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Plano de Aula: DEMOCRATIZACAO DOS TRIBUNAIS E A SOCIOLOGIA 
DAS PROFISSOES 
SOCIOLOGIA JURÍDICA - CCJ0269 
Título 
DEMOCRATIZACAO DOS TRIBUNAIS E A SOCIOLOGIA DAS PROFISSOES 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
8 
Tema 
DEMOCRATIZAÇÃO DOS TRIBUNAIS E A SOCIOLOGIA DAS PROFISSÕES 
Objetivos 
O aluno deverá ser capaz de: 
 
 
Objetivo 1 ? Compreender a relevância da efetividade do direito e sua estreita relação com a necessária 
democratização dos tribunais com acesso à justiça. 
 
 Objetivo 2 ? Reconhecer O novo ramo da Sociologia, a Sociologia das profissões jurídicas . 
 
 
Estrutura do Conteúdo 
Observação importante: Antes desta aula, você deve ter lido a Unidade III ? OS INSTRUMENTOS 
HUMANOS DA REALIZAÇÃO DO DIREITO, tópicos, Efetividade do Direito, democratização dos tribunais 
e acesso à justiça e Sociologia das profissões jurídicas, da página XX até a página XX, do livro texto 
Livro didático de Sociologia Jurídica e Judiciária, Solange Ferreira de Moura [organizador]. Rio de Janeiro: 
Editora Univers idade Estácio de Sá, 1ª. Ed. 2015. 
ESTRUTURA DO CONTEÚDO DESTA AULA 
 
EFETIVIDADE DO DIREITO, DEMOCRATIZAÇÃO DOS TRIBUNAIS E ACESSO À JUSTIÇA 
 Democratização dos tribunais e acesso à justiça 
 Causas Estruturais 
 Causas Funcionais 
 Causas Individuais 
 A deficiência da produção jurídico-normativa 
SOCIOLOGIA DAS PROFISSÕES JURÍDICAS 
 
UM ESBOÇO CONCEITUAL DOS TÓPICOS RELACIONADOS: 
Este conteúdo deverá ser trabalhado ao longo da aula da semana, cabendo ao professor a dosagem do 
conteúdo, de acordo com as condições objetivas e subjetivas de cada turma. 
Segue, a seguir, uma sugestão de leitura de caráter complementar ao texto do livro didático: 
Democratização do Judiciário e acesso à Justiça 
 ?Incluir os excluídos, os que não alcançam a porta da Justiça?. Com estas palavras, o juiz federal 
Augustino Lima Chaves, da Seção Judiciária do Ceará, sintetiza o objetivo maior das propostas de 
políticas públicas por ele formuladas, visando à garantia do acesso à Justiça pelos cidadãos carentes. 
Essas propostas envolvem quatro caminhos para ampliação do acesso à Justiça: o fortalecimento dos 
juizados especiais federais; o aparelhamento da Defensoria Pública; a oferta de cursos gerais e 
específicos para a formação profissional do juiz; e a criação de varas especializadas e de mediadores. 
Em relação aos juizados especiais federais, a necessidade mais urgente, de acordo com Chaves, é o 
desenvolvimento de um programa de cálculos previdenciários e a contratação de um número maior d e 
contadores. ?É na contadoria onde o processo mais pára?, diagnostica. O estabelecimento de um 
?diálogo objetivo? entre o juizado e o INSS, segundo ele, é outra questão a ser resolvida. O INSS é 
criticado por muitos juízes que atuam nos juizados devido à postura de seus procuradores, resistente à 
conciliação e tendente à litigiosidade. Uma das formas mais eficazes de fazer com que o cidadão comum 
chegue até o juizado especial, apontada por Chaves, é a sua divulgação nos meios de comunicação. Em 
sua opinião, as boas experiências, principalmente a do Juizado Especial Previdenciário de São Paulo, 
têm de ser irradiadas. 
O Juizado de São Paulo é considerado um modelo na Justiça Federal, por ser totalmente informatizado, 
atender ao público durante doze horas ao dia, realizar audiências coletivas, dentre outros avanços. 
Quanto à Defensoria Pública, Chaves propõe o aumento do número de defensores públicos federais, que 
hoje somam apenas 110 em todo o país, para pelo menos 1.000 defensores. Para ele, deveria haver um 
investimento público maior na Defensoria, a fim de que ela se torne uma referência de vulto na estrutura 
da Justiça. Considera que ?somente um órgão constitucionalmente respaldado, dotado de permanência, 
que construa para si uma filosofia de trabalho, que projete sua imagem na comunidade, responderá a 
esse desafio de prestar assistência à população brasileira?. 
(Conselho da Justiça Federal. Democratização do acesso à Justiça é uma das propostas para um novo 
Brasil. Acesso em 7 mai 2003) 
 Sociologia das profissões jurídicas 
Pereira Reid dos Santos, em seu artigo intitulado Uma introdução à Sociologia das profissões 
jurídicas afirma que ? Hoje, uma das teorias mais importantes para análise das profissões jurídicas é a de 
Pierre Bourdieu (1930-2002), um dos sociólogos mais citados recentemente em trabalhos sociológicos no 
mundo todo. O modelo teórico proposto por Bourdieu produz uma discussão sobre as lutas por poder 
travadas nos (e entre os) campos profissionais. Para Bourdieu, as profissões jurídicas detêm um 
importante monopólio de dizer o direito porque dominam uma linguagem que permite a esses 
profissionais decodificar, de forma autorizada, os códigos legais estabelecidos em lei. As 
profissões jurídicas lutam pelo capital jurídico necessário ao exercício da dominação social. Para isso, 
torna-se indispensável às profissões jurídicas o controle do espaço de produção formal dos profissionais 
do direito, as faculdades de direito, e uma atuação política coesa, como ator social coletivo, em torno 
das associações profissionais das profissões jurídicas na estrutura burocrática do estado. Burocracia 
estatal, ensino do direito e associações profissionais são três temas que destacaremos a seguir, 
utilizando uma vertente bourdieusiana e alguns outros autores que estabelecerão importante diálogo com 
o modelo teórico de Bourdieu sem, no entanto, contrariá-lo?. (Prisma Jur., São Paulo, v. 11, n. 1, p. 79-99, 
jan./jun. 2012) 
Aplicação Prática Teórica 
 
