende que, “ato 
administrativo são atos jurídicos, antes de tudo, ou seja, são decorrência da 
manifestação de vontade humana, que repercute na esfera jurídica dos cidadãos, 
não se podendo confundir com fatos da natureza ou demais acontecimentos 
alheios à atuação das pessoas. A qualificação como ato administrativo decorre 
do fato de que sua repercussão jurídica produz efeitos a uma determinada 
sociedade, exigindo dessa forma a regulação pelo direito público”. 
Portanto, em síntese, atos administrativos são atos jurídicos que 
emanam do Poder Público por vontade unilateral e que tem por finalidade impor 
obrigação aos administrados ou si própria. 
Ademais, os atos administrativos também trazem consigo certos 
atributos que os distinguem dos atos jurídicos privados. Esta distinção se dá 
pelo fato da Administração Pública desenvolver atividade voltada à realização 
do interesse público, daí decorrendo a necessidade de se conferir certos ônus, 
restrições e prerrogativas próprias de tais atos. 
Desta forma, caracteriza atributos como qualidades ou características 
dos atos administrativos, não se confundindo com os requisitos ou elementos do 
ato administrativo, uma vez que estes são condições a serem observadas para a 
válida edição do ato ao passo que os atributos são características dos atos 
administrativos
1
. 
Tais atributos dos atos administrativos são: a presunção de 
legitimidade, a imperatividade, exigibilidade e a auto-executoriedade. 
Veremos a seguir, o conceito de cada um deles para, posteriormente, 
associarmos cada espécie de ato administrativo com seu respectivo atributo. 
 
1
GONÇALVES, Rodrigo Allan Coutinho. A imperatividade como atributo do ato administrativo e o poder 
extroverso do Estado. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 19, n. 4060, 13 ago. 2014. Disponível em: 
<https://jus.com.br/artigos/30871>. Acesso em: 08 dez. 2018. 
2. ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO 
 
2.1. Presunção de legitimidade 
Como o nome já fala, a presunção de legitimidade diz respeito à 
necessidade de todo o ato administrativo ser manifestado e fundado em 
conformidade com a lei e com o ordenamento jurídico. 
A presunção de legitimidade diz respeito à conformidade do ato com 
a lei; em decorrência desse atributo, presumem-se, até prova em contrário, que 
os atos administrativos foram emitidos com observância da lei (DI PIETRO, 
2013, p. 205). 
De outra baila, conceitua Meirelles (2010, p. 162): 
Os atos administrativos, qualquer que seja sua categoria ou espécie nasce com a 
presunção de legitimidade, independentemente de norma legal que a estabeleça. 
Essa presunção decorre do princípio da legalidade da Administração (art. 37 da CF), 
que, nos Estados de Direito, informa toda a atuação governamental. A presunção de 
legitimidade autoriza a imediata execução ou operatividade dos atos administrativos, 
mesmo que arguidos de vícios ou defeitos que o levem a invalidade. Enquanto, 
porém, não sobrevier o pronunciamento de nulidade os atos administrativos são 
tidos por válidos e operantes, quer para a Administração, quer para os particulares 
sujeitos ou beneficiários de seus efeitos. 
Desta forma, entende-se que, o atributo da presunção de legitimidade 
confere maior celeridade à atuação administrativa no âmbito da administração 
pública, uma vez que, após o ato, este estará apto a produzir efeitos 
automaticamente e operar imediatamente, como se válido fosse, presumindo, até 
prova ao contrário, sua legitimidade, até que se declare sua ilegalidade, se for o 
caso, por decisão administrativa ou judicial. 
2.2. Imperatividade 
Todo ato administrativo que cria obrigação ao particular (os chamados 
atos restritivos), encerra um poder dado à administração publica de, 
unilateralmente, estabelecer uma obrigação aos particulares – desde que, 
obviamente, dentro dos limites da lei. Essa imposição de obrigações, 
independente da vontade do particular, configura o atributo da imperatividade 
(CARVALHO, 2017, p. 277). 
Sendo assim, entende-se que mesmo contrariando interesses privados, 
a Administração impõe o cumprimento de uma obrigação visando atender ao 
princípio da supremacia do interesse público. 
Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2013, p. 208) conceitua 
imperatividade como “o atributo pelo qual os atos administrativos se impõem a 
terceiros, independentemente de sua concordância. Decorre da prerrogativa que 
tem o Poder Público de, por meio de atos unilaterais, impor obrigações a 
terceiros”. 
Para Meirelles (2010, p. 165), “a imperatividade decorre da só 
existência do ato administrativo, não dependendo de sua declaração de validade 
ou invalidade. Assim sendo, todo ato dotado de imperatividade deve ser 
cumprido ou atendido enquanto não for retirado do mundo jurídico por 
revogação ou anulação, mesmo porque as manifestações de vontade do Poder 
Público trazem em si a presunção de legitimidade”. 
A imperatividade só existe nos casos que imponham obrigações, 
porém, há atos onde a imperatividade inexiste. Essa exceção ocorre nos atos 
solicitados à Administração, ou seja, direitos solicitados pelos administrados, 
como: licenças, permissões, autorizações; e nos atos enunciativos, como: 
pareceres, certidões, atestados
2
. 
