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A Hermeneutica jurídica distinção

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Apostila de Legislação tributária Prof. Fernando Sergio Sacconi
Hermeneutica
UNIP - Limeira Curso de Direito
 3° semestre Prof. Fernando Sergio Sacconi
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HERMENÊUTICA JURÍDICA
Hermeneutica
Para Carlos Maximiliano, a hermenêntica é “parte da ciência jurídica que tem por objetivo o estudo e a sistematização dos processos, que devem ser utilizados para que a interpretação se realize, de modo que o seu escopo seja alcançado da melhor maneira”. 
Para Rubens Limongi França a interpretação “consiste em aplicar as regras, que a hermenêutica perquire e ordena, para o bom entendimento dos textos legais 
Hermenêutica, em sentido técnico, é a teoria científica da interpretação.
Hermeneutica Jurídica
A Hermenêutica Jurídica é a ciência que estuda quais os métodos de interpretação jurídica que podemos fazer. Assim a função da hermenêutica é científica, abrindo novas possibilidades de métodos interpretativos.
Objeto
Hermenêutica jurídica é uma ciência com um objeto específico que é a sistematização e o estabelecimento das normas, regras e/ou processos que busca tornar possível a interpretação e a inda busca fixar o sentido e o alcance das normas jurídicas
Distinção Entre Hermenêutica E Interpretação
HERMENÊUTICA JURÍDICA difere da interpretação jurídica por ser com uma ciência auxiliar do direito que busca nos dizer quais são as formas de se buscar o entendimento das normas jurídicas, enquanto que a INTERPRETAÇÃO JURÍDICA é a aplicação dessas formas no texto legal concreto para se buscar o sentido das normas jurídicas
Interpretação
Interpretar é fixar o verdadeiro sentido e alcance de uma norma jurídica.
São dois os métodos de interpretação apresentados pela doutrina:
Funções da Interpretação. 
Para Machado Neto a interpretação apresenta três funções distintas que são:
Verificar a possível aplicação da norma jurídica às relações sociais que lhe deram origem;
Estender, o sentido da norma para novas relações não existentes no momento da concepção e criação das normas;
A interpretação tem ainda a função de mediar o alcance do preceito normativo de forma que ele venha a corresponder às necessidade reais e atuais de caráter social.
O Ciclo Da Interpretação
Para se realizar a interpretação faz-se necessário realizar cinco operações, fases ou etapas:
Diagnóstico do Fato – observação do ocorrido na sua individualidade concreta, conforme o seu conteúdo de espírito e pensamento e de conformidade com o sentimento que recebe no ambiente social em que se verifica. É uma operação preliminar que irá se realizar no ambiente social.
Diagnóstico Jurídico - observação e confrontação do direito que irá submeter a uma qualificação jurídica. Verifica-se o ramo do direito pertence o problema, partes envolvidas, por que aconteceu e porque aconteceu daquela forma específica.
Crítica Formal e Crítica Substancial – 
crítica formal, é a verificação formal da existência da lei, para isso é necessário que o juiz verifique se a lei existe (plano de existência) 
o objetivo principal da crítica formal é apurar a autenticidade, se ela realmente existe no universo jurídico, isso é se foi publicada no Diário Oficial, se está devidamente assinada, dentre outros requisitos.previstos no processo legislativo.
crítica substancial é a verificação da validade e da vigência da norma jurídica (plano de validade).
tem por objetivo principal analisar detalhadamente os requisitos referentes a legitimidade e a eficácia das normas jurídicas, dessa forma investiga-se: se a norma foi elaborada, sancionada, promulgada e publicada pelo poder competente e esse este poder manteve-se dentro da esfera de sua competência. Se está respeitando a natureza hierárquica das normas jurídicas. Se a norma jurídica está em vigor ou se ela foi revogada, ou se ela é de natureza temporária
Interpretação da Norma - realização da interpretação utilizando os princípios e as leis científicas criadas e estabelecidas pela hermenêutica.
Aplicação ou Adaptação - realização da adaptação do preceito normativo ao caso concreto.
Normas jurídicas sujeitas à interpretação
Todas as normas jurídicas são passíveis de interpretação, sejam elas constitucionais ou infraconstitucionais. Mesmo as não escritas, como os costumes os princípios gerais do direito estão sujeitas à interpretação. Até as normas jurídicas vistas como sendo claras e óbvias estão sujeitas à interpretação, pois a clareza é um conceito relativo. O que é claro hoje, com o passar do tempo pode se tornar obscuro e sem sentido, 
Quando um texto é claro ?
