Buscar

PEÇA 14 - AÇÃO DECLARATORIA DE NULIDADE JURIDICA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE COPACABANA – RIO DE JANEIRO
ANTENOR GARCIA, brasileiro, solteiro, empresário, portador da Cédula de Identidade Registro Geral numero°_____________, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas numeroº__________, residente e domiciliado a rua__________, numero°___, bairro______________, CEP________, Copacabana/Rio de Janeiro, por seu procurador que esta subscreve, com base nos artigos 138 e 139, II do Código Civil, respeitosamente, vem à presença de Vossa Excelência propor:
AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE NEGOCIO JURÍDICO
Em face de JAIRO BARBOSA, brasileiro, solteiro, estudante universitário, portador da Cédula de Identidade Registro Geral numero°_____________, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas numeroº__________, residente e domiciliado a rua__________, numero°___, bairro______________, CEP________, Tijuca/Rio de Janeiro, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
I - DOS FATOS
Antenor Garcia, brasileiro, solteiro, empresário, residente em Copacabana, Rio de Janeiro, resolveu, em 05/01/2013, fazer um passeio, por uma trilha, na Floresta da Tijuca. Ao tentar descer uma cachoeira, escorregou, batendo com a cabeça nas pedras, tendo bebido água, até desmaiar.
Ao acordar, Antenor estava no Hospital tendo ao seu lado, Jairo Barbosa, brasileiro, solteiro, estudante universitário, que contou ter feito seu salvamento, uma vez que passava pelo local, no momento da queda.
Agradecido, ao sair do hospital, Antenor doou, através de Escritura Pública, lavrada em 30/01/2014 a Jairo um imóvel na cidade, no valor de R$ 150.000,00, onde Jairo passou a residir. 
Em 24/07/2014, ao retornar à Floresta da Tijuca para um passeio, Antenor foi abordado por um Guarda Florestal, de nome Mauro Souza, que lhe deu as boas vindas, declinando que ficava feliz por vê-lo bem, uma vez que quando de seu acidente, anos antes, fora ele, Mauro, o verdadeiro responsável por seu salvamento, bem como por seu encaminhamento ao hospital, muito embora não tivesse saído nos jornais como “aquele garoto que levou a fama”.
Antenor procurou Jairo que negou as alegações de Mauro, afirmando que no dia do acidente não apareceu ninguém para ajudá-lo, muito menos um guarda e que tal atitude do dito guarda era uma infâmia. Ademais, lembrou que nunca pediu qualquer retribuição por seu gesto de humanidade, sendo de Antenor a insistência em efetuar a doação, em agradecimento. 
II -DOS FUNDAMENTOS
O presente caso mostra claramente a incidência da nulidade no negócio jurídico, pois o ato negocial foi viciado por uma nulidade absoluta e por isso é tido como ineficaz, sendo inexistente e consequentemente não produzindo efeitos.
 Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanar de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.
Art. 139. O erro é substancial quando:
II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante;
Assim é a Jurisprudência:
STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 1418435 SP 2013/0335715-5 (STJ)
Data de publicação: 26/03/2014
Ementa: CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DECLARATÓRIA. NULIDADE DE DOAÇÃO. IMÓVEL. VÍCIO DE CONSENTIMENTO. PRAZO DECADENCIAL. TERMO INICIAL. DATA DA CELEBRAÇÃO DO NEGÓCIO. ARTIGOS ANALISADOS: ART. 178 , II , do CÓDIGO CIVIL . 1. Ação declaratória de nulidade de doação por vício de consentimento, ajuizada em 29.06.2009. Recurso especial concluso ao Gabinete em 18.10.2013. 2. Discussão relativa ao termo inicial do prazo decadencial para anulação de negócio jurídico por vício de consentimento. 3. Antes do registro imobiliário, que lhe dá publicidade erga omnes, o negócio jurídico envolvendo bens imóveis só tem eficácia entre as partes que o celebraram, não fluindo contra os terceiros, que dele não têm conhecimento inequívoco, o prazo decadencial para anulação. 