2.3. Exigibilidade 
A exigibilidade é o meio do qual o Estado, no exercício da função 
administrativa, pode exigir de terceiros o cumprimento de obrigações. 
Não sendo cumprida a obrigação imposta pelo ato administrativo, o 
poder público terá que, valendo-se de meios indiretos de coação, executar 
indiretamente o ato desrespeitado. Nessas situações, diante do descumprimento, 
o ente estatal se valerá de meios coercitivos, não executando diretamente a 
norma imposta pelo ato. (CARVALHO, 2017, p. 278) 
A título de exemplo, digamos que o proprietário de um terreno é 
notificado para que limpe o local, pois o mesmo se encontra repleto de lixos que 
acumulam água parada e com grande chance de propagação do mosquito da 
Dengue. Após tal notificação, o proprietário do terreno não cumpre tal 
exigência. Assim, diante da desobediência do particular, será penalizado com 
multa. A multa nada mais é que a exteriorização do pressuposto da exigibilidade 
coercitiva, sem necessidade de provimento jurisdicional. 
 
2
 DALCIN, Cristiane Nery de Oliveira. Atributos do Ato Administrativo. Conteúdo Jurídico, Brasília-DF: 10 
out. 2012. Disponível em: <http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.39919&seo=1>. Acesso em: 09 
dez. 2018 
2.4. Auto-executoriedade 
Atos administrativos autoexecutáveis independem de autorização de 
outros poderes, sendo executados tão somente pela própria Administração 
Pública. 
Em situações pontuais, a aplicação de meio indiretos de coerção não 
atende ao interesse público, tornando necessáriaa aplicação de meios diretos de 
execução de atos administrativos. Em tais situações, o Estado executa o ato 
administrativo diretamente, frente ao descumprimento do particular. 
(CARVALHO, 2017, p. 278). 
Portanto, podemos definir autoexecutariedade como atos 
independentes da Administração Pública que independem de intervenção do 
Poder Judiciário para fazer valer o ato. 
Cite-se o exemplo de um carro que é guinchado por que estacionou 
em local proibido, em calçada dificultando a circulação de pedestres. O ato de 
“guinchar” o carro é imediato e independe do auxílio do Judiciário para a 
realização. 
Porém, conforme leciona CARVALHO (2017, p. 278), “esse atributo 
não está presente em todos os atos administrativos, dependendo sempre da 
previsão de lei ou de uma situação de urgência, na qual a prática do ato se 
imponha para garantia do interesse público”. 
 
3. ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS 
Diversas são as espécies de atos administrativos, que não estão 
definidos por lei com critérios objetivos, fato este que enseja várias divergências 
doutrinárias. 
Tais atos, por sua natureza, conteúdo e forma, diferenciam-se dos 
que emanam do Legislativo (leis) e do Judiciário (decisões judiciais), quando 
desempenham suas atribuições específicas de legislação e de jurisdição. 
A forma é requisito vinculado, e é imprescindível à validade do ato. 
Todo ato administrativo é, em princípio formal e a forma exigida pela lei quase 
sempre é a escrita, assim possibilita a prova de existência do ato. Delimitada, na 
realização, publicação e fiscalização. Diz-se que é quase sempre a forma escrita 
porque essa é a regra, porém existem exceções, podendo haver ordens 
exteriorizadas através de sinais luminosos, placas, apitos, gestos, etc. Contudo 
Em consonância com o principio do paralelismo da forma, deve ser escrita
3
. 
Portanto, em síntese, é a maneira regrada (escrita em lei) de como o ato deve ser 
praticado, sendo o revestimento externo do ato. 
O conteúdo é o conjunto dos direitos e obrigações criados, 
modificados ou extintos pelo ato administrativo. Objeto é a coisa ou a relação 
jurídica sobre o qual devem incidir os efeitos do ato. 
Também chamado de conteúdo do ato administrativo, o objeto 
guarda semelhança com a finalidade, porém enquanto a finalidade é ampla 
(interesse público) o objeto é o efeito jurídico imediato produzido pelo ato. Ou 
seja, o objeto é o efeito imediato pretendido para que o resultado mediato 
(interesse público) seja alcançado. 
Ou seja, é a própria alteração na ordem jurídica. É aquilo de que o ato 
dispõe, trata. 
Dividem-se em 05 grupos: atos administrativos normativos; atos 
administrativos ordinatórios; atos administrativos negociais; atos 
administrativos enunciativos e atos administrativos punitivos. 
3.1. ATOS NORMATIVOS 
Atos administrativos normativos são aqueles que contêm um comando 
geral do Executivo, visando à correta aplicação da lei. O objetivo imediato de 
tais atos é explicitar a norma legal a ser observada pela Administração e seus 
administrados. A essa categoria pertencem os decretos regulamentares e os 
regimentos, bem como as resoluções, deliberações e portarias de conteúdo geral. 
