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8 poder legislativo

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DIREITO CONSTITUCIONAL
MPU
PODER LEGISLATIVO
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Poder Legislativo
Prof. Aragonê Fernandes
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SUMÁRIO
Relações entre os Poderes do .......................................................................5
Estado e a teoria dos freios e contrapesos ......................................................5
Poder Legislativo ........................................................................................8
1. Breve introdução ....................................................................................8
2. Estrutura do Legislativo ...........................................................................8
3. O Congresso Nacional ............................................................................10
4. Competência das Casas Legislativas ........................................................14
4.1. Competência exclusiva do Congresso Nacional (indelegável) ....................16
4.2. Competência privativa da Câmara dos Deputados ...................................19
4.3. Competência privativa do Senado Federal ..............................................21
5. Reuniões .............................................................................................31
6. Comissões Parlamentares ......................................................................36
7. Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI.................................................36
7.1. Criação .............................................................................................37
7.2. Objeto ..............................................................................................39
7.3. Prazo ................................................................................................39
7.4. Poderes ............................................................................................40
7.5. Poderes das CPIs Estaduais, Distritais e Municipais .................................43
7.6. Conclusões ........................................................................................44
8. Estatuto dos Congressistas.....................................................................44
8.1. Imunidades Parlamentares ..................................................................45
8.1.1. Imunidade Material ..........................................................................46
8.1.2. Imunidade Formal ...........................................................................48
8.2. Imunidades nas Esferas Estadual e Distrital ...........................................52
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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Poder Legislativo
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8.3. Imunidades na Esfera Municipal ...........................................................53
8.4. Incompatibilidades e Impedimentos ......................................................53
8.5. Hipóteses de Perda do Mandato ...........................................................54
8.5.1. Perda Decidida ................................................................................55
8.5.2. Perda Declarada ..............................................................................56
8.6. Observações Complementares .............................................................56
9. Processo Legislativo ..............................................................................58
9.1. Fase de Iniciativa ...............................................................................61
9.1.1. Iniciativa Geral ...............................................................................61
9.1.2. Iniciativa Concorrente ......................................................................62
9.1.3. Iniciativa Privativa, Reservada ou Exclusiva .........................................63
9.1.4. Iniciativa Popular.............................................................................64
9.1.5. Iniciativa Conjunta ..........................................................................66
9.2. Fase Constitutiva ...............................................................................67
9.2.1. Deliberação Parlamentar ..................................................................67
9.2.2. Deliberação Executiva ......................................................................71
9.3. Fase Complementar ............................................................................75
9.3.1. Promulgação ...................................................................................75
9.3.2. Publicação ......................................................................................76
10. Espécies Normativas ............................................................................78
10.1. Emendas à Constituição ....................................................................79
10.1.1. Legitimados ..................................................................................79
10.1.2. Limitações ao Poder de Emenda à Constituição ..................................80
10.1.2.1. Limitações Circunstanciais ............................................................80
10.1.2.2. Limitações Procedimentais ...........................................................81
10.1.2.3. Limitações Materiais ....................................................................83
10.1.2.4. Limitações Implícitas ...................................................................87
10.1.2.5. Limitações Temporais? .................................................................88
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10.1.3. Promulgação .................................................................................88
10.2. Leis Ordinárias e Complementares ......................................................89
10.3. Lei Delegada ....................................................................................92
10.4. Medida Provisória .............................................................................93
10.4.1. Aprovação com e sem Emendas e o Problema do Contrabando 
Legislativo ...............................................................................................97
10.4.2. Rejeição da Medida Provisória .........................................................99
10.4.3. Proibições em Matéria de Medida Provisória ..................................... 100
10.5. Decreto Legislativo e Resolução ........................................................ 102
11. Função Fiscalizatória.......................................................................... 103
11.1. Controle Externo ............................................................................ 105
11.1.1. Tribunal de Contas da União .......................................................... 111
11.1.2. Tribunal de Contas dos Estados ..................................................... 114
11.2. Controle Interno............................................................................. 116
Questões de Concurso ............................................................................. 118
Gabarito ................................................................................................ 129
Questões Comentadas............................................................................. 130
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RELAÇÕES ENTRE OS PODERES DO
ESTADO E A TEORIA DOS FREIOS E CONTRAPESOS
No artigo 2º, a Constituição, de forma muito resumida, dispõe sobre o princípio 
da separação dos poderes.
Não há dúvidas de que nós adotamos, em linhas gerais, a ideia de Montesquieu, 
segundo a qual o poder seria uno e pertenceria ao povo. No entanto, para melhor 
funcionamento da máquina pública, haveria a tripartição das funções.
É nesse contexto que surge a distribuição das tarefas estatais, em um sistema 
que funciona de maneira contínua para controlar os agentes públicos. Um Poder 
fiscalizaria o outro, atuando todos como uma engrenagem perfeita, ao menos do 
ponto de vista teórico.
É também na concepção de Montesquieu que cada Poder desempenharia uma 
função principal (típica) e, de forma secundária (atípica), atuaria naquela tarefa 
inerente ao outro Poder.
Vou ilustrar com a seguinte tabela:
ARAGONÊ FERNANDES
Atualmente, atua como Juiz de Direito do TJDFT. Contudo, em seu 
qualificado percurso profissional, já se dedicou a ser Promotor de 
Justiça do MPDFT; Assessor de Ministros do STJ; Analista do STF; além 
de ter sido aprovado em vários concursos públicos. Leciona Direito 
Constitucional em variados cursos preparatórios para concursos.
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Poder
Função 
típica
Funções atípicas
Executivo
Administrar 
(executar)
1 legislar: por exemplo, ao editar uma medida provisória ou 
um decreto autônomo.
2 julgar: julgamentos feitos pelo CADE acerca da possível for-
mação de cartéis ou outras formas de violação da concorrên-
cia. Ainda, os julgamentos feitos pelo CARF, órgão envolvido 
na Operação Zelotes.
Judiciário Julgar
1 legislar: elaboração de Regimentos Internos.
2 administrar: “cuidar” de seus servidores. Ex.: conceder 
férias.
Legislativo
Legislar e 
fiscalizar 
1 julgar: processar e julgar as autoridades indicadas pela 
Constituição (art. 52). Ex.: Pres. da República.
2 administrar: “cuidar” de seus servidores. Ex.: concessão de 
horas extras.
A forma por meio da qual os Poderes se relacionam e, especialmente, o modo de 
funcionamento dos mecanismos de controle são demasiadamente cobrados pelas 
bancas examinadoras.
Em razão disso, de antemão, vou apresentar algumas situações corriqueiras nas 
provas. Afinal, este material nasceu deliberadamente voltado para preparar você 
para resolver as questões dos mais variados graus de dificuldade.
Vamos lá!
1) a escolha de Ministros do STF (Judiciário) cabe ao Presidente da República 
(Executivo). Após, o indicado deve ter seu nome aprovado pela maioria abso-
luta do Senado Federal (Legislativo).
2) O aumento na remuneração de servidores da Câmara dos Deputados deve 
ser proposto pela própria Câmara (Legislativo). O projeto de lei, mesmo apro-
vado nas duas Casas do Congresso Nacional, deve ser submetido à sanção 
ou veto do Presidente da República (Executivo). Sancionada, promulgada e 
publicada, a lei pode ser declarada inconstitucional pelo STF (Judiciário).
