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Unidade 6

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Comércio Exterior
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Esp. Carlos Magno Toledo
Revisão Textual:
Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos
Modalidade de Pagamento e Acordos Comerciais Internacional
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• Modalidades de Pagamento – Aspectos Gerais
• Acordos Comerciais
 · O principal objetivo desta unidade é levar a você o conhecimento sobre 
os Acordos Internacionais e das Modalidades de Pagamento Internacional, 
sua abrangência no contexto do comércio exterior e sua aplicação nas 
operações de compra e venda entre exportadores e importadores.
Nesta unidade, você encontrará uma abordagem de extrema relevância: as Modalidades de 
Pagamento Internacional e os Acordos Internacionais.
Considerando que o comércio internacional é realizado basicamente de transações de bens 
e serviços, e que as empresas têm de estar inseridas no mercado competitivo e abrangente, o 
correto conhecimento sobre todas as Modalidades de Pagamento Internacional e os Acordos 
Internacionais é de extrema importância para a inserção da empresa no comércio internacional. 
Com a leitura da unidade, você aprenderá sobre as Modalidades de Pagamento Internacional 
e os Acordos Internacionais, bem como todo o procedimento que uma empresa deve observar 
para otimizar suas operações internacionais. 
Não se esqueça de acessar os links desta unidade, onde encontrará material bastante 
interessante e complementar a seu estudo e aprendizagem.
Boa leitura!
Bons estudos!
Modalidade de Pagamento e Acordos 
Comerciais Internacional
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Unidade: Modalidade de Pagamento e Acordos Comerciais Internacional
Contextualização
Vamos iniciar esta unidade discorrendo sobre as Modalidades de Pagamento Internacional 
e os Acordos Internacionais, sua importância e abrangência para as operações internacionais. 
Abordaremos os temas em sua totalidade, suas particularidades e influências nas operações 
comerciais envolvendo o mercado externo.
Vamos dividir o aprendizado em duas etapas. 
A primeira etapa trata das modalidades de pagamento. Convidamos você à leitura do artigo 
intitulado “Os Riscos Relacionados às Modalidades de Pagamento Internacional para o 
Exportador”, de João Vitor Campaci da Unimep, que traz uma análise bastante interessante 
sobre o assunto em pauta. 
A segunda etapa trata dos Acordos Internacionais. Convidamos você à leitura 
do artigo intitulado “Acordos Comerciais – O Retorno” de Samir Keedi.
Site da Aduaneiras disponível em: www.aduaneiras.com.br.
Para a primeira etapa:
Os riscos relacionados às modalidades de Pagamento ao Exportador
http://www.unimep.br/rni/doc_ano3_n5/RNI_n5_art07.pdf
Para a segunda etapa:
Acordos comerciais – O retorno
http://goo.gl/XeFlNo Acesso em: 27/0/2014.
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Modalidades de Pagamento – Aspectos Gerais
Em uma operação de compra e venda internacional, é muito importante fixar as condições 
de entrega da mercadoria, a qualidade, os aspectos técnicos etc., bem como o instrumento de 
pagamento que se vai utilizar.
O aprendizado sobre os meios de pagamento a serem utilizados nas operações de compra e 
venda internacionais permite questionar pontos importantes a serem observados nos dois lados 
da negociação: o exportador não quer embarcar a mercadoria sem cobrar, e o importador não 
aceita pagar por uma mercadoria que não pode verificar. 
A escolha da modalidade de pagamento vem condicionada por diversos motivos que 
posteriormente se relacionam. O instrumento que finalmente se adote dependerá do jogo de 
forças entre ambas as partes (necessidade de venda por parte do exportador e de compra por 
parte do importador). 
As características, os custos envolvidos, as vantagens e desvantagens decorrentes de cada 
uma das partes, os negócios e os riscos financeiros envolvidos são os pontos básicos que 
observaremos no decorrer desta unidade.
Ao realizar uma transação dentro do comércio internacional, tanto o exportador como o 
importador devem se precaver para que riscos comerciais sejam evitados.
Ao realizar uma importação ou exportação, tanto o comprador como o exportador devem 
tomar precauções na operação. O exportador deve estar atento ao enviar a mercadoria para 
o exterior para poder receber o devido pagamento do bem exportado. Por outro lado, o 
importador deve estar atento quanto à sua segurança em receber as mercadorias nas mesmas 
condições pactuadas com o exportador.