(MEIRELLES, 2010, p. 153) 
A seguir veremos separadamente os principais atos administrativos 
normativos que são: decretos, regulamentos, instruções normativas, regimentos, 
resoluções e deliberações. 
3.1.1. Decretos 
Decreto é a forma que se revestem os atos individuais ou gerais, 
emanados do Chefe do Poder Executivo - Presidente da República, Governados 
e Prefeito. (DI PIETRO, 2013, p. 241) 
 
3 SILVA, Neura Maria de Faria. Requisitos de validade dos Atos administrativos. Conteúdo Jurídico, Brasília-DF: 01 out. 
2012. Disponível em: <http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.39743&seo=1>. Acesso em: 10 dez. 2018. 
O Decreto é normativo e geral (contém da mesma forma que a lei, 
regras gerais e abstratas que se dirigem a todas as pessoas que na mesma 
situação se encontram), podendo ser específico ou individual (regras e normas a 
pessoas ou grupos determinados). 
Di Pietro (2013, p. 241), classifica os efeitos gerais produzidos pelos 
Decretos em dois, sendo eles: 
a. regulamentar ou de execução, quando expedido com base no 
artigo 84, IV, da Constituição, para fiel execução da lei. 
b. independente ou autônomo, quando disciplina matéria não 
regulada em lei. A partir da Constituição de 1988, não há 
fundamento para esse tipo de decreto no direito brasileiro, salvo 
nas hipóteses previstas no artigo 84, VI, da Constituição, com a 
redação dada pela Emenda Constitucional nº 32/01; assim mesmo, 
é uma independência bastante restrita porque as normas do decreto 
não poderão implicar aumento de despesas nem criação ou 
extinção de órgãos públicos. 
Os decretos possuem atributos de presunção de legitimidade, 
imperatividade, e sua espécie é quanto à forma. 
3.1.2. Regulamentos 
Os regulamentos são atos administrativos, postos em vigência por 
decreto, para especificar os mandamentos da lei ou prover situações ainda não 
disciplinadas por lei. (MEIRELLES, 2010, p. 184) 
Embora não possa modificar a lei, o regulamento tem a missão de 
explica-la e de prover sobre minúcias não abrangidas pela norma geral editada 
pelo Legislativo, não podendo neste sentido, ser contrária ou ir além do que a lei 
permitir, até por que, se o regulamento infringir a lei, é nulo por caracterizar 
situação de ilegalidade. 
Segundo CARVALHO (2017, p. 288), “a doutrina separa os 
regulamentos em duas espécies: os regulamentos executivos, que são aqueles 
ditados para a fiel execução da lei, sem intenção de inovar o ordenamento 
jurídico, praticado unicamente para complementação de texto legal e os 
regulamentos autônomos, que atuam substituindo a lei e tem condão de inovar 
o ordenamento jurídico, determinando normas sobre matérias não disciplinadas 
em mediante previsão legal e admitido em nosso ordenamento jurídico apenas 
das hipóteses do artigo 84 VI da Constituição Federal”. 
Entretanto, o regulamento jamais poderá instituir ou majorar tributos, 
criar cargos, aumentar vencimentos, perdoar dívidas ativas, conceder isenções 
tributárias e o mais que depender de lei propriamente ditas (MEIRELLES, 2010, 
p. 185). 
Meirelles (2010, p. 185), finaliza lecionando que, “quanto à 
publicação dos regulamentos destinados à atuação externa (normatividade em 
relação aos particulares), os mesmos devem ser publicados pelo mesmo modo 
por que o são as leis, visto que a publicação é que fixa o inicio da 
obrigatoriedade dos atos do Poder Público a ser atendidos pelos administrados. 
Daí a necessidade de publicação integral do regulamento e do decreto que o 
aprova”. 
Os regulamentos possuem atributos de presunção de legitimidade, 
imperatividade, e sua espécie é quanto à forma. 
3.1.3. Instruções Normativas 
As instruções normativas, prevista no artigo 87, inciso II da 
Constituição Federal, não podem contrariar a lei, o decreto, o regulamento, o 
regimento ou o estatuto do serviço, uma vez que são atos inferiores, de mero 
ordenamento administrativo interno. 
São atos administrativos expedidos pelos Ministros de Extado para a 
execução das leis, decretos e regulamentos (artigo 87, inciso II, § único da 
Constituição Federal), mas também são utilizadas por outros órgãos superiores 
para o mesmo fim. (MEIRELLES, 2010, p. 185) 
E finaliza CARVALHO (2017, p. 289), que “são muito comuns, por 
exemplo, as instruções normativas expedidas pela Secretaria da Receita Federal 
do Brasil para estabelecer normas referentes às suas atividades”. 
As instruções normativas possuem atributosde presunção de 
legitimidade, imperatividade, e sua espécie é quanto à forma. 
3.1.4. Regimentos 
Para Meirelles (2010, p. 185) os regimentos “são atos administrativos 
normativos de atuação interna, dado que se destinam a reger o funcionamento de 
órgãos de colegiados e corporações legislativas. Como ato regulamentar interno, 
o regimento só se dirige aos que devem executar o serviço ou realizar a 
atividade funcional regimentada, sem obrigar os particulares em geral”. 