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3) As súmulas vinculantes e as decisões proferidas pelo STF em controle con-
centrado têm caráter vinculante erga omnes (contra todos). No entanto, a 
vinculação não atinge o Poder Legislativo em sua função típica de legislar. 
Isso existiria para evitar o fenômeno da fossilização da Constituição. Ou seja, 
não se impede que o Legislativo edite normas no sentido inverso do que foi 
decidido pelo Judiciário. E, num movimento circular, nada impede que nova-
mente haja a declaração de inconstitucionalidade.
4) O Presidente da República (Executivo), ao escolher o Procurador-Geral da 
República (PGR), indica livremente um nome entre integrantes da Carreira, 
não havendo lista tríplice. Após, o indicado deve passar pela aprovação da 
maioria absoluta do Senado Federal (Legislativo). Já para o cargo de Procura-
dor-Geral de Justiça (PGJ), Chefe do MP Estadual, o Governador fica restrito 
a escolher entre integrantes de lista tríplice, elaborada por toda a Carreira. 
Nesse caso, o STF entende ser inconstitucional norma de Constituição Esta-
dual que preveja sabatina do indicado pela Assembleia Legislativa. A ideia é 
que o sistema de freios e contrapesos já atuou.
Essas são apenas algumas demonstrações de aplicação dos freios e contrapesos. 
Outras serão mencionadas ao longo das aulas.
Ultrapassada essa visão inicial, é hora de estudar cada um dos Poderes de forma 
separada. 
Lembro que o Título IV da Constituição – Organização dos Poderes – engloba os 
Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, além das Funções Essenciais à Justiça. 
Entre estas, têm-se o Ministério Público, a Advocacia (pública e privada) e a Defen-
soria Pública.
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PODER LEGISLATIVO
1. Breve introdução
A Constituição trata do Poder Legislativo nos artigos 44 a 75. 
Para você não vacilar na hora da prova, fique de olho em temas como compe-
tência entre as Casas Legislativas (artigos 49, 51 e 52), as regras sobre o funcio-
namento de comissões – destacando-se as CPIs – e sobre as imunidades parlamen-
tares.
Vencida essa etapa, os artigos 59 a 69 cuidarão do Processo Legislativo, assunto 
que é relevante para praticamente todos os concursos, não se limitando ao próprio 
Legislativo.
Mais à frente, nos artigos 70 a 75, aparece a função fiscalizatória, com os con-
troles interno e externo. Não esqueça que o Legislativo possui duas funções típi-
cas: legislar e fiscalizar.
Então, ajeite-se aí na cadeira que a tarefa está longe de ser uma moleza!
2. Estrutura do Legislativo
Em âmbito federal, o Poder Legislativo é bicameral, ou seja, composto por duas 
Casas: a Câmara dos Deputados, composta de representantes do povo e o Se-
nado Federal, representando os Estados e o Distrito Federal. 
De antemão, é bom lembrar que os Municípios e os Territórios Federais (se fo-
rem criados) não terão representantes no Senado Federal.
Nas outras esferas, o Poder Legislativo é unicameral, já que conta apenas com 
a Assembleia Legislativa (estados), a Câmara Legislativa (DF) e a Câmara dos Ve-
readores (municípios).
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Vou voltar para o modelo federal, mostrando a você uma tabela muito útil, 
pois soluciona inúmeras questões de prova. Assim, toda atenção é pouca!
Diferenças entre a Câmara dos Deputados e o Senado Federal
Câmara dos Deputados Senado Federal
É chamada de câmara baixa. É chamado de câmara alta.
Representa o povo. Representa os Estados e o Distrito Federal.
Número de membros varia em função da 
população: no mínimo 8 e no máximo 70 
deputados por unidade da federação.
Número de membros é fixo, pois todas as 
unidades da federação (Estados e DF) possuem 
3 senadores.
Eleição pelo sistema proporcional 
(quociente eleitoral).
Eleição pelo sistema majoritário simples – 
o mais votado é o escolhido, não havendo 2º 
turno.
Renovação total a cada quatro anos.
Renovação parcial a cada quatro anos: 1/3 e 
2/3, alternadamente.
Mandato é de quatro anos – uma legislatura. Mandato é de oito anos – duas legislaturas.
Idade mínima de 21 anos.
Idade mínima de 35 anos (é, por isso, chamado 
de “Casa dos Anciãos”).
Caso criado, território possuirá 4 deputados 
federais.
Caso criado, território federal não possuirá 
senadores.
Aplicam-se as regras de fidelidade 
partidária. Desse modo, em regra, haverá 
a perda do mandato se houver a troca de 
legenda.
Não se aplicam as regras de fidelidade 
partidária. Trocando de legenda, Senador não 
perde o mandato.
O artigo 45, § 1º, da Constituição dispõe que o número total de Deputados, 
bem como a representação por Estado e pelo DF serão estabelecidos por lei 
complementar federal. 
Como você viu, há um número mínimo de 8 e máximo de 70 Deputados Fe-
derais por Estado, sendo que a definição será proporcional à população (e não 
aos eleitores) da localidade.
No entanto, você sabe que a população se desloca dentro de nosso território. 
Assim, exatamente para fazer esses ajustes, a Constituição prevê que, no ano an-
terior às eleições, seja feita uma lei complementar.
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Ocorre que o Congresso Nacional editou a LC n. 78/1993, delegando a 
tarefa de fixação do número de Deputados Federais ao TSE. O Tribunal, por 
sua vez, editou uma Resolução, redefinindo a quantidade de Cadeiras para cada 
Estado, fazendo uso de dados do IBGE. Alguns Estados ganharam, enquanto outros 
perderam. Quem ganhou não reclamou, mas quem perdeu...
A questão, então, foi ao STF. O Tribunal entendeu que cabe somente ao Con-
gresso Nacional a regulamentação da matéria. 
Assim, declarou-se inconstitucional a delegação feita pela LC, transferin-
do a atribuição do Congresso Nacional ao TSE. Em consequência, por arras-
tamento, também se entendeu pela inconstitucionalidade da Resolução do TSE 
(STF, ADI 4.963).
Fala-se em inconstitucionalidade por arrastamento quando, ao declarar a in-
constitucionalidade de uma norma, o Tribunal acaba retirando do ordenamento 
outra norma que esteja relacionada à primeira. É também chamada de inconstitu-
cionalidade por reverberação, consequência, decorrência ou por ricochete.
3. O Congresso Nacional
O Congresso Nacional é a junção das duas Casas Legislativas. A sua presidência 
é exercida pelo Presidente do Senado Federal. Exatamente por isso são comuns 
questões de concursos que colocam o Presidente do Congresso Nacional à frente do 
Presidente da Câmara na linha sucessória, logo abaixo do Vice-Presidente.
No entanto, você deve lembrar que a ordem contempla, imediatamente após o 
Vice-Presidente, o Presidente da Câmara dos Deputados, Casa que representa o povo.
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Pensando na Mesa do Congresso, os demais membros que a compõem vêm, 
alternadamente, das Mesas do Senado e da Câmara dos Deputados. 
Veja como fica a composição no quadro a seguir:
Mesa do Congresso Nacional
Presidente: Senado Federal
1º Vice-Presidente: Câmara dos Deputados 2º Segundo Vice-Presidente: Senado Federal
1º Primeiro Secretário: Câmara dos Deputados 2º Segundo Secretário: Senado Federal
3º Terceiro Secretário: Câmara dos Deputados 4º Quarto Secretário: Senado Federal
Ah, outro item frequente em provas: a promulgação de Emendas à Constituição 
cabe às Mesas da Câmara e do Senado em conjunto. Não é correto substituir pela 
Mesa do Congresso.