Quando é claro o sentido que o legislador lhe deu ? 
Quando o sentido é claro para o juiz ? 
Quando os dois sentidos claros coincidem ?
Conforme Carlos Maximiliano não se interpreta somente os textos que são obscuros ou considerados defeituosos interpreta-se todas as normas jurídicas, sejam elas obscuras ou claras, deficientes ou perfeitas, ambíguas ou isentas de controvérsia.
Determinados ramos do direito não permitem uma extensão muito grande em sua interpretação, mas nem por isso o intérprete deve deixar de fazê-lo, mesmo por que em determinadas situações o que está claro leva a uma injustiça, sendo assim, necessário a sua interpretação.
As Regras De Interpretação
São três as espécies de regras de interpretação jurídica, as legais, as científicas e as da jurisprudência.
Regras Legais 
Previstas no art. 4º. e 5º. Da Lei de Introdução ao Código Civil
Art. 4º. Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito.
Art. 5º. Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
Regras Científicas De Interpretação
Podemos citar as regras criadas por Carlos de Carvalho em sua clássica obra Nova Consolidação das Leis Civis
Caput – A ementa de lei facilita sua inteligência.
§ 1º. No texto da lei se entende na haver frase ou palavra inútil, supérflua ousem efeito;
§ 2º. Se as palavras da lei são conformes com a razão devem ser tomadas no sentido literal e as referentes não dão mais direito do que aquelas a que se referem;
§ 3º. Deve-se evitar a supersticiosa observância da lei que, olhando, só a letra dela, destrói a sua intenção.
§ 4º. O que é conforme ao espírito e letra da lei se compreende na sua disposição.
§ 5º. Os textos da mesma lei devem-se entender uns pelos outros; as palavras antecedentes e subsequentes declaram o seu espírito;
§ 6º. Devem concordar os textos das leis, de modo a torná-los conforme e
não contraditórios, não sendo admissível a contradição ou incompatibilidade neles.
§ 7º. As proposições enunciativas ou incidentes da lei não têm a mesma força que as suas decisões;
§ 8º. Os casos compreendidos na lei estão sujeitos à sua disposição, ainda que não os especifique, devendo proceder-se de semelhante a semelhante, e dar igual inteligência às disposições conexas.
§ 9º. O caso omisso na letra da lei se compreende na disposição quando há razão mais forte.
§ 10. A identidade de razão corresponde à mesma disposição de direito.
§ 11. Pelo Espírito de umas se declara o das outras, tratando-se de leis análogas.
§ 12. As leis conformes no seu fim devem ter idêntica execução e não podem ser entendidas de modo a produzir decisões diferentes sobre o mesmo objeto.
§ 13. Quando a lei não fez distinção o intérprete não deve fazê-la, cumprindo entender geralmente toda a lei geral.
§ 14. A equidade é de direito natural e não permite que alguém se locuplete com jactura alheia.
§ 15. Violentas interpretações constituem fraude da lei
REGRAS DA JURISPRUDÊNCIA
Entre os autores que se dedicaram ao assunto, Washington de Barros Monteiro, apresentou as seguintes regras:a) Na interpretação deve-se sempre preferir a inteligência que faz sentido à que não faz.
b) deve-se preferir a inteligência que melhor atenda à tradição do direito.
c) deve ser afastada a exegese que conduz ao vago, ao inexplicável, ao contraditório e ao absurdo.
d) há que se ter em vista o eo quod plerumque fit, isto é, aquli que ordinariamente sucede no meio social.
e) Onde a lei não distingue, o intérprete não deve igualmente distinguir.
f) todas as leis excepcionais ou especiais devem ser interpretadas restritivamente.
g) tratando-se porém, de interpretar leis sociais, preciso será temperar o espírito do jurista, adicionando-lhe certa dose de espírito social, sob pena de sacrificar-se a verdade à lógica.
h) em matéria fiscal, a interpretação se fará restritivamente.
i) deve ser considerado o lugar onde será colocado o dispositivo, cujo sentido deve ser fixado
Critérios da Interpretação. 
Rubens Limongi França estabelece critérios para a classificação das várias espécies de interpretação:
Quanto ao agente ou origem de interpretação – a base se fixa no órgão prolator.
Quanto à natureza ou elementos: fundamentada nos diversos elementos contidos nas leis e que servem como ponto de partida para sua compreensão
Quanto extensão: baseado no alcance das conclusões do intérprete.
Quanto ao fim: atendendo a fins sociais e às exigências do bem comum ou do interesse público
Espécies de Interpretação. 