A definição clara, objetiva e correta da modalidade de pagamento a ser escolhida numa 
operação de compra e venda internacional é de suma importância e deverá atender aos 
interesses e necessidades dos exportadores e importadores. 
Ao escolher a modalidade de pagamento para a operação de compra e venda internacional, 
os interessados devem conhecer a situação econômica e financeira dos envolvidos e também 
a situação do país com que se negocia.
No comércio internacional, existem modalidades de pagamento que devem ser utilizadas para 
o efetivo pagamento das operações de compra e venda internacional. Dentre as modalidades 
de pagamento, encontram-se: 
• Pagamento antecipado;
• Remessa sem saque, também denominada como cobrança direta;
• Cobrança com saque, também denominada como cobrança documentária;
• Carta de crédito ou crédito documentário.
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Unidade: Modalidade de Pagamento e Acordos Comerciais Internacional
A escolha da modalidade de pagamento é determinada por vários fatores, tais como: 
• A confiança entre as partes.
• A velocidade do pagamento.
• O custo.
• A situação política e econômica do país para o qual a venda é feita.
• A segurança de pagamento oferecidas.
Se basearmos a escolha de meios de pagamento na confiança entre as partes, observamos 
alguns pontos relevantes que devem ser considerados. Dentre esses pontos, destacam-se os 
relacionados a seguir.
Se houver plena confiança entre importador e exportador, poderia ser usado o pagamento 
antecipado, a remessa sem saque ou a cobrança bancária. Nesse cenário, temos duas opções, 
ou exportador envia os bens com a confiança de que o importador vai pagar, ou o importador 
paga antecipadamente confiando que o exportador vai enviar a mercadoria.
A cobrança bancária é usada quando há uma certa confiança entre as partes. O exportador 
se arrisca ao enviar os documentos necessários para o desembaraço da mercadoria por meio de 
seu banco, com instruções para ser entregue contra pagamento ou aceitação pelo importador. 
O crédito documentário é o instrumento que assegura o pagamento ao exportador e a 
recepção dos documentos e mercadoria pelo importador, mediante adesão de um acordo 
condicional entre as duas partes. É usado quando a confiança entre as partes é baixa e/ou 
quando o país importador tem dúvidas sobre sua solvência e situação política.
No que se refere à segurança no pagamento, velocidade e o custo da modalidade de 
pagamento, cabe ressaltar que os meios de pagamento simples possuem uma menor segurança 
de pagamento, por contraste, são mais rápidos e menos dispendiosos. Os meios de pagamento 
documentário podem ser mais seguros para que a cobrança e recebimento das mercadorias 
ocorram, mas são menos flexíveis e mais caros.
Assim, podemos afirmar que, no pagamento antecipado, o envio de documentos é 
realizado pelo exportador diretamente para o operador. Em contrapartida, nas modalidades de 
pagamento de cobrança e crédito documentários, os documentos de embarque são enviados e 
realizados por meio dos bancos envolvidos e sua entrega ao importador está condicionada ao 
pagamento ou aceitação do respectivo montante.
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Pagamento Antecipado 
Realizado antes do embarque da mercadoria. Por implicar altos riscos para o comprador, 
é pouco frequente, sendo utilizado geralmente por empresas interligadas. Costuma ocorrer 
também na venda de produtos de alta tecnologia, fabricados sob encomenda, visto representar 
uma garantia contra o cancelamentodo pedido. São mais frequentes os casos de pagamento 
antecipado parcial. 
As razões para escolha dessa modalidade podem ser: 
• Financiamento para o exportador na produção da mercadoria, principalmente na venda 
de máquinas e equipamentos feitos sob encomenda. 
• Redução de valor em mercadorias como livros, assinaturas de publicações, 
medicamentos etc.
• Transações com países importadores de elevado risco, sem estabilidade política, 
econômica e financeira. 
Pagamento Antecipado
Fonte: aprendendoaexportar.gov.br
Você poderá aprofundar o seu conhecimento acessando o link abaixo:
http://goo.gl/v2zeiA Acesso em: 27/04/2014
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Unidade: Modalidade de Pagamento e Acordos Comerciais Internacional
Remessa sem Saque ou Remessa Direta 
O exportador embarca a mercadoria e envia diretamente ao importador todos os 
documentos da operação. O importador ao receber os documentos, promove o desembaraço 
da mercadoria na alfândega e, posteriormente, providencia a remessa das divisas para 
pagamento da operação. 