Ou seja, considerando que cada uma das Casas possui sete membros, as Emendas 
contarão com 14 assinaturas no ato da promulgação – 7 da Câmara e outros 7 do 
Senado Federal.
A promulgação de emendas à Constituição é feita pelas Mesas da Câmara e do 
Senado em conjunto, e não pela Mesa do Congresso Nacional.
Avançando, de acordo com o art. 48 da Constituição, cabe ao Congresso Nacio-
nal, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especifi-
cado nos artigos 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da 
União, especialmente sobre:
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I – sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;
II – plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, 
dívida pública e emissões de curso forçado;
III – fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;
IV – planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;
V – limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da União;
VI – incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, 
ouvidas as respectivas Assembleias Legislativas;
VII – transferência temporária da sede do Governo Federal;
VIII – concessão de anistia;
IX – organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública 
da União e dos Territórios e organização judiciária e do Ministério Público do Distrito 
Federal;
X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, 
observado o que estabelece o art. 84, VI, b; 
Se os cargos, empregos ou funções públicos estiverem vagos, a extinção se 
dará por meio de decreto do Presidente da República; estando preenchidos, a 
extinção será feita por meio de lei, com a sanção presidencial.
XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública; 
Se a organização e o funcionamento não implicarem o aumento de despesa 
nem a criação ou extinção de órgãos públicos, a competência será privativa do 
Presidente da República, mediante decreto. 
XII – telecomunicações e radiodifusão;
XIII – matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas opera-
ções;
XIV – moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal.
XV – fixação do subsídio dos Ministros do STF, observada que, por ser fixado em parcelaúnica, é vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba 
de representação ou outra espécie remuneratória.
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A EC n. 19/1998 previu que a lei que fixava o subsídio dos Ministros do STF 
deveria ser de iniciativa conjunta dos Presidentes da República, da Câmara dos 
Deputados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal. Isso porque esses subsídios 
servem como limite da remuneração dos servidores dos três Poderes da União (é o 
teto do funcionalismo federal).
No entanto, esse dispositivo foi modificado pela EC n. 41/2003, que conferiu ao 
STF a iniciativa privativa para a apresentação de lei versando sobre fixação dos 
subsídios de seus Ministros. 
Um conselho final: há muitos anos, quando eu ainda estudava para concursos 
de técnico judiciário, um professor tinha me sugerido fazer uma tabela, na horizon-
tal (“modo paisagem”, com três colunas). 
A primeira teria o artigo 21 da Constituição (competência exclusiva da União); 
a segunda, com o artigo 49 (competência exclusiva do Congresso Nacional); por 
fim, a terceira conteria as atribuições do Presidente da República, previstas no ar-
tigo 84 da Constituição. 
Segui aquela orientação e não me arrependi! Entendi quem deveria exe-
cutar as tarefas descritas no artigo 21 da Constituição. 
Exemplificando, lá no artigo 21, I, é instituído que compete à União “manter 
relações com Estados estrangeiros”. Mas quem faria isso? O Presidente, segundo o 
artigo 84, VII, deve “celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos 
a referendo do Congresso Nacional”. Já o Congresso Nacional ficaria encarregado 
de “resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que 
acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional” (artigo 49, 
I, da Constituição). 
Tente você também!
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4. Competência das Casas Legislativas
Os artigos 49, 51 e 52 da Constituição tratam, respectivamente, as competên-
cias do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados e do Congresso Nacional.
Aqui vai uma dica inicial: é pequeno o rol de competências da Câmara dos 
Deputados – são apenas cinco, mas as mais relevantes são somente duas. Já as 
competências do Congresso Nacional e do Senado Federal são bem extensas. 
Na minha experiência como “concurseiro”, sempre usei uma linha de raciocínio: 
se eu fixasse as competências da Câmara, bastava eu escolher uma das outras para 
ler com mais dedicação, no intuito de gravar. 
Pois bem. Escolhi compreender melhor as competências do Senado. Por exclu-
são, as competências que não estivessem naquelas que eu tinha em mente perten-
ceriam ao Congresso Nacional.
Obviamente, você pode ou não seguir essa técnica. Aliás, cada um desenvolve 
suas próprias técnicas ao longo dos estudos. Nem tudo aquilo que foi eficaz para 
mim terá efetividade para você... De todo modo, é importante ter uma boa diretriz.
Vamos em frente!
A competência exclusiva do Congresso Nacional (artigo 49) é geralmente exer-
cida por meio de decreto legislativo. Há hipóteses, porém, em que será executada 
por intermédio de resolução. É o caso da autorização dada ao Presidente da Repú-
blica para a edição de lei delegada – art. 68, § 2º, da CF/88.
Outro ponto importante é que Câmara e Senado não editam decretos legis-
lativos, reservados exclusivamente ao Congresso. 
Desse modo, uma resolução legislativa pode ser editada tanto pelo Congresso 
Nacional (exceção) quanto pela Câmara e pelo Senado. Já o Decreto Legislativo, só 
pode ser feito pelo Congresso Nacional.
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Mais uma informação: nem todas as competências da Câmara e do Senado 
serão viabilizadas por meio de resolução legislativa. 
É que, na fixação da remuneração dos servidores dessas Casas Legisla-
tivas, o texto constitucional (artigos 51, IV e 52, XIII, da CF/88) prevê que esse 
assunto será regulado por lei, de iniciativa da respectiva Casa.
A grande importância dessa regra, introduzida pela EC n. 19/1998, é que a lei 
na qual se busque a concessão de aumento na remuneração dos servidores passa-
rá pela sanção (ou veto) presidencial, procedimento inexistente em relação 
às outras competências delineadas nos artigos 49, 51 e 52 da Constituição.
Ah, repare que há uma diferença na terminologia adotada quanto ao artigo 49 
(competência exclusiva do Congresso Nacional) se comparada aos artigos 51 e 52 
(competências privativas da Câmara e do Senado).
Quanto ao tema, há certa discussão doutrinária entre a possível distinção dos 
termos exclusiva e privativa, dizendo alguns que o termo “exclusiva” é utilizado 
quando a competência for indelegável. Ao contrário, a competência “privativa” seria 
aquela que admite delegação (Pedro Lenza, Direito Constitucional Esquematizado).
No entanto, o texto constitucional – que, por vezes, peca pela má técnica – pa-
rece não ter utilizado essa diferenciação, pois tanto a competência do Congres-
so Nacional (exclusiva) quanto as da Câmara e do Senado (privativas) são 
indelegáveis.
Repare que lá nos artigos 21 e 22 da Constituição essa distinção foi feita. Ora, 
no artigo 21 – competência exclusiva da União –, não se permite delegação. Por 
sua vez, no artigo 22 – competência privativa – se admite a delegação aos Esta-
dos e ao DF, por meio de lei complementar.
Enfim, essa vida de concurseiro não é nada fácil. Mas quem disse que 
seria, não é mesmo?! 
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Somente o Congresso edita decretos legislativos. Já as resoluções podem ser 
editadas pela Câmara, pelo Senado ou pelo Congresso.
4.1. Competência exclusiva do Congresso Nacional (indelegável)
Eis o rol de competências exclusivas do Congresso Nacional, elencadas no art. 