Em síntese, e sem mais delongas, os regimentos dizem respeito mais a 
pessoas que possuem alguma ligação com determinado órgão estatal, uma vez 
que são atos administrativos normativos destinados a reger o funcionamento dos 
órgãos da Administração, e atinge somente aquelas pessoas que estão vinculadas 
à atividade regimental. 
Vale ressaltar que, para os agentes sujeitos às normas regimentais, o 
regimento é lei da casa e sua violação pode dar ensejo à invalidação do ato 
antirregimental, desde que lesiva de direito individual ou de prerrogativa de 
função (MEIRELLES, 2010, p. 185). 
Os regimentos possuem atributos de presunção de legitimidade, 
imperatividade, e sua espécie é quanto à forma. 
3.1.5. Resoluções 
São atos administrativos normativos que partem de autoridade do 
Executivo ou presidentes de tribunais, órgãos legislativos e colegiados 
administrativos, para disciplinar matéria de sua competência específica. 
As resoluções, normativas ou individuais, são sempre atos inferiores 
ao regulamento e ao regimento, não podendo inová-los ou contrariá-los, mas 
unicamente complementá-los. Seus efeitos podem ser internos ou externos, 
conforme o campo de atuação da norma ou os destinatários da providencia 
concreta. (MEIRELLES, 2010, p. 186) 
Um exemplo são as Resoluções no nosso Tribunal de Justiça de Santa 
Catarina, que complementam informações referentes a diversos assuntos 
internos do Tribunal, como informação dos horários de expedientes em feriados 
prolongados, pautas de julgamento, etc. 
As resoluções possuem atributos de presunção de legitimidade, 
imperatividade, e sua espécie é quanto à forma. 
3.1.6. Deliberações 
São atos normativos espedidos pelos órgãos colegiados, como 
representação de vontade da maioria dos agentes que o representam. 
Neste sentido, conceitua Meireles (2010, p. 187): 
Deliberações são atos administrativos normativos ou decisórios emanados de órgãos 
colegiados. Quando normativas, são atos gerais; quando decisórias, são atos 
individuais. Aquelas são sempre superiores a estas, de modo que o órgão que as 
expediu não pode contrariá-las nas decisões subsequentes: uma deliberação 
normativa só se revoga ou modifica por outra deliberação normativa; nunca por uma 
deliberação individual do mesmo órgão. 
E finaliza, lecionando que “as deliberações devem sempre obediência 
ao regulamento e ao regimento que houver para a organização e funcionamento 
do colegiado. Quando expedidas em conformidade com as normas superiores 
são vinculantes para a Administração e podem gerar direitos subjetivos para 
seus beneficiários” (MEIRELLES, 2010, p. 187). 
As deliberações possuem atributos de presunção de legitimidade, 
imperatividade, e sua espécie é quanto à forma. 
3.2. ATOS ORDINATÓRIOS 
Visam disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta 
funcional de seus agentes. Emanam do poder hierárquico da Administração 
sobre seus subordinados em forma de provimentos, determinações ou 
esclarecimentos que se endereçam aos servidores públicos a fim de orientá-los 
no desempenho de suas atribuições. 
São os atos ordinatórios subdivididos em: instruções, circulares, 
avisos, portarias, ordens de serviços, ofícios e despachos. 
4.2.1. Instruções 
São as ordens escritas e gerais que emanam do superior hierárquico e 
que visam atingir e orientar seus subordinados dentro de suas funções e 
atribuições. 
MEIRELLES (2010, p. 188) leciona que “as instruções não podem 
contrariar a lei, o decreto, o regulamento, o regimento ou o estatuto do serviço, 
uma vez que são atos inferiores, de mero ordenamento administrativo interno. 
Por serem internos, não alcançam os particulares nem lhes impõem 
conhecimento e observância, vigorando, apenas, como ordens hierárquicas de 
superior a subalterno”. 
As instruções possuem atributos de presunção de legitimidade, 
imperatividade, autoexecutoriedade e sua espécie é quanto à forma. 
3.2.2. Circulares 
É um ato expedido para a edição de normas uniformes a todos os 
servidores, subordinados a um determinado órgão. Não define atividade 
individual, mas sim regras gerais, dentro da estrutura administrativa, como por 
exemplo, o horário de funcionamento da repartição publica assim como a 
utilização de farda pelos servidores lotados em determinados órgãos. 
(CARVALHO, 2017, p. 290) 
As circulares possuem atributos de presunção de legitimidade, 
imperatividade, autoexecutoriedade e sua espécie é quanto à forma. 
3.2.3. Avisos 
São atos emanados dos Ministros de Estado a respeito de assuntos 
afetos aos seus ministérios. Foram largamente utilizados no império, chegando, 
mesmo, a extravasar de seus limites, para conter normas endereçadas à conduta 
de particulares. Os avisos também podem ser atos destinados a dar noticias ou 
conhecimento de assuntos afetos a atividade administrativa. (MEIRELLES, 
2010, p. 188) 
Os avisos possuem atributos de presunção de legitimidade, 
imperatividade, autoexecutoriedade e sua espécie é quanto à forma. 