Os conhecimentos apreendidos serão de fundamental importância para a reflexão teórica, envolvendo a 
compreensão necessária de que o direito, para ser entendido e estudado como fenômeno cultural e 
humano, precisa ser tomado como sistema disciplinador de relações de poder, a partir da metodologia 
utilizada em sala com a aplicação dos casos concretos, a saber: 
 
CASO CONCRETO 
 
A questão do Judiciário é alvo de estudos e debates, não só no Brasil, mas como em outros Estados 
Democráticos, onde a solução definitiva dos conflitos sociais passa pela decisão judicial. Nessa 
dimensão, analise o texto a seguir, e após responda: 
 
Por sua vez, Palomba obteve resultados curiosamente coincidentes com os de Castellano e Pace, no 
trabalho em que analisou a administração da justiça na região napolitana, indicando que a litigiosidade na 
Itália, diminuiu em consequência das condições que desencorajam as partes a ingressar em juízo, entre 
elas o alto custo dos processos e a lentidão que se observa em seu andamento.? (ROSA, Miran da. 
Sociologia do direito: o fenômeno jurídico como fato social. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004. P.144) 
 
O texto aborda o fenômeno conhecido como ?fuga dos tribunais? que ocorre tanto na Itália, como no 
Brasil, apesar dos avanços trazidos pelos Juizados Especiais. Comente o texto fazendo uma comparação 
com a nossa própria realidade no Brasil: 
 
QUESTOES OBJETIVAS 
 
1.São causas da crise do Judiciário, EXCETO: 
 
(A) A morosidade na resolução dos conflitos. 
(B) Controvérsias hermenêuticas que dão forças aos incidentes processuais, incorrendo também no 
aumento progressivo dos recursos. 
(C) O Direito como ordenamento e sua respectiva ciência. 
(D) Nomeação para elevados cargos, geralmente em comissão ou de confiança, de parentes próximos, 
como filhos e filhas, genros e noras, esposas. 
 
2. A sociedade deve exigir que o Estado promova a proteção dos direitos e o acesso aos tribunais. Com 
efeito, cabe ao Estado aperfeiçoar e modernizar a ordem jurídica, de forma justa, célere e eficiente, com 
apoio e participação de todos os cidadãos. Desse modo, sobre acesso à justiça pode-se afirmar, 
EXCETO: 
 
(A) O acesso à justiça consiste na proteção de qualquer direito, sem qualquerrestrição econômica, social 
ou política. 
(B) Acesso à justiça é mais que a simples garantia formal da defesa dos direitos e o acesso aos tribunais, 
mas a garantia da proteção material destes direitos, assegurando a todos os cidadãos, 
independentemente de classe social, a ordem jurídica justa. 
(C) A realidade social brasileira demonstra que a maioria da população necessita da assistência jurídica 
integral, pois são excluídos. 
(D) O acesso à justiça representa a formalização do poder político existente, para exclusivo benefício dos 
detentores do poder de fato, que dispõem do aparato coativo do Poder

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