49 da CF/88:
I – resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarre-
tem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
A incorporação de tratados internacionais ao seu ordenamento jurídico se 
caracteriza como um ato complexo. Isso porque caberá ao Presidente da Repú-
blica celebrar o tratado – conforme art. 84, VIII –, enquanto o Congresso Nacional 
ficará responsável por referendá-lo ou não.
II – autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir 
que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam tempo-
rariamente, ressalvadosos casos previstos em lei complementar;
Mais uma vez, vê-se a atuação dos Poderes Legislativo e Executivo (olha a im-
portância da tabelinha com os artigos 21, 49 e 84). 
Ao Presidente da República cabe privativamente a missão de declarar guerra ou 
celebrar paz, enquanto o Congresso Nacional dará a necessária autorização.
Se a declaração de guerra ou a celebração de paz ocorrer no intervalo das ses-
sões legislativas, o Congresso Nacional irá referendar e, não autorizar.
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III – autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, 
quando a ausência exceder a quinze dias;
Cuidado para não confundir o prazo de 15 dias, previsto nesse dispositivo, com 
o de 10 dias, previsto para o caso de Presidente da República e Vice não tomarem 
posse, injustificadamente, o que acarretará a declaração de cargo vago.
Mais uma coisa: fique ligado para a grande incidência dessa regra nas 
provas de concurso!
É que algumas Constituições Estaduais previam o seguinte: para o Governador 
sair do Estado por mais de 15 dias, ou para sair do País, por qualquer prazo, seria 
necessária a autorização da Assembleia Legislativa, sob pena de perda do cargo.
O STF, invocando o princípio da simetria, afastou essas regras estaduais, es-
tabelecendo a necessidade de autorização da Assembleia Legislativa apenas 
para ausências do Governador ou Vice superiores a 15 dias (STF, ADI 738). 
Idêntico raciocínio se aplica aos Prefeitos, quanto à necessidade de licença da Câ-
mara dos Vereadores (STF, RE 317.574).
IV – aprovar (depois) o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar (antes) o 
estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas;
V – sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder re-
gulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
Importantíssimo esse dispositivo, chamado por alguns doutrinadores de veto 
legislativo. 
Num só inciso aparecem duas hipóteses de controle político de constitu-
cionalidade feitas pelo Legislativo: no primeiro caso, o controle recairá sobre os 
decretos regulamentares quando eles transbordarem àquela tarefa prevista para o 
Executivo concretizar o comando legal. 
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No segundo caso, ao autorizar o Presidente a elaborar um decreto legislativo, 
o Congresso Nacional estabelece o conteúdo e os termos de seu exercício, por 
meio de uma resolução. Contudo, se o Presidente extrapolar os limites da 
delegação, o Congresso Nacional poderá sustar o excesso, utilizando-se de um 
decreto legislativo. 
Em ambas as situações, é correto se falar em controle posterior (repressivo) 
de constitucionalidade, uma vez que se pressupõe que o ato já esteja em vigor.
Há controle político de constitucionalidade quando o Congresso susta os atos 
do Executivo que exorbitam do poder regulamentar ou dos limites da delegação 
legislativa.
VI – mudar temporariamente sua sede;
VII – fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores; 
VIII – fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros 
de Estado; 
IX – julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os 
relatórios sobre a execução dos planos de governo;
O Presidente da República deve prestar as contas ao Congresso. Mas se dentro 
do prazo de 60 dias após a abertura da sessão legislativa ele não fizer a prestação 
devida, caberá à Câmara dos Deputados proceder à tomada de contas.
X – fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos 
do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;
XI – zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição 
normativa dos outros Poderes;
XII – apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio 
e televisão;
XIII – escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;
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O TCU é composto de nove ministros. A escolha de um terço (três) cabe ao Pre-
sidente da República, enquanto os outros seis membros devem ser escolhidos pelo 
Congresso.
Na escolha de Ministros do TCU, só haverá sabatina pelo Senado Federal em relação 
aos membros indicados pelo Presidente da República.
XIV – aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;
XV – autorizar referendo e convocar plebiscito;
XVI – autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hí-
dricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;
XVII – aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área su-
perior a dois mil e quinhentos hectares.
4.2. Competência privativa da Câmara dos Deputados
Há pouco eu disse para você que o artigo 51 da Constituição é pequeno, deven-
do ser compreendido (gravado, decorado etc.). Você vai notar que as competências 
da Câmara aparecem em apenas 5 incisos, mas que somente 2 deles realmente 
são cobrados nas provas.
Vamos lá, então!
O artigo 51 da CF/88 lista as seguintes competências:
I – autorizar, por 2/3 de seus membros, a instauração de processo contra o Presi-
dente da República, o Vice-Presidente e os Ministros de Estado.
Não importa se o crime é comum ou de responsabilidade! Para os dois casos há 
a necessidade de autorização de 2/3 da Câmara (342 Deputados) para abrir pro-
cesso contra o Presidente da República.
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Um ponto importantíssimo: o STF, modificando sua jurisprudência, passou 
a entender que a necessidade de autorização do Legislativo para o julgamento do 
Presidente da República seria uma prerrogativa exclusiva do Chefe de Estado.
Em outras palavras, para se processar Governadores ou Prefeitos não há 
a necessidade de a Assembleia Legislativa ou a Câmara dos Vereadores 
darem autorização.
Mais do que isso: se houver, na Constituição Estadual, algum dispositivo 
prevendo a necessidade de autorização, essa regra será inconstitucional 
(STF, ADI 4.797).
Seguindo, tratando-se de crime comum, o julgamento caberá ao STF. De ou-
tro lado, será o Senado o órgão responsável para julgar os crimes de responsa-
bilidade praticados pelo Presidente da República e pelo Vice-Presidente.
Em relação aos Ministros de Estado, cabe uma ressalva: se eles praticarem o 
crime de responsabilidade acompanhado do Presidente da República ou Vice, serão 
julgados pelo Senado. Não havendo a conexão, caberá ao STFo julgamento desse 
agente, tanto no crime comum quanto no crime de responsabilidade.
Atualmente, o STF entende que não há necessidade de autorização do Legis-
lativo para o STJ abrir processo por crime comum contra Governadores. 
Essa prerrogativa seria apenas do Presidente da República.
II – proceder à tomada de contas do Presidente da República se ele não as apre-
sentar ao Congresso Nacional no prazo de 60 dias após a abertura da sessão legislativa.
Lá no artigo 49 você viu que o Presidente da República deve prestar as contas ao 
Congresso. Mas se dentro do prazo de 60 dias após a abertura da sessão legislativa 
ele não fizer isso, caberá à Câmara dos Deputados proceder à tomada de contas.
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III – elaborar seu regimento interno;
IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou 
extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para 
fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei 
de diretrizes orçamentárias; 
V – eleger dois membros do Conselho da República.
Eu tinha dito a você que seriam apenas 5 incisos com as competências, mas a 
complexidade maior ficava com 2 deles – os dois primeiros.
Igual ao ditado popular, os 3 incisos restantes são mais fáceis do que “empurrar 
bêbado na ladeira”... Pense comigo: Quem vai elaborar o Regimento Interno da 
Câmara? Quem vai organizar o funcionamento e a polícia da Câmara? Quem deve 
apresentar projeto de lei para aumentar a remuneração dos servidores da Câmara?
É óbvio que para todas essas perguntas há apenas uma resposta: a própria Câ-
mara, no bom e velho estilo do “Ema, ema, ema, cada com seu problema”.