3.2.3. Portarias 
Segundo Meirelles (2010, p. 188), “portarias são atos internos pelo 
quais os chefes de órgãos, repartições, ou serviços expedem determinações 
gerais ou especiais a seus subordinados ou designam servidores para funções ou 
cargos secundários. Por portaria também se iniciam sindicâncias e processo 
administrativos. Em tais casos a portaria tem função assemelhada a da denuncia 
do processo penal”. 
As portarias possuem atributos de presunção de legitimidade, 
imperatividade, autoexecutoriedade e sua espécie é quanto à forma. 
3.2.5. Ordens de Serviço 
Ordem de Serviço configura conduta social estatal com a finalidade de 
distribuir e ordenar o serviço interno do órgão, escalonado entre os setores e 
servidores vinculados aquela determinada entidade, como o ato que determina 
que o setor X, composto pelos servidores Y e Z, ficará responsável pela 
execução da atividade W. (CARVALHO, 2017, p. 290) 
As ordens de serviço possuem atributos de presunção de legitimidade, 
imperatividade, autoexecutoriedade, exigibilidade, e sua espécie é quanto à 
forma. 
3.2.6. Ofícios 
Para Meirelles (2010, p. 189), “ofícios são como comunicações 
escritas que as autoridades fazem entre si, entre subalternos e superiores e entre 
a Administração e particulares, em caráter oficial. Os ofícios tanto podem conter 
matéria administrativa como social. Diferem os ofícios dos requerimentos e 
petições, por conterem aqueles uma comunicação ou um convite, ao passo que 
estes encerram uma pretensão do particular formulado a Administração”. 
Os ofícios possuem atributos de presunção de legitimidade, 
imperatividade, autoexecutoriedade, exigibilidade, e sua espécie é quanto à 
forma. 
3.2.7. Despachos 
Di Pietro (2013, p. 243) conceitua despacho como “ato administrativo 
que contém decisão das autoridades administrativas sobre assunto de interesse 
individual ou coletivo submetido à apreciação. Quando por meio de despacho, é 
aprovado parecer proferido por órgão técnico sobre assunto de interesse geral, 
ele é chamado de despacho normativo, porque se tornará obrigatório para toda 
a Administração”. 
A publicidade de tais despachos e das informações que não forem de 
caráter sigiloso,exigida pelo interesse publico ou de segurança nacional, é 
principio que tem por objetivo assegurar a moralidade administrativa e, por isso 
não deve ser sonegada pelo administrador publico ao particular. (MEIRELLES, 
2010, p. 189). 
Os despachos possuem atributos de presunção de legitimidade, 
imperatividade, autoexecutoriedade, exigibilidade, e sua espécie é quanto à 
forma. 
 
 
3.3. ATOS NEGOCIAIS 
Ato administrativo negocial é aquele que contém uma declaração de 
vontade do Poder Público coincidente com a pretensão do particular, visando à 
concretização de negócios jurídicos públicos ou à atribuição de certos direitos 
ou vantagens ao interessado. 
Assim, conforme Hely Lopes Meirelles (2010, p. 189): 
Esses atos, embora unilaterais, encerram um conteúdo tipicamente negocial, de 
interesse recíproco da Administração e do administrado, mas não adentram a esfera 
contratual. São e continuam sendo atos administrativos (e não contratos 
administrativos), mas de uma categoria diferenciada dos demais, porque geram 
direitos e obrigações para as partes e as sujeitam aos pressupostos conceituais do 
ato, a que o particular se subordina incondicionalmente. 
Portanto, atos administrativos negociais são aqueles que contem uma 
declaração de vontade da Administração apta a concretizar determinado 
negócio jurídico ou de deferir certa faculdade ao particular, nas condições 
impostas ou consentidas pelo Poder Público. (MEIRELLES, 2010, p. 189) 
Enquadram-se, dentre outros, os atos administrativos de licença, 
autorização, permissão, admissão, visto, aprovação, homologação, dispensa, 
renúncia e, até mesmo, o protocolo administrativo. 
3.3.1. Licença 
É o ato vinculado e definitivo pelo qual o Poder Público, verificando 
que o interessado atendeu todas as exigências legais, faculta-lhe o desempenho 
de atividades ou a realização de fatos materiais antes vedados ao particular. 
Temos como exemplo o exercício de uma profissão, a construção de um edifício 
em terreno próprio. (MEIRELLES, 2010, p. 191) 
Cumpre destacar que a licença não se confunde com autorização, nem 
com admissão, nem com a permissão. 
A licença possui atributos de presunção de legitimidade, 
imperatividade, exigibilidade, e sua espécie é quanto ao conteúdo. 