O risco para o importador é nulo, pois o pagamento somente é efetuado depois de recebida 
a mercadoria. O risco para o exportador, entretanto, é pleno, pois a mercadoria foi entregue 
ao comprador sem nenhuma garantia de pagamento. 
Por estar baseada única e exclusivamente na confiança que o exportador deposita no 
importador, essa modalidade tem sido utilizada entre clientes tradicionais ou empresas 
interligadas (filiais e suas matrizes). 
Remessa sem Saque ou Remessa Direta
Fonte: mdic.gov.br
Você poderá aprofundar o seu conhecimento acessando o link abaixo:
http://goo.gl/XJyQdU Acesso em: 27/04/2014
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Cobrança Documentária 
O exportador, após o embarque da mercadoria, emite uma letra de câmbio, também denominada 
“saque” ou “cambial”, que será enviada a um banco no país do importador, juntamente com os 
documentos de embarque. O pagamento poderá ser à vista ou a prazo, conforme tiver sido 
convencionado. 
No caso da cobrança a prazo, o importador só poderá retirar do banco os documentos para 
desembaraço da mercadoria se “aceitar” (assinar, manifestando concordância) a cambial, que lhe 
será apresentada para pagamento na época oportuna. 
De acordo com as regras uniformes de cobrança bancária, estabelecidas pela Câmara de Comércio 
Internacional, pode-se definir como o gerenciamento por parte dos bancos, de acordo com as instruções 
recebidas nos documentos enviados, sejam eles financeiros e/ou comerciais, a fim de obter aceitação 
e/ ou contra pagamento ou mesmo a entrega de documentos em outros termos negociados.
Documentos financeiros são as letras de câmbio, notas promissórias, cheques, recibos e 
documentos semelhantes utilizados para se obter o pagamento dos bens objeto de negociação 
firmado entre os compradores e vendedores.
Para documentos comerciais podemos considerar sendo as faturas, documentos de embarque, 
ou qualquer outro documento que não seja de meios financeiros.
Os direitos e as obrigações das partes envolvidas na remessa, assim como as operações internas 
são regulamentadas pela publicação 522 da Câmara de Comércio Internacional.
Todas as partes intervenientes devem seguir as diretrizes estabelecidas por esta publicação e 
são, portanto, aplicáveis a todas as cobranças e comprometimento de todas as partes envolvidas, 
exceto se foram acordadas de outra maneira expressa, ou contradizem as leis e/ou regulamentos 
nacionais, que não podem ser revogados.
Cobrança Documentária
Fonte: mdic.gov.br
Você poderá aprofundar o seu conhecimento acessando o link abaixo:
http://goo.gl/ELW9Yc Acesso em: 27/04/2014
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Unidade: Modalidade de Pagamento e Acordos Comerciais Internacional
Carta de Crédito
A carta de crédito, também conhecida por “crédito documentário”, é uma modalidade de 
pagamento bastante usual, porque oferece melhores garantias tanto para o exportador quanto 
para o importador. 
Podemos defini-la como uma ordem de pagamento condicional, emitida por um banco, 
a pedido de seu cliente importador, em favor de um exportador, que somente faz jus ao 
recebimento se cumprir todas as exigências por ela estipuladas. O exportador tem a garantia 
de pagamento de dois ou mais bancos, e o importador a certeza de que só haverá pagamento 
se suas exigências forem cumpridas. 
A carta de crédito é uma alternativa para o exportador que não quer assumir os riscos 
comerciais de uma operação, pois ela confere ao banco a responsabilidade pelo pagamento, 
mediante o cumprimento dos termos e condições do crédito. 
Os riscos políticos também podem ser eliminados ou reduzidos, se utilizada uma carta 
de crédito confirmada. Neste tipo de crédito, um outro banco, geralmente fora do país do 
importador, confirma a garantia dada pelo banqueiro emissor do crédito. Na prática, se o 
banqueiro emissor não puder pagar por qualquer motivo, inclusive políticos (moratória), o 
banqueiro confirmador pagará em seu nome. 
A Carta de Crédito (Letter of Credit – L/C) pode ser emitida para pagamento à vista 
ou a prazo e, por se constituir em uma garantia bancária, acarreta custos adicionais para o 
importador, que paga taxas e comissões para abertura do crédito, além de contragarantias 
exigidas pelo banqueiro emissor. 