Para fechar as competências, o Conselho da República (artigo 89 da Consti-
tuição) tem, em sua composição, 6 cidadãos natos. A escolha desses cidadãos 
cabe à Câmara, ao Senado e ao Presidente da República, cada qual indicando dois 
integrantes.
4.3. Competência privativa do Senado Federal
O artigo 52 é bem extenso, mas há algumas diretrizes a seguir. A primeira, rela-
cionada ao julgamento de crimes de responsabilidade de boa parte das autoridades 
mais importantes do país, como aparece nos incisos I e II.
A segunda diretriz está relacionada à sabatina de nomes, que é feita apenas 
pelo Senado Federal. Nada nesse sentido caberá à Câmara ou ao Congresso. Ah, 
não esqueça que a EC n. 76/13 acabou com as hipóteses de voto secreto, ficando 
de fora da proibição exatamente as sabatinas feitas pelo Senado, as quais continu-
am com a arguição pública, mas votação secreta.
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A terceira – e última – diretriz está relacionada à própria razão de ser do Se-
nado. Veja que ele representa os Estados e o DF. Assim, quando o assunto estiver 
relacionado aos Entes federados, acenda o sinal de alerta, pois, provavelmente, 
você estará diante de alguma competência do artigo 52. 
Quer um exemplo? Não é segredo algum que existe uma declarada “guerra 
fiscal” entre os Estados para atrair a instalação de indústrias em seus territórios. 
Nesse contexto, benefícios tributários são oferecidos, como é o caso da redução 
das alíquotas do ICMS. Para trazer parâmetros à disputa, o Senado fixará alíquotas 
mínimas e máximas.
É esta a redação do art. 52 da Constituição Federal:
I – processar e julgar o Presidente da República e o Vice-Presidente nos crimes 
de responsabilidade, bem como os Ministros e Estado e Comandantes das Forças 
Armadas, nos crimes de responsabilidade conexos (relacionados) àqueles.
Você viu, no tópico anterior, que a autorização para o julgamento dessas auto-
ridades deve ser dada por 2/3 dos membros da Câmara dos Deputados.
Nas “infrações penais comuns”, expressão que também abrange os crimes 
eleitorais e as contravenções penais, o Presidente e o Vice-Presidente serão julga-
dos pelo STF.
Em relação aos Ministros de Estado, cabe uma ressalva: se eles praticarem 
o crime de responsabilidade acompanhado do Presidente da República ou Vice, se-
rão julgados pelo Senado. Do contrário, não havendo a conexão, caberá ao STF 
o julgamento dos Ministros de Estado, tanto no crime comum quanto no crime de 
responsabilidade.
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O STF entende que, ao receber o processo de impeachment vindo da Câmara, o 
Senado deve fazer um juízo prévio de admissibilidade da acusação, em votação por 
maioria simples.
II – processar e julgar Ministros do STF, membros do Conselho Nacional de Justiça 
(CNJ), do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), o Procurador-Geral da Re-
pública (PGR) e o Advogado-Geral da União (AGU), nos crimes de responsabilidade;
Se você reparar bem, verá que compete ao STF julgar as autoridades do “Pri-
meiro Escalão” de cada um dos Poderes da República nos crimes comuns. Não 
entendeu? Então, veja:
O artigo 102 institui que compete ao STF julgar, nos crimes comuns, o Pre-
sidente e o Vice-Presidente da República (Executivo); os Ministros do próprio STF 
(Judiciário); os Membros do Congresso Nacional (Legislativo) e o PGR, mandatário 
do MPU.
Já nos crimes de responsabilidade, a regra é no sentido de o integrante do 
“primeiro escalão” ser julgado perante o Senado Federal. 
Por que eu usei a expressão “a regra”? 
Simples! É que os Parlamentares não estão sujeitos aos chamados crime 
de responsabilidade, havendo quanto a eles uma sistemática própria, da quebra 
de decoro, ocasião em que cada um responde na respectiva Casa.
Mas se você reparou bem, notou que outras autoridades também receberam 
foro especial no caso de apuração para crimes de responsabilidade: o AGU e os 
Membros do CNJ e do CNMP.
Pois bem.
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O AGU, apesar de ser equiparado a Ministro de Estado, tem duas diferenças de 
tratamento quando comparado aos próprios Ministros:
a) a idade mínima para ser AGU é de 35 anos (artigo 131, § 1º, da Cons-
tituição), enquanto a dos demais Ministros de Estado é de apenas 21 anos.
b) nos crimes comuns e nos crimes de responsabilidade os Ministros de 
Estado são julgados originariamente pelo STF. 
Excepcionalmente, eles responderão perante o Senado Federal quando o 
crime de responsabilidade tiver sido praticado em conexão com o Presidente ou 
o Vice-Presidente da República.
Quanto ao AGU, independentemente de haver ou não conexão com o 
Presidente ou o Vice-Presidente, ele sempre serájulgado no Senado Federal 
por crime de responsabilidade, por conta de regra específica, prevista no artigo 
52, II, da Constituição.
Avançando, vale mais um alerta: é que, embora a Constituição tenha previsto 
a competência do Senado para julgar os membros do CNJ e CNMP em caso de 
crime de responsabilidade, ela não estabeleceu a quem caberia o julgamento 
dessas autoridades quando praticassem crimes comuns.
Desse modo, não haverá foro especial para o julgamento de crime comum 
tão só pelo fato de a pessoa atuar como membro do CNJ ou do CNMP. 
Contudo, pode acontecer de alguns integrantes serem julgados diretamente nos 
Tribunais, sem começar na primeira instância.
É certo que alguns integrantes dos referidos conselhos ostentam o foro espe-
cial, mas isso se dá em razão de outro cargo que ocupam. Exemplificando, 
um Ministro do STJ também integrará o CNJ. Caso ele cometa crime comum, será 
julgado pelo STF, não pelo fato de ser membro do CNJ, mas, sim, por ser Ministro 
de Tribunal Superior – art. 102, I, ‘c’, da CF/88.
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Por outro lado, os dois advogados e os dois cidadãos (um indicado pela Câmara 
e outro pelo Senado) que integram os Conselhos não contam com foro especial, 
pois não se prevê essa prerrogativa pela sua ocupação originária. Desse modo, 
caso sejam acusados da prática de crime comum, o julgamento caberá a Juiz de 
1º grau.
Superado esse ponto, é bom lembrar que a condenação no crime de respon-
sabilidade é política, e não penal. 
A decisão final, de mérito, não pode ser revista pelo STF em atenção ao 
princípio da separação de Poderes. Ou seja, não pode o Judiciário dizer se o 
Senado agiu certo ou errado ao decidir pelo impeachment. O que o STF pode – e 
deve – fazer é assegurar a observância do devido processo legal em todo o anda-
mento processual, tanto na Câmara quanto no Senado.
Em qualquer das hipóteses dos incisos I e II, a condenação dependerá de 2/3 
dos votos do Senado Federal (votação aberta).
Quem presidirá os trabalhos no Senado é o Presidente do STF. Você deve se 
lembrar que foi o Ministro Ricardo Lewandowski quem esteve à frente do julgamen-
to do impeachment da ex-Presidente Dilma.
Voltando à condenação, ela pode gerar duas consequências: perda da função 
pública e inabilitação, por oito anos, para qualquer cargo ou função pública.
Por ser mais recente, você, provavelmente, se lembra do que aconteceu no 
julgamento da ex-Presidente Dilma. Então, vou fazer um paralelo entre ele e o jul-
gamento do ex-Presidente Collor.