3.3.2. Autorização 
Para Meirelles (2010, p. 191), a autorização “é o ato administrativo 
discricionário e precário pelo qual o Poder Público torna possível ao pretendente 
a realização de certa atividade, serviço ou utilização de determinados bens 
particulares ou públicos, de seu exclusivo ou predominante interesse, que a lei 
condiciona a aquiescência prévia da Administração, tais como o uso especial de 
bem público, o porte de arma, o transito por determinados locais, etc.” 
Por ser ato discricionário e precário, tanto a autorização pública 
quanto a privada pode, a qualquer tempo, ser desfeita sem direito a indenização, 
não gerando direito adquirido aos beneficiários. (CARVALHO, 2017, p. 291) 
A autorização possui atributos de presunção de legitimidade, 
imperatividade, exigibilidade, e sua espécie é quanto ao conteúdo. 
3.3.3. Permissão 
Assim como a autorização, a permissão, segundo Carvalho (2017, p. 
291) “também ostenta a qualidade de ato discricionário e precário e é veiculada 
para conceder ao particular o uso de determinado bem público, de forma 
anormal ou privativa”. 
Cumpre salientar que, enquanto ato administrativo, a permissão 
refere-se apenas ao uso do bem público. Porém, caso se refira à delegação de 
serviços públicos, a permissão pode ser formalizada mediante um “contrato de 
adesão”, precedido de licitação. 
A permissão possui atributos de presunção de legitimidade, 
imperatividade, exigibilidade, e sua espécie é quanto ao conteúdo. 
3.3.4. Admissão 
Di Pietro (2013, p. 236) conceitua admissão como: 
[...] um ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração reconhece ao particular, 
que preencha os requisitos legais, o direito a prestação de um serviço público. É ato 
vinculado, tendo em vista que para outorga da prestação administrativa são 
previamente definidos, de modo que todos os que os satisfaçam tenham direito de ter 
o benefício. 
Ademais, a invalidação da admissão só se dará nos casos de 
ilegalidade do seu deferimento ou no aferimento da situação admitida ou, ainda, 
por interesse público superveniente, compondo-se eventuais prejuízos do 
prejudicado. (MEIRELLES, 2010, p. 193) 
São alguns exemplos de admissão nas escolas públicas, hospitais, 
estabelecimentos de assistência social. 
A admissão possui atributos de presunção de legitimidade, 
imperatividade, exigibilidade, e sua espécie é quanto ao conteúdo. 
3.3.5. Visto 
É um ato administrativo unilateral pelo qual o Poder Público controla 
outro ato da própria Administração ou do administrado, aferindo sua 
legitimidade formal para dar-lhe exequibilidade. 
É ato vinculado, porque há de restringir-se às exigências legais 
extrínsecas do ato visado, mas na prática tem sido desvirtuado para o exame 
discricionário, como ocorre com o visto do passaporte, que é dado ou negado ao 
alvedrio das autoridades consulares. (MEIRELLES, 2010, p. 194) 
O visto possui atributos de presunção de legitimidade, imperatividade, 
exigibilidade, e sua espécie é quanto ao conteúdo. 
3.3.6. Aprovação 
Assim, conforme Matheus Carvalho (2017, p. 294): 
Trata-se de ato administrativo discricionário para controle da atividade 
administrativa, com base na legalidade de ato anterior, além dos critérios de 
oportunidade e conveniência utilizados pelo agente que executou a conduta 
controlada. Enfim, por meio da aprovação, o poder público faz o controle da 
legalidade e de mérito de conduta anterior expedida pelo órgão estatal. O ato 
administrativo que dependa de aprovação não será eficaz enquanto ela não for 
expedida, sendo que este ato controlador pode ser prévio ou posterior ao ato 
controlado. 
Portanto, é um ato unilateral e discricionário, pelo qual se exerce o 
controle prévio ou a posteriori do ato administrativo. 
A aprovação possui atributos de presunção de legitimidade, 
imperatividade, exigibilidade, e sua espécie é quanto ao conteúdo. 
3.3.7. Homologação 
No entendimento de Di Pietro (2013, p. 238), homologação “é o ato 
unilateral e vinculado pelo qual a Administração Pública reconhece a legalidade 
de um ato jurídico. Ela se realiza sempre a posteriori e examina apenas o aspecto 
de legalidade, no que se distingue a aprovação”. 
Desta forma, o ato homologado torna-se eficaz desde o momento da 
homologação que pode ter seus efeitos contidos por cláusula ou condição 
suspensiva constante do próprio ato ou da natureza do negócio jurídico que ele 
encerra. (MEIRELLES, 2010, p. 194) 
Um exemplo de homologação é o caso do ato da autoridade que 
homologa o procedimento de licitação. 
A homologação possui atributos de presunção de legitimidade, 
imperatividade, exigibilidade, e sua espécie é quanto ao conteúdo. 
3.3.8. Dispensa 
Para Meirelles (2010, p. 194) dispensa “é o ato administrativo que 
exime o particular do cumprimento de determinada obrigação até então exigida 
por lei. É um ato discricionário, mas inconfundível com a autorização, porque 
esta possibilita o desempenho de certa atividade, ao passo que a dispensa libera 
o interessado de determinada situação ou da prática de certo ato”. 