Na negociação de crédito, deve-se observar o conceito e o porte do banco emissor. Existem 
muitos bancos pequenos e regionais. Os bancos mais tradicionais e de grande patrimônio são 
considerados de primeira linha. 
A carta de crédito pode sofrer alterações, chamadas de “emendas”, que somente terão 
validade se forem aceitas por todas as partes intervenientes no crédito, a saber: banqueiro 
emissor, banqueiro confirmador, tomador do crédito e beneficiário. 
A Câmara de Comércio Internacional estabeleceu normas para emissão e utilização de 
créditos documentários, consubstanciadas na Publicação no 500 – “Regras e Usos Uniformes 
para Créditos Documentários” – aceitas internacionalmente. 
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Intervenientes 
a) Banco emissor ou instituidor (issuing bank): responsável pela abertura do crédito no 
exterior em favor do exportador e pela condução da operação.
b) Banco avisador: banqueiro da praça do exportador, a quem cabe comunicar a 
abertura do crédito ao exportador, mediante verificação preliminar da autenticidade 
do crédito sob aviso. 
c) Importador (applicant): tomador do crédito. 
d) Exportador (beneficiary): beneficiário da carta de crédito. 
e) Banco negociador (negotiating bank): banqueiro responsável pelo pagamento ao 
exportador.
f) Banqueiro confirmador (confirming bank): banco que assume o compromisso de 
pagamento ao beneficiário incondicionalmente. 
g) Banqueiro reembolsador (reimbursement bank): banco responsável pelo pagamento 
do crédito ao banqueiro negociador. 
Carta de Crédito
Fonte: mdic.gov.br
Você poderá aprofundar o seu conhecimento acessando o link abaixo:
http://goo.gl/LxJ95s Acesso em: 27/04/2014
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Unidade: Modalidade de Pagamento e Acordos Comerciais Internacional
Acordos Comerciais
Negociar um acordo comercial é ampliar o acesso aos mercados externos, por meio de 
maiores preferências para seus produtos com capacidade real ou potencial de exportação. 
As preferências tarifárias, geralmente conhecidas como margens de preferência, representam 
percentuais ou descontos incidentes sobre a alíquota do imposto de importação vigente para 
terceiros países, sobre determinado produto, no país outorgante. 
Aladi 
A Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), instituída pelo Tratado de 
Montevidéu, em 1980, visa à implantação, de forma gradual e progressiva, de um mercado 
comum latino-americano. 
A Aladi reúne doze países classificados nas categorias abaixo, de acordo com suas 
características econômico-estruturais: 
• Menor desenvolvimento econômico relativo (Bolívia, Equador, Paraguai). 
• Desenvolvimento intermediário(Chile, Colômbia, Cuba, Peru, Uruguai, Venezuela). 
• Demais países (Argentina, Brasil, México). 
Tipos de Acordo 
Os Acordos existentes no âmbito da Aladi são os de Alcance Parcial ou Regional diferindo 
entre si pela totalidade ou não de signatários entre os países-membros da Associação. Os 
Acordos de Alcance Parcial (AAP) são aqueles que não contam com a participação da totalidade 
dos países-membros da Aladi, sendo utilizados para aprofundar o processo de integração 
regional, por meio de sua progressiva multilateralização. 
Mercosul 
O Mercado Comum do Sul (Mercosul) foi instituído pelo Tratado de Assunção, em 26.03.91, 
e seus membros são: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. 
No site do Mercosul – www.mercosul.gov.br –, encontra-se a seguinte matéria:
“Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai assinaram, em 26 de março de 1991, o Tratado de 
Assunção, com vistas a criar o Mercado Comum do Sul (Mercosul). O objetivo primordial do 
Tratado de Assunção é a integração dos Estados Partes por meio da livre circulação de bens, 
serviços e fatores produtivos, do estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC), da 
adoção de uma política comercial comum, da coordenação de políticas macroeconômicas e 
setoriais, e da harmonização de legislações nas áreas pertinentes.