No caso de Fernando Collor, buscando escapar do processo de cassação, ele, na 
véspera do julgamento, renunciou ao mandato. Qual era a estratégia? Escapar da 
inabilitação por oito anos...
Sua tentativa não deu certo... Isso porque o STF entendeu que a renúncia ao 
cargo, apresentada durante a sessão de julgamento, não paralisaria o pro-
cesso de impeachment (STF, MS 21.689).
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Ou seja, no final das contas, acabou havendo o fatiamento das sanções. 
Como assim, professor?
Ora, se as punições (perda do cargo e inabilitação por oito anos) fossem 
atreladas, Collor escaparia sem sofrer nenhuma delas, uma vez que a sanção 
de perda da função não poderia ser aplicada diante da renúncia ao cargo.
Vou analisar agora a situação do impeachment de Dilma Rousseff.
Durante a votação, os Senadores findaram separando os quesitos. Primeiro, 
votou-se favoravelmente à perda do cargo. Em seguida, não se aplicou a 
inabilitação por oito anos.
Dito em outras palavras, novamente se fatiou, impondo-se apenas uma das 
punições.
Houve questionamento perante o STF, por parte de alguns parlamentares, que 
impetraram vários mandados de segurança. As liminares foram indeferidas, mas 
o mérito dos pedidos ainda não foi julgado.
No julgamento, tanto das autoridades do inciso I quanto nas do inciso II, a ses-
são de julgamento do Senado Federal será presidida pelo Presidente do STF. 
III – aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de:
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;
c) Governador de Território;
d) Presidente e diretores do Banco Central;
e) Procurador-Geral da República;
f) Titulares de outros cargos que a lei determinar;
IV – aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão secreta, a escolha 
dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;
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Nos incisos III e IV você vê quando o Senado atuará na sabatina de nomes. 
A votação será, sempre, secreta, única exceção ao fim do voto secreto decretado 
pela EC n. 76/2013. Fique atento, pois a arguição pode ser pública (inciso III) ou 
secreta (inciso IV).
V – autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos 
Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
VI – fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da 
dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII – dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e 
interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias 
e demais entidades controladas pelo Poder Público federal;
VIII – dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em ope-
rações de crédito externo e interno;
IX – estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
X – suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional 
por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;
Tome muito cuidado com esse dispositivo, pois ele é de extrema relevância para 
as provas, especialmente por envolver controle de constitucionalidade feito 
pelo Legislativo (controle político), de forma repressiva (a norma já existe).
É certo que o STF faz controle de constitucionalidade tanto difuso quanto 
concentrado.
As decisões proferidas no controle concentrado já são dotadas de efi-
cácia vinculante erga omnes (aspecto subjetivo: vinculam a todos). Em razão 
disso, não haveria como aplicar o artigo 52, X, uma vez que não haveria norma a 
suspender – a declaração de inconstitucionalidade já retiraria a norma do sistema 
para todos.
Assim, a suspensão de eficácia a que se refere o dispositivo vale apenas 
para o controle difuso. 
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Avançando, por conta do princípio da separação de poderes, o Senado não é 
obrigado a suspender a norma. Ou seja, o STF não pode determinar que ele 
adote essa providência.
Doutrinariamente, Gilmar Mendes defendia que esse dispositivo teria so-
frido mutação constitucional, servindo na atualidade apenas para dar publicida-
de à decisão da Suprema Corte.
Abrindo um parêntese, mutação constitucional é a mudança na interpre-
tação da norma sem alteração formal do texto. Ela também é conhecida como 
poder constituinte difuso ou procedimento de mudança informal da Constituição.
Voltando ao objeto da discussão, na visão de Gilmar Mendes, em virtude de uma 
crescente aproximação entre os controles difuso e concentrado, as decisões do 
STF no controle difuso teriam sofrido uma “abstrativização”/objetivação. 
Trocando em miúdos, isso significaria que também as decisões do Plenário 
do STF no controle difuso teriam eficácia erga omnes, e não inter parts.
A questão saiu do campo doutrinário e veio a ser discutida no STF. 
Num primeiro momento, após longos anos de tramitação, o Tribunal negou a 
tese da mutação constitucional, entendendo que a decisão tomada no controle difu-
so, ainda que partisse do Plenário, teria efeitos apenas sobre as partes do processo 
(inter parts). Isso aconteceu no julgamento da Reclamação 2.176. Àquela altura, o 
placar foi de 8 x 2 contrariamente à tese.
Pois é, mas o tempo passa, o tempo voa e a questão foi parar novamente no 
Plenário do STF em razão de outros processos.
Deixe-me explicar: ao julgar a proibição de comercialização de amianto em 
todas as suas formas, inclusive a crisotila, o STF confirmou a constitucionalidade 
de leis estaduais – que vedavam a comercialização, em virtude de as substâncias 
serem cancerígenas. 
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Em consequência, incidentalmente (ou seja, de forma difusa), declarou a in-
constitucionalidade da lei federal que autorizava a comercialização do amianto na 
forma crisotila (usada na fabricação de telhas, por exemplo).
Avançando, como se tratava de declaração incidental de inconstitucionalidade, 
pelo entendimento clássico seria necessária a comunicação ao Senado Federal para 
que a Casa Legislativa, se quisesse, suspendesse a eficácia da norma, estendendo 
a decisão para todos – lembro: a decisão no controle difuso (incidental) só atingia 
as partes.
Contudo, o Tribunal, acolhendo aquela tese da abstrativização/objetivação do 
controle difuso, decidiu que o artigo 52, X, da Constituição sofreu verdadeira 
mutação constitucional.
No frigir dos ovos, o papel do Senado passou a ser de apenas dar publici-
dade à decisão do Plenário do STF, que já seria dotada, tanto no controle con-
centrado quanto no difuso, de eficácia vinculante contra todos.
A explicação para essa mudança na orientação seria de prestigiar a unidade do 
sistema, evitando-se a fragmentação desnecessária.
Repetindo para que você não se confunda: as decisões proferidas pelo Ple-
nário do STF, mesmo em controle difuso de constitucionalidade, repercu-
tem contra todos, de forma vinculante. Aproximaram-se, assim, os controles 
difuso e concentrado (STF, ADI 3.406 e 3.470).
Modificando o entendimento anterior, o STF passou a aceitar a teoria da abs-
trativização/objetivação do controle difuso de constitucionalidade. Assim, as 
decisões proferidas pelo Plenário do STF no controle difuso e no controle con-
centrado têm eficácia vinculante contra todos (erga omnes).
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XI – aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Pro-
curador-Geral da República antes do término de seu mandato;
O Senado participará no processo de nomeação do PGR, tendo que aprovar o 
nome do indicado pelo Presidente da República em votação secreta, pelo quórum 
de maioria absoluta.
O mandato do PGR tem duração de dois anos. E daí vem uma pergunta? Ele 
pode ser exonerado antes do biênio?
Sim. No entanto, para evitar que a exoneração do PGR seja feita pelo Presidente da 
República por razões políticas – ex.: insatisfação pelo fato de as investigações atingi-
rem a sua própria figura –, a Constituição prevê novamente a participação do Senado. 
É mais um exemplo de atuação dos freios e contrapesos. A destituição seria 
feita pelo Presidente, sendo precedida de autorização de maioria absoluta 
do Senado.
XII – elaborar seu regimento interno;
XIII – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou 
extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para 
fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei 
de diretrizes orçamentárias; 
XIV – eleger dois membros do Conselho da República.