A dispensa possui atributos de presunção de legitimidade, 
imperatividade, exigibilidade, e sua espécie é quanto ao conteúdo. 
3.3.9. Renúncia 
É o ato administrativo pelo qual o Poder Público extingue 
unilateralmente um direito próprio, liberando definitivamente a pessoa obrigada 
perante a Administração Pública. A renúncia ter caráterabdicativo e, por isso, 
não admite condição e é irreversível, uma vez consumada. (MEIRELLES, 2010, 
p. 194) 
Toda renúncia dependerá de lei que autorize, por que importa o 
despojamento de direitos que extravasam dos poderes comuns do administrador 
publico. 
A renúncia possui atributos de presunção de legitimidade, 
imperatividade, exigibilidade, e sua espécie é quanto ao conteúdo. 
3.3.10. Protocolo administrativo 
Conceitua Meirelles (2010, p. 194), que “protocolo administrativo é o 
ato pelo qual o Poder Público acerta com o particular a realização de 
determinado empreendimento ou atividade ou a abstenção de certa conduta, no 
interesse recíproco da Administração e do administrado signatário do 
instrumento protocolar”. 
Os atos serão sempre biface, ou seja, de um lado a manifestação de 
vontade do Poder Público (sujeita ao Direito Administrativo), e de outro, a do 
particular (regida pelo Direito Privado). 
O protocolo administrativo possui atributos de presunção de 
legitimidade, imperatividade, exigibilidade, e sua espécie é quanto ao conteúdo. 
3.4. ATOS ENUNCIATIVOS 
Segundo alguns doutrinadores, atos enunciativos tratam-se de tão 
somente atos praticados pela Administração na execução de atividade estatal, 
não se tratando de ato administrativo por não manifestar vontade do ente 
público. 
Os atos enunciativos tratam de fatos administrativos que não estão 
sujeitos à análise de mérito ou legalidade, não produzindo desta forma, 
quaisquer efeitos imediatos. 
Conceitua Meirelles (2010, p. 196): 
 
[...] embora não contenham uma norma de atuação, nem ordenem a atividade 
administrativa interna, nem estabeleçam uma relação negocial entre o Poder Público 
e o particular, enunciam, porém, uma situação existente, sem qualquer manifestação 
de vontade da Administração. Só são atos administrativos em sentido formal, visto 
que materialmente não contem manifestação da vontade da Administração. 
Dentre os atos enunciativos mais comuns estão às certidões, os 
atestados e os pareceres administrativos. 
3.4.1. Certidões 
São atos por meio do qual, a Administração Pública, certifica um 
determinado fato que já se encontra previamente registrado no órgão, ou seja, 
“atesta” fato previamente escrito em documento público. (CARVALHO, 2017, 
p. 295) 
Consistem em “cópias” ou “fotocópias” fiéis e autenticadas, podendo 
ser de inteiro teor ou resumidas, desde que expressem fielmente o que se contém 
no original - documento, livro ou processo -, de onde foram extraídas. 
A título de informação, o fornecimento de certidões “independente de 
pagamento de taxas”, é obrigação prevista constitucionalmente de TODA 
repartição pública (entidade estatal, autárquica, fundacional ou paraestatal 
integrante da Administração direta ou indireta do Estado) desde que requerido 
pelo interessado para defesa dos direitos ou esclarecimentos de situações de 
interesse pessoal (art. 5º, inciso XXXIV, “b” da CF/88). 
As certidões possuem atributos de presunção de legitimidade, e sua 
espécie é quanto ao conteúdo. 
3.4.2. Atestados 
MEIRELLES (2010, p. 197) conceitua atestado como “atos pelos 
quais a Administração comprova um fato ou uma situação de que tenha 
conhecimento por seus órgãos competentes”. 
Importantíssimo é não confundir atestado de certidão com atestado, 
uma vez que certidão destina-se a comprovar fatos e atos permanentes, enquanto 
o atestado presta-se a comprovação de fatos e situações transitórias e passíveis 
de modificação no tempo e espaço, 
Os atestados possuem atributos de presunção de legitimidade, e sua 
espécie é quanto ao conteúdo. 
3.4.3. Pareceres administrativos 
São manifestações de órgãos técnicos sobre assuntos submetidos a sua 
consideração. (MEIRELLES, 2010, p. 197) 
Tem caráter meramente opinativo e podem ser normativos ou 
técnicos. Os normativos são aqueles que, ao ser aprovado pela autoridade 
competente, é convertido em norma de procedimento interno impositivo e 
vinculante. Já os técnicos são aqueles que provêm de órgão ou agente 
especializado na matéria, não podendo ser contrariado por leigo ou por superior 
hierárquico. 
Os pareceres administrativos possuem atributos de presunção de 
legitimidade, e sua espécie é quanto ao conteúdo. 