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A configuração atual do Mercosul encontra seu marco institucional no Protocolo de Ouro 
Preto, assinado em dezembro de 1994. O Protocolo reconhece a personalidade jurídica de 
direito internacional do bloco, atribuindo-lhe, assim, competência para negociar, em nome 
próprio, acordos com terceiros países, grupos de países e organismos internacionais. O Mercosul 
caracteriza-se, ademais, pelo regionalismo aberto, ou seja, tem por objetivo não só o aumento do 
comércio intrazona, mas também o estímulo ao intercâmbio com outros parceiros comerciais. 
São Estados Associados do Mercosul a Bolívia (em processo de adesão ao Mercosul), o Chile 
(desde 1996), o Peru (desde 2003), a Colômbia e o Equador (desde 2004). Guiana e Suriname 
tornaram-se Estados Associados em 2013. Com isso, todos os países da América do Sul fazem 
parte do Mercosul, seja como Estados Parte, seja como associado.
O aperfeiçoamento da União Aduaneira é um dos objetivos basilares do Mercosul. Como 
passo importante nessa direção, os Estados Partes concluíram, em 2010, as negociações para 
a conformação do Código Aduaneiro do Mercosul. ”
Objetivo 
Constituir um Mercado Comum entre os países integrantes, por meio de: 
• Livre circulação de bens, serviços e fatores de produção; 
• Eliminação das barreiras tarifárias e não-tarifárias no comércio entre os países membros; 
• Adoção de uma Tarifa Externa Comum (TEC); 
• Coordenação das políticas macroeconômicas setoriais. 
Tarifa Externa Comum (TEC) 
A TEC é composta das alíquotas de importação e da Nomenclatura Comum do MERCOSUL 
(NCM), e foi implantada pelos Estados-Partes, a partir de 01.01.95. Em função da TEC, todos 
os produtos importados de países não-participantes do MERCOSUL, estão sujeitos à mesma 
alíquota de imposto de importação ao serem internalizados em quaisquer dos Estados-Partes. 
Listas de exceções à Tarifa Externa Comum. 
As Listas são compostas de produtos para os quais os países-membros do Mercosul não 
estavam em condições de aplicar a Tarifa Externa Comum, quando de sua implementação. 
Sistema Geral de Preferências (SGP) 
O Sistema Geral de Preferências (SGP) teve sua criação no âmbito da Unctad – Conferência das 
Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento –, para que os países em desenvolvimento, 
por meio de suas mercadorias, tivessem acesso aos mercados dos países desenvolvidos, em 
bases não recíprocas, ou seja, facilita o acesso ao mercado dos países desenvolvidos, sem que 
eles façam exigências para cumprimento dos termos de troca nas operações de compra e 
venda e, com isso, auxiliando no desenvolvimento dos países beneficiados. 
Foi estabelecido que pelo SGP, os países desenvolvidos concedem redução parcial ou 
total do imposto de importação incidente sobre produtos de origem e procedência de países 
em desenvolvimento. 
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Unidade: Modalidade de Pagamento e Acordos Comerciais Internacional
De acordo com o Ministério do Comércio, Indústria e Comércio Exterior – MDIC, é por meio 
do SGP, certos produtos, originários e procedentes de países beneficiários em desenvolvimento 
(PD) e de menor desenvolvimento (PMD), recebem tratamento tarifário preferencial (redução 
da tarifa alfandegária) nos mercados dos países outorgantes desse programa
Ainda reportando ao MDIC, encontra-se elencado no site que o SGP possui as seguintes 
características:
• Unilateral e não recíproco: os outorgantes concedem o tratamento tarifário preferencial, 
sem, contudo, obter o mesmo tratamento em contrapartida.
• Autônomo: cada outorgante possui seu próprio esquema, que contém a lista de produtos 
elegíveis ao benefício, respectivas margens de preferências (redução da tarifa alfandegária) 
e regras a serem cumpridas para a concessão do benefício, tais como Regras de Origem.
• Temporário: cada esquema é válido por um prazo determinado, mas, historicamente, os 
outorgantes têm sempre renovado seus esquemas.
O SGP é outorgado pelos países a seguir e pelos respectivos territórios aduaneiros: Canadá, 
Estados Unidos da América (inclusive Porto Rico), União Aduaneira da Eurásia (Cazaquistão, 
Rússia e Belarus), Suíça, Turquia, Japão, Noruega, Nova Zelândia, Austrália (esse último 
concede o benefício apenas aos PMD do Pacífico Sul), Suíça e União Europeia (Alemanha, 
Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, 
Estónia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, 
Malta, Países Baixos, Polónia, Portugal, Reino Unido, República Checa, Roménia e Suécia). 