XV – avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua es-
trutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, 
dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios.
Antes de encerrar as competências das Casas Legislativas, repito que nem to-
das as competências da Câmara e do Senado serão viabilizadas por meio de 
resolução legislativa. 
É que, na fixação da remuneração dos servidores dessas Casas, o texto 
constitucional (artigos 51, IV e 52, XIII, da CF/88) prevê que esse assunto será 
regulado por lei, de iniciativa da respectiva Casa.
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A grande importância dessa regra, introduzida pela EC n. 19/1998, é que a lei 
na qual se busque a concessão de aumento na remuneração dos servidores passa-
rá pela sanção (ou veto) presidencial, procedimento inexistente em relação 
às outras competências delineadas nos artigos 49, 51 e 52 da Constituição.
5. Reuniões
Não é difícil ouvir uma crítica na sociedade acerca da quantidade de dias em que 
os Parlamentares efetivamente trabalham.
As discussões no Legislativo se concentram, geralmente, entre as terças e 
quintas-feiras.
Mas, se você está achando ruim, lembre-se que, até 2006, o cenário era ainda mais 
nebuloso. Isso porque a EC n. 50/2006 promoveu duas significativas mudanças. A pri-
meira, no sentido de reduzir o recesso parlamentar, de 90 para 55 dias. Pelas 
regras atuais, durante o período compreendido entre 02/02 a 17/07 e 01º/08 
a 22/12 funciona a sessão legislativa ordinária. Fora desse período, ou seja, no 
intervalo entre 18/07 a 31/07 e 23/12 a 1º/02, ocorre o recesso parlamentar.
Há ainda a previsão no artigo 57, § 2º, segundo a qual os parlamentares não 
podem sair de recesso no meio do ano legislativo sem que tenham votado 
a lei de diretrizes orçamentárias – LDO. Essa proibição só funciona nateoria 
(nas provas), porque, na vida real, eles saem de “recesso branco”. Em outras pa-
lavras, quase todos simplesmente deixam de ir trabalhar. Em razão disso, não há 
quórum para a abertura das sessões de votação.
A segunda modificação consistiu no fim do pagamento de verbas extraordi-
nárias, conhecidas como jeton, nos casos de convocação extraordinária. 
Mas tome cuidado para não “trocar as bolas”! Ainda é possível fazer a convoca-
ção extraordinária. Foi retirada apenas a possibilidade de pagamentos extras se ela 
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acontecer. Como você é brasileiro, nem preciso dizer que, de lá para cá, as 
convocações, que eram frequentes, passaram a minguar...
Veja aí na tabelinha as hipóteses de convocação extraordinária:
Hipóteses de convocação extraordinária
Quem pode convocar Hipóteses
Presidente da República
Em caso de urgência ou interesse público relevante, sempre 
com aprovação da maioria absoluta de cada uma das 
Casas do Congresso Nacional.
Presidente do 
Senado Federal
Presidente da Câmara 
dos Deputados
Requerimento da maioria dos 
membros de ambas as Casas
Presidente do Senado
Decretação de estado de defesa;
Decretação de intervenção federal;
Pedido de autorização para a decretação de estado de sítio;
Para o compromisso e a posse do Presidente e Vice-Presi-
dente da República.
Durante sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente de-
liberará sobre a matéria para a qual foi convocado, além das medidas provisórias 
que estiverem em vigor na data da convocação da sessão. 
Há também a previsão das situações nas quais ocorrerá a sessão conjunta, 
abrangendo a Câmara e o Senado. São elas: a) inauguração de sessão legislativa; 
b) elaboração de Regimento Interno comum; c) criação de serviços comuns às 
duas Casas; d) receber compromisso do Presidente e Vice-Presidente da Repúbli-
ca; e e) conhecer do veto do Presidente da República e sobre ele deliberar.
Antes de seguirmos, preciso abrir um parêntese: 
“Será que há diferença entre sessão conjunta e sessão unicameral”?
Há, sim, mas primeiro vamos à semelhança: em ambas, a reunião dos De-
putados e dos Senadores ocorrerá concomitantemente.
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Já a diferença, mais importante para as provas, é que, na sessão conjunta, a 
votação considera a maioria absoluta (MA) em cada Casa do Congresso, de forma 
isolada. Em outras palavras, para a aprovação será necessário alcançar MA da 
Câmara (257 Deputados Federais) e MA do Senado (41 Senadores).
Passando para a sessão unicameral, a votação é conjunta, sendo contada a 
maioria absoluta sobre o total de 594 parlamentares (513 da Câmara e 81 do Sena-
do). Ou seja, para a aprovação, seriam necessários os votos de 298 parlamentares, 
sendo indiferente o número de Deputados ou Senadores.
A sessão unicameral era prevista para a aprovação das Emendas Cons-
titucionais de Revisão (ECR), modificações com quórum muito menos rigoroso 
se comparado com as Emendas à Constituição. Confira:
DIFERENÇAS ENTRE CONSTITUINTE REVISOR X CONSTITUINTE REFORMADOR
Revisor Reformador
São as emendas constitucionais de revisão – 
ECR 
São as emendas à Constituição – EC
Emendas deviam ser feitas 5 anos após a 
promulgação da CF/88
Emendas podem ser feitas a qualquer tempo 
(salvo nas limitações circunstâncias)
Precisavam obter maioria absoluta de votos Precisavam obter três quintos de votos
Votação em sessão unicameral
Votação em cada Casa do Congresso 
Nacional (CD + SF)
Uma única votação (1x) Duas votações em cada Casa (2x)
Parou na ECR n. 6/1994 Já são mais de 90 emendas
Fecho aqui o parêntese e já retomo com uma observação: embora, normalmente, 
as sessões legislativas comecem no dia 02 de fevereiro, cada uma das Casas deverá 
se reunir a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse 
de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos.
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Por falar em duração do mandato das Mesas do Congresso, o artigo 57, § 4º, 
da Constituição veda a recondução para o mesmo cargo, dentro da mesma 
legislatura.
Falando em outras palavras, considerando que uma legislatura tem 4 anos, no 
primeiro ano, os parlamentares se reunirão no dia 1º de fevereiro. Eles elegerão os 
integrantes da Mesa, cujo mandato terá duração de dois anos.
No biênio seguinte – dois últimos anos da mesma legislatura –, serão feitas 
novas eleições, mas não poderá haver a eleição dos membros para os mesmos 
cargos. Ah, nesse segundo biênio, a sessão legislativa começará normalmente em 
2 de fevereiro.
Preste muita atenção para um ponto já julgado pelo STF e que tem fre-
quentado o noticiário político nos últimos tempos: as regras sobre reeleição 
de membros da Mesa Diretora das Casas Legislativas! 
Eu falei ainda agora que é proibida a recondução dos parlamentares para 
as Mesas das Casas Legislativas na mesma legislatura. 
Ou seja, até seria possível a reeleição, desde que em legislaturas diferentes 
(o que foi feito várias vezes por José Sarney e Renan Calheiros, que se revezavam 
no comando do Senado). 
Para não incidir na proibição, eles ocupavam o cargo de Presidente nos dois últi-
mos anos de uma legislatura e nos dois primeiros da legislatura seguinte – exemplo: 
2013-2014 (legislatura 2011-2014) e 2015-2016 (legislatura 2015-2018).