 
3.5. ATOS PUNITIVOS 
São os atos por meio dos quais o Poder Público determina a aplicação 
de sanções, em face do cometimento de infrações administrativas pelos 
servidores públicos ou por particulares. Podem decorrer do Poder Disciplinar, 
para aquelas sanções aplicadas às pessoas sujeitas à disciplina da Administração 
Pública e também pode ser manifestação do Poder de Polícia repressivo, quando 
decorrente da Supremacia Geral. (CARVALHO, 2017, p. 296) 
Antes de apresentar quais são os atos administrativos punitivos, 
necessário é saber distinguir atos punitivos externos dos internos. 
Atos punitivos externos são dirigidos aos administrados, vinculados 
em todos os seus termos à forma legal que o estabelece. Já os atos punitivos 
internos, são de eminente caráter disciplinar e endereçado aos servidores 
públicos, sendo discricionário quanto à oportunidade, conveniência e valoração 
dos motivos que o ensejam. 
Bem como é de suma importância saber distinguir o ato punitivo da 
Administração, que tem por base o ilícito administrativo (medida de autotutela 
da administração), do ato punitivo do Estado, que apena o ilícito criminal 
(medida de defesa social). 
MEIRELLES (2010, p. 199) diferencia a punição administrativa da 
punição criminal: 
A punição administrativa compete a todos os órgãos da Administração – federal, 
estadual ou municipal, suas autarquias e fundações -, ao passo que a punição 
criminal é da competência legislativa privativa da União e só pode ser aplicada pela 
Justiça Penal do Poder Judiciário. 
Dentre os atos administrativos punitivos de atuação externa, está a 
multa, a interdição de atividades e a destruição de coisas. 
3.5.1. Multa 
É toda imposição pecuniária a que se sujeita o administrado a titulo de 
compensação do dano presumido da infração. Além das multas propriamente 
ditas, entram nesta espécie as multas fiscais, específicas do Direito Tributário. 
As multas administrativas não se confundem com as multas criminais 
e, por isso mesmo, são inconversíveis em detenção corporal, salvo disposição 
expressa em lei federal. A multa administrativa é de natureza objetiva e se torna 
devida independentemente da ocorrência de dolo ou culpa do infrator. 
(MEIRELLES, 2010, p. 200) 
A multa possui atributos de presunção de legitimidade, 
imperatividade, exigibilidade, autoexecutoriedade, e sua espécie é quanto ao 
conteúdo. 
3.5.2. Interdição de atividades 
Conceitua MEIRELLES (2010, p. 200) que, “interdição de atividades 
é ato pelo qual a Administração veda a alguém a pratica de atos sujeitos ao seu 
controle ou que incidam sobre seus bens. Ela não se confunde com a interdição 
judicial de pessoas ou de direitos. Aquela se funda no poder de policia 
administrativa ou no poder disciplinar de Administração sobre seus servidores, 
ao passo que esta resulta no dever de proteção aos incapazes (interdição de 
pessoas) ou de efeitos de condenação criminal”. 
A interdição de atividades possui atributos de presunção de 
legitimidade, imperatividade, exigibilidade, autoexecutoriedade, e sua espécie é 
quanto ao conteúdo. 
3.5.3. Destruição de coisas 
Destruição de coisas é o ato sumário da Administração pelo qual se 
inutilizam alimentos, substâncias, objetos ou instrumentos imprestáveis ou 
nocivos ao consumo ou de uso proibido por lei. Como ato típico de polícia 
administrativa, é, em regra, urgente, dispensando processo prévio, mas exigindosempre os autos de apreensão e de destruição em forma regular, nos quais se 
esclareçam os motivos da medida drástica tomada pelo Poder Público e se 
identifiquem as coisas destruídas, para oportuna apreciação da legalidade do ato. 
(MEIRELLES, 2010, p. 201) 
A destruição de coisas possui atributos de presunção de legitimidade, 
imperatividade, exigibilidade, autoexecutoriedade, e sua espécie é quanto ao 
conteúdo. 
 
 
 
 
 
 
 
4. BIBLIOGRAFIA 
 
1. MEIRELLES Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 36ª 
edição. São Paulo: Editora Malheiros, 2010. 
2. CARVALHO, Matheus. Manual do Direito Administrativo. 4ª 
edição. Salvador: Editora JusPODIVM, 2017. 
3. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 26ª 
edição, Editora Atlas, 2010. 
4. GONÇALVES, Rodrigo Allan Coutinho. A imperatividade como 
atributo do ato administrativo e o poder extroverso do Estado. Revista Jus 
Navigandi, Teresina, ano 19, n. 4060, 13 ago. 2014. Disponível em: 
<https://jus.com.br/artigos/30871>. Acesso em: 08 dez. 2018. 
5. DALCIN, Cristiane Nery de Oliveira. Atributos do Ato 
Administrativo. Conteúdo Jurídico, Brasília-DF: 10 out. 2012. Disponível em: 
<http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.39919&seo=1>. Acesso 
em: 09 dez. 2018. 
6. SILVA, Neura Maria de Faria. Requisitos de validade dos Atos 
administrativos. Conteúdo Jurídico, Brasília-DF: 01 out. 2012. Disponível em: 
<http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.39743&seo=1>. Acesso 
em: 10 dez. 2018.

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