4. A decadência é causa extintiva de direito pelo seu não exercício no prazo estipulado pela lei, cujo termo inicial deve coincidir com o conhecimento do fato gerador do direito a ser pleiteado. 5. Não é razoável invocar a ausência de "conhecimento inequívoco do ato", pelo próprio donatário do bem, diante da ausência de registro do contrato e aferição pelo Tabelião da regularidade do empreendimento onde se encontrava o lote doado. 6. O prazo decadencial para anulação da doação na hipótese, portanto, é de quatro anos, contados do dia em que se realizou o negócio jurídico, nos termos do que expressamente dispõe o art. 178 , II , do Código Civil . 7. Recurso especial provido.
E também:
DECISÃO: ACORDAM Excelentíssimos Senhores Magistrados integrantes da Sétima Câmara Cível, à unanimidade de votos em conhecer e dar parcial provimento aos recursos 1, 2 e 3, com fito de julgar improcedentes os pedidos da inicial, e por consequência inverter o ônus sucumbencial, para que seja integralmente pago pela autora, ressalvando- se o disposto nos artigos 4.º e 12 da Lei 1.060/50. E por fim, julgar prejudicadas a análise das demais matérias alegadas nos apelos. EMENTA: 1APELAÇÃO CÍVEL 1.218.709-8, DA 9.ª VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DE LONDRINA DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE LONDRINA. APELANTES: FRANCISCO PEREIRA DOS SANTOS E OUTROS. APELADA: ESTER LIA DOS SANTOS RODRIGUES. RELATOR: DES. FÁBIO HAICK DALLA VECCHIAEMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE NEGÓCIO JURÍDICO. VÍCIO DE CONSENTIMENTO. NÃO OCORRÊNCIA. DIVERGÊNCIA EM RELAÇÃO AO NOME DO OUTORGADO NA PROCURAÇÃO. ERRO NÃO SUBSTANCIAL. RESPEITADA DECLARAÇÃO DE VONTADE DA AUTORA, QUANDO DA REALIZAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO. VALIDADE. ÔNUS DE SUCUMBÊNCIA INVERTIDOS. RECURSOS 1, 2 E 3 CONHECIDOS E PARCIALMENTE PROVIDOS. DEMAIS PLEITOS PREJUDICADOS. PERDA SUPERVENIENTE DE SEUS OBJETOS, EM RAZÃO DO RECONHECIMENTO DA TOTAL IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO INICIAL. 1. Preenchidos os requisitos do artigo 104, I, II,III, do CC, quanto à validade do negócio jurídico, e ausente a existência de erro substancial capaz de viciar a declaração de vontade da autora, não há como reconhecer a nulidade da procuração, nem dos atos posteriores a ela, sendo o caso de improcedência do pedido inicial. 2. Recursos 1, 2 e 3 conhecidos e parcialmente providos, restando prejudicada a análise das demais questões dos apelos, em razão da perda superveniente de seus objetos. 2 ACÓRDÃO (TJPR - 7ª Cível - AC - 1218709-8 - Região Metropolitana de Londrina - Foro Central de Londrina - Rel.: Fábio Haick Dalla Vecchia - Unânime - - J. 09.12.2014)
(TJ-PR - APL: 12187098 PR 1218709-8 (Acórdão), Relator: Fábio Haick Dalla Vecchia, Data de Julgamento: 09/12/2014, 7ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ: 1478 17/12/2014).
	
se conclui que a doação em questão é totalmente nula, portanto inoficiosa, pois fere todos os artigos do código civil vigente, ela não pode produzir nenhum efeito.
O autor tem o direito de reaver seu bem, pois é dono legítimo e amparado pela lei CC - Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002, possuindo assim total legitimidade para propor essa ação.
Pelo exposto, REQUER:
I - A citação do REQUERIDO para, querendo, responder aos termos da presente, sob pena de revelia.
II - Se necessário, seja ouvido o I. Representante do Ministério Público.
III - Seja declarada a nulidade de todos os atos que importaram na doação do imóvel objeto da escritura e posterior registro público.
IV - A expedição do competente mandado aos Cartórios supracitados para que promovam o cancelamento da respectiva escritura e registro da doação do imóvel.
V- Provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, novamente por novos documentos, testemunhal, pericial e depoimento pessoal do REQUERIDO.
Dá-se à causa o valor de R$ _____________.
Termos que
Pede deferimento.
(Local data e ano).
Advogado
OAB/UF

Continue navegando