Benefício para empresa exportar seu produto ao amparo do SGP 
Redução parcial ou total da tarifa de importação incidente sobre determinado produto 
originário e procedente de países em desenvolvimento. 
Referenciando a análise do “Brasilexport”, salienta-se que para obter o benefício do 
SGP, é necessário que o exportador brasileiro cumpra as seguintes exigências do país 
outorgante importador:
a) o produto deve estar coberto pelo esquema do SGP do outorgante;
b) o produto deve ser originário do país beneficiário exportador;
c) o produto deve ser transportado diretamente do país beneficiário exportador para o 
país outorgante importador; e
d) a prova de origem adequada à alfândega de desembarque do produto – que, em geral, 
é o Certificado de Origem (Formulário A ou Form A) – deve ser apresentada.
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Sistema Global de Preferências Comerciais entre Países em desenvolvimento (SGPC) 
O Sistema Geral de Preferências Comerciais – SGPC – foi assinado em 13 de abril de 1988, 
em Belgrado, no âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento 
(UNCTAD), por vários países em desenvolvimento da África, Ásia e América Latina, sendo 
que o Acordo somente contempla os países em desenvolvimento membros do Grupo dos 77.
Com o intuito de promoção e ampliação na esfera comercial entre os países em 
desenvolvimento, tem como objetivo o intercâmbio de concessões comerciais entre os países 
membros, incrementar a participação entre operações intragrupo como uma melhoria na 
participação no comércio global.
O Sistema Geral de Preferências Comerciais – SGPC – passou a vigorar a partir de 19 de 
abril de 1989, tendo sido ratificado ou assinado em definitivo por 40 países, incluindo o Brasil. 
Entretanto, no Brasil, o acordo somente começou em maio de 1991.
Países participantes 
Argélia, Argentina, Bangladesh, Benin, Bolívia, Brasil, Camarões, Chile, Cuba, Colômbia, 
República Democrática Popular da Coreia, Equador, Egito, Gana, Guiné, Guiana, Índia, 
Irã, Iraque, Líbia, Malásia, México, Marrocos,Moçambique, Mianmar, Nicarágua, Nigéria, 
Paquistão, Peru, Filipinas, República da Coreia, Romênia, Cingapura, Sri Lanka, Sudão, 
Tailândia, Trinidad e Tobago, Tunísia, Tanzânia, Venezuela, Vietnã e Zimbábue. 
Existem países que embora signatários não ratificaram o Acordo, portanto, não são 
beneficiados: Angola, Catar, Haiti, Uruguai e Zaire. 
Benefícios para o exportador brasileiro 
Os benefícios aos exportadores brasileiros são obtidos por meio de margem de preferência 
percentual outorgada pelos países participantes, aplicável sobre a tarifa de importação em 
vigor no país outorgante, para os produtos constantes da sua lista de concessões. 
Os produtos incluídos nessas listas suscetíveis de tratamento preferencial se satisfizerem as 
Regras de Origem e estiverem acompanhados do Certificado de Origem do SGPC. 
Referenciando a análise do “Brasilexport”, salienta-se que no âmbito do SGPC, os 
exportadores brasileiros podem obter vantagens por meio de margem de preferência percentual 
aplicável sobre a tarifa de importação em vigor no país outorgante, para os produtos que 
constam de sua lista de concessões.
Para a obtenção de tratamento preferencial, é necessário:
a) que o produto conste das listas de concessões anexas ao Decreto n° 194, de 
21.8.1991;
b) que o exportador satisfaça as Regras de Origem; 
c) que o exportador obtenha os Certificados de Origem (SGPC) na Federação Estadual 
de Indústria credenciada.
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Unidade: Modalidade de Pagamento e Acordos Comerciais Internacional
Organização Mundial de Comércio – OMC
No site do Ministério do Comércio, Indústria e Comércio Exterior – MDIC –, encontra-se a 
seguinte matéria sobre a OMC:
“A OMC sucedeu ao GATT na regulação do comércio mundial, tendo sido o principal 
resultado da Rodada Uruguai. Ainda que ela não seja imune às pressões advindas dos 
principais atores internacionais, sua existência é de vital importância para países como o 
Brasil que dependem de um sistema de normas para defender seus interesses. Os países em 
desenvolvimento são hoje a grande maioria dos Membros desta Organização e só cabe a eles 
fazer valer os seus interesses, já que as decisões na OMC são tomadas por consenso. 