QUANTO AO AGENTE 
Pública
Prolatada por órgaos do Poder Público - Executivo Legislativo e Judiciário
Autêntica - oriunda do próprio órgão elaborador da lei. Diante da ambiguidade do texto legislativo, o legislador vota uma nova lei para fixar a sua vontade imperfeitamente manifestada
Judicial - realizada pelos órgãos do Poder Judiciário, quando aplicada a lei ao caso concreto
Administrativa - realizada por órgão do Poder Público que não são detentores do Poder Legislativo nem do Judiciário.
Regulamentar: destinado ao traçado de normas gerais, como: decretos, portarias etc.
Casuística: esclarece dúvidas especiais, de caráter controversial ou não, que surgem quando da aplicação, por parte dos aludidos órgãos, das normas gerais aos casos concretos.
Usual: advém do direito consuetudinário
Privada
Doutrinária:
Efetuada por particulares,técnicos da matéria de que a lei trata. 
Está diretamente ligada à questão do direito científico com forma de expressão do direito. 
Realizada em livros, pelos autores,e pelos professores ao estudar a lei 
Por meio de pareceres de juristas imparciais.
QUANTO À NATUREZA
Gramatical ou Literal:
Analisa significado e alcance de cada uma das palavras do preceito legal, 
Análise morfológica e sintática do texto, 
Verificação do significado das palavras sua colocação na frase, considerando as regras gramaticais, para se atingir o pensamento do legislador.
Atualmente, entende-se quando utilizada como única forma de interpretação é insuficiente para a condução do intérprete a um resultado conclusivo.
Lógica ou Racional:
Analisa o texto legal como um todo, buscando seu sentido ou fio condutor.
Exige o estabelecimento de conexão entre a norma interpretada e outros textos legais que os une.
Histórica: 
Questiona as condições do meio e do momento da elaboração da norma legal e causas da solução dada pelo legislador. 
Remota: procura a razão da existência da norma pela origem da mesma (“origo legis”).
Próxima: procura a razão da existência da norma como resultado do momento do seu surgimento.Necessita do apoio da sociologia, da economia, da política e de outras ciências afins (“occasio legis”). 
Sistemática:
Pesquisada em conjunto com o ordenamento jurídico.
Deve-se verificar a tendência dominante nas várias normas sobre matérias correlatas e adotá-las como premissa.
Análise deve ser efetuado sob dois aspectos:
Em relação à própria lei a que o dispositivo pertence. Considerando-se o caráter geral da lei; o livro, título ou parágrafo onde o preceito se encontra, o sentido tecnológico jurídico com que certas palavras são empregadas.
Em relação ao sistema geral do direito positivo em vigor, considerando a inclinação do direito nacional com relação a matérias semelhantes; ao regime político; tendências do costume, da jurisprudência e da doutrina.
QUANTO À EXTENSÃO, RESULTADOS OU EFEITOS
Declarativa: 
A norma possui sentido exato das palavras nela utilizadas.
Ab-rogante: 
Ocorre incompatibilidade ou contrariedade entre preceitos legais, ou entre um dispositivo de lei e um princípio geral do ordenamento jurídico impossíveis de conciliação. 
Nesse conflito recomenda-se atenção para o grau de importância das normas contraditórias, concluindo-se pela ineficácia da disposição secundária e pela manutenção da disposição fundamental. 
Se ambas tiverem o mesmo grau de importância serão consideradas ineficazes.
Extensiva ou ampliativa:
Fórmula legal é menos ampla do que a “mens legislatoris”
Pressupõe-se aplicação aos casos que não estão abrangidos pelo seu teor literal, ou seja, “a lei quis mais do que disse”.
Restritiva: 
Supõe que “a lei quis menos do que disse”. 
Esse critério limita o campo de aplicação da lei a um âmbito menos amplo do que o que de suas expressões.
Utiliza-se tal interpretação no Direito do Trabalho em se tratando do princípio da condição mais vantajosa ao empregado, no caso de apurar lucro, aquele empregado que trabalhou naquele período e na época do pagamento não mais trabalha na empresa, terá direito ao recebimento da PLR.
�QUANTO AO FIM, 
interpretação teleológica: 
Deve-se ater aos fins a que a norma se dirige 
Exigências do bem comum 
Interesse público 
Políticas de proteção
As leis trabalhistas devem ser interpretadas em favor do empregado quando houver dúvida a respeito do seu alcance. Quanto à política de proteção ao consumidor determina que “as cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor” (Lei 8.078/90, art. 47).
o caso concreto, com o fito de lhe dar a melhor solução jurídica
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