Na recente polêmica envolvendo a reeleição do Deputado Federal Rodrigo Maia 
para a Presidência da Câmara dos Deputados, o STF entendeu que era possível a 
candidatura, uma vez que, no primeiro período, ele chegou ao comando da Casa 
apenas para completar o mandato (mandato-tampão) do então Deputado Eduar-
do Cunha, chamado por muitos de Meu Malvado Favorito.
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Ou seja, havia uma excepcionalidade a afastar a proibição: o primeiro período 
em que ele presidiu a Casa era um mandato-tampão. Logo, não incidiria sobre 
a proibição constitucional. 
Eu lembro a você que a decisão do Ministro Celso de Mello foi uma liminar 
que ainda precisa ser confirmada pelo Plenário. Entretanto, na prática, ela, dificil-
mente, seria modificada (STF, MS 34.602). 
Outro ponto: seria possível que normas estaduais possibilitassem a re-
eleição na mesma legislatura, ou a proibição constitucional se estenderia, 
exigindo aplicação em simetria?
A resposta é afirmativa. No entender do STF, a proibiçãoexistente na CF 
não seria norma de repetição obrigatória, pois não se enquadra entre os prin-
cípios constitucionais estabelecidos (STF, ADI 793).
Vou repetir um conselho que vivo dando aos meus alunos: olhe para o noticiário 
com olhos de concurseiro! Esteja atento ao que se passa. No mínimo, você se sairá 
bem nas provas sobre atualidades...
Estou dizendo isso porque foi veiculada na imprensa, com destaque, a reeleição 
do Presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Jorge Picciani, 
para novo mandato dentro da mesma legislatura. Você acabou de ver que isso 
é possível, independentemente de se tratar de mandato-tampão ou não.
A proibição de reeleição dos membros da Mesa da Casa Legislativa na mesma 
Legislatura não é norma de repetição obrigatória. Assim, pode a Constituição 
Estadual prever a reeleição para a Presidência da Assembleia Legislativa.
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6. Comissões Parlamentares
As comissões parlamentares são órgãos com número restrito de membros, encar-
regados de estudar e examinar as proposições legislativas e apresentar pareceres. 
São elas:
1 Comissão temática ou em razão da matéria: discutem e votam projeto de lei que 
dispensam a competência do Plenário; realizam audiências; convocam Ministros para 
prestar depoimentos etc.
Ex.: Comissão de Constituição e Justiça – CCJ –, comissão de saúde, de orçamento, de 
transporte.
2 Comissão especial ou temporária: apreciam matéria específica, extinguindo-se 
com o término da legislatura ou cumprida a finalidade para a qual foi criada.
Ex.: comissões que representam a Casa durante congressos, solenidades ou Comissões 
Parlamentares de Inquérito.
3 Comissão mista: apreciam assuntos que devem ser examinados em sessão conjunta 
pelo Congresso Nacional. 
Há uma comissão mista que é permanente, qual seja, a Comissão Mista do Orçamento 
(art. 166, § 6º, da Constituição).
4 Comissão representativa: durante o recesso parlamentar, funcionará uma comis-
são representativa, eleita pela Câmara e pelo Senado na última sessão legislativa do 
período legislativo. 
Pensando nos concursos públicos, não há nenhuma dúvida: as CPIs são as co-
missões mais exploradas pelas bancas examinadoras.
É por isso que eu cuidarei delas em um tópico próprio, a partir de agora.
7. Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI
A CPI nasce em decorrência de uma das atividades típicas do Legislativo, a 
saber, a função fiscalizatória. Assim, o seu objetivo não é apurar crimes, mas 
fiscalizar – as funções típicas do Legislativo são legislar e fiscalizar.
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Embora as CPIs sejam mencionadas de forma muito tímida na Constituição – 
elas aparecem apenas no artigo 58, § 3º –, a sua presença nos noticiários e na 
jurisprudência dá mostras da relevância do tema para as provas.
Vou trabalhar pontualmente alguns aspectos relevantes sobre as CPIs. Ajeite-se 
aí na cadeira, pois não vai ser fácil, mas eu garanto que compensará o trabalho.
7.1. Criação
Elas podem ser criadas pela Câmara e pelo Senado, em conjunto ou separada-
mente, mediante requerimento de um terço de seus membros. Levando-se em 
conta a atual composição dessas Casas – 513 deputados e 81 senadores –, é ne-
cessária a assinatura de no mínimo 171 Deputados ou 27 Senadores.
O Regimento Interno da Câmara dos Deputados – art. 102, § 4º – dispõe que 
depois da apresentação do requerimento de instalação da CPI à Mesa não será 
possível a retirada de assinatura.
Fique de olho em um detalhe: normalmente, quem quer a instalação da CPI não 
é o governo, mas, sim, a oposição.
E, como regra, o governo possui maioria dentro do Parlamento. Assim, a ideia 
de se exigir a assinatura de apenas um terço dos membros é prestigiar o 
direito das minorias.
Há dois pontos muito cobrados em provas quando falamos em CPIs: o mais im-
portante, sem dúvida, é relativo aos Poderes, que estudaremos mais para frente. O 
outro você vai ver agora mesmo!
É o seguinte: quando estourou o escândalo do Mensalão, houve a coleta de as-
sinaturas para iniciar a CPI dos Correios – toda a confusão começou com um vídeo 
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contendo um empregado dos Correios recebendo propina.
Daí, para barrar aquele movimento, o então Presidente do Senado adotou a 
seguinte estratégia: entendeu que deveria submeter o requerimento de criação da 
CPI, com as assinaturas necessárias, à aprovação de maioria do Plenário da Casa.
Mas onde estava o problema?
Ora, voltando ao que eu falei, o governo, normalmente, tem maioria no par-
lamento. Aquele um terço de assinaturas já havia sido obtido. Submeter à apro-
vação do Plenário era uma clara tentativa de “matar” a CPI, pois, no Plenário, o 
governo ganharia.
Então, alguns Senadores foram ao STF, tendo o Tribunal decidido que não po-
deria o Presidente da Casa submeter à apreciação do Plenário o requeri-
mento da criação da comissão, pois essa seria uma clara tentativa de calar o 
direito das minorias (STF, MS 26.441).
Com o julgamento desfavorável no STF, o Presidente do Senado foi para outra 
tentativa: ele deixou de instalar a CPI, alegando que os líderes partidários não ti-
nham feito a indicação dos membros que comporiam a comissão.
Novamente, alguns Senadores foram ao STF. Dessa vez, o Tribunal decidiu que, 
se os líderes partidários não fizessem a indicação dos componentes da co-
missão, essa tarefa passaria ao Presidente da Casa, que não poderia deixar 
de instalar e iniciar os trabalhos (STF, MS 24.849).
A exigência de assinatura de apenas 1/3 dos Membros da Casa Legislativa para a 
abertura de CPI caracteriza direito subjetivo das minorias.
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Outra coisa: a existência de procedimento penal investigatório, em trami-
tação no Judiciário, não impede a instalação e atuação de uma CPI, ainda que 
seus objetos sejam correlatos, pois cada qual possui amplitude distinta, delimitada 
constitucional e legalmente, além de finalidades diversas (STF, HC 100.341). 
7.2. Objeto
A instauração de CPI busca apurar a existência de um fato determinado, o que 
não impede a investigação de fatos conexos. Além disso, pode haver o aditamento 
do fato inicial, o que possibilitaria um alargamento das investigações.
Exemplificando, na CPI dos Correios, que mencionei acima, o fato que ensejou 
a instauração era um vídeo envolvendo um empregado que havia sido indicado por 
um partido político.

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