Para a vigilância do cumprimento das normas contidas nos vários acordos que regem 
o sistema multilateral de comércio, a OMC conta com um poderoso instrumento que é o 
Entendimento para Solução de Controvérsias. O Brasil mesmo já obteve várias vitórias no 
Órgão de Solução de Controvérsias da OMC, como no caso do painel da gasolina, contra os 
Estados Unidos, e os mais recentes painéis do açúcar contra a Comunidade Europeia e do 
algodão contra os Estados Unidos. ”
A Organização Mundial do Comércio (OMC) é uma organização internacional responsável 
por ditar regras que regem o comércio entre os países. Os pilares sobre os quais se baseia 
são os acordos da OMC que foram negociados e assinados pela grande maioria dos países que 
participam no comércio global e ratificados pelos por seus respectivos governos. 
O objetivo é ajudar os produtores de bens e serviços, os exportadores, os importadores a 
conduzir seus negócios internacionais.
A maior parte do trabalho atual da OMC veio das negociações no período 1986-1994, a 
chamada Rodada Uruguai e negociações anteriores no âmbito do Acordo Geral sobre Tarifas e 
Comércio (GATT). A OMC é atualmente o foro de novas negociações no âmbito do “Programa 
de Doha para o Desenvolvimento”, lançado em 2001.
Constituem o núcleo da OMC chamados Acordos da OMC, negociados e assinados pela 
maioria dos países que mantêm intercâmbio comercial. Esses documentos estabelecem as 
regras básicas legais para o comércio internacional. Eles são, essencialmente, os contratos, 
que obrigam os governos a manter suas políticas de comércio dentro dos limites acordados. 
Eles são negociados e assinados pelos governos, mas seu objetivo é ajudar os produtores de 
bens e serviços, exportadores e importadores realizarem suas atividades, permitindo que os 
governos cumpram os objetivos sociais e ambientais.
O principal objetivo do sistema é contribuir para que o comércio flua tão livremente quanto 
possível, sem ocorrência de efeitos colaterais indesejáveis, porque isso é importante para 
o desenvolvimento econômico e para o bem-estar. Isto significa, em parte, a remoção de 
obstáculos. Significa, também, garantir que indivíduos, empresas e governos saibam quais 
são as regras que regem o comércio em diferentes partes do mundo, de maneira que possam 
assegurar que as políticas não sofram mudanças repentinas. Em outras palavras, as regras têm 
de ser “transparentes” e previsíveis.
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Material Complementar
Vídeos:
Assista à apresentação disponível no link abaixo. Trata-se de uma apresentação bem 
interessante sobre Regulação do Comércio Internacional apresentado no programa 
Panorama Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – entrevista com a Vera 
Thorstensen da FGV e com Ivan Tiago Machado da IPEA.
https://www.youtube.com/watch?v=O_8z1K9c9Rs
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Unidade: Modalidade de Pagamento e Acordos Comerciais Internacional
Referências
VAZQUEZ, José Lopes. Comércio Exterior Brasileiro. 5. ed. São Paulo: Atlas 2001.
LABATUT, Ênio Neves. Teoria e Prática de Comércio Exterior. 3. ed. São Paulo: 
Aduaneiras, 1989.
SILVA, Aristides. Economia Internacional. São Paulo: Atlas,1985.
BARBOSA, Paulo Sérgio. Competindo no Comércio Internacional. Uma Visão Geral do 
Processo de Exportação. São Paulo: Aduaneiras, 2004.
RATTI, Bruno Ratti. Comércio Internacional e Câmbio. 10. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2001.
Sites pesquisados:
http://www.desenvolvimento.gov.br
http://www.camex.gov.br/
http://www.comexbrasil.gov.br/
http://portal.siscomex.gov.br/informativos/noticias-orgaos/secex
http://www.receita.fazenda.gov.br/
http://www.mdic.gov.br
http://www.aduaneiras.com.br
http://www.aprendendoaexportar.gov.br
http://www.brasilexport.gov.br/tratamento-tributario-na-importacao
http://www.mercosul.gov.br/index.php/saiba-mais-sobre-o-mercosul
Sites – Acesso em: 24/04/2014
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Anotações

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